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Samba

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Samba

Carnaval no Rio de Janeiro

Origens Maxixe, lundu, batucada, jongo, modin
estilísticas ha e choro

Contexto Início do século XX no Rio de Janeiro


cultural

Instrumen Diversos instrumentos de cordas


tos típicos (como cavaquinho e vários
tipos violão) e variados instrumentos
de
percussão (como pandeiro, surdo e tam
borim); Algumas vertentes
utilizam instrumentos de sopro

Popularid Popular em todo o Brasil. Bem


ade conhecido no exterior.

Formas Bossa nova, Pagode, Samba-


derivadas canção, Samba-enredo e Samba de
partido-alto

Subgêneros

Bossa nova, Pagode, Pagode baiano, Samba-


batido, Samba de breque, Samba-canção, Samba-
corrido, Samba-enredo, Samba-exaltação, Samba de
partido-alto, Samba-raiado, Samba de roda, Samba
de terreiro, Sambalanço

Gêneros de fusão

Samba-choro, Samba-funk, Samba de
gafieira, Samba-jazz, Samba-maxixe, Samba-rap, S
amba-reggae, Samba-rock, Sambalada, Sambolero

Formas regionais

Rio de Janeiro, São
Paulo, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais

Outros tópicos

Carnaval do Brasil, Escola de samba

O samba é um gênero musical e dança com origem na cidade brasileira do Rio


de Janeiro.[1] A composição Pelo Telefone, de 1916, é considerada o seu marco
fundador.[2] O samba deriva de um folguedo com notável influência africana que
emergiu na Bahia, o samba de roda, que por sua vez guarda semelhanças com
o coco, dança de roda mais antiga surgida na então Capitania de
Pernambuco com influências dos batuques africanos e dos bailados indígenas.
[3][4]
 Apesar de ser, enquanto gênero musical, resultante de estruturas
musicais europeias e africanas, foi com os símbolos da cultura negra brasileira
que o samba se alastrou pelo território nacional, tornando-se uma das
principais manifestações culturais populares do Brasil. [5][6][7][8]
Embora houvesse variadas expressões folclóricas no Brasil que se originaram
do batuque (no Maranhão, em Pernambuco, na Bahia, em Minas Gerais e
em São Paulo) sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais, o
samba é entendido como uma expressão cultural urbana surgida no início
do século XX na cidade do Rio de Janeiro, nas casas das chamadas "tias
baianas" — migrantes da Bahia —, quando o samba de roda, entrando em
contato com outros gêneros musicais populares entre os cariocas, como
a polca, o maxixe, o lundu e o xote, fez nascer um gênero de caráter totalmente
singular.[5]
Ainda nas primeiras décadas do século XX, o samba urbano carioca começou
a ser propagado pelo país e, no ano de 1930, foi alçado da condição "local" à
de símbolo da identidade nacional brasileira.[7][9] No início, foi um samba
associado ao carnaval, posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado
musical. Surgiram muitos compositores, como Hilário Jovino Ferreira, Heitor
dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha, Donga e Sinhô, mas os sambas
destes compositores eram amaxixados, conhecidos como sambas-maxixe. Os
contornos modernos desse samba urbano viriam somente no final da década
de 1920, a partir de inovações em duas frentes: com um grupo de
compositores dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio de
Sá[10] e Osvaldo Cruz e com compositores dos morros da cidade como
em Mangueira, Salgueiro e São Carlos.[11] Não por acaso, identifica-se esse
formato de samba como "genuíno" ou "de raiz". A medida que o samba no Rio
de Janeiro consolidava-se como uma expressão musical urbana e moderna,
ele passou a ser tocado em larga escala nas rádios, espalhando-se pelos
morros cariocas e bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Inicialmente
criminalizado e visto com preconceito, por suas origens negras, o samba
conquistaria o público de classe média também.[12]
O samba moderno urbano tem ritmo basicamente 2/4 e andamento variado,
com aproveitamento consciente das possibilidades dos estribilhos cantados ao
som de palmas e ritmo batucado, e aos quais seriam acrescentados uma ou
mais partes, ou estâncias, de versos declamatórios.[6] Tradicionalmente, esse
samba é tocado por instrumentos de corda (cavaquinho e vários tipos
de violão) e variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e
o tamborim. Com o passar dos anos, outros instrumentos foram sendo
assimilados, e se criaram novas vertentes oriundas dessa base urbano carioca
de samba, que ganharam denominações próprias, como o samba de breque,
o samba-canção, a bossa nova, o samba-rock, o pagode, entre outras. Desde
a década de 1930, o samba é considerado a música nacional do Brasil,
ressignificação dada pelo governo de Getúlio Vargas para fins de propaganda.
O gênero atingiu assim todas as regiões do país. Agremiações carnavalescas,
sambistas e organizações de carnaval centradas no desempenho do samba
existem em todo o território nacional, mesmo onde outros estilos musicais
predominam (por exemplo, nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil e em todo
o interior rural brasileiro, onde o sertanejo é o estilo mais popular).[13] Em 2005,
o samba de roda se tornou um Patrimônio da Humanidade da UNESCO.[14]

Índice

 1História
o 1.1Antecedentes
 1.1.1Origens do termo samba
 1.1.1.1Recorrência nos jornais pernambucanos
 1.1.2Favela e Tias Baianas
 1.1.3Variações regionais
o 1.2O moderno e urbano samba
 1.2.1Primeira geração: Donga, Sinhô e cia
 1.2.2Segunda Geração: Turma do Estácio e sambistas
do morro
 1.2.3Difusão e "nacionalização" do samba carioca
 1.2.4Novos formatos dentro do samba carioca
 1.2.5Escolas de samba e oficialização do desfile de
Carnaval
 1.2.6A influência do Estado na promoção do samba
carioca
 1.2.7Influências externas no samba urbano
 1.2.8Reaproximação com o morro
 1.2.9Revalorização comercial do samba urbano
 1.2.10Pagode: samba consolida-se como produto
 1.2.11Samba urbano contemporâneo
 2Instrumentos de samba
o 2.1Instrumentos básicos
o 2.2Em vertentes
 3Estilos de samba
 4O samba na cultura popular
 5Samba em outras partes do mundo
 6Ver também
 7Notas
 8Referências
 9Bibliografia consultada

História
Antecedentes
Origens do termo samba

O batuque praticado durante o Brasil do século XIX, em pintura de Johann Moritz Rugendas.

Por muitos anos da história do Brasil, o termo "batuque" era a denominação


comum a qualquer manifestação que reunisse canto, dança e uso de
instrumentos dos negros, por extensão designando festejos. Esse sentido
amplo permaneceu na literatura colonial até o início do século XX, quando a
palavra "samba" passou a suplantar "batuque".[8] Em meados do século XIX, a
palavra "samba" definia diferentes tipos de música introduzidas pelos escravos
africanos, sempre conduzida por diversos tipos de batuques, mas que
assumiam características próprias em cada estado brasileiro, não só pela
diversidade das tribos de escravizados, como pela peculiaridade de cada
região em que foram assentados. Algumas destas danças populares
conhecidas foram: bate-baú, samba-corrido, samba-de-chave, samba-de-
barravento e samba de roda, na Bahia; coco-gavião e coco-bingolê, no Ceará;
tambor-de-crioula, no Maranhão; trocada, coco-de-parelha, samba de coco,
soco-travado, coco de roda, coco e maracatu, em Pernambuco; partido-alto,
miudinho, jongo e caxambu, no Rio de Janeiro; bambelô, no Rio Grande do
Norte; samba-lenço, samba-rural, tiririca, miudinho e jongo, em São Paulo.
Destes, os mais antigos são o maracatu de baque virado e a roda de coco,
surgidos ainda no período colonial na Capitania de Pernambuco.[15][16][4]
Existem algumas versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas
afirma ser originário da palavra "zambra" ou "zamba", oriunda da língua árabe,
tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península
Ibérica no século VIII.[17]
Recorrência nos jornais pernambucanos
O registro mais antigo da palavra "samba" ocorreu no Diario de Pernambuco de
4 de agosto de 1830, em matéria combatendo o envio de soldados para o
interior como medida disciplinar, já que lá descambariam na ociosidade,
entretendo-se “nas pescarias de currais [armadilhas de apanhar peixe], e
trepações de coqueiros, em cujos passatempos será recebida com agrado a
viola, e o samba”.[18] "Samba" é recorrente nos jornais pernambucanos durante
todo o século XIX.[19]
No Rio de Janeiro, no entanto, a palavra só passou a ser conhecida ao final
do século XIX, quando era ligada aos festejos rurais, ao universo do negro e ao
"norte" do país, ou seja, o Nordeste brasileiro. [8]
Favela e Tias Baianas
Ver artigo principal: Samba-raiado, Samba-corrido, Samba-chulado, Tias
Baianas

O compositor e agitador cultural pernambucano Hilário Jovino Ferreira foi o criador do primeiro


rancho de carnaval, que deu origem às escolas de samba.

