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PSICOLOGIA HISTÓRICO-

CULTURAL
CONCEITOS BÁSICOS
Aline Melo
POR QUE A PSICOLOGIA HC É TÃO RECENTE?

 Pouco tempo de vida de Vigotski

 Perseguição de suas obras na própria União Soviética

 Atraso na tradução: os primeiros livros foram publicados em


inglês décadas depois da sua morte

 Apropriação inadequada do ocidente: por aqui, Vigotski foi


visto por muitos anos como teórico da educação

 Algumas obras sobre emoções e Psicologia Clínica


ainda estão sendo organizadas por colaboradores
BASES FILOSÓFICAS

 Marxismo

 Tornar-se homem pelo trabalho e pela linguagem

 Mediação semiótica: a capacidade de representar


as coisas mentalmente

 Método materialismo histórico dialético


VIGOTSKI E MARX

“Não quero descobrir a natureza da mente fazendo uma


colcha de retalhos de inúmeras citações. O que quero é,
uma vez tendo aprendido a totalidade do método de Marx,
saber de que modo a ciência tem que ser elaborada para
abordar o estudo da mente”.(VIGOTSKI, 2007, pg. XXVII)
OBJETIVOS PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL
 Entender como o homem se torna humano: a gênese
social da consciência

 Trazer uma posição de síntese em meio à fragmentação


da ciência psicológica (crise histórica da Psicologia)

 Estudar o homem concreto: integrando biológico e


psicológico; individual e social; cognitivo e emocional

 Compreender os processos humanos em seu


desenvolvimento

 Desenvolver uma psicologia contextualizada, sem


generalizações limitantes
CRÍTICAS À PSICOLOGIA DA ÉPOCA

A impotência da velha psicologia para


resolver o problema psíquico decorria
em grande parte do fato de que,
devido ao seu enfoque idealista, o
psíquico escapava ao processo
global de que é parte integrante e era
considerado como um processo
independente que existe
paralelamente aos processos
fisiológicos, sem nenhuma relação
com eles. (Vygotsky, 1996, pg. 144-
145).
MÉTODO DE VIGOTSKI

 (1) análise do processo, e não do objeto;


 (2) análise explicativa, e não descritiva;

 (3) análise histórica da origem e do


desenvolvimento de um processo.

 Para ele “estudar alguma coisa historicamente


significa estudá-la no processo de mudança: esse
é o requisito básico do método dialético” (2007, pg.
68).
MÉTODO DE VIGOTSKI
 A compreensão qualitativa é prioritária em relação à
análise quantitativa de sintomas

 A pessoa e seu modo de vida são vistos como processo


dinâmico, e não como objeto do qual sabemos tudo a
respeito

 O desenvolvimento não é entendido em quadros de


personalidade com gênese universal, mas na dinâmica do
sistema psicológico – que é única para cada pessoa

 As situações são compreendidas em sua historicidade: é


a vivência daquele sujeito, em seu tempo histórico e
contexto cultural, expressa nas suas relações sociais
DESENVOLVIMENTO HUMANO: OS PLANOS
GENÉTICOS

 Filogênese: história da espécie humana

 Ontogênese: ciclo de vida de cada indivíduo

 Sociogênese: história da cultura/grupo social

 Microgênese: constituição individual/singular


DESENVOLVIMENTO HUMANO: AS FUNÇÕES
PSICOLÓGICAS SUPERIORES

 Funções psicológicas inferiores são biológicas, as


superiores se desenvolvem a partir delas

 As superiores são exclusivas dos seres humanos, por


mediação da linguagem e da cultura.

 Atenção voluntária;
 Memória mediada;

 Pensamento abstrato;

 Comportamento intencional;

 Consciência;

 Emoções;

 Imaginação, Criatividade e outros.


FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES
 Ao longo do desenvolvimento, a relação entre as funções se
modifica

 A linguagem é responsável pelo salto do desenvolvimento


humano e tem dupla função: comunicação e regulação dos
mundos externo e interno

 A consciência integra as demais funções e é, ao mesmo


tempo, cognição e afeto
RELAÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES

O pensamento é gerado pela motivação, ou seja, por


nossos desejos e necessidades, nossos interesses e
emoções. Por detrás de cada pensamento há uma
tendência afetivo-volitiva, que traz em si a resposta ao
ultimo “porquê” de nossa analise do pensamento. Uma
compreensão plena do pensamento de outrem só é
possível quando entendemos sua base afetiva-volitiva.
[...] Para compreender a fala de outrem não basta
entender as suas palavras – temos que compreender
seu pensamento. Mas nem mesmo isso é suficiente –
também é preciso que conheçamos sua motivação.
(VIGOTSKI, 1991, pg. 101)
O DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES SUPERIORES
 Se dá do plano externo para o interno pelo processo de
internalização

 Todas as funções superiores passam do interpsicológico


para o intrapsicológico

 Exemplos: a gênese do gesto de apontar e a fala


egocêntrica.
INTERNALIZAÇÃO

 É a reconstrução interna de uma operação externa

 “Para entender um indivíduo deve-se primeiro entender


as relações sociais das quais ele participa”

