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Cap. 1 - AMEAÇAS
Passeava eu num campo verde e vasto, ouvia o canto dos pássaros e sentia o
calor do sol. Cada raio penetrando meus poros, aquecendo cada parte do meu corpo, um
calor me invadiu e até soando eu estava, senti necessidade do vento, e então senti, suas
pequenas rajadas soprando meus cabelos, era como se eu absorvesse a ventania. Mas
meu sonho se tornou um pesadelo, a magnífica imagem do sol foi trocada pela sedutora
lua, os ventos se tornaram gélidos e penetravam como facas em meu corpo. Senti o céu
cair sobre minha cabeça e então acordei. Dei um pulo na cama, minhas mãos entre as
pernas e meus cabelos se projetaram para frente. Eu estava animal, meus caninos e os
dentes ao seu lado estavam grandes. Muitos dizem que vampiros não se projetam no
espelho, mas é só para os novatos, para um vampiro de mais de 1000 anos, o espelho se
faz jus a sua função. Pude reparar os detalhes ao olhar em um que fica a minha frente.
Frequentemente esses sonhos me rondam, talvez a lembrança de ser um humano
me persegue. Levantei para beber água, minha mente se mantia neutro de tudo. Ao olhar
o relógio pôde perceber que ainda era dia, e para minha indignação, era 17h40minh, a
hora em que fui transformado. E o que mais me perturbava era o fato de que tais
lembranças ainda rondavam a minha mente, a ira pelo ser que me transformou; a revolta
por eu ter que ter buscado sozinho o conhecimento e a dor por eu ter que ter
abandonado meu único amor. Por alguns instantes eu senti meu sangue ferver, eu
gritava, um grito de dor sentimental, meus músculos me impulsionavam a sair correndo,
meu grito se tornou um urro desesperador, meus caninos vieram a tona, meus olhos
esverdearam, a besta que se habita em mim tomou a frente e então pulei contra a janela,
seus cacos não podiam me penetrar, cai como cai um gato sobre asfalto da grande
cidade que era Sant Andrew, uma cidade um menos desenvolvida que Porto Alegre, a
cidade onde agente vive. Corri desesperado pelas ruas, nada mais fazia sentido para
mim. Eu sabia que não poderia sair, que pelo fato de eu ser um Matusalém, um vampiro
antigo com grandes poderes mentais e posso dobrar outros a minha escolha., eu deveria
me esconder de outros seres Noturnos, eu tinha que viver como lenda, mas neste
momento nada me importava. Parei no alto de um prédio, o sol se punha e seus raios
faziam fumaças em minhas células, eu sabia que era demasiadamente forte e
sobreviveria sobre esses grandes raios solares do por do sol. Minha pele se tornava uma
crosta e como plástico brotavam e caiam de meu corpo exposto. Então retirei a camisa,
e aquele calor começou a ferver meu sangue, era uma dor incompreensível, eu queria
chorar, mas lagrimas não haviam mais em meus olhos. O calor se tornou insuportável a
medida que os raios solares se iam e atingiam como contusões meu corpo. Num pulo
desesperador eu saltei, corri para o parque da cidade, os carros loucos buzinavam,
freavam rapidamente, xingavam-me de todos os cantos, mas era como se eu não os
enxergassem. No parque procurei abrigo entre a mata escura e deitei-me em terra como
um bebe na placenta de sua mãe. O sol se foi e a noite me banhou com o seu brilho. Era
lua negra, e sua magia invadia o meu ser, meu corpo se confortou, senti minhas feridas
se cicatrizarem como um prazer em meu corpo, cada cura eu gemia e vibrava, sentia um
choque em cada toque da mãe lua em meu corpo, meus dentes se recolheram, o calor
humano de um sangue quente em mim brotou novamente. Encostei-me na arvore e fui
refletir sobre a loucura que traz esses meus sonhos, minhas lembranças humanas,
extintos que não existe mais em mim a mais de séculos.
- Algum problema my lorde? Disse uma linda jovem encapuzada, seus traços
finos e delicados sobre sua pele branca e o contraste de seus olhos azuis faziam dela
uma bela jovem. Ela trazia contigo uma cesta tampada por um pano de mesa.
- Sonhei mais uma vez Cristine.
- Eu não entendo porque esses sonhos te incomodam? Disse Cristine enquanto
sentava ao seu lado e colocava a cesta do outro.
- John Willer! São só lembranças, isso é passado, você tem mais de 1000 anos,
aceite o que você é, um poderoso vampiro.
- Nem eu posso entender, eu não tenho vontade de voltar a ser humano. Disse
John.
- Mas tem vontade de não ter sido transformado naquela época – Argumentou
Cristine enquanto retirava da cesta uma poção – Tome aqui John, isso te fará sentir
melhor e curará as feridas causadas pelo sol.
John pegou a poção e num só gole bebeu. – Eu não sei o que faria sem você
minha irmã.
- Não precisa agradecer, agora levante-se, vamos para casa.
Eu queria conversar, mas guardei meus pensamentos e levantei. Caminhamos
pelo parque, o cheiro de noite e mato me excitava, eu me sentia livre, um barulho de
pássaros voando entre as folhas chegou a nos assustar. Encontramos finalmente os
ladrilhos de estrada do parque.
- Acabou sua poção Cristine?
- Acho que sim, porque? Ainda se sente mal?
- Não, não, não digo essa poção, digo a que você toma para sempre ser jovem.
Começo a ver uma ruga em seu rosto.
Cristine corou e se mordeu de raiva: - Rugas quem tem são aquelas suas partes
baixas!
Começamos a rir enquanto caminhávamos. Após um tempo de caminhada
localizamos o carro de Cristine, uma caminhonete Hilux. Entramos no carro e fomos
para casa. Não sabíamos o que essa noite ainda nos esperava.
Na rua da esquina da entrada do meu bairro, numa casa abandonada, uma mulher
estava aos berros.
- Pare o carro Cristine!
Quando o carro parou, procurei ligeiro o que estava acontecendo, e vi um
homem tentando violentar a garota. Num segundo eu estava atrás dele. Toquei em suas
costas, e ele mais que rapidamente se virou, seu braço ainda segurava o braço da garota,
com o outro ele tentou me socar, em instantes afastei-me, e conseguinte o empurrei, ele
soltou os braços dela e foi arremessado para traz e bateu numa arvore grande e antiga,
ele estava zonzo, e eu nem vi quando um gato preto descendo da arvore arranhou e
mordeu o rapaz, o fazendo sangrar. Então ele desmaiou. A garota não parava de chorar.
Então eu a abracei para confortá-la. O sangue humano dela esquentava meu corpo frio,
fazendo um turbilhão de emoções, o seu choro me fazia prestar atenção nas batidas
rápidas de seu coração, e apesar de estar tudo assim, eu não tinha vontade de mordê-la,
eu a queria proteger. Cristine desceu do carro e veio até nós.
- Ela está bem John?
- Acho que sim, só está um pouco assustada.
Quando olhei para o homem ele havia sumido e um cheiro de enxofre tinha
invadido o ar.
- Ele era um demônio Cristine! Um demônio perseguiu essa humana.
- Mas e as leis John?! Criaturas sobrenaturais não podem atacar seres humanos
sem permissão. Será que ela fez algum mal maior? E o Defensor, porque não impediu?
- Eu não sei, mas o que faremos com ela?
- Vamos levá-la para casa.
Colocamo-la no carro e seguimos para o Bairro Springfield. Nossa casa é uma
das primeiras mansões do bairro. Com janelas compridas preenchidas por dois vidros
totalmente transparentes. O caldeirão de Cristine fica a primeira vista dali. Estamos em
casa, coloquei ela no sofá, logo quando se abre a porta é a sala, a cozinha fica do lado
esquerdo. Cristine foi preparar uma poção. Sentei de frente pra ela e a observei chorar, o
seu rosto estava em choque. Aproveitei para reparar mais nela, ela era loira, de pele
branca e olhos castanhos, possuía uma aparência frágil, como se fosse protegida por um
anjo.
De repente, começa a haver batidas na porta. Eu me levanto e vou até lá. Era um
jovem vampira, branquinha dos olhos verdes e cabelos negros, pele macia e com curvas
perfeitas em todo corpo.
- Natasha, aconteceu alguma coisa?
- Não, só vim conversar com Cristine, assunto de mulheres. Ela está?
- Sim Natasha, ela esta na cozinha, vai lá.
Natasha vestindo roupas apertadas e negras entrou demonstrando seu charme.
E não deixou de reparar na jovem sentada no sofá. A olhou até entrar na cozinha.
- Olá Cristine!
- Oi Natasha, como está?
- Ótima, o que faz na cozinha?
- Preparando uma poção de restauração. A garota na sala foi vitima de um
atentado de estupro.
- Nossa! Aonde isso?
- Na rua que segue para vim até aqui. E para nossa surpresa Natasha, um
demônio foi quem tentou.
- Hã! A expressão de Natasha foi de surpresa e espanto – Será que isso é algum
sinal Cristine?
- Quem sabe. Mas espera ai, vou levar o “chá” à garota.
- Eu terei que ir, eu tenho que alertar os vampiros da ordem.
- Tudo bem, vai lá.
Natasha passou a frente de Cristine e foi. Despediu-se bem rápido de John e foi
para sua casa.
Sua casa ficava no fim do bairro, umas das maiores mansões do bairro. Ao
chegar lá, abriu o portão com suas chaves e adentrou a porta, um grande salão a se
percorrer. O líder dos vampiros desse clã, denominado Blood Cry (Choro de Sangue)
estava na biblioteca, e fica ali mesmo perto do salão decorado com estatuas e colunas
góticas.
Natasha bateu na porta com certa rapidez.
- Entre. Disse o Líder dos vampiros.
Ao entrar, Natasha sentiu-se mais aliviada, a presença dele a deixava
confortável. Ele era alto, branco, cabelos brancos como neve e repicados, olhos verdes e
aparenta mais ou menos 23 anos.
- Algum problema Natasha?
- Aconteceu sim my lorde Silas – Respondeu Natasha enquanto sentava-se na
cadeira de frente a Silas – Um demônio atacou uma humana, e ela esta na casa de John
Willer, sobre os cuidados de Cristine.
- Ela sabe sobre nós?
- Receio que sim, ela esta abalada em estado de choque, e John disse que a
salvou do demônio.
- Ela poderá ser uma ameaça a nossa espécie Natasha. Persiga-a e depois a mate.
Você sabia que anjos e demônios num só toque podem nos destruir, lembre-se da lei de
Caim, devemos ficar longe dos Iluminados e dos Filhos da Serpente.
- Sim My Lorde.
Natasha então levantou e saiu. Com pulos vampíricos, Natasha subiu no telhado
da casa de John e aguarda a saída da humana.
CAP.2 – Protegida Por Um Anjo
A garota parecia estar mais calma, e começou a encarar John, ele sentia medo
brotando do sangue dela. Então achou que estava na hora de interrogá-la.
