Sei sulla pagina 1di 14

GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

ESCOLA AGRÍCOLA CÔNEGO CARDOSO


CURSO TÉCNICO EM AGROPECUARIA PROF.: MARDONE F. VISGUEIRA
DISCIPLINA: OLERICULTURA II SÉRIE: 2º ANO ANO

OLERICULTURA
1. INTRODUÇÃO A OLERICULTURA
OLERICULTURA é um termo derivado do substantivo latino Olus, oleris- que significa
precisamente ”hortaliças” e do verbo latim colere-cultivar. O termo é aplicado para designar o
cultivo de certas plantas herbácea geralmente de ciclo curto e tratos culturais intensivos, cujas
partes comestíveis são diretamente utilizadas na alimentação humana sem exigir
industrialização previamente, ou seja: as hortaliças.
No meio técnico brasileiro atual começa-se a entender melhor o valor da horticultura e
da olericultura, sendo adotado o seguinte esquema didático, pela maioria de nossas faculdades
de Agronomia.

A horticultura divide-se em:


Olericultura: hortaliças;
Fruticultura: fruteiras diversas;
Floricultura: flores para corte;
Jardinocultura: plantas ornamentais;
Viveiricultura: produção de mudas;
Cultura de plantas medicinais;
Cultura de plantas condimentares;
Como está bem evidenciada no esquema didático a “olericultura” é um ramo da
“horticultura” que abrange tão somente as hortaliças.
IMPORTANCIA SOCIO-ECONÔMICA
O trabalho do pesquisador do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo
Waldemar Pires de Camargo Filho “Acomodação da produção olerícola em São Paulo, 1990 –
2010”, mostra que:
1. A área ocupada com hortaliças no Brasil é de 779 mil hectares e a produção de 17
milhões de toneladas. Algumas hortaliças dominam a produção como o tomate (21%), a batata
(18%), a melancia (10%), a cebola (7%) e a cenoura (4%). A melancia, o melão e o morango
são considerados hortaliças nos levantamentos estatísticos e lavouras temporárias.
2. A produção brasileira de hortaliças cresceu 110%, entre 1999 e 2009, enquanto a
população brasileira cresceu 25%, um aumento de oferta per capita de hortaliças de 85%.
Nos últimos dez anos a produção de hortaliças no país aumentou 33 % enquanto a área foi
reduzida em 5 % e a produtividade incrementou 38 %. Três quartos do volume da produção
concentram-se nas regiões Sudeste e Sul enquanto o Nordeste e o Centro-Oeste respondem
pelos 25 % restantes.
A característica mais marcante da exploração olerícola, advém do fato das hortaliças
constituírem um grupo diversificado de plantas abrangendo mais de uma centena de espécies
cultivadas de forma temporária.
Esses alimentos são importantes para a composição de uma dieta saudável da
população, já que apresentam uma densidade energética baixa e são ricos em micronutrientes,
fibras e outros elementos fundamentais ao organismo.
TIPOS DE EXPLORAÇÕES
Horta Educativa - É toda horta cujo principal objetivo é a educação dos indivíduos que
dela participam direta ou indiretamente. Pode ser ESCOLAR, quando conduzida pelos
estudantes de uma escola de qualquer natureza. COMUNITARIA, quando conduzida em
comum por associação ou grupo de pessoas, formal ou informalmente constituído e familiar
também denominada caseira ou de “fundo de quintal”, quando conduzida pelo individuo e a sua
família. Esta se localiza geralmente próxima à residência do proprietário.
As hortas educativas geralmente ocupam pequenas áreas os produtos são destinados
prioritariamente à alimentação das pessoas envolvidas.
Horta Comercial - É toda exploração hortícula cujo principal objetivo é a obtenção de
rendimento econômico proveniente da comercialização de produtos. Pode ser diversificada ou
especializada e com diferentes destinos para os produtos obtidos.
A horta comercial diversificada é geralmente de pequeno porte e localizam-se normalmente
na periferia dos centros urbanos, formandos “Cinturões verdes”.
A horta comercial especializada é geralmente de médio e grande porte, explora poucas
espécies e localiza-se geralmente afastada dos grandes centros urbanos, entretanto, a maior
ou menor distância de centros urbanos é a função do destino da produção e das características
dos produtos.
Exploração com finalidade Industrial
Neste modelo de exploração a industrialização de alimentos tem motivado a produção
especializada de extensas culturas para o fornecimento da matéria prima: Cultivam-se certas
espécies oleráceas de maneira extensiva, visando obter um grande volume na colheita, a um
custo baixo. A utilização de mão de obra é reduzida ao mínimo, adotando-se a mecanização.
2. CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS
No Brasil algumas dezenas de hortaliças são produzidas sendo que há entre elas um
número de maior importância as mais consumidas e mais pesquisadas por curiosos da área.
Entretanto, numerosas classificações tem sido criadas, baseadas nas características comuns;
como:
a) Classificação pelas partes utilizadas na alimentação
• Hortaliças tuberosas - são aquelas cujas partes utilizáveis desenvolvem-se dentro do solo,
compreendendo: tubérculos (batatinha), rizomas (banana), bulbos (cebola, alho) e raízes
tuberosas (cenoura, beterraba, batata-doce, mandioquinha-salsa).
• Hortaliças herbáceas - aquelas cujas partes aproveitáveis situam-se acima do solo, sendo
tenras(mole) e suculentas: folhas (alface, repolho), talos e hastes (aspargo, funcho, aipo),
flores e inflorescências (couve-flor, brócolis).
• Hortaliças-fruto - utiliza-se o fruto, verde ou maduro, todo ou em parte: melancia, pimentão,
quiabo, ervilha, tomate, jiló, berinjela e abóbora.
b) Classificação pelas exigências e formas culturais para cada espécie
 Brássicas Folhosas - Plantas herbáceas de pequena altura: repolho, couve-flor, couve
chinesa e mostarda.
 Curcubitáceas - pepino, abóbora, melão, chuchú.
 Solanáceas Frutos - pimentão, tomate, pimenta, berinjela, jiló.
 Leguminosas - feijão de vagem, ervilha, fava italiana, feijão fradinho, etc.
 Folhosas Diversas - São hortaliças de folhas tenras- Alface, chicória, salsa, coentro, etc.
 Tuberosas - cenoura, rabanete, batata doce, inhame, nabo, etc.
 Liliáceas Condimentares – cebola, alho, cebolinha, etc.
c) Classificação relacionado as exigências climáticas
 Tropicais (Clima quente) – Ex: As curcubitáceas em quase sua totalidade e as
solanáceas frutos, quiabo, batata doce.
 Sub-tropicais (Clima ameno) – Ex: morango, alface, cenoura, couve-flor, cebola, etc.
 Temperadas (Clima frio) – Ex: repolho, rabanete, beterraba, couve, etc.
 Larga Adaptação – Produzem bem em climas quentes e amenos, sem tolerar as
geadas. Ex: tomate e feijão vagem.
 Perenes – São as espécies que atravessam todas as estações do ano. Ex: aspargo,
alcachofra.
Outra classificação, mais simples, incorreta e pouco abrangente também, e muito
utilizada, é a que reúne todas as hortaliças em dois grandes grupos: as “verduras” e os
“legumes”.
Legume é um vegetal do grupo das leguminosas. Exemplos: feijão, ervilha, vagem, fava,
lentilhas. Verdura é um termo genérico, usado para designar hortaliças, que são aquelas
plantas folhosas que se comem em saladas, como coentro, alface, repolho, couve, etc. Tem
gente que chama de verdura pimentão, tomate, pepino, chuchu. Na verdade isso tudo são
frutas. Usam-se muito o termo legume como se fosse sinônimo de hortaliça, mas é errado.