 “A reflexão é a internalização das vozes sociais que se


sucedem nas interações entre os sujeitos”

 A internalização se trata de um processo ativo de


elaboração das experiências internamente
SUBJETIVIDADE
 É construída socialmente, em um processo ativo de cada
sujeito

“A subjetividade implica a intersubjetividade, porque não se


trata de um sujeito isolado e aprisionado em seu mundo
privado [...] e, também, porque não se trata de um sujeito
prisioneiro do mundo público, diluído no coletivo e reflexo das
determinações”. (MOLON, 2003, pg. 120).
SUBJETIVIDADE
 O contexto histórico e cultural é essencial para a
compreensão da subjetividade
SUBJETIVIDADE

“É muito ingênuo interpretar o


social apenas como coletivo,
como existência de uma
multiplicidade de pessoas. O
social existe até onde há
apenas um homem e suas
emoções pessoais”. (Vigotski,
1925/1999, p. 315)
SUBJETIVIDADE
Você é os brinquedos que brincou, as Você é o abraço inesperado, a força
gírias que usava, você é os nervos à dada para o amigo que precisa, você
flor da pele no vestibular, os segredos é o pêlo do braço que eriça, a
que guardou, você é sua praia preferida. sensibilidade que grita, o carinho que
Você é o renascido depois do acidente permuta, você é as palavras ditas
que escapou, aquele amor atordoado para ajudar, os gritos destrancados
que viveu, a conversa séria que teve da garganta, os pedaços que junta,
um dia com seu pai, você é o que você você é o orgasmo, a gargalhada, o
lembra. beijo, você é o que você desnuda.
[...]
Você é a saudade que sente da sua Você é aquilo que reinvidica, o que
mãe, o sonho desfeito quase no altar, a consegue gerar através da sua
infância que você recorda, a dor de não verdade e da sua luta, você é os
ter dado certo, de não ter falado na hora, direitos que tem, os deveres que se
você é aquilo que foi amputado no obriga, você é a estrada por onde
passado, a emoção de um trecho de corre atrás, serpenteia, atalha,
livro, a cena de rua que lhe arrancou busca, você é o que você pleiteia.
lágrimas, você é o que você chora. [...]
Martha Medeiros
SUBJETIVIDADE

“A psicologia nos ensina a cada instante que, embora dois


tipos de atividades possam ter a mesma manifestação
externa, a sua natureza pode diferir profundamente, seja
quanto à sua origem ou à sua essência”. (VIGOTSKI, 2007,
pg. 66)
EMOÇÕES

 Os estudos de Vigotski sobre esse tema estavam sendo


realizados na época em que ele faleceu

 As emoções eram vistas por outros autores como reações


fisiológicas e sensações físicas – limitadas ao biológico

 Para estudar esse assunto, Vigotski busca a base


filosófica de Espinosa
EMOÇÕES

 Não são puramente biológicas. Ao contrário, elas são


funções psicológicas superiores (integram biológico e
social)

 As emoções se diferenciam e se transformam ao longo


do desenvolvimento e em relação à posição ocupada
pelos sujeitos (exemplo das 3 crianças)

 Os sentimentos são a dimensão psicológica das


emoções: quando elas ganham significado por meio da
linguagem
EMOÇÕES: PEREJIVÂNIE

 Algumas tentativas de tradução: vivência, emoção,


experiência, experiência emocional

 A vivência é a base da consciência, expressando a


unidade entre social e individual

 Toda vivência é uma vivência de algo. Ou seja, surge da


interação entre sujeito e meio

 Ela é a relação interior do sujeito com momentos de sua


realidade
EMOÇÕES: PEREJIVÂNIE

 A vivência está representando como uma pessoa


experiencia algo que acontece a ela. Envolve as
particularidades da subjetividade e da situação concreta

 Duas pessoas passando pela mesma situação terão


vivências diferentes (sentidos pessoais)

 Também é possível que a vivência da pessoa com


determinados pontos de seu contexto se modifique,
mesmo que os elementos desse contexto não sejam
alterados
A RELAÇÃO ENTRE EMOÇÕES E OUTRAS
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS
A RELAÇÃO ENTRE EMOÇÕES E OUTRAS
FUNÇÕES PSICOLÓGICAS

Todo o sentimento e emoção tendem a revelar-se em


determinadas imagens que lhes correspondem, como se
a emoção tivesse a capacidade de escolher as
impressões, os pensamentos e as imagens que estão em
consonância com um determinado estado de humor e
disposição que nos domina nesse exato momento. Sabe-
se que, no desgosto e na alegria, não vemos as coisas
com os mesmos olhos (VIGOTSKI, 2014, pg. 15).
EMOÇÕES E LINGUAGEM

 A generalização das vivências em linguagem é central


para a tomada de consciência

 O sujeito torna-se consciente não apenas dos objetos e


das outras pessoas, mas também de si mesma.

 Nesse processo são gerados novos espaços de


subjetivação que permitem ressignificar os conflitos
(essência da psicoterapia histórico-cultural)

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