Sentados nos sofás, um na frente do outro e Cristine ao lado de John. Ele
começou.
- Do que você se lembra minha jovem?
Eufórica ela começou a falar: - Eu não sei – lagrimas passaram a descer de seu
rosto, suas mãos foram tocando sua cabeça e ela continuou – quem são vocês?
- Sou John, e essa é Cristine minha irmã. Salvamos você de um atentado, não se
lembra?
- Vocês também são Demônios? Ela perguntava com uma expressão de culpa.
John e Cristine se olharam, e então John abriu a boca e disse: - Não somos
demônios, mas se sabe sobre eles, nos respondam, porque ele o perseguia?
- Eu não sei! A garota respondeu gritando e chorando – Eu o invoquei e ele quis
me matar. Ela soluçava e procurava alguém para abraçar, mas sentia medo dos dois
seres a sua frente.
- Quantos anos você tem e qual o seu nome? Perguntou Cristine.
- Droga! Será que vocês não podem me responder uma simples pergunta. Quem
são vocês, são da MIB, são de alguma seita. Meu Deus! Onde eu estou!?
- Calma garota! Disse Cristine – vamos responder suas perguntas.
- Somos investigadores paranormais – respondeu John – Podemos ajudá-la, você
esta em nossa casa, ainda na sua cidade e perto da sua casa, não se preocupe, é só
responder as nossas perguntas e tudo acabara bem.
A garota ficou mais calma, engoliu em seco e disse: - tudo bem, irei responder.
- Sou Annie, tenho 16 anos, estudo no 3º ano do ensino médio de CPSA
(Colégio Particular de Sant Adriw).
- Você nos disse que tinha invocado demônios? Perguntou John.
- Sim, foi uma brincadeira com as pessoas da escola.
- Você pode dizer quem eram Annie? Perguntou Cristine.
- Sim. Eram eu, Pedro, meu namorado Bruno, seu amigo Eric e a namorada do
Eric a Lisa, a Bruna e a Nadia também estavam. Agente só queria brincar mesmo,
estávamos assistindo filme, como sempre fazíamos então o Pedro disse que sabia
brincar com os mortos, com a brincadeira do copo. Achei que seria divertido. No
começo, quando ele era meio que empurrado por nós estava até divertido, mas de
repente ele andou sozinho e veio em minha direção – a voz dela foi se tornando eufórica
– o copo veio na minha direção, eles disseram que não podia quebrar o circulo, mas o
medo tomou conta de mim, levantei e comecei a correr, o copo rompeu as letras aonde
eu estava e quebrou.
Annie deu um grito e começou a chorar: - Eu senti uma força me puxando, eu
consegui correr, mas ele veio atrás, na rua ele se transformou num homem, eu corria e
ele andava e quando cheguei naquela casa, o homem apareceu na minha frente, me deu
um tapa e eu caí dentro da casa, eu tentei levantar, mas ele era rápido e veio. Começou a
tirar minhas roupas – ela começou a soluçar – então vocês surgiram e aqui estou –
Annie então abaixou a cabeça e começou a chorar.
- Agora está tudo bem Annie. Agente protege você. Disse Cristine olhando para
John.
Um terrível silencio se fez, só o soluçar e o choro de Annie se ouvia naquela
casa. Em cima, no teto, Natasha aguardava ansiosa a saída de Annie. Uma luz branca
veio descendo do céu. Natasha começou a sentir um mal estar, sentia sua maldade ser
arrancada junto com suas células, ela tentou enxergar aquele ser, mas não suportou e
desmaiou. Ele desceu até a frente da casa, antes que John pudesse ver essa luz ele sentiu
que suas células estavam sendo destruídas, quando se virou para a porta ele teve um
auspicio. Viu o mestre de todos os vampiros Caim, ele se virou ao John e disse: - Anjos
destroem Vampiros num só toque.
John pegou Cristine, com aceleração e correu para o fundo da casa – fazia isso
enquanto gritava: - É um Anjo!
Annie não via nada, mas viu quando numa incrível velocidade John pegou
Cristine e saltando pelos moveis foi para o fundo da mansão. O Anjo adentrou sem
esforço a casa, Annie viu apenas uma luz antes de desmaiar. John e Cristine voltaram
para a sala.
- Ela é protegida por um anjo! Disse John.
- Ela estará a salvo agora John, pense assim. Disse Cristine.
- Ele não devia ter feito isso Cristine, nós a protegemos e a salvamos, ele tinha
que nos dar satisfação ao menos.
- John, ele é um enviado dos céus, não somos seres confiáveis pra eles, sabemos
demais.
Uma fúria tomou conta de John, ele soltou um urro e mostrou seus dentes.
CAP. 3 – Um Novo Dia
Meu celular me despertou às 6h da manhã, retirei meu tapa olho e com a mão
procurei por meu celular no criado mudo ao lado da cama, ao achar olhei quem ligava,
era Bruno, um ex-namorado:
- Bom dia amor! Disse Annie.
- Bom dia Annie. Como esta?
- Eu não sei, tive um sonho estranho, sonhei com demônios, vampiros e affz,
parecia tão real. Meu rosto ta dolorido.
- Nossa, foi só um sonho. Disse ele.
- É, foi mesmo. Mas que foi que me acordou tão cedo?
- Levanta e olha pela janela.
Então levantei meio cambaleando, eu sentia como se tivesse tomado um tapa
forte no rosto e a imagem do sonho de um ser me batendo vinha em minha mente. Será
que aconteceu alguma coisa, eu não consigo lembrar o que aconteceu depois da
brincadeira do copo. Eu estava usando um pijaminha rosa e só de calcinha. Abri a
cortina e lá estava o Bruno em seu fox vermelho. Acenei pra ele e me aprontei. Meus
pais já o receberam e estavam tomando café com eles. Então me sentei à mesa.
- Bom dia a todos! Eu disse.
- Bom dia minha filha, o Bruno veio te dar uma carona até a escola.
- Quem bom Bruno, você é um amor. Eu disse isso enquanto apertava a sua
bochecha. Eu sei que ele não gosta disso.
Meu pai não parecia muito contente, alias, ele nunca parece. Então levantei da
mesa, dei um beijo em meus pais e pedi que eles abraçassem minha irmã de 4 anos que
ainda dormia. Chamei o Bruno e então fomos. Paramos uma esquina da escola.
- Porque parou Bruno.
- É que, tipo, to afim de gente voltar, eu não consigo ficar longe de você.
Segurei em tuas mãos e meus olhos pareciam brilhar, eu sabia que não era uma
boa idéia agente voltar, ele foi muito cachorro, mas seus olhos verdes e seus músculos
me atraiam demais, talvez eu devesse dar mais uma chance, afinal seria a nossa quarta
tentativa.
- Sim, Bruno; vamos tentar, mas será a ultima. Que boba eu sou, eu falei a
mesma coisa da ultima vez.
Bruno soltou um sorriso brilhante, passou sua mãos em minhas costas, vi tua
boca se aproximar, então fechei os olhos e já estávamos nos beijando, foi maravilhoso.
E ficamos por tanto tempo, que perdemos a hora, saímos 6:30h de casa e já era quase
7:30h. então aceleramos o carro, naquela correria, não vimos que uma louca estava
atravessando a rua, paramos o carro quase em cima dela, eu estava boquiaberta. O
Bruno estava acabando com ela, de tanto xingar. Quando voltei em mim, eu a olhei e ela
fez um gesto obsceno com seus dedos e partiu. Chegamos na escola, o portão estava pra
fechar. Então entramos e o portão fechou.
CAP. 4 – Hoje Não É Meu Dia
Meus olhos não enxergam o branco, meus olhos outrora azuis, agora são
completos pelo black, uso lentes para disfarçá-los, meus longos cabelos negros descem
dos dois lados de minha face, o negro do meu cabelo procura esconder o branco do meu
corpo, algo que sei que não adianta, mas me deixa cada vez mais gótico, meus lábios
tocados pelo batom negro, meus olhos contornados com a escuridão, e minha alma,
entregue ao nada, ao vazio.
Meu nome é Alan Jack, vivo a noite com meus amigos, em cemitérios e casas
abandonadas. É, deve estar se perguntando o que os meus pais acham disso, eu
particularmente desprezo os sentimentos deles, apesar de ter apenas 16 anos e ser
totalmente dependente deles, foda-se o que eles acham ou pensam, nunca se importaram
comigo, seus choros foram apenas teatro para me comover, mas esqueceram que sou
gótico, e sentimentos não fazem parte de mim. O que há lá em casa são brigas atrás de
brigas. Doutora, eu acho que quem devia estar aqui são eles, não eu!
A doutora com seu ar de tranqüilidade e de que tudo estava perfeitamente
normal, pegou uns papéis sobre sua mesa e disse: - O seu problema não é você, e não é
colocando o estilo gótico em você, que você poderá fugir de seus verdadeiros
problemas. Encare a situação Alan, o problema está na relação entre você e seus pais.
- Cale a boca mulher! Uma fúria me tocava conta, nunca gostei que tocassem no
assunto meus pais. Minhas expressões faciais foram mudando, com tons de raiva,
enfurecido.
Levantei da cadeira com a cabeça baixa. A doutora pedia calma, e dizia que não
precisa falar dos meus pais. Mas sua voz estava longe, e quando falava a palavra pais,
aquilo martelava minha cabeça. Senti um grande vento em volta de mim e um calor
infernal em minhas mãos. Olhei para a doutora, ergui minha cabeça, e a doutora andou
para trás e quase caiu. Sentia suas pernas amolecidas. Com firmeza, ela olhou nos meus
olhos, neutralizou suas expressões e disse: - Pare! Pare agora.
Aquela voz de segurança por um segundo pareceu me dominar, meus olhos
fugiam do foco, então balancei a cabeça rápido, na esperança de recuperar a coragem,
mas foi em vão. Olhei atrás da doutora que tinha aberto a cortina e eu pude ver a luz e
as janelas, pensei em mi jogar empurrando-a e acabar com tudo, mas tremi ao pensar em
agir. A doutora havia apertado o botão que chamava os seguranças. Parecia não ter mais
saída, corri para trás, abri a porta e corri pelos corredores, o consultório ficava na
escola, e alguns alunos e colegas me viam correndo, chegando à recepção eu encontrei
meus pais.
- O que esta acontecendo filho? Perguntou meu pai.
Meu olhar desviava, eu não conseguia manter minha cabeça quieta, olhei para o
meu pai e disse: - fica longe de mim! Apontei meu dedo em sua direção, lambi os
lábios, abri um sorriso, e corri atravessando a porta, a luz do dia ofuscava minha mente,
eu queria ficar só, precisava disso.
Para minha sorte, o ônibus que me levava para um bar gótico, o “Spark”,
acabava de passar por mim, corri atrás dele e comecei a bater em sua traseira, até que
parou. O motorista abriu, mas expressava raiva, paguei o cobrador e sentei logo ao lado.