Tendo herdado o status de capital desde 1763 sob o Brasil Colônia, o Rio de


Janeiro registrou um crescimento vertiginoso de seus índices demográficos nos
25 anos finais do século XIX, época na qual a cidade se consolidava como o
epicentro político, social e cultural do país. No início da década de 1890, havia
mais de meio milhão de habitantes no Rio, dos quais apenas a metade era
natural da cidade - os demais vinham de outras províncias, como Minas
Gerais, Pernambuco, São Paulo e, principalmente, Bahia.[20] Eram migrantes
principalmente entre as populações negra e mestiça, bem como de ex-
soldados da Guerra de Canudos do final daquele século, que povoavam as
imediações do Morro da Conceição, Pedra do Sal, Praça Mauá, Praça
Onze, Cidade Nova, Saúde e Zona Portuária. Estes povoamentos formariam
comunidades pobres que estas próprias populações denominaram
de favela (posteriormente, o termo se tornaria sinônimo de construções
irregulares das classes menos favorecidas).[nota 1]
Estas comunidades seriam cenário de uma parte significativa da cultura
negra brasileira, especialmente com relação ao candomblé e ao samba
amaxixado daquela época. Dentre os primeiros destaques, estavam o
compositor e agitador cultural pernambucano Hilário Jovino Ferreira — criador
do primeiro rancho carnavalesco do Rio, o "Rei de Ouros", que apresentou
novidades como o enredo, personagens como o casal de mestre-sala e porta-
bandeira e o uso de instrumentos de cordas e de sopro — e as "Tias
Baianas" (como ficaram conhecidas muitas baianas descendentes
de escravos no fim do século XIX).[22]
Dentre as principais "tias baianas", destacaram-se Tia Amélia (mãe de Donga),
Tia Bebiana, Tia Mônica (mãe de Pendengo e Carmem Xibuca), Tia Prisciliana
(mãe de João da Baiana), Tia Rosa Olé, Tia Sadata, Tia Veridiana (mãe de
Chico da Baiana). Talvez a mais conhecida delas tenha sido Hilária Batista de
Almeida - a Tia Ciata.[1] Assim, o samba propriamente como gênero musical
nasceria nos primórdios do século XX nas casas destas "tias baianas", como
um estilo descendente do lundu, das festas dos terreiros entre umbigadas e
pernadas de capoeira, marcado no pandeiro, prato-e-faca e na palma da mão.[5]
[nota 2]

No final dos anos de 1920, com inovações produzidas por compositores  dos
bairros do Estácio de Sá, Osvaldo Cruz e dos morros da cidade, o samba
começou a ganhar mais originalidade adquirindo um formato “genuíno” ou “de
raiz” passando a se consolidar no Rio de Janeiro como uma expressão musical
urbana e moderna, sendo tocado em larga escala nas rádios, espalhando-se
desde os morros cariocas até os bairros da zona sul da cidade. [23]
Variações regionais
Paralelamente ao Rio de Janeiro, outras formas de samba trilhavam outro
desenvolvimento, em especial na Bahia e em São Paulo.[6]
O samba baiano rural adquiriu denominações suplementares, conforme as
variações coreográficas - por exemplo, o "samba-de-chave", em que o
dançarino solista fingia procurar no meio da roda uma chave, e quando a
encontrava, era substituído. A estrutura poética do samba baiano obedecia à
forma verso-e-refrão - composto de um único verso, solista, a que se segue
outro, repetido pelo coro de dançarinos de roda como estribilho. Não havendo
refrão, o samba é denominado samba-corrido, variante pouco comum.
Os cantos tirados por uma cantador, que é um dos instrumentistas ou o
dançarino solista.[6]
Outra peculiaridade do samba baiano era a forma de concurso que a danças às
vezes apresenta, que era uma disputa entre os participantes para ver quem
melhor executava seus detalhes solistas. Afora a umbigada, comum a todo o
samba, o da Bahia apresentava três passos fundamentais: corta-a-
joca, separa-o-visgo e apanha-o-bago. Há também outro elemento
coreográfico, dançado pelas mulheres: o miudinho (este também aparecia
em São Paulo, como dança de solistas em centro de roda.).[6] Os instrumentos
do samba baiano eram o pandeiro, o violão, o chocalho e, às vezes,
as castanholas e os berimbaus.
Em São Paulo, o samba passou do domínio negro para o caboclo. E, na zona
rural, pode se apresentar sem a tradicional umbigada. Há também outras
variantes coreográficas, podendo os dançarinos se dispor em fileiras opostas -
homens de um lado, mulheres de outro. Existem referências a este tipo de
samba de fileiras em Goiás, com a diferença de que lá foi conservada a
umbigada. É possível que a disposição primitiva de roda, em Goiás, tenha sido
alterada por influência da quadrilha ou do cateretê. De acordo com
o historiador Luís da Câmara Cascudo, é possível observar a influência
da cidade no samba pelo fato de ele ser também dançado por par enlaçado.
[6]
 Os instrumentos do samba paulista eram as violas, os adufes e os pandeiros.
O moderno e urbano samba
Primeira geração: Donga, Sinhô e cia
Ver artigos principais: Pelo Telefone e Partido-Alto

Pelo Telefone

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"Pelo Telefone" é considerado o primeiro
samba a ser gravado no Brasil. Disponível
no Acervo de Música e Arquivo Sonoro
da Biblioteca Nacional.

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Primeira Linha

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Composição de Heitor dos Prazeres.
Gravação de 1930 por Benedito Lacerda e
grupo Gente do Morro.

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Samba de fato

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Composto por Pixinguinha e Cícero de
Almeida. Interpretação de Patrício
Teixeira e Trio T.B.T. gravada em 1932.

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No início do século XX, a literatura carioca já registrava frequentemente o


termo samba, que àquela altura estava cada vez mais distante de sua
inspiração folclórica e mais próximo das situações em que diziam respeito ao
ambiente urbano e já mestiçado da então capital brasileira. [8] Comparado com
o maxixe e o tango, o samba aos poucos estava sendo pavimentado e, já
dispondo de instrumentos percussivos, foi gradualmente ganhando
popularidade como ritmo musical do Rio de Janeiro. [24]
Avó do compositor Bucy Moreira, Tia Ciata foi uma das responsáveis pela
sedimentação do samba carioca. Uma das principais lideranças negras da
Cidade Nova, Ciata comandava uma pequena equipe de baianas que vendia
doces e quitutes, confeccionava trajes de baianas para os clubes
carnavalescos oficiais e era muito respeitada por parte da elite carioca.
[21]
 Segundo o folclore de época, para que um samba alcançasse sucesso, ele
teria que passar pela casa de Tia Ciata e ser aprovado nas rodas de samba
das festas, que chegavam a durar dias. Muitas composições foram criadas e
cantadas em improvisos, caso do samba "Pelo telefone" (de Donga e Mauro de
Almeida), samba para o qual também havia outras tantas versões, mas que
entraria para a história da música brasileira como o primeiro a ser gravado,
em 1917. A canção foi composta em 1916, no quintal da casa da Tia Ciata,
na Praça Onze. A melodia, originalmente, intitulava-se Roceiro e foi uma
criação coletiva, com participação de João da
Baiana, Pixinguinha, Caninha, Hilário Jovino Ferreira e Sinhô, entre outros.[1]
Embora outras gravações tenham sido registradas como samba antes de "Pelo
Telefone", foi esta composição assinada pela dupla Donga/Mauro de Almeida
que é considerada como marco fundador do gênero. Ainda assim, a canção
tem autoria discutida e sua proximidade com o maxixe fez com que fosse
designada por fim como samba-maxixe. Esta vertente era influenciada pela
dança maxixe e tocada basicamente ao piano - diferentemente do samba
carioca tocado nos morros - e teve como expoente o compositor Sinhô, auto-
intitulado "o rei do samba", que com outros pioneiros como Heitor dos
Prazeres e Caninha, estabeleceria os primeiros fundamentos do gênero
musical.[5]
Dentro do processo de modernização do samba urbano carioca, surgia também
o futuramente conhecido Samba de partido-alto. Com suas origens
nas umbigadas africanas e é a forma de samba que mais se aproxima da
origem do batuque angolano, do Congo e regiões próximas.[25] O partido-alto
costuma ser dividido em duas partes: o refrão e os versos. A primeira parte é o
núcleo do qual correm soltos os versos improvisados. Esta cantoria é a arte de
criar versos, em geral de improviso e constituído de peças da tradição oral, e
cantá-los sobre uma linha melódica preexistente ou também improvisada,
praticada, em diversas modalidades.[26] Por ter uma essência baseada na
improvisação, o samba de partido-alto passaria a ser muito cantado
principalmente nos chamados "pagodes", habituais reuniões festivas, regadas
a música, comida e bebida, e mais adiante nos terreiros das futuras escolas de
samba cariocas.[25][26]
Segunda Geração: Turma do Estácio e sambistas do morro
Ver artigo principal: Turma do Estácio

Morro da Mangueira: reduto de sambistas como Cartola e Nelson Cavaquinho.

