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}.lå uma heranqa moral, que é urna explicaqåo para a domi-
nånciado mundo ocidental; urna heranc;a moral que consiste
da crenqa na propriedade,na hortestidadee na
essencialmente
todas coisas que nåo pudernose nunca /brnoscapazes
familia,
dejustificarintelectualmente de modo adequado ..J. Devernos
retornara um mundo em que nåo apenas a razåo, mas a razåo
e a moral,como parceiras iguais, devern governar nossas vidas,
andea verdade da moral é simplesmente urna tradicåo moral, a
doOcidentecriståo, que criou a moral na civilizaqåomoderna.
—Friedrich Hayek, Discurso de 1984å Sociedade
Mont Pdelerin.l
"Deus,
famflia,nac,åoe livre iniciativa" é um mantra conser-
vadorfamiliar. Esses compromissos, no entanto, nåo coabi-
tamfacilmentefora de um quadro binårio da Guerra Fria, no
16 Ibid., p. 2.
17 Ibid., p. 4.
18 Cooper constrói um argumento
convincente em sua análise
do objetivo de restaurar tanto a autoridade política quanto a
familiar por meio da privatização do ensino superior público.
Cf.Family Values,cap. 6, esp. pp. 232-41.
Nancy MacLean cor-
robora Cooper em Democracy in Chains:
The Deep History of
the Radical Right's Stealth Plan
for America, pp. 102-106. Janet
Halley e Libby Adler apresentam
uma análise teórica e empí-
rica incisiva da mudança nas
leis de pensão alimentícia para
os filhos, às vezes iniciadas
por feministas, surgindo na era
neoliberal. Cf.Janet Halley; Libby
Adler, "You Play, You Pay:
Feminists and Child Support Enforcement in the US.t
115
42 Ibid., p. 123.
43 Deste modo, a escravidão poderia ser extinta ou o sufrágio
poderia ser garantido às mulheres para serem compatíveis
com a valorização evolutiva da liberdade universal no libera-
lismo. Ibid., p. 124.
pessoas n¿iogostam ou quo noo comproondcjn, ef'ei,
to» elas nortnaltnonto noo apreciam o nno podem ver
prever, e as quais ainda ostô()combatondo forvoro%'dmen.
te, continuem a sor transmit idas do goraçào a
As mistiiicaçOos rel fornocojn o veículo: "NÓSdevern0%
a persistência do certas práticas o a civilizaçâo quo resultou
delas em parte ao suporto do crenças que não são vordadci„
ras no mesmo sentido cm que demonstraçóes científicas
o Sentindo o châo escorregadio em que so cncontra,
Hayek apressa-se a chamar as crenças religiosas de "verda„
des simbólicas" que promovema sobrevivência e a prosperí-
dado.Deus, especula ele, pode ser urna espécie de taquígrafo
necessário para urna cosmologia que seria de outro modo
demasiadamente complexadc se apreender, descrever ou
até mesmo imaginar. "Talvezo que muitas pessoas queiram
dizer quando falam de Deus seja somente a personificação
desta tradição de moral ou valores que mantém viva sua
comunidade".40Além disso, a ficção da religião é vastamente
superior ao "delírio racionalista" de que podemos usar nossa
razão para projetar ordens morais.47Se as mistificações e
reificações religiosas são atalhos para se preservar as tradi-
çóes das quais depende a civilização, sugere ele, então que
assim seja.
Mas Hayek não pode ser tão otimista quanto ao papel da
religião e das crenças religiosas na reprodução da tradição.
Os conceitos religiosos de personificação e animismo são
precisamenteo que ele busca desmontar nas concepções
autoridade da cren-
49 0 deslocamento de verdades públicas pela
que habilita
ça tradicional e religiosa é exatamente a fórmula
Suprema Corte americana a permitir que aquilo que julga
a
"controversas", como o aborto ou a homosse-
serem questões ea
"expressão" protegida
xualidade, tornem-se assuntos de em detalhe
igualdade. O capítulo 4 explora
rechaçar a lei da
esse fenômeno.
127
51 Id. "Coercion and the State", in: The Constitution ofLiberty, pp.
206-7.
52 Ibid., p. 207.
129
53 Loc. cit.
54 Loc. cite
55 Id.,Law, Legislation and Liberty, v. 2, p. 67.
58 Ibid., p. 127.
59 Loc. cit.
60 Loc. cit.
61 Ibid., p. 123.
62 Cf.,p. ex., o uso da formulação de Hayek sobre a tradição
feito por Edward Feser para explicar a importância dos tabus
sobre a homossexualidade e sobre o sexo fora do casamento,
Edward Feser, "Hayek on Tradition", p. 17,
131
TheCons-
63 Friedrich Hayek, "Freedom, Reason,Traditiorf, in:
titution ofLiberty, p. 123,
64 John Stuart Mill, On Liberty, cap. 1.
132
somente
65 Hayek escreve: "A coerção pode ser por vezes evitada
o que
porque existe um alto grau de conformidade voluntária,
con-
significa que a conformidade voluntária pode ser uma
"Freedom,
dição de uma operação benéfica da liberdade", In:
123.
Reason, Tradition", The Constitution ofLiberty, p.
133
ce Cakeshop'".
76 A União Americana pelas Liberdades Civis é uma ONGesta-
dunidense garantista e liberal fundada em 1920,sediada em
Nova York e que atua na proteção das liberdades e direitos
assegurados pela Constituição dos EUA.[N.T.]