Olhei pela janela e vi na reflexão, que minha sombra de olho havia se borrado, um risco
grandioso se fazia em minha face, do olhar até perto da boca, curti estar assim e
comecei a rir sozinho. O ponto de parada era um quadra até o Spark. Então desci, eram
quatro horas da tarde, o sol ainda brilhava. Procurei me esconder nas sombras, pessoas
normais caminhavam nas ruas, como faziam sua algazarra, aquilo me incomodava.
Quando passei por uma loja de incensos, notei um quintal abandonado, com uma casa
caindo aos pedaços, e um grande e forte arvore, uma figueira sem frutos com grandes
folhas verdes. Esqueci de tudo e foquei naquilo, e o que mais me chamou atenção foi
quando vi um gato negro logo em cima. Ele caminhava de um lado para o outro, entrei
na casa e meu estado sentimental se alterou, senti receber energias.
- psiu-psiu-psiu. Comecei a chamá-lo, estiquei meu braço e ele pulou em mim,
fui até desajeitado em pega-lo. Então o olhei, e seus olhos amarelos pareciam ter
penetrado em mim. Sentei junto dele na casa abandonada, fomos para a área do fundo,
na passagem por dentro dela eu notei morcegos em todo lugar, suas fezes ao chão, então
sentamos lá fora.
- É junto deles em que vive gato? Perguntei para que eu mesmo pudesse refletir.
Eu o invejava, pelo menos ele tinha a sorte de viver junto às trevas.
Anoitecemos ali, no crepúsculo, o gato saltou das minhas mãos e correu para
além do quintal da casa, tentei acha-lo, mas não havia nem rastro de sua presença, então
sai da casa e fui até o bar. Olhei o relógio no meu pulso e vi que ainda era seis oras da
noite. Meus pais deviam estar loucos atrás de mim, mas eu sabia que não poderiam
enviar uma busca antes de 24 horas. O bar ainda se encontrava fechado, eu estava perto
do bairro Pringston, o bairro mais rico da cidade, me diziam que a noite ele era
assustador, pensei que talvez fosse lá um local para eu refletir, segui reto e virei a
esquina, uma placa enorme dizia “Bem Vindo A Pringston”. Realmente era assustador,
era silencioso e frio, as mansões eram enormes, um sentido vazio para tudo.
Cap.6 – Preparando A Presa
Ao abrir a porta de minha mansão pôde avistar os “ratos” dos meus vizinhos.
Nosso bairro é o mais rico da cidade, mas aqui só existem seres mágicos, vampiros,
bruxos, magos negros é a maioria em nosso bairro. Eu sinceramente os desprezo, todos
me temem e procuram estar ao meu lado, eu acho até bom, assim me mantenho ao alto.
Eu saí do bairro para caçar. Caminhei como um humano, mas em mim estava o
mistério, andava calmo e com passos largos, na esquina do bairro existe um bar
chamado “Spark”, onde a reuniões de góticos e roqueiros.
Aproximei-me, dois seguranças guardavam a entrada, caminhei subindo uma
pequena escada que dava até eles. Quando os alcancei, eles barraram-me com seus
braços e disse: - É dez reais, meu jovem.
Levantei meu rosto, olhei para o da direita, abri meus lábios e mostrei meus
caninos. Por surpresa, eles abaixaram seus óculos e abriram suas bocas mostrando seus
grandiosos caninos também. Eram vampiros, seres da noite como segurança.
O segurança da direita me segurou com uma mão e me colocou acima do chão, o
da esquerda fez um movimento com os braços, lançou-os para trás, grunhiu e mostrou
seus dentes e voltou o braço para me socar. Ele atingiu fumaça negra, pois no mesmo
instante eu estava atrás dele e com um golpe perfurei da suas costas até o coração e o
arranquei para fora. O outro deu um vôo horizontal em minha direção com seus braços
esticados mostrando unhas afiadas. Quando ele se aproximou muito, eu dobrei minha
coluna para trás e fiquei só com as pernas em vertical, ele foi passando reto, então ergui
minhas mãos e perfurei sua barriga puxando todo seu intestino, ele urrou de dor, então
segurei sua perna, voltei a vertical e com uma mão segurei todo seu corpo apenas
segurando sua perna, veias negras tomaram conta do meu braço e então passou ao
segurança e eu o soltei. Ele caiu ao chão e começou a se contorcer, depois foi se
desintegrando até virar pó.
Ajeitei minhas roupas, parei em frente à porta e como um poderoso vento abri a
porta e com paços largos adentrei. A musica parou e todos olharam para mim. Pelo
cheiro senti muitos humanos, também senti vampiros e demônios, mas sabia que eles
não tentariam nada. De repente a musica continuou e pararam de me olhar, fui andando
até o bar do “Spark”. Sentei e pedi por um wiski. O garçom era um jovem humano de
cabelos castanhos com mexas louras, olhos castanhos e aparentava 19 anos, pele
castanho claro, e seu sangue parecia do tipo O, tinha mais ou menos 1.78 m e 65 kg.
- Seu wiski senhor. Disse o garçom.
O bar estava lotado, seria difícil eu manter uma conversa amistosa com ele, mas
mesmo assim eu tentei.
- Está cheio hoje, não é?
- Ultimamente, quase sempre esta assim, aqui meio que se tornou um refugio
para os problemas.
- Sim, é legal aqui, o ambiente dark traz certa onda de mistério e cautela. De
alguma forma causa paz.
- Você parece inteligente senhor, vesti-se como senhor de classe, o que o traz até
aqui?
- Gosto de novos ambientes, essas musicas e esses locais trazem jovens, gosto de
estar entre eles.
- Você parece um jovem, mas seu jeito de falar e sua inteligência fazem parecer
que é mais idade.
Eu dei uma risada, olhei para ele e perguntei: - O que fará depois do trabalho?
- Irei para casa. Só um minuto.
O garçom teve que atender um cliente, mas não tardou em voltar.
- Se quiser podemos dar uma volta por ai, bater um papo. O que acha? Perguntou
o garçom, meio as pressas.
- Tudo bem, eu vou te esperar. Não quero atrapalhar o seu serviço.
O garçom sorriu e eu fui dar uma volta pelo centro de dança.
Cap.7 – Ouça O Meu Chamado
Quando andava pelo centro da dança conheci uma linda jovem. Seu rosto branco
sobre seus cabelos negros, ela usava pó branco em seu rosto já branco, um batom forte
vermelho e lápis preto em seus olhos, usava-se trajes negros e góticos, ela dançava
esbanjando seu mistério. Aproximei-me usando do atributo de Presença, ela começou a
dançar para mim, a se mover para mim, estiquei meus braços e ela os segurou, eu a
rodopiava, dançava valsa num som que tocava rock. E todos nos admiravam, o DJ
trocou o ritmo para valsa com tons sombrios e góticos. Todos adoraram a mudança e
fizeram roda para nos ver dançar. Até o garçom saiu do seu posto e foi nos admirar.
Nossa dança durou alguns minutos, mas foram minutos mágicos para todos. Ela voltou
a sua consciência e olhava-me querendo mais de meu veneno sedutor, eu sorria ao
mesmo tempo em que sumia na multidão. Ela me procurava e gritava: - Moço sedutor,
onde estás!?
E em sua mente eu gritava: - No cemitério minha linda jovem, no cemitério um
dia me encontrará.
- Meu nome é Helena, me diga o seu!
Ela cansou de me procurar, me procurou até o “Spark” fechar e ela ter que ir
embora.
O garçom também se preparava pra ir e achava que eu não estava mais lá.
Quando lá fora ele destrancou o cadeado da bicicleta eu apareci a uns dois metros em
sua frente.
- Olá garçom. Como esta?
- Eu estou bem, achei que tivesse ido embora.
- Não cometeria esse erro, deixar de desfrutar uma tão agradável companhia.
Ele sorriu e abaixou a cabeça.
- Acho que não nos apresentamos não é? Eu disse.
- Sim, sou Lucio, garçom do “Spark”.
- Bom, eu sou John Willer, moro logo ali, em Springfield, moro e sobrevivo na
herança de meus antepassados.
- Nossa, deve ser realmente rico, para morar nesse bairro.
Lucio dizia enquanto já caminhávamos para direção de meu bairro.
- Se puder, posso levá-lo até lá para que conheça.
- Nossa, seria muito legal.
E então fomos, cada passo dentro do bairro eu olhava suas expressões, ele
parecia vibrar com as construções, com o espaço de nosso bairro. Quando passamos
pela praça, até pensei em parar, mas estava cheia de “ratos”. Eles apenas olharam para
nós, dera alguns cochichos, mas nem fiz questão de ouvir, demos uma volta e o levei
para minha casa.
- As suas janelas me impressionam. Ele disse maravilhado ao vê-las.
- Obrigado.
Quando entramos coloquei ele no sofá e fui buscar um vinho gelado. Para que
ele escolhesse, eu peguei dois.
- Branco ou vermelho?
Ele sorriu, levantou a cabeça até mim e com o rosto aparentando que ia brincar
ele disse: - Branco my lorde.
Sorrimos e então abri o vinho e servi duas taças para nós.
- Você é muito legal em mi trazer aqui, agente nem se conhece direito e você já
me trás. Não que eu estava falando algo ruim, mas é estranho.
- Bom! Estranho é você aceitar em vim, você veio até a casa de um estranho.
Disse a ele enquanto o olhava e piscava o olho.
- Algo em você me faz ter confiança. Você é misterioso e culto. Gosto de estar
com pessoas assim.
Sentei-me ao lado dele, peguei o copo de vinho em sua mão e coloquei na
mesinha de centro ao mesmo tempo em que coloquei o meu. Ele olhava fixamente para
meu rosto, eu ouvia as batidas rápidas de seu coração, ele estava tenso, pelo seu sangue
eu pude saber o que ele espera, mesmo que havia adrenalina simbolizando certo medo
nele isso também trazia desejo maior. Quando sua respiração se tornou ofegante, eu
toquei em seu pescoço e ele soltou um leve suspiro, como um gemido. Passei a mão por
trás e subi pela sua nuca até sua cabeça, afagando seus cabelos. Ele fechava os olhos e
tremia de desejo. Aproximei meu rosto do seu e ele mordia os lábios, seu corpo ainda
era estático, mas seus pensamentos o encorajavam a ir mais alem. Ele ergueu suas mãos
e correu pelo meu peito e pelas minhas costas, ele gemia de excitação a cada toque, eu
suspirava e ele tinha mais prazer. Toquei meus lábios nos seus e ele abriu sua boca, lhe
dei um leve beijo e com minhas mãos em seus cabelos o puxei e deixei seu pescoço em
amostra. Comecei a chupá-lo, todo seu pescoço foi alvo de minha boca, ele começou a
chupar-me também, suas mãos me apertavam com força, seu pênis ficou ereto e cutucou
minha barriga. Ele foi lentamente tirando minha camisa enquanto seu olhar corria pelo
meu corpo, quando despido meu peito ele me abraçou e sua excitação foi maior, seu
pênis pulsava, seus braços me apertavam, sua boca chupava-me todo. Eu senti que era
minha vez de receber prazer. Passei minha mão em seu cabelo, deixei a mostra mais
uma vez o seu delicioso pescoço, segurei com a mão esquerda o seu pênis ereto e com
meus dentes em amostra, lhe cravei uma mordida, aquele sangue excitado era como mel
em minha boca, sugava cada gota que escorria. Pensei em deixá-lo vivo e ser meu
lacaio, mas era o que eu menos precisava no momento, pensei em transformá-lo, mas só
atrasaria minha vida, então suguei cada gota de seu sangue, cada vasinho liberando
sangue eu sugava, e assim o matei, no sofá de minha sala ele teve o prazer e a morte.