3. VALOR ALIMENTÍCIO DAS HORTALIÇAS


De maneira geral, as hortaliças são importantes para o organismo humano atuando da
seguinte forma:
 Mantém sadia a pele, olhos, gengivas, dentes veias artérias e nervos;
 Auxiliam na cicatrização de feridas;
 Contribui para formação de glóbulos vermelhos;
 Ajudam a formar ossos e cartilagens;
O consumo adequado desses alimentos previne as doenças carentes de nutrição e se
torna muito mais econômica que um tratamento médico e aquisição de drogas com a finalidade
de corrigir a deficiência nutricional.
De modo geral, é possível afirmar que para a maior parte da população brasileira, as
carências nutricionais derivam de um baixo poder aquisitivo, que restringe o consumo de
produtos animais, frutas e hortaliças
Além disso, muitas vitaminas, das quais as hortaliças são as principais fontes
supridoras, desempenham papel importante no combate ao câncer e outras doenças
degenerativas, por destruírem os radicais livres, uma das principais causas de surgimento das
doenças.
Compostos bioativos que estão sendo pesquisados:
• licopeno: (pigmento vermelho, que dá cor ao tomate, à melancia,etc.);
• Beta-carotenos: (pigmento amarelo-alaranjado da cenoura, abóbora,mamão, etc.);
• Glicosinolatos: compostos presentes em boa quantidade na couve-flor,
couve-manteiga, repolho, brócoli, etc.
4. ÁREAS DE PRODUÇÃO
O local de produção pode ser de tamanho variável, a disponibilidade da área e o objetivo
da produção é quem vai determinar o tipo de produção que será desenvolvida.
Uma horta para auto consumo, é baseada em 10m² por pessoa. As hortaliças exigem
tratos culturais intensivos e diários: uma pessoa trabalhando em torno de 2 a 3 horas por dia
pode manter uma horta de 150 a 200m². Em função da finalidade da produção, temos
diferentes tipos de horta:
• Horta doméstica: para abastecimento de uma família;
• Horta comunitária: várias pessoas envolvidas dividindo os trabalhos, despesas e os produtos;
• Horta escolar ou institucional: com finalidade didático-educativa nas escolas ou abastecer
instituições
• Pequena horta comercial: visando complementação de renda em pequena propriedade ou
mesmo em casas com quintais grandes;
• Grande horta comercial: quando é a principal fonte de renda do agricultor ou da propriedade
5. PLANEJAMENTO
No planejamento de uma horta a ser implantada, o espaço disponível deve ser dividido
de forma a contemplar: área para a sementeira local onde são produzidas as mudas (em torno
de 1% da área total); área para guarda de ferramentas e insumos; área para a compostagem
(prática imprescindível na agricultura orgânica) e armazenamento do composto e área para os
canteiros de produção.
a) Elementos necessários para a produção de hortaliças:
• Local de produção das hortaliças (onde será formado a horta).
• Sementes ou outros materiais de propagação das espécies de interesse (mudas de estacas,
rebentos, bulbos, tubérculos, estolões,entre outros);
• Água: de boa qualidade para não contaminar as hortaliças e o solo;
• Sol: a plantas necessitam da luz solar para se desenvolver e produzir carboidratos (glicose,
amido) através da fotossíntese;
• Ar: a planta inteira respira (inclusive as raízes);
• Nutrientes: material rico em nutrientes para complementar e suprir nutricionalmente as
hortaliças cultivadas.(adubos mineral e ou orgânico).
• Mão-de-obra: a horta é uma atividade intensiva, exigente em mão de- obra (os tratos ou
serviços diários devem ser divididos entre os participantes.
b) Ferramentas:
As ferramentas influem bastante na eficiência e no rendimento dos serviços. Na
formação e exploração de uma horta, educativa ou comercial, lembrando que o segundo grupo
requer o uso de máquinas e implementos agrícolas especializados ou mecânicos de tração
animal.
Enxada e Enxadão:: Para capinar, incorporar Colher de transplante ou de jardineiro: usada
adubos, acertar as bordas e superfícies dos para retirar com maior facilidade as mudas a
canteiros; serem.
Rastelo ou ancinho: utilizado para juntar Trena: para medição e demarcação;
resíduos de materiais espalhados na área, Cordão ou barbante: para alinhar os
nivelar a superfície dos canteiros; canteiros;
Sacho: é usado para retirar plantas daninhas Mangueira: facilita o trabalho da irrigação;
dos canteiros, fofar a terra entre linhas Peneira: utilizada na preparação da mistura
plantadas e fazer sulcos e covas pequenas de terras;
nos canteiros. Marcador de madeira: serve para a abertura
Pá reta ou curva de pequenos sucos e aberturas de pequenas
Regador: covas na superfície dos canteiros;
Carrinho- de- mão: Pulverizador:: para aplicação de defensivos
ou adubos foliares;
6. ETAPAS DE IMPLATAÇÃO DA HORTA:
6.1 Escolha do local
Em áreas urbanas a escolha do local muitas vezes fica um pouco limitada em função da
disponibilidade de terreno, mas deve-se, na medida do possível dar preferência aos locais com
as seguintes características:
• Proximidade de água de boa qualidade e em abundância;
• Proximidade das casas das famílias ou pessoas participantes da horta: para facilitar os
trabalhos de manutenção da horta e evitar furtos;
• Área exposta ao sol o dia todo ou por pelo menos 4 a 6 horas diárias;
• Distante de árvores para evitar o sombreamento e competição por nutrientes do solo;
• Terrenos não sujeitos a alagamentos ou encharcamentos e ligeiramente;
• Áreas de solo de consistência média (areno-argilosa).
6.2 ESCOLHA DAS ESPÉCIES
A escolha de culturas e cultivares adaptados às condições locais e às épocas de plantio
são prática fundamental na produção de hortaliças.
Sem generalizar, podemos agrupá-las da seguinte forma:
• Hortaliças de folhas, raízes e bulbos: Exemplos: alface, couve, cenoura, beterraba,
mandioquinha-salsa, alho, cebola, etc.
• Hortaliças de frutos e condimentos: temperaturas mais elevadas (18 a 30ºC). Exemplos:
abóboras e morangas, berinjela, jiló, chuchu, melancia, melão, pimentão, quiabo, salsa,
coentro, etc.
6.3 PREPARO DO TERRENO PARA SEMEADURA
• Limpeza da área escolhida para a horta.
• Locais de fácil encharcamento: efetuar a drenagem da área.
• (Revolvimento do solo: a uma profundidade de 20 a 25 cm aproximadamente um palmo)
quebrando-se os torrões de terra e nivelando-se o terreno. Pode-se aproveitar para incorporar
corretivos (calcário) ou adubos orgânicos (estercos animais curtidos, compostos orgânicos.
• Construção dos canteiros para sementeiras, semeadura direta e para o transplante de mudas,
com as seguintes dimensões: largura entre 0,80 e 1,20m; altura de 20 a 25.
• Para algumas hortaliças não há necessidade de canteiros, bastando revolver e destorroar a
terra e, em seguida abrir as covas, adubar e plantar ( abóbora, quiabo, berinjela, couve, etc.);
• Distância entre canteiros (caminhos): 30 a 40 cm. Os caminhos, devem ser mantidas e
protegidas com cobertura morta para controle do mato, manutenção da umidade e do equilíbrio
térmico do solo;
• Nos terrenos com declive, os canteiros devem acompanhar as curvas de nível do terreno,
para diminuir perdas de solo por erosão; nos terrenos planos, dispostos no sentido norte-sul;
• Devem apresentar a terra solta, sem torrões, pedras, raízes grandes, e a superfície plana.
• Correção do solo (calagem e adubação orgânica): aplicação de calcário para correção da
acidez e dos adubos e compostos orgânicos para correção das deficiências minerais e
melhoria da bioestrutura do solo. A calagem deve ser feita aos 90 dias antes do plantio,
contribuindo com a boa nutrição das plantas, promovendo aspectos saudáveis.
GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ
ESCOLA AGRÍCOLA CÔNEGO CARDOSO
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUARIA PROF.: MARDONE F. VISGUEIRA
DISCIPLINA: OLERICULTURA II SÉRIE: 2º ANO AGROPECUARIA

