Sei sulla pagina 1di 51

ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo


da empresa, etc.
RECURSOS MATERIAIS:
O ADMINISTRADOR DE MATERIAIS
Funções e objetivos da administração de materiais; classificação e
especificação de materiais; compras; registros; cadastro de forne- É o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção
da empresa na área de materiais, buscando os melhores resultados em
cedores; acompanhamento de pedidos.
termos de lucratividade e produtividade.
Administração de Material COMO AVALIAR O DESEMPENHO DA ÁREA DE MATERIAIS

INTRODUÇÃO Dentro de cada uma das sub - áreas da administração de materiais po-
derão ser estabelecidos indicadores de desempenho próprios que devem
Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, fornecer informações sobre a realidade da área de materiais, possibilitando
sejam eles financeiros, humanos ou materiais. Esta disciplina irá focar a assim a tomada de ações corretivas de forma a eliminar os desvios, e para
sua atenção sobre estes últimos, sejam eles no que diz respeito aos insu- isso é preciso que:
mos ou aos bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Os dados coletados sejam completos e confiáveis;
Que expressem informação de valor para a empresa
Com a crescente concorrência existente por um participação no mer- Devem ser simples de forma a que os próprios operadores possam co-
cado consumidor as empresas buscam identificar formas de melhorar seus letá-los sem confusão
desempenhos, encontrando maneiras diferentes de obterem vantagens Devem ser de fácil entendimento por todos
competitivas. Uma das formas de obter uma vantagem, se não competitiva,
mas pelo menos comparativa é através de uma boa gestão dos recursos Como exemplos podemos citar:
materiais e patrimoniais. % de erros nas ordens de compra
% de itens comprados recebidos na data correta
Com os custos crescente é importante gerir bem seus estoques e seu % de falta de matérias-primas
patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficá- Rotatividade dos estoques
cia. É sobre isso que estaremos falando a partir de agora. % do ativo imobilizado em estoques
% de produtos acabados entregues aos clientes nas datas combina-
O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: das, etc.

Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de opera- EVOLUÇÃO E MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NA ADMINSITRAÇÃO
ções que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou DE MATERIAIS
serviço, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento (arma-
zenagem), em seu transporte durante o processo produtivo, em sua arma- Se considerarmos a posição do homem de produção e de vendas seu
zenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao desejo é de que exista a maior quantidade de matérias-primas e produtos
consumidor final. acabados, respectivamente, estocados de forma a poder atender as suas
necessidades. Porém sendo a manutenção de estoques algo extremamen-
A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E SUA AM- te caro para a empresa é preciso que o Administrador de Materiais equilibre
PLITUDE os mesmos de forma a satisfazer ambos, os administradores de produção e
vendas e também ao administrador financeiro.
Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de al-
ternativas de vencer os concorrentes. A administração de materiais é Sendo assim várias tem sido as etapas que vem ocorrendo dentro da
bastante ampla e pode contribuir a partir do momento que envolve as administração de materiais cabendo ressaltar algumas delas tais como:
seguintes atividades: A logística – operação integrada, que trata das atividades de movimen-
Gerenciamento dos recursos materiais: tação e armazenagem, que facilitam o fluxo de materiais e produtos desde
Gerenciamento dos estoques de : a aquisição até o ponto de consumo final, bem como dos fluxos de informa-
Materiais auxiliares ções;
Matéria-prima Técnicas japonesas de administração tais como o JIT/Kanban;
Produtos/materiais em processo Desenvolvimento de Parcerias – fornecedores preferenciais
Produtos acabados Programação de fornecedores – manter uma programação integrada
Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais: entre o PCP da fábrica e o fornecedor via EDI (Eletronic Data Interchange)
Equipamentos ou Internet
Instalações, prédios, veículos, etc. O ECR (Efficient Consumer Response) ou resposta eficiente ao con-
Compras: sumidor – fornecedores e distribuidores trabalhando juntos para agregar
O que deve ser comprado valor para o consumidor e reduzir custos.
Como deve ser comprado Uso de simulações
Quando deve ser comprado Uso de CEP para identificar rapidamente as variações nos processos,
Onde deve ser comprado etc.
De quem deve ser comprado
Por que preço deve ser comprado DESAFIOS E TENDÊNCIAS
Em que quantidade deve ser comprado
Logística interna e Com certeza o maior desafio continuará sendo a busca do equilíbrio
Logística Externa entre o nível dos estoques os recursos financeiros disponíveis. Quanto
manter em estoque com o menor risco de falta de materiais. Como atender
Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departa- a esta equação.
mentos de Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos,
etc. A tendência aponta para uma necessidade crescente no desenvolvi-
Tem-se de considerar: mento de técnicas de previsão que possibilitem minimizar as possibilidades
que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande, de erro na administração dos recursos materiais. Será necessário que a
que as informações tem de ser precisas e rápidas área de materiais e seu administrador sejam o mais dinâmicos possível de
forma a responder de forma rápida as movimentações do mercado. Para

Administração de Materiais 1
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

isso um excelente suporte de informática é fundamental, fornecendo as Assim, o serviço de administração de materiais é o único setor dentro
informações em tempo real. da empresa informado e autorizado para entrar em contato com os forne-
cedores e realizar compromissos entre aqueles e a empresa.
A integração entre as empresas, fornecedores e compradores, deve
ser cada vez mais intensa buscando ganhos para a cadeia como um todo. O serviço de administração de materiais, por ser um dos setores vitais
da empresa, merece lugar de destaque em sua organização. Hodiernamen-
A Administração de Materiais é, sem dúvida, um ramo da Ciência da te, vimos assistindo à sua crescente valorização e reconhecimento como
Administração - cujos princípios não podem escapar ao conhecimento de setor principal - em nível de administração - ao lado de .setores outros, cuja
toda Secretaria - mesmo porque trata das normas que regem a administra- importância já era assinalada. É plenamente justificável, portanto, que ele
ção de recursos essenciais à produção de bens e serviços. seja situado, no organograma da empresa, nos escalões superiores da
administração" (in " Manual de Administração de Materiais", Atlas, 8ª edi-
Em estudando o assunto, SÉRGIO BOLSONARO MESSIAS tece as ção, pgs. 14 e segs.).
seguintes considerações:
Funções e Objetivos
"Sob a designação genérica de materiais entende-se, portanto, todas
as coisas contabilizáveis que entram, na qualidade de elementos constituti- "Na moderna estrutura empresarial, as funções precípuas do serviço de
vos e constituintes, na linha de produção de uma empresa. Além disso, administração de materiais, como já assinalamos, são as de compra, trans-
abarca também designação outros itens contabilizáveis que, embora não porte, armazenagem, conservação, manipulação e controle de estoques,
contribuindo diretamente para a fabricação ou manufatura de produtos
específicos, fazem parte da rotina diária da empresa. É o caso, por exem- Deve ter um setor de compras, um de controle e outro de armazém.
plo, de materiais de escritório para os serviços burocráticos, de materiais de
limpeza para os serviços de conservação, de materiais de reposição para Incumbe ao setor de compras:
os serviços de manutenção, de materiais de segurança para os serviços de 1°) comprar ou alugar materiais ou serviços que a empresa necessita;
prevenção contra acidentes de trabalho, e assim por diante. 2°) manter contato - quando necessário - com os serviços
administrativos, em particular, ou em geral, da empresai e,
A administração tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento 3°) controlar o transporte dos materiais adquiridos.
de artigos próprios, necessários e capazes de atender aos serviços
executados por uma empresa. O abastecimento de materiais, porém, As compras de materiais ou aluguéis de serviços necessários à empre-
deverá processar-se com três requisitos básicos: sa deverão ser feitos sempre junto aos fornecedores que apresentem boa
a) qualidade produtiva; qualidade e preço bom em suas mercadorias ou serviços, com relação aos
b) data de entrega; seus demais concorrentes em determinada aquisição de materiais ou em
c) menor custo de aquisição certa contratação de serviços a ser efetuada. E também possam entregá-
los ou prestá-los dentro dos limites de tempo estatuídos pelo comprador,
Tais requisitos objetivam diminuir os custos operacionais da empresa
para que ela e seus produtos possam ser competitivos no mercado. Para Apesar de as empresas possuírem um cadastro de fornecedores, pre-
sermos mais específicos: os materiais precisam de qualidade produtiva cisarão ficar alertas, a fim de poder detectar o aparecimento de novos
para assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa na fornecedores e de novas organizações prestadoras de serviços, Ocorre, à
data desejada para o seu pronto consumo e o preço de aquisição deles vezes, que um novo fornecedor pode, por entrar recentemente no mercado,
deve ser o menor, para que o bem acabado possa situar-se em boas con- fabricar bens com novos métodos de produção mais eficientes, A conse-
dições de concorrência nas áreas consumidoras e dar à empresa margem qüência disto é obvia: melhor qualidade produtiva e melhores preços ou
satisfatória de rentabilidade do capital investido em sua compra. seus corolários ante os concorrentes - custo menor de produção e, portan-
to, pronta colocação nos mercados consumidores.
A administração tem plena razão de ser quando determinado material,
ou mesmo serviço, deve ser adquirido ou contratado fora da empresa. Quanto à compras propriamente ditas, elas podem ser de dois tipos; as
Vemos aí o começo do seu campo de atuação. A partir deste momento efetuadas no mercado local, ou compras locais, e as realizadas no mercado
constatamos a essencialidade do serviço da administração de materiais, estrangeiro, mediante importação, ou compras importadas. Por outro lado,
que se aplica a todas as empresas. sejam pequenas, médias ou grandes, o aluguel de serviços poderá ser feito por meio de contrato por um período
uma vez que nenhuma delas - sobretudo as gigantescas e modernas "x" com a organização prestadora de serviços, ou pela admissão de pesso-
organizações empresariais - é autosuficiente; necessitam de materiais que al especializado na empresa, com tempo predeterminado ou estabelecido
elas não produzem, em razão da diversificação do sistema de produção. para a execução dos serviços pretendidos.
Surge este serviço em toda sua expressão e razão de ser quando é
formulado um pedido de qualquer material por quaisquer departamentos, O contrato que o setor de compras mantém com os serviços adminis-
divisões ou seções da empresa, visto que o princípio da administração de trativos da empresa evidencia-se na estreita e intensa relação " poderíamos
materiais é centralizar as aquisições, com o fim precípuo de conseguir até designá-la por contínua - com a contabilidade geral, subordinada à
melhor preço e melhor qualidade dos materiais a serem comprados. administração financeira e orçamentária,

O serviço de administração de materiais continua ainda em seu campo O controle do transporte dos materiais adquiridos pela seção de com-
próprio de atuação quando entrega o material pedido ou requisitado ao pras visa acompanhar, mediante as notas de conhecimento, o percurso dos
órgão consumidor dentro da empresa. Tem sob sua direta responsabilidade bens, desde a saída dos fornecedores até a recepção na empresa, levando
as tarefas administrativas de compra, transporte, armazenagem, conserva- em consideração as condições de segurança e, principalmente, o rigoroso
ção, manipulação e controle de estoques. Gerindo as tarefas administrati- cumprimento das datas de entrega. Por outro lado, a empresa deverá ter
vas de compra, de transporte do material do fornecedor até o depósito ou uma frota de veículos " cuja quantidade dependerá, como é natural, do
armazém, de guarda e conservação, bem como de manipulação e de tamanho dela - para transportar alguns bens provenientes de fornecedores
controle, o serviço de administração de materiais cuida desde a compra até que não dispõem de meios de transporte próprios e, sobretudo, os importa-
a entrega ao utilizador dos materiais pedidos ou requisitados, obedecendo dos, que, na maioria dos casos, chegam por via marítima. Para ilustrar esse
às especificação técnicas exigidas para cada material em particular. aspecto, tomemos o exemplo do Estado de São Paulo, que possui em seu
território apenas o porto de Santos para carga e descarga de materiais em
Após o fornecedor ter recebido o pagamento, segundo as condições larga escala. Estes, uma vez liberados pela alfândega - e quando aí são
previamente contratadas, o serviço de administração de materiais comple- inspecionados os aspectos legais, securitários etc. nota-se sempre a pre-
menta e completa a sua função, cessando aí toda a sua responsabilidade sença de um elemento ou mais do setor de compras ou de armazém da
pelo material entregue ao utilizador ou consumidor dentro da empresa. empresa - tem de chegar até as organizações consumidoras por transporte
rodoviário, próprio ou alugado.

Administração de Materiais 2
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Os serviços prestados pela A.B.N.T. ao País, com a colaboração das


Neste último caso, temos um exemplo de aluguel de serviços "Normas Brasileiras ,adotadas oficialmente em todo o Brasil, são de um
necessários à empresa, ligado à administração de materiais por intermédio valor inestimável.
da seção de compras, como já vimos.
Os compradores modernos, utilizando e fornecendo aos vendedores
O setor de controle divide-se em dois tipos bem característicos: o con- especificações corretas e sucintas daquilo que desejam adquirir, estão
trole físico dos materiais adquiridos e o controle financeiro dos mesmos. automaticamente indicando, de maneira racional, aquilo que desejam
Este setor também está estritamente relacionado com a contabilidade geral, comprar. E podemos concluir, que quanto mais precisas, minuciosas e com
porquanto deverá estar ciente das normas legais de escrituração para todos os detalhes descritos, ter-se-á certeza de que as cotações que irão
poder processar adequadamente suas atribuições específicas, mormente receber estarão fundamentadas corretamente.
nas áreas de controle financeiro, O controle físico de materiais variará de
acordo com o tamanho das empresas, uma vez que suas funções particula- Outro fato que revela o grande valor das especificações é o fato de a
res abrangem a verificação e fiscalização do volume, da qualidade e da sua função dar, a todas as pessoas com quem desejamos transacionar, a
rotação dos estoques, indicação exata dos requisitos específicos e das nossas exigências.

Este setor de armazém ou depósito tem a competência da guarda, Com o uso das especificações, evitaremos uma série de mal
conservação e manipulação dos materiais, em obediência a um critério entendido, que são muito comuns quando não se esclarece exatamente o
determinado, que mais adiante discutiremos, Esse setor divide-se em que se deseja comprar ou adquirir.
diversos subalmoxarifados, conforme a natureza dos materiais neles esto-
cados. Ademais, mantém contato e relações funcionais com a inspeção É, ainda, considerada como uma linguagem internacional, através da
técnica, órgão subordinado à administração da produção. qual, independentemente da procedência ou nacionalidade, falar-se-á o
mesmo idioma.
O funcionamento harmônico e integrado destes três tipos setores do
serviço de administração de materiais garante o pleno exercício de suas Deve-se considerar, também, que uma especificação correta e precisa
funções e propicia a essa administração a coesão operacional indispensá- nos mínimos detalhes supera, na maioria das vezes, a uma amostra con-
vel que a situa como unidade em mútua articulação e dependência com as creta, não oferecendo margens para dúvidas ou possibilidades de ofereci-
demais em nível hierárquico, em nível de planejamento e também em nível mentos similares, " (Sequeira de Araújo, " Administração de Materiais",
de decisão." (Sérgio Bolsonaro Messias, "Manual de Administração de Atlas, 5ª, pgs. 70 e 71).
Materiais", Atlas, 8ª, pgs, 18 a 20)
Recebimento dos Materiais
Classificação dos Materiais
O Setor de Recebimento de Materiais desempenha as funções de de-
Sobre Classificação de Materiais, Bolsonaro (Manual de Administração sembalagem dos bens recebidos e verificação das quantidades e condi-
de Materiais, Atlas, ções. Aqui surge a questão se se deve ou não suplementar o Setor de
8ª, pgs. 27 e 28) assim escreve: Recebimento com uma via do pedido de compra.

"Classificar materiais significa ordená-los segundo critérios preestabe- Aqueles que se opõem a esse fornecimento argumentam que os verifi-
lecidos, agrupando-os conforme as características semelhantes ou não, cadores tendem a tomar mais cuidado nas conferências quando eles não
sem, contudo, ocasionar confusão ou dispersão no espaço e alteração na possuem meios de confrontação. Todavia, a emissão do relatório de rece-
qualidade, em virtude de contatos com outros materiais de fácil decomposi- bimento às cegas, exige que os conferentes possuam certos conhecimen-
ção, combustão, deterioração, etc. tos adicionais aos normalmente necessários. Para solucionar essa dificul-
dade, surgiu um meio termo para o qual a cópia do pedido de compra
Essa classificação deve seguir o esquema decimal de Melville Dewey, enviada ao setor de recebimento não clontém as quantidades solicitadas.
que proporciona inúmeras variações de agrupamentos, permitindo a rápida
identificação e localização dos materiais. O relatório de recebimento é, pois, uma descrição dos materiais rece-
bidos: suas quantidades fornecedor, o número do pedido de compra, grau e
Especificação dos Materiais condições dos materiais e outras informações julgadas oportunas. O relató-
rio de inspeção e teste de materiais pode, em alguns casos, ser feito no
Os departamentos de compras ou suprimentos, por seus auxiliares mesmo impresso do relatório de recebimento.
especializados, que são os agentes compradores, têm a felicidade de
contarem, hoje em dia, com um grande auxiliar, que são as normas lnspeção de recebimento. Em algumas empresas industriais há neces-
técnicas, as referências técnicas e as especificações; estas, sem dúvida, sidade de verificação completa e precisa dos materiais usados no processo
são de um auxílio e ajuda incomensuráveis. produtivo, organizando-se, para tanto, os serviços de lnspeção de Recebi-
mento (subordinado ao setor de Controle de Qualidade) cuja principal
É evidente que através de uma descrição exata daquilo que se deseja, atribuição é verificar se os bens recebidos estão de acordo com as especi-
cria-se um clima de compreensão entre quem compra e quem vende ficações, desenhos e outras informações dadas ao fornecedor. Muitas
alguma coisa. vezes, essa conferência exige testes de laboratório feitos em amostras do
material recebido.
Em linhas gerais, a especificação nada mais é do que o comprador dar
todos os detalhes, do que deseja adquirir, ao vendedor. Como dito anteriormente, o resultado da inspeção e teste será indicado
no relatório de inspeção e teste de materiais que pode estar incluído no
Atualmente, aqueles que adquirem contam com os inestimáveis auxilia- próprio relatório de recebimento.
res, que são os institutos especializados e mundialmente conhecidos como
A.S.T.M., A.S.A. e C.F.E.,, existindo ainda um sem número de especifica- Quando a encomenda for, em todo ou em parte, rejeitada, uma comu-
ções e normas técnicas, como por exemplo: As Alemãs, lnglesas, France- nicação imediata é feita ao setor de Compras; poderá ser realizada pelo
sas, ltalianas, etc. relatório de recebimento e inspeção de materiais, quando for usado um
único relatório para essas funções. Em seguida, o setor de Compras infor-
Aqui no Brasil, contamos com a A,B,N, T, - Associação Brasileira de mará o fornecedor do ocorrido e providenciará a devolução dos bens rejei-
Normas Técnicas -, instituição genuinamente nacional, que não fica nada a tados. " (Marco Aurélio P. Dias, "Gerência de Materiais", Atlas, 1988, p. 33
dever às congêneres. e 34)

Estocagem de Materiais

Administração de Materiais 3
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

rias-primas, os equipamentos, os acessórios etc. em estoque numa organi-


O Estoque é o conjunto de bens guardados para utilização na ocasião zação, quer seja industrial, comercial ou em outro ramo qualquer da ativi-
que a necessidade determinar. dade humana, vale tanto ou mais do que o dinheiro depositado em estabe-
lecimento de crédito, considerando que no regime inflacionário que atra-
JORGE SEQUEIRA DE ARAÚJO repassa os seguintes ensinamentos vessamos, a moeda tende sempre a desvalorizar-se, enquanto os esto-
sobre a estocagem de ques, inversamente, valorizar-se-ão constantemente.
materiais:
Sem desejar particularizar a importância dos estoques para cada uma
"Genericamente, a palavra estoques de origem inglesa - STOKS - sig- das atividades humanas, é necessário que se ressalte a importância da
nifica aquilo que é reservado para ser utilizado em tempo oportuno; poderá, palavra que, também, poderá significar
outrossim, significar poupança ou previsão. - previsão e provisão.

Laconicamente os nossos dicionários, em sua maioria, esclarecem - Para melhor avaliarmos a importância dos estoques nas empresas, se-
mutatís mutandis - que são mercadorias geralmente destinadas a venda ou ja de que tipo for, podemos compará-los ao trabalho do coração, de cujo
a exportação nas suas quantidades disponíveis. perfeito funcionamento dependem a boa saúde e a própria vida de um ser.
Da mesma forma a saúde e a vida de uma empresa, ou seja, a sua estabi-
A concepção do verdadeiro significado ficará condicionada ao uso ou lidade financeira e os lucros necessários ao seu desenvolvimento estão
utilidade que venham a ter para cada um ; cada industrial, cada comercian- intimamente relacionados e dependentes de um bom trabalho do controle
te tem uma concepção própria sobre as vantagens e desvantagens da dos seus estoques.
manutenção de seus estoques, uma cousa porém é comum: os estoques
custaram dinheiro, valem dinheiro e terão que ser zelados como se dinheiro O estoque de uma empresa, configuradamente, é a válvula reguladora
fosse. entre os abastecedores e os departamentos, seções, setores, etc., que
consomem, utilizam, e transformam tudo aquilo que é adquirido sendo uma
Este termo - zelado - poderá possuir diversos significados, como por das principais funções dos estoques controlar, mantendo o necessário
exemplo: Os limites em que tais estoques deverão ser mantidos, pois tais equilíbrio entre as aquisições e as necessidades certas do consumo.
limites implicam na soma de capitais a serem investidos, a fim de que os
estoques não sejam sacrificados em seus "máximos e mínimos "; o que Não se deverá esquecer que a finalidade primordial dos estoques é a
poderia redundar em prejuízo, pois se eles forem mal calculados, haverá de alimentar os setores consumidores, em quantidades estritamente ne-
possibilidades dos mesmos serem sobrepujados pela maior procura ou cessárias, em se tratando de produção industrial, e que, comercialmente
utilização, ou então pela menor procura ou aplicação. falando, os estoques, também, deverão ser calculados com a maior apro-
ximação possível sobre a base de consumo ou de procura normais tendo
Estes cálculos de "máximos e mínimos " em estoque são naturalmente em vista o fato de fazer-se grandes pedidos que venham a exceder o
muito complexos; os mestres internacionais e os nossos mestres nacionais consumo médio, correndo o risco de imobilizar capitais consideráveis; ao
já gastaram muita tinta e fosfato; para explicar como efetuar tais previsões contrário, se os pedidos forem muito restringidos, poderão ser sobrepujados
bastará dar uma vista de olhos na vasta literatura existente sobre a matéria, pela procura, e neste caso, por não ter o que fornecer, o prejuízo será
inclusive naquelas conhecidas por traduções para verificarmos como é evidente, comercialmente falando.
complexa esta matéria.
Com referência aos estoques industriais, devemos considerar que os
Geralmente, quando nos referimos a estoques, procuramos abordar as estoques, em sua grande maioria, destinam-se à produção, cumprindo
quantidades existentes, e raramente, muito raramente, a conservação estudar os diversos tipos de estoques..." ("Administração de Materiais",
destas quantidades; este é um ponto que merece ser trazido a debates, e Atlas, 5a Edição, pgs. 106 e segs.).
sempre procuramos abordar nestes cursos rápidos e intensivos.
É normal que cada empresa, de acordo com suas especializações, Tipos de Estoques
utilize processos próprios para a fixação de seus estoques e conservação
de suas matérias-primas, máquinas, acessórios, materiais destinados a Há cinco tipos de estoques a serem considerados:
produção, a manutenção, a reposição, etc.; estes sistemas, métodos,
processos são sempre peculiares ao ramo a que se dedicam; os estoque de Matérias-primas
profissionais almoxarifes, pela prática constante com tais materiais, que estoque de Produtos em fabricação
lhes permite utilizar meios próprios, conseguem prolongar a vida útil dos estoque de Produtos acabados
materiais sob sua custódia; estes processos ou sistemas preconizados pela estoque de Produtos semi-acabados
"prática" muitas vezes se transformam em verdadeiros "segredos de ofício " estoque Materiais indiretos.
que eles não gostam de transmitir a quem quer que seja.
Matérias-primas: São os materiais básicos componentes dos bens
A custódia ou estocagem de materiais, matérias-primas, gêneros ali- produzidos. Sua utilização é diretamente proporcional à quantidade de bens
mentícios em geral exigem conhecimentos especializados dos responsá- fabricados.
veis, fato este que valoriza o trabalho deste profissional no mercado de
trabalho. Produtos em fabricação: São bens ainda não acabados, faltando,
ainda, algumas fases
Não somente o ângulo biológico deverá ser estudado, mas também os para serem completados. São também chamados semi-usinados.
danos físicos que poderão inutilizar partidas consideráveis, como a "ferru-
gem" e outros eventos, insetos, roedores, etc. Produtos acabados: Estes já estão prontos para serem utilizados.
Ficam estocados até
Normalmente os produtos químicos vêm acompanhados de instruções sua entrega a quem vai utilizá-los.
dos fabricantes, para sua melhor conservação em estocagem, não obstante
existam milhares de itens, que geralmente são mantidos em custódia nos Produtos semi-acabados: São bens que ainda dependem de pequenos
almoxarifados, por tempo muitas vezes prolongado, os quais não possuem acertos, regulagens, pintura, lustramento, etc.
nenhuma indicação; para estes, os almoxarifes terão de encontrar melhor
solução. . Materiais indiretos: São materiais que não entram diretamente na
produção de bens.
Os mais adiantados pensadores do vasto mundo dos negócios estão Seu consumo não tem proporcionalidade com o volume da produção.
de acordo que no momento atual estamos sentindo todo o peso de uma
inflação mundial, difícil de controlar; as mercadorias, os materiais, as maté- Expedição: Distribuição de Materiais

Administração de Materiais 4
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Embora as duas condições de custo continuem a ser praticadas, todos


Em "Administração de Materiais - Uma abordagem Logística", MARCO os negócios FOB trarão novo encargo para os responsáveis pela adminis-
AURÉLIO P. DIAS tração de materiais: a escolha do transportador. Nas compras FOB, caberá
(Atlas, 2ª, p. 34g e 35) escreve sobre o sistema de distribuição: ao comprador estabelecer uma política de transporte que lhe permita man-
ter custos adequados, ao mesmo tempo que terá de responder pela efici-
O sistema de distribuição de produtos de uma empresa sempre foi im- ência da operação para que seus insumos cheguem ao almoxarifado nos
portante e complexo, pois o transporte é um considerável elemento de prazos necessários à manutenção dos estoques. Com isso torna-se indis-
custo em toda a atividade industrial e comercial. Desde a crise do petróleo, pensável estabelecer critérios básicos de transporte que lhe permitam a
num país onde quase 80% das mercadorias são transportadas via rodoviá- escolha das opções mais condizentes com suas necessidades.
ria, a racionalização desta operação passou a ser vital à estrutura econômi-
co-financeira das empresas. A decisão entre a frota própria, leasing ou É fácil constatarmos então a importância de um Departamento centrali-
transporte de terceiros é bem mais complexa do que parece. zador de serviços de transportes utilizados pela empresa. Basta verificar-
mos que, quanto mais bem estruturados estivermos, maiores serão as
Cada situação tem características específicas e não existem regras ge- possibilidades de colocação de produtos em diferentes mercados. Entretan-
rais que garantam o acerto da escolha. O que para determinada empresa é to, a utilização de sistemas de distribuição não representa somente um
altamente rentável pode ser um fator de aumento de custos para outra. Em custo adicional para a empresa, mas também fator relevante na formação
função disto, o responsável pela distribuição de produtos precisa ser um do preço final do produto.
especialista, muito bem entrosado e conhecedor das demais áreas da
empresa. No Brasil tal participação chega a níveis de 5% a 7%, dependendo, é
claro, da mercadoria a ser distribuída. Estes índices, no entanto, são bem
Quando se toma conhecimento de que uma empresa, para mandar 20 t maiores para os países que possuem infra-estrutura de maior sofisticação
de carga num veículo cuja capacidade é de 25 t, está aumentando em 25% para tais serviços; por exemplo, nos EUA, o nível de participação poderá
seu custo de frete, este custo adicional nem sempre é notado à primeira estar compreendido entre um mínimo de 12% e máximo de 30%.
vista, mas ao final será a carga que pagará o frete falso ou a capacidade
ociosa. Análise de Valor, Qualidade e Normas Técnicas de Materiais

O sistema rodoviário responde hoje pelo transporte de 70% a 80% das "A avaliação adequada dos materiais recebidos e localizados no esto-
cargas movimentadas no Brasil, e, sem entrar no mérito de erros e acertos que é um importante problema de contabilidade de custos. A questão é
da política brasileira de transportes, essa realidade não se modificará quais elementos deveriam ser incluídos na avaliação de materiais? O preço
sensivelmente em termos globais nas próximas décadas, por maiores que de fatura dos materiais no ponto de embarque do fornecedor, menos os
sejam os esforços do governo na modernização dos transportes marítimos descontos comerciais oferecidos (não confundir com descontos de caixa),
e ferroviários. mais os custos de transporte até o setor de recebimento do comprador,
podem ser chamados de elementos visíveis do custo, os quais são facil-
O sistema rodoviário opera em linha gerais, apoiado na infra-estrutura mente reconhecidos nos registros contábeis.
das 6.000 empresas existentes em todo Brasil, com seus terminais de
carga, frotas de apoio, equipamentos para carga e descarga e estrutura de Mas que disposição deveria ser dada para outros itens do custo dos
comunicação e administrativa. O transporte, propriamente dito, ou seja, o materiais de natureza menos tangível, tais como: recebimento, desembala-
deslocamento da carga é feito pela utilização de duas grandes frotas: os gem, inspeção, teste, seguros, estocagem, controle e registros de estoque
57.OOO veículos carreteiros, ou seja, veículos com motoristas autônomos, e custos de compra? lnegavelmente, esses custos ocorrem com a finalida-
proprietários de seus caminhões. Executando condições especiais, os de de colocar os materiais em condições de uso, tanto quanto os custos de
carreteiros trabalham como subcontratados das empresas. transporte e o correspondente ao preço pago ao fornecedor.

Ao utilizar o sistema de transporte rodoviário, é necessário examinar Dessa maneira, todos os custos incorridos para colocar os materiais
algumas particularidades do material a ser transportado e, sempre que em condições desejáveis de uso deveriam compor o custo real dos materi-
possível, adequá-lo com os equipamentos normalmente usados pelas ais. Todavia, por propósitos práticos, para evitar dificuldades na determina-
empresas que operam o sistema. Tal precaução é indispensável para ção do custo dos serviços de recebimento, manuseio, compra e estocagem
atingir-se o aproveitamento ótimo dos veículos em sua capacidade (peso aplicáveis a cada encomenda recebida de materiais, a maioria das empre-
ou metro cúbico) e, conseqüentemente, reduzir o custo operacional e o sas se limita a computar os custos visíveis, ou seja, preço de fatura dos
custo do frete. Sempre que um lote de carga permita o aproveitamento materiais, menos os descontos comerciais e mais despesas de transporte.
racional dos veículos, os transportadores têm a possibilidade de evitar a
aplicação do sobrepreço ao frete final. Isso significa que, se o material Avaliação de estoque. As quatro principais bases de avaliação do
oferecer condições para aproveitamento ótimo, o custo fica menor no estoque são as seguintes:
cômputo final.
Custo real.
De maneira geral, as empresas transportadoras remuneram seus ser- Custo ou mercado (o que for mais baixo).
viços mediante cobrança do frete e seus adicionais. Cada uma dentro de Custo de substituição.
seu critério necessita obter remuneração compatível com seus custos Valor de venda.
operacionais, que não são diferentes das outras atividades econômicas.
Assim, ao estipular o frete por tonelada ou por metro cúbico ou por viagem, Se a contabilidade segue uma técnica consistente de trabalho, o méto-
a empresa tem de considerar todos os seus custos diretos e indiretos. do mais lógico de avaliação de estoques é o do custo real. As informações
para a Administração baseiam-se no custo real de departamentos, opera-
Outro fator importante, para a análise de transportes, são as compras ções, territórios, produtos, encomendas etc., não incluindo qualquer resul-
realizadas pela empresa. Vários fatores influem na decisão de operar as tado (originado da adoção de qualquer outro método de avaliação), até a
compras pelo sistema CIF ou FOB, e a tendência normal dos setores de venda do produto ou liquidação da empresa. São os seguintes os argumen-
compra é optar pelo primeiro, isto é, receber a carga em seus depósitos, tos dados em favor da avaliação dos inventários pelo custo real:
deixando aos fornecedores a incumbência de escolher os meios de trans-
porte para o cumprimento dos prazos de entrega. Mas a elevação dos custo é uma base uniforme que pode ser aplicada para todos os
custos de transporte nos últimos tempos vem pressionando a política de elementos de estoque e usada consistentemente período após período.
vendas com o objetivo de transferir esses custos ao comprador, ou seja, os
fornecedores procuram negociar FOB, retirando esta parcela de custo do fato de haver flutuações nos preços de materiais ou mercadorias não
produto a ser vendido. significa necessariamente que os produtos vendidos estejam sujeitos às
mesmas reações.

Administração de Materiais 5
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Os materiais ou mercadorias são apenas um elemento do custo do Método FIFO:


produto vendido; em muitas empresas, os custos da mão-de-obra direta
dos gastos gerais de fabricação são muito mais significantes. Este método é usado com sucesso para itens razoavelmente volumo-
sos e de custo unitário elevado desde que sejam facilmente identificáveis
É difícil determinar preços de mercado para materiais e panes com o lote específico de compra a que pertençam.
acabadas não comuns (não padronizadas).
Quando este método é usado, pressupõe-se que as saídas de materi-
Quando o método de custeamento usado for o FIFO ou o LIFO, em ge- ais sejam feitas conforme a ordem cronológica de entrada, ou seja, os mais
ral, os últimos custos no primeiro caso (FIFO) e os primeiros custos no velhos primeiro; naturalmente, essas saídas são avaliadas pelo custo
segundo caso (LIFO) aproximam-se muito do valor de mercado ou custo de unitário do lote a que pertenciam e, por esse motivo, o estoque remanes-
substituição. cente é avaliado pelos custos unitários mais recentes. Se a quantidade
desejada for maior que as unidades remanescentes do primeiro lote, usa-se
Quando o custo for usado como base não se admite a apuração de o preço de custo do segundo lote para a diferença entre a quantidade
perdas ou lucros antecipados (afetando as operações correntes antes que requisitada e a remanescente do primeiro lote. Todavia, o manuseio físico
a venda tenha sido realizada) do material, em geral, não obedece à ordem de custeamento, mesmo
sendo recomendável para itens que estão sujeitos à deterioração e obso-
Os preços de mercado podem ser comparados com custos estatísticos lescência.
em relatórios e demonstrativos financeiros, sem haver necessidade de
alteração dos registros contábeis. Método LIFO:

Uma objeção ao custo como base para cômputo de estoque relaciona- Também é conhecido como método do "custo de substituição" e ba-
se com a avaliação do balanço, Se o preço de mercado tem crescido em seia-se na argumentação que os lotes são consumidos na ordem inversa
comparação com os custos reais, torna-se debatível se o estoque estimado ao recebimento, ou seja, o último é consumido primeiro, em seguida o
na base do custo apresenta o valor correto, Todavia, essa não é uma penúltimo, posteriormente o antepenúltimo, e assim por diante.
objeção muito séria, porque se houver uma importante variação no valor de
mercado, o inventário pode ser avaliado pelo custo e, no rodapé do balan- Na realidade, esta prática não é inteiramente observada, isto é, não há
ço, ser indicado o valor do mercado, ou ainda, constituir-se uma reserva a distinção física dos lotes de conformidade com a sua idade (tempo em
apropriada de reavaliação, estoque), mas uma distinção nos registros contábeis para fins de avaliação
(apreçamento).
O método de avaliação por custo ou mercado que for mais baixo, é ba-
seado na teoria que, se os preços de mercado são mais baixos do que o O uso deste método tende a nivelar ou equilibrar os lucros e perdas du-
custo dos bens ou mercadorias, haverá uma variação correspondente no rante períodos seguidos de alta ou baixa de preços, ou seja, em períodos
preço dos produtos vendáveis. As perdas antecipadas são concretizadas de alta os lucros decrescerão e, nos de baixa, crescerão. A demonstração
por um ajustamento dos inventários contra o débito na conta de Lucros e de lucros e perdas é mais atual, comparada com os demais métodos de
Perdas. Esse método tem aplicação muito difícil nas empresas industriais, avaliação, embora, em conseqüência, o estoque aparecerá no balanço
porque são imensas as dificuldades na determinação do estoque de produ- avaliado pelos preços mais antigos e, portanto, desatualizado.
tos em processo de fabricação e centenas ou milhares os itens de materiais
diretos. E, como pode ser facilmente percebido, freqüentemente não há Método do preço médio:
qualquer correlação entre as flutuações dos preços de materiais e do
produto acabado. O método da média ponderada pode ser usado com grandes vanta-
gens quando o preço está sujeito a constantes variações (para baixo ou
O princípio do custo de substituição reconhece como base mais apro- para cima), quando o estoque consiste em itens fungíveis encontrados na
priada para a avaliação o preço de mercado, de estoques e bens disponí- indústria do petróleo, mineração, alimentos enlatados etc., ou quando haja
veis, ou seja, o preço que seria pago por eles na data do inventário. Neste necessidade de mistura de um material com outro.
caso, também se tem a antecipação do prejuízo ou lucro, conforme as
condições do mercado (alta ou baixa). Este método, como o anterior, não é Método do preço standart:
aceito para fins de imposto de renda, como, também, pelos contadores.
Em muitas empresas este método é utilizado vantajosamente para
O uso do preço de venda como método de avaliação de estoques é certo período de tempo.
aceito apenas em certos casos. Os produtos defeituosos, materiais estra- Seu uso, exige que se realize, antecipadamente, um estudo dos contra-
gados e co-produtos para fins de uma melhor determinação de custo, tos de fornecimento efetuados, listas de preços e condições do mercado
podem ser facilmente avaliados pelo preço de mercado. para o período contábil. Para maior facilidade burocrática, os custos dos
bens adquiridos são ajustados para o standard por ocasião do seu recebi-
Métodos de Avaliação de Custo mento, evitando a necessidade de reajustamento dos custos unitários de
cada item de material após cada entrada (método do custo médio pondera-
Um método de determinação de custos reais é a identificação específi- do) ou a identificação dos lotes remanescentes no Almoxarifado após cada
ca de materiais em estoque com os preços efetivamente pagos por eles, saída (métodos FIFO e LIFOI." (MARCO AURÉLIO P. DIAS, em "Gerência
constante da fatura do fornecedor ou qualquer registro de custo é aplicável, de Materiais", Atlas, 1988, pgs. 37 a 40).
na prática, apenas quando existem poucos itens ou lotes de itens. A deter-
minação do custo correto de materiais é um problema complexo, a menos Em discorrendo sobre A qualidade do Artigo, SEQUEIRA DE ARAÚJO
que todos tenham sido adquiridos sob contratos de longa duração a preço ensina que "Em administração de materiais sabe-se, perfeitamente, que a
fixo. Os preços de mercado estão sujeitos a flutuações constantes, e, em qualidade do artigo é de importância fundamental em todas as compras e
vista disso, cada fatura recebida pode ter um preço mais alto ou mais baixo que na maioria das vezes um produto vende pela "tradição de qualidade".
por unidade de material que a precedente. Tanto isto é verdade, que é objeto de zelo, por parte da maioria dos
produtores, a manutenção da boa qualidade, fator que, sem dúvida alguma,
Outros métodos mais conhecidos de determinação de custos reais são: dá origem à aceitação de suas mercadorias por parte dos consumidores.