Joguei seu corpo num freezer na cozinha, talvez Cristine o queira para suas
experiências.
Cap.10 – Na Mira de Demônios.
Assisti às aulas, meu recreio foi um tédio, agora que voltei com Bruno, tive que
passar o tempo todo e ainda aturar risadinhas de outras pessoas, bom, querendo ou não,
essa era a quarta tentativa.
Um pouco antes de bater o sino pedi para ir ao banheiro, precisava olhar minha
maquiagem. No banheiro, bem na entrada tem um espelho enorme de largura bem ao
lado. Comecei a me olhar, arrumar o cabelo, e retocar a maquiagem. De repente meu
batom cai na pia, abaixei a cabeça para vê-lo e com a mão o peguei, ao olhar para o
espelho novamente, um rosto com sombras surge e desaparece, eu dei um grito e cai de
costas, andei sentada para trás e me encostei na parede, eu estava muito assustada,
primeiro são os sonhos e agora essas visões horríveis, alguma coisa tava acontecendo
comigo. O sino bateu, mas nem isso pode me tirar dali.
- Annie! Minha nossa, cadê essa garota? Disse Bruno procurando por Annie na
escola.
Dando voltas na escola, um cara se esbarrou em mim e fez o material de Annie
que estava comigo cair. Ele ficou imóvel olhando pra mim, só aumentando minha raiva.
- Abaixa e recolha o material! Ordenei furioso.
- Acho que ela foi embora, a vi na rua um pouco antes de bater o sinal. Disse o
rapaz alto, branco, cabelos e olhos negros e todo tatuado.
- De quem você está falando imbecil!
- De Annie, não é quem você procura?
Minha mente saiu do foco, balancei a cabeça para recuperar e quando voltei em
mim o rapaz já tinha ido. Então abaixei, recolhi o material e vi que um bilhete caiu do
caderno de Annie. Peguei-o no chão e li:
“Copo que da voltas, copo entre números, copo entre letras, copo do diabo, copo
que possui, copo que atormenta, brincou comigo, agüente as conseqüências!”
Eu dei um passo pra trás, minha expressão foi de espanto. Nunca imaginei que
Annie pudesse mexer com esse tipo de coisa, amassei o papel e joguei-o bem longe. Fui
a grandes passos até meu carro e então fui pra casa de Annie.
- Hei menina! Já acabaram as aulas. Deixe-me limpar agora. Disse uma senhora
baixinha, dos cabelos crespos com tons negros e brancos.
Eu levantei devagar, olhei mais uma vez para o espelho e só nossos reflexos. Vi
que na escola não havia ninguém, e que o Bruno me abandonara, fiquei super chateada,
minha casa é algumas quadras da escola, mas eu estava tão desnorteada que resolvi ir a
pé. Era meio dia, o sol ardia em minhas costas, eu não conseguia tirar aquela imagem da
minha cabeça, e o Bruno, ele me deixou a pé. Na esquina seguinte passou um carro com
uma garota dentro, ela parou um pouco a minha frente e esperou eu me aproximar para
dizer: - Oi, sou Kimberli, tudo bem?
Ela era uma garota branca dos cabelos rosados, era bem perfeitinha.
- Oi, tudo e contigo? Respondi fazendo um rosto sorridente, mas não era o que
eu queria expressar, talvez fosse medo meu verdadeiro sentimento.
- Parece cansada, quer uma carona?
Nunca fui de aceitar carona de estranhos, mas ela parecia ser simpática e estava
realmente querendo me ajudar. Então disse sim e entrei no carro. No caminho fomos
conversando, coisas de meninas.
- Mas então, você é uma garota bonita, não tem namorado?
Achei super estranho essa pergunta, primeiro que eu acabara de conhecê-la, e ela
vem com essa pergunta, e uma mulher, desconfiei que fosse lésbica, mas mantive a pose
de boa moça e respondi: - Tenho sim, só que ele estava ocupado hoje.
- hummm. Respondeu ela – você ainda não disse seu nome – ela continuou.
- Nossa; desculpa; sou Annie. Prazer.
- Igualmente.
Minha casa não era longe e logo chegamos.
- Obrigada pela carona. Agradeci a Kimberli.
- Tudo bem, bom, aqui está meu telefone caso precisar. Seus olhos brilharam e
aquilo por alguns segundos havia me hipnotizada, então dei tchau e entrei, eu senti que
tinha que telefonar mais tarde.
- Não atrapalhe meus planos vampira. Um ser saindo da sombra da arvore disse
a Kimberli.
Assustada, Kimberli procura pelo ser e não vê nada. Suas feições mudam e um
vento gélido na espinha penetra seu corpo.
- Sei que querem matá-la, mas não matarás antes dela cumprir meu plano! Que
fique claro, o que será morto serão vocês!
Um calor de repente tomou conta de Kimberli, um calor mortal, ela urrou de dor
e se transformou num morcego e saiu voando.
Cap.11 – Adolescentes
- Ainda sem entender Bruno? Disse um rapaz alto, branco, cabelos negros que
desciam até os ombros e olhos verdes, aparentava 70 kg de músculo. Tinha uma voz
intelectual.
- Como que ela pode ficar brava comigo, eu a esperei, procurei cara, mas não
achei, não foi minha culpa.
- Relaxa; hoje vocês ficam de boa.
- Espero. Mas e você e sua namorada, como estão?
- Estamos bem, eu não esqueço ela na escola. Brincadeira. Falou esse homem
enquanto lhe piscava o olho.
- Engraçadinho!
- Hoje eu vou estudar com ela, na escola de vocês.
- Legal Eric, eu já to pronto e você?
- Eu também, só vou ligar para Julio, para que ele dê alguma desculpa pra eu
faltar à faculdade hoje.
- Nossa! Que arqueólogo você será.
- Para! É só hoje.
Pegamos então o carro e fomos para escola.
Hoje eu levantei de mau humor, primeiro que eu caí da cama, havia sonhado
com uma cobra, eu a abraçava e ela se sentia muito feliz. Então já levantei, fui ao
banheiro e escovei os dentes, depois troquei de roupa e fui pra escola. Por incrível que
pareça meu irmão Pedro foi comigo, bom, me enchendo o saco a viajem toda, me
chamando de emo.
Cheguei à escola já encontrei meus amigos: - Ola Xereja, como vai?
- Estou bem Diguinho, e você Susto, como esta?
- Bem também.
Andamos pela escola e sentamos no pátio, no chão, ficamos conversando até
bater o sinal. Uma amiga da minha sala veio falar comigo hoje. A Sarah, uma garota
magrela, branca e que usa óculos.
- Oi Michele, tudo bem?
- Tudo Sarah, e com você core?
- Ta legal também.
Dei um sorriso e lembrei do meu sonho:- Gente, hoje eu tive um sonho com uma
cobra, foi horrível, eu a abraçava e ela gostava, que horror!
- Credo amiga! Que trágico. Respondeu Susto.
- Pode ser gravidez Michele. Argumentou Sarah
Olhei assustada pra ela e disse: - Ain Sarah, que horrível! Nem namorado eu
tenho.
- Quem sabe hoje você não encontra seu príncipe encantado. Disse Diguinho.
Eu pensei alguns instantes e disse: - nãooo. De forma bem irônica, balancei a
cabeça e olhei para a cantina e vi um rapaz lindo comendo um salgado. Sarah falava e
eu não ouvia, só soube olhar para ele. De repente seus braços se ergueram e ele me deu
um tchau e me chamou. Meu coração acelerou, soltei um lindo sorriso e quando fiz
menção de levantar, eu vi Annie que foi na minha frente, ela estava atrás de mim com
suas amigas, ai que ódio, o gatinho tinha apontado pra ela, que raiva. Fiquei toda
vermelha.
- Meu dia está péssimo! Quando eu encontro um cara legal! Aquela idiota da
Annie o rouba de mim! Falei olhando para os meus amigos me mordendo de raiva.
- Calma Xereja, não viaja, aquele é meu irmão, e Annie namora com o melhor
amigo dele. Disse Diguinho.
O sino tocou e tivemos que entrar. Nem prestei atenção nas aulas, eu não
conseguia tirar aquele homem, um cara branco, dos cabelos negros e olhos verdes da
minha cabeça. Finalmente o sino bateu e saímos para o recreio, sentamos no pátio
novamente.
- Ele é perfeito. Eu dizia enquanto não parava de olhá-lo.
Uma amiga nossa chamada Nadia se aproximou e ouviu meu comentário.
- Ah, o Eric! Eu o conheço, ele faz arqueologia na faculdade, veio aqui só hoje e
já ta cobiçado por um monte de mulheres. Disse Nadia.
- É! Eu sei! Eu o vi com a insuportável da Annie. Comentei com tom leve.
- Calma, aquela é amiga dele, ele namora com Leide.
- Não, ele não namora mais. Eu disse com tom de armação.
- O que você está pensando Xereja? Perguntou Diguinho.
- Veja – respondeu Xereja – Eu levantei e fui ate o Eric. Ele estava com Bruno e
Annie.
- Oi! Eu disse sem graça.
- Oi, prazer, Eric.
- Prazer Michele. Eu queria chamar você pra sair hoje, para interagir com os
alunos, o que acha?
- Ah! Desculpe, mas hoje não dá. Ele respondeu fazendo uma cara de decepção.
- Por quê? Perguntei indignada.
De repente chega Leide, uma linda morena de cabelos compridos e cacheados. E
o abraçou. Uma raiva tomou conta de todo meu ser, eu não vi a hora que peguei aquele
cabelo grenho e puxei. Foi ai que começou toda a briga, todos os tapas e puxões de
cabelo. Eric separou-as, Xereja olhou para ele, então se aproximou e o beijou. Eric
empurrou Xereja, Leide veio e lhe deu um tapa, pegou na mão de Eric e saíram. Xereja
saiu correndo, foi até seus amigos e começou a chorar. A escola toda olhava pra ela e a
chamava de emo, emo melancólico, e mandava ela embora, dizendo que não era bem
vinda. Isso aumentava ainda mais o seu choro.
- Eu só queria ficar com ele. Eu falei enquanto soluçava – Mas será que é tão
difícil encontrar alguém.