Na Pavuna
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Gravação de 1929 por Almirante (samba
composto por Homero Dornelas). Sucesso
no carnaval de 1930.

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O que será de mim


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Gravação de 1931 por Francisco Alves e
Mário Reis (samba composto por Ismael
Silva, Nilson Bastos e Francisco Alves)).

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Agora é Cinza
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Gravação de 1933 por Mario Reis (samba
composto por Bide e Marçal). Samba
campeão do carnaval de 34.

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Durante as primeiras décadas do século XX, a especulação imobiliária se


espalhava pela cidade do Rio de Janeiro. Com isso, formaram-se diversos
morros e favelas no cenário urbano carioca. O samba carioca que havia
nascido no centro da cidade galgaria as encostas dos morros e se alastraria
pelos subúrbios da cidade. Estes locais seriam o celeiro de novos talentos
musicais e da consolidação moderna do samba urbano carioca surgido com as
"tias baianas". Foram inovações tão importantes que perduram até os dias
atuais dentro do samba carioca urbano, mais tarde alçado à condição de
"nacional".[7][11]
O grande propulsor de mudanças dentro do samba urbano carioca foi o bairro
de Estácio de Sá. O Estácio de Sá era um bairro popular e com grande
contingente de pretos e mulatos. Segundo o historiador José Ramos Tinhorão,
era reduto de malandros - considerados pelas classes altas - "perigosos". [nota
3]
 Foi nesse bairro que se gestaria o novo e definitivo samba urbano carioca,
com a chamada "Turma do Estácio", onde surgiria a Deixa Falar, a
primeira escola de samba brasileira.[nota 4] Inicialmente um rancho carnavalesco,
posteriormente um bloco carnavalesco e por fim, uma escola de Samba, a
Deixa Falar teria sido a primeiro a desfilar no carnaval carioca ao som de uma
orquestra de percussões formada por surdos, tamborins e cuícas, aos quais se
juntavam pandeiros e chocalhos. Formada por alguns compositores do bairro
do Estácio, entre os quais Alcebíades Barcellos (o Bide), Armando
Marçal, Ismael Silva, Nilton Bastos e mais os malandros-
sambistas Baiaco, Brancura, Mano Edgar, Mano Rubem, a "Turma do
Estácio" marcaria a história do samba brasileiro por injetar ao gênero uma
cadência mais picotada, que teve endosso de filhos da classe média, como o
ex-estudante de direito Ary Barroso e o ex-estudante de medicina Noel Rosa.
Este conjunto instrumental foi chamado de "bateria" e prestava-se ao
acompanhamento de um tipo de samba que já era bem diferente dos
de Donga, Sinhô e Pixinguinha, ou seja, um samba que adquiria uma
característica de música mais "marchada" e que fosse devidamente ritmado de
forma que pudesse ser acompanhado no desfile de carnaval. Assim, essa
aceleração rítmica distanciava-se, sem deixar de ser batucado, do
andamento amaxixado de figuras proeminentes da "primeira geração" do
samba urbano carioca, que não se conformavam com o estilo que ganhava
mais e mais adeptos. Para essa primeira geração, as modificações da Turma
do Estácio eram uma deturpação ao samba.[11] Outra mudança estrutural
decorrente do samba da Turma do Estácio foi a valorização das segundas
partes da letra e música das composições. Em lugar de usar a típica
improvisação das rodas de samba de partido-alto, houve a consolidação de
sequências preestabelecidas, que teriam um tema (por exemplo:
o cotidiano carioca, o amor) e a possibilidade de se encaixar tudo dentro dos
padrões de gravações fonográficas da época, de 78 rpm (algo em torno de três
minutos).[11]
As inovações rítmicas dos sambistas da Estácio de Sá foram assimiladas por
blocos carnavalescos em Osvaldo Cruz e também alcançaram os morros
da Mangueira, Salgueiro e São Carlos, já que suas rodas de samba eram
frequentadas por compositores dos morros cariocas, como Cartola e Gradim
(da Mangueira), Canuto (do Salgueiro), Ernani Silva, o Sete (do subúrbio de
Ramos), e posteriormente outros futuros bambas como Nelson
Cavaquinho, Carlos Cachaça e Geraldo Pereira, Paulo da Portela, Alcides
Malandro Histórico, Manacé, Chico Santana, Molequinho, Aniceto do Império
Serrano. Acompanhados por um pandeiro, um tamborim, uma cuíca e
um surdo, estes compositores terminariam por influenciar e lapidar as
características essenciais desse novo samba carioca urbano. [6] Esse samba
feito à moda do Estácio de Sá e dos sambistas dos morros cariocas viria a se
firmar como o samba carioca "por excelência", e com o passar do tempo, "de
raiz", "autêntico".[28]

Grupo de samba em morro carioca, 1936.

Difusão e "nacionalização" do samba carioca


Entre o final da década de 1920 e meados da década de 1940, o samba
urbano carioca deixaria de ser considerado expressão local (como são tidos
sambas em outras partes do país) para ser elevado, com auxílio do Estado, a
um status de "símbolo nacional".[nota 5][9] Esse samba oriundo de uma região do
Rio de Janeiro espalhava-se por outras áreas da cidade, não apenas com os
sambas de carnaval, mas também com novas formas dentro do estilo moderno
carioca, como o samba-canção e o samba-exaltação. Difundidos pelas ondas
do rádio, estes estilos cariocas seriam conhecidos em outras partes do Brasil,
que, com a influência do governo federal brasileiro (mais propriamente partir
dos projetos político-ideológicos do Estado Novo de Getúlio Vargas), elevaria o
samba local da cidade do Rio de Janeiro à condição de samba "nacional" -
muito embora existam outras formas e práticas do samba no país. [nota 6][7] A
aproximação do Estado brasileiro com a música popular deu-se também pela
oficialização, em 1935, do desfile de carnaval pela Prefeitura do então Distrito
Federal.
No período de consolidação do samba carioca como "samba nacional",
surgiram uma nova safra de intérpretes, que obtiveram grande sucesso
radiofônico, como Francisco Alves, Mário Reis, Orlando Silva, Silvio
Caldas, Carmen Miranda, Aracy de Almeida, Dalva de Oliveira, entre outros, e
despontaram muitos compositores oriundos da classe média, como Noel
Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo, Braguinha (conhecido também como João
de Barro) e Ataulfo Alves. E mais tarde, Assis Valente, de Ataulfo Alves,
de Custódio Mesquita, de Dorival Caymmi, de Herivelto Martins, de Pedro
Caetano, de Synval Silva, que conduziram esse samba para caminhos ao
gosto da indústria musical.[5]
Novos formatos dentro do samba carioca
Ver artigo principal: Samba-canção, Samba-choro, Samba
sincopado, Samba de breque

Uva de caminhão

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Composto por Assis Valente. Gravação de
1939 por Carmem Miranda.

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Um dos carros-chefes das programações das emissoras de rádios na década


