Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Augusto Pasquoto
1 – O Evolucionismo Darwinista
Dois amigos andavam pelo campo. Passaram debaixo de uma árvore que tinha perdido
as folhas. Perceberam que as folhas caídas estavam dispostas de tal modo que escreviam
letras no chão. Observando mais atentamente, viram que as letras formavam palavras e que
as palavras estavam organizadas em frases. Por fim, viram que toda a oração do Pai Nosso
estava escrita no chão pelas folhas. Então, um deles disse:
Isto é obra do acaso. As folhas foram caindo e por acaso formaram letras, as letras formaram
palavras, as palavras organizaram-se em frases e todo o Pai Nosso foi escrito. Tudo por acaso.
O outro discordou:
Não, um acaso desse tipo é praticamente impossível. Algum ser inteligente está por trás de
tudo, alguém que dispôs as folhas para formar letras, palavras, frases e todo o Pai Nosso.
Essa estória dá uma idéia da polêmica travada hoje em dia a respeito da teoria da evolução.
Existem cientistas que dizem que todo o ser vivo passou e passa por uma evolução lenta e
gradual, mas cega, sem planejamento. Existem outros que dizem que há evolução, sim, mas
que, diante das descobertas modernas na micro-biologia, é necessário admitir algum
planejamento. Nas páginas que seguem vamos examinar ambas as teorias.
O darwinismo
Quando o navio Beagle entrou no porto de Plimouth, de volta da grande excursão de
quase 5 anos pelo mundo, o pai e as irmãs de Charles Robert Darwin (1809 – 1882)
estavam no cais esperando o desembarque do aventureiro. Ao vê-lo de longe, o pai,
espantado, exclamou: “Céus! O formado da cabeça dele está totalmente mudado! Parece até
cabeça de outra pessoa...”
O pai de Darwin tinha razão. A cabeça do filho parecia outra, porque outro era o
homem. Quando ele partiu para a longa viagem no Beagle, seus conceitos e convicções
eram de um fixista, pois havia aprendido que todas as espécies, desde as plantas até os
animais e os homens, permaneciam fixas e imutáveis desde o momento da sua criação por
Deus. Ao voltar da viagem, porém, suas idéias já eram de um transformista, pois começava
a admitir a possibilidade da evolução e da transformação dos seres vivos através dos
tempos. Mas, Darwin foi prudente, não as publicou logo, pois sabia que eram idéias
explosivas. Passou mais de vinte anos estudando cuidadosamente os dados coletados na
viagem. Foi somente em 1859 que ele resolveu publicar o seu mais famoso livro “A Origem
das espécies”. Nele expõe sua teoria da evolução, que se apóia principalmente em dois
pilares: Mutação e Seleção Natural.
Darwin sabia das mutações que acontecem nos seres vivos. Ele mesmo as havia
observado na longa viagem pelo mundo, especialmente nas ilhas Galápagos, onde
descobriu várias diferenças entre as tartarugas e os pássaros que habitavam as diversas
ilhas. E perguntava a si mesmo se esses animais tinham sido criados assim por Deus desde
o princípio ou se haviam se modificado naturalmente através dos tempos.
Darwin, porém, não tinha a mínima idéia – nem as podia ter naquele tempo – sobre o
mecanismo de como se processam as mutações – ou variações, como ele as designou.
Sabemos hoje que mutações são “enganos” que ocorrem no material das células
reprodutivas. Os cromossomos nas células são formados por “blocos de armar”, chamados
nucleotídeos. No momento da duplicação dos cromossomos, um ou mais blocos podem ser
trocados de lugar ou invertidos ou subtraídos. Essas alterações podem acarretar
características diferentes nos descendentes como, por exemplo, alteração da cor das asas
das borboletas, da forma dos cascos das tartarugas, do tamanho dos bicos dos pássaros...
As mutações surgem ao acaso. Umas são favoráveis à vida, outras, desfavoráveis. No
caso de mutações favoráveis como, por exemplo, a habilidade de correr mais rápido ou um
pescoço mais comprido capaz de alcançar os brotos mais altos das arvores, surgem
indivíduos mais fortes e mais aptos à sobrevivência. E, na luta pela vida (struggle for life),
na competição por alimentos e pelo acasalamento, vencem os mais fortes. E a colônia dos
mais fracos tende a desaparecer por falta de competitividade. Forma-se, então, uma nova
geração de indivíduos superiores, através da seleção sobre as mutações favoráveis.
Então, esse foi o mecanismo imaginado por Darwin para a evolução dos seres vivos: a
seleção natural agindo após o surgimento de alguma mutação.