OLERICULTURA
IMPORTÂNCIA DO CLIMA NA OLERICULTURA
As culturas oleráceas apresentam freqüentemente, uma ampla adaptação a diversos
tipos de climas provavelmente devido a virem sendo cultivadas em regiões de condições
climáticas diversas. Principalmente aquelas espécies de ciclo curto (que são a maioria) sempre
encontram alguns meses nos quais as condições lhes são propícias, mesmo quando cultivadas
em locais diferentes de sua origem.
Dentre os numerosos fatores que afetam uma cultura comercial de hortaliça, as
condições climáticas são aquelas que mais influenciam a duração do ciclo cultural, a
precocidade a produtividade e as características comerciais do produto obtido.
Entendido como a resultante da ação conjunta de fatores naturais que imprimem
características definidas a determinada região, o clima é um fator decisivo na exploração de
hortaliças. Devido sua maior importância, apenas abordaremos três fatores climáticos:
temperatura, luz e umidade.
1. A influência da temperatura.
Na natureza todo ser vivo tem seu limite de tolerância em relação a temperatura (baixa e
alta), como também uma faixa ótima dentro deste limite. Para a obtenção de um bom
rendimento no cultivo das hortaliças, é necessário levar em consideração a temperatura na
seleção das culturas que são adaptadas às variações de temperatura que podem ocorrer entre
o dia e a noite e as diferentes estações do ano na região em que pretende cultivar as espécies
escolhidas.
A temperatura exerce influência no desenvolvimento vegetativo, no florescimento, na
frutificação na formação das partes tuberosas ou bulbosas, bem como na produção de
sementes.
Observa-se que cada variedade de hortaliça possui sua faixa própria de temperatura
mais favorável á germinação, á emergência, ao crescimento e a produção. Assim é que a
temperatura abaixo ou a cima do nível ótimo pode provocar o florescimento prematuro de
certas hortaliças prejudicando ou até impedindo a produção daquelas partes comerciáveis,
1. EX: Temperatura baixa: Florescimento pré-maturo da cebola, repolho, etc.
2. EX: Temperatura alta: Florescimento pré-maturo da alface, cenoura, etc.
Além de sua influência na fisiologia das plantas, a temperatura propicia condições ideais
para algumas doenças patogênicas e ataques de pragas.
1. EX: Temperatura alta: Condiciona o ataque e proliferação do fungo Septoria (tomate,
alface, etc.).
2. EX: Temperatura baixa: Condiciona o fungo Fitoftora (tomate, batatinha, etc.).
Procurando evidenciar a adaptação de nossas principais hortaliças ás condições
termoclimáticas das localidades, iremos enquadrá-las dentro de três grandes grupos. Para isso
devemos considerar as exigências particulares de cada cultura, em termos de temperatura,
durante a maior parte de seu ciclo cultural:
 De clima quente: são as hortaliças mais intolerantes, ao frio exigindo temperaturas
elevadas, diurnas e noturnas;
 De clima ameno: são aquelas que produzem melhor sob temperatura amena, porém
toleram temperaturas mais baixas, próximas e acima de 0ºC mais não suportam
geadas.
 De clima frio: culturas que prosperam bem em temperaturas baixa, tolerando inclusive
aquelas situadas ligeiramente abaixo de 0ºC, e suportando bem as geadas.
Temperatura e germinação.
Dos três fatores que influenciam na germinação das sementes das hortaliças, – temperatura,
umidade, e oxigênio – A temperatura poderá vir a ser o mais importante, uma vez que nem
sempre o produtor tem o total controle sobre este fator. Cada espécie apresenta uma
temperatura mínima, máxima, e ótima para a germinação e dentro de cada espécie, podem
existir diferenças marcantes entre as cultivares quanto à germinação nas diferentes
temperaturas. Temperaturas muito baixas ou muito altas poderão alterar tanto a velocidade
quanto a porcentagem final de germinação. Em geral, temperaturas baixas reduzem, enquanto
temperaturas altas aumentam a velocidade de germinação.
Em condições extremas de temperatura, a germinação poderá não ocorrer, e em
alguns casos, poderá levar a semente à condição de dormência. Na maioria das cultivares
comerciais de alface, por exemplo, condições de altas temperaturas (acima de 30° C) durante a
embebição das sementes pode levar a dois diferentes fenômenos: termo-inibição, onde as
sementes não germinam, mas irão germinar uma vez que a temperatura volte a um nível
adequado, (processo reversível); e, termo-dormência, no qual as sementes, após
permaneceram embebidas em altas temperaturas durante um período prolongado, não
germinarão mesmo após a redução da temperatura.
No entanto, condições de baixas temperaturas (próximas de 15° C) reduzem a
velocidade de germinação das sementes e a emergência de plântulas de várias espécies de
hortaliças.
Temperaturas exigidas para germinação de sementes de algumas hortaliças
Espécie Temperatura (° C)