de 1930 eram as composições de samba-canção, lançado inicialmente
em 1928 com a gravação "Ai, Ioiô" (de Henrique Vogeler), na voz de Aracy
Cortes. Também conhecido como samba de meio do ano, o samba-canção se
firmou na década seguinte. Era uma forma mais lenta e cadenciada do samba
e tinha como ênfase musical uma melodia geralmente de fácil aceitação. Esta
vertente foi influenciado mais tarde por ritmos estrangeiros, primeiramente
pelo fox e, na década de 1940, pelo bolero de enredos sentimentais. Se o
samba carioca moderno dos sambistas da Estácio e dos morros tratava de
temas diversos como malandragem, mulheres comportadas, favelas, o samba-
canção destacava os sofrimentos amorosos. Além de "Ai, Ioiô", alguns outros
clássicos do samba-canção foram "Risque", "No Rancho
Fundo", "Copacabana" e "Ninguém Me Ama". Com o passar dos anos, outros
artistas ganharam notoriedade no estilo, como Antônio Maria, Custódio
Mesquita, Dolores Duran, Fernando Lobo, Henrique Vogeler, Ismael
Neto, Lupicínio Rodrigues e Batatinha. O samba-canção seria ainda uma das
principais fontes de inspiração da bossa nova no final da década de 1950.
Outra variante que surgia na década de 1930 era o samba-choro, que como
aponta o nome, misturava o fraseado instrumental do choro (com flauta) ao
batuque do samba. Entre as primeiras composições no estilo, figuram "Amor
em excesso" (de Gadé e Valfrido Silva, em 1932) e "Amor de
parceria" (de Noel Rosa, em 1935). Ainda naquele período, Heitor dos
Prazeres lançou o samba "Eu choro" e o termo "breque" (do inglês break),
então popularizado com referência ao freio instantâneo dos novos automóveis.
Era o surgimento do samba-de-breque, variante do samba-choro caracterizada
por um ritmo acentuadamente sincopado com paradas bruscas, os chamados
breques, durante a música para que o cantor fizesse uma intervenção -
geralmente frases apenas faladas, diálogos ou comentários bem humorados do
cantor, que confere graça e malandragem na narrativa. Luís Barbosa foi o
primeiro a trabalhar este tipo de samba, que conheceu em Moreira da Silva o
seu expoente máximo. Outro destaque desta vertente foi Germano Mathias.
Escolas de samba e oficialização do desfile de Carnaval
Ver artigo principal: Carnaval do Rio de Janeiro, Escola de samba, Samba-
enredo, Samba de terreiro
Depois da fundação da Deixa Falar, o fenômeno das escolas de samba tomou
conta do cenário carioca.
O desfile competitivo das escolas de samba foi idealizado pelo jornalista
pernambucano Mário Filho (irmão do dramaturgo Nelson Rodrigues), que
organizou através do seu periódico Mundo Sportivo o primeiro certame oficial,
no ano de 1932.[30][31][32]
Juntamente com as escolas de samba que galgaram estágios de aceitação,
admiração e paternalização através dos anos, o samba-enredo se tornou um
dos símbolos nacionais. Inicialmente, o samba-enredo não tinha enredo, mas
isso mudou quando o Estado - notadamente durante o Estado Novo de Getúlio
Vargas - assumiu a organização dos desfiles e obrigou o sambas-enredo a ser
sobre a história oficial do Brasil. A letra do samba-enredo conta uma história
que servirá de enredo para o desenvolvimento da apresentação da escola de
samba. Em geral, a música é cantada por um homem, acompanhado sempre
por um cavaquinho e pela bateria da escola de samba, produzindo uma textura
sonora complexa e densa, conhecida como batucada.
Durante a década de 1930, era costume em um desfile de escola de samba
que, na primeira parte, esta apresentasse um samba qualquer e, na segunda
parte, os melhores versadores improvisassem, geralmente com sambas saídos
do terreiros das escolas (atuais quadras). Estes últimos ficaram conhecidos
como sambas-de-terreiro. Iniciadas nos moldes dos ranchos carnavalescos, as
escolas de samba – inicialmente com Mangueira, Portela, Império
Serrano, Salgueiro e, nas décadas seguintes, com Beija-Flor, Imperatriz
Leopoldinense e Mocidade Independente – cresceriam ao logo das décadas
seguintes até dominarem o Carnaval carioca, transformando-o em um grande
negócio com forte impacto no movimento turístico.
A influência do Estado na promoção do samba carioca
Ver artigo principal: Samba-exaltação

Carmen Miranda no filme The Gang's All Here. Cantora luso-brasileira ajudou a divulgar o samba
em nível internacional.
O presidente Getúlio Vargas deu grande suporte a popularização e
consolidação do samba carioca urbano, em detrimento a outras variedades de
samba cultivadas em outras regiões do país (assim como de outros gêneros
musicais bastante populares regionalmente, como emboladas, cocos, a música
caipira paulista). Principalmente durante o Estado Novo, o governo brasileiro
patrocinava apresentações públicas de intérpretes populares desse samba em
eventos badalados - como o "Dia da Música Popular" e a "Noite da Música
Popular". Símbolo da elite carioca, o Teatro Municipal do Rio de
Janeiro passou a receber artistas renomados do samba. Em uma ação para
promover o estilo como produto genuinamente "nacional", as transmissões
radiofônicas oficiais incumbiam-se de levar o samba carioca urbano ao exterior.
Houve até programas irradiados para a Alemanha nazista diretamente do
terreiro da escola de samba Mangueira. Alguns cantores também integravam
comitivas presidenciais em viagem ao estrangeiro.

Villa-Lobos foi um dos intelectuais renomados que reconheceram o valor do samba.

Além de ganhar status de "música nacional" durante a Era Getúlio Vargas, o


samba (carioca urbano) passou a ter também reconhecimento dentro de
setores da elite cultural nacional. Entre eles, o maestro Heitor Villa-Lobos, que
ajudou a organizar uma gravação com o maestro erudito norte-
americano Leopold Stokowski no navio Uruguai, em 1940, do qual
participaram Cartola, Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Zé da
Zilda. Cassinos e o cinema foram outros instrumentos que ajudaram a
consolidar a posição do samba (carioca urbano) como símbolo musical
nacional - a cantora luso-brasileira Carmen Miranda, bastante popular à época,
conseguiu projetar esse samba internacionalmente a partir de filmes.
A ideologia do Estado Novo de Getúlio Vargas ajudou a retirar a imagem de
marginalidade samba carioca, outrora negativamente associada "como antro
de malandros e desordeiros",[33] O Departamento de Imprensa e
Propaganda procurava coagir compositores a abandonarem a temática da
malandragem nos seus sambas, através de políticas de aliciamento ou na base
da censura. É do final dos anos trinta do século XX que surgiria um estilo de
samba de "caráter legalista", conhecido mais tarde como samba-exaltação (ou
também "samba da legalidade").[5] O samba-exaltação caracterizava-se por
composições em exaltação ao trabalho (como na notória letra de "O Bonde
São Januário", parceria de Ataulfo Alves) com o "malandro consagrado" Wilson
Batista, sucesso do carnaval de 1941) ou ao país (como "Aquarela do Brasil",
de Ary Barroso, gravada por Francisco Alves em 1939, e que se transformou
no primeiro sucesso musical brasileiro no exterior). Apesar da atuação do
Estado na cooptação de sambistas, havia compositores que tentavam driblar o
poder censório ditatorial, com letras carregadas de sutilezas e ironias (como
em "Recenseamento", de Assis Valente, que embora pareça reproduzir o
discurso de exaltação ao "Brasil grande e trabalhador", desmonta os
argumentos oficiais).[34]
Influências externas no samba urbano
Ver artigo principal: Samba de gafieira, Sambalada, Bossa
Nova, Sambalanço
Promovido pelo governo federal, pelo carnaval das escolas de samba e
pela radiodifusão, o samba consolidou-se não apenas como um dos gêneros
mais aceitos da população brasileira, mas também como sinônimo da
identidade nacional do Brasil. No início da década de 1940, o “mundo inteiro vê
o Brasil como berço do carnaval e do samba."[35] No entanto, esse samba
entronizado pela indústria fonográfica ficava cada vez mais distante das
matizes cultivadas nos morros cariocas.[36]
Ao longo dos anos quarenta e cinquenta, ritmos
latinos e estadunidenses influenciaram esse samba "radiofônico", de onde
surgiram as variações dançantes e sincopadas samba-choro e samba de
gafieira.[nota 7] O samba-de-gafieira nasceu sob influência das grandes orquestras
norte-americanas, que tocavam música geralmente instrumental adequada
para danças praticadas em salões públicos, gafieiras e cabarés, que chegavam
ao Brasil em meados da década de 1940 e se espalharam ao longo da década
de 1950. Dentro do samba-canção nasceu a sambalada, com letras românticas
e ritmo lento como as baladas lançadas no mercado brasileiro.
No final da década de 1950, nasceria o principal a bossa nova. Nascida na
zona sul do Rio de Janeiro e fortemente influenciado pelo jazz, a Bossa Nova
marcaria a história do samba e da música popular brasileira com uma
acentuação rítmica original - que dividia o fraseado do samba e agregava
influências do impressionismo erudito e do jazz - e um estilo diferente de
cantar, intimista e suave.[37] Após precursores como Johnny Alf, João Donato e
músicos como Luís Bonfá e Garoto, este subgênero foi inaugurado por João
Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e teria uma geração de discípulos-
seguidores como Carlos Lyra, Roberto Menescal, Durval Ferreira e grupos
como Tamba Trio, Bossa 3, Zimbo Trio e Os Cariocas.
Também no final da década de 1950, surgiria o sambalanço, uma ramificação
popular da bossa nova (que era mais apreciada pela classe média). Também
misturava o samba com ritmos norte-americanos como o jazz. Este estilo
projetou artistas como Orlandivo, Ed Lincoln e Seu Conjunto, Miltinho, entre
outros. Surge também o samba-jazz de J.T. Meirelles.[38]
Reaproximação com o morro
Ver artigo principal: Bienal do Samba
Nelson Sargento em show no Sesc Esquina, Curitiba, em 2007. Artista integrou o conjunto A Voz do
Morro.