- Calma amiga! Vamos arrumar um garoto bem legal pra você. Disse o Susto
esbanjando um sorriso caloroso. – Que tal o Ronaldo?
- Ain credo! Ele não. Disse Xereja. Então ficaram jogando nomes, mas nenhum
se encaixava pra ela.
Cap.12 – Alvo Fantasma
Após a briga de Leide com Xereja eu fui ao banheiro para urinar e lavar o rosto.
O Bruno veio comigo. Quando entrei no banheiro, vi manchas vermelhas no chão, olhei
para o Bruno e ele nem se importava então deduzi que fosse assim mesmo.
- Ta podendo em Eric, duas beldades brigando por você. Risos
- Nem me fale, eu já to querendo terminar e ainda acontecem essas coisas.
Bruno desabotoou as calças e abaixou o zíper, então começou a urinar.
- Leide é uma pessoa legal, só que muito mimada. Disse Bruno enquanto
urinava.
Olhei para ele e sem querer eu vi seu pênis, algo natural para os homens, mas
aquilo de alguma forma me incomodava, certo medo que se brotava em meu peito.
- Concordamos nisso. Falei enquanto recuperava a coragem.
Ele fechou as calças e foi lavar as mãos e eu continuei lavando o rosto. Ele veio
por traz de mim, colocou seu braço em volta do meu pescoço e disse:- Relaxa, você é
quem me ensina como pegar as meninas.
Sorri e disse: - Tenha certeza que sim. E dei uma gargalhada ameaçadora.
Saímos do banheiro e fomos encarar as meninas. Na saída eu senti uma tontura.
- Você está bem Eric. Ouvi sua voz que aos poucos iam sumindo. Ele parecia
estar se desesperando.
De repente desmaiei, levantei um tempo depois num salão sujo e cheio de
sangue. Um gato negro veio até mim e começou a me farejar. Assustei quando ele abriu
a boca e começou a falar.
- Eric, seus conhecimentos arqueológicos me estimulam.
- Quem é você? E o quer comigo?
- Sou Willian, fui morto e vivo preso nesta casa, preciso de você Eric, venha até
mim, ou te trarei a força.
Acordei dentro da diretoria da escola com a diretora passando álcool em minhas
narinas.
- Você está bem amigo? Perguntou Bruno que estava junto à diretora.
- Acho que sim, ainda perplexo.
- O que ouve Eric? Uma voz intelectual e rouca se dirigiu a mim. Ao olhar, era a
diretora.
Eu não hesitei em dizer que não sabia, que simplesmente desmaiei. Bruno me
levantou e pediu permissão para levar-me pra casa. Caminhamos nos corredores do
colégio e um emo me interceptou.
- Saia da frente pirralho! Pigarreou Bruno.
- Fuja do gato Eric, fuja! Ele te trará problemas.
- Já chega Éder, seu emo do caralho. Agora saia! Gritou Bruno.
A saída foi frustrante, todos nos olhando, Annie balançou a cabeça como se
entendesse deixa-la para me levar. E assim saímos da escola. Eric me deixou em casa e
foi na farmácia comprar remédios, eu estava em choque e não havia aberto a boca. De
repente, num súbito fôlego, voltei a mim, alguém havia batido na porta. Levantei
lentamente e fui atender. Era um garoto gótico, parecia assustado, ainda que contra
meus princípios, eu o permiti entrar, e logo o convidei para sentar.
- O que foi garoto? Eu perguntei.
- Sou Alan, preciso falar com você.
- Da onde me conhece garoto, e cadê seus pais?
- Por favor – a voz dele foi se alterando – deixe eu lhe falar!
- Baixe o tom mocinho, não sou nenhum conhecido para você ter essa liberdade.
O garoto abaixou a cabeça e rapidamente suas mãos tocaram em mim. Mais uma
vez vi o gato negro, antes que a visão pudesse acontecer, retirei as mãos do garoto sobre
mim e levantei; alterado, eu gritei: - Some daqui garoto estranho!
- Vai se arrepender. Ele disse friamente.
Logo quando ele saiu, eu sentei mais uma vez perplexo, e Bruno entrou na casa.
- Quem era o gótico que saiu daqui?
- Sei lá, ele é muito estranho.
- Sabe do que você precisa, é de diversão, essa noite nós vamos sair para dançar.
Eu o olhei com uma cara de desaprovação, eu estava afogado nos meus
pensamentos que nem eu conseguia entender. Mas quando o olhei, eu não pude explicar,
mas minha boca simplesmente disse sim, então continuei: - Acho que está certo.
- Muito bem John, como adivinhou que preciso de um humano morto para
experiências?
- [risos] eu te conheço minha irmã.
- Me conta, como foi a noite de caça?
- Foi fantástica, conheci uma gótica muito interessante, mas me interessei pelo
garçom, então o trouxe. [risos]
- [risos] Você é bem imprevisível mesmo. E a ordem, como vai?
- há tempos que não vou às reuniões, estou cansado das baboseiras vampíricas.
Estou mesmo preocupado é com Annie, como será que ela esta?
Sentamos numa das mesas da lanchonete da escola, havia alguns alunos que nos
olhavam com desprezo, mas aprendemos a ignorá-los.
- Éder, suas visões andam aumentando? Perguntei-o.
- Na verdade, é mais que isso meus miguxos. Eu tive um horrível sonho.
- Como assim? Porque não nos contou? Disse Diguinho.
Eu vi que Susto estava pálido, e vi quando respirou fundo e nos disse:
- Eu vou morrer!
Todos nós ficamos espantados, umas três vezes eu fiz menção de falar, mas não
me saia voz e Sustinho continuou: - daqui alguns dias, tudo o que conhecemos ira
mudar, eu vi batalhas, eu vi monstros, vi amigos, vi irmãos. Vai ser um mundo em que
poucos sobreviverão. E nesse mundo novo algo incrível ira acontecer, uma paixão que
não pode jamais acontecer.
- Susto! Isso é incrível! Disse Diguinho.
Saí bravo, eu sabia que tinha que encontrar outra forma para atraí-lo, mas como?
Ele parecia assustado demais, e eu terminei de assustá-lo. Willian o quer para tomar-lhe
o corpo, e como está preso aquele corpo, ele me ensina as artes das trevas e com ele
farei a transferência. Mas se eu não conseguir atraí-lo até a figueira, tudo estará perdido,
e hoje a noite é o momento de emboscá-lo, preciso pedir ajuda.
Voltei rapidamente à casa velha e fui logo chamando por Willian. O gato não
tardou a aparecer.
- Alan! Porque toda essa algazarra? Disse o gato.
Respirando fundo eu respondi: - Não sei o que fazer para atrair Eric.
- Mas a visão que eu o ensinei e projetei? Não deu certo.
- Ele não quis prestar atenção, tentei forçar, mas ele quase me bateu, tive que
sair as pressas.
O gato negro andou pela casa de um lado para o outro, comecei a ver espíritos
antigos. Subitamente uma velha apareceu, eu caí de susto, mas Willian pareceu
reconhecê-la. Eles falavam em línguas estranhas, parecia lhe ensinar. Após alguns
minutos, Willian pediu que eu o acompanhasse ao fundo da casa. Havia um poço, e nele
um balde.
- Traga o balde Alan! Willian exigiu-me.
Mas que depressa fui puxando-o, ao atingir a superfície, o gato pulou no chão e
fez um sinal para que eu levasse até o solo o balde. Então eu fiz.
- Olhe fixamente nessas águas Alan, e repita o que eu lhe disser.
Disse sim com a cabeça e pus-me ao solo e olhei tão fixamente que sentia cada
vibração das águas em minha mente.
- “Águas de chuva! Águas de benção! Toco-lhe e torno-te negra como minha
magia. Com a força da minha mente, nesse campo hei de penetrar, verei o presente e a
sua mente, quando derramar meu sangue, em você serei potente!” Disse malignamente o
gato.
Repeti com certa força e concentração cada palavra proferida por Willian, ao
final, cravei meus dentes em meu dedo, como o gato me ensinou. A dor foi grande, mas
suportei pelo aprendizado que estava tendo, eu não tinha mas nada mesmo que me
preocupar, os meus pais, daqui alguns dias não existirão mais. O sangue verteu do meu
dedo e foi caindo gota a gota no balde. E então senti algo profundo, como se um espírito
obsessor penetrasse em mim, minha cabeça rapidamente se pos ao alcance d visão do
balde e eu vi! Vi Bruno e Eric, pareciam estar em casa, o som ainda não era totalmente
audível para minha percepção espiritual, mas conseguia entender algumas coisas, coisas
importantes para este momento.
- Se apronte Eric, hoje você vai sentir a festa. Bruno dizia todo empolgado.
- Mas e nossas namoradas, não vão com agente?
- Que isso Eric, a noite hoje é nossa!
Foi tudo de importante que eu precisei ouvir. Quando olhei para o lado não vi
mais o gato, mas entendi o recado.
Levantei da cama, eufórico e suando frio. O meu sonho ainda era claro e eu
preciso avisar o Eric, ele corre grande perigo. Tava a noite e tive que sair escondido,
pulei a janela e fui até a casa do Diguinho e o acordei ligando para o seu celular: - vem
aqui fora, estou aqui, venha depressa.
Ele não disse nada, só desligou o celular e veio.
- O que ouve. Ele perguntou ainda bocejando.
- Eric corre grande perigo, não consegui decifrar o meu sonho, mas havia
fantasma, arvore antiga e vampiras. Temos que avisa-lo do perigo.
- Susto, é bobagem avisa-lo. Ele não ira lhe ouvir, e pior, vai te dar uma surra,
como todos os fortões do colégio.
- É um risco que devo correr. Você vem?
Diguinho consentiu com a cabeça e veio, fomos até a casa da Xereja. Por sorte
ela estava na sala assistindo TV. Então bati na porta. Ela rapidamente e surpreendida
abriu.
- Susto? Diguinho? O que fazem aqui a essa hora?
- Bom, vem com a gente, que no caminho eu explico tudo. Disse Susto.
- Ta.
Ela veio com a gente, então fui explicando tudo, a casa do Eric ficava um pouco
longe, mas fomos a pé com muito animo, ou pelo menos eu estava animado. Antes de
chegarmos a casa dele, eu vi o fox vermelho, o Bruno e o Eric estavam nele. Entrei na
frente e fiz parar.
- Ta loco, guri que da susto! Gritou Bruno.
- Com licença arrogante, o assunto é com Eric. Disse Xereja.
Erick abaixou o vidro e ouviu o que Susto foi falar.
- Eric. Sonhei com você! Disse Susto.
- O que, agora você enlouqueceu mesmo, veio parar a gente para dizer isso?!
Você é gay? Fala a verdade? Perguntou Bruno perplexo.
- Vamos ouvir Bruno, como foi garoto? Continuou Eric.
Susto respirou e continuou: - Eu vi Fantasma, Arvore antiga e vampiras. Há! Vi
um gato negro também.
