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Diz um velho e conhecido aforismo que assim como é embaixo é em cima. Sendo o
inverso também válido, assim como é em cima é embaixo ou, o que é igual, o grande e o
pequeno contêm semelhanças em sua essência.
Isto, e os muitos e variados acontecimentos que os meios de comunicação nos trazem
diariamente, levam-me a pensar que entre a Terra e o ser humano há uma relação
inegável e que ambos vivem processos semelhantes.
No Homem existem zonas secas, partes da alma onde, se alguma vez houve flores, hoje
não resta nada, porque os sonhos morreram. E também há regiões inundadas por
emoções sem controle, ansiedades transbordadas, medos sem limites, correntes
ingovernáveis sem nome específico; inundações que nem sempre se restringem ao
subconsciente, senão que afloram como forças cegas, impossíveis de dominar.
As dores, as ambições e as iras humanas tremem como os vulcões; seus instintos rugem
sacudindo de temor as sociedades, quando não de horror diante de crimes sem sentido.
Talvez restem ainda, escondidos, alguns cantos de boa vontade, mas estão tão
escondidos e de difícil acesso que são muito poucos os que se propõem a acessá-los.
No centro de nosso pequeno universo planetário está sempre o Sol, seja de noite ou de
dia, ainda que as nuvens o escureçam por momentos.
Entretanto, os homens não são conscientes de seu sol interior, que irradia luz, e,
geralmente, concedem mais importância às nuvens ocasionais que às vezes cobrem a
visão como espessas cortinas ou que às vezes se convertem em tempestuosas
tormentas. Quase se poderia afirmar que as tormentas são uma forma de dar variedade e
intensidade à vida, sobretudo quando se há perdido o olho que vê em profundidade o que
nunca perde o brilho.
Vale como exemplo a grande atração que produz um eclipse total do Sol sobre milhares
de pessoas na Europa e Ásia. Alguns aproveitam a situação para ampliar suas
observações e estudos científicos; a maioridade cede à curiosidade. O que é que tanto
atrai a essa maioria em um eclipse: a insólita escuridão no meio da manhã, o que poderia
ter de terrível e maléfico, ou a segurança de que é um fenômeno momentâneo e que em
algumas horas tudo voltará a ser como era antes?