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REVISTA MAIS EDUCAÇÃO

EDITORA
CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS

R454

Revista mais educação [recurso eletrônico] / [Editora chefe] Fabíola


Larissa Tavares – Vol. 3, n. 1 (mar. 2020) -. São Caetano do Sul:
Editora Centro Educacional Sem Fronteiras, 2020

1743 p.: il. color

Mensal
Modo de acesso: <https://www.revistamaiseducacao.com/sumario-
V3-N1-2020>
ISSN:2595-9611 (on-line)

1.Educação. 2. Pedagogia. I Tavares, Fabíola Larissa, ed. II. Título


CDU: 37
CDD: 370

Gustavo Moura – Bibliotecário CRB-8/9587

www.revistamaiseducacao.com
E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com

Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 – Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417

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PEDAGOGIA DA OPRESSÃO NO ESPAÇO


ESCOLAR: RESGATE DE MEMÓRIAS DE
EXPERIÊNCIAS COM A HOMOFOBIA NA BUSCA
DE FORMAS DE RESISTÊNCIA1
Marcos Andrade Alves dos Santos2
Mário Cézar Amorim de Oliveira3

RESUMO: Argumentando que as disposições e dinâmicas escolares estão centradas na


heteronormatividade, objetivamos nesse ensaio explicitar como essas disposições se
materializam em violências no cotidiano escolar a partir de relatos das vivências dos autores 4
como estudantes da educação básica no Ceará. Historicamente, o aparato escolar foi cúmplice da
manutenção e do funcionamento estrutural da LGBTQfobia, tendo em vista que a discriminação

1 Esse texto é uma versão ampliada e revisada do trabalho apresentado e publicado nos anais do III Congresso
Nacional de Educação (III CONEDU), em 2016. Anais disponíveis em
https://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/resumo.php?idtrabalho=2156
2 Mestrando em Sociologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Estadual do

Ceará (UECE). Especialista em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Licenciando em Ciências Biológicas pela Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI-UECE).
E-mail: marcos.andrade@aluno.uece.br
3 Doutorando em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC-UFBA/UEFS). Professor do Curso de

Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI), campus da Universidade


Estadual do Ceará (UECE).
E-mail: mario.amorim@uece.br
4 Alertamos a/o leitor/a que, a todo momento, o texto transitará entre as primeiras pessoas do singular (eu) e plural

(nós), em virtude do diálogo dos autores nas convergências e divergências vivenciadas ao longo da vida escolar. O
plural aponta experiências vivenciadas por ambos, enquanto o singular indica especificidades vivenciadas pelo
primeiro autor.

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contra a comunidade LGBTQ+, tão comum nos espaços jurídico e social, não está distante,
tampouco ausente, do espaço escolar. Ao contrário, o exercício escolar de princípios
heteronormativos preenche esse espaço de significados e violências simbólicas contra
determinados modos de vida desde sempre exposto à precariedade e à violência. Argumentamos
a favor da abordagem de assuntos ligados à sexualidade, gênero e, principalmente, direitos
humanos na educação formal, como estratégia que desestabilize os regimes de opressão na
escola pública e garanta minimamente uma educação que contribua para uma sociedade mais
justa e equitativa.

Palavras-Chave: Heteronormatividade; Educação Básica; Pedagogia do Armário.

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INTRODUÇÃO Na construção de uma educação que


