Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Conteúdo
1.Introdução.....................................................................................................................................2
Metodologia Usada..........................................................................................................................3
Estes tipos de conflitos e de violência têm mergulhado o país em sucessivas crises políticas,
económicas e sociais......................................................................................................................14
10. Desafios que a Uniao Africana (UA) coloca para a pacificacao dos conflitos ou guerras de
africa..............................................................................................................................................15
11. Conclusão................................................................................................................................16
12. Bibliografia..............................................................................................................................17
2
1.Introdução.
O presente artigo aborda a complexidade da construção nacional em Moçambique, tendo
especial atenção ao período pós-Independência (1975). Inicialmente discute algumas matrizes
teóricas sobre o caso das identidades africanas de modo geral e dos nacionalismos africanos de
modo particular.
Argumenta pela necessidade de abdicar das leituras generalistas e propõe o enfoque do caso
moçambicano. Analisa a construção do projecto político e ideológico da FRELIMO (Frente de
Libertação de Moçambique) tendo atenção na forma como é compreendida a construção nacional
em Moçambique.
Iremos descrever o contexto da passagem do mono partidarismo para o multipartidarismo em
África em geral e em Moçambique em particular. Para tal iremos citar os momentos importantes
desta transição política em Moçambique para além de analisar as ideias dos defensores e dos
críticos do monopartiodarismo em África. Por fim iremos abordar a questão da União Africana
(UA) através dos seus desafios para a pacificação dos conflitos em África.
Trata se de temos de vital importância posto que descrevem a situação politica de África e de
Moçambique em particular desde as tentativas da criação do nacionalismo africano e
moçambicano em particular. Ajudam nos a perceber as razoes que levaram Moçambique em
particular e África em geral a passar do mono partidarismo para o multipartidarismo para além
de interpretar os desafios da UA para a pacificação de África.
Em termos de estrutura o trabalho apresenta índice dos conteúdos tratados, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
Objectivo geral.
Objectivos específicos.
Indicar os desafios da União africana (UA) para a pacificação dos conflitos ou guerras em
África.
Metodologia Usada.
Analisadas as premissas que favoreceram a construção das nações africanas e de forma particular
na África Austral que em parte o caso moçambicano encontra similaridades, (NGOENHA 1998:
17-34) no seu ensaio sobre a identidade moçambicana: já e ainda não, descreve os processos
complexos que nos levaram à criação do projecto da nação moçambicana em 1962.
Admite que internamente, o projecto era e continua fragilizado pelos micros nacionalismos e pelo
economicismo individual. Por outro lado, externamente, o projecto da construção da nação
moçambicana é influenciado pela globalização económica e usurpação do espaço político nacional
que pode significar o retorno do colonialismo. Argumenta que a moçambicanidade é um conceito
moderno porque engloba todos os que estão no mesmo espaço geopolítico de colonização e
propõe ultrapassar as particularidades pela política (Ibidem, 1998:25).
A globalização que transcende as fronteiras nacionais, faz com que as soberanias percam de certa
forma a autonomia política, económica e cultural num contexto em que o grau de interacção
cultural na aldeia global pode retroceder o projecto da edificação da nação moçambicana
(Ibidem, 1998:35).
O autor, que usou fontes escritas na elaboração deste artigo, não discute o contexto remoto da
construção da nação moçambicana e seus fundamentos onde certamente, se podia desvendar a
possibilidade de ter existido um nacionalismo precoce no contexto pré-colonial conforme
apontam outros autores quando se referem a África em geral. De seguida o seu posicionamento
encontra algumas similaridades quando discute o contexto mediato em que desponta o
nacionalismo moçambicano que resulta da reacção à dominação colonial portuguesa nas
fronteiras traçadas pela colonização, facto comparável com outras nações emergentes em África.
Na última fase da sobrevivência do regime de partido único, pelas dificuldades enfrentadas pela
FRELIMO e pela morte de Samora Machel (19 de Outubro de 1986), verificou-se o abandono
oficial da referência ao marxismo-leninismo no Congresso de 1989 e consequente afastamento
gradual dos elementos de direcção mais comprometidos com a orientação marxista.
Até final de 1990 (Novembro), a classe dirigente de Moçambique apontava o multipartidarismo
como um instrumento de divisão do povo moçambicano do regionalismo e do tribalismo, enfim,
um elemento que conduzia à dissolução da unidade nacional[ CITATION CAVdo \p 57 \l 1033 ].
8
todas funcionando como um verdadeiro laboratório de reconversão política para onde eram
enviados quaisquer indivíduos que simbolizassem valores ou práticas políticas ou moralmente
condenáveis.
Na prática, tratava-se de grandes acampamentos para onde eram enviados “marginais”,
“suspeitos” ou inimigos políticos (como Uria Simango). Nas machambas, todos teriam que
trabalhar na lavoura durante o dia, construir suas palhoças e, ao final da jornada, assistir a cursos
de marxismo-leninismo. Conforme o referido autor, durante a vigência da Operação Produção, as
forças de segurança saíam às ruas das principais cidades do país exigindo que as pessoas
mostrassem carteiras de trabalho, no caso de homens, ou comprovantes de casamento, no caso
das mulheres.
redignificação de algumas práticas e tipos sociais muito caros ao período colonial português,
agora já com nova roupagem pós-colonial socialista.