FIFO - First-in, first-out (primeiro a entrar, primeiro a sair)i Os diretores, os gerentes, os administradores de materiais, dentro da
LIFO - Last-in, last-out (último a entrar, último a sair); moderna administração das empresas têm sob sua responsabilidade e,
médio; portanto, dependem de sua orientação, todos os setores que tenham rela-
custo standart ção com o controle dos materiais (quando nos referimos a materiais, gene-

Administração de Materiais 6
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

ricamente estamos nos referindo a tudo aquilo que diga respeito à inversão O comportamento em serviço. O Comportamento do material em
de capitais nas suas aquisições, quer sejam materiais destinados à produ- serviço é a prova efetiva de sua boa formação física, e que se pode
ção, como ao consumo geral e manutenção). verificar por:
1°) reação da matéria-prima na temperatura ambiente;
O Administrador de Materiais, dentro da moderna análise do cargo, de- 2°) verificação da boa ou má aceitação quando utilizado;
verá ser praticamente um técnico que conhece perfeitamente a origem e a 3°) defeitos verificados;
qualidade do produto a ser adquirido, ou então, tendo dúvidas deverá 4°) exame do desgaste quando empregado.
recorrer às especificações, às normas técnicas, às referências ou a docu-
mentos referentes a fornecimentos anteriores, quando houver necessidade De posse destes elementos, as pessoas que especificarem terão pos-
de especificar claramente um determinado artigo. sibilidade de uma descrição completa de determinado material ou matéria-
prima, que ficará perfeitamente identificado, evitando assim confusões com
A qualidade do artigo é considerada de grande importância no século similares. A aquisição de materiais de acordo com as especificações equi-
em que vivemos, no qual estão sendo superadas tradicionais e importantes vale a uma garantia de qualidade.
teorias. Por incrível que pareça, todos estes aspectos da evolução, a que
assistimos, estão diretamente ligados ao fator qualidade, requisito tão Um outro ângulo na administração de materiais, que se beneficia de
necessário no terreno tecnológico. forma acentuada, é o setor de conferência e recebimento dos materiais
adquiridos para a empresa.
De um modo geral a qualidade que deverá possuir um material é regida
por uma especificação adequada. A especificação de um material nada O departamento de Compra ou o Agente Comprador, ao efetuar aquisi-
mais significa, de acordo com os mestres, do que a descrição do aspecto ções, por um dos sistemas adotados pela empresa, apresenta aos fornece-
físico do mesmo; portanto tais descrições devem redigidas com clareza nos dores todos os dados relativos ao material que necessita.
seus pormenores.
Esses dados é que constituem as especificações, propriamente, assim
Especificar corretamente um material é uma verdadeira obra de arte; denominadas. O comerciante consultado irá guiar-se para fornecer a sua
especificar é determinar nos materiais de consumo, nas ferramentas-, nos cotação, pelas especificações descritivas que caracterizam o material, cuja
equipamentos, nos acessórios, etc., as qualidades necessárias para a sua cotação é solicitada.
aplicação segura e econômica nos setores a que se destinam.
Após os necessários trâmites será emitida, pelo setor competente, uma
As especificações, quando elaboradas com critério e conscienciosa- ordem de compra em favor do fornecedor; este documento é feito em
mente, são auxiliares imprescindíveis de uma boa administração de materi- diversas vias, uma destas vias se destina ao almoxarifado que irá receber e
ais. Tendo necessidade de adquirir algo, e tendo desse algo uma perfeita conferir o material.
especificação, ter-se-á uma boa oportunidade de comprar corretamente o
material que necessitamos. No pedido ao fornecedor consta a especificação do material cuja cota-
ção foi aceita; portanto, na via destinada ao almoxarifado a mesma automa-
Atualmente não se ignora que uma especificação bem redigida ticamente figura e por esta via é que ele poderá receber mercadorias, tendo
equivale a uma amostra real e concreta, não permitindo dúvidas, nem por base, para a conferência, a especificação constante da mesma.
deixando margem para a oferta de similares.
A nota fiscal emitida pelo comerciante, de acordo com a lei, deverá ser
Os trabalhos de especificação dos materiais de uma empresa serão o espelho da nota de compra recebida; da comparação dos dizeres cons-
sempre realizados por uma equipe e raramente por uma única pessoa, pois tantes da via da nota de compra e da via da nota fiscal, o conferente ou
tarefa de tanta responsabilidade não poderá ser realizada a contento, por recepcionista do almoxarifado poderá, então, iniciar a conferência direta
um único indivíduo. dos materiais que está recebendo" ("Administração de Materiais", Atlas, 5ª,
p. 40 a 43).
Como colaboração ao administrador de materiais, ou ao pessoal de
sua equipe, ao qual será cometida a tarefa da especificação dos materiais Gestão de Estoque
utilizados pela empresa, iremos relacionar os fatores que deverão ser
sempre tomados em consideração ao elaborar uma especificação de um "É absolutamente imprescindível o bom controle dos estoques, para se
determinado material: atingir a meta das boas aquisições para um empresa. A finalidade precípua
forma física; de tal controle é ter-se os itens à mão, quando necessário, e proporcionar a
o enquadramento no tipo mais econômico; proteção adicional das reservas dos estoques (estoques mínimos), os quais
o comportamento em serviço. são teoricamente intocáveis, porém servindo, na prática, para preencher as
necessidades, quando demandas extraordinárias surgem, ou quando as
A forma física. Para se obter a forma física de qualquer material ou tipo compras de rotina não são bem sucedidas, como por exemplo, quando as
de material, é necessário que a especificação se atenha à sua usinagem entregas são retardadas ou rejeitadas.
sob os seguintes preceitos:
A finalidade, precípua dos estoques mínimos é a de permitir ao Depar-
1°) a matéria-prima a ser empregada; tamento de Compras ou ao comprador da empresa, conforme o caso,
2°) o volume, o peso, a consistência e a composição das matérias- efetuar as necessárias consultas aos fornecedores inscritos no cadastro de
primas; fornecedores, com o tempo folgado para que algumas ofertas sejam rece-
3°) a resistência mecânica; bidas e mesmo permitir outras vantagens, tais como: ajustar as quantida-
4°) a forma que corresponda a uma apresentação que incida na des de encomenda para que sejam de acordo com a embalagem comercial,
psicologia do trabalho a ser executado. padrão, lotes de fabricação econômicos e lotações completas de veículos
de transportes, estudo dos tipos de pallets ou de containers (cofres de
Tipo econômico. O tipo econômico do material é o que em linhas gerais carga) a serem economicamente utilizados, com a finalidade de se obter
obedece aos seguintes preceitos: um custo mínimo de transportes.
1°) o volume do material, eliminando o supérfluo;
2°) o custo da usinagem, considerada a quantidade a ser empregada; Atualmente, cada dia que passa mais se difundem estes modernos
3°) a aplicação racional; meios de transportar cargas, tanto que, na aviação, já operam aviões
4°) o tempo de vida útil. cargueiros adaptados à utilização de pallets, denominados aviões paletiza-
dos, sendo de notar que, mais recentemente, os containers (cofres de
carga) estão sobrepujando a utilização dos pallets, pois oferecem mais
segurança e maneabilidade no transporte de mercadorias.

Administração de Materiais 7
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

A falta de um pequeno item, como um rótulo ou um fino revestimento


Como ocorre na aviação, assim também acontece no transporte marí- da tampa de uma garrafa, pode parar a produção, tão efetivamente como a
timo sendo que barcos especialmente construídos podem aumentar em falta de um ingrediente de grande importância para o produto ser embala-
muito a sua capacidade de carga a ser transportada de porto a porto, do.
aumentando consideravelmente sua capacidade de transporte; entre outras
vantagens operacionais, diminui o tempo de estadia nos portos, sendo Deste modo, torna-se ainda mais importante tomar providências para
digno de registro que, buscando abreviar tais estadias, algumas companhi- um estoque de segurança dos itens pequenos que serão controlados,
as estão operando com um sistema de barcaças carregadas com contai- atribuindo-lhes a mesma importância dos itens de maior importância.
ners que, embora o navio permaneça ao largo, elas se desprendem do
barco, levando diretamente ao caís as mercadorias que transportam. O estoque mínimo, ou como querem alguns, o estoque de segurança,
ou então, estoque de reserva, é um problema básico do controle dos esto-
A quantidade matemática das quantidades de encomendas economi- ques. Estoques de segurança demasiadamente grandes representam um
camente interessantes, qualquer que seja a fórmula ou método, sempre desperdício, em se tratando de despesas, e podem adquirir um caráter
representa o custo da manutenção de estoques, e as taxas variáveis para muito sério.
este fator, que são encontradas em algumas tabelas de quantidades a
serem encomendadas, mostram que isto não é apenas uma questão de Um fato relativo aos estoques, que nem sempre é reconhecido é que,
juros decorrentes dos investimentos nos estoques. Há evidentemente a embora os estoques de segurança possam representar uma porcentagem
consideração básica da administração e operação eficiente dos almoxarifa- relativamente pequena do valor total dos estoques movimentados durante o
dos, o que depende, em parte, das diretrizes adotadas para os estoques. ano, eles podem chegar a 60% ou mais do estoque total a qualquer tempo,
o que é a base do custo de manutenção de estoque. Por outro lado esto-
Os custos da manipulação e da manutenção de registros variam, como ques mínimos demasiadamente pequenos não cumprem a sua finalidade.
o fazem, também, os custos de compras, segundo a freqüência e o volume
das encomendas e das entregas, e há quantidades ótimas do ponto de Um estudo feito em uma grande indústria mostrou que a sua fábrica
vista da administração dos estoques, que por sua vez não coincidem ne- poderia operar com sucesso, sem qualquer efeito sério sobre a produção
cessariamente com as quantidades ótimas de compras." se 1,5% (um e meio por cento) dos itens de almoxarifado estivessem sem-
pre em falta nos estoques; e se 3% dos itens estivessem naquelas mesmas
A limitação das reais instalações de armazenagem são citadas como condições, as perdas de produção seriam sérias; chegando a 5% os pro-
sendo um fator limitante na política das compras. Toda a área de custo de gramas estariam completamente inutilizados e o Depto. de Compras teria
se proporcionar e manter instalações para a manipulação e o armazena- um seríssimo problema em providenciar os itens necessários." (Sequeira de
mento é um problema da administração dos estoques. Araújo, "Administração de Materiais", Atlas, 5ª, p. 110 e segs.)
As Empresas e Seus Recursos
Enquanto o agente comprador talvez se preocupe com o dado geral re-
lativo ao emprego de materiais, anual ou mensalmente, o encarregado e Toda produção depende da existência conjunta de três fatores de
responsável pelo controle dos estoques analisa o registro muito mais deta- produção: natureza, capital e trabalho, integrados por um quarto fator
lhado do número de demandas por mês, por dia, como sendo este dado um denominado empresa. Para os economistas, todo processo produtivo se
item necessário para determinar os pontos de encomenda e as quantidades fundamenta na conjunção desses quatro fatores de produção.
mínimas de estoque. Deste modo, são evitadas as faltas de estoque, em-
pregando-se os pedidos dos departamentos, relativos às suas necessida- Os quatro fatores de produção.
des operacionais. Cada um dos quatro fatores de produção tem uma função específica, a
saber:
Devemos considerar, ainda, que o investimento em materiais é um fa-
tor da política financeira, que pode superar as considerações estritamente a) Natureza: é o fator que fornece os insumos necessários à produção,
relativas aos custos e às quantidades de compras. Poderão existir excelen- como as matérias primas, os materiais, a energia etc. É o fator de produção
tes razões circunstanciais ou de diretrizes que sugiram uma política de que proporciona as entradas de insumos para que a produção possa se
investimentos em materiais, na qual as poupanças das compras sejam realizar. Dentre os insumos, figuram os materiais e matérias-primas;
sacrificadas em benefício da fluidez das fontes de capital, ou sugiram,
b) Capital: é o fator que fornece o dinheiro necessário para adquirir os
ainda, a sua aplicação em outras áreas dos negócios. As decisões adminis-
insumos e pagar o pessoal. O capital representa o fator de produção que
trativas desta espécie são, freqüentemente, completadas por meio de
permite meios para comprar, adquirir e utilizar os demais fatores de produ-
diretrizes estabelecidas para o estoque e seu controle.
ção;
Deste modo, é verdade que as diretrizes de ação relativas às compras c) Trabalho: é o fator constituído pela mão-de-obra, que processa e
e aos estoques andam de mãos dadas. Têm ambas o objetivo comum de transforma os insumos, através de operações manuais ou de máquinas e
buscar o custo final mais barato e viável para os materiais comprados. ferramentas, em produtos acabados ou serviços prestados. O trabalho
representa o fator de produção que atua sobre os demais, isto é, que
Não obstante, há ocasiões em que a política de uma empresa para o aciona e agiliza os outros fatores de produção. É comumente denominado
estoque determina ou modifica a política estabelecida para as compras, em mão-de-obra, porque se refere principalmente ao operário manual ou braçal
vez de acontecer o contrário. Esta é uma das razões para que se estabele- que realiza operações físicas sobre as matérias-primas, com ou sem o
ça o controle dos estoques como uma responsabilidade conjunta, onde auxílio de máquinas e equipamentos;
quer que tal plano organizacional esteja sendo praticado.
d) Empresa: é o fator integrador capaz de aglutinar a natureza, o capi-
Não raro, o Depto. de Compras tem a responsabilidade do controle dos tal e o trabalho em um conjunto harmonioso que permite que o resultado
materiais, além das aquisições propriamente ditas; deve ter este ponto de alcançado seja muito maior do que a soma dos fatores aplicados no negó-
vista amplo da função total do controle de materiais e ser capaz de adaptar, cio. A empresa constitui o sistema que aglutina e coordena todos os fatores
tanto a política de compras como a diretriz dos estoques para atingir, as- de produção envolvidos, fazendo com que o resultado do conjunto supere o
sim, o objetivo final da Administração de Materiais. resultado que teria cada fator isoladamente. Isto significa que a empresa
tem um efeito multiplicador, capaz de proporcionar um ganho adicional, que
Estoques de Segurança. Uma das atribuições específicas do setor é o lucro. Mas adiante, ao falarmos de sistemas, teremos a oportunidade de
"CONTROLE DOS ESTOQUES" é evitar que a produção venha a ser conceituar esse efeito multiplicador, também denominado efeito sinergístico
paralisada por falta de um item do estoque. Este risco é mínimo pelo esta- ou sinergia. Modernamente, esses fatores de produção costumam ser
belecimento do estoque de segurança ou reserva. denominados recursos empresariais. Os principais recursos empresari-
ais são: Recursos Materiais, Recursos Financeiros, Recursos Humanos,
Recursos Mercadológicos e Recursos Administrativos.

Administração de Materiais 8
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Introdução Histórica a Administração de Materiais possam ser competitivos no mercado. Mais especificamente, os materiais
precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do produto
A atividade de material existe desde a mais remota época, através das final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na data desejada
trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o produto possa ser
pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital inves-
algo tão antigo quanto a existência do ser humano. tido.
A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concor- Seguem os principais objetivos da área de Administração de Recursos
rência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produ- Materiais e Patrimoniais:
tos, fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importân-
cia. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos do a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, certamente um dos
sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então, mais importantes. Reduzir o preço de compra implica em aumentar os
totalmente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com lucros, se mantida a mesma qualidade;
a produção evoluísse para um estágio tecnologicamente mais avançado e
os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas administra- b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor utilização do capital,
ções. A constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumi- aumentando o retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital
dores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à de giro;
Administração de Materiais, fazendo com que a mesma fosse vista como c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente
uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos da eficácia das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Com-
de uma organização, seja ela qualquer que fosse. pras;
Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise crite-
que materiais devem ser administrados cientificamente foi, sem dúvida, as riosa quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedi-
duas grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de ção e transportes são afetados diretamente por este item;
conquistas como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bona-
parte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável
ou suprimento se constituiu em elemento de vital importância e que deter- apenas pela qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedo-
minou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados e estra- res externos. Em algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou servi-
tégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos ços constituem-se no único objetivo da Gerência de Materiais;
resultados esperados. Munições, equipamentos, víveres, vestuários ade- f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores resultados com a
quados, combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento mesma despesa ou, mesmo resultado com menor despesa - em ambos os
oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais é como casos o objetivo é obter maior lucro final. “ As vezes compensa investir
administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na mais em pessoal porque pode-se alcançar com isto outros objetivos, propi-
quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”. ciando maior benefício com relação aos custos “;
Para refletir: “Nos dias de hoje - Qual será a importância da Adminis- g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma em-
tração de Materiais no projeto de um ônibus espacial?”. presa no mundo dos negócios é, em alto grau determinada pela maneira
Objetivo e função da administração de materiais como negocia com seus fornecedores;

Pesquisas feitas em algumas empresas revelaram os seguintes dados: h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessa-
30% a 60% do estoque de ferramentas ficam espalhados pelo chão das da em aumentar a aptidão de seu pessoal;
fábricas, perdidos, deteriorando-se ou não disponíveis (dentro de caixas de i) Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois
ferramentas pessoais); o que resulta em média de 20% do tempo dos contribuem para o papel da Administração de Material, na sobrevivência e
operadores desperdiçado procurando por ferramentas. Se somarmos meia nos lucros da empresa, de forma indireta.
hora por turno, chegaremos em mais de três semanas de trabalho perdidas
por ano. Responsabilidades e Atribuições da Administração de Materiais
Imagine quanto estas empresas deixaram de ganhar por não estarem a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os materiais ne-
gerenciando de maneira eficaz estes recursos do processo produtivo. cessários ao seu funcionamento;
A administração de materiais é muito mais do que o simples controle b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores;
de estoques, envolve um vasto campo de relações que são interdependen-
c) supervisionar os almoxarifados da empresa;
tes e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios.
d) controlar os estoques;
A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital
investido e para atingir mais lucro ela deve usar o capital para que este não e) aplicar um sistema de reprovisionamento adequado, fixando Esto-
permaneça inativo. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em ques Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices necessários ao gerenci-
estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. amento dos estoques, segundo critérios aprovados pela direção da empre-
Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos eleva- sa;
dos; evitar a formação ou, quando muito, tê-los em número reduzidos de
itens e em quantidade mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualida-
risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a admi- de, Engenharia de Produto, Financeira etc.
nistração de materiais visa solucionar. g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumen- h) coordenar os inventários rotativos.
tando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as
necessidades de capital investido. Planejamentos de Materiais

A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de mate- Segundo Faria (1985) o conceito de planejamento de estoques seria: O
rial em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de não poder satisfa- estabelecimento da distribuição racional no tempo e no espaço dos recur-
zer a demanda serão os menores possíveis. sos disponíveis, como o objetivo de atender um menor desperdício possível
a hierarquia de prioridades necessárias para a realização, com êxito, de um
A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o propósito previamente definido”.
contínuo abastecimento de artigos necessários para comercialização direta
ou capaz de atender aos serviços executados pela empresa. As empresas O dilema do gerenciamento de estoques está fundamentado em dois
objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos fatores:

Administração de Materiais 9
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

- O primeiro consiste em manter estoques a níveis aceitáveis de acordo quantidade ideal a permanecer no estoque é o mínimo, porém, o mí-
com o mercado, evitando a sua falta e o risco de obsolescência; nimo necessário para satisfazer a demanda.
- O segundo trata dos custos que esses proporcionam em relação aos Definições da Administração de Materiais
níveis e ao dimensionamento do espaço físico.
A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de
Assim nenhuma organização pode planejar detalhadamente todos os atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou
aspectos de suas ações atuais ou futuras, mas todas podem e devem ter não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais necessá-
noção para onde estão dirigindo-se e determinar como podem chegar lá, ou rios ao desempenho normal das respectivas atribuições. Tais atividades
seja, precisam de uma visão estratégica de todo o complexo produtivo. abrangem desde o circuito de reprovisionamento, inclusive compras, o
recebimento, a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos
Neste posicionamento todas as empresas devem constituir políticas pa- aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques
ra a administração de materiais, que atribui grande ênfase às compras, etc.
criando a cada dia parcerias com fornecedores qualificados, mantendo a
qualidade de seus produtos e o bom atendimento a seus clientes, ou seja, Em outras palavras: “A Administração de Materiais visa à garantia de
buscando criar uma economia de escala que é aquela que organiza o existência contínua de um estoque, organizado de modo a nunca faltar
processo produtivo de maneira que se alcance a máxima utilização dos nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o investimento
fatores produtivos envolvidos no processo, buscando como resultado total”.
baixos custos de produção e o incremento de bens e serviços. Ela ocorre
quando a expansão da capacidade de produção de uma empresa ou indús- A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como
tria provoca um aumento na quantidade total produzida sem um aumento um Sistema Integrado em que diversos subsistemas próprios interagem
proporcional no custo de produção. Como resultado, o custo médio do para constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos
produto tende a ser menor com o aumento da produção. meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcio-
namento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária,
Conflitos na qualidade requerida e pelo menor custo.
A administração de materiais envolve vários departamentos, desde a A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, in-
aquisição até a venda para o consumidor, durante esse processo, é normal flui no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno
surgirem conflitos sobre a quantidade a ser adquirida, o prazo de entrega, acarretará, em regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da
os custos envolvidos, veremos agora em sentido estrito, o ponto de vista de organização. Por outro lado, a providência do suprimento após esse mo-
alguns departamentos sobre a quantidade de matéria prima a ser adquirida. mento poderá levar a falta do material necessário ao atendimento de de-
terminada necessidade da administração. Do mesmo modo, o tamanho do
Departamento de compras: é a favor de grande quantidade , pois ob- Lote de Compra acarreta as mesmas conseqüências: quantidades além do
tém grandes descontos, reduzindo assim, os custos e consequentemente necessário representam inversões em estoques ociosos, assim como,
aumentando os lucros. quantidades aquém do necessário podem levar à insuficiência de estoque,
Departamento de produção: o maior medo deste departamento é que o que é prejudicial à eficiência operacional da organização.
falte MP, pois sem ela a produção fica parada, ocasionando atrasos poden- Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acar-
do até mesmo perder o cliente, portanto. Ele é a favor de grande quantida- retam, se mal planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros
de para produzir grandes lotes de fabricação e diminuir o risco de não ter cessantes, fatores esses decorrentes de quaisquer das situações assinala-
satisfeita a demanda de consumidores. das. Da mesma forma, a obtenção de material sem os atributos da qualida-
Departamentos de vendas e marketing: é a favor de grande quanti- de requerida para o uso a que se destina acarreta custos financeiros maio-
dade de matéria-prima, pois significa grandes lotes de fabricação e conse- res, retenções ociosas de capital e oportunidades de lucro não realizadas.
quentemente, grande quantidade de material no estoque para que as Isto porque materiais, nestas condições podem implicar em paradas de
entregas possam ser realizadas rapidamente, o que resultará em uma boa máquinas, defeitos na fabricação ou no serviço, inutilização de material,
imagem da empresa, aumentará as vendas e consequentemente os lucros. compras adicionais, etc.
Departamentos financeiro: è a favor de pequena quantidade de mate- Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma
rial no estoque, pois a medida que aumenta a quantidade significa: sistêmica, fornecem, portanto, os meios necessários à consecução das
quatro condições básicas alinhadas acima, para uma boa Administração de
• alto investimento de capital - caso não venda, este capital fica inativo; material.
• alto risco - as perdas podem ser maiores, obsolescência, Decompondo esta atividade através da separação e identificação dos
• altos custos de armazenagem. seus elementos componentes, encontramos as seguintes subfunções
típicas da Administração de Materiais, além de outras mais específicas de
A administração de matérias visado harmonizar os conflitos existentes organizações mais complexas:
entres os departamentos e para poder determinar a quantidade ideal que
deve ter no estoque adota a seguinte política de estoques: Subsistemas Típicos:

• Estabelece metas para entregas dos produtos aos clientes; * Controle de Estoque - subsistema responsável pela gestão econô-
mica dos estoques, através do planejamento e da programação de material,
• Quantidade / capacidade dos almoxarifados compreendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de
material. O estoque é necessário para que o processo de produção-venda
• Previsão de estoques
da empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis.
• Lote econômico Os estoques podem ser de: matéria-prima, produtos em fabricação e produ-
tos acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível
• Rotatividade, prazo médio em dias de estoque e o investimento financeiro envolvido.
• Até que nível deverão oscilar os estoques para atender uma alteração * Classificação de Material - subsistema responsável pela identifica-
de consumo ção (especificação), classificação, codificação, cadastramento e cataloga-
• Até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo ção de material.
compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade * Aquisição / Compra de Material - subsistema responsável pela ges-
maior para obter desconto. tão, negociação e contratação de compras de material através do processo
Em função desses critérios apresentados acima, a administração de de licitação. O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com o estoque
materiais irá determinar a quantidade ideal a se ter no estoque. Portanto, a de matéria-prima. É da responsabilidade de Compras assegurar que as
matérias-primas exigida pela Produção estejam à disposição nas quantida-

Administração de Materiais 10
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

des certas, nos períodos desejados. Compras não é somente responsável ciar, junto aos fornecedores, o cumprimento do prazo de entrega contratual,
pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em iniciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento de material.
preço mais favorável possível, já que o custo da matéria-prima é um com-
ponente fundamental no custo do produto. Todos esses subsistemas não aparecem configurados na Administra-
ção de Materiais de qualquer organização. As partes componentes desta
* Armazenagem / Almoxarifado - subsistema responsável pela gestão função dependem do tamanho, do tipo e da complexidade da organização,
física dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação, da natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens do inventário.
embalagem, recepção e expedição de material, segundo determinadas
normas e métodos de armazenamento. O Almoxarifado é o responsável
pela guarda física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos Terminologias Utilizadas na Administração de Materiais
em processo. É o local onde ficam armazenados os produtos, para atender
a produção e os materiais entregues pelos fornecedores a) Artigo ou Item - designa qualquer material, matéria-prima ou produ-
to acabado que faça parte do estoque;
* Movimentação de Material - subsistema encarregado do controle e
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções, b) Unidade - identificam a medida, tipo de acondicionamento, caracte-
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de rísticas de apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma,
entrada e de saída de material. vidro, peça, quilograma, metro,....);

* Inspeção de Recebimento - subsistema responsável pela verificação c) Pontos de Estocagem - locais aonde os itens em estoque são ar-
física e documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar- mazenados e sujeitos ao controle da administração;
se da verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de d) Estoque - conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes
qualidade. fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite
* Cadastro - subsistema encarregado do cadastramento de fornecedo- suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades
res, pesquisa de mercado e compras. funcionais da organização;

Subsistemas Específicos: e) Estoque Ativo ou Normal - é o estoque que sofre flutuações quanto
a quantidade, volume, peso e custo em conseqüência de entradas e saí-
* Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela das;
verificação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos
para o funcionamento da Administração de Materiais em toda a organiza- f) Estoque Morto ou Inativo - não sofre flutuações, é estático;
ção, analisando os desvios da política de suprimento traçada pela adminis- g) Estoque Empenhado ou Reservado - quantidade de determinado
tração e proporcionando soluções. item, com utilização certa, comprometida previamente e que por alguma
* Padronização e Normalização - subsistema de apoio ao qual cabe a razão permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível so-
obtenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo mente para uma aplicação ou unidade funcional específica;
de material, por meio de unificação e especificação dos mesmos, propondo h) Estoque de Recuperação - quantidades de itens constituídas por
medidas de redução de estoques. sobras de retiradas de estoque, salvados ( retirados de uso através de
* Transporte de Material - subsistema de apoio que se responsabiliza desmontagens) etc., sem condições de uso, mas passíveis de aproveita-
pela política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de mento após recuperação, podendo vir a integrar o Estoque Normal ou
material. A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das Estoque de Materiais Recuperados, após a obtenção de sua condições
matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do setor de Transportes e normais;
Distribuição. É nesse setor que se executa a Administração da frota de i) Estoque de Excedentes, Obsoletos ou Inservíveis - constitui as
veículos da empresa, e/ou onde também são contratadas as transportado- quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou
ras que prestam serviços de entrega e coleta. inúteis que devem ser eliminados. Constitui um Estoque Morto;
A integração destas subfunções funciona como um sistema de engre- j) Estoque Disponível - é a quantidade de um determinado item exis-
nagens que aciona a Administração de Material e permite a interface com tente em estoque, livre para uso;
outros sistemas da organização. Assim, quando um item de material é
recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto de ações inter- k) Estoque Teórico - é o resultado da soma do disponível com a quan-
relacionadas para esse fim: o subsistema de Controle de Estoque aciona o tidade pedida, aguardando o fornecimento;
subsistema de Compras que recorre ao subsistema de Cadastro.
l) Estoque Mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item que
Quando do recebimento, do material pelo almoxarifado, o subsistema deverá existir em estoque para prevenir qualquer eventualidade ou emer-
de Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos pela inspeção física gência ( falta ) provocada por consumo anormal ou atraso de entrega;
e documental são encaminhados ao subsistema de Armazenagem para
m) Estoque Médio, Operacional: é considerado como sendo a meta-
guarda nas unidades de estocagem próprias e demais providências, ao
de da quantidade necessária para um determinado período mais o Estoque
mesmo tempo que o subsistema de Controle de Estoque é informado para
de Segurança;
proceder aos registros físicos e contábeis da movimentação de entrada. O
subsistema de Cadastro também é informado, para encerrar o dossiê de n) Estoque Máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir
compras e processar as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento. a organização em um período estabelecido mais o Estoque de Segurança;
Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos ao
fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsistema de Aquisição que o) Ponto de Pedido, Limite de Chamada ou Ponto de Ressuprimen-
aciona o fornecedor para essa providência após ser informado, pela Inspe- to: é a quantidade de item de estoque que ao ser atingida requer a análise
ção, que o material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Cadastro é para ressuprimento do item;
informado do evento para providenciar o encerramento do processo de p) Ponto de Chamada de Emergência: é a quantidade que quando
compra e processar, no cadastro de fornecedores, os registros pertinentes. atingida requer medidas especiais para que não ocorra ruptura no estoque.
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comuni- Normalmente é igual a metade do Estoque Mínimo;
cado ao subsistema de Controle de Estoque pelo subsistema de Armaze- q) Ruptura de Estoque: ocorre quando o estoque de determinado item
nagem. Este procede à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso, zera ( E = 0 ). A continuação das solicitações e o não atendimento a carac-
uma ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de teriza;
Controle de Estoques uma ordem ao subsistema de Compras, para que o
material seja comprado de um dos fornecedores cadastrados e habilitados r) Freqüência - é o número de vezes que um item é solicitado ou com-
junto à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a concretização da prado em um determinado período;
compra, o subsistema de Cadastro também fica responsável para providen-

Administração de Materiais 11
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

s) Quantidade a Pedir - é a quantidade de um item que deverá ser Para identificar essas características, é necessário ter em conta alguns
fornecida ou comprada; dados sobre os materiais, dados estes que podem ser retirados de
catálogos, de listas de peças fornecidas pelos fabricantes, pela simples
t) Tempo de Tramitação Interna: é o tempo que um documento leva, visualização do material, etc.
desde o momento em que é emitido até o momento em que a compra é
formalizada; Alguns dos dados a ter em conta para identificar os materiais podem
ser (Fernandes, 1981, p.142):
u) Prazo de Entrega: tempo decorrido da data de formalização do con-
trato bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria; Medidas/Dimensões das peças;
v) Tempo de Reposição, Ressuprimento: tempo decorrido desde a Voltagem, amperagem, etc.;
emissão do documento de compra ( requisição ) até o recebimento da
mercadoria; w) Requisição ou Pedido de Compra - documento interno Acabamento superficial do material;
que desencadeia o processo de compra; Tipo de material e a aplicação a que se destina;
x) Coleta ou Cotação de Preços: documento emitido pela unidade de Normas técnicas;
Compras, solicitando ao fornecedor Proposta de Fornecimento. Esta Coleta
deverá conter todas as especificações que identifiquem individualmente Referências da peça e/ou embalagens;
cada item; Acondicionamento do material;
y) Proposta de Fornecimento - documento no qual o fornecedor ex- Cor do material;
plicita as condições nas quais se propõe a atender (preço, prazo de entre-
ga, condições de pagamento etc); Identificar os fabricantes;
z) Mapa Comparativo de Preços - documento que serve para confron- Métodos de identificação
tar condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável;
Descritivo: Quando se identifica o material pela sua descrição
aa) Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento: documento detalhada. Procura-se neste tipo de identificação apresentar todas as
formal, firmado entre comprador e fornecedor, que juridicamente deve características físicas que tornem o item único, independentemente da sua
garantir a ambos (fornecimento x pagamento); referência ou fabricante. No entanto deve-se evitar, tanto quanto possível,
um ligeiro excesso de pormenores descritivos, uma vez que descrições em
bb) Custo Fixo:- é o custo que independe das quantidades estocadas demasia tornam o catálogo do material mais volumoso e cansativo de ver.
ou compradas ( mão-de-obra, despesas administrativas, de manutenção
etc. ); cc) Custo Variável - existe em função das variações de quantidade Referencial: Este método de identificação atribui uma descrição ou uma
e de despesas operacionais; nomenclatura apoiada na referência do fabricante.
dd) Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem: Codificação de Material
são os custos decorrentes da existência do item ou artigo no estoque. Varia
É o segundo passo da classificação de materiais, tem como objetivo
em função do número de vezes ou da quantidade comprada;
atribuir um código representativo de modo a que se consiga identificar um
ee) Custo de Obtenção de Estoque, do Pedido ou Aquisição: é item pelo seu número e/ou letras. Esse código que identifica o material
constituído pela somatória de todas as despesas efetivamente realizadas denomina-se por nome da peça, no caso de o código usado ter sido feito
no processamento de uma compra. Varia em função do número de pedidos através de letras, ou número da peça (part number) para o caso de o
emitidos ou das quantidades compradas. código usar números.
ff) Custo Total: é o resultado da soma do Custo Fixo com o Custo de A codificação do material também veio facilitar e simplificar as
Posse e o Custo de Aquisição; operações dentro das empresas uma vez que com um único código podem
ser identificadas as características do material, bem como todos os
gg) Custo Ideal: é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção registros deste realizados na empresa. O código tornou-se tão mais
das curvas dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa o menor valor necessário quanto maior for o universo da empresa e dos materiais
do Custo Total. Prof. Wendell Léo (Fernandes, 1981, p.148).
Segundo Fernandes (1981, p.148) existem 3 tipos de codificação
Classificação de materiais. usados na classificação de material, são elas:
Atributos para classificação de materiais.
Tipos de classificação. Sistema Alfabético;
Metodologia de cálculo da curva ABC. Sistema Alfanumérico;
Classificação de material Sistema numérico.
A classificação de materiais surge por necessidade, uma vez que Sistema Alfabético
com o aumento da industrialização e da introdução da produção em série,
foi necessário, para que não ocorressem falhas de produção devido à Este processo representa os materiais por meio de letras. Foi muito
inexistência ou insuficiência de peças em estoque (Fernandes, 1981, utilizado na codificação de livros (Método de Dewey). A sua principal
p.141). característica é conseguir associar letras com as características do material
(Fernandes, 1981, p.148).
A classificação de materiais é um processo que tem como objetivo
agrupar todos os materiais com características comuns. Segundo Exemplo de aplicação do sistema alfabético:
Fernandes (1981, p.141) esta pode ser dividida em quatro categorias. So P - Pregos
estas: Identificação, Codificação, Cadastramento e Catalogação. P/AA - Pregos 14 x 18 - 1 1/2 x 14
Identificação de Material P/AB - Pregos 16 x 20 - 2 1/4 x 12
P/AC - Pregos 30 x 38 - 3 1/4 x 8
A identificação do material é a primeira etapa da classificação de
material e também a mais importante. Consiste na análise e registro das Sistema Alfanumérico
características físico/químicas e das aplicações de um determinado item em É um método que como o próprio nome indica usa letras (sistema
relação aos outros, isto é,estabelece a identidade do material (Fernandes, alfabético) e números (sistema numérico) para representar um material
1981, p.142). (Fernandes, 1981, p.148).