respeite e desenvolva as potencialidades de
A escola é um palco onde ensaiamos nossos crianças, adolescentes e jovens, a escola tem
papeis sociais. As mais diversas e conflitantes sido objeto de olhares e críticas, visto que,
situações que vivenciamos no ambiente escolar segundo Junqueira (2012), configura-se como
nos ensinam muito mais do que os conteúdos instituição que cultiva e ensina preconceitos e
curriculares previstos, elas inscrevem marcas e discriminações. Por outro lado, por ter se
estilos em nossos corpos, nos ensinam como constituído como espaço disciplinador e
ser, como sentir, como expressar, e como agir historicamente ter atuado como braço de
diante da diversidade imersa no tecido escolar, normalização do Estado, Miskolci (2016),
produzindo efeitos nas formas que nos aponta que a escola consiste num espaço
relacionamos conosco e com as pessoas. adequado ao trabalho com as diferenças, o qual
Ao refletir sobre suas experiências escolares, esteja voltado para a desnaturalização das
Louro (2005), argumenta que a forma como nos violências e práticas desumanizantes.
construímos socialmente possui estreita Percebendo que as disposições da escola,
relação com as situações vivenciadas na escola enquanto aparelho de disciplinamento e
e nosso desempenho nelas; a autora reflete sujeição, estão capilarmente situadas em
que o investimento básico da educação está processos heteronormativos, seja na afirmação
voltado à fabricação de homens e mulheres “de e normalização da heterossexualidade como
verdade”, a quem mais tarde vai qualificar única forma de entendimento e vivência da
como heterossexuais. Para ela, nossas sexualidade, seja na fabricação do sujeito
lembranças escolares estão associadas à forma heterossexual e abjeção de indivíduos
como constituímos nossas identidades sociais, dissidentes da norma, o objetivo desse ensaio é
especialmente as afetivo-sexuais e de gênero. explicitar como essas disposições se
Situar-se dentro do espaço escolar implica materializam em violências no cotidiano escolar
em reconhecer as múltiplas negociações e a partir de relatos das vivências dos autores
disputas sociais que permeiam sua construção como estudantes da educação básica no Ceará.
como espaço social hierarquizado. As disputas Neste esforço pretendemos refletir sobre as
de diferentes grupos sociais pelo espaço articulações entre a experiência vivida como
político da escola objetivam codificar valores, meninos afeminados na escola e o dito e o não
crenças, subjetividades, preconceitos em dito do currículo, os discursos, gestos e ações
currículos administrados com um ideal de dos professores e demais profissionais da
educação para todos. No atual contexto político escola, as relações de poder entre os alunos e
brasileiro observamos, portanto, como os com a comunidade escolar.
grupos hegemônicos buscam efetivar suas Esse texto é fruto de inquietações de seus
lógicas que patrocinam a exclusão e o autores acerca dos processos disciplinares
silenciamento no espaço escolar, por meio de vivenciados no interior das escolas
projetos que reiteram ideais de apagamento frequentadas quando estudantes da educação
social dos grupos subalternizados. básica. Neste contexto, essa abordagem foi

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construída por meio do relato de experiência, Neste contexto, o currículo se constitui em


metodologia que se aproxima da pesquisa um instrumento de institucionalização e
autobiográfica (SOUZA, 2006; FREITAS; legitimação da violência LGBTQfóbica. Segundo
GHEDIN, 2015; PESSEGGI, 2016). Junqueira (2012), o currículo heteronormativo
é um artefato político, discursivo,
CURRÍCULO automaticamente cultural. Para ele, entender
que as disposições curriculares estão
HETERONORMATIVO imbricadas pela heteronormatividade se faz
A heteronormatividade permanece no cerne necessário à medida que notamos que uma
das mais diversas situações de aprendizagem série de atividades propostas na escola tem
no dia-a-dia da escola, produzindo efeitos como intuito ensinar que a heterossexualidade
normalizadores no tecido escolar. Em artigo é a única possibilidade legítima de
que discute sobre a diferença na escola, experimentação da sexualidade.
buscando evidenciar como as disposições Instituindo a heterossexualidade como
heteronormativas instituem regimes de posição normal de sexualidade, a escola, ao
desigualdade e de abjeção dos diferentes à mesmo tempo, demarca a posição a ser
norma heterossexual, Bento (2011), reflete que alcançada por todos e os limites para quem não
os efeitos da heteronormatividade incidem a atinge. Deixando evidente que o “outro” é
mais violentamente sobre uns que outros, todo aquele que não se adequa as exigências
agindo de distintas e contingentes maneiras na heteronormativas. Para estes “outros”,
formação dos sujeitos, construindo e autoriza-se uma série de pedagogias não
visibilizando os corpos dissidentes num explicitadas no currículo prescrito, mas que
processo que simultaneamente os nega e os integram o currículo em ação operado na escola
apaga. (JUNQUEIRA, 2012). Desse modo, piadas,
Nesse sentido, Bento (2011), tensiona aquilo insultos, degradações, humilhações, assédios,
que compreendemos por evasão escolar, ameaças, violências, desumanizações se
argumentando que determinadas pessoas que constituem em experiências didáticas que se
escapam das normalizações de gênero e articulam entre o currículo e o cotidiano, em
sexuais, apesar de serem adensadas nos índices operações que objetivam normalizar a todos,
de evasão escolar, de fato sofrem um processo mesmo que seus alvos prioritários sejam os
de expulsão da escola. Isso é importante, pois “diferentes”. 5 1

tende a mudar o olhar sobre a experiência de Nestes termos, essa reflexão situa que a
LGBTQ+ em processo de escolarização, aprendizagem acontece dentro dos parâmetros
particularmente de transgêneros, que são alvos do currículo heteronormativo, ou seja, ela
de uma contínua violência na escola, sendo ultrapassa os limites do prescrito, da
expulsos do sistema escolar sob o discurso da formalidade, constituindo-se nas mais diversas
evasão. situações de aprendizagem, (re)produzindo

5Entenda-se por diferentes, as mulheres, os negros, os LGBTQ+ e aqueles dissidentes em relação ao padrão do
homem branco, masculino, urbano, burguês e cristão.

