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Texto elaborado para o Seminário “Partidos de Esquerda na América Latina”,

Fundação Rosa Luxemburgo, outubro de 2005

Movimento Consulta Popular (CP)


Ricardo Gebrim

Todas as perguntas referem-se ao conceito de “partido político”. Portanto, antes de


respondê-las é necessário proceder a alguns esclarecimentos:

O que é o Movimento Consulta Popular?

A intensa participação de diversos movimentos, instituições, pastorais e partidos


na construção das marchas estaduais do MST, em 1997, constatou a capacidade
de reorganização da esquerda em busca de uma maior unidade na luta. O
processo de construção das marchas resultou na realização de uma primeira
Conferência em Itaici, com objetivo de sistematizar as idéias e propostas surgidas
durante as marchas, no sentido de questionar o rumo de uma esquerda
institucional e propor o resgate dos valores e práticas militantes rumo à revolução
brasileira, bem como constituir as bases teóricas para um Projeto Popular para o
Brasil.

Nos setores populares que não perderam o seu horizonte de esperança, em


especial nos movimentos populares, iniciou-se um novo processo que permitiu
que eles não fossem absorvidos pela lógica eleitoral que hegemonizou a
esquerda. Segundo Marta Harnecker, desenvolveu-se na chamada esquerda
social uma tendência para se separar dos atores políticos tradicionais ou
renovados e para rejeitar o âmbito político como tal. Tais setores podem ter dois
destinos: “esgotar-se numa introversão corporativa ou exprimir uma nova maneira
de fazer política popular, recompondo o tecido social a partir da base e
articulando-se sob a forma horizontal e em profundidade”.

Não é casual que a iniciativa da Conferência de Itaici, em 1997, onde surge a CP,
tenha sido da direção do MST. Sobrevivendo ideologicamente à grande crise do
início dos anos de 1990, o MST se converte em principal referência da esquerda
social. Uma referência de ousadia, radicalidade e valores. Ao se consolidar
enquanto uma experiência que se fundamenta no trabalho de base, que
desenvolve lutas de massa e forma novos quadros, o MST se transforma numa
referência para os setores mais conscientes que não aceitavam a lógica
pragmática dos limites institucionais, em especial entre a juventude.

Na CP se aglutinaram militantes de movimentos sociais que não aceitavam a


lógica da política imposta pela esquerda eleitoral. A proposta organizativa do
Movimento Consulta Popular nunca foi uma contraposição aos movimentos
sociais existentes. Ao contrário, sempre se definiu como um instrumento de
articulação dos lutadores do povo que propõe contribuir para mudar o padrão da
luta de classes, incorporando no projeto político o ensinamento de Florestan
Fernandes: “Frente à intolerância das classes dominantes contrapor a
intransigência das classes oprimidas”.

O Movimento Consulta Popular é um partido?

Utilizamos o conceito de “movimento político” e não o termo partido. Costumamos


dizer que as palavras servem para comunicar; se, ao usarmos um termo,
transmitimos uma idéia diferente da que pretendemos exprimir, a palavra não é
adequada. Para a atual geração, formada nos últimos 25 anos, “partido” é um
termo que não se refere ao clássico instrumento de vanguarda da classe operária
e sim ao modelo de organização com registro no Tribunal Superior Eleitoral.
Partido é o PT, PSTU, PC do B, PSOL, PV, PSB (no caso da esquerda) ou PMDB,
PSDB, PFL etc., que apresentam candidatos e disputam eleitoralmente os cargos
parlamentares e administrativos a cada dois anos. Essa é uma compreensão
determinada por nossa experiência histórica, reforçada pela tática utilizada pela
esquerda nos últimos 25 anos.

Todavia, sabemos que para a esquerda revolucionária o termo “partido” não tem
apenas esse significado. O conceito de partido é renovado a partir da formulação
de Lênin e dos bolcheviques na Revolução Russa. Como explica Marta Harnecker,
citando o historiador Eric Hobsbawn, “o ‘novo partido’ de Lênin foi uma
extraordinária inovação da engenharia social do século 20, comparável à inovação
das ordens monásticas cristãs na Idade Média, que tornava possível que até as
pequenas organizações demonstrassem uma extraordinária eficácia, porque o
partido obtinha dos seus membros uma grande dose de entrega e sacrifício, além
de uma disciplina militar e uma concentração total na tarefa de levar a bom termo
as decisões do partido a qualquer preço”.