Este ultimo ser, dito por Susto fez Eric tremer. Ele se lembrou de suas visões e
de Alan. Mas quando voltou a si e pensou em falar alguma coisa, os garotos haviam
sumido.
- Bruno? Cadê os garotos? Perguntou Eric, agora sendo o agente da ação.
- Você não viu, vieram os pais deles e levaram-nos. Ta cego Eric.
Eric então balançou a cabeça e seguiu para a festa.
Quando conversava com Eric, tive uma sensação estranha, quando desviei o foco
eu havia desaparecido. Num segundo seguinte eu estava dentro de uma sala com
paredes enormes, um tanto grande e com uma única janela muito no alto, eu tive uma
sensação horrível e vomitei.
- Que nojo Susto. Disse a Xereja.
- Ain, que amor. Que bom ver que estão aqui comigo. Disse Susto derramando
lagrimas em seu rosto.
- Sim coração, sempre unidos. Mas e o Diguinho, ele não quer acordar.
Então levantei e fui até ele, coloquei meu ouvido em seu peito e então ouvi as
batidas de seu coração.
- Ele esta bem, só desmaiou. Disse Susto alegremente. E continuou: - mas como
viemos parar aqui exatamente.
- Ainda não sei, num segundo estávamos lá, depois senti uma mão estranha e
gelada e então apareci aqui. Parece ser uma sala de uma grande mansão.
Um terror tomou conta de mim, uma ansiedade que me fez suar e tremer.
- Será que estamos em Springfield?
Xereja fez uma cara de espanto e sentada foi para trás depressa até a parede e
ficou horrorizada.
Ficamos aqui por um longo tempo e Diguinho não acordava de maneira alguma,
tentamos de tudo, só não gritamos por medo.
Não demorou e a porta se abriu, eu não havia reparado no quão enorme ela era.
Quando aberta, pude ver apenas de longe uma sombra e um corpo que foi arremessado
aqui para dentro. Mas que rapidamente, quando a porta havia se fechado eu e Xereja
fomos ver quem era. E para nossa surpresa é o Bruno. Todo arranhado, mas no geral
ileso, estava vivo e respirando. Então sentamos e ficamos quietinhos por mais um longo
tempo.
Sustinho começou a ter umas convulsões, então eu e Xereja tentamos segura-lo,
mas ele estava com grande força e começou a nos machucar, então o observamos de
longe. Após suas convulsões ele levantou assustado, virou para mim e Xereja e nos
disse: - Minha hora chegou!
Ele então caiu novamente ao chão, teve mais uma convulsão e uma respiração
profunda, terminando num ultimo suspiro. Um brilho azul o envolveu, e depois saiu
dele e bateu de frente a parede e sumiu. Susto então tremeu e virou pedra, sim o seu
corpo foi petrificando, parte por parte foi ficando sólido, e aquilo foi ao mesmo tempo
incrível e assustador, o Bruno então acordou.
- O que estou fazendo aqui? Ele perguntou bravo.
- É o que todos nós nos perguntamos Bruno.
- Para! Gritou Xereja eufórica – gente! O Susto virou pedra!
- O susto o que? Indagou Bruno enquanto olhava o monumento ali na sala
estático no chão.
Bruno nos olhou intrigado.
- Sim, é o nosso amigo, o Éder, ele virou pedra. Eu disse expressando apatia.
Bruno ficou perplexo e não teve palavras, permaneceu em silencio. Depois
recuperou a coragem e perguntou: - E Eric, vocês o viram?
- Não. Eu respondi por que Xereja ainda chorava. Só estávamos nós três aqui, e
logo depois veio você.
- Minha nossa. Começo a lembrar.
- Do que? Eu indaguei.
- Duas mulheres, nós saímos com duas mulheres, fomos pra uma casa
abandonada perto do Spark’s. Depois ela nos atacou, como se fossem vampiras. Então
acordei aqui. Ele disse expressando que procurava as lembranças.
Xereja enfim se acalmou.
- Receio que não são parecidas com vampiras; creio que são. Disse Xereja agora
mais calma.
- Cala boca garota estranha, desde quando existem vampiras?! Esbravejou
Bruno.
Xereja só o olhou com desprezo.
- Acho que temos que parar com a briga e encontrar uma forma de sairmos
daqui. Eu disse a todos.
Todos então concordaram, procuramos todos os espaços da sala, mas só havia a
porta e a janela.
- Se tivéssemos ao menos algo para arremessar. Então poderíamos sair pela
janela lá em cima. Disse Bruno.
- E como sairíamos bonitão? Disse Xereja com ironia.
- Eu pratico arco e flecha, com a flecha e algumas roupas, rapidão estaríamos do
outro lado.
Eu e Xereja então admiramos. Sentamos para pensar em alguma coisa. Foi
quando a porta abriu novamente. Mas dessa vez ninguém tinha sido arremessado, dois
homens e uma mulher foram lentamente entrando, os homens tinham um olhar
misterioso e eles se vestiam como seres luxuosos, a mulher era bela e arrastava seu
vestido que mais parecia uma camisola de seda pura. Ficamos observando aqueles seres
encantadores adentrarem magnificamente. Um loiro de olhos claros, lindo e encantador,
o outro, tinha uma cara de louco, olhos vagos e olhavam para o nada, era belo mas
cafona e possuía os cabelos bagunçados. E a mulher, essa era realmente linda, tinha
estilo e parecia ser vaidosa. Seus olhos profundamente azuis e sua boca bem
vermelhinha, atraiu todos os nossos sentidos, Bruno havia ficado paralisado ante aquela
beleza.
- Ola meninos? Disse a voz mais bela que já conheci. A doce mulher entre eles.
Respondemos unânimes e ela sorriu.
- Jovens rapazes em nosso lar, que tristeza deve estar não? Ela disse sorrindo.
Não conseguimos responder. Mas algo estava diferente agora, ela não era mais
tão sensual. Como se voltássemos de um transe.
- Então, esses três são as nossas vitimas. Hahahaha – ele sorria tenebrosamente –
mas falta um. Cadê o outro rapaz? Perguntou o louco.
- Serve este empedrado criatura burra! Disse o loiro impaciente.
- Mas o que ouve com ele? Perguntou o louco.
- Provavelmente alguma magia das paredes dessa mansão. Disse o loiro
rapidamente.
- Bom; isso agora não importa mais, vamos escolher novas vitimas, quero esse
jovenzinho. Disse a sensual enquanto olhava para mim.
Um medo tremendo foi me tomando e eu comecei a tremer.
- Acalme Diogo, eu vou salvar agente.
O Louco riu, gargalhou-se como uma criança.
- Tolo! Ele disse – como acha que vai nos vencer. Ele então abriu sua boca e
mostrou poderosos dentes afiados. Aquilo fez minhas pernas bambearem.
Num instante seguinte eu só senti uma terrível dor na garganta, eu fui
agonizando, e agonizando. A vista foi escurecendo, escurecendo.
O meu Deus, o Diguinho perdeu a cabeça.
- ahhh! Soltei um grito estrondeante. O vampiro loiro foi velozmente até ele,
com uma mão segurou seu corpo e com a outra dilacerou seu pescoço e sua cabeça voou
pela sala. Foi horrível, aquele sangue jorrando, e o loiro atacou o corpo jorrando e foi
tomando o sangue todo.
- Mas você é tão exibido. A voz doce da vampira sensual se ouviu.
O louco gargalhava-se de prazer.
- Agora faltam só os dois. O meu e o seu Paul. Disse a sensual.
Então eles nos olharam como caçadores, os olhos brilhando avermelhados, com
dentes pontudos. Eles rosnavam e pouco a pouco se aproximavam, nos obrigando a
recuar cada vez mais. Ao certo momento, cheguei a tropeçar em Susto empedrado e cai
de costas, quando abri os olhos o Paul estava em cima de mim, rosnando e mostrando
dentes muito pontiagudos, aquilo me assustou muito e eu fiquei sem reação. Olhei para
o lado e vi a sensual em direção ao Bruno.
- Lindo minha vitima, muito lindo. Ela dizia enquanto se aproximava.
- Se afasta de mim criatura do mal. Ele dizia tentando impor coragem.
Ela ria e num súbito parar vertical, ela esticou os braços e Bruno paralisou. Ele a
contemplava como se fosse uma jóia raríssima.
- A uma mulher tão bela quanto eu rapaz?
- Não minha deusa, você é a mais linda de todas.
Ela sorria muito. Então olhei novamente para cima, o Paul começou a me
lamber, eu tentei lutar, mas ele havia segurado com muita força os meus braços, que
chegava a me doer. Aquela situação já estava muito embaraçosa e eu já pensava em me
entregar, não havia mais saída. Não viria ninguém para nos salvar. E Paul começou a
me molestar, começou a passar a mão em minhas pernas, sua mão era gelada e fazia eu
me arrepiar, e aquilo parecia excitá-lo cada vez mais.
- Mortalzinha de sangue quente, como te desejo.
Eu não podia argumentar, estava demasiadamente sufocada com toda a situação.
Foi onde arranjei forças, do nada, senti que podia lutar, tentei de todas as formas
empurrá-lo, então fui esperneando e me movendo cada vez mais, meus braços doíam
muito. Mas acho que essa minha tentativa fez brilhar uma idéia em Bruno. Aquilo o
tirou da paralisia, mas ele fingiu ainda estar, piscou seus olhos para mim. Então fez uma
reverencia a sensual, e eu continuei a me mexer. De baixo, ele puxou suas pernas e a
derrubou. E correu para vim me salvar. Paul havia percebido, e então se embaraçou, foi
ai que me soltei e tentei empurrá-lo, mas ele era muito pesado. Bruno então chegou e no
ar esticou uma de suas pernas e o jogou contra a parede. Rapidamente eu levantei e
comecei a correr junto a ele. Na porta, numa grande velocidade, a sensual nos alcança,
na frente de Bruno ela o arremessa para traz sem nem tocá-lo. Eu corri, e ao lado da
porta na parte exterior, tinha um arpão, tratei de pega-lo e arremessei para Bruno. A
sensual veio para cima de mim, enquanto Paul recuperava a lucidez. Bruno então,
corajosamente arremessou o arpão com toda pontaria que seu treinamento lhe deu, e
perfurou o estomago da sensual e ela caiu inconsciente no chão. Ele correu até mim e
começamos a caminhar num longo corredor que dava ate a uma escada.
- Temos que andar sorrateiros, Bruno. Eu disse bem baixinho.
- Eu sei, estamos numa mansão, só temos que encontrar a saída antes que nos
encontrem.
Subimos à escada e saímos no quintal, num lugar gramado e cercado de arvores,
de longe se via uma luz. Mas era arriscado ir por lá, então fomos pelos fundos, pelas
arvores do quintal. Chegamos atrás do bairro Springfield e fomos correndo para casa de
nossos entes queridos. Bruno foi até a policia, e eu fui para a casa de Diguinho. Tenho
que avisar seus pais, e depois vou à casa do Susto também dar a noticia. Foi ai que
derramei em lagrimas, meus dois melhores amigos estavam mortos.