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sujeitos e marcas, identidades e formas, Os sujeitos que não se conformam aos


saberes e ignorâncias, diferenças e igualdades, ditames da heteronormatividade e
hierarquias e marginalização (JUNQUEIRA, performatizam outros modos de existência são
2012). Portanto, a análise das memórias desse submetidos diariamente nos espaços de
ensaio dialoga e expõe as movimentações do responsabilidade da escola a outras
discurso heteronormativo nas práticas de pedagogias, não prescritas no currículo formal,
professores e nas relações com os outros mas que se constituem a partir da permissão da
alunos e a comunidade escolar. escola e de seus saberes heterocêntricos.
Nesse sentido, Louro (2005), indica a
PEDAGOGIA DA OPRESSÃO inscrição nos corpos de uma pedagogia da
sexualidade, que Junqueira (2012),
COMO EXPRESSÃO DA especificamente para as homossexualidades,
VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA passa a nomear de Pedagogia do Armário.
A homofobia constitui-se como um Estudos recentes apontam para a homofobia
fenômeno marcante da experiência gay na como um fenômeno social, e não somente
sociedade. Essa forma de violência possui individual, como era entendido anteriormente
interseções com outras violências. Como (PRADO; MACHADO, 2012; JUNQUEIRA, 2012;
destaca Borrillo (2010), a homofobia está FIPE, 2009). Socialmente, a homofobia atua
intimamente relacionada com as lógicas pelas como vigilante das normas de gênero. Neste
quais operam o racismo, a xenofobia, a ponto, situa-se a presença formadora do
misoginia, isto é, atua desumanizando o outro armário gay (SEDGWICK, 2007), e suas
e tornando-o radicalmente diferente. Essa dinâmicas relações com a pedagogia do
forma de violência, traduzida sob a forma de armário que acontece no ambiente educativo
injúria por Eribon (2008), constrói a da escola.
subjetividade gay profundamente marcada Essa pedagogia pode ser traduzida em ações,
pela humilhação, pela violação, pela exclusão e gestos e discursos, como insultos, assédios,
pela interiorização da violência social. exclusões, silenciamentos, coerções, violências,
Não é por acaso que homens gays enfrentam desumanizações e abjeção que perseguem
tantos problemas para sobreviver em sujeitos distanciados das pretensões de gênero
sociedade, estando constantemente expostos à e sexualidade pautadas pela
violência e à precariedade, ao lado de outras heteronormatividade. Corroborando com o
populações marginalizadas. Essa precariedade termo pedagogia do armário (JUNQUEIRA,
pode ser sentida a cada vez que um gay procura 2012), a pedagogia da opressão possui suas
acessar o sistema de saúde, o mercado formal raízes fincadas na homofobia estrutural da
de trabalho, o espaço escolar e sente que suas instituição escolar, que apoiada na matriz
chances de prosperar nestes espaços estão heteronormativa obstina-se na produção de
radicalmente limitadas pela homofobia da uma sexualidade normal (LOURO, 2005),
sociedade. enquanto marginaliza, vigia, e persegue a

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outras manifestações de sexualidades Essa análise da violência homofóbica contra