Mínima Máxima Ótima*

Alface 2 29 20

Beterraba 4 35 20-30

Cenoura 4 35 20-30

Melancia 16 41 20-30

Pimentão/Pimenta 16 35 20-30

Tomate 10 35 20-30
2. O papel da luz.
A luz solar é um dos fatores climáticos mais importantes para a vida vegetal, pois é
aquele que promove o processo da fotossíntese. A deficiência luminosa provoca um maior
alongamento celular, resultando no estiolamento da planta (aumento em altura e extensão da
parte aérea - caule, folhas, sem elevação do teor de matéria seca).
A duração do período luminoso, denominado de foto período (número de horas diárias
de luz solar), influencia o crescimento vegetativo, a floração e a produção de algumas
hortaliças, como o alho e a cebola. Ambas as espécies somente formam bulbos em condições
de comercialização, quando os dias têm a sua duração acima de um certo número mínimo de
horas de luz. De acordo com a exigência em luz (fotoperíodo crítico), há cultivares mais
precoces e mais tardias, conforme exija dias maiores e menores, respectivamente para a
formação de bulbos. Isso porque exigem mais de 12 horas de luz diariamente para
bulbificarem.
3. A importância da umidade.
O manejo da umidade do solo não é apenas uma questão de aportes adequados pela
chuva ou irrigação. A água é responsável pelo transporte de nutrientes solúveis, afeta a
aeração e temperatura do solo, e causa impacto nos processos biótico que ai ocorrem.
Portanto o olericultor deve estar ciente de como a água age no solo, de como os níveis são
afetados por condições atmosféricas e por práticas de cultivo, de como os aportes de água
afetam a umidade do solo e quais são as necessidades que as plantas cultivadas têm.
Dentre os fatores climáticos, a umidade do solo é aquele que pode mais facilmente ser
controlado pelo olericultor, por meio da prática de irrigação. Entretanto o controle da umidade
relativa do ar é um processo muito oneroso, tornando-se na maioria dos casos impraticável e
antieconômico em nossas condições, pois exige a utilização de casas de vegetação providas
de equipamentos especiais. Também vale lembrar que o alto teor da umidade do ar afeta ,
substancialmente , o estado fitossanitário das hortaliças , especialmente com relação ao
ataque de fungos e bactérias patogênicas , também a presença de ácaros é afetada
inversamente, sendo maior sob baixa umidade .
Dificilmente outro fator climático pode afetar tão substancialmente a produção agrícola
como as chuvas. Toda via, no caso particular da olericultura, por se tratar do cultivo de
espécies altamente exigentes em água, geralmente, a produção comercial não pode basear-se
somente no fornecimento de água, por meio das chuvas, na maioria dos casos.