Administração de Materiais 12
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Sistema Numérico
Ø Abrangência: Deve tratar de uma gama de características
Este sistema é, de todos os métodos de codificação de material, o que em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
tem um uso mais generalizado e ilimitado. Devido à sua forma simples e à
facilidade de organização que oferece, este é também o sistema mais Ø Flexibilidade: Deve permitir diversos tipos de classificação;
usado pelas empresas. Este sistema tem por base a atribuição de números
para representar um material (Fernandes, 1981, p.149). Ø Praticidade: A classificação deve ser direta e simples.
Código de barras
Ø Características Físicas
Para além dos sistemas alfabético, alfanumérico e numérico há Tamanho – comprimento, largura e altura;
também um outro método de codificação muito conhecido, que se pode Peso (ou densidade) – por unidade ou volume;
visualizar, entre outros lugares, nos supermercados. Forma – achatada, curva, compacta, etc;
O código de barras representa a informação de um material através da Risco de danos – frágil, explosivo, contaminável, tóxico, corrosivo, etc;
alternância de barras e espaços. Este sistema ao poder ser lido através de Condições – instável, pegajoso, perecível, molhado, sujo, etc.
dispositivos eletrônicos facilita a entrada e saída de dados num sistema de
computação (Glossário, [2008?]). Ø Outras Características
Quantidade – relativa a intensidade de uso ou ao volume, no total e em
tamanho de remessa ou por lotes;
Cronometria – regularidade, urgência, condições sazonais, etc;
Medidas especiais – regulamentações especiais, padrões internos da
empresa, critérios operacionais, etc.

As características físicas são, geralmente, o ponto mais importante e


influenciam na classificação. Isto quer dizer que a classe atribuída a todo
material é normalmente determinada pela natureza física do mesmo.

A quantidade também tem muita importância. Muitos materiais têm


grande volume (deslocamento rápido), outros são em quantidades peque-
nas (frequentemente “pedidos especiais”). As grandes quantidades de
qualquer item são deslocadas de maneira diferente do que as pequenas
quantidades.
Em que o número de stock ou número do item, isto é, o número que
serve para identificar individualmente cada item, é composto por um
Uma empresa que busca melhoria em seus processos deve, necessa-
número de classe, que identifica a classe a que o material pertence, por um
riamente, realizar um bom método de classificação de materiais, pois,
número de identificação, este é um número não significativo, isto é, não
através dela é possível organizar e otimizar as atividades de um armazém.
apresenta nenhuma identificação com os elementos descritivos do material
Prof. Geraldo Cesar Meneghello
e por um dígito verificador.
Classificação ABC para Melhor Gestão do Estoque
Cadastramento do Material
A gestão de estoques é fator de grande importância para as empresas,
O terceiro passo da classificação do material é o cadastramento. O
e digo mais, uma boa gestão de estoque faz com que a empresa possa se
objetivo deste é inserir nos registros da empresa todos os dados que
tornar mais competitiva no mercado em que atua. Para entendermos me-
identifiquem o material (Fernandes, 1981, p.151). O cadastramento é
lhor a importância de um estoque bem administrado vamos dar um exem-
efetuado através do preenchimento e missão de formulários próprios.
plo. Em nossas casas procuramos comprar os produtos e materiais neces-
Catalogação de Material sários para nossa utilização, obedecendo um grau de prioridade, dificilmen-
te compramos produtos caros em grande quantidade, nós os compramos
Com a catalogação de material chega ao fim a Classificação de conforme nossa necessidade. Se os produtos e materiais forem de valor
material. Esta consiste em ordenar de uma forma lógica todos os dados menor e tiverem um consumo grande procuramos comprar uma quantidade
que dizem respeito aos itens identificados, codificados e cadastrados de maior para termos tranquilidade, sabendo que o mesmo dificilmente faltará.
forma a facilitar a consulta da informação pelas diversas áreas da empresa
(Fernandes, 1981, p.157). Muitas empresas ainda mantêm vários itens em estoque por medo de
que os mesmos faltem na sua linha de produção ou no estoque do centro
Um dos aspectos mais importantes na catalogação de material é usar de distribuição, comprometendo assim a entrega do produto ao cliente.
simplicidade, objetividade e concisão dos dados gerados e permitir um fácil Para manter um controle melhor do estoque e reduzir seu custo, sem
acesso e rapidez na pesquisa. Os objetivos de uma boa catalogação são comprometer o nível de atendimento, é importante classificar os itens de
(Fernandes, 1981, p.157): acordo com a sua importância relativa no estoque.
Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o usuário Assim surge a importância da classificação do estoque pela curva
consiga identificar/requisitar o material que deseja; ABC, este método é antigo mas muito eficaz e baseia-se no raciocínio do
Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens cadastrados com diagrama de pareto desenvolvido pelo economista italiano Vilfredo Pareto.
números diferentes; É através da classificação da curva ABC que conseguimos determinar o
grau de importância dos itens, permitindo assim diferentes níveis de con-
Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos materiais trole com base na importância relativa do item.
colocados nos documentos e formulários do sistema de material. Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre. A representação gráfica demonstrada na figura a seguir, trás o conceito
utilizado pelo cálculo da curva ABC.
A IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS NO PRO-
CESSO DE ARMAZENAGEM

A classificação dos materiais é o processo de aglutinação de materiais


por características semelhantes. Existem infinitas formas de classificar os
materiais.

Uma boa classificação deve obedecer a alguns critérios:

Administração de Materiais 13
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Na tabela abaixo faremos uma demonstração de como calcular os va-


lores para a classificação da curva ABC.

Figura 1: Representação da curva ABC para classificação dos itens


Dados das colunas:
Geralmente os estoques possuem os valores da tabela abaixo, tanto
para itens em estoque quanto valor. Lembro que os números abaixo ser- 1- Quantidade de itens (SKUs) que estamos analisando;
vem como parâmetros para classificarmos a curva ABC. 2- Código produto, determina a origem do item;
3- Custo unitário do item;
4- CMM nos últimos 12 meses;
5- Multiplicar dos valores da coluna 3 ( Custo unitário em R$ ) pelos valo-
res da coluna 4 (CMM);
6- Dividir cada valor da coluna 5 pelo valor total da coluna 5 multiplicado
por 100, assim encontramos o valor representado em percentual;
7- Numerar o maior valor da coluna 6 na em ordem crescente na coluna 7
(1,2,3,4,...) e assim sucessivamente;
8- Realizar a soma, iniciando pelo maior valor da coluna 6 até o menor
valor.
Os itens que contemplarem a soma até chegar próximo do valor de cor-
te contemplarão a classificação ABC. Neste exemplo a classificação 1,2,3
Tabela 1: Representatividade em percentual da classificação ABC dos e 4 da coluna 7 contemplam a soma de 79,37%, que neste caso é o ponto
itens em estoque de corte da classe A.
Características da classificação ABC dos itens Exemplo importante; se encontrarmos para A valores entre 79,37 %
e 86,30 %, o mais próximo de 80% será o valor de 79,37%, então este
Classe A: São os principais itens em estoque de alta prioridade, foco será o nosso ponto de corte.
de atenção do gestor de materiais, pois são materiais com maior valor
devido à sua importância econômica.Estima-se que 20% dos itens em Neste nosso exemplo teremos os números relacionados abaixo para a
estoque correspondem a 80% do valor em estoque. coluna valores:
Classe B: Compreendem os itens que ainda são considerados econo-
micamente preciosos, logo após os itens de categoria A, e que recebem
cuidados medianos. Estima-se que 30% dos itens em estoque correspon-
dem a 15% do valor em estoque.
Classe C: Não deixam de ser importantes também, pois sua falta pode
inviabilizar a continuidade do processo, no entanto o critério estabelece que
seu impacto econômico não é dramático, o que possibilita menos esforços.
Estima-se que 50% dos itens em estoque correspondem a 5% do valor em
estoque.
A partir desta classificação priorizamos aqueles de classe A nas políti- Tabela 2: Representação do valor em estoque em %
cas de estoques devido à maior importância econômica. Desta forma, os
itens classe A receberão sistematicamente maior atenção do que itens Para calcular o percentual de representatividade dos itens na classifi-
classe C, em termos de análises mais detalhadas, menores estoques, cação ABC pegar o total de itens analisados, neste caso são 15 itens,
maiores giros, menores lotes de reposição, mais contagem, etc. utilizando o fórmula abaixo;

Cálculo da curva ABC


Para realização da classificação ABC vamos utilizar CMM (Consumo
Médio Mensal) para isto vamos usar a seguinte fórmula; CMM = Σ de
itens utilizados em 12 meses / 12
As demais informações são referentes aos SKUs (Stock Keeping Units
– unidade para armazenamento em estoque) onde utilizamos o respectivo
custo de reposição (ou custo médio mensal, padrão ou Standard) que é o
critério mais indicado, visto que os valores monetários precisam ser ponde-
rados pelos volumes ou intensidades dos fluxos correspondentes para
homogeneizar uma mesma base comparativa. Usualmente recomendamos
considerar o histórico dos últimos 12 meses, de forma a contemplar even-
tualmente sazonalidade. Assim teremos nossa classificação da curva ABC da seguinte forma:

Administração de Materiais 14
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

c) Trabalho: é o fator constituído pela mão-de-obra, que processa e


transforma os insumos, através de operações manuais ou de máquinas e
ferramentas, em produtos acabados ou serviços prestados. O trabalho
representa o fator de produção que atua sobre os demais, isto é, que
aciona e agiliza os outros fatores de produção. É comumente denominado
mão-de-obra, porque se refere principalmente ao operário manual ou braçal
que realiza operações físicas sobre as matérias-primas, com ou sem o
auxílio de máquinas e equipamentos;
d) Empresa: é o fator integrador capaz de aglutinar a natureza, o capi-
tal e o trabalho em um conjunto harmonioso que permite que o resultado
Tabela 3: Representação dos itens em estoque em % alcançado seja muito maior do que a soma dos fatores aplicados no negó-
O cálculo pode ser realizado de forma manual, utilizando planilhas em cio. A empresa constitui o sistema que aglutina e coordena todos os fatores
excel através de aplicação de fórmulas e de forma automática utilizando de produção envolvidos, fazendo com que o resultado do conjunto supere o
um ERP que geralmente já possui estas funções. resultado que teria cada fator isoladamente. Isto significa que a empresa
tem um efeito multiplicador, capaz de proporcionar um ganho adicional, que
Ocasionalmente, constatamos que alguns analistas de materiais inter- é o lucro. Mas adiante, ao falarmos de sistemas, teremos a oportunidade de
vêm reclassificando alguns itens conforme sua experiência e julgamento. conceituar esse efeito multiplicador, também denominado efeito sinergístico
No entanto, não recomendamos esta prática, visto que a classificação ABC ou sinergia. Modernamente, esses fatores de produção costumam ser
é, por definição, uma apuração estatística de fatos, isenta de outros crité- denominados recursos empresariais. Os principais recursos empresari-
rios que poderiam viciá-la. ais são: Recursos Materiais, Recursos Financeiros, Recursos Humanos,
Compete usualmente ao departamento de planejamento e gestão de Recursos Mercadológicos e Recursos Administrativos.
estoques o processamento e manutenção da curva ABC sempre atualiza- Introdução Histórica a Administração de Materiais
da e correta.
A atividade de material existe desde a mais remota época, através das
No entanto, convém analisar cada caso, pois horizontes menores po- trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje, passando
dem ser mais relevantes em algumas situações. Existem empresas que pela Revolução Industrial. Produzir, estocar, trocar objetos e mercadorias é
consideram a previsão de vendas ou consumo, em detrimento ao histórico, algo tão antigo quanto a existência do ser humano.
no entanto ressaltados que nem sempre as previsões têm tanta precisão
quanto os dados efetivamente comprovados. Os valores da tabela abaixo A Revolução Industrial, meados dos séc. XVIII e XIX, acirrou a concor-
servem como parâmetros para reposição da cobertura de estoque. rência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produ-
tos, fazendo com que “compras” e “estoques” ganhassem maior importân-
cia. Este período foi marcado por modificações profundas nos métodos do
sistema de fabricação e estocagem em maior escala. O trabalho, até então,
totalmente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, fazendo com
a produção evoluísse para um estágio tecnologicamente mais avançado e
os estoques passassem a ser vistos sob um outro prisma pelas administra-
ções. A constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumi-
dores, o mercado concorrente e novas tecnologias deram novo impulso à
Administração de Materiais, fazendo com que a mesma fosse vista como
uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos
de uma organização, seja ela qualquer que fosse.
Um dos fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de
Tabela 4: Período de reposição para cobertura do estoque que materiais devem ser administrados cientificamente foi, sem dúvida, as
duas grandes guerras mundiais, isso sem contar com outros desejos de
Outro ponto importante a ser ressaltado e a questão da incidência, ou
conquistas como, principalmente, o empreendimento de Napoleão Bona-
seja, no período de 12 meses quantas vezes o item teve saída. E através
parte. Em todos os embates ficou comprovado que o fator abastecimento
da incidência que podemos desenvolver ferramentas logísticas que possibi-
ou suprimento se constituiu em elemento de vital importância e que deter-
litem redução do estoque sem comprometer o atendimento do cliente.
minou o sucesso ou o insucesso dos empreendimentos. Soldados e estra-
Costumo dizer que a classificação ABC é uma forma prática, eficiente e tégias por mais eficazes que fossem, eram insuficientes para o alcance dos
necessária para fazer a gestão de estoque. resultados esperados. Munições, equipamentos, víveres, vestuários ade-
quados, combustíveis foram, são e serão necessários sempre, no momento
-o0o- oportuno e no local certo, isto quer dizer que administrar materiais é como
As Empresas e Seus Recursos administrar informações: “quem os têm quando necessita, no local e na
quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido”.
Toda produção depende da existência conjunta de três fatores de
produção: natureza, capital e trabalho, integrados por um quarto fator Objetivo e função da administração de materiais
denominado empresa. Para os economistas, todo processo produtivo se Pesquisas feitas em algumas empresas revelaram os seguintes dados:
fundamenta na conjunção desses quatro fatores de produção. 30% a 60% do estoque de ferramentas ficam espalhados pelo chão das
Os quatro fatores de produção. fábricas, perdidos, deteriorando-se ou não disponíveis (dentro de caixas de
ferramentas pessoais); o que resulta em média de 20% do tempo dos
Cada um dos quatro fatores de produção tem uma função específica, a operadores desperdiçado procurando por ferramentas. Se somarmos meia
saber: hora por turno, chegaremos em mais de três semanas de trabalho perdidas
a) Natureza: é o fator que fornece os insumos necessários à produção, por ano.
como as matérias primas, os materiais, a energia etc. É o fator de produção Imagine quanto estas empresas deixaram de ganhar por não estarem
que proporciona as entradas de insumos para que a produção possa se gerenciando de maneira eficaz estes recursos do processo produtivo.
realizar. Dentre os insumos, figuram os materiais e matérias-primas;
A administração de materiais é muito mais do que o simples controle
b) Capital: é o fator que fornece o dinheiro necessário para adquirir os de estoques, envolve um vasto campo de relações que são interdependen-
insumos e pagar o pessoal. O capital representa o fator de produção que tes e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios.
permite meios para comprar, adquirir e utilizar os demais fatores de produ-
ção;

Administração de Materiais 15
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital e) aplicar um sistema de reprovisionamento adequado, fixando Esto-
investido e para atingir mais lucro ela deve usar o capital para que este não ques Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices necessários ao gerenci-
permaneça inativo. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em amento dos estoques, segundo critérios aprovados pela direção da empre-
estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. sa;
Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos eleva-
dos; evitar a formação ou, quando muito, tê-los em número reduzidos de f) manter contato com as Gerências de Produção, Controle de Qualida-
itens e em quantidade mínimas, sem que, em contrapartida, aumente o de, Engenharia de Produto, Financeira etc.
risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a admi- g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
nistração de materiais visa solucionar.
h) coordenar os inventários rotativos.
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumen-
tando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as Planejamentos de Materiais
necessidades de capital investido. Segundo Faria (1985) o conceito de planejamento de estoques seria: O
A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de mate- estabelecimento da distribuição racional no tempo e no espaço dos recur-
rial em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de não poder satisfa- sos disponíveis, como o objetivo de atender um menor desperdício possível
zer a demanda serão os menores possíveis. a hierarquia de prioridades necessárias para a realização, com êxito, de um
propósito previamente definido”.
A Administração de Materiais tem por finalidade principal assegurar o
contínuo abastecimento de artigos necessários para comercialização direta O dilema do gerenciamento de estoques está fundamentado em dois
ou capaz de atender aos serviços executados pela empresa. As empresas fatores:
objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos - O primeiro consiste em manter estoques a níveis aceitáveis de acordo
possam ser competitivos no mercado. Mais especificamente, os materiais com o mercado, evitando a sua falta e o risco de obsolescência;
precisam ser de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do produto
final. Precisam estar na empresa prontos para o consumo na data desejada - O segundo trata dos custos que esses proporcionam em relação aos
e com um preço de aquisição acessível, a fim de que o produto possa ser níveis e ao dimensionamento do espaço físico.
competitivo e assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital inves-
Assim nenhuma organização pode planejar detalhadamente todos os
tido.
aspectos de suas ações atuais ou futuras, mas todas podem e devem ter
Seguem os principais objetivos da área de Administração de Recursos noção para onde estão dirigindo-se e determinar como podem chegar lá, ou
Materiais e Patrimoniais: seja, precisam de uma visão estratégica de todo o complexo produtivo.
a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, certamente um dos Neste posicionamento todas as empresas devem constituir políticas pa-
mais importantes. Reduzir o preço de compra implica em aumentar os ra a administração de materiais, que atribui grande ênfase às compras,
lucros, se mantida a mesma qualidade; criando a cada dia parcerias com fornecedores qualificados, mantendo a
qualidade de seus produtos e o bom atendimento a seus clientes, ou seja,
b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor utilização do capital, buscando criar uma economia de escala que é aquela que organiza o
aumentando o retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital processo produtivo de maneira que se alcance a máxima utilização dos
de giro; fatores produtivos envolvidos no processo, buscando como resultado
c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente baixos custos de produção e o incremento de bens e serviços. Ela ocorre
da eficácia das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Com- quando a expansão da capacidade de produção de uma empresa ou indús-
pras; tria provoca um aumento na quantidade total produzida sem um aumento
proporcional no custo de produção. Como resultado, o custo médio do
d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise crite- produto tende a ser menor com o aumento da produção.
riosa quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedi-
ção e transportes são afetados diretamente por este item; Conflitos

e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável A administração de materiais envolve vários departamentos, desde a
apenas pela qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedo- aquisição até a venda para o consumidor, durante esse processo, é normal
res externos. Em algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou servi- surgirem conflitos sobre a quantidade a ser adquirida, o prazo de entrega,
ços constituem-se no único objetivo da Gerência de Materiais; os custos envolvidos, veremos agora em sentido estrito, o ponto de vista de
alguns departamentos sobre a quantidade de matéria prima a ser adquirida.
f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores resultados com a
mesma despesa ou, mesmo resultado com menor despesa - em ambos os Departamento de compras: é a favor de grande quantidade , pois ob-
casos o objetivo é obter maior lucro final. “ As vezes compensa investir tém grandes descontos, reduzindo assim, os custos e consequentemente
mais em pessoal porque pode-se alcançar com isto outros objetivos, propi- aumentando os lucros.
ciando maior benefício com relação aos custos “; Departamento de produção: o maior medo deste departamento é que
g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma em- falte MP, pois sem ela a produção fica parada, ocasionando atrasos poden-
presa no mundo dos negócios é, em alto grau determinada pela maneira do até mesmo perder o cliente, portanto. Ele é a favor de grande quantida-
como negocia com seus fornecedores; de para produzir grandes lotes de fabricação e diminuir o risco de não ter
satisfeita a demanda de consumidores.
h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessa-
da em aumentar a aptidão de seu pessoal; Departamentos de vendas e marketing: é a favor de grande quanti-
dade de matéria-prima, pois significa grandes lotes de fabricação e conse-
i) Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois quentemente, grande quantidade de material no estoque para que as
contribuem para o papel da Administração de Material, na sobrevivência e entregas possam ser realizadas rapidamente, o que resultará em uma boa
nos lucros da empresa, de forma indireta. imagem da empresa, aumentará as vendas e consequentemente os lucros.
Responsabilidades e Atribuições da Administração de Materiais Departamentos financeiro: è a favor de pequena quantidade de mate-
a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os materiais ne- rial no estoque, pois a medida que aumenta a quantidade significa:
cessários ao seu funcionamento; • alto investimento de capital - caso não venda, este capital fica inativo;
b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores; • alto risco - as perdas podem ser maiores, obsolescência,
c) supervisionar os almoxarifados da empresa; • altos custos de armazenagem.
d) controlar os estoques;

Administração de Materiais 16
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

A administração de matérias visado harmonizar os conflitos existentes Subsistemas Típicos:


entres os departamentos e para poder determinar a quantidade ideal que
deve ter no estoque adota a seguinte política de estoques: * Controle de Estoque - subsistema responsável pela gestão econô-
mica dos estoques, através do planejamento e da programação de material,
• Estabelece metas para entregas dos produtos aos clientes; compreendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de
material. O estoque é necessário para que o processo de produção-venda
• Quantidade / capacidade dos almoxarifados da empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis.
• Previsão de estoques Os estoques podem ser de: matéria-prima, produtos em fabricação e produ-
tos acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível
• Lote econômico de estoque e o investimento financeiro envolvido.
• Rotatividade, prazo médio em dias * Classificação de Material - subsistema responsável pela identifica-
• Até que nível deverão oscilar os estoques para atender uma alteração ção (especificação), classificação, codificação, cadastramento e cataloga-
de consumo ção de material.

• Até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo * Aquisição / Compra de Material - subsistema responsável pela ges-
compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade tão, negociação e contratação de compras de material através do processo
maior para obter desconto. de licitação. O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com o estoque
de matéria-prima. É da responsabilidade de Compras assegurar que as
Em função desses critérios apresentados acima, a administração de matérias-primas exigida pela Produção estejam à disposição nas quantida-
materiais irá determinar a quantidade ideal a se ter no estoque. Portanto, a des certas, nos períodos desejados. Compras não é somente responsável
quantidade ideal a permanecer no estoque é o mínimo, porém, o mí- pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em
nimo necessário para satisfazer a demanda. preço mais favorável possível, já que o custo da matéria-prima é um com-
ponente fundamental no custo do produto.
Definições da Administração de Materiais
* Armazenagem / Almoxarifado - subsistema responsável pela gestão
A Administração de Materiais é definida como sendo um conjunto de
física dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação,
atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou
embalagem, recepção e expedição de material, segundo determinadas
não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais necessá-
normas e métodos de armazenamento. O Almoxarifado é o responsável
rios ao desempenho normal das respectivas atribuições. Tais atividades
pela guarda física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos
abrangem desde o circuito de reprovisionamento, inclusive compras, o
em processo. É o local onde ficam armazenados os produtos, para atender
recebimento, a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos
a produção e os materiais entregues pelos fornecedores
aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques
etc. * Movimentação de Material - subsistema encarregado do controle e
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções,
Em outras palavras: “A Administração de Materiais visa à garantia de
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de
existência contínua de um estoque, organizado de modo a nunca faltar
entrada e de saída de material.
nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o investimento
total”. * Inspeção de Recebimento - subsistema responsável pela verificação
física e documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-
A Administração de Materiais moderna é conceituada e estudada como
se da verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de
um Sistema Integrado em que diversos subsistemas próprios interagem
qualidade.
para constituir um todo organizado. Destina-se a dotar a administração dos
meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcio- * Cadastro - subsistema encarregado do cadastramento de fornecedo-
namento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, res, pesquisa de mercado e compras.
na qualidade requerida e pelo menor custo.
Subsistemas Específicos:
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de materiais, in-
flui no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do momento oportuno * Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio responsável pela
acarretará, em regra, estoques altos, acima das necessidades imediatas da verificação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos
organização. Por outro lado, a providência do suprimento após esse mo- para o funcionamento da Administração de Materiais em toda a organiza-
mento poderá levar a falta do material necessário ao atendimento de de- ção, analisando os desvios da política de suprimento traçada pela adminis-
terminada necessidade da administração. Do mesmo modo, o tamanho do tração e proporcionando soluções.
Lote de Compra acarreta as mesmas consequências: quantidades além do * Padronização e Normalização - subsistema de apoio ao qual cabe a
necessário representam inversões em estoques ociosos, assim como, obtenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo
quantidades aquém do necessário podem levar à insuficiência de estoque, de material, por meio de unificação e especificação dos mesmos, propondo
o que é prejudicial à eficiência operacional da organização. medidas de redução de estoques.
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade necessária, acar- * Transporte de Material - subsistema de apoio que se responsabiliza
retam, se mal planejados, além de custos financeiros indesejáveis, lucros pela política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de
cessantes, fatores esses decorrentes de quaisquer das situações assinala- material. A colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das
das. Da mesma forma, a obtenção de material sem os atributos da qualida- matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do setor de Transportes e
de requerida para o uso a que se destina acarreta custos financeiros maio- Distribuição. É nesse setor que se executa a Administração da frota de
res, retenções ociosas de capital e oportunidades de lucro não realizadas. veículos da empresa, e/ou onde também são contratadas as transportado-
Isto porque materiais, nestas condições podem implicar em paradas de ras que prestam serviços de entrega e coleta.
máquinas, defeitos na fabricação ou no serviço, inutilização de material,
compras adicionais, etc. A integração destas subfunções funciona como um sistema de engre-
nagens que aciona a Administração de Material e permite a interface com
Os subsistemas da Administração de Materiais, integrados de forma outros sistemas da organização. Assim, quando um item de material é
sistêmica, fornecem, portanto, os meios necessários à consecução das recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto de ações inter-
quatro condições básicas alinhadas acima, para uma boa Administração de relacionadas para esse fim: o subsistema de Controle de Estoque aciona o
material. subsistema de Compras que recorre ao subsistema de Cadastro.
Decompondo esta atividade através da separação e identificação dos Quando do recebimento, do material pelo almoxarifado, o subsistema
seus elementos componentes, encontramos as seguintes subfunções de Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos pela inspeção física
típicas da Administração de Materiais, além de outras mais específicas de e documental são encaminhados ao subsistema de Armazenagem para
organizações mais complexas: guarda nas unidades de estocagem próprias e demais providências, ao

Administração de Materiais 17
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

mesmo tempo que o subsistema de Controle de Estoque é informado para n) Estoque Máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir
proceder aos registros físicos e contábeis da movimentação de entrada. O a organização em um período estabelecido mais o Estoque de Segurança;
subsistema de Cadastro também é informado, para encerrar o dossiê de
compras e processar as anotações cadastrais pertinentes ao fornecimento. o) Ponto de Pedido, Limite de Chamada ou Ponto de Ressuprimen-
Os materiais recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos ao to: é a quantidade de item de estoque que ao ser atingida requer a análise
fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsistema de Aquisição que para ressuprimento do item;
aciona o fornecedor para essa providência após ser informado, pela Inspe- p) Ponto de Chamada de Emergência: é a quantidade que quando
ção, que o material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Cadastro é atingida requer medidas especiais para que não ocorra ruptura no estoque.
informado do evento para providenciar o encerramento do processo de Normalmente é igual a metade do Estoque Mínimo;
compra e processar, no cadastro de fornecedores, os registros pertinentes.
q) Ruptura de Estoque: ocorre quando o estoque de determinado item
Quando o material é requisitado dos estoques, este evento é comuni- zera ( E = 0 ). A continuação das solicitações e o não atendimento a carac-
cado ao subsistema de Controle de Estoque pelo subsistema de Armaze- teriza;
nagem. Este procede à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso,
uma ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo subsistema de r) Frequência - é o número de vezes que um item é solicitado ou com-
Controle de Estoques uma ordem ao subsistema de Compras, para que o prado em um determinado período;
material seja comprado de um dos fornecedores cadastrados e habilitados s) Quantidade a Pedir - é a quantidade de um item que deverá ser
junto à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a concretização da fornecida ou comprada;
compra, o subsistema de Cadastro também fica responsável para providen-
ciar, junto aos fornecedores, o cumprimento do prazo de entrega contratual, t) Tempo de Tramitação Interna: é o tempo que um documento leva,
iniciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento de material. desde o momento em que é emitido até o momento em que a compra é
formalizada;
Todos esses subsistemas não aparecem configurados na Administra-
ção de Materiais de qualquer organização. As partes componentes desta u) Prazo de Entrega: tempo decorrido da data de formalização do con-
função dependem do tamanho, do tipo e da complexidade da organização, trato bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria;
da natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens do inventário.
v) Tempo de Reposição, Ressuprimento: tempo decorrido desde a
Terminologias Utilizadas na Administração de Materiais emissão do documento de compra ( requisição ) até o recebimento da
mercadoria; w) Requisição ou Pedido de Compra - documento interno
a) Artigo ou Item - designa qualquer material, matéria-prima ou produ- que desencadeia o processo de compra;
to acabado que faça parte do estoque;
x) Coleta ou Cotação de Preços: documento emitido pela unidade de
b) Unidade - identificam a medida, tipo de acondicionamento, caracte- Compras, solicitando ao fornecedor Proposta de Fornecimento. Esta Coleta
rísticas de apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma, deverá conter todas as especificações que identifiquem individualmente
vidro, peça, quilograma, metro,....); cada item;
c) Pontos de Estocagem - locais aonde os itens em estoque são ar- y) Proposta de Fornecimento - documento no qual o fornecedor ex-
mazenados e sujeitos ao controle da administração; plicita as condições nas quais se propõe a atender (preço, prazo de entre-
d) Estoque - conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes ga, condições de pagamento etc);
fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite z) Mapa Comparativo de Preços - documento que serve para confron-
suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades tar condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável;
funcionais da organização;
aa) Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento: documento
e) Estoque Ativo ou Normal - é o estoque que sofre flutuações quanto formal, firmado entre comprador e fornecedor, que juridicamente deve
a quantidade, volume, peso e custo em consequência de entradas e saí- garantir a ambos (fornecimento x pagamento);
das;
bb) Custo Fixo:- é o custo que independe das quantidades estocadas
f) Estoque Morto ou Inativo - não sofre flutuações, é estático; ou compradas ( mão-de-obra, despesas administrativas, de manutenção
g) Estoque Empenhado ou Reservado - quantidade de determinado etc. ); cc) Custo Variável - existe em função das variações de quantidade
item, com utilização certa, comprometida previamente e que por alguma e de despesas operacionais;
razão permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível so- dd) Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem:
mente para uma aplicação ou unidade funcional específica; são os custos decorrentes da existência do item ou artigo no estoque. Varia
h) Estoque de Recuperação - quantidades de itens constituídas por em função do número de vezes ou da quantidade comprada;
sobras de retiradas de estoque, salvados ( retirados de uso através de ee) Custo de Obtenção de Estoque, do Pedido ou Aquisição: é
desmontagens) etc., sem condições de uso, mas passíveis de aproveita- constituído pela somatória de todas as despesas efetivamente realizadas
mento após recuperação, podendo vir a integrar o Estoque Normal ou no processamento de uma compra. Varia em função do número de pedidos
Estoque de Materiais Recuperados, após a obtenção de sua condições emitidos ou das quantidades compradas.
normais;
ff) Custo Total: é o resultado da soma do Custo Fixo com o Custo de
i) Estoque de Excedentes, Obsoletos ou Inservíveis - constitui as Posse e o Custo de Aquisição;
quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou
inúteis que devem ser eliminados. Constitui um Estoque Morto; gg) Custo Ideal: é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção
das curvas dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa o menor valor
j) Estoque Disponível - é a quantidade de um determinado item exis- do Custo Total.
tente em estoque, livre para uso;
Sequência de operações na Adm. Recursos Materiais:
k) Estoque Teórico - é o resultado da soma do disponível com a quan-
tidade pedida, aguardando o fornecimento; identificação do fornecedor, compra do bem, recebimento, transporte
interno e acondicionamento, transporte durante o processo produtivo,
l) Estoque Mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item que armazenagem como produto acabado, distribuição ao consumidor final.
deverá existir em estoque para prevenir qualquer eventualidade ou emer-
gência ( falta ) provocada por consumo anormal ou atraso de entrega; Sequência de operações na Adm. de Recursos Patrimoniais:
m) Estoque Médio, Operacional: é considerado como sendo a meta- identificação do fornecedor, compra e recebimento do bem, conserva-
de da quantidade necessária para um determinado período mais o Estoque ção, manutenção, alienação.
de Segurança;

Administração de Materiais 18
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Patrimônio: Definição: 3ª fase: Integração dentro da Metodologia


Conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de uma pessoa física Múltiplos Conceitos: desenvolvimento de hipóteses alternativas (bra-
ou jurídica eu possa ser avaliado pecuniariamente e eu seja utilizado para o instorming) -- para livrar-se de paradigmas
objetivo fim.
Análises Preliminares: para permitir decisões intermediárias.
O que é Administrar o patrimônio?:
Seleção de Soluções: definir as alternativas mais viáveis sob todos os
Gerir os direitos e obrigações (ativos e passivos) da empresa. Quando aspectos.
o passivo é maior eu o ativo define-se Patrimônio Liquido Negativo.
4ª fase: Aprimorando o Conceito do Produto
Produto:
Projeto Completo e Detalhado:
Algo que agrega valor e que está sendo manipulado para posterior en-
trega ao mercado ou como resposta a uma solicitação do mercado. Seleção de Materiais:

Pode ser em forma de BENS ou SERVIÇOS. É a materialização do de- Determinação do Método de Produção:
sejo do consumidor, é a razão da existência da empresa, é o gerador de Análises Preliminares de Custo: Permitirá o Calculo do Retorno do
toda a atividade empresarial. Investimento
Metodologia PRP (Produto – Realização – Processo): ATENDE AS NECESSIDADES DO CLIENTE? Passemos a 5ª fase.
Empresa: Conjunto de Entradas (INSUMOS, MATERIAIS, CAPITAL, 5ª fase: A Fase das Análises
RH) que processadas (RECURSOS TECNOLOGICOS DE PRODUÇÂO,
EDIFICIOS, EQUIPAMENTOS, MÉTODOS DE GESTÃO, ORGANIZAÇÃO executar análises de engenharia: pensar desde a manufatura dos
DO TRABALHO), geram um conjunto de saídas (PRODUTO), ligado por componentes até a montagem final, desde o desempenho nas mãos do
uma realimentação (feedbacks). consumidor até os problemas que poderão ocorrer com o tempo de uso

Fases do PRP: executar análises de performance: confecção de protótipos

1ª fase: Missão da empresa, Desejo do consumidor, Oportunidade ge- executar análise de processos de manufatura: simulações de pro-
rada, Time de desenvolvimento, Benchmarking. cessos produtivos

2ª fase: Definição dos requisitos funcionais do produto, definição dos análise detalhada de custos:
requisitos de engenharia, estabelecimento do cronograma do projeto. 6ª fase: produzir e testar o protótipo
3ª fase: geração de múltiplos conceitos, análises preliminares, seleção 7ª fase: produção, testes e feedback do cliente.
de soluções.
RESPONDER: O projeto conseguiu atender as necessidades do clien-
4ª fase: projeto completo e detalhado, seleção de materiais, determi- te? O produto é aquilo que o cliente quer?
nação do método de produção, análises preliminares de custo.
Deve ser rápido, pois o que o cliente QUERIA poder não ser mais o
5ª fase: executar análises de engenharia, executar análises de perfor- que ele QUER.
mance, executar análise de processos de manufatura, análise detalhada de
custos. Medida de Desempenho
6ª fase: produzir e testar o protótipo Maneira de medir o desempenho de uma determinada área, e de agir
sobre os desvios em relação aos objetivos traçados.
7ª fase: produção, testes e feedback do cliente.
A mensuração deve possibilitar uma tomada de ação e deve ser com-
1ª fase: Por Onde começar? preendida por todos os membros, aceita pelas pessoas envolvidas e orien-
Missão da Empresa: É o que ela se propõe ser dentro da estratégia tada pra resultados.
de atuação. Clientes: estão satisfeitos?
Desejo do Consumidor: Aquilo que o cliente deseja receber como re- Processo produtivo: tempo de ciclo, qualidade do produto/serviço,
sultado de uma transação com a empresa (QFD – Quality Function De- desempenho de custos, entregas.
ployment – Desdobramento da Função Qualidade – para se identificar a Fornecedores: nível de qualidade das entregas, quantidades, mix de
real necessidade do cliente) produtos;
Recursos financeiros: rentabilidade
Oportunidade Gerada: Vale a pena nós empresa nos esforçarmos pa- Recursos humanos: nível de absenteísmo, sugestões.
ra atender essa ou aquela necessidade?
Time de Desenvolvimento: Temos time pra isso? Podemos utilizar o Avaliação da Eficácia de uma medida de Desempenho:
conceito de Engenharia Simultânea? – participação de todas as áreas É coletada a partir de dados precisos e completos?
funcionais da empresa no projeto do produto. Realmente interessa a empresa ou é só mais um número?
Não irá confundir as pessoas?
Benchmarking: não se partir do zero para se resolver um problema na Será entendida por todos?
empresa. E sim estudar as soluções de problemas similares nas empresas É direta e especifica?
de sucesso em sua categoria.
Quais os índices de medida?
2ª fase: Desenvolvimento Conceitual do Produto Grau de reclamações é pouco, as pessoas podem simplesmente deixar
Definição dos requisitos funcionais do produto: Pra que Serve? de comprar.
Qual sua função principal e secundária? Quais as funções de troca e esti- Calculo de giro de estoque
ma? Estoque em processo
Lead time (tempo necessário para execução de uma atividade)
Definição dos requisitos de engenharia: Quais os projetos mais indi- Produto acabado em estoque
cados para fabricar com qualidade? Eficácia de entregas
Estabelecimento do Cronograma: Qual equipe? Quais atividades? Ordens de compras auditadas
Quais expectativas do mercado? Gastos totais do setor de compras
Total de itens entregue

Administração de Materiais 19
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Numero de pessoas contratadas x entrevistadas Uma vez evidenciada a relevância da aquisição de materiais em quan-
Numero de pessoas contratadas x dispensas tidade e qualidade compatíveis com as expectativas da empresa, pode-se
Horas de treinamento x horas trabalhadas inferir que a redução dos custos e a maximização dos lucros são variáveis
que se vinculam substancialmente ao ato da compra.
Sinal de Demanda
Outro aspecto a ser ressaltado no assunto abordado é a questão da
É a forma sob a qual a informação chega a área de compras para de- disponibilidade dos materiais e serviços no prazo adequado, ou seja, quan-
sencadear o processo de aquisição de bens materiais ou patrimoniais. to mais eficiente for o lead time de compra – lapso temporal entre a deci-
No caso de bens Patrimoniais: o sinal vem em forma de estudo de são de compra de um item e sua efetiva liberação pelo controle de qualida-
viabilidade de necessidade de expansão de para adesão ao estoque, ou fornecimento à produção – mais otimizada
será a aplicação e a oferta dos produtos e serviços.
No caso de Recursos Materiais: just-in-time, reposição, solicitação de
compras, etc... “A inadequação de especificações, prazos, performance e preços cau-
sam transtorno ao processo operacional com atrasos na produção, não-
Solicitação de Compras atendimento da qualidade, elevação dos custos e insatisfação do cliente.”
MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais  é uma forma (POZO, 2002, p. 140)
de se prever o que se vai comprar. (software) Ex: fabrica que precisa de 8 Neste contexto, a capacidade de diferenciação, bem como a eficácia
componentes para se montar seu produto final. no processo, tornam-se variáveis determinantes na valorização do produto,
Just-In-Time minimização de custos e conquista de novos clientes.

