Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1. Objetivo e limite
A B
A'---____________ ~N
) Marques, José Frederico. Manual de direito processual civil. São Paulo, Saraiva, 1974.
v. 1, 377 p.
A N
Daí por que se deve afirmar, como o faz, por exemplo, entre nós, José
Frederico Marques, que a ação é proposta contra o Estado, uma vez que é
dele, Estado, que se reclama o cumprimento da tutela jurisdicional; é ao Es-
tado que o autor manifesta seu pedido, que, ao ser ou não atendido, confirma
a independência, a autonomia da relação processual relativamente ao pedido
formulado. Diga-se, portanto, que o autor propõe ação contra o Estado (por-
quanto, como vimos, é deste que o autor solicita a tutela jurisdicional), em
face do réu, uma vez que será justamente quanto a este que o Estado exer-
cerá seu imperium de restabelecer a ordem jurídica, caso venha o réu a ser
responsabilizado pela lesão de direito alegada pelo autor.
Cremos, portanto, ser a da angularidade a melhor posição acerca da natu-
reza estrutural da relação processual, porquanto tal entendimento, defendido,
entre os autores brasileiros, por, verbi gratia, Hélio Tomaghi, um dos maiores
especialistas contemporâneos de direito processual penal, já situa autor e réu
na esfera propriamente jurídica, não restritos, como afirmamos anteriormente,
ao campo do puro litígio.
Em termos estruturais, poderíamos assim representar a chamada teoria da
angularidade da relação processual:
A""""--------_ _ _ _ _ _ _ _ _ ~N
di A A~ _ _ _ _ _ _ _ _ __ - - - - -_ _ _ _~N NI NU
2 Id. ibid.
3 Id. ibid.
4 Guasp, Jaime. Apud Marques, José Frederico. op. cito
Pontes de Miranda. Tratado das ações. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais. 1970.
t. 1, p. 52.
6 Marques, José Frederico. op. cit.
5. Conclusão
A par do seu interesse conceitual, que tem ajudado o direito processual
a se afirmar, cada vez mais, como conhecimento eminentemente científico,
porquanto fundamentado na coerência e inter-relacionamento de seus conceitos
e princípios, o problema da relação processual também se reflete, como já o
afirmamos por mais de uma vez no presente trabalho, na vida prática, uma
vez que, se não regularmente constituída, o que só ocorrerá com a citação
válida do réu (o negidius), não poderemos sequer aludir a relação processual,
nem, por conseguinte, a processo.
Assim, a perfeita conceituação da relação processual como complexo de
nexos jurídicos que especificam e individualizam as atuações, interdependen-
tes, dos sujeitos do actus trium personarum, e, ainda, o entendimento de sua
verdadeira natureza estrutural, vale dizer, a sua angularidade, revelada pelo
fato de que o autor impetra uma determinada ação contra o Estado (de quem
reclama a satisfação de uma pretensão resistida) em face do réu (o pólo pas-
sivo da relação processual) são questões a cuja solução os estudiosos do di-
reito processual civil se têm afincadamente dedicado, de modo a tornar sempre
mais coerente e consistente o discurso de sua ciência.
Porém, como igualmente já o acentuamos, o direito não é um saber distan-
ciado da realidade; ao contrário, a ciência jurídica procura afinar seus con-
ceitos, princípios e definições com a própria evolução da sociedade, sociedade
em que tem sempre mais prevalência a observância dos direitos do homem
contra toda sorte de arbítrio. Desse modo, o conhecimento da relação pro-
cessual, do seu estabelecimento, de sua existência, de sua validade, é, de igual
modo, da maior importância para o advogado militante, visto ser imprescin-
dível saiba ele, corretamente, quais os direitos, as obrigações, os ônus e os
deveres decorrentes da interação que se verifica entre os sujeitos da relação
processual, a legitimação (para a causa e para o processo) tanto do autor
quanto do réu.
Seja, pois, do ponto de vista estritamente conceitual (científico, portanto),
seja, ainda, sob o ângulo de sua utilidade, o tema da relação processual abriga
questões e aspectos (de que, certamente, não soubemos tratar com o devido
engenho e arte neste modesto trabalho) que só vêm a ratificar a magnitude
da ciência processual civil como um dos mais importantes continentes do
universo científico jurídico. Era o que pretendíamos demonstrar, repetimos,
nesta modestíssima exposição.
Bibliografia
Marques, José Frederico. Manual de direito processual civil. São Paulo, Saraiva, 1974, v. 1,
377 p.
Novo código de processo civil. Rio de Janeiro, Gráfica Auriverde, 1974. 331 p.
Pontes de Miranda. Tratado das ações. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1970.
t. 1, 371 p.
Tomaghi, Hélio Bastos. A Relação processual penal. 1945.
7 Pontes de Miranda. op. cit.