humanas. meninos afeminados não está distante do que
Eribon (2008), compreende dentro do
O EXERCÍCIO DA PEDAGOGIA horizonte da injúria, que constrói a
masculinidade e se constrói contra a
DA OPRESSÃO NAS homossexualidade, ou pela eliminação de
EXPERIÊNCIAS COMO MENINOS qualquer traço de feminilidade do corpo
masculino, como destaca Junqueira (2012).
AFEMINADOS NA ESCOLA Nesse sentido, a injúria se constitui como uma
Identificar-se como sujeito diferente é um
sanção contra os homossexuais, mas que
processo mediado pelo olhar do outro. A
produz efeitos sobre todos os corpos, a fim de
diferença é reforçada cotidianamente por
garantir sua conformação às (hetero)normas de
outros sujeitos imersos no espaço social. A
gênero.
diferença não pode ser tomada como algo
Nessa discussão, ainda quando crianças na
imediatamente ruim, o problema acontece
escola, percebemos a confluência de olhares
quando essa diferença serve como princípio de
disciplinares endereçados aos nossos corpos.
instituição de hierarquias, nas quais as posições
Esses olhares partiam de todos os lados na
são desiguais e alguns indivíduos estarão mais
instituição escolar, ganhando destaque os
expostos aos efeitos da diferenciação (BENTO,
olhares de reprovação de professores e colegas
2011).
de sala. Simultaneamente, piadas
A escola é um espaço onde se inscrevem
discriminatórias acerca de nossa (homo)
tecnologias de controle de gênero, as quais
sexualidade6 1 dominavam os discursos
instituem diferenças geralmente binárias
(particularmente, dos meninos) e eram
(masculino/feminino) e que tendem a unir em
promulgadas como verdades declaradas pelos
sequência sexo/gênero/sexualidade. A
nossos comportamentos feminilizados.
experiência de Cornejo (2016), demonstra
Estas “pequenas brincadeiras”, em fala de
como as tecnologias de gênero atuam sobre o
uma professora, eram para chamar a atenção e
corpo masculino, sendo instrumentalizadas
poderiam ser relacionadas ao fato da nossa
pelos profissionais da escola, pelos alunos e
socialização ocorrer predominantemente com
numa relação com a família. O sociólogo discute
as garotas e não procurar aproximações com o
como a subjetividade do menino afeminado é
universo dos meninos. A sugestão apresentada
marcada pela violência normalizadora da
correspondia basicamente a uma adequação às
escola, ancorando sua análise na prescrição dos
exigências reguladoras do padrão aceitável de
psicólogos escolares que insistiam que sua mãe
masculino, distanciando o menino de qualquer
havia falhado por tê-lo criado como um menino
expressão naturalizada como feminina.
afeminado.

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Cabe dizer que o gênero geralmente é percebido como sexualidade no senso comum. Assim, quando uma pessoa
parece representar comportamentos e papeis de um gênero, e não outro, isso comumente é apontando como se
essa pessoa estivesse assumindo publicamente determinada sexualidade (geralmente a homossexualidade).

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Essa tática de culpabilização da vítima pela Logo a participação na aula se tornou um


violência sofrida corresponde numa estratégia desafio para o primeiro autor. Voz fina, corpo
que traz diferentes implicações àquele que a esguio, riso fácil e trejeitos femininos. Todos
vivencia. Ela cumpre, ao mesmo tempo, o papel estes caracteres produziam uma imagem
de não problematizar a violência sofrida e negativa do seu corpo, pois lhe afastava da
naturalizá-la na experiência cotidiana, como figura masculina exposta nas expectativas
ocorre com a homofobia. É comum que um binárias de gênero, como descrita por Louro
menino afeminado não compreenda em que (2005). O olhar intimidador da professora de
consistem os desvios pelos quais é acusado na matemática confirmava essa impressão, e sua
escola. Entretanto, é ainda mais comum que postura a punha em prática. Quando buscava
seja severamente castigado pelos colegas pronunciar minhas dúvidas às questões
dentro do espaço escolar, sem que isso se torne propostas na aula, sistematicamente eu era
objeto de enfrentamento pela instituição. ignorado, diferentemente do que acontecia aos
Desse modo, recordamos que meninos masculinos.
gradativamente as piadas de nossos colegas Entretanto, é insuficiente manter o menino
evoluíram para pancadas, que passaram a ser afeminado silenciado, assim como às travestis e
acompanhadas de fragmentadas explicações às transexuais, mecanismo pelo qual o corpo
sobre suas causas. Estes discursos deveria permanecer invisível frente os outros. É
desorganizados revelavam a base que garante a preciso também garantir o conformismo com a
sustentação da matriz heteronormativa invisibilidade imposta. Isso ocorre por meio da
presente na escola, isto é, a homofobia. Os interiorização da injúria e da homofobia em
discursos homofóbicos, nesse sentido, eram suas formas mais cruas, de modo que a luta
utilizados para afirmar nossa inferioridade pelo espaço público e pelo aparecimento social
como meninos afeminados, em virtude da de homossexuais passa por um doloroso
superioridade de nossos agressores, que se processo de ressignificação da violência
apresentavam como homens masculinos e (ERIBON, 2008).
heterossexuais. De acordo com Junqueira (2012), as
Assim, a pedagogia da opressão se exercia de tecnologias de poder empregadas pela
distintos modos. Imputada de forma ora instituição heteronormativa no ajustamento
grosseira, ora silenciosa. Claramente estes compulsório dos indivíduos à masculinidade
mecanismos institucionais ou isolados hegemônica, com obrigação à
objetivavam o controle das expressões de heterossexualidade, passa pela rejeição à
nossos corpos, entendidos no espaço escolar feminilidade e à homossexualidade. Dessa
como perigosos, por desestabilizar a ordem forma,
institucional admitida. Não obstante, era Tratamentos preconceituosos, medidas
preciso, além de corrigir o corpo, também discriminatórias, ofensas, constrangimentos,
deixá-lo invisível a todos os outros, para que a ameaças e agressões físicas ou verbais têm sido
“diferença” não afetasse a constituição dos uma constante na rotina escolar de um sem-
demais meninos como masculinos. número de pessoas, desde muito cedo expostas