3.PROPAGAÇÃO DAS HORTALIÇAS


A maioria das hortaliças é propagada por sementes (propagação sexuada) e algumas
pelo plantio de suas partes vegetativas (propagação assexuada). A propagação é a fase da
produção de hortaliças na qual são cometidos os maiores erros. Portanto todo cuidado nesse
momento da produção é bem vindo, pois, qualquer erro inicial não poderá ser corrigido
posteriormente.
3.1 PROPAGAÇÃO SEXUADA
3.1.1 SEMENTES
A semente é o veículo de transmissão das características hereditárias, determinando o
nível de produtividade, a qualidade do produto e a resistência ou susceptibilidade a doenças.
Deve-se utilizar sementes de hortaliças de boa qualidade e também, dar preferência a
cultivares brasileiros ou aquelas variedades já consagradas pelos agricultores daqui.
Na hora da compra das sementes, deve-se ter o cuidado de escolher a variedade mais
adaptada ao local (clima) e à época de plantio (primavera ou verão) que será feita. Em alguns
casos, as sementes que apresentam a casca (tegumento) muito dura, devem ficar de molho
em água por 24 horas para facilitar a entrada de água e dar início à germinação. Como
exemplo, temos o espinafre, o quiabo, entre outros. Neste caso, selecione as sementes que
afundaram no recipiente, pois as que boiaram quase sempre serão chochas e não irão
germinar.
3.1.2 SEMENTEIRA
Corresponde ao local onde será feito o cultivo das ‘mudinhas’ por um determinado
tempo, e depois, será realizado o transplante para o viveiro ou local definitivo (canteiros ou
covas).
A formação de mudas é uma fase do processo produtivo de vital importância para o êxito
de uma exploração horticola, pois dela depende o desempenho da planta, tanto
nutricionalmente quanto no tempo necessário para a produção.
  Na produção de mudas de hortaliças de alta qualidade, também é muito importante que
as mudas se apresentem perfeitamente formadas e prontas para dar continuidade ao seu
desenvolvimento vegetativo após o transplantio, que não transportem sementes ou estruturas
de plantas daninhas, as quais permitiriam infestação no campo de produção.
3.1.3 PRODUÇÃO DE MUDAS EM RECIPIENTES
   Entende-se por recipiente todo e qualquer material destinado a acondicionar o substrato
durante a produção de mudas. O uso de recipientes tem acompanhado a evolução tecnológica
dos sistemas de propagação, pois são ferramentas indispensáveis na produção intensiva de
mudas. Embora, em diversos casos a produção de mudas diretamente em sementeira,
dispensando o uso de recipientes, possa ser mais econômica, cada vez mais a produção de
mudas em recipientes vem sendo adotada. Mesmo nesses casos, os recipientes podem tomar
parte em alguma das etapas da propagação através do processo de repicagem.
  A adoção de recipientes na produção de mudas apresenta, como principais vantagens:
a) Quando associado ao uso de telados ou estufas, permite o cultivo sob quaisquer
condições climáticas, o que permite cumprir-se rigorosamente um cronograma de
produção;
b) Redução do tempo necessário para a produção das mudas (mudas propagadas no
sistema de sementeira convencional, em média retarda de 5 a 7 dias o transplantio);
c) Redução da competição entre as mudas;
d) Redução da área necessária a produção das mudas;
e) Proteção do sistema radicular contra danos mecânicos e desidratação;
f) Proteção da muda contra doenças e pragas de solo, além de facilitar, quando necessário,
a prática da esterilização do substrato;
g) Aumento da facilidade no transporte das mudas;
h) Redução do estresse no momento do transplante.
Bandejas: podem ser confeccionadas em plástico ou isopor, normalmente apresentando um
espaço único e contínuo para acondicionamento do substrato, bem como podem ser feitas de
poliestireno expandido (isopor), constituídas de um número variável de células, nas quais é
feita a produção da muda. Na base, a célula apresenta um orifício para escoamento da água.
As bandejas podem ser reutilizadas por diversas vezes. A cobertura deve ser feita com o
material utilizado como substrato, em seguida, regada com regador de crivo fino, para que as
gotas de água não enterrem demais as sementes, ou as expulsem do local onde foram
semeadas.
3.1.4 REPICAGEM
É uma prática pela qual é transplantada as mudinhas da sementeira para o viveiro ou
recipientes, esta prática deverá ser realizada quando as mudas tiverem formado a segunda
folha definitiva.
A semeadura direta produz um crescimento continuo e rápido, sem o retardamento
associado ao transplante. O tempo total entre semeadura e colheita é menor que nos outros
métodos. Algumas plantas como pepino, ervilha, melancia, cenoura, almeirão e rabanete não
toleram o transplante e quase sempre são semeadas diretamente no campo. Já beterraba,
brócolis, repolho, couve-flor, alface, tomate, morango e chicória são tolerantes. E outras como
salsão, berinjela, cebola e pimentão, necessitam de certo cuidado
3.1.5 TRANSPLANTIO
Consiste na retirada das mudas da sementeira e replantio das mesmas para o local
definitivo (em canteiros ou covas). Deve ser feito quando as mudas estiverem com 4 a 6 folhas
definitivas ou com o tamanho entre 10 a 15cm, para que o pegamento seja bom e não haja
retardamento no seu crescimento.
Deve-se molhar bem o local onde se encontra as mudas, proceder à retirada das mudas
tendo-se o cuidado de preservar o torrão que envolve suas raízes, escolhendo as de melhor
aspecto (fortes e bem desenvolvidas) e transplantar, para o local definitivo adotando o
espaçamento recomendado de acordo com a espécie. A seguir, é colocada uma muda por
cova e, tomando o cuidado para que a raiz principal não fique enrolada durante o transplante.
3.2 PROPAGAÇÃO ASSEXUADA
Algumas hortaliças são propagadas pelo plantio de partes vegetativas (clone). A
propagação assexuada ou vegetativa é possível porque ocorre a regeneração dos tecidos. De
modo geral, a propagação assexuada é imprescindível em casos em que há interesse em
manter a identidade do genótipo, ou seja, obter-se um número infinito de plantas com a mesma
constituição genética a partir de um único indivíduo.
   A propagação assexuada baseia-se em dois fundamentos: a total potencialidade das células
somáticas: (capacidade de cada célula conter toda a informação genética para gerar um novo
indivíduo) e a capacidade de regeneração dos tecidos vegetais.
   Com a propagação vegetativa, a boa combinação de caracteres genéticos, apresentada
por certos indivíduos, pode ser perpetuada, obtendo-se plantios mais uniformes, mais
produtivos, mais precoces e com melhor qualidade dos produtos obtidos. Porém, por originar
plantações geneticamente uniformes, a propagação assexuada pode acarretar elevada
sensibilidade de toda uma área a um fator biótico ou abiótico.
Procedentes da planta-matriz, como exemplos, temos: agrião, alcachofra, alho, aspargo,
batata-doce, batata, cará, cebolinha, couve-manteiga, inhame, mandioquinha-salsa, morango e
taioba. Quando a propagação se dá pelas partes vegetativas, a escolha das matrizes é
importante, pois o sucesso da cultura dependerá destas plantas.
Selecione plantas matrizes com as melhores características da espécie ou variedade.
Não retire as mudas quando a planta estiver em repouso (inverno) e, não retire material de
propagação quando a planta matriz estiver em flor.
Estruturas utilizadas:
- rebentos e perfílhos – alcachofra, couve, cebolinha e mandioquinha-salsa;
- estolhos – morango;
- ramas - agrião, batata doce e espinafre;
- bulbilhos – alho;
-Tubérculos – batata;
O plantio destes material, deve ser realizado diretamente no local definitivo, em covas
ou em sucos.
O motivo pelo qual a propagação vegetativa seja utilizada
para determinadas espécies está relacionada com a incapacidade
de produzir sementes férteis (como é o caso do alho),ou então,
as sementes são produzidas somente em condições ecológicas especiais
(como a mandioquinha-salsa e a couve-manteiga). Despertando o interesse de olericultores,
diante à precocidade da colheita e a cultura ser idêntica a planta que se deseja cultivar.