Com a bossa nova, o samba tocado nas rádios estava ainda mais longe de
suas raízes populares. A influência do jazz aprofundou-se e foram incorporadas
técnicas musicais eruditas. A partir de um festival no Carnegie Hall de Nova
Iorque, em 1962, a bossa nova alcançou sucesso mundial. Mas ao longo das
décadas de sessenta e setenta, muitos artistas que surgiam - como Chico
Buarque de Holanda, Nara Leão, Carlos Lyra, Billy Blanco, Martinho da
Vila e Paulinho da Viola defenderam o retorno do samba a sua batida
tradicional, com a reaparição de veteranos como Candeia, Cartola, Nelson
Cavaquinho e Zé Kéti.
No início da década de 1960 foi criado o "Movimento de Revitalização do
Samba de Raiz", promovido pelo Centro Popular de Cultura, em parceria com
a União Nacional dos Estudantes. Foi o tempo do aparecimento do
bar Zicartola, dos espetáculos de samba no Teatro de Arena e no Teatro Santa
Rosa e de musicais como "Rosa de Ouro". Produzido por Hermínio Bello de
Carvalho, o "Rosa de Ouro" revelou Araci Cortes e Clementina de Jesus.
Dentro da bossa nova surgiram dissidências, e parte do movimento, juntamente
com artistas da então nascente Música Popular Brasileira, se aproximou de
sambistas tradicionais, especialmente de Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kéti
e, mais adiante, Candeia, Monarco, Monsueto e Paulinho da Viola.[1] A exemplo
do sambista Paulo da Portela, que intermediou as relações do morro com a
cidade quando o samba era perseguido, Paulinho da Viola - também
da Portela - seria uma espécie de embaixador do gênero tradicional diante de
um público mais vanguardista, entre os quais os tropicalistas. Também do
interior da bossa nova apareceria Jorge Ben para dar sua contribuição autoral
mesclada com o rhythm and blues norte-americano, que mais adiante
suscitaria o aparecimento de um subgênero apelidado "suíngue" (ou samba-
rock).[5] Outros artistas do gênero são Bebeto, Bedeu, Branca di Neve e Luís
Vagner.[39]
Durante os anos sessenta, apareceram grupos formados por sambistas com
experiências anteriores no universo do samba, entre os quais, Os Cinco
Crioulos (composto por Anescarzinho do Salgueiro, Elton Medeiros, Nelson
Sargento, Jair do Cavaquinho e Paulinho da Viola, substituído mais tarde
por Mauro Duarte), A Voz do Morro (composto por Anescarzinho do Salgueiro,
Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento, Oscar Bigode, Paulinho
da Viola, Zé Cruz e Zé Kéti), Mensageiros do Samba (Candeia e Picolino da
Portela), Os Cinco Só (Jair do Cavaquinho, Velha, Wilson
Moreira, Zito e Zuzuca do Salgueiro).
Fora da cena principal dos chamados festivais de Música Popular Brasileira, o
samba encontraria na Bienal do Samba, no final dos anos sessenta, o espaço
destinado a grandes nomes do gênero e seguidores. Ainda naquele final de
década, aparecia o chamado "samba-empolgação" dos blocos
carnavalescos Bafo da Onça (Catumbi), Cacique de Ramos (Olaria) e Boêmios
de Irajá (Irajá).[1]
Ainda na década de 1960, surgiu o samba-funk. O samba-funk surgiu no final
da década de 1960 com o pianista Dom Salvador e o seu Grupo Abolição, que
mesclavam o samba com o funk norte-americano recém-chegado em terras
brasileiras.[40] Com a ida definitiva de Don Salvador para os Estados Unidos, o
grupo encerrou as atividades, mas no começo da década de 1970 alguns ex-
integrantes como Luiz Carlos Batera, José Carlos Barroso e Oberdan
Magalhães se juntaram a Cristóvão Bastos, Jamil Joanes, Cláudio Stevenson e
Lúcio da Silva para formar a Banda Black Rio. O novo grupo aprofundou o
trabalho de Don Salvador na mistura do compasso binário do samba brasileiro
com o quaternário do funk americano, calcado na dinâmica de execução,
conduzida pela bateria e baixo. Mesmo após o fim da Banda Black Rio, em
1980, DJs britânicos passaram a divulgar o trabalho do grupo e o ritmo fora
redescoberto em toda a Europa, principalmente na Inglaterra e Alemanha.
[1]
 Vindo de uma viagem aos Estados Unidos, Tim Maia chega ao Brasil e
promove uma mistura samba, bossa nova, soul music, funk e baião.
Revalorização comercial do samba urbano
Ver artigo principal: Partido-Alto, Samba-joia

Adoniram Barbosa, considerado o pai do samba paulista, compôs e gravou grandes sucessos
como Saudosa Maloca, Trem das Onze, Samba do Arnesto, Iracema entre outros...

A década de 1970 marcaria um período de revalorização do samba, com a


projeção comercial de uma nova geração de artistas, como Alcione, Beth
Carvalho e Clara Nunes,[nota 8] Bezerra da Silva, João Nogueira, Nei
Lopes, Roberto Ribeiro e Wilson Moreira, que juntamente com Paulinho da
Viola, Martinho da Vila e Elton Medeiros se firmariam como a nova geração do
samba brasileiro, enquanto sambistas da chamada "velha guarda",
como Candeia, Cartola e Nelson Cavaquinho, se consagraram com a gravação
de seus próprios trabalhos individuais. Como o samba passou a ser novamente
muito executado nas emissoras de rádio, muitos destes artistas chegaram até a
alcançar os primeiros lugares nas paradas, com grande destaque para sua
vertente partido-alto e ao que alguns chamaram como samba-joia.
Embora o termo tenha surgido no início do século XX nas rodas na casa da Tia
Ciata, inicialmente para designar música instrumental, samba-de-partido-
alto passou a ser difundido comercialmente, durante a década de 1970, como
um estilo de samba marcado por uma batida de pandeiro altamente percussiva,
com uso da palma da mão no centro do instrumento para estalos. Sua
harmonia é sempre em tom maior, geralmente tocado por um conjunto de
instrumentos de percussão (normalmente surdo, pandeiro e tamborim) e
acompanhado por um cavaquinho e/ou por um violão.[26] Um de seus principais
expoentes foi Martinho da Vila, tido como responsável não apenas por trazer o
estilo partido-alto - então cultivado quase que exclusivamente pelos moradores
dos morros cariocas ligados às escolas de samba - ao público em geral, como
também por ter suavizado suas formas, dando-lhe mais musicalidade e lhe
conferindo versos mais concisos, embora esse partido-alto assimilado
pela indústria fonográfica é feito de solos escritos, e não mais improvisados e
espontâneos, segundo os cânones tradicionais.[26][41]
Paralelo ao samba de partido-alto comercializado pela indústria fonográfica, um
outro grupo de artistas desenvolveu uma produção comercial importante.
Representados por Agepê, Antonio Carlos e Jocafi, Benito Di Paula, Luiz
Ayrão, Jorginho do Império, Os Originais do Samba e Tom e Dito, esse tipo de
samba ficou conhecido pela pejorativa de samba-joia ou sambão-joia.[nota 9] Em
um cenário marcado pelo samba sofisticado e engajado
da MPB representantes como João Bosco e Aldir Blanc, o sambão-joia foi
muito utilizado por críticos musicais que atacavam uma suposta qualidade
duvidosa desse samba por ser mais romântico ou despolitizado. [42] Outros
críticos, no entanto, valorizavam o fato deste estilo de samba recolocá-lo nas
principais emissoras de rádio e TV do país, ajudar a impulsionar vendas
expressivas de discos de samba naquela década e até de contribuir com de
alguma forma com a linha evolutiva da música popular do Brasil. [1][42]
Na cidade de São Paulo, Geraldo Filme era um dos principais nomes do samba
— ao lado de Adoniran Barbosa, Germano Mathias, Osvaldinho da
Cuíca, Tobias da Vai-Vai, Aldo Bueno e o grupo de samba Demônios da
Garoa. Sambista da Barra Funda, um reduto do samba paulistano, Filme era
também frequentador das rodas de "Tiririca", no Largo da Banana, e montou os
espetáculos "Balbina de Yansã" e "Pagodeiros da Pauliceia", em parceria
com Plínio Marcos.
O sambista paulista Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato,
paulista de Valinhos, interior do estado de São Paulo, fez o samba crescer
exponencialmente, sendo considerado pelos paulistanos o pai do samba
paulista. Na década de cinquenta, ajudou o samba ganhar notoriedade no
Brasil e no mundo. Já devidamente reconhecido, foi relembrado e regravado
com mais frequência nos anos setenta por vários artistas populares. Canções
como Trem das Onze e Saudosa Maloca viajaram o mundo e foram regravados
inclusive por artistas internacionais como, por exemplo, o cantor italiano,
Fabiano La Falce, que verteu a canção para o idioma italiano. Adoniran
circulava tranquilamente na cidade de São Paulo compondo e cantando
sambas populares, que logo caiam no gosto dos paulistanos, era comum
mencionar os nomes dos bairros paulistanos em suas canções.
Em Salvador, compositores como Riachão, Panela, Batatinha, Garrafão e
Goiabinha, foram seguidos por Tião Motorista, Chocolate, Nélson Balalô, J.
Luna, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Walmir Lima, Roque Ferreira, Walter
Queiroz, Paulinho Boca de Cantor e Nelson Rufino, que mantiveram a tradição
do samba de roda.
Pagode: samba consolida-se como produto
Ver artigos principais: Pagode (música) e Samba-rap

Zeca Pagodinho é um dos sambistas mais populares do Brasil.