Sistema de Reposição Periódica  Ex: compras das limpadoras Objetivos da Função Compras
quanto a produto de limpeza, onde uma vez por mês levanta-se o que tem Como já mencionado no tópico inicial, o setor de compras tem a grande
em estoque e compram o que falta. responsabilidade de suprir a empresa com os insumos adequados às
Sistema de Ponto de Pedido  Quando o estoque alcançar o quan- particularidades da organização, atendendo as necessidades do mercado.
tidade X emite-se um novo pedido. Outrossim, obter e coordenar o fluxo contínuo de suprimentos de modo
Caixeiro-Viajante  Vendedor levanta o estoque do seu cliente e jun- a atender aos programas de produção; comprar os materiais aos melhores
tam formam o novo pedido. preços, não fugindo aos parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar
as melhores condições para a empresa, são alguns dos objetivos do setor
Contratos de Fornecimento  via EDI (compras do Pão de Açúcar e de compras. (DIAS, 2005)
Carrefour).
Tendo em vista a evolução dos objetivos da função compras, pode-se
Procedimentos constatar que a mesma ocorreu, em grande parte, em função da globaliza-
ção, a qual desenvolveu fornecedores mais especializados, graças à evolu-
Necessidade do setor  Pedido ao dep, de compras  Cotação 
ção das tecnologias e o surgimento da internet – responsável atualmente
análise de dados dos futuros fornecedores  Opção  Aprovação da
pela realização de grande parte dos negócios no mundo inteiro.
Direção  Contato do fornecedor pelo dep. De compras.
Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos estraté-
Comakership
gicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente
Relação de confiança entre fornecedor e empresa, onde o fornecedor externo e interno. Essa preocupação tem tornado a função compras extre-
auxilia no projeto, e em troca ganha espaço para fornecimento exclusivo. mamente dinâmica, utilizando-se de tecnologias cada vez mais sofisticadas
Ex; assistente técnico à disposição da Shincariol. e atuais tais como:
Passo 1 – Abordagem Convencional  prioriza o preço. 2 partes - O EDI (electronic data interchange), tecnologia para transmissão de
adversárias, onde quem pode mais impõe suas condições, a empresa dados eletronicamente. O computador do cliente é ligado diretamente ao
desconfia da qualidade do fornecedor e inspeciona tudo. computador do fornecedor, independentemente dos hardwares e softwares
em utilização. As ordens ou pedidos de compra, como também outros
Passo 2 – Melhoria da Qualidade  Dá-se prioridade a qualidade. É documentos padronizados, são enviados sem a utilização de papel. Os
o inicio de um relacionamento mais duradouro, com uma certa confiança dados são compactados - para maior rapidez na transmissão e diminuição
recíproca. Reduz-se o numero de fornecedores. de custos criptografados e acessados somente por uma senha especial.
Passo 3 – Integração Operacional  prioriza o controle de proces- - A Internet como veículo de comércio ganha a cada dia mais e mais
sos. Participação do fornecedor no projeto do produto e do processo. Os 2 adeptos, pois apresenta uma série de vantagens em relação ao EDI, entre
fazem investimentos comuns, com investimento do próprio cliente. as quais:
Passo 4 – Integração Estratégica  parceria nos negócios. Com ge- • investimento inicial em tecnologia é bem mais baixo, pois a Internet
renciamento comum, fornecimentos sincronizados e qualidade assegurada. custa bem menos que uma VAN;
Compras. • atinge praticamente a todos na cadeia de suprimentos;
Organização do setor de compras.
Etapas do processo. • pode ser operada praticamente em tempo real;
3.3 Perfil do comprador. • permite tanto a transação máquina-máquina como também homem-
Modalidades de compra. máquina (o EDI só permite a transação máquina-máquina);
Cadastro de fornecedores.
• maior flexibilidade nos tipos de transações.
Função Compras - Os cartões de crédito estão se tornando prática usual entre as empre-
Esta função passou a conquistar seu espaço e reconhecimento ao lon- sas a compra de mercadorias, como matérias-primas e materiais auxiliares,
go do tempo, sendo que saber comprar de forma mais adequada para a por meio de cartão de crédito, também conhecido como cartão-empresa ou
organização é determinante para sua permanência no mercado. Seu de- cartão empresarial. Os bancos e as administradoras de cartão de crédito,
senvolvimento e equilíbrio visando as diferentes necessidades dos diversos por meio de programas específicos, têm incentivado as empresas a efetuar
setores existentes dentro de uma empresa. suas compras por meio de cartões. Vários deles são bastante atualizados,
oferecendo às empresas diversos tipos de benefícios, como acesso à
No processo de suprimento de materiais e serviços, a função de com- movimentação do cartão on-line, relatórios gerenciais sobre as compras
pras constitui um elemento crucial, sendo que a escolha certa dos insumos efetuadas e parcelamento do total gasto. As principais vantagens resultan-
e fornecedores repercutirá no preço final do produto a ser ofertado. tes do uso de um cartão empresarial são a diminuição do número de tran-

Administração de Materiais 20
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

sações e cheques, maior controle sobre as compras e, consequentemente, a união desses dois fatores pode garantir que a segurança no processo de
redução de custos. reposição seja ainda maior.
Compras e Níveis de Estoque A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prer-
rogativa exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que
Ao setor de compras também é designada a difícil tarefa de equilibrar a todas aquelas clausulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cum-
quantidade de materiais a serem comprados para que os demais departa- pridas. Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o
mentos da empresa encontrem-se satisfeitos continuamente. número de fornecedores em potencial a serem consultados, de maneira
Conforme discorre Arnold (1999, p. 212), “a quantidade é importante que se tenha certeza de que o melhor negócio foi executado em benefício
porque influenciará o modo como o produto será projetado, especificado e da empresa. O número limitado de fornecedores a serem consultados,
fabricado.” Destarte, a quantidade aproximada a ser adquirida pelo setor de constituem uma limitação das atividades de compras.
compras poderá ser visualizada através da demanda de mercado. O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a
Da mesma forma, é importante que se consiga “otimizar o investimen- uma única ocasião, ou seja, quando e necessária a aquisição de determi-
to, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as nado material. A atividade deve ser exercida de forma permanente e contí-
necessidades de capital investido em estoques”. nua, através de várias etapas, entre as quais selecionamos as seguintes:
Sabe-se que altos níveis de estoque significam segurança para o setor ETAPA 1 - Levantamento e Pesquisa de Mercado
de produção. Porém, os mesmos acarretam exacerbados custos, tanto de Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, e
armazenagem, como custo do capital investido, custos para o controle, bem necessário levantar e pesquisar fornecedores em potencial. O levantamen-
como despesas com o pessoal encarregado. to poderá ser realizado através dos seguintes instrumentos:
Segundo Pozo (2002, p. 38), “se os estoques forem mínimos a empre- - Cadastro de Fornecedores do órgão de Compras;
sa pode usar esse capital não para especular no sistema financeiro e
estagnar, mas para aprimorar seus recursos”. - Edital de Convocação;
Não obstante, nível de estoque muito baixo pode ser um fator de ex- - Guias Comerciais e Industriais;
tremo risco para a organização. Sendo que pode ocasionar a ruptura dos
estoques, a qual reflete em parada na produção, e consequentemente em - Catálogos de Fornecedores;
atraso de entregas e em insatisfação e perda de clientes. - Revistas especializadas;
Toda empresa na consecução de seus objetivos necessita de grande - Catálogos Telefônicos;
interação entre todos os seus departamentos ou processos, no caso de
assim estar organizada. (...) A área de compras interage intensamente com - Associações Profissionais e Sindicatos Industriais.
todas as outras, recebendo e processando informações, como também ETAPA 2 - Análise e Classificação
alimentando outros departamentos de informações úteis às suas tomadas
de decisão. (MARTINS & ALT, 2001, p. 68) Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respec-
tiva classificação quanto aos tipos de materiais a fornecer, bem como, a
Logo, é primordial que se consiga, segundo Dias (2005, p. 20), “concili- eliminação daqueles fornecedores que não satisfizerem as exigências da
ar da melhor maneira os objetivos dos departamentos, sem prejudicar a empresa.
operacionalidade da empresa, assim como a definição da política dos
estoques”. ETAPA 3 - Avaliação de Desempenho
Não obstante, a dificuldade se encontra na determinação da quantida- Esta etapa é efetuada pós - cadastramento e nela faz-se o acompa-
de de material que a empresa deve estocar. Porém, para isso existem nhamento do fornecedor quanto ao cumprimento do contratado, servindo
várias técnicas, as quais consideram a estimativa de demanda, o tempo de não raras vezes como elemento de eliminação das empresas fornecedoras.
reposição, dentre outros fatores que devem ser analisadas respeitando as
COMPRAS X CUSTOS INDUSTRIAIS
peculiaridades de cada organização.
Modernamente a função de compras tem sido desenvolvida dentro de
A Escolha dos Fornecedores
um novo sistema de maturidade com técnicas mais sofisticadas.
Segundo Arnold (1999, p. 218), “uma vez tomada a decisão sobre o
Um dos aspectos que devem merecer muita atenção são os custos in-
que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor
dustriais que representam percentual considerável na composição final do
certo.”
preço de venda.
Não obstante, pode-se aludir que o melhor fornecedor é aquele que
CUSTO INDUSTRIAL = CUSTO DE AQUISIÇÃO + CUSTO DE
oferece um bom prazo de pagamento, juntamente com o prazo de entre-
TRANSFORMAÇÃO.
ga almejado pela empresa, aliado a um bom preço, porém com a máxima
qualidade e a melhor tecnologia. O controle da eficiência dos custos de transformação já são perfeita-
mente realizados através de técnicas consagradas, entretanto o controle da
Tendo em vista a dificuldade de encontrar um fornecedor que possua
eficiência de aquisição constitui um problema de difícil equacionamento,
todos os requisitos supracitados, cabe ao setor de compras analisar qual é
principalmente em virtude de a atividade de aquisição estar voltada para
a sua verdadeira necessidade no que diz respeito ao preço e ao prazo que
fora da empresa e sujeita a um sem-número de fatores ainda não controlá-
a empresa necessita.
veis.
Conforme Gurgel (1996, p. 47), “a seleção do fornecedor deverá obe-
Muitos estudos têm mostrado que os gastos relativos a compras em
decer a critérios adequados que levarão em conta cada mercado fornece-
empresas de manufatura podem alcançar mais de 50% da receita líquida.
dor e as características do artigo a comprar.”
Estratégias de Aquisição de Recursos Materiais e Patrimoniais
Tampouco, é importante que se faça um estudo acerca de todos os
fornecedores selecionados, para que seja possível uma avaliação correta A definição de uma estratégia correta de compras pode dar à empresa
sobre suas instalações, seu desempenho, sua capacidade e condição uma grande vantagem competitiva. Se por um lado ela decidir produzir mais
financeira, bem como a assistência técnica que oferece, dentre outros internamente, ganha dependência, mas perde flexibilidade. Por outro lado,
fatores que confirmam sua idoneidade. (DIAS, 2005). se decidir comprar mais de terceiros em detrimento de fabricação própria,
pode tornar-se dependente. Nesse caso, deve decidir também o grau de
Ademais, é essencial que o departamento de compras procure manter
relacionamento que deseja com seus parceiros.
um bom relacionamento com seus fornecedores e, da mesma forma, pos-
sua mais de uma opção de fornecedor para cada produto que utiliza. Afinal,

Administração de Materiais 21
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Componentes que são vitais para o produto final eram sempre fabrica- arrendador, os pagamentos do aluguel são dedutíveis como despesas do
dos internamente. Essa concepção está mudando com o desenvolvimento exercício.
de parcerias estratégicas nos negócios. Outra situação praticamente de-
terminante é aquela em que a fabricação de um componente exige altos Desvantagens: o arrendatário não pode depreciar o bem, não aprovei-
investimentos, fora do alcance de eventuais fornecedores. Mesmo assim, tando os benefícios tributários, tem de devolver o equipamento após o
são usuais as situações em que um grande fabricante financia as instala- término do contrato, o arrendador pode não querer renovar o contrato,
ções de um futuro fornecedor, pois não interessa a ele produzir o referido precisa pedir autorização do arrendador quando quiser fazer qualquer
componente. alteração ou melhoria no bem.

Quando se tem uma demanda simultaneamente alta e estável, a fabri- Leaseback


cação dos materiais necessários internamente pode ser uma boa opção. Quando o cliente compra o bem, vende para o arrendatário e aluga.
Basicamente podemos ter duas estratégias operacionais que irão defi- Forma da empresa levantar capital de giro.
nir as estratégias de aquisição dos bens materiais, a verticalização e a Tipos de Compras
horizontalização. Ambas têm vantagens e desvantagens e, de um modo
geral, o que é vantagem em uma passa a ser desvantagem na outra e vice- Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de con-
versa. sumir algo ou investir. Existem, pois, basicamente, dois tipos de compra:

Verticalização - a compra para consumo e;

A verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá in- - a compra para investimento.
ternamente tudo o que puder, ou pelo menos tentará produzir. Foi predomi- Compra para investimento
nante no início do século, quando as grandes empresas praticamente
produziam tudo que usavam nos produtos finais ou detinham o controle Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o
acionário de outras empresas que produziam os seus insumos. O exemplo ativo da empresa (Recursos Patrimoniais ).
clássico é o da Ford, que produzia o aço, o vidro, centenas de componen-
Compras para consumo
tes, pneus e até a borracha para a fabricação dos seus automóveis. A
experiência da plantação e seringueiras no Brasil, na Fordlândia no Ama- São de matérias primas e materiais destinados a produção, incluindo-
zonas, até hoje é citada como exemplo. s principais vantagens da verticali- se a parcela de material de escritório. Algumas empresas denominam este
zação são a independência de terceiros – a empresa tem maior liberdade a tipo de aquisição como compras de custeio.
alteração de suas políticas, prazos e padrão de qualidade, além de poder
priorizar um produto em detrimento de outro que naquele momento é me- As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto,
nos importante, ficando com ela os lucros que seriam e passados aos subdividem-se em:
fornecedores e mantendo o domínio sobre tecnologia própria – a tecnologia - compras de materiais produtivos e;
que o fornecedor desenvolveu, muitas vezes com a ajuda da empresa, não
será utilizada também para os concorrentes. - compras de material improdutivo.

A estratégia da verticalização apresenta também desvantagens. Ela Materiais Produtivos


exige maior investimento em instalações e equipamentos. Assim, já que a São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste ca-
empresa está envolvendo mais recursos e imobilizando-os, ela acaba tendo so, matéria-prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo
menor flexibilidade para alterações nos processos produtivos, seja para que estes diferem de indústria - em função do que é produzido.
incorporar novas tecnologias ou para alterar volumes de produção decor-
rentes de variações no mercado – quando se produz internamente é difícil e Materiais improdutivos
custosa a decisão de parar a produção quando a demanda é baixa e com-
São aqueles que, sendo consumido normal e rotineiramente, não inte-
prar novos equipamentos e contratar mais funcionários para um período
gram o produto, o que quer dizer que é apenas material de consumo força-
incerto de alta procura.
do ou de custeio. Em função do local onde os materiais estão sendo adqui-
Horizontalização ridos, ou de suas origens, a compra pode ser classificada como: Compras
Locais ou Compras por Importação.
A horizontalização consiste na estratégia de comprar de terceiros o
máximo possível dos itens que compõem o produto final ou os serviços de Compras Locais
que necessita. É tão grande a preferência da empresa moderna por ela
As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa pri-
que, hoje em dia, um dos setores de maior expansão foi o de terceirização
vada e no serviço público. A diferença fundamental entre tais atividades é a
e parcerias. De um modo geral não se terceiriza os processos fundamentais
formalidade no serviço público e a informalidade na iniciativa privada, muito
(core process), por questões de detenção tecnológica, qualidade do produ-
embora com procedimentos praticamente idênticos, independentemente
to e responsabilidade final sobre ele.
dessa particularidade. As Leis nº 8.666/93 e 8.883/94, que envolvem as
Entre as principais vantagens da horizontalização estão a redução de licitações no serviço público, exigem total formalidade. Seus procedimentos
custos – não necessita novos investimentos em instalações industriais; e aspectos legais serão detalhados em Compras no Serviço Público.
maior flexibilidade para alterar volumes de produção decorrentes de varia-
Compras por Importação
ções no mercado – a empresa compra do fornecedor a quantidade que
achar necessária, pode até não comprar nada determinado mês; conta com As compras por importação envolvem a participação do administrador
know how dos fornecedores no desenvolvimento de novos produtos (enge- com especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui
nharia simultânea).A estratégia de horizontalização apresenta desvanta- nos aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se
gens como a possível perda do controle tecnológico e deixar de auferir o expostos a contínuas modificações de regulamentos, que compreendem,
lucro decorrente do serviço ou fabricação que está sendo repassada. entre outras, as seguintes etapas:
Locação ou Arrendamento Mercantil a. Processamento de faturas pro forma;
Comprar ou Alugar? b. Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DE-
CEX – dos documentos necessários à importação;
Arrendamento Mercantil = Leasing (sempre ligado a um banco)
c. Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevo-
O cliente escolhe um bem, o banco o compra e aluga ao cliente. O cli-
gável;
ente, ao final, pode ter a opção de comprar o bem.
d. Acompanhamento das ordens de compra (purchase order) no exteri-
Vantagens: mais fácil obter o leasing do que o empréstimo, não exige
or;
grande desembolso inicial de capital, risco do bem se tornar obsoleto é do

Administração de Materiais 22
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

e. Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aé- médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras, ser mais
reo; aconselhável à aquisição descentralizada.
f. Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto; Vantagens de Centralizar:
g. Pagamento de direitos alfandegários; a) visão do todo quanto à organização do serviço;
h. Reclamação à seguradora, quando for o caso. b) poder de negociação para melhoria dos níveis de preços obtidos dos
fornecedores;
Quanto a formalização das compras, as mesmas podem ser:
c) influência no mercado devido ao nível de relacionamento com os
Compras Formais fornecedores;
São as aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um d) análise do mercado, com eficácia, em virtude da especialização do
documento de formalização de compra. Estas compras são determinadas pessoal no serviço de compras;
em função de valores pré-estabelecidos e conforme o valor a formalidade e
feita em graus diferentes. e) controle financeiro dos compromissos assumidos pelas compras as-
sociado a um controle de estoques;
Compras informais
f) economia de escala na aquisição centralizada, gerando custos mais
São compras que, por seu pequeno valor, não justificam maior proces- baixos;
samento burocrático.
g) melhor qualidade, por causa da maior facilidade de implantação do
Sequência Lógica de Compras sistema de qualidade;
Para se comprar bem é preciso conhecer as respostas de cinco per- h) sortimento de produtos com mais consistência, para suportar as
guntas, as quais irão compor a lógica de toda e qualquer compra: promoções nacionais;
- O que comprar? R. - Especificação / Descrição do Material i) especialização das atividades para o pessoal da produção não perder
Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não muito tempo com contatos com os vendedores.
ser apoiado por áreas técnicas ou mesmo compras para especificar o O uso de comitê tem as seguintes vantagens:
material.
a) larga faixa de experiência é aplicada nas decisões;
- Quanto e Quando comprar? R.- É função direta da expectativa de
consumo, disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e b) as decisões são tomadas numa atmosfera mais científica;
prazo de entrega.
c) o nível de pressões sobre compras é mais baixo, melhorando as re-
A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de lações dos compradores com o pessoal interno e os vendedores;
material ou suprimento no setor denominado gestão de estoques.
d) a co-participação das áreas dentro do espírito de engenharia simul-
A disponibilidade financeira deve ser determinada pelo orçamento fi- tânea, cria um ambiente favorável para melhor desempenho tanto do ponto
nanceiro da Empresa. de vista político, como profissional.
A capacidade de armazenamento é limitada pela própria condição físi- Pontos importantes para descentralização:
ca da Empresa.
a) adequação da compra devido ao conhecimento dos problemas es-
- Onde comprar? R.- Cadastro de Fornecedores. pecíficos da área onde o comprador exerce sua atividade.
É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro b) menor estoque e com uma variedade mais adequada, por causa de
confiável (qualitativamente) e numericamente adequado (quantitativa). peculiaridades regionais da qualidade, quantidade, variedade.
Como suporte alimentador do cadastro de fornecedores deve figurar o c) coordenação, em virtude do relacionamento direto com o fornecedor,
usuário de material ou equipamentos e logicamente os próprios comprado- levando a unidade operacional a atuar de acordo com as necessidades
res. regionais.
- Como comprar? R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa. d) flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de tramitação das or-
dens, provocando menores faltas.
Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na
qual se fundamenta a Empresa. Originadas e definidas pela cúpula Admi- Cuidados ao Comprar
nistrativa deverão mostrar entre outras, competência para comprar, contra-
tação de serviços, tipos de compras, fórmulas para reajustes de preços, O processo de produção inicia-se com planejamento das vendas, esta-
formulários e rotinas de compras, etc. belecimento de uma política de estoque de produtos acabados e listagem
dos itens e quantidades de produtos a serem fabricados, quantidades estas
- Outros Fatores distribuídas ao longo de um cronograma de produção.
Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, Um sistema de planejamento de produção fixa as quantidades a com-
através da sua experiência e conhecimento, sentir em cada compra qual prar somente na etapa final da elaboração do plano de produção. As quan-
fator que a influencia mais, a fim de que possa ponderar melhor o seu tidades líquidas a comprar serão apuradas pela desagregação das fichas
julgamento. Os fatores de maior influência na compra são: Preço; Prazo; de produção e em especial pela listagem de materiais necessários para
Qualidade; Prazos de Pagamento; Assistência Técnica. compor cada unidade de produto a ser produzido. Será necessário compa-
rar as necessidades de materiais com as existências nos estoques de
Organização do Serviço de Compras matérias-primas, para se apurar as necessidades líquidas distribuídas no
As compras podem ser centralizadas ou não. O tipo de empreendimen- tempo conforme o cronograma de produção necessária para atender ao
to é que vai definir a necessidade de centralizar. planejamento de vendas.

Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas Entretanto, a execução da compra será a primeira etapa executiva do
de todas as área da empresa participem das decisões. As vantagens da programa de produção. O término da programação e o início das atividades
centralização dos serviços de compras são sempre postas em dúvida pelos de compra caracterizam-se, portanto, como uma área com muitas facilida-
departamentos que necessitam de materiais. De modo geral, a centraliza- des de conflitos, conflitos estes sempre agravados pelos atrasos normais e
ção apresenta aspectos realmente positivos, pela redução dos preços habituais do planejamento.

Administração de Materiais 23
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

As pressões exercidas pelos setores de produção e faturamento refor- -O sistema de estocagem escolhido deve seguir algumas técnicas im-
çam ainda mais a probabilidade de atritos na área de compras. Neste prescindíveis na Adm. de Materiais. As principais técnicas de estocagem
momento todos se esquecem dos atrasos no planejamento das vendas e são:
na programação da produção.
a) Carga unitária: Dá-se o nome de carga unitária à carga constituída
Outro aspecto interessante do relacionamento dentro da área de com- de embalagens de transporte que arranjam ou acondicionam uma certa
pras é a inversão curiosa de atitude que se processa entre o comprador e o quantidade de material para possibilitar o seu manuseio, transporte e
vendedor após a emissão do pedido. A posição inicial de vendedor é sem- armazenamento como se fosse uma unidade. A formação de carga unitária
pre solicitante e o comprador nesta fase poderá usar seus recursos de se através de pallets. Pallet é um estrado de madeira padronizado, de
pressão para forçar o vendedor a chegar às condições ideais para a em- diversas dimensões. Suas medidas convencionais básicas são 1.100mm x
presa. 1.100mm, como padrão internacional para se adequar aos diversos meios
de transportes e armazenagem;
Uma vez emitido o pedido, o comprador perde sua posição de coman-
do e passa a b) Caixas ou Gavetas: É a técnica de estocagem ideal para materiais
de pequenas
uma atitude de expectativa. Procurará de agora em diante adotar uma
atitude de vigilância, procurando cuidar para que os fornecimentos sejam dimensões, como parafusos, arruelas, e alguns materiais de escritório;
feitos e os prazos cumpridos. materiais em processamento, semi-acabados ou acabados. Os tamanhos e
materiais utilizados na sua construção serão os mais variados em função
Cotação de Preços das necessidades específicas de cada atividade.
O depto. de compras com base nas solicitações de mercadorias efetua c) Prateleiras: É uma técnica de estocagem destinada a materiais de
a cotação dos produtos requisitados. tamanhos diversos e para o apoio de gavetas ou caixas padronizadas.
Depois de efetuadas as cotações o órgão competente analisa qual a Também como as caixas poderão ser construídas de diversos materiais
proposta mais vantajosa levando em consideração os seguintes itens: conforme a conveniência da atividade. As prateleiras constitui o meio de
estocagem mais simples e econômico.
a) prazo de pagamento;
d) Raques: Ao raques são construídos para acomodar peças longas e
b) valor das parcelas; estreitas como tubos, barras, tiras, etc.
O Pedido de Compra e) Empilhamento: Trata-se de uma variante da estocagem de caixas
Após término da fase de cotação de preços dos materiais e analise da para aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets são empilha-
melhor proposta para fornecimento, o setor de compras emite o pedido de das uns sobre os outros, obedecendo a uma distribuição equitativa de
compras para a empresa escolhida. Esse pedido deverá ter com clareza a cargas. Container Flexível: È uma das técnicas mais recentes de estoca-
descrição do material a ser comprado, bem como as descrições técnicas, gem, é uma espécie de saco feito com tecido resistente e borracha vulcani-
para que não ocorram as frequentes dúvidas que comumente acontecem. zada, com um revestimento interno conforme o uso.

Preferencialmente o pedido deverá ser emitido em 3 vias, sendo a 1ª e Ética em Compras


2ª vias enviadas ao fornecedor, o qual colocará ciente na 2ª via e a devol- O problema da conduta ética é comum em todas as profissões, entre-
verá que passará a ter força de contrato, funcionando como um "instrumen- tanto, em algumas delas, como a dos médicos, engenheiros e comprado-
to particular de compromisso de compra e venda". A 3ª via funciona como res, assume uma dimensão mais relevante. A abordagem mais profunda do
follow up do pedido. assunto leva invariavelmente ao estudo do comportamento humano no seu
O Recebimento dos Materiais ambiente de trabalho, que está fora do escopo do nosso trabalho.

No recebimento dos materiais solicitados, alguns principais aspectos Abordando a questão mais na sua forma operacional, entendendo que
deverão ser considerados como: o assunto deva ser resolvido através do estabelecimento de regras de
conduto devidamente estabelecidas, divulgadas, conhecidas e praticadas
1) Especificação técnica: conferencia das especificações pedidas com por todos os envolvidos, procurando fixar limites claros entre o “legal” e o
as recebidas. “moral”.
2) Qualidade dos materiais: conferencia física do material recebido. Assim, os aspectos legais e morais são extremamente importantes pa-
ra aqueles que atuam em compras, fazendo com que muitas empresas
3) Quantidade: Executar contagem física dos materiais, ou utilizar téc-
estabeleçam um “código de conduta ética” para todos os seus colaborado-
nicas de amostragem quando for inviável a contagem um a um.
res.
4) Preço:
No setor de compras o problema aflora com maior intensidade devido
5) Prazo de entrega: conferencia se o prazo esta dentro do estabeleci- aos altos valores monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas
do no pedido. vezes subjetivos de decisão. Saber até onde uma decisão de comprar
seguiu rigorosamente um critério técnico, onde prevaleça o interesse da
6) Condições de pgto.: conferencia com relação ao pedido. empresa, ou se a barreira ética foi quebrada, prevalecendo aí interesses
O Armazenamento outros, é extremamente difícil. O objetivo de um código de ética é estabele-
cer os limites de uma forma mais clara possível, e que tais limites sejam
Na definição do local adequado para o armazenamento devemos con- também de conhecimento dos fornecedores, pois dessa forma poderão
siderar: reclamar quando se sentirem prejudicados. Outro aspecto importante é que
- Volume das mercadorias / espaço disponível; esse código de ética seja válido tanto para vendas quanto para compras.

- Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); Não é correta uma empresa comportar-se de uma forma quando com-
pra e outra quando vende. Os critérios devem ser compatibilizados e de
- Número de itens; conhecimentos de todos os colaboradores. É comum empresas incluírem
nos documentos que o funcionário assina ao ser admitido, um código de
- Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva, etc;
conduta (ou de ética) que deva ser seguido, sob pena de demissão por
- Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens; justa causa.
- Velocidade necessária no atendimento; O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas
também ao pessoal da área técnica que normalmente especifica o bem a
ser comprado. É normal encontrarmos especificações tão detalhadas, e
muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o fornecedor a

Administração de Materiais 24
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

uma única empresa. É isto é eticamente correto? Mais uma vez o problema Movimentação de materiais: é a arte e a ciência do fluxo de materiais,
aflora. E o comprador, nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à envolvendo a embalagem, movimentação e estocagem. – IMAM
alta direção da empresa ficar atenta a todos esses aspectos, questionando
sempre a validade das especificações e a sua justificativa. O manuseio ou a movimentação interna de produtos e materiais signifi-
ca transportar pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente
E quanto aos “presentes”, “lembranças”, “brindes” como agendas, ca- pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação de
netas, malas e convites que normalmente são distribuídos, por exemplo, ao longo curso executadas pelas companhias transportadoras. É atividade
pessoal de compras, do controle da qualidade e da área técnica? executada em depósitos, fábricas, e lojas, assim como no transbordo entre
tipos de transporte. Seu interesse concentra-se na movimentação rápida e
Como abordar esse assunto? Deve ser permitido que recebam? A me- de baixo custo das mercadorias (o transporte não agrega valor e é um item
lhor forma de abordar o assunto é definir, o mais claro possível, um código importante na redução de custos). Métodos e equipamentos de movimenta-
de conduta, do conhecimento de todos, pois não há dúvida de que aquele ção interna ineficientes podem acarretar altos custos para a empresa
que dá presentes tem a expectativa de, de uma forma ou de outra, ser devido ao fato de que a atividade de manuseio deve ser repetida muitas
“lembrado”. Quando o presente tem um maior valor, maior será a obrigação vezes e envolve a segurança e integridade dos produtos.
de retribuição.
Além disso, a utilização adequada dos recursos contribui para o au-
Deve também ficar claro para os compradores como agir no trato com mento da capacidade produtiva e oferece melhores condições de trabalho
empresas que sistematicamente, com política própria, oferece uma “comis- para os empregados da empresa.
são”. Devem tais empresas ser excluídas entre as licitantes? Tais comis-
sões devem ser incorporadas como forma de desconto nos preços propos- As Leis de Movimentação
tos? E os outros fornecedores, como ficam? Enfim, todos esses aspectos
devam ser abordados no código de ética. Para se manter eficiente um sistema de movimentação de materiais,
existe ainda certas “leis” que, sempre dentro das possibilidades, devem ser
Toda esta questão fica mais grave quando a figura do suborno apare- levadas em consideração. São elas:
ce. A intenção premeditada é a essência do suborno. Ninguém é subornado
por acidente. Nesses casos, uma vez consumado o delito, o assunto já 1. Obediência ao fluxo das operações - Disponha a trajetória dos mate-
passa para a alçada judicial. Não é raro lermos nos jornais situações em riais de forma que a mesma seja a sequência de operações. Ou seja, utilize
que empresas demitem de uma só vez, até mesmo todos os componentes sempre, dentro do possível, o arranjo tipo linear.
de seu setor de compras. Por exemplo, já foi manchete da Gazeta Mercantil 2. Mínima distância - Reduza as distâncias e transporte pela eliminação
o fato de a Fiat brasileira ter demitido “oito funcionários da área de compras de ziguezagues no fluxo dos materiais.
– alguns com cargos de gerência -, acusados de estar recebendo propinas
e presentes de fornecedores”, além de suspeitas de superfaturamentos ou 3. Mínima manipulação - Reduza a frequência de transporte manual. O
desvio de dinheiro. transporte mecânico custa menos que as operações de carga e descarga,
levantamento e armazenamento. Evite manipular os materiais tanto quanto
No setor público, todo processo de licitação é claramente definido atra- possível ao longo do ciclo de processamento.
vés de legislação específica (Lei 8.666/93), cujo fim precípuo é resguardar
os interesses do Estado. 4. Segurança e satisfação - Leve sempre em conta a segurança dos
operadores e o pessoal circulante, quando selecionar o equipamento de
Outro aspecto concernente à ética em compras é o manuseio de infor- transporte de materiais.
mações, como o repasse dos critérios de julgamento e dados contidos nas
propostas já entregues a um outro fornecedor que ainda está elaborando a 5. Padronização - Use equipamento padronizado na medida do possí-
proposta a sua. Esse comportamento aético leva a situações em que forne- vel. O custo inicial é mais baixo, a manutenção é mais fácil e mais barata e
cedores altamente qualificados se neguem a apresentar propostas a “clien- a utilização desse equipamento é mais variada por ser mais flexível que
tes” não confiáveis. Estabelece-se assim uma relação de desconfiança que equipamentos especializados.
prejudica a todos, isto é, todos perdem. 6. Flexibilidade - O valor de determinado equipamento para o usuário é
A fim de evitar estas situações, mais uma vez o código de ética entra proporcional à sua flexibilidade, isto é, capacidade de satisfazer ao trans-
em cena. A empresa deve estabelecer políticas claras sobre as informa- porte de vários tipos de cargas, em condições variadas de trabalho.
ções que devem ser manuseadas. 7. Máxima utilização do equipamento - Mantenha o equipamento ocu-
Pode-se inferir que a área de compras, outrora restrita à atividade de pado tanto quanto possível. Evite acúmulo de materiais nos terminais do
aquisição, atualmente é parte de um processo complexo que engloba ciclo de transporte. Se não puder manter o equipamento de baixo investi-
outras áreas que executam papel estratégico na organização. mento, mantenha o quociente carga útil / carga morta tão baixo quanto
possível, 1/4 e considerado o ideal.
Contudo, apesar da função compras ser mais relevante em algumas
empresas do que em outras, em qualquer organização ela deve receber 8. Máxima utilização da gravidade - Use a gravidade sempre que pos-
real atenção, visando que pode significar uma grande minimização dos sível. Pequenos trechos motorizados de transportadores podem elevar
custos. carga a uma altura conve¬niente para suprir trechos longos de transportes
por gravidade.
Neste cenário, o exercício da compra deve ser posicionado no proces-
so de suprimentos como uma poderosa ferramenta de melhoria na lucrativi- 9. Máxima utilização do espaço disponível - Use o espaço “sobre cabe-
dade da empresa. Sendo que para tanto, o profissional deve primar pela ças” sempre que for possível. Empilhe cargas ou utilize suportes especiais
qualidade, bem como quantidade almejada, fazendo a melhor opção na para isso.
escolha dos fornecedores. 10. Método alternativo - Faça uma previsão de um método alternativo
Movimentação de movimen¬tação em caso de falha do meio mecânico de transporte. Essa
alternativa pode ser bem menos eficiente que o processo definitivo de
Movimentar materiais é uma tarefa que demanda grande esforço. A uti- transporte, mas pode ser de grande valor em casos de emergência. Exem-
lização de equipamentos adequados para cada tipo de material a ser trans- plos: colocação de pontos esparsos para instalação de uma talha manual;
portado pode contribuir para uma melhor execução desta tarefa. prever espaço para movimentação de uma empilhadeira numa área coberta
Cada vez mais, novos equipamentos, mais modernos e sofisticados, por uma ponte rolante.
são introduzidos no mercado, e a escolha do melhor equipamento depende 11. Menor custo total - Selecione equipamentos na base de custos to-
de muitas variáveis, como o custo, o produto a ser manuseado, a necessi- tais e não somente do custo inicial mais baixo, ou do custo operacional, ou
dade ou não de mão de obra especializada, espaço disponível, entre ou- somente de manutenção. O equipamento escolhido deve ser aquele que
tros. apresenta o menor custo total para uma vida útil razoável e a uma taxa de
Movimentação de Materiais retorno do investimento adequado.