Micro-evolução e Macro-evolução
Alguns cientistas fazem distinção entre dois tipos de evolução: a micro-evolução e a
macro-evolução. A micro-evolução descreve mudanças que podem ser feitas com
pequenos saltos (no âmbito de uma espécie), ao passo que a macro-evolução refere-se
àquelas mudanças que, aparentemente, exigem grandes saltos (transformação de uma
espécie em outra). As raças dos animais são exemplos de micro-evolução. Darwin conhecia
as diversas raças de pombos domésticos, obtidas pelos criadores através de seleção
artificial. Ele mesmo chegou a criar pombos em casa para estudar o assunto. Se os criadores
de animais domésticos podem melhorar as raças aproveitando as mutações favoráveis, por
que a natureza não poderia fazer o mesmo? Foi através deste raciocínio que Darwin passou
a admitir a seleção natural como o mecanismo principal da evolução.
Na pequena escala – na evolução em pequenos passos – a teoria de Darwin triunfou e
hoje em dia ninguém duvida que a micro-evolução é um fato. Mas, note-se bem, essas
mutações que formam as raças são mutações que acontecem dentro da espécie. Por espécie
entende-se o conjunto das populações formadas por indivíduos semelhantes entre si e
capazes de se entrecruzarem em condições naturais, produzindo descendentes férteis. A
micro-evolução acontece dentro da espécie, ao passo que a macro-
evolução seria o salto de uma espécie ou de uma classe a outra como,
por exemplo, a transformação de um réptil em um mamífero.
Procurando – até hoje – os elos perdidos
Há problemas com a macro-evolução. Ela de fato acontece? Existe alguma prova
evidente a seu favor? Muitos evolucionistas admitem que esta questão é ainda um “assunto
de pesquisa”. O biólogo Michael Behe em seu livro “A caixa preta de Darwin” diz que até
hoje não surgiram evidências convincentes em apoio à macro-evolução.
Onde estão as formas intermediárias da passagem de uma espécie para outra? Se a
evolução se processa em “numerosas, sucessivas e ligeiras modificações” como quer
Darwin, onde se encontram as formas de transição dos répteis para as aves ou para os
mamíferos, por exemplo? Nem nos animais vivos atuais nem nos registros fósseis se
encontram com evidência essas formas de transição. Os assim chamados “elos perdidos”
que ligariam uma forma a outra ainda não foram achados.
No período geológico conhecido como
Cambriano, a 500 milhões de anos atrás, foi
encontrada uma grande variedade de invertebrados
muito complexos como trilobites, ouriços-do-mar,
esponjas, medusas, crustáceos, braquiópodos,
moluscos e vermes. Foi uma verdadeira explosão
de vida. Por isso, o Cambriano é conhecido como
o período do “Big Bang Biológico”. Se a macro-
evolução tivesse realmente acontecido,
deveríamos encontrar na era anterior, no Pré-
Cambriano, os antepassados evolutivos de todos
estes animais. Entretanto, nas rochas pré-cambrianas não se encontra nada, a não ser
bactérias, algas azuis (cianobactérias) e algas verdes, que são organismos muito menos
complexos. Trilobites são animais multicelulares e extremamente complexos, pois possuem
tecidos e órgãos diferenciados tais como sistema digestivo, reprodutor e nervoso bem
desenvolvidos. Possuem também um olho composto, semelhante ao dos insetos, que é
extremamente complexo (A figura acima mostra um fóssil de trilobite). Como é que uma
bactéria ou protozoário do Pré-Cambriano poderia ter originado um trilobite? Seriam
necessárias milhares de formas de transição entre estes organismos, passando por formas
multicelulares simples. O problema é que os fósseis desses intermediários não são
encontrados.
Existem, por exemplo, milhões de fósseis de peixes e milhões de fosseis de répteis.
Deveria existir também milhões de fósseis de intermediários entre peixes e répteis, mas não
existem. Podemos fazer uma analogia. Imagine uma casa sendo construída durante um
milhão de anos, um tijolo sendo assentado a cada 100 anos. Haveria muitos “períodos
geológicos” com diferentes formas da casa. Em um período de vários mil anos a casa
estaria só nos alicerces; em outro, estaria no início das paredes; depois, em meia parede;
mais tarde, no respaldo das paredes; por fim, no último período, a casa se encontraria
coberta e pronta. Este seria o “registro fóssil” da casa. Por que não acontece coisa análoga
no registro fóssil dos animais? A transformação de um réptil em uma ave, por exemplo, ao
adquirir asas por evolução gradativa num período de milhares de anos, deveria apresentar
diferentes formas: em um período, o réptil seria encontrado apenas com um terço das asas,
depois com asas pela metade, por fim com asas completas. Mas, que utilidade teriam as
asas incompletas para a sobrevivência da espécie durante os períodos intermediários?