UNIDADE 6
NUTRIÇÃO MINERAL E ORGÂNICA DAS HORTALIÇAS

As culturas oleráceas como qualquer outro grupo de plantas retiram quantidades de


nutrientes do solo, do adubo, do ar e de outros meios de cultivo para suprir suas necessidades.
Esses nutrientes podem ser exigidos em maiores quantidades (macronutrientes) ou em
menores quantidades (micronutrientes) e são definidos como elementos essenciais para a vida
das plantas, sendo que a diferença das quantidades exigidas não significa que um
macronutriente seja mais importante que qualquer um dos micronutrientes, devido às funções
especificas de cada um deles.

NUTRIENTES MINERAIS ESSENCIAIS RETIRADOS DO SOLO.


 Elementos obtidos a partir do CO2 e água: Carbono, Hidrogênio e Oxigênio
 Macronutrientes:
 Primários: nitrogênio(N), fósforo(P), e potássio(K)
 Secundários: cálcio(Ca), magnésio(Mg),e enxofre(S)
 Micronutrientes: boro (B), zinco (Zn), molibdênio (Mo), cobre (Cu), manganês (Mn), ferro
(Fe) e cloro (Cl) .
Vale enfatizar que são igualmente imprescindíveis, para perfeita nutrição mineral das
culturas oleráceas: os macronutrientes primários aqueles mais conhecidos e divulgados pelas
propagandas das firmas de fertilizantes, os macronutrientes secundários e os micronutrientes.
Se qualquer de tais nutrientes se encontrar em quantidades insuficientes ou em forma não
assimilável pelas raízes, na solução do solo, a produção será prejudicada , podendo surgir
sintomas de carência mineral.
Portanto o entendimento da função de cada nutriente nos processos fisiológicos das
plantas auxilia na definição e na caracterização dos sintomas de deficiência.
Vejamos então resumidamente o papel e os sintomas de deficiência dos principais
nutrientes:
Nitrogênio: Conhecido como “mago de verde” o N favorece o crescimento vegetativo,
aumentando o numero e o tamanho das folhas , e, por tanto a área foliar da cultura .Com o
aumento da superfície verde , capaz de realizara fotossíntese e aumenta a capacidade
produtiva da cultura .Desse modo, o N beneficia a todos os tipos de hortaliças porem são as
herbáceas que mais evidenciam o seu efeito sendo que ele melhora o aspecto justamente das
partes comestíveis.
Também é conhecida a correlação positiva que há entre o peso da parte aérea e a
produtividade, em hortaliças frutos e tuberosas, dentro de certos limites, sendo que o melhor
desenvolvimento vegetativo pode aumentar a produtividade. O N costuma ser o segundo
micronutriente, em relação às quantidades extraídas e absorvidas pelas hortaliças perdendo
apenas para o K (potássio).
Toda via quando em excesso é altamente prejudicial , podendo torna-se até fitotóxico ,
pela queima das folhas , dificulta a absorção de outros nutrientes , retarda o inicio da colheita
( em hortaliças-frutos e tuberosas) diminue a resistência a doenças e prejudica a qualidade do
produto principalmente em hortaliças frutos.
Nenhuma deficiência é tão dramática em seus efeitos quanto à de nitrogênio, como
clorose generalizada, crescimento retardado e lento. As partes mais velhas das plantas são as
primeiras a se tornarem afetadas, devido à sua alta mobilidade, pois o nitrogênio transloca-se
de regiões mais velhas para as mais jovens.

Fósforo: A nossa vivencia pessoal com o cultivo de hortaliças nos tem convencido de que
o P é o nutriente que oferece respostas mais espetaculares á sua aplicação, em olericultura.
Numerosas observações de pesquisadores comprovam que o P é essencial a formação das
raízes, sendo necessário desde os primeiros estágios durante a germinação e a emergência da
plântula e durante toda a formação do sistema radicular. Também influência poderosamente,
na formação de flores frutos e sementes , sendo capaz de reduzir o ciclo cultural e apressar a
colheita especialmente em hortaliças fruto e tuberosas .O fósforo contribui para elevar o teor
de matéria seca, possibilitando a obtenção de mudas mais resistentes plantas adultas com
hastes mais grossas. Geralmente, as hortaliças são mais exigentes em P durante o
desenvolvimento do sistema radicular, a frutificação e a formação de partes tuberosas
subterrâneas.
Sintomas característicos da deficiência de fósforo incluem crescimento reduzido em
plantas jovens e coloração verde-escura das folhas, as quais podem encontrar-se malformadas
e conter pequenas manchas de tecido morto, chamadas de manchas necróticas. O
crescimento é reduzido e, sob condições de deficiência severa, as plantas tornam-se
atrofiadas.