De modo algum quero confundir multipartidarismo com democracia, mas é verdade que, na
maior parte dos países africanos que se tornaram independentes no início da década de 1960, se
deu uma verdadeira regressão democrática. Ou seja, passaram do multipartidarismo para o mono
partidarismo, sobretudo fruto do ciclo infernal de golpes de estado que viraram uma espécie de
“moda” no nosso continente.
Olhando com algum cuidado os processos africanos, reparamos que, lá onde se instalaram os
sistemas mono partidários, foi precisamente onde as independências foram precedidas por lutas
armadas de libertação, seja porque houve um único protagonista da luta (caso da Argélia e da
grande maioria das antigas colónias portuguesas), seja porque um dos movimentos de libertação
conseguiu controlar o país, excluindo do poder os restantes actores (como foi o caso de
Moçambique).
O destino dos países africanos de expressão portuguesa foi muito condicionado pela luta armada,
mas, igualmente, pelas características políticas da potência colonial, ela própria sujeita a um
regime fascista, logo, adversa a todo o tipo de pluralismos (Ibidem, 1990:103). A potência que
nos colonizou estava numa encruzilhada: descolonizar e lutar também para vencer os apetites
totalitários que se manifestavam internamente.
Quero, então, dizer que nós, uma vez desvinculados de Portugal, fizemos precisamente o
percurso inverso ao dos que foram colonizados por democracias: partimos do mono partidarismo
para o pluripartidário.
13
Não temos, pois, qualquer memória histórica de uma vida democrática, o que poderá constituir,
nos dias de hoje, em maior dificuldade para nos adaptarmos ao jogo das liberdades democráticas.
Acresça-se a isso o facto de muitas das nossas lideranças terem sido “culturadas” em sociedades
adversas à democracia. Daí, portanto, a sua enorme dificuldade em conviverem com a diferença,
seja ela de que tipo for.
Desde o final dos anos 1980, quando as principais forças políticas do país deram início à
negociações para a assinatura do Acordo Geral de Paz e quando se iniciou um processo de
transição em direcção ao estabelecimento de uma democracia liberal e uma economia de mercado
no país, Moçambique tem passado por uma serie de mudanças políticas e económicas de
relevo[ CITATION CAVdo \p 235 \l 1033 ] .
O processo de reconciliação e reconstrução nacional, assim como a transição democrática tem
trazido consigo imensos desafios: cinco eleições gerais (1994, 1999, 2004, 2009 e 2014) e quatro
eleições autárquicas (1998, 2003, 2008 e 2013), que foram realizadas sem maiores conflitos e
com poucos incidentes que ameaçassem a sua legitimidade.
A abertura do sistema político moçambicano ao multipartidarismo provocou a formação de um
grande número de partidos políticos. No entanto, como as eleições de 1994 o confirmaram,
apenas a Frelimo e a Renamo seriam capazes de se afirmar como forças políticas importantes,
dispondo de um eleitorado significativo[ CITATION NGO98 \p 26 \l 1033 ].
É assim que, apesar dum sistema eleitoral baseado na representação proporcional, Moçambique
conhece desde essa altura um sistema bipartidário de facto.
14
O processo de inclusão política que tinha sido iniciado com o Acordo Geral de Paz foi
interrompido após as primeiras eleições. Com efeito, ao obter uma maioria absoluta no
parlamento, a Frelimo optou por governar só e rejeitou as pressões que na altura se faziam sentir
no sentido de formar um governo de unidade nacional, à semelhança do que tinha feito o ANC
na vizinha África do Sul[ CITATION GON07 \p 106 \l 1033 ].
Deste modo, o sistema multipartidário implantado no país manifesta-se apenas em circunstância
formal e teórica, no sentido de que, na prática, reina o bipartidarismo onde a Frelimo e a Renamo
são os protagonistas, estando na periferia política os chamados pequenos partidos ou partidos
emergentes (PDD, PIMO, MDM, etc.).
A democratização em Moçambique não significou o fim de conflitos políticos, mas sim a
continuação de corrupção, pobreza, politização das instituições do Estado, manipulação dos
sistemas eleitorais e do enfraquecimento da sociedade civil. Os processos de transição política em
Moçambique e os seus processos eleitorais têm sido caracterizados por altos índices de violência
política ou durante as campanhas eleitorais ou posteriormente, na altura de publicação dos
resultados eleitorais (Ibidem, 2007:109).
Estes tipos de conflitos e de violência têm mergulhado o país em sucessivas crises políticas,
económicas e sociais.
O Multipartidarismo, na sua essência, significa uma maior representação de partidos políticos na
Assembleia da República. Não sendo o caso em Moçambique, preferimos designar de
Bipartidarismo, na medida em que são apenas dois (2) grandes partidos (Frelimo e Renamo) que,
para além de terem maior representatividade no parlamento, dominam a arena política do país,
pondo em causa, deste modo, o Multipartidarismo preconizado na Constituição de 1990.