O “monstro esperançoso”
A falta dessas formas intermediárias no registro fóssil intriga os paleontólogos. Por isso
alguns, descrentes da evolução através de “numerosas, sucessivas e ligeiras modificações”,
propuseram teorias alternativas. Michael Behe escreve:
Nos últimos 130 anos, o darwinismo, embora bastante enraizado, tem enfrentado uma serie
ininterrupta de críticas, partidas tanto de dentro quanto de fora da comunidade científica. Na
década de 1940 o geneticista Richard Goldschmidt tornou-se tão desencantado com a
explicação do darwinismo sobre as origens de novas estruturas, que foi levado a propor a teoria
do “monstro esperançoso”. Goldschmidt pensava que, às vezes, mudanças grandes e
coordenadas poderiam ocorrer simplesmente ao acaso – talvez um réptil pusesse um ovo
apenas uma vez, digamos, e nele fosse chocada uma ave.
A teoria do monstro esperançoso não pegou. E, várias décadas depois, o paleontólogo Niles
Eldredge descreveu assim o problema:
Não é de se espantar que os paleontólogos tenham ignorado a evolução por tanto tempo.
Aparentemente ela jamais ocorre. A coleta cuidadosa de material na face de penhascos mostra
oscilações em ziguezague, pequenas, e uma acumulação muito rara de leves mudanças – no
decorrer de milhões de anos, a uma taxa lenta demais para explicar toda a mudança prodigiosa
que ocorreu na história evolutiva. Quando vemos o aparecimento de novidades evolutivas, isso
ocorre em geral com um estrondo e, não raro, sem nenhuma prova sólida de que os fósseis não
evoluíram também em outros lugares.
Em princípios da década de 1970, o próprio Eldredge e o arqueólogo Stephen Jay Gould
propuseram a teoria que denominaram “equilíbrio pontuado”. Segundo essa teoria, a
maioria das espécies passa, durante longos períodos, por poucas mudanças observáveis. E
quando ocorrem mudanças, são rápidas e concentradas em populações pequenas e isoladas.
A evolução se daria, portanto, aos trancos e solavancos.
Existe também o problema do tempo. Quando Darwin propôs sua teoria, uma das
grandes dificuldades era a idade da terra. Ele calculava que a seleção natural precisaria de
muito mais de 100 milhões de anos para gerar vida e formar as espécies. Mas, o tempo
estimado em que ocorreu a explosão de vida cambriana foi revisado recentemente para 10
milhões de anos. É um espaço de tempo bem menor do que os 100 milhões de anos
reclamados por Darwin para que acontecesse a evolução e o aparecimento das espécies. Por
isso, Jay Gould argumenta que a rápida taxa de aparecimento de novas formas de vida no
Cambriano exige outro mecanismo para explicá-la que não a seleção natural.
Não são apenas os paleontólogos à procura de ossos que estão desanimados. Muitos
biólogos evolucionistas também especulam como o darwinismo pode explicar suas
observações. Os biólogos ingleses Mae-Wan Ho e Peter Saunders queixam-se:
Passou-se aproximadamente meio século desde a formulação da síntese neodarwiniana. Grande
volume de pesquisa foi realizado dentro do paradigma que ela define. Ainda assim, os sucessos
da teoria limitam-se às minúcias da evolução, tal como a mudança adaptativa da coloração de
mariposas, ao mesmo tempo em que pouquíssimo tem a dizer sobre as questões que mais nos
interessam, como, para começar, de que maneira surgiram as mariposas.
O problema da transição da micro para a macro-evolução levou os evolucionistas
Szathmáry e Maynard Smith a declarem que “não há nenhuma base teórica para acreditar
que linhas evolutivas ficam mais complexas com o tempo; e também não há nenhuma
evidência empírica que isto aconteça.”
O ganhador do prêmio Nobel em física, o evolucionista Jean Rostand, em seu livro “Ce
Que Je Crois”, considera o mecanismo da seleção natural proposto por Darwin para formar
novas espécies nada mais é do que um conto de fadas:
Quanto à realidade da evolução orgânica, minha crença é inabalável... Mas, não é menos
verdade que as explicações clássicas da origem das espécies estão longe de contentar todos os
espíritos. De minha parte, eu as considero todas como contos de fada em uso pelos adultos... É
preciso ter coragem de reconhecer que nós ignoramos tudo sobre esse mecanismo.
Diante da ausência dos elos perdidos, G. K. Chesterton declarou: “Os evolucionistas
parecem saber tudo acerca do elo perdido, menos o fato de que ele está perdido”.
O ancestral comum
Para os darwinistas, os seres vivos do planeta descendem de um único ancestral. Uma
das provas apresentadas se baseia na anatomia comparativa. Muitos membros dos animais
são semelhantes entre si. Por exemplo, comparando as asas dos pássaros, as barbatanas dos
peixes e os braços do homem, vemos que todos têm estruturas de ossos e músculos muito
semelhantes. As estruturas fundamentais desses membros são os mesmos, indicando a
possibilidade de que eles se originaram de um ancestral em comum.
A figura mostra a homologia dos ossos das patas de vários animais.