Ao longo do século 20, os instrumentos revolucionários assumiram muitas


denominações e nem sempre utilizavam o termo “partido”: Frente Sandinista de
Libertação Nacional, Movimento Popular pela Libertação de Angola, Frente de
Libertação de Moçambique, Movimento 26 de Julho, Congresso Nacional Africano,
Ação Libertadora Nacional, Movimento de Libertação Nacional Tupamaros eram
todas organizações partidárias sob a concepção do pensamento revolucionário,
embora não utilizassem a denominação “partido”. Portanto, a utilização do termo
“partido” para designar uma organização política depende fundamentalmente da
cultura e tradição política de cada país. Como nos lembra Marta Harnecker, as
idéias de Lênin, ratificadas no III Congresso da Internacional Comunista em 1921,
afirmavam que: “não pode haver uma forma e organização imutável e
absolutamente conveniente para todos os partidos comunistas. As condições de
luta proletária transformam-se incessantemente e, de acordo com essas
transformações, as organizações também têm de procurar constantemente novas
formas (...) As particularidades históricas de cada país, por sua vez, determinam
formas especiais de organização para os diferentes partidos”.
Fica evidente que para Lênin nunca houve uma fórmula universal de instrumento
político. O formato de cada organização é determinado pelas condições
determinadas pela luta de classes. A organização é uma ferramenta e não existem
ferramentas universais senão àquelas que são mais adequadas à tarefa que se
pretende realizar. O conceito é formulado por Carlos Marighella no texto
“Questões de Organização”: “Nosso conceito de organização não é estático, nem
dogmático, pois não existe, segundo a teoria marxista-leninista, nenhuma
organização em abstrato. A organização está sempre a serviço de uma
determinada linha política. Entendemos que qualquer mudança de qualidade do
movimento revolucionário determina mudança de qualidade na organização
revolucionária”.

O importante é definir as tarefas políticas e o conteúdo ideológico do instrumento


político que queremos construir. O formato deverá traduzir as necessidades
políticas e o nome deverá apenas se preocupar em traduzir a simbologia dos
objetivos.

O termo “partido” está identificado com um formato determinado pelo último ciclo
da esquerda brasileira. Da mesma forma que o temo “movimento” atualmente
expressa melhor a capacidade de luta e de enfrentamento na luta de classes, o
termo “partido” é identificado com um instrumento de luta eleitoral. Nada impede
que uma organização que resgate os ensinamentos da herança acumulada na
construção de ferramentas revolucionárias se denomine “movimento”. Eis porque
não existe nenhuma contradição em afirmar que queremos construir um
instrumento político, mas não vamos criar um partido.

Quais são as “funções essenciais, ou valor de uso” do Movimento Consulta


Popular?

O Movimento Consulta Popular é um meio, não um fim. O motivo de sua


existência não é o de criar mais uma estrutura de poder, voltada para alimentar
uma nova burocracia. O formato de cada organização é determinado pelas
condições determinadas pela luta de classes. A organização é uma ferramenta e
não existem ferramentas universais senão aquelas que são mais adequadas à
tarefa que se pretende realizar. O conceito é formulado por Carlos Marighella no
texto “Questões de Organização”: “Nosso conceito de organização não é estático,
nem dogmático, pois não existe, segundo a teoria marxista-leninista, nenhuma
organização em abstrato. A organização está sempre a serviço de uma
determinada linha política. Entendemos que qualquer mudança de qualidade do
movimento revolucionário determina mudança de qualidade na organização
revolucionária”. Em outras palavras, somos uma ferramenta que somente faz
sentido enquanto serve para a luta revolucionária.

Por que se fundou este partido de novo tipo?