Depois de um período de esquecimento onde as rádios eram dominadas


pela disco music e pelo rock brasileiro, o samba consolidou sua posição no
mercado fonográfico na década de 1980, especialmente impulsionado por um
novo estilo, que foi batizado de pagode. Com características do choro e um
andamento de fácil execução para os dançarinos, o pagode é basicamente
dividido em duas tendências. A primeira delas é mais ligada ao partido-alto,
também chamada de pagode de raiz, que conservava a linhagem sonora e
fortemente influenciada por gerações passadas. A segunda tendência,
considerada mais "popular", ficou conhecida como "pagode-romântico" e
passou a ter grande apelo comercial na década de 1990 em diante.
Nascido no final da década anterior, por meio das rodas de samba que um
grupo de cantores e compositores faziam embaixo da tamarineira da quadra do
Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, o pagode era um samba renovado,
que utilizava novos instrumentos que davam uma sonoridade peculiar àquele
grupo, como o banjo com braço de cavaquinho (criado por Almir Guineto) e
o tantã (criado por Sereno), e uma linguagem mais popular.
Pontuado pelo banjo e pelo tantã, o pagode seria uma resposta ao ocaso do
samba no início dos anos oitenta, que teria obrigado os seus seguidores a se
reunirem em fundos de quintal para mostrar suas novas composições diante de
uma plateia de vizinhos. Este ramal do samba, movido a partido-alto, revelaria
inicialmente nomes como Almir Guineto, Jorge Aragão, Jovelina Pérola
Negra e Zeca Pagodinho (o único que se firmaria ao fim da onda inicial) - além
do Grupo Fundo de Quintal, que revelaria ainda a dupla Arlindo
Cruz e Sombrinha. Também partideiro, da década anterior, Bezerra da
Silva emplacaria seus chamados "sambandidos", canções com enredos que
documentavam a guerra civil da sociedade partida. [5]
Em meio da euforia consumista do Plano Cruzado, os pagodeiros se
mostraram excelentes vendedores de discos - sempre mais de 100 mil cópias
por lançamento - e conquistaram seu espaço na grande mídia, de onde não
saíram mais do rádio e da TV. Esse pagode, cujo auge mercadológico
verificou-se exatamente em 1986, teve como mola mestra estética a ampla
exposição e revalorização do partido-alto, modalidade de samba, até então de
pouquíssima visibilidade. Assim, as rodas de samba de "fundos de
quintal" revelaram ou confirmaram o talento de muitos bons versadores,
cultores da velha arte, como a dupla que reunia o conhecido Zeca Pagodinho e
o desconhecido Deni de Lima, sobrinho de Osório Lima, legendário compositor
do Império Serrano.[26]
De uma curtição exclusivamente suburbana, os pagodes (tanto a festa, com
suas comidas e bebidas, quanto o novo estilo) se tornaram moda também nos
bairros da zona sul do Rio e em diversos localidades do Brasil. O ímpeto aos
poucos diminuiu, com a consequente queda de poder aquisitivo do seu maior
público consumidor – as classes menos abastadas. Mas logo, uma nova
modalidade desse subgênero, bem mais comercial e desvinculada das raízes,
passaria a ser conhecida como pagode.[43]
No final da década de 1980, o pagode enchia salões e, no início dos anos
noventa. A indústria fonográfica, já amplamente orientada para
a globalização pop, usurpou o termo pagode, batizando com ele uma forma
diferente de fazer samba que guardava poucos elementos com o samba
inovador da década anterior, massificando-o de forma enganosa. Essa diluição
partia majoritariamente da cidade de São Paulo, o que engendrou o rótulo
equivocado de "pagode paulista".[26] E seus principais arautos foram os músicos
de um grupo que, inclusive, segundo as edições em partitura de seus primeiros
lançamentos, pretendia estar fazendo o que se chamava de "samba-rock", mas
na verdade eram mais uma variação mais pop do samba-rock. [43] Assim, as
grandes gravadoras criaram um novo tipo de pagode, que muitos chamariam
de "pagode romântico", "pagode comercial", ou simplesmente tachado
de "pagode".

Marcelo D2 foi o pioneiro em misturar hip hop com samba.


Vertente mais distanciada do pagode "de raiz" do final dos anos setenta, esse
pagode "romântico" se tornaria um fenômeno comercial, com o lançamento de
dezenas de artistas e grupos paulistas, mineiro e carioca, entre os quais se
destacou inicialmente o grupo Raça Negra e também os grupos Raça, Só pra
Contrariar, Katinguelê, Só Preto Sem Preconceito, Negritude Júnior, Art
Popular, Exaltasamba, Irradia Samba, Kaô do Samba, Os
Travessos, Soweto e Molejo entre outros. Sua massificação nas emissoras de
rádios e TVs ajudou a melhorar a arrecadação de direitos autorais e fez com
que as músicas norte-americanas ficassem em segundo lugar em arrecadação
durante aquela década, algo inédito no Brasil. A maioria desses grupos se
desfizeram, mas outros apareceram nos últimos anos, de forma que ainda é
um dos ritmos mais ouvidos no Brasil. Apesar disso, este tipo de pagode
desagrada grande parte da crítica musical, que questiona especialmente a
qualidade das músicas.[1] Ainda nos anos noventa, apareceram mais duas
fusões de samba com outros gêneros musicais. O primeiro deles foi o samba-
rap, criado nas favelas e presídios paulistanos e cariocas. O outro foi o samba-
reggae, este surgido a partir de manifestação de grupos baianos, cariocas e
paulistas em modificar o pagode tradicional e o transformar em um samba
suingado.
Em meados dos anos noventa surgiu no Estado da Bahia o que se chama
de pagode baiano. Este estilo é caracterizado como uma mistura
de Pagode e samba de roda.[44] Este tipo de música ficou famosa pela intensa
vendagem de discos de grupos como É o Tchan (antigo Gera
Samba), Harmonia do Samba, Terra Samba, Psirico e muitos outros que se
destacara na cena musical baiana.[45] Por serem de origem baiana, o samba-
reggae e o pagode baiano são erroneamente chamados de axé music.[45][46]
Ainda na década de 1990, viu o surgimento de artistas do chamado funk
carioca, um gênero de música eletrônica inspirado nos gêneros miami
bass e freestyle.[47] m 1997, Mestre Jorjão da bateria da Viradouro introduziu a
"paradinha funk" no desfile de carnaval.[48]
Samba urbano contemporâneo

Diogo Nogueira, um dos novos artistas do chamado samba de raiz.

A partir do ano 2000, surgiram alguns artistas que buscavam se reaproximar do


samba mais vinculado à estilo consolidado nos morros cariocas, muitas vezes
chamado "samba de raiz". Foram os casos de Marquinhos de Oswaldo
Cruz, Diogo Nogueira (filho de João Nogueira),[49] Teresa Cristina e Grupo
Semente,[50] Casuarina,[51] entre outros, que contribuíram para a reabilitação da
região da Lapa, no Rio de Janeiro. Outros nomes surgiram nesse tradicional
reduto do samba, como o compositor Edu Krieger, que foi gravado por nomes
como Roberta Sá e Maria Rita, a cantora Manu Santos, novata revelada no
festival mais importante da Lapa nos dias atuais, a Mostra de Talentos do
Carioca da Gema - que também trouxe nomes como Eliza Ador, Roberta
Espinosa, Moyseis Marques entre vários outros. Em São Paulo, o
grupo Quinteto em Branco e Preto desenvolve o evento (no bairro de Santo
Amaro) "Samba da Vela" - no qual seus participantes só cantam sambas
inéditos de compositores desconhecidos da indústria musical. [52][53] Isso tudo
contribuiu para atrair vários artistas do Rio de Janeiro que, além de shows,
fixaram residência em bairros da capital, como São Mateus.[1] Já grupos como
o Funk Como Le Gusta[54] e Clube do Balanço deram continuidade aos bailes
inspirados na época do sambalanço e do samba-rock.[55]
Surge uma variante da música eletrônica, o drum and bossa, um misto de
samba, drum and bass e bossa nova,[56] representado pelos artistas Fernanda
Porto, Kaleidoscópio[57] e os DJs Ramilson Maia, Marky[58] e Patife.[59]
Em 2004, o então ministro da cultura Gilberto Gil apresentou à Unesco o
pedido de tombamento do samba como Patrimônio Cultural da Humanidade, na
categoria "Bem Imaterial", através do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.[60][61] A data foi criada por iniciativa de
um vereador de Salvador, Luis Monteiro da Costa, em homenagem a Ary
Barroso, que havia composto "Na Baixa do Sapateiro" embora sem ter
conhecido a Bahia. Assim, 2 de dezembro marcou a primeira visita de Ary
Barroso a Salvador. Inicialmente, o Dia do Samba era comemorado apenas em
Salvador, mas acabou transformado em data nacional. [62]
No ano seguinte, o samba-de-roda do Recôncavo Baiano foi
proclamado "Patrimônio da Humanidade" pela Unesco, na categoria
de "Expressões orais e imateriais".[14] Em 2007, o IPHAN conferiu registro oficial,
no Livro de Registro das Formas de Expressão, às matrizes do samba do Rio
de Janeiro: samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo.[60][61]
Em meados da década de 2000 e início da década de 2010 surgem grupos de
"rock-samba", que tocam versões covers de canções de rock e pop em ritmo
de samba,[63] tais como Sambô, Bamboa, o bloco Sargento Pimenta, Oba Oba
Samba House, entre outros.[64][65]

