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ESTUDO DOS FATORES A SEREM OBSERVADO NO DESENVOLVIMENTO DE

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DOS ACADÊMICOS


DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS[1]

Ellen Cristina de Matos[2]


Aparecida de Fátima Gavioli[3]

RESUMO

Palavras-chave: Competências. Habilidades. Profissionais Contábeis.

INTRODUÇÃO

Atualmente, a sociedade contemporânea vem enfrentando mudanças significativas no


cenário social, econômico, político e cultural, permitindo transformações produtivas
direcionadas ao aumento da competitividade das organizações. Dessa maneira, o impacto
dessas mudanças é proveniente dos processos que constituem a racionalização
organizacional.
Portanto, a elevada competitividade entre empresas exige que as mesmas direcionem
seus esforços para o desenvolvimento empresarial, a fim de obter a sobrevivência no
mercado.
Visto que para a aquisição de vantagem competitiva é necessário que as empresas
invistam em profissionais qualificados, a ênfase empresarial focada nos indivíduos como
fonte determinante para o alcance dos objetivos e sucesso organizacional é indispensável.
Para os profissionais contábeis, a obtenção de competências e habilidades em sua área
está diretamente ligada com a constante evolução e desenvolvimento de inúmeros
atributos precisos para a especialização das funções.
Cabe ressaltar que o profissional desta área é considerado o principal conhecedor da
empresa, uma vez que se encontra a par do crescimento e lucratividade da organização.
Baseado nestes princípios será apresentado neste trabalho um tópico que abordará o
comportamento humano nas organizações atualmente, levando em consideração seus
aspectos teóricos.
Após serão analisados diversos conceitos de competências e considerações históricas,
base para uma metodologia que abordará a gestão de competências como fonte de
obtenção para empresas de profissionais especializados, além da análise da relação
existente entre o departamento de recursos humanos e esta gestão.
A importância da teoria do capital humano será enfatizada com o objetivo de evidenciar a
valorização do indivíduo em seu ambiente de trabalho, visando à aquisição de novas
habilidades para o desempenho de suas funções, assim como o tema treinamento e
desenvolvimento que apresenta os métodos para a aprendizagem profissional.
Algumas considerações sobre a área da Contabilidade serão apresentadas visando maior
entendimento sobre as competências e habilidades necessárias para o profissional
contábil desempenhar suas funções de maneira consistente e eficaz.
Visando ressaltar a liderança como algo necessário para o bom profissional contábil, será
abordado um tópico referente à relação existente entre este tema e o profissional contábil.
Por fim, serão apresentadas as competências e habilidades que devem fazer parte da
formação do profissional da área de contabilidade.
Os pressupostos teóricos serão desenvolvidos através de uma metodologia baseada em
uma pesquisa exploratória de caráter bibliográfico através do levantamento de dados em
livros, sites e periódicos do tema.
1 OBJETIVOS

1.1 OBJETIVO GERAL

Estudar sobre os fatores a serem observados e no desenvolvimento de competência e


habilidades dos profissionais contábeis.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar o conceito de competência, considerando seus aspectos históricos;


• Analisar o conceito de contabilidade, aspectos históricos e princípios contábeis;
• Estudar os fatores que devem ser observados no desenvolvimento das competências e
habilidades necessárias para o bom desempenho do profissional contábil.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

Quais os fatores que devem ser observados no desenvolvimento de competências e


habilidades na formação?

1.4 HIPÓTESES

A capacitação segue uma trajetória associada às possíveis dimensões de aprendizagem


absorvidas pelas pessoas na organização, cujo padrão de desenvolvimento desses
recursos humanos tende a ser elevado, realçando suas competências através de
determinados níveis de assimilação das informações contidas nos instrumento de
aprendizagem, levando em consideração fatores atuais como as mudanças advindas das
alterações nas normas que regem o exercício da profissão contábil e a necessidade de
adequação as novas tecnologias.
Assim, percebe-se que o profissional contábil pode ser considerado uma fonte importante
de vantagem competitiva em um ambiente produtivo cada vez mais dinâmico necessitando
para tanto da teoria bem como da técnica no processo de desenvolvimento de suas
habilidades e competências enquanto acadêmico.