Entendemos que a esquerda brasileira vem enfrentando uma crise de valores, de
prática e de pensamento. Crise de valores porque em vez de objetivos coletivos,
predominam as carreiras individuais; em vez de humildade, estrelismo; em vez de
coerência, objetivos de curto prazo; em vez de lealdade, esperteza. Grupos que
compartilham esses tipos de valores tendem ao comodismo e se tornam
incapazes de promover transformações profundas na sociedade. Oportunismo
pessoal e oportunismo político sempre andam juntos.

Há uma crise da prática, na medida em que militantes se transformam em


burocratas, líderes se transformam em chefes de máquinas eleitorais ou sindicais.
Distanciada do povo, a militância se torna uma rotina remunerada, inimiga da
ousadia e da criatividade. Ora, o Brasil só será transformado por obra de milhões
de pessoas, que são o povo. O lugar do militante é, antes de tudo, junto do povo,
compartilhando sua vida, sua cultura e suas esperanças, e trabalhando junto com
ele para desenvolver suas melhores características, aquelas que fortalecem a
mudança.

Também há uma crise do pensamento, pois, envolvidos em uma eleição


parlamentar a cada dois anos e na permanente luta interna da própria esquerda,
formamos dirigentes e militantes de visão curta, que consomem sua energia na
ação para eleger candidatos e ganhar convenções. Tornaram-se incapazes de
formular um pensamento abrangente, ao mesmo tempo generoso e radical,sobre
o Brasil. Em vez da clareza, preferem a ambigüidade, sempre em busca de
resultados imediatos na política do dia-a-dia. Lideranças com grande visibilidade
contribuem ativamente para difundir o pragmatismo, elogiar o oportunismo,
desqualificar o debate estratégico e sinalizar valores questionáveis para o povo e
a militância.

Sustentamos que todo um ciclo da esquerda brasileira está chegando ao fim.


Cada vez menos militantes acreditam que os partidos eleitorais ainda possam
representar a vontade de mudar o nosso país. Entre o povo, embora de forma
desigual, generaliza-se a mesma percepção.

Com a chegada de Lula ao governo federal, inclinações que estavam presentes há


vários anos e que, para muitos, já eram determinantes na trajetória do PT –
inclinações ao oportunismo, à burocratização, ao pragmatismo, à corrupção –
tornaram-se irreversíveis. A elas, soma-se a adesão doutrinária a um
neoliberalismo radical. Pela palavra de suas principais lideranças e pela sua
prática, o PT já não esconde sua condição de partido tradicional, integrado política
e moralmente à ordem em vigor. Ele continuará a existir no espectro da política
institucional, cada vez mais divorciada do país real, mas não mais poderá ser o
eixo de gravitação de uma esquerda digna deste nome.

É enorme o contraste entre a gravidade da crise e a forma frouxa como ela vem
sendo enfrentada. Os políticos tradicionais, cada vez mais, governam a si
próprios: barganham cargos, acusam-se, confraternizam, trocam de papéis, fazem
de tudo para se perpetuar. A esquerda, por sua vez, se acomodou em uma
intervenção quase exclusivamente institucional, tornando-se, ela mesma, parte de
um sistema de poder distanciado do povo.

As eleições periódicas, o exercício de mandatos, as atividades burocráticas, os


pequenos interesses e a luta interna incessante passaram a monopolizar a prática
e o imaginário de uma multidão de militantes. Encarando a política como uma
rotina ou mesmo uma profissão – prenhe de “realismo” e de compromissos de
todo tipo –, eles vêm abandonando, inclusive subjetivamente, um efetivo
engajamento pela transformação social. É de carreiras bem-sucedidas que agora
se trata.

A formação sistemática de novos militantes nesse ambiente individualista e


permissivo – melhor seria dizer, a deformação sistemática de novos militantes –
aponta para a possibilidade de consolidar-se uma geração que não mais saberá o
que é trabalho coletivo, coerência, tenacidade, lealdade ao povo. Uma geração
perdida para a luta. Este – e não eventuais equívocos em encaminhamentos
práticos ou em palavras de ordem – é, de longe, o pior legado que algumas das
principais correntes da esquerda brasileira estão deixando para o futuro.