137
80 Loc. cit.
81 Sarah Posner, "The Christian Legal Army Behind 'Masterpie-
ce Cakeshop'",
82 Alliance Defending Freedom, "Statement of Faith: Alliance
DefendingFreedom".
83 Sarah Posner, "The Christian Legal Army Behind 'Masterpie-
ce Cakeshop'".
froquontotnonto corn lidoros o Vico.pt•ogjdontoPonto
e diversos outros naonlbroopnggndogo ot unis do gabinoto
gozam de ligaçôog íntimos com a -AMinistra déj
Educaçao Botsy DoV0%ó umo jrnportonto dondoro, A Infju6ti4
cia da ADFostó orn todos og lugnrog nog nornoaçOogJudícjajs
da administraçôo o ó quorn dú as cortas no dogonvolvimcnto
de sua legislaçâo favorável aos cristâog, Ernjulh() do '2018,0
então procurador-goral Jof'fSossiong anunciou o lançajnorj•
to de uma "força tarefa do libordado religiosa" com ogtag
palavras:
ofPolitical Dis-
Ann Glendon, Rights Talk: The Impoverishment
course, p, 171.
neoliberalis-
86 Este é o assunto de meu livro anterior sobre o
Neoliberalism'sStealth
mo e a democracia, Undoing the Demos:
Revolution.
87 Melinda Cooper, Family Values.
A totmalizaçào deste aspecto da promulgação trava
uma
campanha familiar, e não mercantil, contra os princípios
e
instituiçôos democráticoss Transforma exclusão, patriarca-
lismo, tradição, nepotismo e cristandade em legítimas
ças à inclusão, à autonomia, aos direitos iguais, aos limites
aos conflitos do interosse e ao secularismo. Embora ambos
os tipos de privatização ocorram sob a rubrica neoliberal de
expansào da liberdade contra os ditames do Estado por jus_
tica social ou distribuição pelo mercado, o segundo é espe_
cialmente importante hoje na geração psíquicae política
da formaçào de uma cultura política liberal autoritária. As
coordenadas da religião e da família —hierarquia, exclusão,
homogeneidade, fé, lealdade e autoridade —ganham legiti-
midade como valores públicos e moldam a cultura pública
conformese juntam ao mercado para deslocar a democra-
cia. Quando esse modelo duplo de privatização se estende
à própria nação, a nação é traduzida alternadamente como
I um negócio competitivo que precisa fazer melhores acordos
e comouma casa inadequadamenteprotegida, sitiada por
estrangeiros que não pertencem ao lugar ou que são mal-in-
tencionados. O nacionalismode direita oscila entre ambos.
Consideremos os discursos da campanha de Trump sobre o
histórico americano de maus acordos internacionais a res-
do Irá aos tratados climáti-
peito de tudo, do comércio à OTAN,
cos, e sua imagem dos EUAcomo um país dilacerado por suas
fronteiras inseguras, e sua promessa de construir um muro
fronteiriço no Sul com -uma porta magnífica, grandiosa e
linda»pela qual os ingressantes legais poderiam visitar ou
juntar-se a «nossa família'. aaPosteriormente, ele faria uma
analogia de seu muro proposto na fronteira com os amuros,
cercas e portões" que os políticos abastados constroem em
torno de suas casas, "não porque eles odeiam as pessoas do
discursos e instrumentos
libertários*' Ao
zir a civilização, de assegurar invés de reprodu.
conduta de modo orgânico, laços sociais e de governar
os valores a
-se gritos de guerra contra tradicionais tornam.
elites laicas,
ristas e muçulmanos. Assim igualitários,seculiE
como as insígnias
líderes políticos, religiosos e usadas por
corporativos são
te flagradas em comportamentos frequentemen-
que as violam,os valores
tradicionais são reduzidos a uma
marca
tica, ponto no qual sua ablação niilista corporativae polí-
Desenraizados da tradição, os está quase completa.
valores tradicionais são
esvaziados de sua função integradora.
"liberdades", eles perdem aquilo que Politizadoscomo
Hayek afirmava ser sua
coibição não coercitiva sobre a liberdade,
para além de limi-
tar as práticas às quais se opõem.Armadoscomo
individuais e
prerroga-
tivas corporativas contra as leis de
igualdade
e antidiscriminação, eles se tornam um meio para atacar e
sabotar os laços e a integração social, ao invés de fomentá-
-10s.A ordem espontânea e a aceitação comumdas regras de
conduta, por meio das quais Hayek afirmava que a tradição
é livre, não têm qualquer relação com a luta por valorestra-
dicionais contra os valores democráticos.Ao contrário,as
estratégias vencedoras para repelir políticas de igualitaris-
mo, diversidade e pluralismo recorrem a liberdades indivi-
duais e corporativas asseguradas pelo estatismo, e não por
aceitas.
uma ordem espontânea nem por normas comumente
fantasmático
Com sua melancolia lesada por um passado a
supremacismo agressivo, elas se rebelamcontra
e seu
reproduzi-la.
ordem, ao invés de haye-
da governamentalidade
Hoje, uma distorção batalha e pelo seu
pela
kiana vem, então, da (de)formaçáo
"regras
lembra-nos Hayek, dependedas
93 A força da tradição, cujo e importância
significado
planejadas,
e convenções não compreendemos",baseadasna "reverên-
and
nós largamente não "Freedom,
Hayek,
Friedrich
cia pela tradição". olLiberty, p. 236.
Tradition", The Constitution
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