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às múltiplas estratégias do poder (JUNQUEIRA, era diversificada: vigia, alunos, pais de alunos,
2012, p. 7). professores que se dirigiam a suas casas. Todos
Durante um prolongado período, caminhar sabiam, todos viviam aquela violência, mas não
pelos corredores da instituição tornou-se uma se interferia. Ocorre que quem interfere, pode
tarefa árdua para um menino afeminado. Os ser exposto à mesma forma de violência. Por
insultos, xingamentos, humilhações, prisões no outro lado, não interferir é consentir que
banheiro e ameaças de violência sexual formas de violência integrem a prática
configuravam-se em elementos integrantes do educativa. Nesse aspecto, a escola se nega a
currículo em ação ofertado pela escola. O medo admitir que consinta com discursos e práticas
de sucumbir à violência estrutural destes que ensinam e legitimam a homofobia.
“castigos” permeia, muitas vezes, a Assim, não é aleatório perceber em nossa
participação do menino afeminado nas experiência a conivência da instituição e seus
atividades curriculares. gestores com discursos de ódio e práticas
O interior da sala de aula se assemelha mais violentas que sofríamos no próprio espaço
a um campo de suplícios que a um ambiente de escolar. Quando gestores e professores
aprendizagem para aqueles que fogem às conhecem o cotidiano de violência ao qual
normas de gênero e ensaiam outras estão expostas determinadas populações na
performatividades. Os risos e a piadinhas escola e não tomam atitudes que construam
tinham por objetivo atestar a traição de meu um espaço escolar humanizado e respeitoso,
corpo à masculinidade presumida pelo sexo então estão sendo coniventes com a violência.
biológico e os ensinamentos dos professores Desta forma, corredores, pátio, banheiro, sala
constantemente remetiam a uma origem de aula, tornaram-se gradualmente campos de
natural das diferenças entre homem/mulher e batalha, nos quais foi difícil sobreviver. Quando
seus papéis específicos. movido pela cultura violentamente homofóbica
Os episódios vividos nas portas da escola criada no interior e nos arredores da escola,
ganharam significado diferencial para o adotei um comportamento agressivo em
primeiro autor. Compreendemos este espaço reposta ao silenciamento imposto pela direção
como integrante da instituição escolar, da escola quando lhe reportava as ocorrências.
percebendo que os alunos administravam Quase foi expulso.
grande autonomia nas relações de poder em Corriqueiramente, observamos análises que
que se exercia o discurso de ódio e práticas discutem sobre o baixo nível de escolaridade de
violentas de homofobia. Sem dúvidas, o fato de indivíduos que se ausentam da escola
sair da escola, conferia uma ideia de liberdade confirmar que a evasão escolar também está
aos indivíduos para aplicar sem medo o que já relacionada à sexualidade. As Travestis e
era permitido, ainda que isso não fosse Transsexuais comprovadamente possuem
claramente reconhecido, dentro da escola. menor tempo de estudo, estão expostas à
Muitas vezes experimentei situações em que morte prematura e a ocupação em
fui agredido por ser um menino afeminado. A subempregos ou na prostituição. A cultura de
plateia que assistia as agressões, sem interferir, violência que se institui contra essas atrizes

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sociais dentro da escola impacta Isso me custou à aparente liberdade de