Cap. 15 – Traição
Fui direto para casa de Diguinho, eu tinha que avisar aos seus pais tudo que
tinha acontecido. Sua casa estava toda fechada, também pudera, estava recem
amanhecendo. Procurei pela janela do quarto de seus pais, quando encontrei, na janela
dos fundos perto da porta eu bati com muita força a janela e gritava o Sr. E Sra. Collin.
Mas ninguem acordava, eu estava agoniada já. As portas todas trancadas, não
tinha como eu entrar. Então fui obrigada a ir para a casa dos pais do Susto, depois eu
voltaria, ou então avisaria a policia.
Quando eu chegava na casa do Susto, já estava clareando, foi olhando as janelas
e vi que duas sombras se desmaterializaram na minha frente. Pude ver rastros de sangue
no chão e aquilo me assustou muito. Primeiro os pais do Diguinho não respondem,
agora essa cena na casa do Susto. Eu poderia gritar, espernear, sair histérica, mas
sinceramente, nada disso eu estava afim de fazer. Tudo outrora poderia ser dramatico,
ser estranho. Mas depois de noite passada, tudo quase que parecia normal. No fundo, eu
sabia o que havia acontecido com os pais do Susto e do Diguinho. Pois assim como
eles, os seus pais também estavam mortos. Era trágico dizer aquilo, mas era a nova
realidade. Então voltei pra casa, teria que dar explicações aos meus pais, mas o que eu
iria dizer.
Vindo para casa, senti um forte vento passar por mim, e então aonde eu estava
não era mais o lugar, estava tudo diferente e ainda muito iluminado para mim, mas
quando minha visão foi se tornando normal eu vi que estava na esquina no bairro
Springfield, em frente a uma casa antiga, e a luz que Eder se transformara estava
brilhando numa grande arvore antiga, pelos buracos do muro, vi que Annie e Alan se
aproximavam, então corri para atras de uma arvore que fica ao lado do muro do bairro
Springfield. A luz do Eder brilhou em mim e então tive um pressentimento, Annie iria
morrer ali. Então a gritei. Annie virou para mim e eu corri e lhe dei um grande abraço e
então eu disse: - Annie, fuja! To te vendo morta, Annie, fuja! Por favor!
Após eu falar, vi que na casa surgiu um homem todo de preto, então empurrei
Annie e comecei a correr, e ela veio junto comigo. Ela gritou por Bruno e eu disse que
com ele estava tudo bem. Eu não estava entendendo nada, o que eu estaria fazendo ali, e
aquele ser. De repente senti um grande conforto, uma luz que se aproximou, não era a
mesm do Eder, mas era algo incrivel. Aquilo me fez sair de mim e quando me dei conta
eu já estava chegando na porta de casa.
Minha mãe estava fazendo o café quando adentrei por aquela porta, era umas
seis horas da manhã. Ela ainda não havia notado minha presença, a porta de entrada da
na sala, e a cozinha é logo em frente, sem paredes, só um balcão para separar. Ela tinha
o ar preocupado e quando me viu ficou muito espantada.
- Michele?! Disse minha espantada – Pra onde você estava que está todo suja?
Você não dormiu em casa?
Eu comecei a chorar, a cheguei a soluçar. Minha mãe parou tudo que estava
fazendo e veio me abraçar. Eu a apertava com tanta força que eu queria que tudo que
tinha vivido essa noite sumisse. Meu pai e meu irmão desciam as escadas quando me
viram com minha mãe.
- Oh Meu Deus! Algum problema? Michele, porque esta assim?
Eu não conseguia responder, eu só chorava. Minha mãe me mandou tomar um
banho. O meu pai tentou argumentar, mas minha mãe fez um sinal e ele se calou. Eu
precisava desse tempo só.
Entrei no banheiro, liguei a água do chuveiro e então varias imagens me
atordoaram. Era o Diguinho, o Eder, eu sentia tanto por eles. Então mais uma vez
desabei no choro. Os vampiros, o ataque daqueles dois, foi tudo tão horrivel, e eu ainda
não conseguia colocar que tudo aquilo fosse real. Aos poucos foi aguaixando até me
sentar e deixar as águas me banharem. Minha vida estava perdida, eu não tinha mais
ninguem, nenhum amigo e ainda carregaria comigo aquela imagem para sempre. O meu
banho estava demorado, e eu sabia que ainda teria que dar explicações. Então terminei o
banho, coloquei uma roupa e desci.
Os meus pais estavam me esperando no sofá, o meu irmão também estava, e
seus pés subiam e desciam, ele estava nervoso e preocupado. A minha descida foi
roubando a atenção dos tres. Quando sentei no sofá a minha mãe começou:
- Filha. Pode nos contar agora o que aconteceu? Ela disse calmamente.
- É muito confuso, e talvez vocês nem acreditem. Minha voz já foi tremendo.
- Tente minha filha, estamos aqui para ouvir. Disse meu pai
- Fala, o quer que seja, pode falar. Se alguem tentou te violenta, pode deixa que
eu acabo com a raça dele. Disse meu irmão todo nervoso. Era a primeira vez que eu o
via preocupado comigo, me senti tão feliz.
- Mãe, Pai, meu irmão. Eu quase morri. Nesse momento todos me olharam
fixamente e então continuei. Diguinho e Sustinho estão mortos!
Todos deram um grito e gemido de espanto. Se entreolharam e meu pai levantou
todo nervoso, seguido dele foi meu irmão.
- O que esta dizendo? Conte nos tudo? Disse meu pai alterado.
Eu comecei a chorar e assim eu disse: - O Susto teve uma visão com o Eric,
fomos atras dele para falar, ele estava junto com o Bruno, mas deram ouvidos no que o
Susto disse. E foi tudo tão de repente, porque fomos sequestrados e ficamos preso numa
enorme sala numa mansão. Depois o Bruno foi jogado la como agente, nessa hora o
Susto já não respirava mais – então comecei a chorar mais forte, minha mãe veio me
abraçar, mas eu levantei e continuei – Apareceu um homem e uma mulher, eram
vampiros, e então atacaram o Diguinho e ele foi decapitado, a cabeça dele pulou e bateu
na parede. O Bruno começou a lutar com ele, e como ele faz arco e flecha, demos um
jeito de fugir. O Bruno foi até sua casa e eu fui avisar os pais do Susto e do Diguinho,
mas eles também foram mortos!
Meu pai pos a mão na cabeça, ele não conseguia acreditar.
- Eles estão mortos! Disse minha mãe querendo chorar.
Meu irmão levantou e disse: - Eu vou atras do Bruno para saber direito dessa
história. Michele não esta muito bem.
- É verdade Michele, suba e vá descansar um pouco, eu e sua mãe vamos
resolver tudo isso.
Então subi para o meu quarto e deitei, eu queria deletar tudo aquilo e descansar,
mas nenhuma imagem parava de aparecer em minha mente. Foi quando a imagem do
Susto se materializou no meu quarto. Foi tão incrivel, ele estava translucido e sentou na
minha cama. Ele me olhava sorrindo e aquilo me deu tanto conforto, quando fiz menção
de levantar para toca-lo ele desapareceu. Foi muito impressionante, me fez tão bem,
agora eu sabia que ele estava bem e que eu tinha que continuar.
Quando cheguei a policia, havia um guarda dormindo. Bati na porta aberta e ele
despertou.
- O que foi meu jovem? Ele disse ainda acordando.
- Seu policial, meus amigos foram mortos!
- Mortos! Explique melhor garoto.
Então respirei bem fundo e comecei. Contei toda a história, mas ele não
acreditou e eu insisti.
- Olha aqui garoto, se for só uma brincadeira sua, você vai estar muito
encrencado. Eu vou com você no carro da policia até a casa dos pais desses garotos pra
saber noticias.
Então entrei no carro junto ao policial e fomos para a casa doEder. Estava tudo
aparentemente tranquilo. Ele desceu e bateu palma, mas ninguem saia.
- Viu garoto, não tem ninguem aqui, de repente foram todos viajar. Vamos para
outra casa.
Seguimos para a casa do Diogo, e aconteceu a mesma coisa, não tinha ninguem
la. Agora eu podia entender. Os vampiros desapareceram com todo mundo, pra não
deixar pista, e eu jamais poderia falar, nenhum deles iria acreditar.
- Você só me fez perder tempo muleque, vou levar você pra sua casa, deve estar
bebado.
O policial me levou e eu não disse uma só palavra. Ele estava aborrecido, e
resolveu também ficar calado. Quando desci da viatura e entrei em minha casa, era
como se faltasse algo dentro de mim, ele era tão especial. Deitei no sofá e comecei a
lembrar de nossos momentos. E o que mais me chamava atenção foi os nosso ultimos
momentos. Eu acho que sempre o quis, mesmo não querendo aceitar, tentava pegar as
meninas e e achava que aquele negocio era bobagem, coisa de adolescente, mas já já ia
passar. Mas o fato é que o Eric era alguem muito especial para mim, e que ele não podia
ter morrido, eu não podia aceitar aquilo. Então lagrimas desceram em meu rosto. E eu ia
lutar a qualquer custo para vingar a morte do meu amigo, eu irei estudar sobre vampiros
e matar um por um, começando pela sensual e pelo louco, os dois seriam os primeiros
que eu vou matar. Então levantei e fui tomar um banho, eu tinha que estar calmo para
colocar todas as minhas ideias no lugar.
Liguei a água da banheira e já entrei, fui sentindo ela preencher o lugar e me
molhar. Lembrei das duas vampiras, a ruiva e a de cabelo rosa, aquelas que nos atraiu
para armadilha, também serias as primeiras a morrer. També lembrei que tinha que
avisar Annie, eu tinha que dar noticias a ela, e também a Leide, a namorada do Eric.
Mas eu estava tão cansado, parecia que as vampiras sugavam toda minha energia.
Quando terminei o banho e tentei levantar, senti uma grande tontura, fui tocando na
parede até chegar no meu quarto, então cai na cama e adormeci.
Acordei era de tardizinha, minha cabeça estava com muita dor. Procurei meu
celular e havia algumas chamadas, era o Pedro, provavelmente a essa altura a sua irmã
já tinha lhe contado tudo que tinha acontecido. Então retornei a ligação.
Antes mesmo que eu falasse ele se pos na frente: - Bruno! Cara, eu fui na sua
casa umas duas vezes hoje, liguei um monte de vezes para você. Eu preciso saber de um
história que minha irmã me contou.
- É, eu sei amigo. E é verdade, cada coisa que ela falou, foi verdade.
- Como assim, até vampiros? Ele disse perplexo.
- Vampiros – eu tive que menti, se não ele também poderia morrer – que isso,
não isso não.
- Ah sim! Então me conte a história certa. Ele disse aliviado.
Eu disse a ele que eram ladrões, e tinham roubado uma mansão e estava fugindo,
no caminho encontrou agente e então nos levou como refem até sair da cidade, falei que
o Eric, Diogo e Eder tentaram resistir e então os ladrões o mataram. Minha voz saiu um
pouco tremula, eu não queria mentir, mas tinha que fazer isso, para protege-lo.
