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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

Bacharelado em Artes Visuais: Pintura, Gravura e Escultura

FABIO ESTEVES DE ROSA

RELATÓRIO:

“Conversa com o performer Felipe Bittencourt sobre performance, docu-


mentação e isolamento”

Relatório de entrevista promovida pela Prof.ª Dr.ª


Ana Carolina Melchert com o artista Felipe Bitten-
court referente à Semana de Estudos Aplicados do
curso de Bacharelado em Artes Visuais do Centro
Universitário Belas Artes de São Paulo

São Paulo, 2020


1 RELATÓRIO

Esse relatório é elaborado por Fabio Esteves De Rosa (RM: 18100761) da classe AT5BAV para
a Semana de Estudos Aplicados.

O posicionamento aqui apresentado refere-se à Live de Instagram promovida pela Prof.ª Dr.ª
Ana Carolina Melchert em @carolmelchert, no dia 13 de abril de 2020 às 10:00, intitulada
“Conversa com o performer Felipe Bittencourt sobre performance, documentação e isola-
mento”.

Ana Carolina Melchert é bacharel em Dança pela Universidade Estadual de Campinas (1995),
mestra em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (2007) e doutora em Artes da Cena
pela Universidade Estadual de Campinas (2010). Docente, desde 2016, do Centro Universitário
Belas Artes (SP), onde ministra disciplinas relacionadas à artes do corpo e Performance.

Felipe Bittencourt (Brasil, 1987) é artista visual e traz consigo uma larga produção no campo
da performance e videoarte, questionando o limite entre as duas linguagens. Bacharel em Artes
Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2007) e especializado em Foto-
grafia pela Escola Panamericana de Arte e Design (2010). Suas obras foram apresentadas e
exibidas em diversos festivais e instituições, como Mostra Performatus #2, SESC Santos
(2017); Mostra Verbo, Galeria Vermelho, São Paulo (2013); Paço das Artes, São Paulo (2013);
Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo (2011), entre outros.

O artista, entrevistado pela professora e doutora Carol Melchert, confere ao bate papo um tom
descontraído com os alunos e participantes da live. A entrevistadora direcionou a conversa em
torno da atual situação global de confinamento e isolamento em relação às atividades perfor-
máticas. A apresentação foi de vital importância para o objetivo da discussão, já que a pesquisa
poética de Bittencourt tem enfoque em discussões em torno do registro da performance e limites
dessa linguagem.

Tomando como norte, também, a trajetória do artista, foram abordadas questões sobre seu livro
“Performance Diária” de 2012. No qual, conta, concebe um outro parâmetro para o tipo de
expressão artística a qual se se discute. Os desenhos, um por dia, atuam como “projetos de
performance” em uma dinâmica performática que teve a duração de um ano, são 365 desenhos
portanto. Além disso, foram promovidos debates por meio de seu repertório de pesquisa sobre
formas de registro da performance.
A discussão que destaco da palestra online, construiu-se em torno do questionamento da vali-
dade do registro da performance como objeto artístico e, por conseguinte, do lugar da perfor-
mance no confinamento e isolamento social.

Sobre o registro da performance como objeto artístico, aponta-se na entrevista que o funda-
mento da questão gira em torno da forma, assumindo possibilidade, de apreensão do “motivo”
da atividade performática pelo registro. Este pode ser, além do vídeo, uma ou mais fotografias,
desenhos, marcas ou quaisquer outros que possam ser produzidos por, ou a partir dela.

Sobre a produção no isolamento, Bittencourt atenta para o risco de banalizar essa forma de
expressão artística ao intentar, não o ato da performance, mas o registro dela (que poderá, ob-
viamente, ser mais facilmente divulgado). Felipe Bittencourt (2020) indica antes perguntar-se:
por que eu preciso de plateia? Por que eu preciso de audiência? Por que eu preciso de likes e
seguidores?

Vejo que podemos adicionar a este tema um assunto que vem trazendo discordância entre os
pesquisadores. O registro da performance é passível de preservação/conservação, de inclusão,
por exemplo, em um ‘museu’, instituição de arte ou em uma coleção particular. Vê-se, portanto,
como um ‘objeto de museu’, André Desvallées e François Mairesse (2011) mencionam:
“Um "objeto de museu" é uma coisa musealizada, sendo "coisa" definida como qual-
quer tipo de realidade em geral. A expressão "objeto de museu" quase poderia passar
por pleonasmo, na medida em que o museu é não apenas um local destinado a abrigar
objetos, mas também um local cuja função principal é a de transformar as coisas em
objetos.

O objeto não é, em nenhum caso, uma realidade bruta ou um simples item cuja coleta
é suficiente para sua entrada no museu, assim como, por exemplo, se coletam conchas
numa praia. O objeto é um estatuto ontológico que vai englobar, em certas circuns-
tâncias, uma coisa ou outra, estando entendido que a mesma coisa, em outras circuns-
tâncias, não constituirá necessariamente um objeto. A diferença entre a coisa e o ob-
jeto consiste no fato de que a coisa tornou-se uma parte concreta da vida, e que nós
estabelecemos com ela uma relação de simpatia ou de simbiose. [...]Por contraste, o
objeto será sempre aquilo que o sujeito coloca em face de si como distinto de si; ele
é, logo, aquilo de que se está "diante" e do qual é possível se diferenciar.”

Portanto, considero esse ‘registro’ como um ‘objeto artístico’ que primeiramente parte de uma
‘coisa’, esta elevada ao estatuto de arte por uma instituição ou circunstância. A complexidade
do questionamento abordado por Felipe Bittencourt na entrevista, ocorre quando se admite que
esta ‘coisa’ parte de outro ‘objeto artístico’ gerado por outra ‘coisa’, esta a performance propri-
amente dita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. Objeto [de museu] ou musealia. IN: Conceitos-
chave da museologia. São Paulo: Armand Colin; Comitê Internacional para Museologia do
ICOM; Comité Nacional Português do ICOM. 2014. Pag. 68-72.

MELCHERT, Ana Carolina Lopes; BITTENCOURT, Felipe. Live: Conversa com o performer
Felipe Bittencourt sobre performance, documentação e isolamento. Instagram: @carolmelchert.
Disponível em: <https://www.instagram.com/carolmelchert/>. Acesso em: 13 de abril de 2020.

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