Quais os desafios enfrentados?

Em linhas gerais, enfrentamos um período conjuntural adverso, caracterizado pelo


descenso dos movimentos populares de massas; crise ideológica da esquerda;
movimento operário em crise; falta de uma metodologia de organização popular
nas periferias; e o baixo nível de consciência social das massas.

Qual o método utilizado no processo organizativo?

Nossa Organização é voltada para fora. Nosso Movimento Consulta Popular só


tem sentido como instrumento de luta. Ocupamos a maior parte de nosso tempo e
recursos nas atividades que acumulam forças para transformações na sociedade.
Uma organização que se fecha em si própria, que se volta para dentro, que não
estabelece ou que perde a ligação com o povo, está condenada à morte. O que
não avança, recua. Nossas energias devem voltar-se prioritariamente para fora,
para organizar o povo em uma força social, moral e política que possa assumir o
comando do Brasil. A estrutura interna corresponde ao necessário para a luta. “O
limite de nossa organização revolucionária chega até onde alcança nossa
influência e nossa capacidade revolucionária”.

Trabalhamos o Exemplo Pedagógico ao invés do discurso. Ante a banalização do


discurso se retoma a centralidade na ação como exemplo pedagógico. Ao invés de
buscar a construção da força social através do hegemonismo,ocupação de cargos,
instrumentalização de entidades, preparação prévia para disputar as posições que
serão assumidas pelas campanhas unitárias, sempre priorizamos investir na
construção política em torno de ações concretas. A unidade se constrói na ação.
Isso também exige a formação de militantes que não são apenas agitadores e
propagandistas, mas construtores nos espaços populares. Só conquistaremos a
confiança do povo se formos exemplo de coerência e comportamento ético e
moral.

Entendemos que a política não pode limitar-se a Arte do Possível. Concordamos


com Marta Harnecker que não se pode definir a política como a arte do possível. A
política deve consistir na arte de descobrir as potencialidades existentes na
situação concreta de hoje para tornar possível amanhã o que no presente parece
impossível. Nossa palavra de ordem é preparar-se. Acumular forças para a
construção de um Projeto Popular de transformação da sociedade. Construir hoje
as condições que tornarão possível a ruptura.

Estamos sempre atentos à Mística. Um dos momentos importantes nas atividades


formativas da CP é o momento da mística. Ela tem o objetivo de nos lembrar
sempre os motivos pelos quais estamos lutando. O sentido de nossa luta. Nenhum
projeto político organizativo se sustenta se não mantém sua mística. Ela expressa
a linguagem simbólica com os anseios e o imaginário do povo. Em todas as
nossas reuniões e eventos dedicamos um espaço para trabalhar as emoções e os
valores da luta revolucionária. Lembrar porque estamos ali. Resgatar os heróis,
mártires, lutas e lutadores populares que vieram antes de nós. Resgatar nossa
cultura, nossa história. Trabalhar os valores que buscamos nos lutadores do povo.
Encarnar os valores éticos do mundo que sonhamos. Através destes momentos
consolidamos um clima de fraternidade fundamental que tem um papel destacado
em nossa sobrevivência.

Nestes momentos recordamos que temos um ideal pelo qual vale a pena lutar. Os
conteúdos da mística podem estar relacionados com os temas da atividade e o
resgate histórico das lutas do nosso povo. A mística trabalha com símbolos que
têm forte significado para a vida concreta das pessoas. A própria decoração do
ambiente onde se realizará a atividade, faz parte da mística. Sua preparação pode
envolver o maior número possível de participantes que podem contribuir com sua
cultura, experiências anteriores, habilidades individuais. É um momento importante
de união entre estudo e cultura, entre reflexão teórica e produção da vida. Mas
jamais pode ser encarada como uma obrigação burocrática,desprovida de
emoção, como uma tarefa a mais a ser cumprida, sem ânimo e criatividade. É o
momento da comemoração, da reflexão, do resgate da memória coletiva de
nossos antepassados e de celebração das vitórias.