Administração de Materiais 25
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Equipamento • Pórticos: São vigas elevadas e auto-sustentáveis sobre trilhos. Pos-


suem sistema de elevação semelhante ao das pontes rolantes. Os pórticos
Existe uma grande variedade de equipamentos. Deve-se avaliar o cus- são utilizados no armazenamento em locais descobertos. Vantagens: maior
to-benefício, o aumento da produtividade pode compensar gastos um capacidade de carga que as pontes rolantes, não requer estrutura. Desvan-
pouco maiores. Em alguns casos, a escolha fica limitada por causa do tipo tagens: menos seguro, interfere com o tráfego no piso, e é mais caro.
de material, espaço disponível ou o próprio custo. Não basta ter o equipa-
mento certo - é preciso utilizá-lo de forma racional e otimizada. Os tipos Sistemas de Manuseio entre Pontos sem Limites Fixos
mais comuns são:
É o mais versátil dos sistemas.
Sistemas de transportadores contínuos:
• Carrinhos: São os equipamentos mais simples. Consistem em plata-
Consiste na movimentação constante entre dois pontos pré- formas com rodas e um timão direcional. Possuem vantagens como baixo
determinados. São utilizados em mineração, indústrias, terminais de carga custo, versatilidade, manutenção quase inexistente. Desvantagens: Capa-
e descarga, terminais de recepção e expedição ou em armazéns. cidade de carga limitada, baixa velocidade e produção, exigem mão-de-
obra.
Exemplos de sistemas de transportes contínuos:
• Palleteiras: Carrinhos com braços metálicos em forma de garfo e um
• Esteiras transportadoras: São equipamentos de ampla aplicação, po- pistão hidráulico para a elevação da carga (pequena elevação). As palletei-
dem ser de correia, fita ou de tela metálica utilizadas geralmente para ras podem ser motorizadas ou não.
grandes quantidades de material.
• Empilhadeiras: podem ser elétricas ou de combustão interna (verificar
• As fitas metálicas podem ser feitas de aço-carbono, aço inoxidável e ventilação). São usadas quando o peso e as distâncias são maiores (se
aço revestido por borracha. Nas esteiras o ângulo máximo de inclinação é comparadas com o carrinho) As mais comuns são as frontais de contrape-
função das características do material (entre 20 e 35º). so. Vantagens: livre escolha do caminho, exige pouca largura dos corredo-
• As esteiras transportadoras apresentam a desvantagem de possuir res, segurança ao operário e à carga, diminui a mão-de-obra. Desvanta-
uma pequena flexibilidade na trajetória. gens: retornam quase sempre vazias, exige operador especializado, exige
paletização de cargas pequenas.
• Transportadores de roscas: São indicados para a movimentação de
materiais pulverizados não corrosivos ou abrasivos. Utilizados em silos, • Guindastes: usados em pátios, construção pesada, portos e oficinas
moinhos, indústria farmacêutica, etc. O transporte é feito através da rotação de manutenção. O veículo pode ser motorizado ou não. Opera cargas não
do eixo longitudinal do equipamento. paletizadas, versátil, alcança locais de difícil acesso mas apresenta a
desvantagem de exigir espaço e ser lento.
• Transportadores magnéticos: utilizado para a movimentação de peças
e recipientes de ferro e aço. Consiste em duas faixas de ferro magnetiza- • Plataformas de Carga e Descarga: utilizadas no recebimento e na ex-
das por ímãs permanentes colocados na parte posterior de um transporta- pedição de mercadorias, facilitando o trabalho. Geralmente são fixas.
dor de fita, com um pólo em cada faixa, assim, o material ferroso é condu- • Mesas e Plataformas Hidráulicas: usadas basicamente na elevação
zido e atraído simultaneamente, podendo seguir em trajetórias verticais e da carga geralmente em conjugação com outro equipamento ou pessoa.
horizontais, ser virado, frendo, etc. Vantagens: é silencioso, requer pouco
espaço e manutenção, trabalha até embaixo d’água. Desvantagens: só • AGV (Automatic Guided Vehicles): São utilizados desde 1950 poden-
transporta materiais ferrosos. do carregar até 100 toneladas. Os AGVs modernos são controlados por
computador, possuindo microprocessadores e gerenciadores de sistema,
• Transportadores pneumáticos: utilizado para transporte de materiais que podem até emitir ordens de transporte e recolher ou descarregar car-
granulados em silos, moinhos e portos. Constituem-se em um conjunto de gas automaticamente. Existem diversos modelos, com os mais variados
tubulações e de um sistema motor que produz a corrente de ar. Vantagens: tipos de sensores e até por radiofrequência. As desvantagens deste siste-
funcionam em qualquer tipo de trajeto, vedação completa, requer pouco ma são o custo e manutenção elevados.
espaço, baixos custos de manutenção. Desvantagens: somente utilizado
para materiais de pequena granulometria e não abrasivos. • Dispositivos para Movimentação de Barris: utilização limitada, mas
bastante útil para este tipo de material. Elimina a necessidade de paletiza-
• Transportadores de roletes livres: não há mecanismo de acionamento ção.
(somente a força da gravidade ou manual). É um sistema de transporte
econômico, não há manutenção, permite o transporte de todos os materiais * Empilhadeiras elétrica operador a pé:
não a granel. A superfície de fundo do material deve ser dura e plana e no
mínimo 3 roletes devem estar agindo simultaneamente sobre a carga. Ideal para movimentação e empilhamento de palets ou similar em curta
ou longa distância, em armazéns fechados, minimiza a largura de corredo-
• Transportadores de correntes: Evita problemas de contaminação, res por girar 360 graus parado, fácil de operar sendo uma opção na sepa-
permite o aproveitamento do espaço aéreo, gasto inicial e manutenção ração fracionada de materiais.
baixos.
• Transpaleteira manual: Ideal para movimentação de palets não muito
Sistemas de Manuseio para Áreas Restritas pesados e em curtas distâncias.
São feitos para locais onde a área é elemento crítico: por isso são bas- • Carros elétrico transportador: Ideal para transporte de componentes
tante utilizados em almoxarifados. nos diversos pontos do processo de produção operacionalizando o Kanban.
A ponte rolante é o equipamento mais utilizado entre todos. • Trator: Ideal para o reboque de carretas com médio e grande porte
para transporte interno de média ou longa distância.
* Pontes rolantes: Viga suspensa sobre um vão livre, que roda sobre
dois trilhos. São empregadas em fábricas ou depósitos que permitem o * Retroescavadeira: Ideal para movimentação de materiais a granel na
aproveitamento total da área útil (armazenamento de ferro para construção, carga ou descarga caminhões, silos e esteiras, podendo ser usada também
chapa de aço e bobinas, recepção de carga de grandes proporções e em pequenas desagregações ou escavações.
peso). Vantagens: elevada durabilidade, movimentam cargas ultra pesadas,
carregam e descarregam em qualquer ponto, posicionamento aéreo. Des- * Empilhadeiras elétrica operador a bordo:
vantagens: exige estruturas, investimento elevado, área de movimentação Ideal para movimentação de materiais em armazéns fechados, minimi-
definida. za a largura de corredores por girar 360 graus parado e proporciona ótimo
• Stacker Crane: Consiste numa torre apoiada sobre um trilho inferior e aproveitamento vertical.
guiada por um trilho superior. Pode ser instalada em corredores com menos * Transpaleteira elétrica: Ideal para movimentação de palets ou similar
de 1 metro de largura e algumas torres atingem até 30m de altura. Exige (sem esforço físico), em curta ou longa distância, em armazéns fechados,
alto investimento, mas ocasiona uma grande economia de espaço. minimiza a largura de corredores por girar 360 graus parado, fácil de operar

Administração de Materiais 26
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

sendo uma opção no transporte de palet´s entre área de separação e uma pessoa ou grupo de pessoas, máquinas, equipamentos, bancadas e
expedição de produtos e outras operações similares. estações de trabalho, etc. Em todo o planejamento de arranjo físico, irá
existir sempre uma preocupação básica: tornar mais fácil e suave o movi-
* Carros elétrico rebocador: Ideal para reboque de carretas ou conjunto mento do trabalho através do sistema, quer esse movimento se refira ao
de carretas no transporte interno. fluxo de pessoas ou de materiais.
* Pá carregadeira: Ideal para movimentação de materiais a granel na Podemos citar em princípio três motivos que tornam importantes as de-
carga ou descarga caminhões, silos e esteiras, e também na desagregação cisões sobre arranjo físico:
de grandes massas (Barrancos ou amontoados).
a) elas afetam a capacidade da instalação e a produtividade das ope-
* Guinchos: Ideal para içamento e movimentação de máquinas, com- rações: uma mudança adequada no arranjo físico pode muitas vezes au-
ponentes e acessórios do parque industrial. mentar a produção que se processa dentro da instalação no fluxo de pes-
* Caminhão munck: Ideal para içamento, movimentação e transporte de soas e/ou materiais;
máquinas, componentes e acessórios do parque industrial. b) mudanças no arranjo físico podem implicar no dispêndio de conside-
* Caminhão Brooks: Ideal na movimentação de caçambas para acondi- ráveis somas de dinheiro, dependendo da área afetada e das alterações
cionamento de materiais a granel, onde as caçambas são depositadas nos físicas necessárias nas instalações, entre outros fatores;
locais de enchimento e retiradas quando abastecidas. c) as mudanças podem apresentar elevados custos e dificuldades téc-
Armazenamento nicas para futuras reversões; podem ainda causar interrupções indesejá-
veis no trabalho.
Na definição do local adequado para o armazenamento devemos con-
siderar: Por todos esses motivos, poderia à primeira vista parecer que um ar-
ranjo físico, uma vez estabelecido, é quase imutável e se aplica prioritaria-
- Volume das mercadorias / espaço disponível; mente a novas instalações. Isso não é verdade, entretanto, diversos fatores
- Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); podem conduzir a algumas mudanças em instalações já existentes:

- Número de itens; • a ineficiência de operações,

- Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva, etc; • taxas altas de acidentes,

- Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens; • mudanças no produto ou no serviço ao cliente,

- Velocidade necessária no atendimento; • mudanças no volume de produção ou fluxo de clientes.

- O sistema de estocagem escolhido deve seguir algumas técnicas im- Num esforço de sistematização, costuma-se agrupar os arranjos físicos
prescindíveis na Administração de Materiais. As principais técnicas de possíveis em três grandes tipos:
estocagem são: - Arranjo físico linear (por produto): corresponde ao sistema de produ-
• Carga unitária: Embalagens de transporte (“pallets”) arranjam uma ção contínua (como linha de montagem);
certa quantidade de material (como se fosse uma unidade), facilitando o é utilizado para fabricação de grandes quantidades de um só produto,
manuseio, transporte e armazenagem, economizando tempo de armazena- ou produtos padronizados.
gem, carga e descarga, esforço, mão-de-obra e área; A formação de carga
unitária se através de pallets. Pallet é um estrado de madeira padronizado, - Arranjo físico funcional (por processo): corresponde ao sistema de
de diversas dimensões. Suas medidas convencionais básicas são 1.100mm produção de fluxo intermitente (como a produção por lotes ou encomen-
x 1.100mm, como padrão internacional para se adequar aos diversos meios das); é utilizado apara fabricação de pequenas quantidades e produção
de transportes e armazenagem; flexivel: vários tipos e estilos.
• Caixas ou gavetas: Ideal para materiais de pequenas dimensões, co- - Arranjo físico de posição fixa: corresponde ao sistema de produção
mo parafusos, arruelas, material de escritório, etc, até na própria seção de em projetos.
produção; Os tamanhos e materiais utilizados na sua construção serão os Localização de Materiais
mais variados em função das necessidades específicas de cada atividade.
• Sistema de estocagem fixo (centralizado)
• Prateleiras: Destinadas a materiais de tamanhos diversos e para o
apoio de gavetas ou caixas. Adequadas para peças pequenas e leves e • Sistema de estocagem livre (descentralizado)
quando o estoque não é muito grande. Constitui o sistema mais simples e
econômico. Centralizado

• Raques: Para peças longas e estreitas (como tubos, barras, tiras, Estocagem em um único local
vergalhões e feixes). Podem ser montados em rodízios, para facilitar o Facilita o planejamento da produção, o inventário e o controle.
deslocamento;
Pode ocorrer desperdício de área de armazenamento
• Empilhamento: Uma variante das caixas, para aproveitar ao máximo o
espaço vertical, reduzindo a necessidade de divisões nas prateleiras (for- Descentralizado
mando uma única prateleira) e facilitando a utilização das empilhadeiras. As Não existem locais fixos, estocagem junto aos pontos de utilização.
caixas ou pallets são empilhados uns sobre os outros, obedecendo a uma
distribuição quantitativa; A entrega e o inventário são mais rápidos, o trabalho com o fichário e
documentação é menor
• Container flexível: É uma das técnicas mais recentes, utilizada para
sólidos a granel e líquidos em sacos. É uma espécie de saco feito com Risco de possuir material perdido em estoque
tecido resistente e borracha vulcanizada, com um revestimento interno
Inventário Físico
conforme o uso.
É a verificação da existência dos materiais da empresa, através de um
Arranjo Físico - Layout
levantamento físico de contagem, para confrontação com os estoques
Planejar o arranjo físico de uma certa instalação significa tomar deci- registrados nas fichas, efetuado periodicamente, para efeito de balanço
sões sobre a forma como serão dispostos, nessa instalação, os centros de contábil físico e financeiro do almoxarifado, seções, depósitos e de toda a
trabalho que aí devem permanecer. Pode-se conceituar como centro de empresa, atendendo a exigência fiscal da legislação.
trabalho a qualquer coisa que ocupe espaço: um departamento, uma sala,
1 - Levantamento

Administração de Materiais 27
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

• Os inventariantes são escolhidos e agrupados em duas equipes: “de c) Armazenagem por frequência: Implicam armazenar tão próximo
contagem” (ou “de reconhecimento”) e “revisora” (ou de revisão); quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência de
movimentos;
• Devem ser agrupados os itens iguais, identificados com os cartões e
isolados os que não serão inventariados. d) Armazenagem Especial
2 - Contagem - Ambiente climatizado: Destinado a materiais que exigem tratamento
especial;
1) Cada item é contado duas vezes;
- Inflamáveis: Os produtos inflamáveis obedecem a rígidas normas de
2) A primeira contagem é feita pela “equipe recolhedora”, que fixará o segurança.
cartão de inventário em cada item, anotando a quantidade da contagem no
destaque do “cartão de inventário”; Critérios para armazenagem de cilindros de gases especiais:
3) A Segunda contagem é feita pela “equipe revisora”. Grupo 1: Não inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez;
Obs: Todos os registros de movimentações de estoque devem ser atu- Grupo 2: Inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez;
alizados até a data do inventário, quando deverão ser suspensas para
evitar erros. Grupo 3: Inflamáveis, tóxicos e corrosivos;

3 - Apuração Grupo 4: Tóxicos e/ou corrosivos, não inflamáveis;

O coordenador do inventário deverá conferir ambas as contagens. Se Grupo 5: Espontaneamente inflamáveis;


positivo, o inventário para o item está correto, se não deverá haver uma Grupo 6: Muito venenosos:
terceira contagem por outra equipe diferente.
Os cilindros devem ser colocados em áreas cobertas, ventiladas e em
4 - Conciliação posição vertical, de modo compacto, impedindo a movimentação. Somente
Em caso de divergências, os responsáveis pelo controle do estoque podem ser armazenados juntos os gases cuja soma dos números do grupo
deverão justificar as diferenças entre o estoque contábil e inventariado, perfizerem 5 (argônio – grupo 1 + amônia – grupo 4);
através de relatório. - Perecíveis: Devem ser armazenados segundo o método “FIFO” (“First
Objetivos do Armazenamento in First Out”) – “o primeiro que entra é o primeiro que sai”.

O avanço tecnológico proporcionou a otimização de uma série de pro- e) Armazenagem em área externa – muitos materiais podem ser arma-
cessos e rotinas das organizações. zenados em áreas externas, o que diminui os custos e amplia o espaço
interno. Podem ser colocados em áreas externas material a granel, tambo-
Na área de armazenagem, introduziram-se novos métodos de raciona- res e contentores, pecas fundidas, chapas de metal e outros.
lização e fluxos de distribuição de produtos, estendendo as melhorias à
adequação das instalações e utilização de novos equipamentos para mo- Coberturas Alternativas
vimentar cargas. A prática do armazenamento visa utilizar o espaço nas - Galpão fixo: Construído com perfilados de alumínio extrudado e cone-
três dimensões, da maneira mais eficiente possível. Logo, as instalações xões de aço galvanizado, cobertos com laminado de PVC anti-chama, de
devem proporcionar rápida movimentação de materiais, de maneira fácil e elevada resistência a rasgos, fungos e raios ultravioleta;
prática.
- Galpão móvel: Semelhante ao galpão fixo, com a vantagem de possu-
Cuidados essenciais para o armazenamento ir flexibilidade (capacidade de deslocamento) permitindo a manipulação de
1. Determinação do local; materiais em qualquer lugar, eliminando a necessidade de corredores.

2. Definição adequada do layout; Independente de qualquer critério ou consideração à seleção do méto-


do de armazenamento, é oportuno salientar a conveniência a respeito às
3. Definição de uma política de preservação, com embalagens conve- indicações contidas nas embalagens em geral, por meio dos símbolos
nientes aos materiais; convencionais que indicam os cuidados a serem seguidos no manuseio,
transporte e armazenagem, de acordo com a carga contida.
4. Ordem, arrumação e limpeza, de forma constante;
Embalagem
5. Segurança patrimonial contra furtos, incêndios, etc.
A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa
Resultados da otimização do armazenamento e principalmente das atividades de qualquer empresa.
1. Máxima utilização do espaço; O desenvolvimento da embalagem acompanhou o desenvolvimento
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis; humano, da necessidade inicial do homem de armazenar água e alimentos
em algum recipiente, visando à sobrevivência própria, até o inicio das
3. Pronto acesso a todos os itens (seletividade); atividades comerciais, e disseminação do uso das embalagens.
4. Máxima proteção aos itens estocados; Atualmente estão presentes em todos os produtos, com formas varia-
5. Boa organização; das, e funções variadas, sempre com a evolução das tecnologias utilizadas,
que as tornam cada vez mais eficientes e estratégicas.
6. Satisfação das necessidades dos clientes.
Para a logística, a embalagem é item de fundamental importância, pos-
Tipos de armazenamento sui relacionamento em todas as áreas, e é essencial para atingir o objetivo
logístico de disponibilizar as mercadorias no tempo certo, nas condições
O esquema de armazenagem escolhido por uma empresa depende da
adequadas ao menor custo possível, principalmente na distribuição interna-
situação geográfica de suas instalações, da natureza de seus estoques,
cional.
tamanho e respectivo valor. A disposição dos materiais deve se enquadrar
em uma das alternativas que melhor atenda a seu fluxo: Para se ter uma ideia da representatividade da embalagem na econo-
mia, segundo Moura e Banzato (2000), os gastos com embalagem repre-
a) Armazenagem por agrupamento: Facilita as tarefas de arrumação e
sentam aproximadamente 2% do PNB. E o Brasil perde entre 10% e 15%
busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço;
da sua receita de exportação por causa de embalagens deficientes.
b) Armazenagem por tamanhos: Permite bom aproveitamento do espa-
As principais funções da embalagem são: contenção, proteção e co-
ço;
municação.

Administração de Materiais 28
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

A contenção refere-se à função de conter o produto, de servir como re- Na definição do tipo de transporte deve-se verificar o ambiente ao qual
ceptáculo, por exemplo, quando ocorre do produto vazar da embalagem, os produtos serão submetidos, cada modal tem características próprias,
esta função não foi cumprida. O grau de eficiência da embalagem nesta que exigem cuidados específicos. Os maiores riscos durante o processo de
função depende das características do produto. Uma mercadoria perigosa, transporte são: alterações clima, impactos com aceleração, vibrações,
inflamável, deve sempre ter 100% de eficiência, realizando o investimento choque, umidade. Além das condições é necessário conhecer as limitações
necessário para tal. Enquanto que um fabricante de um material de menor de cada modal quanto a peso e dimensões.
valor, como sal, por exemplo, pode permiti-se utilizar uma embalagem com
menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação à Principais Tipos de Embalagens
função de proteção. Caixa de papelão - representa uma grande economia para a empresa
A função de proteção possibilita o manuseio do produto até o consumo em relação à madeira e a outros materiais tradicionais de embalagem.
final, sem que ocorra danos na embalagem, e/ou produto. Também com As principais vantagens são as seguintes:
relação a esta função deve-se estabelecer o grau desejado de proteção ao
produto. - elimina o espaço ocupado pelas caixas de madeira

Alguns dos principais riscos aos qual a embalagem está submetida - é rápida a selagem da caixa de papelão
são: choques, aceleração, temperatura, vibração, compressão, oxidação, - é muito mais leve o que facilita o manuseio, reduz os acidentes à
perfuração, esmagamento, entre outros. mão-de-obra e diminui o frete.
E a função de comunicação é a que permitem levar a informação, utili- - a violação é facilmente percebida; não estraga as demais caixas do
zando diversas ferramentas, como símbolos, impressões, cores. Nas emba- mesmo carregamento.
lagens primárias, esta função ocorre diretamente com os consumidores
finais, trazendo informações sobre a marca e produto. E nas embalagens - maior resistência aos choques; mais limpa; faz propaganda do produ-
ditas industriais, relacionadas à logística, a comunicação ocorre na medida to.
em que impressões de códigos de barra nas embalagens, marcações,
Tambores
cores ou símbolos permitam a localização e identificação de forma facilitada
nos processos logísticos de armazenagem, estoque, separação de pedidos, - muito utilizado para produtos líquidos, sólidos, pastosos, em pó, gra-
e transporte. nulados, etc.
A interação da embalagem com as operações logísticas, deve iniciar-se - muito resistente
no planejamento da embalagem, pois nesta etapa são definidos aspectos
fundamentais, que irão influenciar todo o processo, como: dimensões, tipo - fácil recuperação
de material, design, custo e padronização das embalagens. Fardos
Estes aspectos são fundamentais para o planejamento e eficiência no - é a redução de volume conseguida com a utilização de prensas que
armazenamento e transporte dos produtos, caso a embalagem não seja comprimem a mercadoria
planejada de acordo com os recursos existentes (máquinas movimentação,
espaço físico, modal transporte), será necessário adequar todos os recur- - muito utilizado para fibras vegetais, como algodão, sisal, bucha; pro-
sos à embalagem. Segundo Moura & Banzato (2001) ao se falar em padro- dutos de origem animal, como lã, pêlos; produtos transformados, como
nização de embalagens, na maioria das vezes refere-se à padronização borracha sintética, retalhos ferro,
das dimensões, e não do material. Isto porque são estas as características - além de resíduos de diversos materiais, como bagaço de cana, apa-
que influenciam mais a capacidade do equipamento de movimentação, e ras de papel.
não o tipo de material utilizado na fabricação.
Distribuição e Transportes
A redução da variabilidade de embalagens facilita o armazenamento,
manuseio e movimentação dos materiais, reduzindo o tempo de realização O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de repre-
destas tarefas, por proporcionar uma padronização destes métodos, dos sentar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações,
equipamentos de movimentação, e de armazenamento. Além da redução tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço
do tempo, outra vantagem da padronização é a redução de custos. ao Cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de
60% das despesas logísticas, o que, em alguns casos, pode significar duas
A embalagem tem interação com todas as funções da logística, arma- ou três vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do
zenamento, manuseio, movimentação de materiais, e transporte. Desta setor de distribuição de combustíveis.
interação com as funções logísticas, pode-se conseguir redução de custos,
de tempo na entrega final do produto, redução de perdas, e aumento do As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basica-
nível de serviço ao cliente. mente às dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o
transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos
Na movimentação de materiais, dentro dos armazéns, e na troca de onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado às necessida-
modal de transporte, é onde a embalagem sofre os maiores impactos, que des do comprador. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a
podem causar danos a embalagem primária, e produto, e onde os impactos troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo funda-
da falta de planejamento podem ser percebidos, seja pelo alto número de mental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na
perdas, e/ou adaptação dos equipamentos de transporte, seja pelo aumen- quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível.
to do custo decorrente destas perdas, e impossibilidade de padronização
dos métodos e equipamentos de movimentação, que acabam por aumentar Muitas empresas brasileiras vêm buscando atingir tal objetivo em suas
a necessidade de mão-de-obra e reduzir a eficiência. operações. Com isso, vislumbra na Logística, e mais especificamente na
função transporte, uma forma de obter diferencial competitivo.
Neste sentido Moura & Banzato (2000) citam alguns pontos a serem
analisados: até que ponto a embalagem para Matéria-Prima e para produ- Entre as iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, desta-
tos acabados facilita as operações de recebimento, descarga, inspeção, cam-se os investimentos realizados em tecnologia de informação, os quais
movimentação; até que ponto as unidades de movimentação como caixa, objetivam fornecer às empresas melhor planejamento e controle da opera-
paletes e contenedores facilitam a estocagem, e até que ponto a embala- ção, assim como a busca por soluções intermodais que possibilitem uma
gem facilita o descarte e a reciclagem? redução significativa nos custos.
A embalagem proporciona a proteção necessária ao produto durante o O impacto do transporte no Serviço ao cliente é um dos mais significa-
processo de armazenagem, assegurando sua integridade, pode proporcio- tivos, e as principais exigências do mercado geralmente estão ligadas à
nar melhor utilização do espaço nos armazéns, e facilitar a identificação e pontualidade do serviço (além do próprio tempo de viagem), à capacidade
separação dos produtos, evitando retrabalho com correções. de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade, no que diz respeito ao

Administração de Materiais 29
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

manuseio de uma grande variedade de produtos, ao gerenciamento dos Na segundo guerra mundial, também a logística teve um papel prepon-
riscos associados a roubos, danos e avarias e à capacidade de o transpor- derante. A invasão da Europa pelas forças aliadas foi um exercício de
tador oferecer mais que um serviço básico de transporte, tornando-se logística altamente proficiente, tal como foi a derrota de Rommel no deser-
capaz de executar outras funções logísticas. As respostas para cada uma to. Entretanto, enquanto generais e marechais dos tempos remotos com-
dessas exigências estão vinculadas ao desempenho e às características de preenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num
cada modal de transporte, tanto no que diz respeito a suas estruturas, passado recente e que as organizações empresariais reconheceram o
quanto a sua estrutura de custos. aspecto vital que o gerenciamento logístico pode ter para a obtenção da
vantagem competitiva.
Classificação dos modais de transporte
Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de com-
São basicamente cinco os modais de transporte de cargas; rodoviário, preensão dos benefícios da logística integrada.
ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. Cada um possui custos e carac-
terísticas operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos Conceituando Logística
tipos de operações e produtos. Os critérios para escolha de modais devem
sempre levar em consideração aspectos de custos por um lado, e caracte- O conceito de logística é coordenar todas as atividades relacionadas à
rísticas de serviços por outro. Em geral, quanto maior o desempenho em aquisição, movimentação e estocagem de materiais. Esta abordagem
serviços, maior tende a ser o custo do mesmo. considera o fluxo inteiro de materiais e peças, desde os fornecedores até o
estabelecimento de manufatura, com seus depósitos e linhas de produção,
Logística e também depois da manufatura, no fluxo de peças e produtos, através dos
armazéns e centros de distribuição até os clientes, este fluxo é controlado e
No clima econômico rigoroso de hoje, em que os mercados em expan- planejado como um sistema integrado.
são são poucos em que os novos concorrentes globais estão acirrando a
competitividade, os negócios passaram inevitavelmente a enfatizar, como Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística, alguns auto-
ponto central, as estratégias que estabelecem uma lealdade de longo prazo res definem como:
com o cliente.
“A logística consiste em fazer chegar a quantidade certa das mercado-
O reconhecimento de que o relacionamento com o cliente é a chave rias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao mínimo
para os lucros à longo prazo trouxe consigo a compreensão da importância custo; a logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-
crucial de estabelecer um serviço diferenciado ao cliente. Como os merca- relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem. Com-
dos apresentam cada vez mais características do alto consumo, em que os preende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentação e o
clientes vêem pouca diferença entre as características físicas ou funcionais transporte de um modo geral, a estocagem em trânsito e todo o transporte
do produto, há vários produtos similares, é através da prestação especial necessário, a recepção, o acondicionamento e a manipulação final, isto é,
de serviços, que cada organização faz a sua diferença. até o local de utilização do produto pelo cliente”. ( MOURA, 1998: 51).
Um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de em- A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de
pregados motivados embora isso seja um pré-requisito, mas por meio dos todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o
sistemas logísticos que permitam a entrega do produto dentro dos padrões consumidor”. (ALT & MATINS, 2000: 252)
exigidos pelo cliente.
A logística empresarial é o processo de planejamento, implementação
Evolução histórica da logística e o controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de maté-
rias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacio-
A palavra logística derivada do grego (“logos = razão”) significa “a arte nadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de
de calcular” ou “a manipulação dos detalhes de uma operação”. Na área atender aos requisitos do cliente. (BALLOU, 1998:42).
militar, a palavra logística representa a aquisição, manutenção, transporte
de materiais e de pessoal. A cadeia de suprimentos / produtiva
Na história antiga o primeiro relato que existe da construção dos pri- Para melhor entender o conceito de cadeia produtiva, apresentam-se
meiros armazéns datam de 1800 A.C., onde José ao interpretar um sonho as seguintes definições:
que o rei teve, no qual haveria sete anos de abundância, seguidos por sete
anos de fome em todo país; José começou a construir e estocar um quinto [...] Uma simples empresa geralmente não está habilitada a controlar
da colheita de cada ano em armazéns e celeiros, em cada cidade do Egito; seu fluxo de produto inteiro no canal, desde as fontes de matéria-prima até
e o país sobreviveu, nos anos de fome, através de bons planejamentos e o ponto final de consumo, embora esta seja uma oportunidade emergente.
distribuição. Para propósitos práticos, a logística empresarial para empresas individuais
tem um escopo estreito. Normalmente o máximo controle gerencial que
Em 1991, o mundo presenciou um exemplo dramático da importância pode ser esperado está sobre o suprimento físico imediato e sobre os
da logística. Como precedente da guerra do Golfo, os Estados Unidos e canais de distribuição. O canal de suprimento físico refere-se ao hiato de
seus aliados tiveram que deslocar grandes quantias de materiais a grandes tempo e espaço entre as fontes de material imediato de uma empresa e
distâncias, em que se pensava um tempo extremamente curto. Meio milhão seus pontos de processamento. Da mesma maneira, o canal de distribuição
de pessoas e mais meio milhão de materiais e suprimentos tiveram de ser física refere-se ao hiato de tempo e espaço entre os pontos de processa-
transportadas por 12.000 quilômetros por via aérea, mais 2,3 milhões de mento da empresa e seus clientes. Devido às similaridades nas atividades
toneladas de equipamentos transportados por mar, tudo isso feito em entre os dois canais, o suprimento físico (normalmente chamado adminis-
questão de meses. tração de materiais) e a distribuição física compreendem atividades que
estão integradas na logística empresarial. O gerenciamento da logística
Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas empresarial é também popularmente chamado de gerenciamento da cadeia
através do poder da logística ou da falta dela. Argumenta-se que a derrota de suprimentos (BALLOU, 2001). Cadeia produtiva é o conjunto de ativida-
da Inglaterra na guerra da independência dos Estados Unidos pode ser, em des econômicas que se articulam progressivamente desde o início da
grande parte, atribuída a falta de logística. elaboração de um produto (inclui matérias-primas, máquinas e equipamen-
O exército britânico na América dependia quase que totalmente da In- tos, produtos intermediários...) até o produto final, a distribuição e comercia-
glaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia 12.000 soldados no lização (BRASIL, 2000).
ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Cadeia produtiva é o conjunto de atividades econômicas que se articu-
Inglaterra. Durante os primeiros seis anos de guerra, a administração lam progressivamente desde o início da elaboração de um produto. Isso
destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das inclui desde as matérias-primas, insumos básicos, máquinas e equipamen-
operações e a moral das tropas. Até 1781 eles não tinham desenvolvido tos, componentes, produtos intermediários até o produto acabado, a distri-
uma organização capaz de suprir o exército e aquela altura já era muito buição, a comercialização e a colocação do produto final junto ao consumi-
tarde. dor, constituindo elos de uma corrente (INSTITUTO BRASILEIRO DA
QUALIDADE E PRODUTIVIDADE, 1999).

