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Polissemia da Arte

O artista, ao criar, procura sempre comunicar algo, mas não é por isso que podemos
reduzir a arte a uma mera forma de comunicação. O seu valor reside naquilo que se
comunica a outrem e no modo como isso é comunicado. Podemos dizer que o segredo
da arte reside na linguagem. O espetador, ao contemplar uma obra de arte (um
quadro, um poema, uma música, etc.) projeta nela a sua subjetividade, as suas
vivências, os seus valores, os seus modos de pensar, sentir, agir e a sua maneira
particular de compreender o mundo. Podemos dizer que a recria, de certa forma. Uma
vez que a arte se oferece a diferentes leituras de diferentes espetadores, podemos
dizer que é fonte de uma pluralidade de sentidos. A mensagem transmitida pela obra
de arte admite uma pluralidade de significados, consoante a singularidade e o
contexto histórico de quem a sente e interpreta, daí o conceito polissemia da arte.

Podemos ter dois pontos de vista, em relação à abertura de uma obra de arte: a do
artista – que cria uma obra, acabada e definida, segundo uma intenção precisa, e
espera que ela venha a ser contemplada em todos os aspetos tal como ele a criou
(neste sentido a obra é fechada) -, e a dos espetadores – a obra é fonte de uma
pluralidade de sentidos, estando aberta a diferentes interpretações, que dependem de
vários fatores relacionados com a vida do espetador, as suas características
psicológicas e fisiológicas, a sua formação ambiental e cultural, a sua sensibilidade, etc.

Esta abertura da arte nem sempre é pretendida pelo autor (as antigas conceções de
arte, principalmente), como por exemplo em alguns tipos de poesia. Na poesia épica
(Divina Comédia, Odisseia, Ilídia, etc.) por exemplo, o poeta diz uma coisa e espera que
o leitor a aprenda tal como ele pretendeu dizê-la. Com o desenvolvimento da
sensibilidade contemporânea, essa abertura passou a ser cada vez mais contemplada,
sendo que o autor tem em conta a pluralidade de espetadores e, consequentemente, a
pluralidade de sentidos que lhes serão transmitidos pela obra de arte. Esta abertura é
típica na pintura, e em maior parte da poesia, atualmente. Há outros tipos de arte que
atualmente, mesmo com o desenvolvimento da sensibilidade contemporânea,
continuam sem contemplar essa abertura, o que não deixa de ser legítimo. O cinema é
um bom exemplo disso. Maior parte da arte produzida é produzida para ser entendida
da forma como o produtor pretendeu que a entendessem, o que se verifica na maior
parte das vezes. Isto pode parecer um contrassenso, tendo em conta o que disse
acima, mas a individualidade do espetador, na maior parte dos casos, não se manifesta
o suficiente para influenciar a perceção do espetador em relação a determinada obra
de arte.

Concluindo, a polissemia da arte, isto é, a multiplicidade de sentidos da qual a arte é


fonte, é inegável, e é isso que confere à arte uma singularidade e originalidade única,
impedindo-nos de definir arte. Cada obra de arte é única e irrepetível, e está inserida
dentro de determinado contexto, meio e cultura, pelo que não podemos definir arte,
porque estaríamos a fazê-lo dentro de um contexto, ignorando todos os outros.

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