Qual a relação com os Movimentos Sociais? E quais os conflitos


existentes nessa relação?
Respeitamos e lutamos pela autonomia dos movimentos sociais e organizações
populares. O Movimento Consulta Popular não manipula nem substitui os
movimentos populares e suas instâncias. Isso é um princípio político. Queremos
construir um projeto organizativo a partir de uma Esquerda Social que já possui
graus diferenciados de organização e cultura política. O grande desafio enfrentado
pelo Movimento Consulta Popular é construir uma organização política a partir de
uma esquerda social que já se estrutura em movimentos sociais com expressão
nacional, com direção, quadros, métodos e cultura política próprios e em graus
diferenciados entre si. Cada movimento tem uma direção política que conquistou
sua legitimidade num longo processo de lutas, acumulando métodos de
funcionamento e práticas Como estabelecer a relação entre o instrumento político
e os movimentos sociais já existentes? Como se articulam as direções dos
movimentos e do instrumento político? Como se darão as relações de poder?
Como combinar esse processo? Esta relação foi uma tensão construtiva ao longo
de toda a experiência da CP e se dará em torno de qualquer instrumento político
que se estruture em torno da chamada esquerda social

Qual é o processo de construção do Movimento Consulta


Popular?

Desde o início pensamos a construção programática como uma ação coletiva e


nacional, envolvendo a militância. A própria denominação Consulta Popular
demarcou esse método. A formação sempre foi uma prioridade de nosso projeto
organizativo. Nosso primeiro e mais importante material de propaganda foi o livro
“Opção Brasileira”. A profundidade e atualidade de suas análises sinalizaram o
debate que buscamos deflagrar. Abastecemos nossa militância com vasto material
formativo e priorizamos o estudo a partir da realidade brasileira, sem negar as
experiências acumuladas internacionalmente. Cada passo importante das
formulações da CP envolveu processos amplos de debate, nacionais, como a
Assembléia dos Lutadores do Povo. O estudo sistemático do pensamento radical
produzido em nosso país possibilitou a construção de um outro patamar de
formulação entre nossa militância.

Ao definir que o centro da tática era o acúmulo de forças, pautamos toda a nossa
ação em torno de três eixos fundamentais, que denominamos como o “tripé” da
CP:
- a elaboração teórica e a formação política dos lutadores do povo
(conhecimento da realidade, recuperação do pensamento socialista histórico,
formação de consciência social, valores e capacidade teórica de solucionar
problemas na medida em que surgem);
- construir, impulsionar e estimular as lutas de massa (capazes de alterar a
correlação de forças, despertar a consciência social em amplos setores e gerar
força social) e
- construir a organicidade dos lutadores do povo. Unir os movimentos sociais
e lutadores populares em torno dos mesmos objetivos estratégicos e dotá-los de
uma unidade de ação.

Pedagogicamente, todas as nossas reuniões sempre trabalharam em torno desse


tripé norteador. Aparentemente óbvio, a definição do tripé como método da
formulação e ação tem sido essencial para aferir nossas capacidades e não
descuidar das questões centrais. Tais conceitos seguem extremamente atuais
para uma conjuntura onde é central acumular forças.

Em resumo, nosso principal objetivo é lançar-se resolutamente num processo que


nos conduza a renovar a interpretação do Brasil, propor um programa de
transformações estruturais, construir as formas de luta estratégicas e criar um
novo instrumento de intervenção política. Não conseguiremos cumprir todas essas
tarefas de uma só vez. Sabemos que esse é um processo em construção, que
depende de todo o contexto internacional de correlação de forças e do nível de
consciência e ânimo das massas.

Nosso projeto só é viável porque existe o povo brasileiro, uma imensa massa
humana que se considera unida por uma história, uma herança cultural, uma
língua, um espaço geográfico, instituições políticas, problemas e potencialidades
comuns. Um povo que enfrenta uma verdadeira crise de destino, na qual apenas
duas opções serão possíveis: ou assume pela primeira vez o comando de sua
nação, para resgatá-la, reinventá-la e desenvolvê-la, ou assistiremos neste século
ao desfazimento do Brasil.

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