Administração de Materiais 30
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Cadeia produtiva é o conjunto de organizações (principalmente empre- transporte, armazenagem, processamento de pedidos, gestão de estoques,
sas), cujos processos, atividades, produtos e serviços são articulados entre afetando significativamente as áreas de suprimentos / compras e distribui-
si, como elos de uma mesma corrente, segundo uma sequência lógica ção.
progressiva ao longo de todo o ciclo produtivo de determinado produto ou
serviço. Envolve todas as fases do ciclo produtivo, desde o fornecimento de A capacidade de maior visibilidade no fluxo logístico permite redução
insumos básicos até a chegada do produto ou serviço ao consumidor, nos níveis de estoque, sem comprometer o atendimento à demanda. O uso
cliente ou usuário final, bem como as respectivas organizações que perten- de EDI permite às empresas melhorar sua gestão e controle da produção,
cem e constituem os chamados segmentos produtivos da cadeia” (BRASIL, permitindo reposição contínua conforme as necessidades (EAN Brasil,
2000b). Ballou, por seu lado, utiliza-se do termo cadeia de suprimento. 2003). O uso da Internet permite redução de estoque nos canais de supri-
Todas as demais definições aqui apresentadas são complementares e, mento e de distribuição física, evitando obsolescência de produtos (HAS-
neste sentido, serão tomadas como referência. Portanto, o termo utilizado SELBRING & WEIGAND, 2001; LAMBERT et al., 1998; BALLOU, 2001;
neste artigo será “cadeia produtiva”, o qual refere-se ao conjunto de organi- BOWERSOX, 2001; MACHUCA & BARAJAS, 2003).
zações, cujos processos, atividades, produtos e serviços são articulados O uso de EDI e Internet na logística de transportes está na transmissão
entre si como elos de uma mesma corrente, numa sequência lógica pro- das informações e documentação, na possibilidade de rastreamento da
gressiva ao longo de todo o processo produtivo de determinado produto ou carga, no controle dos processos de carga e descarga. Alguns benefícios
serviço. apontados na literatura são: redução de custos por evitar fretes adicionais,
A título de ilustração, e com base nas definições apresentadas, a figura do gasto em paradas de veículo (pelo aguardo de transação de documen-
1 apresenta um exemplo de cadeia produtiva. tos, como nota fiscal), do tempo de atendimento, solidificação no relacio-
namento entre cliente e transportadora, melhoria das condições para plane-
jamento das operações logísticas, facilitando o processo de licitação de
serviços de transporte (GALLINA, 2001; FERREIRA, 2003; ATKINSON
Apud LANCIONI et al., 2003).
Há alguns anos atrás, a Kaiser (que é um produto da Coca Cola), esta-
va fazendo uma campanha contra a fusão do que hoje é a Ambev; o que
estava por trás desta briga , não era a concorrência pelo mercado de cerve-
ja, e sim, a rede de distribuição. Com a fusão da Brahma, Skol e Antarctica,
a rede de distribuição seria maior e mais eficaz e o Guaraná Antarctica
(principal concorrente da Coca Cola) estaria a disposição com maior fre-
Fontes - A cadeia começa com fontes que podem fornecer os ingredi- quência para o consumidor, deixando mais acirrada a concorrência no
entes básicos para dar início a uma cadeia produtiva - matérias-primas. mercado de refrigerantes. O gerenciamento da cadeia de suprimentos, ou
Esse primeiro elo é suficiente para dar início ao processo sem transformar a supply chain, ou cadeia logística integrada, nada mais é do que administrar
cadeia em uma conexão infinita. o sistema de logística integrada da empresa, ou seja, o uso de tecnologias
avançadas, entre elas gerenciamento de informações e pesquisa operacio-
Processadores - a primeira conexão é com o processador, que trans- nal, para planejar e controlar uma complexa rede de fatores visando produ-
forma a matéria-prima em produtos, componentes ou serviços, claramente zir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente.
identificável como consumível na cadeia.
Os componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para
As conexões vão evoluindo para os processadores que constroem, juntos maximizarem seu desempenho, adaptando-se naturalmente a mu-
montam e equipam o produto final. danças externas e em outros componentes. Para isso é necessário um alto
grau de integração entre fornecedor e cliente que, como parceiros, diminu-
Distribuidores - a cadeia precisa de alternativas para conduzir o pro-
em custos ao longo da cadeia (entre 10% e 30%) e tempo médio de esto-
duto ao consumidor. Embora existam vários meios disponíveis, o sistema
cagem (cerca de 50%). À área de compras também compete o cuidado
de distribuição se adequa às exigências da maior parte das cadeias de
com os níveis de estoque da empresa, pois embora altos níveis de estoque
suprimento. Esse sistema transporta o produto final da fábrica para um
possam significar poucos problemas com a produção, acarretam um custo
depósito ou centro de distribuição,
exagerado para uma manutenção. Esses altos custos para mantê-los são
se necessário, e entrega as quantidades adequadas ao estabelecimen- resultantes de despesas com o espaço ocupado, custo de capital, pessoas
to de varejo no momento em que for solicitado. de almoxarifado e controles.
Atacadistas/Varejistas - em suas prateleiras, os estabelecimentos Baixos níveis de estoque, por outro lado, podem fazer com que a em-
atacadistas / varejistas oferecem o produto para o possível comprador. presa trabalhe num limiar arriscado, em que qualquer detalhe, por menor
Entre os varejistas existem, por exemplo, as lojas de departamentos, as que seja, acabe prejudicando ou parando a produção. A empresa poderá
mercearias, grandes lojas ou pequenos negociantes, dos quais a compra é enfrentar, por exemplo, reclamações de clientes, altos níveis de estoque
feita. intermediários gerados por interrupções no processo produtivo. A necessi-
dade de adequação aos sistemas just-in-time (JIT) de muitas das empresas
Embora a cadeia física de distribuição esteja concluída nesse ponto, o levou a modificações importantes, entre elas a criação da nova função de
modelo ficaria incompleto se não fossem incluídos os consumidores. suprimentos. O chamado procurement envolve, além do relacionamento
Consumidores - Tomam a decisão final, selecionando seus produtos puramente comercial com os fornecedores, também a pesquisa e o desen-
preferidos e efetuando as compras que concluem e trazem resultados para volvimento desses relacionamentos, sua qualificação e o suporte técnico
a cadeia. durante o relacionamento entre as partes, e que leva à necessidade de um
aperfeiçoamento dos sistemas de informação. Hoje, há uma integração
EDI e Internet total entre todos os setores internos da empresa, clientes e fornecedores.
Segundo Lankford & Johnson (2000), o EDI, abreviação de Electronic Alem de tudo o que já foi visto, o departamento de compras também
Data Interchange, ou, em português, Intercâmbio Eletrônico de Dados, é pode assumir vários outros papéis.
uma forma de comunicação eletrônica que permite a troca de informações e
documentos em formatos estruturados que podem ser processados por Um deles está relacionado com a negociação de preços com os forne-
determinado tipo de software. cedores. Essa negociação determinará o preço final dos produtos e, portan-
to, a competitividade da empresa. Mas ela pode ir mais longe, já que o
O impacto do uso do EDI na Gestão das Atividades Logísticas comportamento do comprador pode mexer com vários aspectos da econo-
Quando as tecnologias EDI e Internet são utilizadas de forma adequa- mia, como o nível de preços, o poder de compras do consumidor e o relaci-
da, há oportunidades de melhoria de desempenho nas operações logísti- onamento entre os setores.
cas. Segundo Lambert et al. (1998), estas tecnologias impactam vários Just in time
aspectos da empresa, com destaque para a logística, principalmente em

Administração de Materiais 31
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Just in time é um neologismo, expressão que em português significa nados com a produção na linha e para reduzir os custos indiretos até que o
“bem na hora”, define um método de produção. sistema de produção (qualidade, índices e custos) tenha sido equilibrado
em termos de níveis de qualidade. O processo de produção está equilibra-
De forma oposta ao taylorismo, característico do toyotismo, o Just in do quando a última remoção de excessos resulta em perda de
Time é um sistema de produção em que o produto ou matéria prima chega
ao local necessário, para seu uso ou venda, sob demanda, no momento qualidade de produção. O resultado desse equilíbrio será uma produ-
exato em que for necessário. ção mais suave e livre de problemas. É somente por meio de um processo
de contínua melhoria que o sistema de manufatura pode atingir seu nível
Fabricar e entregar produto apenas a tempo de ser vendido, submontá- ótimo de produtividade e alcançar seu pleno potencial de lucros.
los apenas a tempo de montá-los nos produtos acabados, para fazer peças
a tempo de entrar nas submontagem e, finalmente adquirir materiais ape- Abaixo, temos os cinco elementos principais que reduzem a produtivi-
nas a tempo de serem transformados em peças fabricadas. Fabricar so- dade e, dessa forma, aumentam os custos de produção:
mente aquilo que você vende, de preferência que vendam primeiramente,
depois fabricasse e posteriomente entregasse. a) projeto falho;

A exemplo da aplicação do sistema Toyota, a comunicação entre a fá- b) istemas improdutivos;


brica e o fornecedor utiliza pode utilizar a tecnologia do EDI para listar seus c) roblemas de produção;
pedidos, de forma a facilitar a integração e comunicação entre as células da
produção. d) tempo de preparação para produzir (SETUP);

O sistema de Just In Time não se adapta facilmente à uma produção e) excesso de equipamentos, mão-de-obra e estoques.
diversificada, pois em geral isto requereria extrema flexibilidade do sistema O resultado líquido de se operar um sistema JIT é a redução do des-
produtivo, em dimensões difíceis de serem obtidas neste sistema. perdício, e isso pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso da em-
Este sistema tende a reduzir os custos operacionais, já que diminui a presa. Colocado em termos simples, o JIT é ter somente o que é necessá-
necessidade da mobilização e manutenção de espaço físico, principalmente rio, exatamente quando é necessário.
na estocagem de materia prima ou de mercadoria a ser vendida. Os lucros obtidos com a redução do desperdício são, provavelmente,
Just-in-time é uma filosofia de administração que se apóia em princí- os mais significativos, na medida em que eles se traduzem em benefícios
pios que priorizam o aumento da produtividade e da lucratividade, reduzin- diretos para a base financeira;
do retrabalhos, refugos e desperdícios. Um termo que recentemente se Uma vez que o desenvolvimento de processos e produtos de alta qua-
tornou popular para descrever o tipo de sistema que resulta da adoção de lidade é uma responsabilidade de toda a empresa, e não somente de uma
uma abordagem ITS é just-in-time (JIT). O termo pretende transmitir a ideia única área, a palavra manufatura inclui todas as funções da empresa (isto
de que os três principais elementos de manufatura – recursos financeiros, é, engenharia, produção, vendas, finanças, controle de qualidade, etc.).
equipamento e mão-de-obra – são colocados somente na quantidade
necessária e no tempo requerido para o trabalho. Para se obter o máximo de benefício de um sistema de manufatura
Just-In-Time, é necessário criar uma nova mentalidade de gestão empresa-
A filosofia Just-In-Time consiste em operar um sistema de manufatura rial.
simples e eficiente, capaz de otimizar o uso dos recursos de capital, equi-
pamentos e mão-de-obra. Obter uma vantagem competitiva significa ser mais eficiente, ter um
produto melhor ou fornecer um serviço melhor que o dos competidores. A
Isso resulta em um sistema de produção capaz de atender às exigên- manufatura Just-In-Time persegue cada um desses valores para desenvol-
cias de qualidade e de entrega de um cliente, ao menor custo. ver uma vantagem competitiva por meio da melhor administração de todo o
A meta do Just-In-Time é eliminar qualquer função desnecessária no sistema de manufatura.
sistema de manufatura que traga custos indiretos, que não acrescente valor Desenvolver uma vantagem competitiva significa explorar ou tirar van-
para a empresa e que tagem de algo que os concorrentes negligenciarem ou forem incapazes de
impeça a melhor produtividade ou agregue despesas desnecessárias desenvolver. Normalmente, o desenvolvimento e a manutenção de uma
no sistema operacional do cliente. vantagem competitiva é uma tarefa árdua; se fosse fácil, a vantagem seria
fugaz, com as outras empresas também o conseguindo. Dessa forma, em
O Just-In-Time pode ser descrito como: razão da natureza da competição, o processo de melhoria precisa ser
a) uma filosofia de administração que está constantemente enfocando contínuo.
a eficiência e integração do sistema de manufatura utilizando o processo Os sistemas Just-In-Time são desenvolvidos para trabalhar continua-
mais simples possível; mente pelas metas de melhoria do desempenho. Integrar e otimizar o
b) dedicação ao processo de esforçar-se continuamente para minimizar sistema de manufatura é um processo constante em uma empresa JIT, à
os elementos no sistema de manufatura que restrinjam a produtividade. medida que ela evolui com o desenvolvimento de novos mercados, novos
produtos e processos mais eficientes.
A seguir, nos temos os cinco princípios básicos que orientam uma em-
presa e seus empregados no desenvolvimento de um sistema JIT. A administração JIT permite obter uma vantagem competitiva mediante
o uso de três ferramentas gerenciais simples:
a) Cada funcionário ou posto de trabalho é tanto um cliente como um
fornecedor. a) integralização e otimização: reduzindo a necessidade

b) Clientes e fornecedores são uma extensão do processo de manufa- de funções e sistemas desnecessários, como inspeção, retrabalho e
tura. estoque;

c) Deve-se procurar continuamente simplificação. b) melhoramento contínuo: desenvolvendo sistemas internos que enco-
rajem a melhoria constante nos processos e procedimentos;
d) É mais importante prevenir problemas do que resolvê-los.
c) compreensão do cliente: atendendo às necessidades do cliente e re-
e) Deve-se obter ou produzir algo somente quando for necessário (just- duzindo o custo total do cliente na aquisição e uso de um produto.
in-time).
Integralização e Otimização
Um dogma do JIT é sempre otimizar e integrar o sistema de manufatu-
ra (eliminando estoques, inspeção, retrabalho, equipamento e mão-de-obra Talvez a maneira mais fácil e rápida de uma empresa melhorar a sua
em excesso) a fim de que os problemas relacionados com a produção situação financeira seja reduzir as despesas, integrando e otimizando o
venham à tona. Essa técnica é usada para superar os problemas relacio- sistema de manufatura.

Administração de Materiais 32
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Muitas das funções improdutivas que existem atualmente em uma em- d) Obsolescência, refugo.
presa foram criadas em razão da ineficiência ou incapacidade da função
inicial ou das funções que as tornaram necessárias. Por exemplo, a inspe- e) Garantia e assistência técnica.
ção é um serviço de produção que não seria necessário se todas as peças Os sistemas JIT encorajam o desenvolvimento de estruturas intra e in-
que chegassem à linha de montagem fossem boas e se todas as opera- terempresas necessárias para entregar o produto diretamente na linha de
ções de montagem executadas com essas peças fossem feitas corretamen- produção do cliente. Esses programas de entrega na linha são desenvolvi-
te. A tese do JIT é que o desempenho melhorado nas funções iniciais de dos para reduzir os custos internos de operação do cliente, fornecendo um
um sistema de manufatura – engenharia, produção e vendas – podem produto que possa ser utilizado diretamente na sua linha de produção, e
tornar possíveis reduções significativas nos custos globais. Para reduzir a significam que o fabricante alcançou o mais alto grau de competência e
carga de custos indiretos, ganhou a confiança do cliente em sua capacidade de entregar a quantidade
uma empresa deve: e a qualidade planejadas do produto.

a) entender por que as atividades que os originaram existem; O Guarda-chuva JIT

b) corrigir quaisquer problemas nas funções iniciais que tornem essa O Just-In-Time pode muito bem ser representado como uma filosofia
atividade indireta necessária. Quanto menos recursos são dirigidos para “guarda-chuva”, com subsistemas de manufatura integrados em um sistema
funções indiretas, mais recursos são economizados, aumentando o lucro global. O JIT não é uma colcha de retalhos de sistemas; entretanto, ele
potencial da empresa. deve incorporar aspectos importantes de outros sistemas e fundi-los em um
sistema sinergístico. Algumas das principais técnicas de manufatura que
Além do estágio de projeto, alguns dos elementos dos sistemas de exercem influência em cima de um sistema JIT são:
produção que representam oportunidades para reduzir despesas gerais
são: a) sistemas kanban dos japoneses;

1. Estoques b) controle total da qualidade;

2. Testes c) controle estatístico do processo;

3. Inspeção d) tecnologia de grupo.

4. Retrabalho Como o Just-In-Time Relaciona-se com outros Sistemas de Manu-


fatura
5. Expedição
O relacionamento de sistemas JIT com outros tipos de sistemas de
6. Manuseio de materiais manufatura ou de qualidade é sinergístico. Não existe um sistema único
que possa atender adequadamente a todas as necessidades dentro de
Muito frequentemente, as empresas se concentram na produção do uma empresa. Os sistemas JIT selecionam as técnicas e procedimentos
produto e ignoram os efeitos que o sistema de manufatura tem na produção
e nos custos do mesmo. de vários outros sistemas conseguindo, assim, a melhor aplicação glo-
bal.
Entretanto, no mundo atual, de intensa competição internacional, o en-
foque somente em cima de “ter o produto entregue” é uma abordagem não O sistema Just-In-Time é um desenvolvimento japonês, mas alguns
competitiva. A filosofia corporativa que busca uma vantagem competitiva dos seus princípios foram concebidos nos Estados Unidos. Algumas pes-
deve incluir a contínua melhoria do sistema como um dos seus sustentácu- soas creditam à Ford Motor Company a primeira empresa ocidental a
los. A atitude gerencial deve ser “Nossa missão é a melhoria contínua”, à desenvolver e usar alguns dos conceitos do JIT nas linhas focalizadas dos
medida que desenvolvem as políticas e processos para reduzir os custos primeiros automóveis Ford. Em seu primeiro nível, o JIT é uma combinação
de fabricação. Coletivamente, a tarefa gerencial na manufatura JIT consiste de produção “puxada” (o kanban japonês), “controle total de qualidade”
em desenvolver ao longo de toda a organização a consciência de sempre (EUA) e um compromisso de “custos totais para baixo” (japoneses). Os
procurar uma oportunidade de reduzir o desperdício e a ineficiência que sistemas mais prováveis que podem ser associados ao JIT são:
estejam presentes no sistema de manufatura.
a) sistemas kanban;
Deve ser dada atenção especial ao desenvolvimento de sistemas inter-
nos para o uso eficiente de recursos e na melhoria contínua de: b) estoque zero;

1. projeto de novos produtos tendo em vista o processo de manufatura; c) planejamento de necessidades de materiais e planejamento da ca-
pacidade de manufatura (MRP e MRPII)
2. desenvolvimento da participação do empregado na definição e na
obtenção das metas globais da empresa; Os Três Maiores Erros de Julgamento a Respeito do JIT

3. simplificação e otimização do processo de manufatura. O maior erro de julgamento a respeito do JIT é achar que ele é um sis-
tema estruturado de controle de estoques. Apesar do fato de um sistema
Compreensão do Cliente estruturado de JIT controlar estoques, essa não é a sua principal função. O
esforço somente no controle de estoques não cria um sistema JIT.
Poucos gerentes ou funcionários consideram a redução dos custos in-
ternos dos clientes como parte de suas responsabilidades de trabalho. Entretanto, um sistema de produção “puxada” somente permite que
Entretanto, para o cliente (particularmente se ele for um fabricante em exista uma pequena quantidade de estoque em um dado ponto do proces-
regime de OEM), o preço de aquisição não é o custo total de um dado so de manufatura. Materiais adicionais não podem ser pedidos enquanto
produto. Adicionalmente aos custos óbvios, existe uma série de custos não forem necessários. Isso tem como efeito manter baixos os níveis
internos que o cliente deve considerar ao usar um componente. Abaixo
temos a lista de cinco categorias de custos operacionais internos associa- de estoque.
dos ao uso de materiais (adquiridos ou fabricados). Todos os itens (até um Deve-se notar que, a menos que fornecedores e clientes estejam liga-
certo limite) são resultado da aceitação de desempenho fraco de um forne- dos em um sistema JIT coordenado, pode haver um excesso de estoque.
cedor. Sob condições iguais, um fornecedor que possa reduzir os custos Esse estoque serve como segurança, visando a permitir a duas seções
operacionais internos de um cliente terá uma vantagem competitiva. independência funcional.
a) Expedição, recepção, contagem, reembalagem. Um segundo erro de julgamento é que o JIT é um método usado pelas
b) Inspeção, rejeição, devolução. áreas de materiais para manter os estoques nos depósitos do fornecedor,
forçando-o, dessa forma, a arcar com o ônus do estoque. Apesar disso
c) Armazenamento, manuseio de materiais. acontecer eventualmente, livrar-se do encargo dos estoques não é a inten-
ção de um sistema JIT bem desenvolvido.

Administração de Materiais 33
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Normalmente, quando isso ocorre, é consequência do desconhecimen- c) Vendas. Inclui a base de cliente e serviços de assistência técnica.
to das duas empresas que não sabem como trabalhar com o JIT.
O Just-In-Time é definitivamente um programa ganha/ganha tanto para
O cliente que permite que um fornecedor armazene materiais não está o cliente como para o fornecedor. Qualquer programa que resolva de modo
fazendo qualquer favor a sua empresa. O local onde os bens estão arma- transparente os problemas de duplicidade do sistema operacional e da falta
zenados fisicamente é irrelevante. Os materiais e recursos necessários de confiança irá reduzir os custos operacionais tanto para o cliente como
para a manufatura foram comprometidos. A mão-de-obra, despesas gerais, para o fornecedor. Quando se desenvolve uma relação cliente-fornecedor
materiais e subcontratantes necessários para produzir o material devem ser que permite depender do fornecimento de um produto sem os controles
pagos, não importa onde eles estejam. Consequentemente, os recursos internos normais, proporciona-se ao cliente uma economia substancial de
que poderiam ter sido usados para produzir algo necessário foram disper- custos de auditagem, avaliação e estocagem. Os fornecedores que pude-
sados em estoques não produtivos. rem reduzir as taxas internas de refugo e retrabalho irão conseguir econo-
mias substanciais nos custos de produção.
Quando os estoques começam a se acumular, os custos decorrentes
começam a cobrar a sua taxa. O custo de manutenção de estoques não É de se esperar que essas economias sejam passadas para o cliente.
está limitado ao valor do produto e ao custo do espaço ocupado. Os custos Quando duas empresas dentro deste espírito trabalham juntas, ambas irão
associados a estoques são o custo financeiro, o armazenamento do mate- economizar de acordo com a confiança que desenvolveram e a responsabi-
rial e o seguro de estoques. O menos óbvio, mas talvez o mais caro, é a lidade que elas depositaram em:
perda de flexibilidade que o fabricante experimenta como resultado de
materiais estocados, no que se refere a qualidade, mudanças de projeto ou a) Quanto mais clientes e fornecedores possam ser incorporados em
obsolescência. um sistema JIT, maiores as economias que podem ser compartilhadas.

A redução dos níveis de estoques diminui o impacto do custo se algum b) Tanto o cliente como os fornecedores podem compartilhar a redução
desses assuntos acima vier a ocorrer. Foi estimado que cerca de 15 a 20 de custos operacionais de programas de entrega na linha de montagem.
por cento dos custos ligados a materiais são atribuídos a fatores relaciona- c) Tanto o cliente como os fornecedores podem compartilhar a redução
dos com estoques. Será uma significativa contribuição para os lucros de de custos operacionais decorrentes de contratos JIT.
qualquer empresa se os estoques puderem ser reduzidos. Aspectos adicio-
nais que devem ser considerados na avaliação de uma política de redução Estoque zero
de estoques são o uso de estoques de segurança, intermediários e de Estoque zero, fortemente divulgado pela American Pro – and Inventory
produtos acabados. Control Society (APICS), define as metas de redução dos níveis de estoque
O terceiro erro de julgamento da lista é que os sistemas JIT são pro- para próximo do zero. Muito da filosofia do estoque zero é compatível com
gramas de controle de qualidade. a filosofia e conceitos do JIT.

Nada pode estar mais longe da verdade. O Just-In-Time é uma filosofia Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP)
operacional e deve ser tratada como tal. É um sistema de planejamento baseado na explosão da estrutura dos
A qualidade do produto é sempre consequência do processo de manu- produtos, visando controlar as necessidades de materiais. Consiste de um
fatura (isto é, vendas, engenharia, produção etc.). O velho ditado “A quali- planejamento mestre aberto em suas necessidades de peças individuais
dade se faz e não se controla” continua verdadeiro. (explosão) e “empurrado” através do ciclo de produção. Durante muitos
anos acreditou-se que o uso de computadores permitiria aos sistemas MRP
Para que a manufatura JIT se torne uma realidade, os sistemas de ma- dominar o campo de sistemas de controle de produção. Entretanto, o
nufatura devem funcionar em níveis próximos do defeito zero. Essa neces- sistema MRP tem dois grandes obstáculos. Primeiro, ele funciona baseado
sidade torna a qualidade um assunto chave e inegavelmente uma meta que em um planejamento mestre, feito em função das necessidades estimadas
deve ser atingida antes que a conversão para a manufatura JIT se torne dos clientes e, segundo, ele utiliza um sistema de produção “empurrada”.
uma consideração séria. Os sistemas MRP geram necessidades de materiais baseados na demanda
As Metas da Manufatura Just-In-Time estimada dos clientes. Prevêem a manufatura de grandes lotes, mesmo
sabendo que o material pode não ser necessário. O resultado é que o MRP
Existem cinco metas básicas associadas a um sistema JIT. Essas me- “empurra” materiais de uma estação de trabalho para outra, não importando
tas têm a intenção de promover a otimização de todo o sistema de manufa- as necessidades da produção no momento. Alguns autores referem-se ao
tura, desenvolvendo políticas, proce-dimentos e atitudes requeridos para MRP como “controle de materiais na embalagem certa” (just-in-case mate-
ser um fabricante responsável e competitivo. rial control). O resultado desses dois fatores é que o MRP é um sistema
que necessita de muitos custos indiretos e excessos de estoques para
Resumidamente, essas metas são: atender ao plano mestre, que pode mudar com frequência, atendendo a
a) projetar para otimização da qualidade/custo e facilidade de fabrica- compromissos de planejamento flexíveis, levando a um grande estoque de
ção; materiais que fica armazenado quando o plano muda. Adicionalmente, o
MRP não contribui na solução do problema básico de melhorar o sistema
b) minimizar a quantidade de recursos dispendida no projeto e manufa- global de produção.
tura de um produto;
Como resultado de “empurrar” a produção em grandes quantidades, o
c) entender e responder às necessidades do cliente; d) desenvolver a MRP permite que o estoque fique acumulado quando as necessidades de
confiança e relações abertas com fornecedores e clientes; produção mudam.
e) desenvolver o comprometimento de melhorar todo o sistema de ma- Alguns sistemas MRP permitem controle “chão de fábrica” e fazem
nufatura. ajustes na produção diariamente. Entretanto, as enormes quantidades de
As Vantagens da Manufatura Just-In-Time dados necessárias e geradas tornam as explosões diárias do planejamento
mestre do MRP uma tarefa enorme.
Os sistemas Just-In-Time desenvolvem redução de custo em todas as
áreas da manufatura. Para esta discussão, o sistema de manufatura foi A maioria dos fabricantes ocidentais que está mudando para o JIT acha
aberto em três seções: que é necessário manter o MRP somente para administração dos materiais
comprados. Apesar de o processo de pedidos ser baseado em planejamen-
a) Materiais. Inclui o fornecedor, o sistema de aquisição e as atividades to derivado de um processo MRP, os planos de entrega serão baseados
de controle de qualidade do nas necessidades reais e poderão ser ajustados nas entregas diárias pelo
uso de um sistema kanban.
fornecedor.
O planejamento de produção também é controlado por meio do uso de
b) Produção. Inclui engenharia de projeto, produção e montagem, en-
um sistema kanban.
genharia de produção e atividades internas de controle de qualidade.

Administração de Materiais 34
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Planejamento de Capacidade de Manufatura (MRP II) provenientes das vendas e serviços, por permitirem a continuidade do
processo produtivo das organizações.
É uma extensão do planejamento de necessidades de materiais e usa
um banco de dados comum para fornecer informações de carga de máqui- Representam uma necessidade real em qualquer tipo de organização
na, custos e mão-de-obra. Para fins de planejamento, esses são recursos e, ao mesmo tempo, fonte permanente de problemas, cuja magnitude é
valiosos e devem ser mantidos em um sistema JIT. função do porte, da complexidade e da natureza das operações da produ-
ção, das vendas ou dos serviços.
Kanban
A manutenção dos estoques requer investimentos e gastos muitas ve-
Tecnologia de controle de fábrica pela qual as necessidades de entre- zes elevados. Evitar sua formação ou, quando muito, tê-los em número
gas determinam os níveis de estoque no decorrer do processo. O kanban reduzido de itens e em quantidades mínimas, sem que, em contrapartida,
não empurra a produção - ele a puxa. aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários ou dos
O kanban (cartão, em português) repousa em medidas do trabalho consumidores em geral, representa um ideal conflitante com a realidade do
adequadas, melhorias na flutuação dos volumes, sequências corretas (o dia-a-dia e que aumenta a importância da sua gestão.
processo subsequente deve retirar no processo precedente os produtos A acumulação de estoques em níveis adequados é uma necessidade
necessários nas quantidades e momento necessários), engenharia de para o normal funcionamento do sistema produtivo. Em contrapartida, os
métodos e layout (o processo precedente deve produzir seus produtos nas estoques representam um enorme investimento financeiro. Deste ponto de
quantidades requisitadas pelo processo subsequente), gerenciamento de vista, os estoques constituem um ativo circulante necessário para que a
capacidades, monitoramento (produtos com defeito não devem ser passa- empresa possa produzir e vender com um mínimo risco de paralisação ou
dos para a frente) e controle de programas. de preocupação. Os estoques representam um meio de investimento de
A palavra kanban significa “registro visual” e refere-se ao sistema de recursos e podem alcançar uma respeitável parcela dos ativos totais da
controle de manufatura desenvolvido e usado no Japão. O kanban, ou empresa. A administração dos estoques apresenta alguns aspectos finan-
cartão, como é normalmente chamado, é um mecanismo pelo qual um ceiros que exigem um estreito relacionamento com a área de finanças, pois
posto de trabalho informa a sua necessidade de mais peças para a seção enquanto a Administração de Materiais está voltada para a facilitação do
precedente. O tipo de sinal usado como kanban não é importante. Cartões, fluxo físico dos materiais e o abastecimento adequado à produção e a
bolas coloridas, luzes e sistemas eletrônicos têm sido usados como sinais vendas, a área financeira está preocupada com o lucro, a liquidez da em-
kanban. O único fato que separa o verdadeiro sistema kanban de outros presa e a boa aplicação dos recursos empresariais.
sistemas de cartão, como as ordens de produção usados na maioria das A incerteza de demanda futura ou de sua variação ao longo do período
empresas, é a incorporação do sistema de produção “puxada”. de planejamento; da disponibilidade imediata de material nos fornecedores
Produção “puxada” refere-se a um sistema de demanda em que os e do cumprimento dos prazos de entrega; da necessidade de continuidade
produtos são produzidos somente de acordo com a demanda do setor que operacional e da remuneração do capital investido, são as principais cau-
os usa. sas que exigem estoques permanentemente à mão para o pronto atendi-
mento do consumo interno e/ou das vendas. Isto mantém a paridade entre
Nota: O Dr. Armand V. Feigenbauen é o criador do termo “controle total esta necessidade e as exigências de capital de giro.
de qualidade” e autor de um livro com o mesmo nome.
É essencial, entretanto, para a compreensão mais nítida dos estoques,
Nota: O termo “custos totais para baixo” pode ser relacionado ou deri- o conhecimento das principais funções que os mesmos desempenham nos
vado de outro termo japonês, gorika, que significa produção “racionalizada, mais variados tipos de organização, e que conheçamos as suas diferentes
livre de desperdícios, simplificada”. espécies. Ter noção clara das diversas naturezas de inventário, dentro do
KAISEN estudo da Administração de Material, evita distorções no planejamento e
indica à gestão a forma de tratamento que deve ser dispensado a cada um
É a expressão utilizada para definir o modelo japonês de gestão da deles, além de evitar que medidas corretas, aplicadas ao estoque errado,
qualidade e que significa melhoria contínua dos processos produtivos. levem a resultados desastrosos, sobretudo, se considerarmos que, à vezes,
consideráveis montantes de recursos estão vinculados a determinadas
Representa, portanto, o principal princípio da Gestão da Qualidade To-
modalidades de estoque.
tal (GQT ou TQM). de acordo com a TQM, apesar de dever ser conduzida
pelo topo da hierarquia da organização, a melhoria contínua dos processos Cada espécie de inventário segue comportamentos próprios e sofre in-
apenas poderá ter sucesso se existir o envolvimento e colaboração de fluências distintas, embora se sujeitando, em regra, aos mesmos princípios
todos os membros. O princípio e às mesmas estruturas de controle. Assim, por exemplo, os estoques
destinados à venda são sensíveis às solicitações impostas pelo mercado e
base de Kaisen é, por este motivo, incentivar os colaboradores para,
decorrentes das alterações da oferta e procura e da capacidade de produ-
permanentemente, colocarem em questão os processos da organização
ção, enquanto os destinados ao consumo interno da empresa são influen-
afim de identificar áreas de potencial melhoria.
ciados pelas necessidades contínuas da produção, manutenção, das ofici-
O Kaisen pode ser aplicado a todos os processos no interior da organi- nas e dos demais serviços existentes.
zação entre os quais o layont da linha de produção, as compras, os aprovi-
Já outras naturezas de estoque podem apresentar características bem
sionamentos, os processos de controlo da qualidade, os processos de
próprias que, não estão sujeitas a influência alguma. É o caso dos estoques
fabrico, o serviço ao cliente, entre muitos outros.
de sucata, não destinada ao reprocessamento ou beneficiamento e forma-
Gestão de estoques. dos de refugos de fabricação ou de materiais obsoletos e inservíveis desti-
nados à alienação e outros fins. Em uma indústria, estes estoques podem
ESTOQUES vir a formar-se aleatoriamente, ao longo do tempo, caracterizando-se como
contingências de armazenagem. Acabam representando, mesmo, para
Natureza dos Estoques
algumas organizações, verdadeiras fontes de receitas (extra-operacional),
Estoque é a composição de materiais - materiais em processamento, enquanto os estoques destinados ao consumo interno constituem-se, tão
materiais semi-acabados, materiais acabados - que não é utilizada em somente, em despesas. Entretanto, esta divisão por si só, pode trazer
determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de dúvidas a partir da definição da natureza de cada um destes estoques. Se
futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento de entendermos por produto acabado todo material resultante de um processo
materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus qualquer de fabricação, e por matérias-primas todo elemento bruto neces-
produtos/serviços. sário ao fabrico de alguma coisa, perdendo as suas características físicas
originais, mediante o processo de transformação a que foi submetido,
Os estoques podem ser entendidos ainda, de forma generalizada, co- podemos dizer, por exemplo, que a terra adubada, o cimento, a areia de
mo certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e fundição preparada com a bentonita, o melaço e outros produtos que são
renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços. São lucros

Administração de Materiais 35
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

misturados a ela para dar maior consistência aos moldes que receberão o Os estoques de materiais em processamento - também denominados
aço derretido para a confecção de peças materiais em vias - são constituídos de materiais que estão sendo proces-
sados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da
constituem-se em produtos acabados para seus fabricantes, e em ma- empresa. Não estão nem no almoxarifado - por não serem mais MPs inici-
térias-primas para seus consumidores que os utilizarão na fabricação de ais - nem no depósito - por ainda não serem PAs. Mais adiante serão
outros produtos. transformadas em PAs.
Do mesmo modo, a terra, a argila, o melaço e a areia, em seu estado Estoques de Materiais Semi-acabados
natural, podem constituir-se em insumos básicos de produção ou em produ-
tos acabados, dependendo da finalidade ou do uso destes itens para a Os estoques de materiais semi-acabados referem-se aos materiais
empresa. As porcas, as arruelas, os parafusos etc., empregados na monta- parcialmente acabados, cujo processamento está em algum estágio inter-
gem de um equipamento, por exemplo, são produtos semi-acabados para o mediário de acabamento e que se encontram também ao longo das diver-
montador, mas, para o fabricante que os vendeu, trata-se de produtos- sas seções que compõem o processo produtivo. Diferem dos materiais em
finais. processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram quase
acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo
Diante dos exemplos apresentados, surge, naturalmente, outra classifi- para se transformarem em materiais acabados ou em PAs.
cação: estoques de venda e de consumo interno. Para uma indústria, os
produtos de sua fabricação integrarão os estoques de venda e, para outra, Estoques de Materiais Acabados ou Componentes
que os utilizará na produção de outro bem, integrarão os estoques de
material de consumo. Por sua vez, o estoque de venda pode desdobrar-se Os estoques de materiais acabados - também denominados compo-
em estoque de varejo e de atacado. O estoque de consumo pode subdivi- nentes - referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e pron-
dir-se em estoque de material específico e geral. Este último pode desdo- tos para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou
brar-se, ainda, em estoque de artigos de escritório, de limpeza e conserva- montadas que, quando juntadas, constituirão o PA.
ção etc. Estoques de Produtos Acabados (Pas)
Temos assim, diferentes maneiras de se distinguir os estoques, consi- Os Estoques de Pas se referem aos produtos já prontos e acabados,
derando a natureza, finalidade, uso ou aplicação etc. dos materiais que os cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final
compõem. O importante, todavia, nestas classificações, que procuram do processo produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materi-
mostrar os diferentes tipos de estoque e o que eles representam para cada ais em processamento, materiais semi-acabados, materiais acabados e
empresa, é que elas servem de subsídios valiosos para a (o): configuração PAs.
de um sistema de material; estruturação dos almoxarifados; estabelecimen-
to do fluxo de informação do sistema; estabelecimento de uma classificação Previsão de Estoques
de material; política de centralização e descentralização dos almoxarifados; A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos
dimensionamento das áreas de armazenagem; planejamento na forma de possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessida-
controle físico e contábil. des futuras de material , numa organização.
Funções do Estoque Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para
As principais funções do estoque são: aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em
máquinas e em equipamentos destinados ao aumento da produção e,
a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os consequentemente, das vendas. Outros tipos de investimentos, aparente-
efeitos de: mente, não produzem lucros. Entre estes estão as inversões de capital
- demora ou atraso no fornecimento de materiais; destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias imprevisíveis e de
solução imediata. É o caso dos investimentos em estoque, que evitam que
- sazonalidade no suprimento; se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. Por exemplo, na
falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de vendas, a
- riscos de dificuldade no fornecimento. paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços
b) Proporcionar economias de escala: etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores,
igualam, em importância estratégica e econômica, os investimentos em
- através da compra ou produção em lotes econômicos; estoque aos investimentos ditos diretos.
- pela flexibilidade do processo produtivo; Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos
- pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. mais rentáveis uma organização industrial ou comercial. Numa organização
pública, a privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de
Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de utilidade pública.
compra e venda - no processo de comercialização em empresas comerciais
- e entre as etapas de compra, transformação e venda - no processo de A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, man-
produção em empresas industrias. Em qualquer ponto do processo formado ter os recursos ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio
por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido
flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantida-
entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização des suficientes e necessárias para manter o fluxo da produção da enco-
e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as menda em equilíbrio com o fluxo de consumo.
oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que Normalmente, a previsão dos estoques é fundamentada de acordo com
isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organiza- a área de vendas, mas em muitos casos de logística, em específico a
ção empresarial. Administração de Estoques, precisa prover os fornecedores de informações
Classificação de Estoques quanto a necessidades de materiais para atender a demanda mesmo não
tendo dados da área de vendas/ marketing.
Estoques de Matérias-Primas (MPs)
A previsão das quantidades futuras é uma tarefa importantíssima no
Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que planejamento empresarial e esta deverá levar em consideração os fatores
ingressam no processo produtivo da empresa. São os ítens iniciais para a que mais afetam o ambiente e que possam interferir no comportamento dos
produção dos produtos/serviços da empresa. clientes.
Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias Segundo DIAS, 1996 devemos considerar duas categorias de informa-
ções as quais são:

Administração de Materiais 36
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

1) Informações quantitativas:
• Eventos
• Influencia da propaganda.
• Evolução das vendas no tempo.
• Variações decorrentes de modismos.
• Variações decorrentes de situações econômicas.
• Crescimento populacional.
2) Informações Qualitativas
• Opinião de gerentes. Na prática podemos visualizar combinações dos diversos modelos de
evolução de demanda, em decorrência das variáveis que influenciam as
• Opinião de vendedores. empresas, mas num percentual maior pela qualidade da administração
empresarial realizada.
• Opinião de compradores.
Se conhecermos bem a evolução de demanda, ficará mais fácil elabo-
• Pesquisa de mercado.
rarmos a previsão futura de demanda, podemos classificar a demanda em :
É bom reforçar, que por si só não são suficientes as informações quan-
ltens de demanda independente: são aqueles cuja demanda não de-
titativas e qualitativas, é necessário também, a utilização de modelos ma-
pende da demanda de nenhum outro item. Típico exemplo de um item de
temáticos.
demanda independente é um produto final. Um produto final tem sua de-
Analisando os gráficos de evolução de demanda de mercado esboça- manda dependente do mercado consumidor e não da demanda de qual-
dos a seguir, podemos verificar: quer outro item.
Quanto a Evolução de Consumo Constante (ECC), notamos que o Itens de demanda dependente: são aqueles cuja demanda depende
volume de consumo permanece constante, sem alterações significativas. da demanda de algum outro item. A demanda de um componente de um
Como exemplo, estão as empresas que mantêm suas vendas estáveis, produto final, por exemplo, é dependente da demanda do produto final.
seja lá qual for seu produto, mercado ou concorrentes. Para a produção de cada unidade de produto final, uma quantidade bem
definida e conhecida do componente será sempre necessária. Os itens
componentes de uma montagem são chamados de itens “filhos” do item
“pai”, que representa a montagem.
Quantos copos de liquidificador se deve comprar? Depende da quanti-
dade de motorzinho fabricado.
A diferença entre os dois itens (demanda independente e demanda de-
pendente) é que a demanda do primeiro tem de ser prevista com base nas
características do mercado consumidor e a demanda do segundo por
dependente de outro item, é calculada com base na demanda deste.
A Previsão de Estoques é o ponto de partida, a base da administração
Quanto a Evolução de Consumo Sazonal (ECS), o volume de con- de materiais. Qualquer tipo de consumo deve ser previsto e se possível
sumo passa por oscilações regulares no decorrer de certos período ou do calculado, e para tanto poderemos usar diversos modelos disponíveis no
ano, sendo influenciado por fatores culturais e ambientais, com desvios de mercado como:
demanda superiores/inferiores a 30% de valores médios é o caso de:
sorvetes, enfeites de natal, ovos de páscoa etc. • Método do Último Período (MUP)
É o mais simples, sem fundamento matemático, utiliza como previsão
para o próximo período o valor real do período anterior.
Exemplo: A VIPAS, teve neste ano o volume de vendas de vidros : Ja-
neiro, 5. 000; Fevereiro 4.400; Março 5.300; Abril 5.600; Maio 5.700, Ju-
nho5.800; e Julho 6.000. De acordo com o método MUP calcular a previsão
de demanda para agosto.