O cenário político que se faz sentir em Moçambique, de acordo com os factos político-
ideológicos decorrentes do dia-a-dia, permitem-nos afirmar com significativa segurança que na
verdade estamos perante o Bipartidarismo.
Não basta só existir muitos partidos políticos que, no entanto, não têm assentos no parlamento,
pois há minorias que possuindo simpatias manifestas através de votos, por esses partidos
considerados pequenos, gostariam de estar representados no parlamento, apesar de muito
recentemente o MDM conseguir, em número insignificante, assentos na Assembleia da República
([ CITATION PAC11 \p 98 \l 1033 ].
A Democracia não está nas palavras, mas sim, nas acções e na interacção entre o Estado e o
povo. Não pretendemos ser radicais nem pessimistas, se tomarmos em consideração o sentido
global e real do conceito Democracia, podemos afirmar que em Moçambique, estamos perante
uma Democracia aparente, isto é, muito distante dos preceitos reais do que é uma Democracia
efectiva. Este argumento, pode ser sustentado com factos reais como:
15
Uma deficiente liberdade de imprensa e de expressão, na medida em que para se emitir uma
determinada informação em alguns canais televisivos, rádios e jornais deve passar por uma
censura prévia (Ibidem, 2011:103).
Em última análise, com a queda da Renamo, a maior força política de oposição em Moçambique,
é importante referir que nos próximos anos, o multipartidarismo corre o risco de tornar-se
fragmentado, na medida em que teremos apenas um partido dominante e vários outros partidos
menores e com pouca força política. Deste modo, a democracia no país tornando-se bastante
vulnerável ao grau de democracia no seio do partido no poder.
10. Desafios que a União Africana (UA) coloca para a pacificação dos conflitos ou guerras
de África.
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana é um órgão de suma importância e que
outorga a esta entidade a possibilidade de intervenção político-militar, acabando desta maneira
com a doutrina da não ingerência da organização continental que continha a sua antecessora,
OUA.
Desta forma, com a preocupação de se fazer mais presente, a União Africana adoptou em 2003
um marco político para o Estabelecimento da Força Africana em Alerta e o Comité
Militar[ CITATION RIB07 \p 38 \l 1033 ].
O Conselho de Paz e Segurança é um órgão decisivo para a prevenção, gestão e resolução de
conflitos. Fazem parte dela 15 Estados-membros que detêm maior capacidade militar. Além de
desempenhar as funções acima mencionadas, o Conselho de Paz e Segurança também é
encarregado de preparar as acções de intervenções humanitárias da UA nos países em conflito,
em campos de refugiados, etc[ CITATION RIB07 \p 49 \l 1033 ].
Mearsheimer (2000) analisa a incapacidade da União Africana de por fim aos vários dos conflitos
vivenciados pelo continente africano, que vive uma gravíssima crise humanitária. A exemplo de
Darfur, o autor observa que a União Africana ainda não foi capaz de estabelecer mecanismos
capazes ou eficientes que façam promover os direitos básicos e comportamentos estatais aceitáveis
(Ibidem, 2000:56).
Para tornar-se efectiva, a União Africana deverá se pautar por uma actuação que tenha impacto
na realidade vivenciada no continente. Dentro desta perspectiva,[ CITATION RIB07 \p 48 \l 1033 ]
coloca como indispensável para o órgão a busca por uma estratégia eficaz de prevenção e
solução de conflitos, numa instância superior dos mecanismos por ela criados, valendo-se do
direito de intervenção para restaurar a paz e a segurança.
16
11. Conclusão.
Alguns investigadores ignoram a compenetração cultural regional na qual Moçambique faz parte.
Admite-se também que as trocas de experiências com os projectos de integração regional, o
comércio e as migrações podem influenciar na construção da nação moçambicana que é um
projecto ainda aberto.
Apesar das posições de muitos pessimistas sobre o processo democrático africano, a experiência
mostra que a democracia é praticável em Moçambique, assim como em muitos países africanos.
Dificuldades existem que podem manchar este processo. Mas estas não servirão de argumento
para se negar que o modelo europeu de democracia funcione em Moçambique.
Este processo deve ser acompanhado de uma vontade política e com as devidas adaptações na
medida em que a experiência o exija. De facto, a democracia é uma viagem inacabada. O que se
deve fazer é o aperfeiçoamento constante, acompanhado de uma abertura política e participação
activa de todos os cidadãos dos assuntos públicos.
Considera-se que a União Africana tem um longo caminho a percorrer no que se refere à
construção de uma entidade como organização e, em seguida, na busca por um maior
desenvolvimento económico, político e social. Entretanto, é preciso acreditar que o continente
tem potencial para isso e levar adiante medidas que façam prevalecer suas prioridades.
17
12. Bibliografia
BAULENE, M. R., & ASSUMANE, A. F. História das Instituições Políticas IV. Beira:
UCM/CED. 2015.
THOMAZ, O. R. Escravos sem dono’: a experiência social dos campos de trabalho (Vol.51).
São Paulo,: USP. 2008.
18