- Meu Deus! Eu sinto muito Bruno. Ele disse com muita pena.
- Obrigado. Eu disse chorando.
- Mas e o enterro, já chamou a policia?
- O Eric não tinha familia, os pais dele tinham morrido e deixaram uma pequena
herança no banco. A policia foi avisada, mas ninguem encontrou os corpos ainda.
- Oh! Sim. Qualquer coisa pode me ligar amigo.
- Obrigado! Eu disse enquanto desligava o celular.
Sentei no sofá e minha mente foi mais uma vez invadida por muitos
pensamentos. Um tempo depois alguem bate na minha porta. Levantei calmamente, ao
contrario das batitas que estavam rapidas e violentas. Ao abrir fui supreendido por
Michele.
- Annie também esta morta Bruno! Disse Michele rapidamente.
Eu quase cai, mas me recompus
- Morta! Como assim? Uma grande raiva foi tomando conta de mim, eles tinham
passado dos limites agora, a minha vontade era ir la e detonar com todos. Mas não
podia, eu tinha que ver Annie.
- Entra no carro Michele, vamos até a casa dela.
Cap. 17 – Adeus Annie
Acordei cedo, hoje é sábado, e mesmo sem não ter aula e eu poder acordar mais
tarde, despertei. A minha mente ta preocupada com Bruno e Eric, eles não deram
noticias até agora.
Arregalei meus olhos e com as mãos procurei meu celular. Não havia uma
mensagem, nem uma ligação. Eu tive que liberar essa ansiedade, então eu liguei para o
Bruno. No inicio o celular só chamava, depois alguém atendeu, era uma voz rouca e
dupla, parecia de filmes de terror. Falava o meu nome a todo instante, queria que eu
fosse a seu encontro, queria eu fosse até uma casa na esquina da entrada do bairro
Springfield. O celular então caiu à ligação, eu estava profundamente assustada, eu
estava tremula, mas sabia que poderia ajudar o Bruno com alguma coisa, pensei em
chamar a policia, mas aquilo era uma idéia que sumia da minha mente rapidamente.
Acho que eu realmente quis ir, eu precisava ir e saber o que estava acontecendo.
Levantei da cama com urgência, passei rapidamente pelo banheiro e desci. Meus
pais estavam tomando café junto a minha irmãzinha. Eu não sabia o que dizer a eles,
então só murmurei que estava saindo.
- Annie! Espera!
Eu fui obrigada a parar.
- Onde pensa que vai mocinha? Perguntou minha mãe quase fora do sério.
Eu olhei para ela e respondi: - Eu preciso ver o Bruno mãe, ele não me deu
noticias desde ontem.
Ela me olhou espantada e disse: - Annie, isso pode esperar, agora sente como
uma boa filha e tome o café da manhã conosco.
Fiz menção de ir, mas meu coração pediu para eu continuar o que estava
fazendo. Então olhei para porta e corri, a abri bruscamente e sai correndo.
Era de manhã, e o movimento das ruas estava tranqüilo, corri por pouco tempo,
não demorou em que eu senti-se cansaço. Senti vontade de chorar, mas engoli seco, meu
objetivo era outro e eu tinha que cumprir. Parei no ponto de ônibus, e o Alan estava do
meu lado, o garoto que havia fugido do psicólogo na escola. Outrora eu o acharia
estranho e sairia de perto, mas hoje, eu não sei o que há comigo, me sinto focada em um
único lugar, a casa de esquina.
No ônibus sentei próximo do ultimo banco e o Alan no ultimo, ele sempre
calado em fixo em uma única direção. Eu estava suando frio, então me dei conta que
meu celular estava tocando, era minha mãe, eu nem quis atender. Quando a ligação
terminou, eu vi que era a quinta chamada perdida. Eu até podia atender e dizer que
estava tudo bem, mas não era o que eu queria naquele momento, eu iria cumprir meu
objetivo e então ligaria. Eu fiquei fiscalizando para ver se o Alan me olhava em algum
momento, mas não, ele sempre estava olhando fixo. Não demorou a chegarmos ao
bairro Springfield.
O ônibus parou bem na esquina, ele é proibido entrar no bairro. Mas também,
meu foco era na esquina. Lá estava a casa, era pequena e antiga, eu tremi ao lembrar, eu
já estive aqui, era a casa que eu sonhei sendo atacada, era aqui o meu fim. Mas eu
lembro que tinha um homem, um lindo príncipe que me salvou. Senti forças, criei
coragem e dei um passo rumo a casa, do meu lado estava o garoto gótico, dando passos
leves e calmos, eu assustei, e no meu intimo eu sabia que ele estava indo para o mesmo
lugar que eu. Ele não poderia ser meu príncipe, nem o tarado que me atacou.
Parei subitamente e o olhei, então falei: - Era você no celular?
Ele me olhou friamente e respondeu: - Sei que vamos para o mesmo lugar,
cumprir o mesmo propósito. Então não há perguntas, só ações!
Calei-me e internamente eu quis matar o garoto, mas continuei a segui-lo, agora
mais aterrorizada e nem um pouco protegida, a minha coragem estava sumindo e eu
comecei a me preocupar, apalpei meu celular no bolso e estava pronta para qualquer
coisa.
Perto do muro quebrado eu ouvi uma voz, era de uma garota gritando, aquilo me
paralisou, mas a voz não vinha da casa, vinha do bairro, tremi mais ainda, pois tive
reflexos do meu sonho, lembrei que já estive ali nos meus sonhos, então virei e
encontrei com a Michele, a garota emo. Quando me viu ela me abraçou muito forte e
disse: - Annie, fuja! To te vendo morta, Annie, fuja! Por favor!
Ela então me soltou rapidamente e começou a correr, eu olhei para a casa e
comecei a correr junto com ela. Comecei a chamar por Bruno, e a Michele me dizia que
ele estava bem, que eu só precisava correr. Então apressei os passos e paramos no ponto
de ônibus.
Eu fui tendo umas visões estranhas, eu via um gato preto, via um homem o
alisando, e ele chamava por mim, e vinha o copo na minha mente, a imagem no
banheiro, tudo foi me aterrorizando e me deixando num estado paralítico. Eu fui
sentindo uma sombra se aproximar, algo estava vindo atrás de mim, eu precisava correr.
No auge dos meus devaneios o ônibus chegou. A Michele me “acordou” e então
entramos rapidamente no ônibus. Foi então que se abriu um dialogo.
- Michele. O que esta havendo?
- Se eu te contar Annie, é capaz de você nem acreditar.
- Tente, por favor, me conte o que esta acontecendo?
Michele respirou fundo e começou.
- Eric está morto!
Senti uma profunda dor, e comecei a ter lembranças do Eric, gostava tanto dele.
- Eu e Bruno conseguimos escapar, mas me perdi dos dois. Existem vampiros
em Springfield, e eles quiseram nos matar. Oh Meu Deus! O Diguinho está morto!
Aquilo tudo era informação demais para mim, eu estava atordoada, então parei
no tempo, na tentativa de colocar as idéias no lugar. E a Leide, como será que está agora
que o Eric morreu. Era tanta coisa, demônios e agora vampiros, o que vamos fazer, e
qual será o meu destino.
Perto da minha casa a Michele parou, estava próxima a casa dela. Indo para
minha casa eu senti uma força muito próxima, e um vento tremendo invadiu o lugar
foram questões de segundos, mas tudo foi tão estranho. Eu comecei a juntar às peças, o
gato, a visão do Éder, as palavras da Michele, eu tinha que continuar a brincadeira do
copo, assim eu obteria as minhas respostas. Ao mesmo tempo uma outra força pedia
para eu simplesmente pedir a Deus Paz, mas não era o que eu queria.
Cheguei a minha casa na hora do almoço, meus pais me encheram de perguntas,
sobre o Bruno, sobre essa minha relação, mas eu não ouvia nada, sentei com eles e
almocei.
- Minha filha, que obsessão repentina foi essa? Indagou minha mãe
- Desculpa? Não ouvi.
- Dá pra você prestar atenção em mim, que falta de educação é essa Annie.
- Desculpa gente, mas tenho que subir. Eu disse sem nem prestar atenção no que
diziam.
Minha irmãzinha me olhou tão tristonha que eu tive que abraça-la.
- O que houve Mellody? Eu disse suavemente.
- Nada mana, só senti alguma coisa estranha. Ela disse com sua linda voz de
bebe.
Isso me fez acalmar, subi tranqüila até o meu quarto, arranjei um longo tempo
para pensar em minhas atitudes. Liguei o meu computador e procurei por invocação
demoníaca, eu tinha que resolver esse problema que estava comigo, também li sobre
exorcismo, eu sabia que não estava preparada, mas mesmo assim eu tentei.
Abri um circulo no chão do meu quarto, eu recebia pensamentos de desanimo,
de eu não fazer o que estava prestes a começar, mas resisti fielmente, eu queria fazer,
sendo o certo ou não eu tinha que fazer e resolver todo esse mistério, acabar de vez com
o que esta me atormentando.
Coloquei um copo de vidro e escrevi cada letra e numero do alfabeto e coloquei
dentro do circulo. Então entrei, notei que faltava um punhal, fui correndo a cozinha e
busquei uma faca, tudo sorrateiramente, sem minha mãe nem ao menos perceber.
Lá em cima, entrei no circulo, eu havia imprimido o ritual de invocação. Proferi
as palavras com a faca apontada para o norte e um forte vento se aproximou. Sempre
ouvi histórias que tudo isso era só bobagem, mas comigo não estava sendo. Fiz o
mesmo processo trocando apenas os pontos cardinais, fiz no sul, no leste e no oeste.
Enfim no centro e uma força poderosa me cobriu, senti rodearem a mim e não poderem
sair da barreira, eu os prendi em volta de mim, agora eu sabia do erro que cometi. Eu saí
correndo, pulei o circulo e senti que haviam quebrado, os espíritos estavam correndo
atrás de mim, atravessei minha casa velozmente, meus pais gritaram meu nome, mas eu
não podia parar, na porta eu lembrei que eles podiam atacar meus pais, então parei e
olhei para trás. E justo o que eu disse, eles tentaram, mas uma poderosa luz brilhou, de
inicio na minha irmã, depois protegeu os meus pais. Então continuei, abri a porta e corri
pela avenida da minha casa, sem ter travas na perna, quando olhei para trás, havia uma
mulher branca de cabelos vermelhos que me perseguia, senti que fosse a personificação
do mal que eu trouxe, então corri com muito medo de agora morrer. Quando estive a
uma pequena distancia eu olhei para trás novamente, e subitamente fui atacada, um
vulto forte quase me derrubou, mas o mesmo vulto me segurou, senti dentes cravar em
meus pescoço.
Assim, Eu matei Annie, cumpri as ordens de meu Lord Silas e tudo acabou bem
e no planejado.