Para agosto (MUP) = o último período foi julho, 6.000 unidades portan-
to, a previsão para agosto será de 6.000 unidades. Verificamos a precarie-
dade deste método e infelizmente é muito utilizado nas empresas devido as
vezes pela própria falta de maiores conhecimentos por parte dos responsá-
Em relação a Evolução de Consumo e Tendências (ECT), o volume veis pelas previsões na empresa.
de consumo aumenta ou diminui drasticamente no decorrer de um período
• Método da Média Móvel (média aritmética) (MMM)
ou do ano, sendo influenciado por fatores culturais, ambientais, conjunturais
e econômicos, acarretando desvios de demanda positiva ou negativa. A previsão do próximo período é obtida por meio de cálculo da media
Exemplos: negativos serão os produtos que ficaram ultrapassados no aritmética do consumo dos períodos anteriores. Como resultado desse
mercado(maquina de escrever) ou que estão sofrendo grande concorrência modelo teremos valores menores que os ocorridos caso o consumo tenha
ou ainda, por motivos financeiros (a empresa perde seu crédito e passa a tendências crescente, e maiores se o consumo tiver tendências decrescen-
reduzir sua produção). Em relação aos desvios positivos, temos as industri- tes, nos últimos períodos.
as de computadores com uma crescimento ascendente no mercado.
Verificamos também, que trata de um modelo muito utilizado por em-
presas sem muito conhecimento sobre o assunto em questão, não traz tal
modelo confiabilidade de previsão pelos motivos informados anteriormente.
Exemplo: Usando os mesmos valores do exemplo anterior temos:

Administração de Materiais 37
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

P (MMM)= (C1+C2+C3+...............+ Cn) / n Julho 6.000 50%


P = Previsão para o próximo período Junho 5.800 30%
C1,C2,C3,Cn = Consumo nos períodos anteriores Maio 5.700 15%
n = número de períodos Abril 5.600 5%
P(MMM)= 5.000+4.400+5.300+5.600+5.700+5.800+6.000 / 7 PP(MMP) = (6.000 x 0,50) + (5.800 x 0,30) + (5.700 x 0,15) + (5.600 x
0,05)
Pagosto(MMM) = 5.400 (previsão para agosto será 5.400)
Ppp(MMP) = 3.000+1740+855+280
Como podemos observar temos uma tendência crescente, porém o re-
sultado foi menor, neste caso mostra a não precisão deste método. Para Ppp(MMP) = 5.875 (Previsão para Agosto)
amenizar a fragilidade de tal sistema poderíamos usar os dados mais
recentes, ou seja, os últimos quatros, como calcularemos a seguir: • Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE) ou Méto-
do da Média Exponencialmente Ponderada (MMEP)
Pagosto (MMM) = (C1+C2+C3........+Cn) / n
Neste método, a previsão é obtida de acordo com o consumo do último
Pagosto (MMM) = 5.600+5.700+5.800+6.000n / 4 período, e teremos que utilizar também a previsão do último período. Ele
procura fazer a eliminação das situações exageradas que ocorreram em
Pagosto (MMM ) = 5.775 Unidades período anteriores. É simples de usar e necessita de poucos dados acu-
Caso não tenhamos outro método e tivermos de optar, o segundo caso mulados sendo auto-adaptável, corrigindo-se constantemente de acordo
(os 4 últimos meses) traz maior credibilidade para previsão de agosto. com as mudanças dos volumes das vendas. A ponderação utilizada é
denominada constante de suavização exponencial que tem o símbolo (@) e
• Método da Média Móvel Ponderada (MMP) pode variar de 1>@>0.
A previsão é dada através de ponderação dada a cada período, de Na prática @ tem uma variação de 0,1 a 0,3 dependendo dos fatores
acordo com a sensibilidade do administrador, obedecendo algumas regras: que afetam a demanda.
1ª O período mais próximo recebe peso de maior ponderação entre Para melhor entendimento teremos:
40% a 60%, e para os outros haverá uma redução gradativa para os mais
distantes. P(MMSE) = [(Ra x @) + (1 - @) x P a]
2ª O período mais antigo recebe peso de menor ponderação e deve ser Onde: P(MMSE) = Previsão próximo período através do método da
igual a 5%. média com suavização exponencial
3ª A soma das ponderações deve ser sempre 100% (40 a 60 % para o Ra = Consumo real no período anterior
mais recente e para o ultimo, 5%). Pa = Previsão do período anterior
Este modelo elimina em parte algumas precariedades dos modelos an- @ = Constante de suavização exponencial ( desvio – padrão)
teriores, mas mesmo assim verifica alguns problemas como a alocação dos
percentuais será sempre função da sensibilidade do responsável pela Exemplo: Usando os mesmos valores dos exemplos anteriores e sa-
previsão, portanto, se não for bem analisado as variáveis, poderá ocasionar bendo-se que a previsão de julho foi de 6.200 (calculada anteriormente no
erros de previsão. final de junho), calcule a previsão para agosto com uma constante de
suavização exponencial de 15%.
Exemplo: Usando os mesmos parâmetros dos consumos nos exemplos
anteriores teremos: Ppp (MMSE) = [(Ra x@) + (1 - @) x Pa]
Janeiro 5.000, Fevereiro 4.400, Março 5.300, Abril 5.600, Maio 5.700, Ppp (MMSE) = [(6.000x0,15)+(1-0,15)x 6.200]
Junho 5.800, Julho 6.000
Ppp(MMSE) =[900+(0,85x6.200)]
P(MMP) = (C1 x P1) + (C2xP2) + (C3 x P3)+ ........+ (Cn x Pn)
Ppp(MMSE) =900+5.270)
Onde P(MMP) = Previsão próximo período através do método da mé-
dia ponderada. Ppp(MMSE) =6.170 Unidades

C1,C2,C3,Cn = Consumo nos períodos anteriores A previsão para agosto será 6.170 Unidades

P1,P2,P3,Pn = Ponderação dada a cada período Este método permite que obtenhamos um padrão de condução das
previsões com valores próximos da realidade. Assim as vendas reais e as
Para exemplo em questão daremos as ponderações para cada perío- previsões seguem uma tendência que facilita as projeções do administra-
do, conforme o enunciado (regra mencionada) dor. Este modelo é eficaz quando apenas trabalhamos com ele.
Julho 40%, Junho 20%, Maio 15%, Abril 8%, Março 7%, Fevereiro 5%, • Método da Média dos Mínimos Quadrados (MMNQ)
Janeiro 5%, Total 100%
De fato é o melhor em relação aos outros relacionados, pois é um pro-
Obs.: Reforçando o enunciado anterior, as ponderações são fundamen- cesso de ajuste que aproxima os valores existentes, minimizando as dis-
tadas de acordo com influência do mercado. A soma deverá ser 100% tâncias entre cada consumo realizado. Baseia-se na equação da reta
sendo o maior valor para o ultimo período (o anterior ao que será calcula- [Y=a+bx] para o calculo da previsão de demanda, portanto permite um
do), para o período mais recente (40% a 60%) e para o último (5%). traçado bem realista do que poderá ocorrer, com a projeção da reta. Usan-
do a equação da reta, teremos que calcular a,b e x. Para o calculo dos
P(MMP) = (C1 x P1) + (C2 x P2) + (C3 x P3) + (C4 x P4) + (C5 + P5) + mesmos usaremos as equações normais, onde os dados são obtidos da
(C6 x P6) + (C7 + P7) tabulação dos dados existentes.
Pagosto(MMP) = (6.000 x 0,4) + (5.800 x 0,2) + (5.700 x 0,15) + (5.600 P(MMQ) = a + bx
x 0,08) + (5.300 x 0,07) + (4.400 x 0,05) + (5.000 x 05)
Onde: a = valor a ser obtido na equação normal por meio da tabulação
Pagosto(MMP) = (2.400)+(1160)+(855)+(448)+(371)+(220)+ (250) de dados;
Pagosto(MMP) = 5.704 (Previsão para Agosto) b = valor a ser obtido na equação normal mediante a tabulação de da-
Podemos também para melhor aprimoramento da previsão usarmos os dos;
4 últimos períodos, principalmente pela tendência positiva observada.

Administração de Materiais 38
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

x = quantidades de períodos de consumo utilizados para calcular a em estoque, aumenta os custos de armazenagem que podem ser agrupa-
previsão. dos em diversas modalidades:
Para calcularmos os termos a e b, é necessário tabularmos os dados - Custos de capital: juros,depreciação ( o capital investido em estoque
existentes para preparar as equações normais, dadas por: deixa de render juros)
ΣY= (n x a) + (Σ x b) - Custos com pessoal: salários encargos sociais ( mais pessoas para
cuidar do estoque)
ΣXY= (Σx x a) + (Σx² x b)
- Custos com edificações: aluguel, imposto, luz (maior área para guar-
Exemplo: Usando os mesmos dados dos exemplos anteriores teremos: dar e conservar os estoques)
- Custos de manutenção: deterioração, obsolescência, equipamento
(maiores as chances de perdas e inutilização, bem como mais custos de
mão-de-obra e equipamentos). Este custo gira aproximadamente em 25%
do valor médio de seus produtos. Também estão envolvidos os custos
fixos (que independem da quantidade), como por exemplo, o aluguel de
um galpão.
Para calcular o custo de armazenagem de determinado material, po-
demos utilizar a seguinte expressão:
Custo de armazenagem = Q/2 x T x P x I
Onde:
Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado
ΣY= (n x a) + (Σ x b)
P = Preço unitário do material
ΣXY= (Σx x a) + (Σx² x b)
I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de por-
37.800 = (7 x a) + (21 x b) (1ª) - (1ª) 37.800 = 7a + 21b centagem do custo unitário.
119.600 = (21 x a) + (91 x b) (2ª) - (2ª) 119.600 = 21a + 91b T = Tempo considerado de armazenagem
Como temos duas equações com duas incógnitas (a e b) teremos que
resolvê-las simultaneamente. Portanto precisamos eliminar uma das incóg-
nitas; para isso teremos que igualar, numericamente, o coeficiente de a ou
b, o que for mais fácil, porém com sinais opostos. Neste exemplo, iremos
igualar o coeficiente a multiplicando toda a equação (1ª) por - 3.
(1) 37.800 = 7a + 21 b x (-3)
(1) 119.600 = 21 a + 91 b
-113.400 = -21 a - 63 b
119.600 = 21 a + 91 b
6.200 = 0 + 28 b Custo de pedido
b= 6.200 / 28 b = 221,43 São inversamente proporcionais aos estoques médios. Quanto mais
vezes se comprar ou se preparar a fabricação, menores serão os estoques
Como achamos uma das incógnitas basta agora achar a outra
médios e maiores serão os custos decorrentes do processo tanto de com-
37.800 = 7a + 21 b pras como de preparação, ou seja, maior estoque requer menor quantidade
de pedidos,com lotes de compras maiores, o que implica menor custo de
37.800 = 7a + 21(221,43) aquisição e menores problemas de falta ou atraso e, consequentemente,
37.800= 7a + 4650,03 menores custos . O total das despesas que compõem os custos de pedidos
incluem os custos fixos (os salários do pessoal envolvidos na emissão dos
37.800 - 4650,03 = 7a pedidos- que independem da quantidade) e variáveis (referentes ao pro-
33.149,97 = 7a cesso de emissão e confecção dos produtos).

a = 33.149,00 / 7 a = 4.735,71
P(MMMQ) = a + bx Chamaremos de B o custo de um pedido de compra. Para calcularmos
o custo anual de todos os pedidos colocados no período de um ano é
a = 4.735,71 necessário multiplicar o custo de cada pedido pelo número de vezes que,
em um ano, foi processado.
b = 221,43
Se (N) for o número de pedidos efetuados durante um ano, o resultado
x = 7 (Quantidade de Períodos)
será:
P (MMMQ) = 4.735,71 + 221,43 x 7
B x N = custo total de pedidos (CTA)
P(MMMQ) = 4.735,71 + 1.550,01
O total das despesas que compõe o CTA é:
Pagosto (MMMQ) = 6.285,72 ou Pagosto(MMMQ)= 6.286 unidades
a) Mão-de-obra - para emissão e processamento;
Custos de Estoques
b) Material - utilizado na confecção do pedido (papel, etc);
Custo de armazenagem
c) Custos indiretos - despesas ligadas indiretamente com o pedido (te-
São diretamente proporcionais ao estoque médio e ao tempo de per- lefone, luz, etc).
manência em estoques. A medida que aumenta a quantidade de material

Administração de Materiais 39
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Após apuração anual destas empresas teremos o custo total anual dos
pedidos. Para calcular o custo unitário é só dividir o CTA pelo número total
anual de pedidos.
B = CTA / N = Custo unitário do pedido

- Método para cálculo do custo do pedido:


1) Mão de obra: Salários e encargos + honorários do pessoal envolvi-
do, anual;
2) Material: Papel, caneta, envelope, material de informática, etc, anual;
3) Custos indiretos: Telefone, luz, correios, reprodução, viagens, custo
de área ocupada, servidor de Internet, etc, anual. Como calcular o LEC:
LEC = raiz quadrada de 2 x CP x D / CA

CP = custo de um pedido
D= demanda/consumo
CA= custo de armazenagem por unidade
Restrições ao LEC
1. Espaço de Armazenagem - uma empresa que passa a adotar o mé-
todo em seus estoques, pode deparar-se com o problema de falta de espa-
ço, pois, às vezes, os lotes de compra recomendados pelo sistema não
coincidem coma capacidade de armazenagem do almoxarifado;
Custos Fixos 2. Variações do Preço de Material - Em economias inflacionarias calcu-
lar e adquirir a quantidade ideal ou econômica de compra, com base nos
Independem da quantidade; preços atuais para suprir o dia de amanhã, implicaria, de certa forma,
Envolve tanto custos de armazenagem quanto custos de pedido. refazer os cálculos tantas vezes quantas fossem as alterações de preços
sofridas pelo material ao longo do período, o que não se verifica, com
constância, nos países de economia relativamente estável, onde o preço
permanece estacionário por períodos mais longos;
3. Dificuldade de Aplicação - Esta dificuldade decorre, em grande parte,
da falta de registros ou da dificuldade de levantamento dos dados de cus-
tos. Entretanto, com referência a este aspecto, erros, por maiores que
sejam, na apuração destes custos não afetam de forma significativa o
resultado ou a solução final. São poucos sensíveis à alterações razoáveis
nos fatores de custo considerados. Estes são, portanto, sempre de precisão
relativa;
4. Natureza do Material - Pode vir a se constituir em fator de dificulda-
de. O material poderá tornar-se obsoleto ou deteriorar-se;
5. Natureza de Consumo - A aplicação do lote econômico de compra,
Custo por falta de estoque pressupõe, em regra, um tipo, de demanda regular e constante, com distri-
No caso de não cumprir o prazo de entrega de um pedido colocado, buição uniforme. Como isto nem sempre ocorre com relação à boa parte
poderá ocorrer ao infrator o pagamento de uma multa ou até o cancelamen- dos itens, é possível que não consigamos resultados satisfatórios ou espe-
to do pedido, prejudicando assim a imagem da empresa perante o cliente. rados com os materiais cujo consumo seja de ordem aleatória e descontí-
Este problema acarretará um custo elevado e de difícil medição relacionado nua.
com a imagem, custos, confiabilidade, concorrência etc. Podemos, nestas circunstâncias, obter uma quantidade pequena que
Lote Econômico de Compras - LEC inviabilize a sua utilização.

É a quantidade que se adquire, onde os custos totais são os menores Controle dos Estoques
possíveis, ocorre quando o custo do pedido é igual ao custo de armazena- O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material
gem. sem que esta diligência resulte em estoque excessivos às reais necessida-
des da empresa. O controle procura manter os níveis estabelecidos em
equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí
decorrentes. Para mantermos este nível de água, no tanque, é preciso que
a abertura ou o diâmetro do ralo permita vazão proporcional ao volume de
água que sai pela torneira. Se fecharmos com o ralo destampado, inter-
rompendo, assim, o fornecimento de água, o nível, em unidades volumétri-
cas, chegará, após algum tempo, a zero. Por outro lado, se a
mantivermos aberta e fecharmos o ralo, impedindo a vazão, o nível su-
birá até o ponto de transbordar. Ou, se o diâmetro do raio permite a saída
da água, em volume maior que a

Administração de Materiais 40
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

entrada no tanque, precisaremos abrir mais a torneira, permitindo o flu- Como sabemos essa condição realmente não ocorre para isso deve-
xo maior para compensar o excesso de escapamento e evitar o esvazia- mos prever essas possíveis falhas na operação como representado abaixo:
mento do tanque.
De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à veloci-
dade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior
que o tempo de ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas
em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabasteci-
mento, teremos a situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque,
com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc.
Se, em outro caso, não dimensionarmos bem as necessidades do es-
toque, poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbor-
damento dos seus níveis em relação à demanda real, com prejuízos para a
circulação de capital.
O equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material, onde atua , so-
bretudo, o controle de estoque, é um dos objetivos da gestão.
Funções Controle do Estoque
Para organizar um setor de controle de estoques, inicialmente devemos
descrever suas funções principais que são: No gráfico acima podemos notar, que durante os meses de abril, maio
e junho, o estoque esteve a zero e deixou de atender a uma quantidade de
a) determinar "o que" deve permanecer em estoque. Número de itens; 300 peças. A partir dessa análise concluímos que deveríamos então esta-
belecer um estoque de segurança.
b) determinar "quando" se devem reabastecer os estoques. Periodici-
dade;
c) determinar "quanto" de estoque será necessário para um período
predeterminado; quantidade de compra;
d) acionar o Depto. de Compras para executar aquisição de estoque;
e) receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com
as necessidades;
f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer in-
formações sobre a posição do estoque;
g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e es-
tados dos materiais estocados;
h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.
Níveis de Estoques Sistema de Reposição Periódica
Uma vez que aprendemos como determinar a quantidade mínima que Consiste em fazer pedidos para reposição dos estoques em intervalos
deve ter no estoque , iremos aprender agora como controlar essa quantida- de tempo pré-estabelecidos para cada item. Estes intervalos, para minimi-
de de modo que não falte produtos para satisfazer a demanda. zar o custo de estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser
Curva Dente de Serra comprada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade exis-
tente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até o recebimen-
A apresentação da movimentação (entrada e saída) de uma peça den- to da encomenda seguinte. Logicamente, este sistema obriga a manuten-
tro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico. ção de um estoque reserva. Devem-se adotar períodos iguais para um
grande número de itens em estoque, pois, procedendo a compra simultâ-
nea de diversos itens, pode-se obter condições vantajosas na transação
(compra e transporte).
Sistema de Reposição Contínua
1. Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em duas
partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da encomenda de
um novo lote e a outra será utilizada entre a data da encomenda e a data
do recebimento do novo lote. A grande vantagem deste sistema está na
substancial redução do processo burocrático de reposição de material. A
denominação “DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo
lote em duas gavetas distintas. É um método simples recomendado para
produtos classe “C”.
2. Sistema de Estoque Mínimo-Máximo (sistema de quantidades fi-
O ciclo acima representado será sempre repetitivo e constante se: xas) - É usado principalmente quando a separação entre as duas partes do
estoque não é feita fisicamente, mas apenas registrada na ficha de controle
a) não existir alteração de consumo durante o tempo T; de estoque, com o ponto de separação entre as partes. Enquanto o esto-
b) não existirem falhas administrativas que provoquem um esqueci- que mínimo estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo
mento ao solicitar compra; suficiente para adquirir e repor o material no estoque.

c) o fornecedor nunca atrasar; Tempo de Reposição (Ressuprimento, Atendimento)

d) nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de quali- a) emissão do pedido - Tempo que se leva desde a emissão do pedi-
dade. do de compras até ele chegar ao fornecedor;

Administração de Materiais 41
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

b) preparação do pedido - Tempo que leva o fornecedor para fabricar para balanço”). Uma das desvantagens é que interrompe o processo
os produtos, separar, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem operacional.
transportados.
Permanente – Registra constantemente todas as entradas e saídas,
c) Transportes - Tempo que leva da saída do fornecedor até o rece- há um controle contínuo dos estoques.
bimento pela empresa dos materiais encomendados.
Entre os métodos de avaliação e controle de estoques existentes, po-
Em virtude de sua grande importância, este tempo deve ser determina- demos destacar os seguintes:
do de modo mais realista possível, pois as variações ocorridas durante
esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de estoques. • Método PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) - Nesse método, dá-
se primeiro saída nas mercadorias mais antigas( primeiras que entraram),
Ponto de Pedido (PP) ficando nos estoques as mais recentes.
Ponto de pedido (PP) é uma quantidade de estoque que, quando atin- Num regime inflacionário (tendência crescente de preços ao longo do
gida, deverá provocar um novo pedido de compra. tempo), os valores do Estoque Final e do CMV ( Custo das Mercadorias
Vendidas) são, respectivamente, maiores e menores, pois, na venda, sairão
PP = C x TR + E.min primeiro as mercadorias mais “baratas”, ficando nos estoques as mais
Onde: “caras”. Consequentemente, o LUCRO é o maior possível e o CMV, o
menor possível. Caso haja deflação (preços decrescentes no decorrer do
PP = Ponto de pedido tempo), sairão primeiro as mais caras (maior CVM), ficando nos estoques
C = Consumo médio mensal as mais baratas (menor Estoque Final). Consequentemente, o LUCRO será
o menor possível, tendo em vista que o CMV será o maior possível. No
TR = Tempo de reposição caso de estabilidade econômica de preços, os valores do Estoque Final,
do CMV e do LUCRO serão os mesmos que aqueles encontrados em
E.min = Estoque mínimo (segurança)
qualquer outro método.
Estoque Máximo
• Método UEPS (último a entrar , primeiro a sair) - Ao contrário do mé-
É a soma do estoque mínimo com o lote de compra. todo PEPS, dá-se primeiro saída nas mercadorias mais recentes( última a
entrar ), ficando nos estoques as mais antigas. Desta forma, em compara-
Estoque máximo = Estoque mínimo + Lote de Compra ção aos métodos já mencionados, num regime de tendência crescente de
Estoque Mínimo (de segurança) preços (inflação), os valores do Estoque Final e do CMV serão, respectiva-
mente, os menores e o maiores possíveis. No caso de deflação, ocorrerá o
É a quantidade mínima que deve existir em estoque e que tem a fun- inverso, isto é, os valores do Estoque Final estarão superavaliados e do
ção de cobrir eventuais atrasos no suprimento. CMV estarão subavaliados. No caso de estabilidade econômica de preços,
Modelos de cálculo para estoque mínimo os valores seriam os mesmos daqueles apurados por outro método.

Fórmula simples Em um regime inflacionário, em comparação com os métodos de con-


trole de estoque já mencionados, o Lucro pelo método UEPS é o menor
E. min = C x K possível, fazendo com que o Imposto de Renda sobre o lucro também o
seja. Daí, o Regulamento do Imposto de Renda NÃO PERMITE que as
C - consumo médio mensal
empresas no Brasil, que estejam obrigadas a declararem tal imposto com
K - fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantia contra base no lucro fiscal, utilizem o método UEPS.
risco de ruptura.
Resumindo:
Estoque Mínimo com Variação
Período Inflacionário:
E.min = T1 x (C2 - C1) + C2 x T4
PEPS: MAIOR LUCRO, MENOR CMV, MAIOR EF
Onde:
UEPS: MENOR LUCRO, MAIOR CMV, MENOR EF
T1 = Tempo para o consumo.
Obs: o método PEPS, apesar de proporcionar maior lucro em um perí-
C1 = Consumo normal mensal odo inflacionário, não é o mais utilizado. O mais recomendável para fins
gerenciais é o método UEPS , pois os lucros ficam menores, reduzindo
C2 = Consumo mensal maior que o normal assim a carga tributável.
T4 = Atraso no tempo de reposição Período Deflacionário:
Exemplo: PEPS: MENOR LUCRO, MAIOR CMV, MENOR EF
Um produto possui um consumo mensal de 55 unidades. Qual deverá UEPS: MAIOR LUCRO, MENOR CMV, MAIOR EF
ser o estoque mínimo se o consumo aumentar para 60 unidades, conside-
rando que o atraso de reposição seja de 20 dias e o tempo de reposição é • Método do custo médio - Também chamado de Média Ponderada
de 30 dias. Móvel, pois a cada nova aquisição é calculada uma nova média.
E.min = 1 x (60 - 55) + 60 x 0,67 Lucro = Vendas líquidas - CMV
E.min = 45,2 unidades, ou seja, 46 unidades. Fórmula do custo das mercadorias vendidas
Inventários (controle de estoque) CMV = EI + C - EF
Periódicos – Contagem física EI = Estoque inicial, C = Compras, EF = Estoque final
Rotativo - É realizado no decorrer do exercício financeiro envolvendo Rotatividade ou Giro dos Estoques
grupos de itens específicos em determinados períodos (dias, semanas ou
A rotatividade ou giro de estoque demonstra quantas vezes, por unida-
meses). Uma das vantagens deste inventario é que não tem necessidade
de de tempo, o estoque se renovou. Para calcularmos o giro de estoque, é
de interromper o processo operacional.
necessário possuirmos o valor do custo das vendas e dividirmos pelo valor
Geral - É realizado no final do exercício envolvendo todos os itens de do estoque:
uma só vez (“Fechado
Rotatividade = Custo das mercadorias vendidas / estoque médio

Administração de Materiais 42
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Rot. = CMV (fórmula utilizada por poucos autores) / estq. Final 4) Almoxarifado de manutenção: é o local onde estão as peças de re-
posição,apoio e manutenção dos equipamentos e edifícios ou ainda os
Também pode ser obtida através da relação existente entre o consumo materiais de escritório “papel e caneta” usados na empresa.
do período e o estoque médio do produto.
Obs: Os estoques de produtos acabados matérias-primas e material
Exemplo: O consumo anual de um item foi de 800 unidades e o esto- em processo não podem ser vistos como independentes. Quaisquer que
que médio de 100 unidades. O giro seria: forem as decisões sobre um dos tipos de estoque, elas terão influência
Rotatividade = Custo médio do período / estoque médio sobre os outros tipos de estoques. Esta regra às vezes é esquecida nas
estruturas de organização mais tradicionais e conservadoras.
R = 800 unid/ano / 100 unidades = 8 vezes / ano
Classificação
A rotatividade é expressa no inverso de unidades de tempo ou em “ve-
zes”, isto é “vezes” por dia, ou por mês, ou por ano. Sem o estoque de certas quantidades de materiais que atendam regu-
larmente às necessidades dos vários setores da organização, não se pode
Antigiro - Indica quantos meses de consumo equivale ao estoque mé- garantir um bom funcionamento e um padrão de atendimento desejável.
dio.
Estes materiais, necessários à manutenção, aos serviços administrati-
Antigiro = estoque médio / rotação vos e à produção de bens e serviços, formam grupos ou classes que co-
Exemplo: Um item que tem um estoque de 3.000 unidades é consumi- mumente constituem a classificação de materiais. Estes grupos recebem
do a uma taxa de 2.000 unidades por mês. Quantos meses o estoque cobre denominação de acordo com o serviço a que se destinam (manutenção,
a taxa de consumo? limpeza, etc.), ou à natureza dos materiais que neles são relacionados
(tintas, ferragens, etc.), ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
Antigiro = 3.000 / 2000 = 1,5 mês
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, dimen-
Prazo médio em dias (Cobertura de Estoques) - Indica o número de são, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja,
unidades de tempo que o estoque médio será suficiente para cobrir a um produto não poderá ser classificado de modo que seja confundido com
demanda média. outro, mesmo sendo semelhante. A classificação, ainda, deve ser feita de
maneira que cada gênero de material ocupe seu respectivo local. Por
Prazo médio em dias = nº de dias do período / rotação
exemplo: produtos químicos poderão estragar produtos alimentícios se
O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é que ele repre- estiverem próximos entre si. Classificar material, em outras palavras,
senta um parâmetro fácil para a comparação de estoques, entre empresas significa ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo
do mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque. com a semelhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão no espaço
e alteração na qualidade.
Para fins de controle deve-se determinar a taxa de rotatividade ade-
quada à empresa e então compará-la com a taxa real. É bastante reco- Objetivo da Classificação
mendável ao determinar o padrão de rotatividade, estabelecer um índice
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalogação,
para cada grupo de materiais que corresponda a uma mesma faixa de
simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação de
preço ou consumo.
todos os materiais componentes do estoque da empresa.
Acurácia dos Controles - Mede a porcentagem de itens corretos tanto
Importância da Classificação
em quantidade quanto em valor, ou seja:
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departamento de
Acurácia = nº de itens corretos / nº total de itens ou
Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle eficiente dos esto-
Acurácia = valor de itens corretos / valor total de itens ques, armazenagem adequada e funcionamento correto do almoxarifado.
Nível de serviço ou Nível de atendimento - Indica quão eficaz foi o Critérios de Classificação
estoque para atender às solicitações dos usuários:
Entre outros, costuma-se dividir os materiais segundo os seguintes cri-
Nível de serviço = nº de requisições atendidas / nº de requisições efe- térios:
tuadas
1 - Quanto À Sua Estocagem
Tipos de Estoques
a) Materiais estocáveis
Existem diversos tipos de estoques que são estocados em diversos
São materiais que devem existir em estoque e para os quais serão de-
almoxarifados os quais mencionamos as principais categorias :
terminados critérios de ressuprimento, de acordo com a previsão de con-
1) Almoxarifados de matérias-primas: sumo.
- Materiais diretos: são aqueles que entram diretamente na elaboração b) Materiais não-estocáveis
e transformação dos produtos, ou seja, todos os materiais que se agregam
São materiais não destinados à estocagem e que não são críticos para
ao produto, fazendo parte integrante de seu estado. Podem também ser
a operação da organização; Por isso, seu ressuprimento não é feito auto-
itens comprados prontos ou já processados por outra unidade ou empresa.
maticamente. Sua aquisição se dá mediante solicitação dos setores usuá-
- Materiais indiretos (auxiliares) : são aqueles que ajudam na elabora- rios, e sua utilização geralmente é imediata.
ção, execução e transformação do produto, porém diferenciam dos anterio-
c) Materiais de estocagem permanente
res pois não se agregam a ele, mas são imprescindíveis no processo de
fabricação. São materiais mantidos em nível normal de estoque, para garantir o
abastecimento ininterrupto de qualquer atividade. Aconselha-se o sistema
2) Almoxarifados de produtos em processos (intermediários) : são os
de renovação automática.
itens que entraram no processo produtivo, mas ainda não são produtos
acabados. d) Materiais de estocagem temporária
3) Almoxarifado de produtos acabados: é o local dos produtos prontos Não são considerados materiais de estoque e por isso são guardados
e embalados os quais serão distribuídos aos clientes. O seu planejamento apenas durante determinado tempo, até sua utilização.
e controle é de suma importância tendo em vista que o não giro do mesmo
irá onerar o custo do produto, além de forte injeção á obsolescência. 2 - Quanto À Sua Aplicação
a) Materiais de consumo geral

Administração de Materiais 43
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

São materiais que a empresa utiliza em seus diversos setores, para Em função de uma boa classificação do material, poderemos partir pa-
fins diretos ou indiretos de produção. ra a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações
necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou letras.
b) Materiais de manutenção
Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o alfabético
São os materiais utilizados pelo setor específico de manutenção da or- (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se a adotar de
ganização. uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e numérico, também
3 - Quanto À Sua Perecibilidade chamado “decimal”. A escolha do sistema utilizado deve estar voltada para
obtenção de uma codificação clara e precisa, que não gere confusão e
É o critério de classificação pelo perecimento (obsolescência) significa evite interpretações duvidosas a respeito do material.
evitar o desaparecimento das propriedades físico-químicas do material.
Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação, assim, a empresa Este processo ficou conhecido como “código alfabético”. Entre as inú-
adquire determinado material para ser utilizado em data oportuna, e, se meras vantagens da codificação está a de afastar todos os elementos de
porventura não houver confusão que porventura se apresentarem na pronta identificação de um
material.
consumo, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabi-
liza a estocagem por longos períodos. a) Objetivos da codificação
Existem recomendações quanto a preservação dos materiais e sua • Desenvolver métodos de codificação que por um modo simples, raci-
adequada embalagem para proteção à umidade, oxidação, poeira, choques onal, metódico e claro, identifique-
mecânicos, pressão etc. se os materiais;
4 - Quanto À Sua Periculosidade • Facilitar o controle de estoques;
A adoção dessa classificação visa a identificação de materiais, como, • Evitar duplicidade de itens em estoque;
por exemplo, produtos químicos e gases, que, por suas características
físico-químicas, possuam incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à • Facilitar as comunicações internas da organização no que se refere a
segurança. materiais e compras;
A adoção dessa classificação é de muita utilidade quando do manu- • Permitir atividades de gestão de estoques e compras;
seio, transporte e armazenagem de materiais.
• Definir instruções, técnicas de controle de estoques e compras, indis-
Princípios da Classificação pensáveis ao bom desempenho das unidades da empresa.
A classificação de materiais está relacionada à: b) Métodos de codificação
1 - Catalogação - Número Sequencial
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de mate- É o método pelo qual se distribui sequencialmente números arábicos a
riais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto de dados casa material que se deseja codificar. Este método embora simples, não
relativos aos itens identificados, codificados e cadastrados, de modo a deixa de ser bastante eficaz, especialmente em empresas de pequeno e
facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da empresa. médio portes.
2 - Simplificar material - Método Alfabético
É, por exemplo, reduzir a grande diversidade de um item empregado A codificação pelo sistema alfabético é a que utiliza letras em vez de
para o mesmo fim. Assim, no caso de haver duas peças para uma finalida- números, para a identificação dos materiais. É um sistema bastante limitado
de qualquer, aconselha-se a simplificação, ou seja, a opção pelo uso de especialmente hoje, quando as máquinas que não aceitam símbolos alfabé-
uma delas. Ao simplificarmos um material, favorecemos sua normalização, ticos já são tão largamente aceitas nas empresas modernas.
reduzimos as despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cader-
nos com capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que No sistema alfabético o material é codificado segundo uma letra, sendo
haja a normalização. utilizado um conjunto de letras suficientes para preencher toda a identifica-
ção do material. Pelo seu limite em termos de quantidade de itens e uma
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá fornecer to- difícil memorização, este sistema esta em desuso.
dos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o que facilitará
sobremaneira não somente sua aquisição, como também o desempenho - Método Alfanumérico ou Misto
daqueles que se servem do material, pois a não simplificação (padroniza- Este método caracteriza-se pela associação de letras e algarismos.
ção) pode confundir o usuário do material, se este um dia apresentar uma Permite certa flexibilidade porquanto as letras que antecedem os números
forma e outro dia outra forma de maneira totalmente diferente. poderão indicar lotes ou representar a inicial do material codificado.
3 – Especificação Apesar de ser o método mais difundido no Brasil, apresenta o problema
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do material, da não aceitação das letras pelos sistemas mecanizados.
que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor entendimento entre O sistema alfanumérico é uma combinação de letras e números e per-
consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de material a ser requisitado. mite um número de itens em estoque superior ao sistema alfabético. Nor-
4 - Normalização malmente é dividido em grupos e classes, assim:

A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utilizados os A C --- 3721
materiais em suas diversas finalidades e da padronização e identificação do (classe, grupo e código indicador)
material, de modo que tanto o usuário como o almoxarifado possam requisi-
tar e atender os itens utilizando a mesma terminologia. A normalização é - Método decimal (simplificado)
aplicada também no caso de peso, medida e formato. Este método de codificação apoia-se na “Decimal Classification”, do
5 - Codificação famoso bibliotecário norte americano Melville Louis Kossuth Dervey. É uma
adaptação de ideia genial de Dervey, uma simplificação de seu sistema.
É a apresentação de cada item através de um código, com as informa-
ções necessárias e suficientes, por meio de números e/ou letras. É utilizada Consiste basicamente na associação de três grupos e sete algarismos.
para facilitar a localização de materiais armazenados no almoxarifado, É o método mais utilizado nos almoxarifados para a codificação dos materi-
quando a quantidade de itens é muito grande. ais.