Instrumentos de samba
O samba é tocado basicamente por instrumentos de percussão e
acompanhado por instrumentos de corda. Em vertentes como o samba-
exaltação e o samba-de-gafieira, foram acrescentados instrumentos de sopro.
Instrumentos básicos

 Cavaquinho
 Violão
 Pandeiro
 Surdo
 Tamborim
 Tantã
 Bandolim
 Banjo
 Repique
Estilos de samba
 Vertentes do Samba:
o Samba de raiz
o Partido-alto
o Pagode
o Bossa Nova
o Samba-batido
o Samba de breque
o Samba-canção
o Samba-chulado
o Samba-corrido
o Samba-enredo
o Samba-exaltação
o Samba-raiado
o Samba de roda
o Samba de terreiro
 Samba misturado com outros gêneros
o Samba-choro
o Samba-funk
o Samba de gafieira
o Sambalanço
o Samba jazz
o Samba-maxixe
o Samba-rap
o Samba-reggae
o Samba-rock
o Sambalada
o Sambolero

O samba na cultura popular


Da mesma forma que o batuque, já desde o início do século XIX, a
palavra samba se estendeu como designação de qualquer tipo
de baile popular, sinônimo de arrasta-pé, bate-chinela, brincadeira, balança-
flandre, baiana, cateretê, fandango, fobó, forró, forrobodó, função, fungangá, p
agode, xiba, zambê, entre outros.[6]
Além de ritmo e compasso definidos musicalmente, traz historicamente em seu
bojo toda uma cultura de comidas (pratos específicos para ocasiões), danças
variadas, (miudinho, coco, samba de roda, pernada), festas, roupas (sapato
bico fino, camisa de linho etc), e ainda a pintura naif, de nomes consagrados
como Nelson Sargento, Guilherme de Brito e Heitor dos Prazeres, além de
artistas anônimos das comunidades (pintores, escultores, desenhistas e
estilistas) que confeccionam as roupas, fantasias, alegorias carnavalescas e os
carros abre-alas das escolas de samba.[nota 10]
Samba em outras partes do mundo
Além de ser um dos gêneros musicais mais populares do Brasil, o samba é
bastante conhecido no exterior. É reconhecido também como símbolo
brasileiro, ao lado do futebol e do carnaval. Esta história começou com o
sucesso internacional de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, seguiu
com Carmen Miranda (apoiada pelo governo Getúlio Vargas e a política da boa
vizinhança norte-americana), que levou o samba para os Estados Unidos,
passou ainda pela bossa nova, que inseriu definitivamente o Brasil no cenário
mundial da música. O percussionista Paulinho Da Costa, atualmente vivendo
em Los Angeles, incorporou os ritmos e instrumentação do samba nos álbuns
de centenas de norte-americanos, incluindo o produtor Quincy Jones, o
jazzista Dizzy Gillespie, a banda de soul/funk Earth, Wind & Fire e o cantor
pop Michael Jackson, entre outros.[66]
O sucesso do samba na Europa e no Japão apenas confirma sua capacidade
de conquistar fãs, independente do idioma. Atualmente, há centenas
de escolas de samba constituídas no Japão[67] e em solo europeu (espalhada
por países como Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Suécia, Suíça). Já no
Japão, as gravadoras investem maciçamente no lançamento de antigos discos
de sambistas consagrados, que acabou por criar um mercado formado apenas
por catálogos de gravadoras japonesas.

Ver também
A Wikipédia possui o

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 Carnaval do Brasil
 Escola de samba
 Samba de roda
 Coco (dança)

Notas
1. ↑ Em meados do século XIX , 50% da população do Rio de
Janeiro era formada por negros escravos. Como base de
comparação, São Paulo tinha, à época, 8% de escravos em
seu território.[21]
2. ↑ Existem algumas controvérsias sobre o termo samba-
raiado, uma das primeiras designações para o samba.
Sabe-se que o samba-raiado é marcado pelo som e
sotaque sertanejos/rural baiano trazidos pelas tias baianas
ao Rio de Janeiro. Segundo João da Baiana, o samba
raiado era o mesmo que chula raiada ou samba de partido-
alto. Já para o sambista Caninha, este foi o primeiro nome
teria ouvido em casa de tia Dadá. Na mesma época,
surgiram o samba-corrido — que possuía uma harmonia
mais trabalhada, mas ainda com o sotaque rural baiano – e
o samba-chulado, mais rimado e com melodia que
caracterizariam o samba urbano carioca.
3. ↑ "Em seus botequins reuniam-se os representantes da
massa flutuante da população, que, figurando como
excedente de mão-de-obra num quadro econômico-social
acanhado, dedicava-se a biscates, ao jogo e à exploração
de mulheres da região do Mangue, que lhe ficava
próxima."[27]
4. ↑ "Esses "bambas", como eram conhecidos na época os
líderes dessa massa de desocupados ou de trabalhadores
precários, eram, pois, os mais visados no caso de qualquer
ação policial. Assim, não é de estranhar que tenha partido
de um desses representantes típicos das camadas mais
baixas da época - Ismael Silva, Rubens e Alcebíades
Barcelos, Sílvio Fernandes, o Brancura, e Edgar Marcelino
dos Santos - a ideia de criar uma agremiação carnavalesca
capaz de gozar da mesma proteção policial conferida aos
ranchos e às chamadas Grandes Sociedades, no desfile
pela Avenida, na terça-feira gorda."[27]
5. ↑ "(...)a transformação do samba em música nacional não
foi um acontecimento repentino, indo da repressão à
louvação em menos de uma década, mas sim o
coroamento de uma tradição secular de contatos(...) entre
vários grupos sociais na tentativa de inventar a identidade e
a cultura popular brasileiras"[7]
6. ↑ Segundo José Miguel Wisnik, o samba abria "o espectro
de repertório da Rádio Nacional em cujas ondas o
imaginário do país viajava." [29]
7. ↑ As concentrações urbanas provocaram o aparecimento
das primeiras danceterias populares, as
chamadas gafieiras, palco para estes dois novos estilos que
surgiriam dentro do seio do samba urbano moderno
radiofônico
8. ↑ No final da década de setenta, surgiria o termo "ABC do
samba", relacionado as três cantoras, por conseguiram
bater recordes de venda. Interessante assinalar que
também não foram vistas com bons olhos por muitos
críticos por ter direcionado seus repertórios para ritmos
afro-brasileiros, principalmente o samba, pois como está
grafado na história de cada uma delas, nenhuma começou
exatamente como sambista.
9. ↑ Segundo Luiz Ayrão, o termo "sambão-joia" apareceu em
uma coluna do jornal O Estado de S. Paulo, no final
da década de 1970, e atribuía pejorativamente à Beth
Carvalho o título de "Rainha do sambão-joia", o que causou
um grande estigma e mágoa para alguns desses artistas.
10. ↑ No livro "O samba na realidade…", de Nei Lopes, o autor
enumera quatro princípios básicos para o Grêmio
Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, do
qual era diretor. Um desses princípios diz respeito à
movimentação dos sambistas da escola no desfile, o que
serve para explicitar a "dança" do samba: "Samba mesmo é
no passo curto, é drible de corpo, é 'no faz que vai, mas
não vai', é no passo largo cheio de ginga, é no balançar dos
braços, é no girar constante da cabeça, mostrando um
sorriso contagiante, uma combinação improvisada de
movimentos que ninguém do mundo consegue fazer igual
ao brasileiro".[1]

Referências
1. ↑                     Institucional (s/d).  «Verbete
Ir para:a b c d e f g h i j