2 JUSTIFICATIVA

No atual mundo globalizado onde a concorrência é acirrada, existe uma grande dificuldade
por parte das organizações em sustentar uma atuação eficaz, sem que haja uma garantia
de coerência entre as necessidades individuais e os objetivos organizacionais.
Estamos vivendo um momento histórico de inúmeras transformações e constantes
mudanças, em que todos necessitam se preparar para enfrentar novos desafios e
modificar paradigmas.
Observa-se que nos últimos anos, o assunto competência tem sendo discutido entre os
melhores estudiosos do campo administração como fonte para alavancar o potencial dos
funcionários, oferecendo inúmeros benefícios para as empresas.
O profissional contábil necessita estar em constante desenvolvimento para adquirir novas
competências e habilidades, uma vez que sua função exige a evolução de conceitos e
práticas.
Justifica-se este trabalho no intuito de analisar os elementos a serem observados no
desenvolvimento de competências e habilidades do egresso do curso de Ciências
Contábeis que atuará como profissional contábil, levando em consideração as gestões
organizacionais mais atuais do mercado e as necessidades deste.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento da presente pesquisa foi realizada uma pesquisa exploratória


baseada no levantamento bibliográfico, a fim de obter um maior conhecimento sobre os
conceitos envolvidos no tema apresentado através deste artigo.
A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o
tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros
estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do
fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente, insuficientes ou inexistentes.
(MATTAR, 1999, p. 80)
Foi utilizado um plano de leitura para a coleta de informações em livros, periódicos e sites
da internet, visando buscar referenciais históricos para a elaboração dos tópicos propostos
neste estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITO DE COMPETÊNCIA

Segundo Magalhães et al. (1997, p. 14) competência envolve o "conjunto de


conhecimentos, habilidades e experiências que credenciam um profissional a exercer
determinada função.”

Competência é uma palavra do senso comum, utilizada para designar uma pessoa
qualificada para realizar alguma coisa. O seu oposto, ou o seu antônimo, não implica
apenas a negação desta capacidade, mas guarda um sentimento pejorativo, depreciativo.
Chega mesmo a sinalizar que a pessoa se encontra ou se encontrará brevemente
marginalizada dos circuitos de trabalho e de reconhecimento social. (FLEURY; FLEURY,
2001)

Torna-se imprescindível ressaltar que a competência não deve ser considerada um estado
relacionado somente no nível do conhecimento do indivíduo, podendo ser, conforme
Medeiros (2005, p. 09) apud Le Boterf (2003), formada por três abordagens constituídas
pela biografia da pessoa, sua formação educacional e experiências profissionais,
propondo-se um modelo de desenvolvimento de competências voltadas para os
profissionais nas organizações, apresentado abaixo:

|Dimensões da competência profissional |Características do profissional |


|Saber agir e reagir com pertinência |- saber o que fazer; |
| |- saber ir além do prescrito; |
| |- saber escolher na urgência; |
| |- saber arbitrar, negociar, decidir; |
| |- saber encadear ações de acordo com uma finalidade. |
|Saber combinar recursos e mobilizá-los |- saber construir competências a partir de
recursos; |
|em um contexto |- saber tirar partido não somente de seus recursos incorporados |
| |(sabres, saber-fazer, qualidades), mas também dos recursos de seu |
| |meio. |
|Saber transpor |- saber determinar e interpretar indicadores de contexto; |
| |- saber criar as condições de transponibilidade com o auxílio de |
| |esquemas transferíveis; |
|Saber aprender e aprender a aprender |- saber tirar as lições de experiência; |
| |- saber transformar sua ação em experiência; |
| |- saber agir em circuito duplo de aprendizagem. |
|Saber envolver-se |- saber envolver sua subjetividade |
| |- saber assumir riscos; |
| |- saber empreender; |
| |- ética profissional. |

Quadro 01 – Resumo das principais características esperadas do profissional


Fonte: MEDEIROS, Cíntia Rodrigues de Oliveira (2005, p. 09) apud Le BOTERF (2003) –
Adaptação.

A figura a seguir apresenta as três dimensões responsáveis por formar a competência


profissional:

[pic]

Figura 01 – Três dimensões de competências


Fonte: Fleury e Fleury (2001)

Podemos afirmar ainda que a competência refere-se ao conhecimento prático, ou seja,


técnico e aplicável às situações uma vez que estas dependem da aprendizagem teórica
adquirida bem como noções de sua aplicabilidade.