definitivamente na sua permanência no permanecer em sala de aula. Ela pegou em meu
sistema de ensino, obrigando-as a se braço e enquanto eu chorava me levou porta
despedirem do espaço escolar e entrarem no afora. Entretanto, não fui encarcerado na
fenômeno que Bento (2011), reflete como direção, como de costume. Fui conduzido à
expulsão dos diferentes da escola. biblioteca, onde meu castigo seria copiar uma
soma de textos até o fim da aula e depois
VIOLÊNCIA ESCOLAR CONTRA poderia ir para casa. Simultaneamente ao
castigo, a professora bastante nervosa se dirige
O MENINO AFEMINADO à sala dos professores (próxima à biblioteca) e
Ainda insistindo na tentativa de encontrar e desabafa com uma colega que posteriormente
discutir, a partir de experiências escolares, a incrementa o espetáculo de humilhação que
estreita ligação da pedagogia escolar com a protagonizei.
violência homofóbica, destacamos a Essa jovem profissional, aparentemente
necessidade de relatar uma situação vivenciada recém-formada, parecia inábil com as palavras,
no interior da biblioteca escolar pelo primeiro ao adentrar o espaço da biblioteca em que me
autor. Um menino afeminado está exposto às encontrava, me interpelou com uma série de
condições desiguais da hierarquia escolar. Isso perguntas pelas quais não demonstrei
ganha expressão e concretude não apenas na interesse. Sentia raiva em ser castigado por
relação com os outros alunos, mas também causa de minha insistência em ser ouvido e
com os profissionais da escola. No meu caso, a respondido. Frente a minha recusa em
professora de Matemática do ensino responder, a profissional pareceu ter se
fundamental expunha em suas ações a minha irritado, pois ouvi nitidamente seu resmungo
diferença e informava cotidianamente que eu pejorativo: “VIADO IGNORANTE”.
estava em uma posição desigual em relação aos Nessa palavra, os sujeitos daquela instituição
outros alunos. Isso ficava claro quando ignorava encontravam segurança para me classificar,
minhas perguntas, mas respondia aos outros definir, explicar, anormalizar e por fim garantir
alunos. a legitimidade da hegemonia heterossexual no
Certo dia, enquanto explicava o assunto, fiz interior da escola. Nas relações de poder a que
uma pergunta à professora. Ela não respondeu, estávamos imersos, era essa palavra a
ficou em silêncio e continuou sua explicação. responsável por determinar minha posição
No entanto, não me conformei com aquela inferior em relação aos demais indivíduos
situação e insisti na questão. Nesse momento, normalizados, considerando a
a professora se irritou como minha insistência e heterossexualidade o elemento regulador dos
diante de toda a turma proferiu o seguinte lugares determinados dos sujeitos na
discurso: “Eu não suporto esse menino!”. hierarquia sexual admitida ali.
Inconformado com essa reação, respondi com Essa palavra assimiladora funciona como
um insulto. injúria e possui o poder de nomear e atribuir
um lugar específico no mundo àquele a quem

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se dirige (ERIBON, 2008). A injúria como uma Por outro lado, minha recusa em aceitar o
experiência de violação e desapossamento, estigma poderia desestabilizar o regime,
expõe aqueles que performatizam modos de desorganizar a noção de heterossexualidade
vida gay ou o menino afeminado à abjeção, ao presumida, romper os limites normalizados do
escrutínio social, à desumanização. Embora espaço escolar, bagunçar as evidências
essas palavras possam ser ressignificadas e esperadas dos indivíduos. Ainda assim, o
experimentadas como símbolo de afirmação e insulto, na forma de injúria, funciona como o
orgulho, não era assim que eu compreendia à elemento regulador, tomando a premissa de
época. que nenhum adolescente ciente de seu
Resisti ao enquadramento naquele estigma e significado ousaria desejar ocupar o lugar
gritei com a profissional: “Não me chame de conferido pela palavra – o lugar da abjeção.
VIADO!”. Entretanto, o alarde voltou-se contra Carregado de estigma e preconceito, o insulto
mim. Logo o espaço foi invadido pela diretora não poderia representar orgulho imediato aos
que me encaminhou para casa porque a sujeitos que reconhecessem seu significado
história que lhe contei parecia absurda. nebuloso, antes era rejeitado por qualquer um
Naquela situação, não cabia desacreditar a que desejasse ser aceito.
professora, mas a vítima da injúria da violência Historicamente, o aparelho escolar esteve
homofóbica. comprometido com o funcionamento
Avalio que este processo eufêmico de estrutural da homofobia, a discriminação que
silenciamento é extremamente necessário para assola a sociedade não se mantém distante,
a manutenção da disciplina coercitiva presente tampouco ausente do ambiente de
no espaço escolar, uma vez que acionar a voz aprendizagem, pelo contrário, preenche este
de defesa do sujeito revelaria a possibilidade de espaço de significados e violências simbólicas
conceder forma a uma estratégia de resistência que se manifestam de distintas formas. Dados
e enfrentamento ao poder disciplinar. Assim, confirmam o assustador índice de evasão
dar vazão à defesa corresponderia, no escolar pontuado por indivíduos de
contexto, questionar a ordem na qual a escola sexualidades incongruentes a norma sexual que
se sustenta (a fabricação do heterossexual). Da por meio de complexos processos conduz os
mesma forma, desvelaria o princípio usado sujeitos a heterossexualidade compulsória
para a politização da palavra contagiosa, que ao (BUTLER, 2000). Esses processos são resumidos
mesmo tempo todos deveriam conhecer o em dois alelos da normalização, a homofobia e
significado e não a usar, a não ser em defesa da o heterossexismo.
masculinidade ideal. São essas Em 2009, uma pesquisa realizada pela
performatividades que surgem em discurso no Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
espaço escolar para imediatamente serem (FIPE), em parceria com o Ministério da
apagadas e excluídas, expulsas! (BENTO, 2011). Educação (MEC) constatou que o bullying
A palavra ‘viado’ apareceu e imediatamente escolar está intimamente relacionado à
desapareceu assim que saí da escola, para que orientação sexual das vítimas. Esses dados
não houvesse debate diante da situação. revelam a crueldade do sistema educacional