Samba».  Dicionário Cravo Albin da Música Popular


Brasileira
2. ↑ «MinC parabeniza os 100 anos de Pelo Telefone».
Ministério da Cultura. Consultado em 3 de setembro de
2019
3. ↑ «Samba de roda (dança)». Centro Nacional de Folclore e
Cultura Popular. Consultado em 17 de abril de 2019
4. ↑ Ir para:a b «Coco (dança)». Fundação Joaquim Nabuco.
Consultado em 17 de abril de 2019
5. ↑ Ir para:a b c d e f g h Verbete Samba. Cliquemusic. Acesso, 10 de
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6. ↑ Ir para:a b c d e f g h Marcondes, 1998.
7. ↑ Ir para:a b c d e Vianna, 1995, p.34
8. ↑ Ir para:a b c d Diniz, 2006, p.16
9. ↑ Ir para:a b Paranhos, 2003, p.109
10. ↑ Crítica: um formidável passeio pela obra de Ismael Silva
11. ↑ Ir para:a b c d Paranhos, 2003, p.84-85
12. ↑ Frota, 2003, p.57
13. ↑ Carvalho, Mario Cesar (22 de agosto de 2004). «Brasil
brasileiro nasce com Vargas». Folha de S.Paulo.
Consultado em 16 de julho de 2018.  Cópia arquivada em
16 de julho de 2018
14. ↑ Ir para:a b «Unesco declara samba brasileiro obra-
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15. ↑ «O maracatu». Nova Escola. Consultado em 22 de
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16. ↑ «Coco». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 17 de
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17. ↑ Muniz Junior, 2003, p.33-35
18. ↑ Pesquisa na Hemeroteca Digital. Ver estudo “Origem do
Samba” de Ivo Korytowski no blog Sopa no Mel.
19. ↑ «O samba tem história no carnaval do Recife». Jornal do
Commercio. Consultado em 17 de abril de 2019
20. ↑ Diniz, 2006, p.18
21. ↑     Diniz, 2006, p.27
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22. ↑ «Como um valentão criou uma nova forma de pular o


Carnaval». Folha de S.Paulo. Consultado em 16 de julho de
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23. ↑ «História do Samba».  Portal Sambando - acervo cultural
do samba brasileiro. Consultado em 21 de abril de 2018
24. ↑ Diniz, 2006, p.17
25. ↑ Ir para:a b Lopes, 2004, p.596
26. ↑ Ir para:a b c d e f Lopes, 2005
27. ↑ Ir para:a b Tinhorão, 1997, p.91-92
28. ↑ Sandroni, 2001, p.80
29. ↑ Napolitano, Wasserman, 2000
30. ↑ «A história dos desfiles das escolas de samba». Portal
MultiRio. Consultado em 22 de julho de 2017
31. ↑ «Mario Filho: futebol, carnaval e construção da alma
carioca». Portal MultiRio. Consultado em 22 de julho de
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32. ↑ «Mário Filho inventou o desfile das escolas de samba pra
encher páginas de jornal». Extra Online. Consultado em 22
de julho de 2017
33. ↑ Cabral, 1984, p. 2.
34. ↑ Paranhos, 2003, p.108
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37. ↑ Gomes, 2007
38. ↑ Tárik de Souza. Editora 34, ed. Tem mais samba: das
raízes à eletrônica. 2003. [S.l.: s.n.]
16  páginas. ISBN 9788573262872
39. ↑ Samba Rock
40. ↑ Dom Salvador, o pianista que inventou o samba funk e o
Brasil esqueceu
41. ↑ Albin, 2003, p.251-252
42. ↑     Maria Alice Cruz: "O 'sambão-joia' pede
Ir para:a b

passagem" (21-27 de novembro de 2011) in: Jornal da


Unicamp. Acesso: 10 de outubro, 2013
43. ↑ Ir para:a b Silvio Essinger.  «Pagode: O samba que vem do
fundo do quintal».  Cliquemusic
44. ↑ André Diniz (2008).  Almanaque do carnaval: A história do
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Zahar Editor. pp. 184, 198 e 199. 9788537802922
45. ↑ Ir para:a b G1 lista 15 músicas para entender o axé e o
carnaval baiano
46. ↑ Margareth Menezes (abril de 2014).  «A música para
divulgar valores». Editora Minuano. Revista Raça
Brasil  (186). Arquivado do  original  em 31 de maio de 2016
47. ↑ Silvio Essinger.  Editora Record, ed.  Batidão: uma história
do funk. 2005. [S.l.: s.n.] ISBN 9788501071651
48. ↑ Lívia Torres (23 de dezembro de 2009).  «Inventor da
'paradinha' funk da Viradouro promete surpresa na
Sapucaí». Portal G1
49. ↑ Samba carioca de raiz ganha projeto
50. ↑ Teresa Cristina agora canta seus próprios versos
51. ↑ Em seu primeiro DVD, Casuarina renova samba carioca
sem abandonar tradição
52. ↑ Samba da Vela faz 10 anos em SP e prepara novo CD - O
Estado de S. Paulo, 19 de julho de 2010
53. ↑ Em volta da vela, dez anos de sambas inéditos - O Estado
de S. Paulo, 19 de julho de 2010
54. ↑ Como Le Gusta volta com seu 'groove de filme de ação'
Funk Como Le Gusta volta com seu 'groove de filme de
ação'[ligação inativa]
55. ↑ Regata, a casa do balanço
56. ↑ José Machado Pais, Leila Maria da Silva Blass
(2004). Tribos urbanas: produção artística e identidades.
[S.l.]: Annablume. 171 páginas. 9788574194554
57. ↑ Pop eletrônico
58. ↑ “Quando toco, tento surpreender a pista e a mim mesmo”,
diz DJ Marky
59. ↑ Maquiagem nas pistas
60. ↑     «Iphan declara samba carioca Patrimônio Cultural
Ir para:a b

do Brasil». Agência Brasil. 9 de outubro de 2007


61. ↑     «Iphan declara samba carioca patrimônio cultural do
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Brasil». G1. 9 de outubro de 2007


62. ↑ «Eventos pela cidade comemoram Dia Nacional do
Samba».  Folha Online. 1 de dezembro de 2006
63. ↑ «O Rock Samba do interior de São Paulo». Saraiva
Conteúdo. 14 de outubro de 2011
64. ↑ Sambô e companhia: um atentado ao rock (e ao samba)
65. ↑ É rock ou é pagode? Conheça os grupos que fazem a
mistura para agradar todas as tribos
66. ↑ Paulinho da Costa, o brasileiro que tocou com Michael
Jackson e Madonna
67. ↑ Carnaval Japão: conheça a origem e detalhes dos desfiles
das escolas de samba

Bibliografia consultada
 ALBIN, RICARDO CRAVO. "O livro de ouro da MPB: a
história de nossa música popular de sua origem
até hoje". Ediouro Publicações, 2003. ISBN
8500013451
 CABRAL, SÉRGIO. Falando de samba e de bambas.
In: História da música popular brasileira (Fascículo
Bide, Marçal e Paulo da Portela). Abril Cultural,
1984, p. 2
 DINIZ, ANDRÉ. Almanaque do samba. Jorge Zahar
Editor Ltda, 2006. ISBN 8571108978
 FROTA, WANDER NUNES. Auxílio luxuoso: Samba
símbolo nacional, geração Noel Rosa e indústria
cultural. Anna Blume, 2003
 GOMES, MARCELO SILVA. As Re-invenções e Re-
significações do samba no período que cerca a
inauguração da Bossa Nova: 1952-1967. In: XVII
Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Música (ANPPOM). 2007
Disponível em PDF
 GUIMARÃES, FRANCISCO “VAGALUME”. Na roda do
samba. Funarte, 1978
 LOPES, NEI. Enciclopédia brasileira da diáspora
africana. Selo Negro Edições, 2004. ISBN
8587478214
 LOPES, NEI. Partido-alto: samba de bamba. Pallas,
2005. ISBN 8534703795
 MARCONDES, MARCOS ANTÔNIO. Enciclopédia da
música brasileira - erudita, folclórica e popular. Arte
Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998 - ISBN 85-
7161-031-2
 NAPOLITANO, MARCOS, WASSERMAN, MARIA CLARA.
"Desde que o samba é samba: a questão das
origens no debate historiográfico sobre a música
popular brasileira. In: Revista Brasileira de
História". V. 20, Nº 39, 2000. Disponível em PDF
 PARANHOS, ADALBERTO. A invenção do Brasil como
terra do samba: os sambistas e sua afirmação
social. In: "Revista História (São Paulo), vol. 22,
núm. 1"; UNESP, 2003. Disponível em PDF
 SANDRONI, CARLOS. Feitiço decente:
transformações do samba no Rio de Janeiro,
1917-1933. Jorge Zahar, 2001. Disponível em PDF
 TINHORÃO, JOSÉ RAMOS. Música Popular — Um
Tema em Debate. Editora 34, 1997. ISBN
8573260726
 VIANNA, HERMANO. O Mistério do Samba. Jorge
Zahar, 1995. ISBN 8571103216

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