2.2 A abordagem do Currículo do Curso de Ciências Contábeis em Termos de


Competências

2.2.1 O Curso de Ciências Contábeis no Brasil

O desenvolvimento do conhecimento contábil no Brasil se dá, principalmente, a partir,de


1808, passando por várias etapas. Conforme Braum (2006, p. 30-31) apud Laffin (2002)
com base nos estudos de Fávero (1987), Hermes (1986), e Romanelli (1993), apresenta
estas etapas em ordem cronológica conforme pode ser visualizado no Quadro 01:

|Ano |Ocorrência |
|1905 |Primeira tentativa de organizar o ensino comercial no Brasil. Dois cursos um geral e
um para perito |
| |judicial. |
|1923 |As Escolas de Comércio tiveram seus diplomas equiparados aos da Escola Prática
de São Paulo e da |
| |Academia de Comércio do Rio de Janeiro. |
|1931 |Aparece oficialmente a denominação “contabilista” por meio do Decreto nº 20.158. |
|1939 |A denominação Perito-contador foi alterada para Contador. |
|1943 |Reformulação do ensino comercial pelo Decreto-Lei nº 6.141. |
|1945 |Foi instituído oficialmente o Curso de Ciências Contábeis no Brasil. |
|1951 |O Curso de Ciências Contábeis foi desmembrado, tornando-se dois cursos |
| |distintos: Curso de Contador e Curso de Atuário. |
|1962 |O Curso de Ciências Contábeis teve sua estrutura curricular dividida dois ciclos de
formação: formação|
| |básica e formação profissional. |
|1963 |A Resolução do Conselho Federal de Educação fixou o prazo de duração do Curso
de Ciências Contábeis em|
| |04 anos. |

Quadro 1 – Alterações ocorridas no Curso de Ciências Contábeis entre 1902 e 1963.


Fonte: BRAUM, Loreni Maria dos Santos. (2006, p. 30-31) apud adaptado de FÁVERO
(1987); COELHO (2000); LAFFIN (2002); HOFFER (2004).

Podemos afirmar que desenvolvimento econômico vivenciado pelo Brasil na década de


1940 foi fator primordial para a viabilização do processo evolutivo da contabilidade, tanto
no que tange ao ensino contábil, mas principalmente no exercício da profissão.
Por meio do Decreto-Lei 7.988 de 22/09/45, surge o curso de Ciências no Brasil, devendo
se destacar que na realidade o citado Decreto-Lei criou o curso de Ciências Contábeis e
Atuariais, conferindo aos formandos o grau de Bacharel em Ciências Contábeis e
Atuariais, estabeleceu a duração do curso em quatro anos e especificando a seqüência em
que as disciplinas deveriam ser ministradas.
Decreto-lei número 8.191, de 20/11/45 de dezembro teve como principal intuito definir as
categorias profissionais que vigorariam com a criação do Curso de Ciências Contábeis e
Atuariais, estabelecendo as categorias de guarda – livros, atuários, contadores, perito-
contadores e bacharéis sendo agrupadas em duas, a saber: Técnico em Contabilidade
para os técnicos em contabilidade e guarda-livros (com este decreto o diploma de guarda-
livros foi substituído pelo diploma de técnico em contabilidade) e Contador ou Bacharel
para os de nível superior e atuários, contadores e perito-contadores.
O Decreto número 9.295 de 27 de maio de 1946 criou o Conselho Federal de
Contabilidade e determinou a criação dos Conselhos Regionais de Contabilidade bem
como regulamentou a profissão dos contabilistas e a estrutura de fiscalização do curso de
Contabilidade.
A criação legal e efetiva dos cursos de Ciências Contábeis resultou do advento da Lei
1.401 de 31/07/51, que desdobrou o curso de Ciências Contábeis e Atuariais em dois,
possibilitando aos concluintes receberem o título específico de Bacharel em Ciências
Contábeis.
De acordo com Costa (2003, p. 85), na década de sessenta ocorreram profundas
mudanças no ensino superior brasileiro, que refletiram nos cursos de Ciências Contábeis.
Essas mudanças ocorreram em função da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, que
fixou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e criou o Conselho Federal de
Educação (CFE), com a finalidade de fixar os currículos mínimos e a duração dos cursos
superiores destinados à formação de profissões regulamentadas em Lei.
Em 1962, ocorreu outra reforma significativa em nível curricular, conforme Parecer nº
397/62, que dividiu os cursos de Ciências Contábeis em ciclo de formação básica e ciclo
de formação profissional. O ciclo de formação básica consistia no ensino das disciplinas de
Matemática, Estatística, Direito e Economia e, o ciclo de formação profissional no ensino
das disciplinas de Contabilidade Geral, Contabilidade Comercial, Contabilidade de Custos,
Auditoria, Análise de Balanços, Técnica Comercial, Administração e Direito Tributário.
Somente a partir da década de 90 é que surgiram alterações significativas no ensino da
Contabilidade. “A resolução n° 03/92 do extinto Conselho Federal de Educação fixava os
conteúdos mínimos e a duração dos cursos de graduação” (BRAUM (2006, p. 31) apud
HOFER, 2004, p. 36).
O currículo do Curso tinha duração mínima de 2.700 horas/aula, ressalta-se ainda as
novas alterações no ensino superior que ocorreram com a publicação da Lei das Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, Lei nº. 9.394/96, a qual trata de questões relativas ao
ensino superior nos artigos 43 a 57, e por meio do Edital n 04/97, a Secretaria de
Educação Superior passou a discutir as novas diretrizes curriculares dos cursos superiores
com o objetivo de adaptá-los a referida Lei, sendo que no ano de 2003, todas as
referências normativas existentes na Câmara de Educação Superior referentes à
conceituação dos currículos mínimos profissionalizantes foram reunidas no Parecer nº.
CNE/CES 67/2003.
Em 2003, foi aprovado o Parecer nº. CNE/CES 108/2003, com o objetivo de promover
audiências com a sociedade sobre os cursos de bacharelado. E o Parecer nº. CNE/CES
289/2003 dispôs sobre a elaboração e aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Ciências Contábeis a serem observadas pelas Instituições de
Ensino Superior.
No quadro a seguir apresenta-se a evolução cronológica da legislação ao ensino superior
de Contabilidade no Brasil, conforme Peleias [org] (2006, p. 33), o diploma legal
correspondente a cada ocorrência:

|Ano |Diploma legal |Ocorrência |


|1945 |Lei n. 7.988 |Institui o curso superior de Ciências Contábeis e Atuariais. |
|1946 |Decreto Estadual n. 15.601 |Autoriza o curso de Ciências Contábeis e Atuariais a
funcionar na Faculdade de|
| | |Ciências Econômicas e Administrativas (FCEA). |
|1951 |Lei n. 1.401 |Desmembra os cursos de Ciências Contábeis e Atuariais, criando de
forma |
| | |independente o curso de Ciências Contábeis, com duração de quatro anos, para |
| | |formar os bacharéis em Contabilidade. |
|1961 |Lei n. 4.024 |Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e cria o Conselho
Federal de |
| | |Educação. |
|1962 |Parecer n. 397 |Divide os cursos de Ciências Contábeis nos ciclos de formação
básica e |
| | |formação profissional. |
|1963 |Resolução CFE sn. de 8/2/1963 |Fixa os mínimos de conteúdo e duração do curso
de Ciências Contábeis, e |
| | |ratifica o Parecer CFE n. 397/1962. |
|1992 |Resolução n. 3 |Institui o currículo pleno, fixa a duração mínima de quatro anos para
os |
| | |cursos diurnos e cinco anos para os cursos noturnos. |
|1996 |Lei n. 9.394 |Lei de Diretrizes e Bases, introduz novas mudanças para o ensino
superior |
| | |brasileiro. |
|1997 |Edital n. 04 |Da Secretaria de Educação Superior, tem por finalidade discutir as
novas |
| | |diretrizes curriculares dos cursos superiores, adaptando-os a Lei. |
|2002 |Parecer CES/CNE n. 0146 |Define as diretrizes nacionais para os cursos de
Ciências Contábeis. |
|2003 |Parecer CNE/CES n. 67 |Referencial para as diretrizes curriculares nacionais (DCN)
dos cursos de |
| | |graduação. |
|2003 |Parecer CNE/CES n. 108 |Promove audiências com a sociedade, ensejando
discussão e avaliação da duração|
| | |e integralização dos cursos de bacharelado. |
|2003 |Parecer CNE/CES n. 289 |Aprova as diretrizes curriculares dos cursos de
graduação em Ciências |
| | |Contábeis – bacharelado, a serem observadas pelas instituições de Ensino |
| | |Superior em sua organização curricular. |
|2004 |Resolução CNE/CES n. 6 |Oficializa o Parecer CNE/CES n. 289/2003. |
|2004 |Parecer CNE/CES n. 269 |Remove do texto da Resolução n. 269/2004, a pedido do
Instituto Brasileiro de |
| | |Atuária (IBA), o trecho que menciona a necessidade de inserção da profissão |
| | |contábil nos domínios da atividade atuarial. |
|2004 |Resolução CNE/CES n. 10 |Cancela o pedido do IBA, cancela e substitui a
Resolução CNE/CES n. 6/2004. |

Quadro 02 – Cronologia da legislação sobre o ensino superior de Contabilidade no Brasil.