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em fornecer possibilidade aos sujeitos para beirando o anormal. Fazia-se necessária uma
discriminarem, perseguirem, amedrontarem constante vigilância.
outros em razão do fortalecimento da Concederam-me essa possibilidade na
desigualdade histórica mantida pela hierarquia disciplina de Educação Física: davam-me notas,
sexual (PRADO; MACHADO, 2012), escolar que as quais não merecia, somente para não sofrer
individualiza e delega posições de sexualidade a agressões indo à aula de Educação Física
partir do esquema binário durante todo o fundamental.
homossexual/heterossexual, no qual a De todo modo, o regime de vigilância que se
homofobia se enraíza. materializava nas aulas atravessava outros
Jamais consegui participar das aulas práticas contextos de aprendizagem. O intervalo entre
de Educação Física, pedia constantemente para uma aula e outra, “o recreio”, era o principal
ser dispensado alegando problemas de saúde ambiente de socialização dos alunos. O recreio
inexistentes, ao constatar que professores não constituía-se num palco de negociações,
me defendiam frente aos insultos sofridos. O disputas e enfrentamentos. A intensidade das
discurso era sempre o mesmo: “você precisa piadas ganhava poder de reforçar as marcas e
jogar como os outros meninos”. Sobre isso, estilos que compunham nossas identidades.
Junqueira (2012), resgata duas perguntas: Não somente reforçar positivamente, mas ao
Quantas vezes, na escola, presenciamos contrário, promover a ridicularização, a
situações em que um aluno “muito delicado”, humilhação, a perseguição a traços que não se
que parecia preferir brincar com as meninas, enquadrem na expectativa de gênero para cada
não jogava futebol, era alvo de brincadeiras, corpo.
piadas, deboches e xingamentos por parte dos Comigo, as perseguições mais relevantes
colegas? Quantas são as situações em que nestes horários me fazem recordar as muitas
meninos se recusam a participar de vezes que fui molhado no bebedouro enquanto
brincadeiras consideradas femininas ou buscava tomar água e ainda as vezes que fui
impedem a participação de meninas e de ridicularizado e agredido por brincar com as
meninos considerados gays em atividades meninas. Diariamente impunham-se na escola
recreativas “masculinas”? (JUNQUEIRA, 2012, sanções à minha conduta feminilizada baseadas
p. 7). em suspeitas de homossexualidade; afinal de
O meu armário era transparente. As contas, brincar com as meninas configurava
elucidações que a aproximação de minhas elemento suficiente para confirmar minha
expressões a das meninas consistia na transgressão à ordem sexual e de gênero
referência básica para que escondesse dentro instituída. O discurso homofóbico se fazia eficaz
do armário minhas expressões e silenciasse na manutenção da heteronormatividade.
meus pronunciamentos públicos. Contudo, Contar sobre meus desejos de brincar com as
mais do que está dentro do armário, era garotas no recreio era reprimido pelas risadas
necessário garantir que meu corpo não dos meninos que, ao chamarem isso de
obtivesse confiança; assim, os discursos me “viadagem”, distorciam a imagem positiva da
enquadravam na posição exótica, diferente, brincadeira, fazendo-me trepidar entre manter