Administração de Materiais 44
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

1º Grupo-00 - Classificador: designa as grandes “ Classes ” ou agru- XX ---- XX ---- XXXXXX ---- X
pamentos de materiais em estoque;
Dígito de controle
2º Grupo-00 - Individualizador: identifica cada um dos materiais do 1º
grupo; Código de identificação

3º Grupo-000 - Caracterizador: descreve os materiais pertencentes Classe


ao 2º grupo, de forma definitiva, com todas as suas características, a fim de Grupo
torná-los inconfundíveis.
Assim mesmo, ele pode ser subdividido em subgrupos e subclasses,
Sendo o mais usado nas empresas, pela sua simplicidade e com pos- de acordo com a necessidade da empresa e volume de informações que se
sibilidades de itens em estoque e informações incomensuráveis. deseja obter de um sistema de codificação. Para comparação com o exem-
- Exemplo plo anterior, a classificação geral seria o grupo, o subgrupo a classificação
individualizadora, e a classe, a classificação definidora, e os quatros dígitos
Suponhamos que uma empresa utilize a seguinte classificação para faltantes do código de identificação serviriam para qualquer informação que
especificar os diversos tipos de materiais em estoque: se deseja acrescentar.
• Matéria-prima; 6 - Padronização
• Óleos, combustíveis e lubrificantes; É o processo pelo qual se elimina variedades desnecessárias, que,
sendo geralmente adquiridas em pequenas quantidades, encarecem so-
• Produtos em processos; bremaneira os materiais de uso normal. Dentro desta conceituação de
• Produtos acabados; padronização estabelecem-se padrões de medição, qualidade, peso, di-
mensão do material, etc.
• Material de escritório;
No estudo de padrões, deve-se atentar para os organismos de padro-
• Material de limpeza. nização em geral (ABNT, ISO, ASTM, NEMA, ANSI, etc.), procurando-se
Podemos verificar que todos os materiais estão classificados sob títulos normas impostas por legislação e de maior uso no mercado fornecedor.
gerais, de acordo com suas características. A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas é o organismo
É uma classificação bem geral. Cada um dos títulos da classificação oficial de normalização no Brasil, representando-o nos organismos interna-
geral é submetido a uma cionais.

nova divisão que individualiza os materiais. para exemplificar tomemos a) Objetivo da padronização
o título 05 – materiais de escritório, da classificação geral, e suponhamos Eliminar as variedades desnecessárias, excluindo desta forma os des-
que tenha a seguinte divisão: perdícios e as sobras, economizando tempo, espaço e dinheiro. A padroni-
05 - Material de Escritório zação deve ser de acordo com o padrão de mercado, com maior número de
fornecedores, facilitando sua aquisição e minimização dos custos.
lápis
b) Vantagens da padronização
canetas esferográficas
• Favorece a diminuição do número de itens;
blocos pautados
• Simplifica o trabalho de estocagem;
papel carta
• Permite a obtenção de melhores preços;
Devido ao fato de um escritório ter diversos tipos de materiais, esta
classificação torna-se necessária e chama-se classificação individualizado- • Reduz o trabalho de compras;
ra. Esta codificação ainda não é suficiente, por faltar uma definição dos • Diminui os custos de estocagem;
diversos tipos de materiais. Por esta razão, cada título da classificação
individualizadora recebe uma nova codificação, por exemplo, temos o título • Permite a aquisição dos materiais com maior rapidez e economiza
02 - caneta esferográfica, da classificação individualizadora, e suponhamos com consertos e substituições de peças.
que seja classificada da maneira seguinte: Pela padronização se adquire a certeza de não haver confusão entre
02 - canetas esferográficas os tipos de materiais que se assemelham sem se equiparem, ficando,
portanto, distintamente classificados pela própria especificação.
marca alfa, escrita fina, cor azul
c) Desvantagem da padronização
marca gama, escrita fina, cor preta
• Um programa de padronização, se não for sabiamente realizado, po-
Esta nova classificação é chamada de “codificação definidora” e, quan- derá acarretar muita confusão;
do necessitamos referir-nos a qualquer material, basta que informemos os
números das três classificações que obedecem à seguinte ordem: • As Normas para Padronização seguem algumas recomendações pre-
viamente utilizáveis na aplicação da técnica de padronização de materiais:
• Nr da classificação geral; Consulta de Catálogos; Informações dos Fornecedores; Análise dos Esto-
• Nr da classificação individualizadora; ques existentes; Informações do Setor Usuário.

• Nr da classificação definidora. 7 – Identificação

Por exemplo, quando quisermos referir-nos a “caneta esferográfica a) Conceito de item


marca alfa, cor vermelha, escrita fina”, basta que tomemos os números: 05 O termo item de material é aplicável a um conjunto de objetos (materi-
da classificação geral; 02 da classificação individualizadora; e 003 da ais) que possuem as mesmas características. Como exemplo, considere-
classificação definidora, e escrevemos: mos as latas de cerveja de 330 ml em uma caixa de latas de um supermer-
05 - 02- 003 cado. Apesar de poder haver diferença entre uma lata e outra (pequenas
diferenças dimensionais, de peso, etc.), para o cliente que adquire uma lata
O sistema numérico pode ter uma amplitude muito grande e com da caixa essas diferenças praticamente não têm interesse algum.
enormes variações, sendo uma delas o sistema americano “Federal Supply
Classification” que tem a seguinte estrutura: A lata de cerveja do exemplo acima é um item de material (o código de
barras que identifica o produto é o mesmo para as diversas latas). As

Administração de Materiais 45
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

características que definem essa lata (volume líquido, composição, tipo de rística de “rastreabilidade” é muito importante no processo de fabricação
lata, marca, tipo de cerveja, data de validade etc.) são as mesmas para as para se poder ter garantia de qualidade do processo.
diversas latas da caixa.
A identificação por lotes é uma espécie de intermediário entre o núme-
Um item pode especificar, também, um produto vendido a granel. ro de série e o número de parte. Nos produtos serializados o lote fica facil-
Quando colocamos combustível em um posto, o álcool comum é um item. mente identificado pela faixa de números de série.
Um item pode se referir, ainda, a um conjunto de peças iguais em uma e) Identificação pelos atributos
embalagem (uma caixa de borracha escolar com várias borrachas) ou a um
conjunto de peças diferentes (um “kit” de ferramentas, por exemplo). A descrição de um item através de suas características (atributos, pro-
priedades), conhecida por “nome”, “nomenclatura”, “descrição”, ”denomina-
Numa empresa existem itens que são estocados e itens que são utili- ção”, “designação”, ” especificação”, etc., é uma das formas de identifica-
zados imediatamente após a aquisição (ou que se comportam, para fins ção de materiais. O termo especificação é, em geral, empregado com o
contábeis, como se fossem utilizados imediatamente após a aquisição). significado de identificar precisamente o material, de modo a torná-lo incon-
fundível (ou seja, específico), principalmente para fins de aquisição.
Geralmente são denominados, respectivamente, “itens de estoque“e
“itens não de estoque”. O conjunto de descrições de materiais forma a nomenclatura de mate-
riais da empresa. É altamente interessante a padronização da nomenclatu-
A embalagem com que o material é comercializado, por ser uma carac- ra. Uma nomenclatura padronizada é formada por uma estrutura de nomes
terística que pode ser importante para o cliente, pode determinar a existên- ou palavras-chaves (nome básico e nomes modificadores), dimensões,
cia de itens diferentes para o mesmo material básico. Como exemplo, características físicas em geral (tensão, cor, etc.), embalagem, aplicação,
álcool em embalagens de 1 litro é um item diferente de álcool em embala- características químicas, etc. É conhecida, também, como “nomenclatura
gens de ½ litro. estruturada”
A marca do produto é uma característica importante para o cliente em O “nome básico” é a denominação inicial da descrição (exemplo: arrue-
um supermercado, devido ao preço, à confiança na marca, à forma da la, parafuso, etc.), enquanto o “nome modificador” é um complemento do
embalagem etc. No supermercado, para cada marca tem-se um item dife- nome básico (exemplo para arruela: pressão, lisa, cobre, etc.).
rente. Em um setor de manutenção de uma empresa a marca do álcool
utilizado para a limpeza não é importante, desde que o produto tenha a Um nome básico pode estar associado a vários modificadores. Exem-
qualidade requerida. Neste caso, para as várias marcas tem-se um só item. plo: arruela lisa de cobre, espessura 0,5 mm, diâmetro interno 6 mm, diâ-
metro externo 14 mm (nome básico = arruela e modificadores = lisa, cobre)
b) Conceito de número da parte
A nomenclatura deve ser apresentada em catálogos em diversas or-
A identificação de itens de material em uma organização pode ser feita dens, para facilidade de se encontrar o código de identificação a partir do
de diversas formas, dependendo de onde é utilizada: código interno, núme- nome ou vice-versa, ou então para se encontrar o material pretendido a
ro de desenho, código do fabricante, código do fornecedor, número de partir de características conhecidas.
catálogo, amostra, protótipo, modelo, aplicação, nome, descrição, norma
técnica, especificação, código internacional de produtos (código de barras) Cadastramento de Materiais
etc.
Uma vez identificado e codificado, o material é cadastrado. O Cadas-
Os códigos de identificação de itens de material são geralmente co- tramento é o registro, em computador, dos materiais com todos os dados
nhecidos, na indústria, como “número de parte”. No comércio costuma-se identificadores, como: nome, código, unidade, etc., de interesse da empre-
dar a denominação de “código do produto”. Às vezes são denominados sa. De posse do cadastro de materiais, a organização terá facilmente à
“número de peça”, o que nem sempre é adequado, principalmente para mão as listagens de materiais, tão necessárias para consultas e análise
materiais vendidos a granel (exemplo: mangueira vendida em metros) ou econômico-administrativas.
vendidos em caixas com várias peças (exemplo: caixa com 4 velas para um
motor de automóvel). Classificação ABC

c) Conceito de número de série O princípio da curva ABC foi elaborado por Vilfredo Pareto na Itália.
Sua utilização é extramente vantajosa porque se pode reduzir as imobiliza-
Há situações em que se torna importante a distinção de cada uma das ções em estoques sem prejudicar a segurança. Dentro da logistica empre-
peças de um item. Como exemplo típico, os itens que possuem garantia sarial e mais especificamente na administração de materiais, a curva ABC
(televisores, máquinas em geral, etc.) tornam necessária a identificação de tem seu uso mais específico para estudo de estoques de suprimentos e
cada peça isoladamente. Essa identificação é feita por um código denomi- dimensionamento de estoque.
nado “número de série”. O número de série é, portanto, uma espécie de
detalhamento do número de parte. Os itens onde há necessidade de utili- A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela
zação de número de série são conhecidos, habitualmente, como “serializa- permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento ade-
dos”. quados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da
ordenação dos itens em ordem decrescente de importância relativa,
O número do chassi de um automóvel é um número de série típico. Na obtida através da multiplicação do custo unitário com o volume com-
fábrica de automóveis todos os chassis com as mesmas características prado.
correspondem ao mesmo item, porém possuem números de série diferen-
tes. O número de série individualiza o material. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequência dos itens e sua
classificação ABC, disso resultam imediatamente a aplicação preferencial
d) Identificação de lotes das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância dos itens.
Certos materiais, tanto por necessidade legal como por interesse de A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para
controle de qualidade, devem ser identificados por lotes de fabricação. definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a
Essa identificação pode ser feita no próprio produto ou em sua embalagem programação da produção e uma série de outros problemas usuais na
e visa localizar todos os produtos (peças, remédios, produtos metalúrgicos, empresa.
alimentos, etc.), com algum tipo de problema detectado tanto pelos clientes
como pela própria empresa. Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as clas-
ses da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:
Uma empresa que fabrica parafusos, por exemplo, pode detectar uma
incidência muito grande de refugos no processo de fabricação. É importan- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados
te, nesse caso, que o controle de produção permita rastrear o processo de com uma atenção especial pela administração.
fabricação até a identificação do lote da matéria prima utilizada no proces- Classe B: Grupo intermediário.
so, para poder pesquisar as possíveis causas do problema. Essa caracte-

Administração de Materiais 46
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimen- Exemplo:10% do faturamento;


tação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo de manter
estoque. - Após conhecidos esses valores define-se os itens de cada classe.

Exemplo: Lei de Pareto - Princípio 80/20


Vilfredo Pareto, um economista italiano, em 1897, realizou um estudo
estatístico que, mais tarde, viria a se tornar conhecido como Lei de Pareto
ou Regra 80/20.
Naquela ocasião, ele estava analisando os padrões de riqueza e renda
na Inglaterra e constatou que a maior parte das riquezas estavam nas
mãos de poucas pessoas.
Até aí, nada de mais. Mas o que chamou a sua atenção foi um padrão,
uma relação matemática entre a proporção de pessoas e a renda recebida
por este grupo: 20% das pessoas de qualquer grupo que ele estudasse,
detinha 80% da riqueza disponível.
Essa distribuição desequilibrada recebeu o nome de Lei de Pareto ou
Regra 80/20 e até hoje é amplamente confirmada, em diversas oportunida-
A= 20 itens des Obviamente que a relação entre causas e efeitos não é exatamente
80/20, mas algo próximo desta proporção.
B= 30 itens
A relação 80/20 é apenas um referencial. O que mais surpreendeu, na
C= 50 itens pesquisa de Vilfredo Pareto, é que o desequilíbrio representado pelo princí-
A classe “A” são os itens que nesse caso dão a sustentação de ven- pio 80/20 pode ser observado em diversas outras relações causas/efeitos
das, podemos perceber que apenas 20% dos itens corresponde a 70% do do dia-a-dia.
faturamento. O Princípio 80/20 afirma que existe um forte desequilíbrio entre causas
A classe “B” responde por 30% dos itens em estoque a 20% do fatu- e efeitos, entre esforços e resultados e entre ações e objetivos alcançados.
ramento. O Princípio afirma, de uma maneira genérica, que 80% dos resultados que
obtemos estão relacionados com 20% dos nossos esforços. Em outras
A classe “C” compreende a sozinha 50% dos itens em estoque, res- palavras: uma minoria de ações leva a maior parte dos resultados, em
pondendo por apenas 10% do faturamento. contra-partida, uma maioria de ações leva a menor parte dos resultados. A
seguir alguns fatos que ilustram o Princípio 80/20:
Por outro lado, esta análise não considera a importância do item em re-
lação à operação do sistema como um todo.Um simples parafuso, de baixo * 80% do total de vendas está relacionado com 20% dos produtos.
custo e consumo, é, geralmente um item classe C.No entanto, ele pode
interromper a operação de um equipamento ou instalação essencial a * 80% dos lucros de uma empresa está relacionada com 20% dos pro-
produção dos bens e serviço. dutos.

Para resolver essa deficiência da análise custo unitário x volu- * 80% dos lucros está relacionado com 20% dos clientes.
me,muitos empresas utilizam um conceito chamado criticidade dos itens * 80% dos acidentes de trânsito é causado por 20% dos motoristas.
de estoque.
* 80% dos usuários de computador usa apenas 20% dos recursos dis-
Criticidade (importância operacional) é a avaliação dos itens quanto poníveis
ao impacto que sua falta causará na operação da empresa, na imagem
da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por * 80% do tempo usamos 20% de nossas roupas.
um outro e na velocidade de obsolescência. Dentro do conceito de critici- * 80% das pessoas prefere 20% dos sabores ou cores disponíveis.
dade, os itens podem ser classificados em classe A (itens cuja falta provoca
a interrupção da produção dos bens e serviços e cuja substituição é difícil e * 80% dos resultados são obtidos por 20% dos funcionários.
sem fornecedor alternativo) classe B (itens cuja falta não provoca efeitos na
Podemos usar o o princípio 80/20 na nossa empresa, na nossa carreira
produção de bens e/ou serviços no curto prazo) e classe C (os demais
e na nossa vida pessoal. A ideia central é: “Identificar os 20% de esfor-
itens).
ços/ações que são responsáveis pela geração de 80% dos resultados e nos
Montagem da Curva ABC concentrarmos neles, procurando melhorá-los e aperfeiçoá-los cada dia
mais.
- Relacionar os itens analisados no período que estiver sendo analisa-
do; Um exemplo muito interessante de aplicação do princípio 80/20 vem da
IBM, empresa americana da área de computação. A IBM descobriu, em
- Número ou referencia do produto; 1963, que 80% dos recursos de um computador são gastos executando
- Nome do produto; 20% das instruções do Sistema Operacional. O que a IBM fez? A IBM
concentrou a sua equipe de programadores na melhoria e aperfeiçoamento
- Estabelecer o critério de classificação: VALOR ECONÔMI- das instruções mais utilizadas, com o objetivo de torná-las mais rápidas e
CO,IMPORTÂNCIA OPERACIONAL (CRITICIDADE DOS ESTOQUES ), eficientes. Com isso o Sistema Operacional melhorou consideravelmente.
PERICULOSIDADE, PERECIBILIDADE
Uma empresa pode concentrar esforços nos 20% dos clientes que são
- Arrume os itens em ordem decrescente de importância; responsáveis por 80% das vendas ou lucros. Pode alocar recursos para
- Defina os itens da classe “A” pesquisa e desenvolvimento dos 20% de produtos que são responsáveis
por 80% das vendas ou lucros. Pode investir mais em treinamento e desen-
Exemplo: 70% do faturamento; volvimento dos 20% dos funcionários que são responsáveis por 80% dos
resultados e assim por diante.
- Fat. Classe “A” = Fat. Total x 70 / 100;
OBS: GERALMENTE EM PROVAS DE CONCURSOS ASSOCIAM A
- Defina os itens da classe “B”
CLASSIFICAÇÃO ABC COM A LEI DE PARETO .
Exemplo: 20% do faturamento;
VEJAMOS ALGUMAS DICAS PARA RESOLVER ESTAS QUESTÕES:
- Defina os itens da classe “C”

Administração de Materiais 47
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

- O primeiro fator que se deve ter para classificar é o critério de clas- 9. O inventário é o instrumento por meio do qual os gestores verificam
sificação, um item que se classifica como “C” em relação ao critério do características específicas dos materiais sob seus cuidados e são utilizados
valor econômico, pode ser “A” em relação ao critério de importância opera- para
cional, por exemplo: um parafuso. Quando na questão não estabelecer (A) criar fluxos mensais para liquidação das despesas.
critério, está implícito o critério do valor econômico. (B) levantar os saldos e a disponibilidade dos estoques.
(C) implantar normas e procedimentos em processos licitatórios.
- O segundo fator que precisamos ter é o padrão de classificação, (D) planejar normas de execução de serviços.
exemplo: considero ‘A” os itens que perfazem 70% do valor do estoque. Se (E) formalizar os pedidos de pagamentos.
não informar o padrão utilizo a Lei de Pareto, considero “A” os itens que
perfazem 80% do valor e 20% da quantidade. 10. Plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de
- Se não for possível identificar a relação 80-20 a única afirmação que vigas, blocos ou uma simples face sobre os apoios, cuja altura é compatível
posso fazer é que o item de maior valor unitário será classe “A”. com a introdução de garfos da empilhadeira, e que permite o agrupamento
de materiais, possibilitando a movimentação e o transporte num único
PROVA SIMULADA carregamento, é chamado
(A) piso.
1. Pode-se conceituar Almoxarifado como (B) degrau.
(A) unidade responsável pela execução orçamentária. (C) estrado.
(B) unidade responsável pela execução financeira. (D) escada.
(C) local destinado à guarda e conservação de materiais. (E) painel.
(D) unidade que planeja setorialmente o pedido de crédito.
(E) central de atendimento ao cidadão. 11. Para que não haja excessos ou falta de materiais de qualquer natureza
é fundamental o
2. O Almoxarifado deverá possuir instalações adequadas para (A) controle de estoque.
(A) confeccionar editais para a Comissão de Licitações. (B) edital de licitação.
(B) executar serviços de manutenção predial. (C) registro cadastral.
(C) planejar os pagamentos das faturas. (D) pagamento de fornecedores.
(D) dar atendimento rápido e eficiente às requisições de materiais. (E) parecer jurídico.
(E) controlar as Atas de Registro de Preços em vigência.
12. O almoxarifado pode fornecer um determinado material ao solicitante
3. Analisando o organograma funcional do Almoxarifado, pode-se dizer que por meio da apresentação da
uma das principais atribuições é (A) nota fiscal do produto.
(A) manter atualizados os registros necessários. (B) nota de liquidação.
(B) fornecer atestado de capacidade técnica. (C) ordem de serviço.
(C) receber cotação de pedido dos fornecedores. (D) ficha de inventário.
(D) atender os pedidos de serviços de manutenção. (E) requisição de material.
(E) fazer a fiscalização das obras.
13. Neste sistema, os materiais ocuparão os espaços vazios que existem
4. A Ficha de Controle de Estoque é destinada a dentro do depósito e não há locais fixos de armazenagem, com exceção de
(A) determinar o local para estocagem de materiais. algumas estocagens especiais. Trata-se do sistema de
(B) cadastrar as empresas que participam de Licitacões. (A) estocagem fixo.
(C) avaliar a qualidade do material adquirido. (B) inventário patrimonial.
(D) controlar o estoque. (C) avaliação de registro cadastral.
(E) atestar os serviços de manutenção. (D) estocagem livre.
(E) segurança da qualidade.
5. A Nota Fiscal emitida pelo fornecedor é utilizada no Almoxarifado para
(A) elaborar o edital de Licitações. 14. Em relação ao arranjo físico no Almoxarifado, considerando o depósito
(B) determinar o tempo de reposição das aquisições. com apenas uma porta de entrada/saída, os materiais de saída freqüente
(C) orientar o cadastro de atividades. devem ter suas prateleiras
(D) projetar entregas das requisições de materiais. (A) no fundo do depósito.
(E) dar entrada do material no estoque. (B) próximas à porta de entrada/saída.
(C) no alto das paredes, no final do depósito.
6. São sistemas de codificação de materiais: (D) no meio do Almoxarifado.
(A) perpendicular e retangular. (E) encostadas nas paredes do final do depósito.
(B) triangular e diagonal.
(C) numérico e alfanumérico. 15. Manter limpo e em bom estado o piso dos locais onde se manipulam e
(D) vertical e horizontal. transportam os materiais são regras para
(E) decimal e contábil. (A) segurança no Almoxarifado.
(B) implantação da codificação de material.
7. O Almoxarife, além de outras atribuições, é o responsável pelo (C) determinação do intervalo de ressuprimento.
(A) planejamento do certificado de registro cadastral. (D) caracterização da ruptura do estoque.
(B) sistema de localização de materiais. (E) aplicação e montagem da curva ABC.
(C) conserto e conservação dos equipamentos.
(D) cálculo dos recursos orçamentários disponíveis.
(E) lançamento e publicação de editais. 16 - As afirmativas a seguir referem-se a conservação e a estocagem:
1- os materiais devem ser guardados em prateleiras apropriadas, classifi-
8. A classificação e a codificação de materiais é fundamental para cadas e numeradas;
(A) organizar a ordem cronológica de pagamentos. 2- os materiais deterioráveis devem ser guardados em local apropriado,
(B) implantar a Comissão de Registro Cadastral. classificados e numerados;
(C) criar organogramas de compras. 3- os materiais deterioráveis devem ser dispostos de maneira que os mais
(D) orientar os fornecedores. velhos saiam em primeiro lugar.
(E) controlar eficientemente os estoques. As afirmativas corretas são:
a) 1;

Administração de Materiais 48
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

b) 1 e 2; 3. Um dos objetivos da administração de estoque é otimizar o inves-


c) 1 e 3; timento em estoque por meio da maximização das necessidades de
d) 2 e 3; capital investido.
e) 1, 2 e 3.
Se, de um lado, a departamentalização facilita, para as empresas, a
execução das tarefas, por outro pode causar serros conflitos interde-
17 - Numa determinada gráfica, foi solicitado um grande serviço de repro-
grafia de apostilas de treinamento. partamentais. Em grande parte desses conflitos, os principais depar-
O serviço ficou ilegível e teve que ser refeito. tamentos envolvidos são os de produção, vendas, compras e finan-
O almoxarife responsável comunicou que o estoque de papel não atenderia ças. Quando se fala em administração de materiais, é natural encon-
à nova demanda pois não estava trar esse tipo de conflito para ser resolvido, isso porque os departa-
prevista. mentos têm diferentes interesses no que se refere aos estoques de
Isto é um caso típico de: materiais. Pode-se dizer que os departamentos de compras, produção
a) ruptura de estoque; e vendas, cada qual por seus motivos, têm interesses em manter altos
b) demanda de estoque; estoques de materiais; é o departamento de finanças quer os menores
c) giro de estoque; estoques possíveis.
d) aviso de entrada de materiais; 4. O departamento de compras tende a manter alto estoque de maté-
e) conferência de estoque. ria-prima (ou de produto acabado, quando se trata de uma empresa
comercial), pois, em geral, obtém descontos dos fornecedores quan-
18 - Um almoxarifado recebeu uma solicitação de material, em que consta do adquire grandes quantidades de material, reduzindo assim, a
um pedido de uma grosa de parafusos. receita total das compras.
Sabendo-se que existe orientação para que os pedidos sejam atendidos
com 50% de corte, quantas unidades de parafusos o almoxarife deverá 5. O departamento de produção tende a manter sempre alto o estoque
entregar. de matéria-prima e, por conseguinte, o de material em processo, para
a) 10; permitir a produção de lotes menores, otimizando os custos da em-
b) 12; presa. A principio, lotes menores significam custos de fabricação
c) 50; mais baixos por unidade.
d) 72; 6. O departamento de vendas tende a manter alto o estoque de produ-
e) 144. tos acabados, sejam eles adquiridos de terceiros ou produzidos inter-
namente, pois depende desse estoque para poder realizar vendas e
19 - Determinada seção de recrutamento gasta cinco resmas e meia de atender de forma eficiente seus clientes. Ter produtos acabados para
papel por quinzena. pronta-entrega pode ser fundamental para conquistar novos clientes e
Quantas folhas de papel ela gasta por mês? manter os antigos.
a) 110 folhas;
b) 500 folhas; 7. O departamento financeiro é contrário à manutenção de altos
c) 750 folhas; estoques, uma vez que estes implicam desvantagens para a empresa,
d) 1500 folhas; do ponto de vista financeiro, como, por exemplo, alto capital inves-
e) 5500 folhas. tido em estoques, juros pagos ou perdidos, altos custos de armazena-
gem, risco de obsolescência e(ou) perda de material.
20 - É um dos elementos básicos para o balanço de uma empresa. Por seu
8. É função da administração de materiais integrar os objetivos dos
intermédio a contabilidade conhece a quantidade exata de cada material
departamentos envolvidos — compras, produção, vendas e finanças
utilizado, que convertido em moeda e somado ao total das despesas, dá o
—, aumentando, assim, a eficácia dos meios internos e otimizando
custo de operação da empresa.
os investimentos da empresa em estoques.
Assinale a alternativa que corresponde ao texto:
a) balancete; 9. O departamento de compras é de fundamental importância para a
b) balanço patrimonial; administração de materiais. Para a empresa, a atividade de compra
c) balanço financeiro; não se restringe ao simples ato físico de adquirir determinado item e
d) controle de estoque; efetuar o pagamento correspondente à transação efetuada. A respon-
e) inventário físico. sabilidade principal do departamento de compras é localizar fontes
adequadas de suprimentos e negociar preços.
RESPOSTAS
01. C 11. A 10. As decisões a respeito dos volumes de estoque devem considerar
02. D 12. E as metas organizacionais quanto aos prazos de atendimento dos
03. A 13. D pedidos dos clientes.
04. D 14. B A Administração de materiais responde pela obtenção, guarda e
05. E 15. A distribuição de recursos materiais para todas as áreas de empresa. A
06. C 16. E respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.
07. B 17. A
08. E 18. D 11. A área de marketing tem como objetivo manter e aumentar recei-
09. B 19. E tas por meio do fornecimento dos melhores serviços aos clientes. No
10. C 20. E entanto, sua atuação pode ser fonte geradora de conflito com a área
de administração de materiais.
12. Um dos principais dilemas da gestão e manutenção de estoques é
QUESTÕES DE CONCURSOS
a quantidade de material mantido em estoque. Se por um lado, um
1. Para atingir mais lucro, uma empresa deve usar o capital para que estoque elevado requer investimento e grandes gastos, por outro
este não permaneça inativo. Dessa maneira, é usual o investimento lado, diminui o risco de não ter satisfeita a demanda de consumido-
em estoque de material e espera-se que ele seja necessário a produ- res dos produtos em estoque.
ção e ao bom atendimento das vendas.
13. Um dos principais objetivos do planejamento e controle de esto-
2. Quando existe restrição financeira, a utilização da administração que é manter a menor quantidade possível de estoque para atender
de materiais é fundamental para a manutenção de equilíbrio financei- aos clientes.
ro da empresa.

Administração de Materiais 49
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

14. Um dos objetivos das empresas é obter o máximo lucro. Na 3 As decisões de compra podem interferir no nível de competitivida-
busca de realizar este objetivo, é comum surgirem conflitos entre as de da empresa no mercado.
áreas de materiais, de marketing e de finanças.
4 Um bom negociador de compras deve desenvolver alternativas
15. O controle de estoque é fundamental para a eficiência da criativas que vão ao encontro das necessidades do fornecedor.
organização em suprir as necessidades dos seus clientes, externos
5 Obter o material certo, nas quantidades certas, com a entrega no
ou internos. Os princípios básicos do controle de estoques não
tempo e local adequados e no preço certo são funções de compras e
incluem o (a)
responsabilidade exclusivas da administração de materiais.
A determinação de que itens devem permanecer em estoque.
6 A seleção de fornecedores é uma das grandes responsabilidades do
B determinação de quando se devem reabastecer os estoques, da departamento de compras, seja para itens rotineiros, seja para com-
periodicidade de reabastecimento. pras esporádicas. Embora a seleção inadequada possa gerar proble-
mas em toda a cadeia de produção da empresa, o departamento de
C determinação do quanto de estoque será necessário para um perío- compras não pode abrir mão do critério de menor preço para escolha
do predeterminado. do fornecedor, pois os altos custos podem inviabilizar o preço do
D acompanhamento, a documentação e a fiscalização das encomen- produto final.
das realizadas em observância aos respectivos prazos de entrega: 7 No que se refere à seleção do número de fornecedores em determi-
follow-up. nado processo de compras, é correto dizer que uma das principais
E identificação e retirada de itens obsoletos e danificados do esto- vantagens em situações de compra de muitos fornecedores é o maior
que. grau de liberdade de opção na escolha dos fornecedores.

16. Dentre os fatores que influenciam os investimentos em esto- 8 Na compra, o preço está entre os fatores que influenciam a escolha
que, o que mantém um alto nível de produção, diminuindo cus- dos fornecedores. Isso significa que se deve escolher o fornecedor
tos, justificando a manutenção de um maior volume de produtos que apresentar o menor preço entre os concorrentes.
em estoque é 9 O planejamento inadequado, a falta de controle no consumo e a má
A) Projeção de Vendas. B) Economia de Escala. C) Natureza do administração dos estoques são fatores que, invariavelmente, levam
Produto. D) Processo Produtivo. E) Preço unitário. a função compras a praticar atos lesivos à organização.
17. Uma das vantagens de serem mantidos níveis reduzidos de esto- 10 Obter um fluxo contínuo de suprimentos necessários ao funcio-
ques é a diminuição do refugo, pois as não-conformidades são logo namento de uma organização, comprar o que for necessário para a
identificadas. organização pelos menores preços com base nas quantidades e na
qualidade estabelecidos e definir o que comprar e quanto comprarem
18. Balou um dos mais respeitados gurus da logística, em 1978 são objetivo da seção de compras.
ressaltou a importância dessa ferramenta na administração de mate-
riais. Nesse contexto, atenção especial deve ser dada aos inventários. 11 A conduta ética na seção de compras é de fundamental importân-
Para Bailou, os estoques devem ser mantidos com o objetivo de cia para a organização. Nesse sentido, a organização deve estabele-
melhorar o serviço ao cliente, gerar economia de escala, proteger a cer regras de conduta a respeito do recebimento de presentes de
empresa contra mudanças de preços em tempo de inflação alta, fornecedores.
proteger contra incertezas na demanda e no tempo de entrega, além 12 Menores lucros e maior nível de satisfação dos clientes podem ser
de proteger contra contingências. gerados pela função compras.
19. Os estoques têm a função de funcionar como reguladores do 13 Preço, capacidade técnica e prazo de entrega são fatores que
fluxo de negócios de uma empresa. devem ser considerados na relação de compra de uma empresa com
seu fornecedor.

GABARITO 14. Para se manter competitiva no mercado, a empresa deve


minimizar custos e gerar lucros satisfatórios. Assim, a função de
1-C 2-C 3-E 4-E 5-E 6-C 7-C 8-C 9-C 10-C 11-C 12-C 13-C 14-C compras consiste em um elemento essencial da administração de
15-D 16-B 17-C 18-C 19-C materiais. Nesse sentido, assinale a opção que não constitui obje-
QUESTÕES DE CONCURSOS tivo da área de compras.

1. As empresas precisam ter estratégias para aquisição de bens A) Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos
materiais. Partes vitais do produto final eram produzidas, na programas de produção da empresa.
maioria das vezes, internamente, mas essa concepção está mu- B) Coordenar um fluxo de suplementação de maneira que seja apli-
dando para parcerias estratégicas. Duas estratégias operacionais cado um mínimo possível de investimento.
são empregadas para a decisão das aquisições de bens materiais:
a verticalização e a horizontalização. Esta última significa: C) Comprar materiais e insumos aos menores preços, mantendo a
qualidade do produto em níveis desejados.
A) independência de terceiros na composição do produto.
D) Envolver um grande contingente de pessoal no processo de com-
B) compra de terceiros dos itens que compõem o produto final. pra.
C) domínio da tecnologia do produto final. E) Procurar, por meio de uma negociação honesta, as melhores
D) maior autonomia da elaboração do produto final. condições para a empresa.

E) aumento da estrutura organizacional da empresa. 15. Acerca da administração de materiais, julgue os itens a seguir.

2 Na administração de material, a função compras não é somente I Surgimento de novos fornecedores para o mesmo bem, aumento da
responsável pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também ser quantidade a ser adquirida, surgimento de materiais similares com a
realizada com preço mais favorável possível. mesma qualidade são situações que permitem melhorar as condições
de compra.
A administração de materiais pode ser entendida como a coordena-
ção das atividades de aquisição e distribuição de materiais. Com II Especificar adequadamente o bem a ser adquirido, comprar na
relação a esse assunto, julgue os itens a seguir. quantidade certa e qualidade esperada, armazenar adequadamente o

Administração de Materiais 50
ApostilasBrasil.com Seu Futuro é o Nosso Presente!

material em estoque, distribuir o material necessário às unidades _______________________________________________________


organizacionais são funções da administração de materiais.
_______________________________________________________
III As modernas estratégias de negociação requerem que o negocia-
dor procure alternativas criativas que atendam não só os interesses _______________________________________________________
de sua organização, mas também as necessidades do fornecedor. ______________________________________________________
IV Otimizar o investimento em estoques por meio da maximização _______________________________________________________
das necessidades de capital investido é um dos objetivos da adminis-
tração de materiais. _______________________________________________________
Estão certos apenas os itens _______________________________________________________
A) I e III B) I e IV. C) II e III. D) II e IV. _______________________________________________________
GABARITO _______________________________________________________
1-A 2-C 3-C 4-C 5-E 6-E 7-C 8-E 9-C 10-E 11-C 12-C 13-C 14-D _______________________________________________________
15-A _______________________________________________________
Prof. Wendell Léo _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Administração de Materiais 51

Potrebbero piacerti anche