Potássio: As culturas oleráceas costumam necessitar de maior disponibilidade de K no solo,


em relação às demais se bem que o K não provoque uma resposta acentuada, em
produtividade. De algum modo, entretanto um fornecimento adequado de K assegura às
hortaliças a possibilidade de desenvolver plenamente o seu potencial produtivo incrementado
pela aplicação de outros nutrientes. Sabe-se que o K tem efeitos palpáveis , bem visível na
qualidade do produto colhido. .Assim é que o aspecto externo e interno de varias hortaliças ,
inclusive o seu sabor , é melhorado pela adubação potassica abundante.Parece que tais
efeitos benéficos são mais notados nas hortaliças frutos e tuberosas.
Controla a entrada e saída de água e CO² nas folhas; aumenta a resistência das plantas a
doenças, ao acamamento e à seca; melhora a qualidade dos frutos.
O primeiro sintoma da deficiência de potássio é a redução da taxa de crescimento.
Posteriormente, ocorrem clorose e necrose das folhas mais velhas, iniciando-se nas margens e
nas extremidades. Com o decréscimo no vigor sob estresse hídrico e flacidez, há deformação
de xilema e de floema, além do colapso nos cloroplastos e mitocôndrias.

Cálcio (Ca): Faz parte da parede celular das células das plantas, aumentando o vigor e a
resistência das folhas e caules; atua na formação e pegamento de frutos jovens e no
enraizamento em profundidade.
Os sintomas de deficiência de cálcio aparecem mais cedo e mais severamente nas
regiões meristemáticas e folhas jovens. As demandas de cálcio parecem ser altas nesses
tecidos e o cálcio contido em tecidos mais velhos tende a se tornar imobilizado. Dessa forma,
pode haver morte dos pontos de crescimento. Outro sintoma característico do cálcio é que o
crescimento das raízes é severamente afetado.

Magnésio (Mg): faz parte da molécula de clorofila, que é responsável pela captação de
energia solar na fotossíntese; na sua presença, as plantas absorvem mais fósforo (P).
Os sintomas de deficiência de magnésio ocorrem, primeiramente, nas folhas mais velhas
com clorose internerval e, sob deficiência severa, ocorre necrose. As folhas tornam-se rígidas e
quebradiças e as nervuras intercostais torcidas. A variedade de sintomas em diferentes
espécies é tão grande que uma descrição generalizada dos sintomas desse nutriente é ainda
mais difícil do que para outras deficiências.

Enxofre (S): entra na composição das proteínas e na formação de grãos e sementes; quando
ligado ao Ca, favorece a sua migração para o subsolo, atraindo as raízes.
Como o enxofre é constituinte essencial das proteínas, a deficiência desse nutriente
resulta na inibição da síntese de proteína. As deficiências de enxofre e nitrogênio possuem
algumas semelhanças, como os teores reduzidos de clorofila e de proteína, além de aumento
de compostos solúveis de N nas folhas, decorrentes da redução na síntese de proteína. Devido
a pouca mobilidade do enxofre na planta, os sintomas visuais de deficiência se manifestam nas
folhas novas e o nitrogênio nas folhas velhas com clorose gradual, cujo tamanho é reduzido.

Boro (B): atua no transporte de carboidratos (açúcares) das folhas para os órgãos
armazenadores das plantas (grãos, raízes e caules); importante na multiplicação e crescimento
das células; auxilia no pegamento da florada.
A deficiência de boro aparece, primeiramente, como crescimento anormal ou
retardamento da região apical da planta. As folhas mais novas são deformadas, encarquilhadas
e são, freqüentemente, mais grossas e de uma coloração vede azulada, folhas e caules
tornam-se quebradiços, ocorre inibição na formação de flores e frutos. Também afeta a
formação de tubo polínico, a germinação do pólen e a formação do fruto, a ocorrência de
partenogênese, inibição da raiz e necrose no ápice da raiz.

• Zinco (Zn): é ativador de enzimas e participa da síntese de um importante hormônio de


crescimento (auxina); participa da síntese de proteínas; estimula o crescimento e a frutificação.
A deficiência do zinco é caracterizada pela redução do crescimento internordal e, como
resultado, a planta apresenta um hábito de crescimento rosetado. As folhas podem apresentar
pequenas e retorcidas, com margens de aparência enrugada.

• Cobre (Cu): As principais funções do cobre nas plantas são a enzimática e a estrutural. O
cobre participa de vários processos vitais para a planta, como fotossíntese, respiração,
regulação hormonal, fixação de nitrogênio (efeito indireto) e metabolismo de compostos
secundários. Os papéis principais do cobre no processo de formação da colheita são:
crescimento e produção, resistência à doenças, estrutura do grão de pólen e maturação
uniforme.
O sintoma inicial da deficiência de cobre é a produção de folhas verdes escuras, que
podem conter manchas necróticas. As manchas necróticas aparecem primeiro nos ápices das
folhas jovens e, então, se estende em direção à base da folha, ao longo das margens. As
folhas podem também ficar retorcidas ou malformadas. Sob deficiência extrema de cobre, há a
possibilidade das folhas caírem prematuramente.
• Ferro (Fe): O ferro é um importante constituinte ou ativador de enzimas e possui também
função estrutural e participa de importantes processos, entre os quais estão fotossíntese,
respiração, fixação biológica de nitrogênio, assimilação de nitrogênio e enxofre, síntese de
lignina e suberina e metabolismo de auxina.
Clorose geral de folhas jovens é o sintoma mais evidente de deficiência de ferro.
Primeiro, as nervuras podem permanecer verdes, mas, na maioria das espécies em que a
deficiência foi observada, elas também se tornam cloróticas no final.
• Manganês (Mn): é ativador de diversas enzimas e participa de sínteses diversas
(carboidratos, gorduras, proteínas, produtos secundários), entre outros processos, tais como:
absorção iônica, fotossíntese, respiração, controle hormonal e resistência a doenças.
Os sintomas de deficiência de manganês variam grandemente de uma espécie para
outra. Desse modo, as folhas freqüentemente apresentam clorose entre as nervuras,
produzindo desenho verde em um fundo amarelo ou verde-claro, assemelhando-se muito com
a deficiência de ferro.