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silêncio dos meus desejos ou externá-los e ficar


sujeito à intimidação. Tal relação faz-me refletir
a circulação de preconceitos no espaço escolar
como condição necessária à garantia de
heterossexualização dos corpos (JUNQUEIRA,
2012).
Nestes episódios, o jogo de poder pretendia
me forjar como subjetividade inferiorizada,
enquadrando meu corpo num lugar inferior ao
da mulher, por performatizar uma feminilidade
a partir de um corpo construído culturalmente
como masculino. Assim, a construção social do
homem passa pela negação da feminilidade e
da homossexualidade, num processo doloroso.
Era interessante para o discurso
heteronormativo forjar minha compreensão
sempre em um lugar subalterno e
estigmatizado. Nesta perspectiva, o espaço
escolar se tornou uma máquina de ensinar, mas
também de vigiar, de hierarquizar, de
recompensar, como denuncia Foucault (1987).
As inúmeras situações de aprendizagem
assumem, nos processos curriculares, as tarefas
de construir saberes, sujeitos, identidades,
desigualdades, hierarquias e aprofundam
processos de marginalização e exclusão
(JUNQUEIRA, 2010).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pedagogia da sexualidade (LOURO, 2005), vivenciada no espaço escolar, inscreve marcas
duradouras em nossos corpos. Marcas que, ao invés de estarem associadas a conteúdos
curriculares, são corporificadas como medo e insegurança propiciados pelo currículo em ação da
escola. Na tentativa de conformar os corpos à heterossexualidade compulsória (BUTLER, 2000),
nos mais diversos ambientes sociais da escola, a pedagogia da sexualidade traduziu-se em
pedagogia da opressão, e seus efeitos ultrapassaram os limites discursivos, materializando-se nos
corpos e nas subjetividades.
Cada gesto detinha-se na vigilância, cada palavra tentava esconder a voz fina, cada ação
era silenciada por sanções advindas dos olhares atentos na observância dos desvios da fronteira
de gênero. E isso remonta às experiências de um sem número de pessoas que convivem
diariamente com a homofobia na escola e na sociedade.
A pedagogia da opressão não possui um agente específico para operá-la, mas se tivesse,
certamente a escola negaria sua responsabilidade sobre os processos de desumanização que
ocorrem em seu interior. Percebemos que geralmente carregamos o estigma de mau aluno
somente por não nos conformarmos com as imposições de invisibilidade, resistindo ao
enquadramento heteronormativo. O fracasso escolar precisa ser repensado sob a ótica das
condições desiguais com as quais os alunos são tratados.
Acostumar-se a insultos rotineiros ou enfrentá-los sozinho? Correr ou apanhar na frente
dos colegas e professores? Ausentar-se da aula ou continuar com o tormento? Como enfrentar o
assédio moral, contar para família seria uma solução? Como chamar a atenção da gestão escolar
para essas e outras situações de agressão? Estas foram algumas questões recorrentes daquela
época, para as quais não encontramos respostas, tampouco apoio. Vivemos intensamente esses
conflitos como meninos afeminados e certamente que eles persistem com outras roupagens
quando nos tornamos homens gays, afeminados ou não.
Para evitar a violência homofóbica dentro da escola criamos estratégias: corríamos pelos
corredores, apressávamo-nos no bebedouro, distanciávamo-nos do banheiro, procurávamos
abrigo na biblioteca. Entre chacotas, humilhações, deboches, pancadas, tínhamos que usar a
invisibilidade como estratégia para escapar, daí sair correndo quando a aula terminasse, antes
que qualquer um pudesse nos alcançar. A escola tinha se tornado um lugar ignorante em relação
a mim e a outros e outras como eu.
A educação pode se tornar um palco de desumanizações. Contra isso, pretendemos que
outras pessoas que vivenciaram experiências semelhantes a estas e, principalmente, que a
comunidade escolar, seja capaz de refletir sobre o dia-a-dia da escola, os processos violentos que
constituem seu cotidiano e seus efeitos no tecido social.
Sujeitar pessoas à lógica da heteronormatividade no espaço escolar produz efeitos na
forma como vemos a nós mesmos e ao outro e como somos autorizados a nos relacionarmos com
esses outros. De toda sorte, somos impelidos a vigiar a nós e ao outro, tendo à disposição um
arsenal de violências pronto a tentar corrigir quem se afasta da norma sexual e de gênero.
Portanto, emerge a necessidade de tratar sexualidade, gênero e, principalmente, direitos

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humanos na escola, mesmo que esses temas não sejam mais de abordagem obrigatória, por
terem sido retirados do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024).
Admitir que a escola é conivente e, por vezes, ensina homofobia, é o primeiro passo na
direção de assegurar que a educação possua um caráter humano. Argumentamos que a escola,
como espaço público e de formação cidadã, tem o papel fundamental de problematizar os
regimes naturalizados de opressão como medida que atue na construção de uma sociedade justa.
Um passo importante nessa direção é a de esclarecimento da comunidade escolar do significado
da equiparação da homofobia e transfobia ao crime de racismo, aprovada em junho de 2019 pelo
colegiado do Supremo Tribunal Federal, por 8 votos a 3 (COELHO, 2019). Em outras palavras,
LGBTQfobia no Brasil é crime!

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