CALAGEM
Vem crescendo a procura por informações sobre a aplicação de calcário e fertilizante em
hortaliças cultivadas sob estufa plástica. As produtividades de hortaliças sob cultivo protegido
tais como pimentão, tomate e alface, são duas até quatro vezes superiores às produtividades
obtidas no campo, a céu aberto. Isso tem estimulado à realização de novas pesquisas
científicas voltadas a definição sobre as quantidades e maneiras de aplicação de fertilizantes
neste moderno sistema de produção. A necessidade da calagem é determinada pela
porcentagem de saturação por bases do solo e a tolerância da espécie de hortaliça ao menor
ou maior grau de acidez do solo.

A equação para cálculo da calagem é dada por:

NC= Necessidade de calagem;


CTC (ou T)=Capacidade de troca de cátions expressa em cmolc dm -3 de solo.
V1=Saturação por bases dada pela análise do solo.
V2=Saturação por bases que se pretende atingir (em geral entre 70 e 80%).
f = fator de correção do PRNT do calcário f = 100/PRNT.

A incorporação do calcário deve ser feita até 20 a 30 cm de profundidade, pois diversas


hortaliças têm o sistema radicular tão profundo como culturas extensivas. Dentre as hortaliças
de sistema radicular profundo cultivadas em estufa agrícola pode-se citar o tomate. Com o
sistema radicular moderadamente profundo destacam-se pimentão, pepino, berinjela, melão,
salsa e cebolinha. 
Entre aquelas de sistema radicular pouco profundo citam-se a alface, chicória e
almeirão. A aplicação do calcário deve ser feita com pelo menos 30 a 40 dias de antecedência
ao plantio utilizando-se de preferência o calcário finamente moído ("filler") com PRNT de 80 a
90% ou parcialmente calcinado (PRNT  de 90 a 100%). Caso seja encontrado apenas o
calcário comum (PRNT de 60 a 70%) este deve ser incorporado ao menos 60 dias antes do
plantio das hortaliças. Deve-se preferir os calcários que contenham boa quantidade de
magnésio em sua composição, como os dolomíticos (acima de 12% de MgO).

ADUBAÇÃO ORGANICA

Orgânicos: são produtos de origem vegetal ou animal que, aplicados ao solo em


quantidades e em épocas e maneiras adequadas, proporcionam melhorias de suas
propriedades físicas, químicas e biológicas,fornecendo às raízes nutrientes suficientes para
produzir colheitas compensadoras,com produtos de boa qualidade, sem causar danos ao solo,
à planta ou ao ambiente. Exemplos: esterco bovino, esterco de eqüinos, esterco de caprino,
esterco de aves, húmus de minhoca, composto de lixo, torta de mamona, palha de café, palha
de arroz e bagaço de cana.
A adubação orgânica para hortaliças apresenta as seguintes vantagens: melhora as
condições físicas do solo, diminuindo, por exemplo, os problemas de compactação de solos;
diminui a incidência de nematóides visto que os adubos orgânicos em geral possibilitam o
desenvolvimento nos solos de microorganismos úteis que tem ação antagônica aos
nematóides; fornece  parcialmente, nutrientes às plantas de maneira gradual e contínua.
Por outro lado a adubação orgânica apresenta algumas limitações:

a) A incorporação dos fertilizantes orgânicos ao solo deve ser realizada pelo menos 30 a 40
dias antes do plantio, tempo necessário para  que ocorra o processo de cura ou decomposição 
sem o que poderá   haver "queima" das sementes ou mudas de hortaliças.

b) Alguns fertilizantes orgânicos mal decompostos  podem introduzir sementes de mato no


local.

c) Estercos animais, principalmente de aves podem carregar resíduos  de sal e outros produtos
presentes nas rações , acarretando problemas como salinização do solo.

Dentre os melhores fertilizantes orgânicos utilizados em hortaliças destacam-se o


composto orgânico, o húmus de minhoca e a torta de mamona pré-fermentada.
A aplicação de fertilizantes orgânicos em hortaliças é altamente econômica, apesar do
custo crescente do transporte. São usados estercos de animais, materiais vegetais triturados,
compostos, tortas vegetais, etc. É fundamental a aplicação do material já fermentado ou
“curtido”, com pouca umidade e peneirado, para facilidade de aplicação de maneira uniforme
sobre a área a ser plantada com hortaliças.
Recomendações de adubação orgânica para hortaliças
Grupo de hortaliças / Esterco bovino bem curtido ou Composto (kg/m2 de canteiro) / Esterco de
galinha/frango suínos/ovinos e húmus de minhoca  / Torta de mamona (pré-fermentada)
Folhosas (alface, rúcula, etc.) / 2 - 4 / 0,5 - 1 / 0,1 - 0,2
Frutos ((tomate, pimentão, etc.) / 2 - 4 / 0,5 - 1 / 0,1 - 0,2
Bulbos e Raízes (cebola, cenoura, etc.) / 1 - 2 / 0,25 - 0,50 / 0,02 - 0,05
 
Obs: Maiores doses de fertilizantes orgânicos para solos de fertilidade baixa. Aplicar cerca de 
30 dias antes do plantio. Incorporar de 20 a 30 cm de profundidade, em todo o   canteiro.

Potrebbero piacerti anche