Fonte: PELEIAS, Ivam Ricardo [org]. Didática do Ensino da Contabilidade: Aplicável a
outros Cursos Superiores. ed.01. São Paulo: Atlas, 2006.
A Resolução CNE/CES 06/2004 estabelece as Diretrizes Curriculares para os Cursos de
Ciências Contábeis.

2.2.2 Formação do Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis

O currículo contábil deve proporcionar ao egresso as habilidades, bases do conhecimento


e as atitudes, os quais são considerados como itens necessários à obtenção de
competência, pois, ao avanço da Contabilidade, adicionam-se exigências contemporâneas
as funções do profissional Contador.
Em pesquisa desenvolvida por Carr (1999, p. 92) apresenta-se o questionamento
relacionado a quem se deve a responsabilidade pelo currículo contábil, advertindo aos
contadores que desejarem ter sucesso na atividade internacional, a desenvolver um amplo
conhecimento e domino de habilidades, com pura competência técnica, sendo que seu
comentário segue para estudos recentes (IFAC).
Esses estudos evidenciam mudanças potenciais nas habilidades contábeis básicas para o
futuro, sugerindo como profissionais contábeis aqueles que vêem suas qualificações como
um ponto de partida e não como fim de seu desenvolvimento profissional, que adotem uma
visão estratégica dos negócios, aplicando ferramentas analíticas, que ampliem as medidas
do período contábil único, mude sua ênfase nas tarefas contábeis tradicionais para as
tarefas de valor adicionado, incluindo analise de negócios e estratégicas, apoio decisorial,
busquem novas idéias para valorizar a atividade.
Pela necessidade de elevação do nível do ensino e a conseqüente valorização profissional
percebe-se que o curso médio não atendia as prerrogativas a uma formação aprimorada
criando assim o curso superior de Ciências Contábeis.
Segundo Hermann Júnior: “Os cursos de Contabilidade Superior, em que são formados
contadores, deverão desenvolver altos estudos de Contabilidade, de Organização e de
Economia das instituições estatais, paraestatais e sociais e das empresas industriais,
bancárias, de seguro e do comércio em geral”, com o fito de preparar profissionais aptos
para o desempenho de funções de direção nas grandes empresas e instituições públicas e
particulares e as de peritos forenses, Contadores de sociedades anônimas,
pesquisadores, professor e outros que lhe serão outorgados com grande soma de
responsabilidade pela legislação comercial e financeira vigentes.
O elevado padrão de conhecimento necessário para o exercício de tais funções não pode
ser adquirido em curso secundário (...) Somente as universidades, como indica a
experiência de outros povos, oferecem o clima necessário para a formação de técnico com
alta cultura científica.”

2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE COMPETÊNCIAS E HABILIDADE NA ÁREA DA


CONTABILIDADE

2.3.1 Conceito de Contabilidade

A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando representá-lo


graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua interpretação,
análise e auditagem e servir como instrumento básico para a tomada de decisões de todos
os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa.
A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação
desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas
variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica.
Sendo a contabilidade um excelente instrumento de identificação, registro, acumulação,
análise, interpretação e informação das operações empresariais aos sócios, acionistas e
investidores em geral, além dos administradores, obviamente, ela se configura, conforme
Queiroz (2000, p.81), como o melhor mecanismo de gestão disponível ao empresariado,
cujos resultados apurados podem ser tornados visíveis à sociedade, com relativa
facilidade, mediante a apresentação de balanços mais complexos, que incluam, em seu
corpo, as respostas aos questionamentos sociais.
A contabilidade é uma enorme fonte de registro, interpretação e informação de dados
empresariais e governamentais, deve também, passar a preocupar-se com o retorno a ser
dirigido a toda a sociedade.
Podemos então afirmar que a controladoria e a contabilidade andam juntas pois uma
controla o patrimônio representando suas variações , enquanto a controladoria tem por
objetivo após identificação dessas variações, atacar de forma a maximizar recursos,
minimizando perdas e gerando lucros para a empresa.
A contabilidade é proveniente das contas contábeis de uma organização, onde é a
responsável por analisar, gerenciar e armazenar os elementos e as ações que influenciam
o patrimônio de uma empresa, sendo considerada uma ciência social.
Em relação ao objetivo principal da contabilidade, afirma-se que:

Fornecer informação econômica relevante para que cada usuário possa tomar suas
decisões e realizar seus julgamentos com segurança. Isto exige um conhecimento do
modelo decisório do usuário e, de forma mais simples, é preciso perguntar ao mesmo
quais as informações que julga relevantes ou as metas que deseja maximizar, a fim de
delinearmos o conjunto de informações pertinentes. Embora um conjunto básico de
informações financeiras consubstanciadas nos relatórios periódicos principais deva
satisfazer as necessidades básicas de um bom número de usuários, a contabilidade ainda
deve ter flexibilidade para fornecer conjuntos diferenciados para usuários ou decisões
especiais. (IUDIDÍCIBUS, 1997, p. 28)

Dessa maneira, a contabilidade contribui para suprir as necessidades de uma empresa


direcionadas à criação de dados que permitem armazenar informações úteis para cada um
de seus usuários, uma vez que esteja sempre atualizada com suas regras, teorias e
métodos.

Os usuários da Contabilidade, conforme a citada Resolução, podem ser tanto internos


como externos, sendo que as informações geradas pela Entidade devem ser amplas e
fidedignas, de modo a permitir a avaliação da situação patrimonial, as mutações do
Patrimônio e a realização de inferências sobre o futuro. (FUJI; SLOMSKI, 2003, p. 35)

Os usuários dessa ciência envolvem indivíduos internos e externos, onde os internos são
os administradores dos mais variados níveis, que normalmente necessitam estar
integrados com a situação financeira da organização em relação a suas atividades
operacionais. Os indivíduos externos são constituídos por aqueles que direcionam suas
análises para as atividades mais genéricas demonstradas pelo balanço contábil.

A tabela a seguir apresenta os principais usuários que compõe o departamento de


Contabilidade de uma organização, exemplificando as metas que fazem parte de suas
funções:

|Usuários |Metas |
|Acionista minoritário |Fluxo regular de dividendos. |
|Acionista majoritário ou com grande participação |Fluxo de dividendos, valor de mercado
da ação, lucro por ação. |
|Acionista preferencial |Fluxo de dividendos mínimos ou fixos. |
|Emprestadores em geral |Geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de
volta|
| |o capital mais os juros, com segurança. |
|Entidades governamentais |Valor adicionado, produtividade, lucro tributável. |
|Empregados em geral, como assalariados |Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons
aumentos ou manutenção|
| |de salários, com segurança; liquidez. |
|Média e Alta Administração |Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido;
situação |
| |de liquidez e endividamento confortáveis. |

Quadro 03 – Usuários Contábeis


Fonte: Adaptado de Fuji e Slomski (2003)

Geralmente, quando um país possui um mercado de capitais em alta evolução, torna-se


essencial que as empresas tenham dados consistentes sobre seus próprios patrimônios,
permitindo que os investidores possam analisar a rentabilidade das organizações, sendo
possível avaliarem ameaças e oportunidades das mesmas.
A qualidade dos dados contidos na análise do patrimônio da entidade deve ser fortalecida
pelos princípios fundamentais que cercam a contabilidade, uma vez que Paton (1922,
p.16) afirma que “a função da contabilidade e das explicações de princípios e
procedimentos contábeis deve ser exposta em termos de necessidades e das finalidades
dos proprietários.”
Como o objeto de estudo principal da Contabilidade é o patrimônio da organização, o
objetivo principal como uma área científica é demonstrar claramente e corretamente os
bens da empresa, detalhando possíveis mudanças que possam alterar os mesmos.
No entanto, como uma área regulamentada, a Contabilidade busca apresentar aos
usuários contábeis todos os dados financeiros e econômicos da empresa, envolvendo
informações contidas nos registros, planejamentos, demonstrações de resultados,
planilhas, entre outros documentos que mensurem qualquer ordem de natureza
econômica.
Sendo assim, para Iudícibus (2000, p.19) a Contabilidade mantém o intuito de
desenvolver:

[...] um arquivo básico de informação contábil que possa ser utilizado, de forma flexível,
por vários usuários, cada um com ênfases diferentes neste ou naquele tipo de informação,
neste ou naquele princípio de avaliação, porém extraídos todos os informes do arquivo
básico ou data base estabelecido pela Contabilidade. (IUDÍCIBUS, 2000, p.19)

Cabe ressaltar, que quando mencionado que o objetivo das demonstrações contábeis é
apresentar dados consistentes de caráter econômico e financeiro, torna-se necessário
compreender que os dados econômicos envolvem as transações quantitativas e
qualitativas da organização, sendo que estas operações podem alterar o patrimônio líquido
da empresa, formado pelos custos e pelas receias.
Já os dados financeiros são constituídos pelas informações do fluxo de caixa, que é uma
ferramenta utilizada para exibir a entrada de receita de uma organização e saída de
gastos. Estes gastos estão relacionados com despesas de caráter financeiro de um
determinado período. Podendo ser realizado de acordo com as necessidades da empresa
de controlar a entrada e saída dos recursos.
Normalmente cada país mantém um órgão especifico responsável por esta função, sendo
que no Brasil o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é o responsável por expedir as
regras para assuntos direcionados ao departamento de contabilidade de cada
organização.
No entanto, o país também apresenta outros órgãos que podem desenvolver regra para
organizações que o mesmo se encontra responsável, como:
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
- Secretaria do Tesouro Nacional (STN)
- Tribunais de Contas
Dessa maneira, em relação a área da Contabilidade:

Exemplificando têm-se: 1) a Contabilidade estuda os reflexos de um blecaute no


patrimônio organizacional, sem todavia, estudar a origem de tal fato – sendo este, objeto
de estudo de outra área do conhecimento; 2) a Contabilidade apresenta a riqueza gerada
pela entidade e sua forma de aplicação, entretanto, cabe aos mais diversos usuários
estudarem a relevância e aplicação de tal informe. (KROETZ, 2001, p. 07)

Alguns fatores devem ser levados em consideração para a formação de ações contábeis
consistentes, como é o caso dos fenômenos contábeis, que são categorizados em
endógenos direcionados ao ambiente aziendal, e exógenos direcionados ao ambiente
político-social e econômico da organização, levando em consideração que este último
inclui as atividades políticas e legais da empresa.
Um sistema contábil deve englobar ações que desempenhem atividades de registro dos
dados economicos e financeiros; controle e monitoramento dessas informacoes; e por fim,
demonstracao de resultados através de dados precisos e consistentes.

2.3.2 Aspectos Históricos de Contabilidade

De acordo com Fuji e Slomski (2003, p. 34) a Contabilidade “é um campo do conhecimento


que acompanha a humanidade desde os seus primórdios, sendo que o ato de contabilizar
eventos é tão antigo quanto a escrita, conforme evidências arqueológicas.”
Segundo Moura e Silva (2003) as atividades direcionadas a contabilidade dos bens
surgiram a mais de 8.000 anos, através dos métodos iniciais de creditar e debitar,
provenientes das transações realizadas pelos indivíduos nas cidades, o que com o passar
do tempo foi se expandindo por meio do capitalismo, formando as contas capitais
concretizadas no século XIII.

Na antigüidade já existiam as trocas de bens e serviços e registros sobre os fatos, os


impostos já se faziam com escritas de forma rudimentar em tabletes de barro cozido e
placas de madeira ou pedra, para registrar os pagamentos de serviços. Empregavam-se
também ramos de árvores assinaladas com talhos como provas de dívida ou de quitação.
Esses métodos de escrituração foram empregados até o aparecimento do papiro e do
cálamo (pena de escrever), facilitando o registro das informações dos negócios. O homem
cada vez mais sentindo a necessidade de preservar seus bens, foi desenvolvendo técnicas
menos rudimentar para controlar seus rebanhos. (MOURA; SILVA, 2003, p. 04)

Foi no começo do século XIV que os primeiros registros direcionados as despesas


comerciais e operacionais apareceram, uma vez que essas informações apresentavam o
controle das despesas geradas pelos transportes e juros sobre a organização.
No entanto, foi a partir do ano de 1517 que a contabilidade vivenciou uma fase moderna,
isto se deu devido à criação do inventário e da descrição dos métodos de como fazê-lo, e
conseqüentemente dos livros focados nas operações mercantis.
Dessa forma, cabe enfatizar que o século XVII foi denominado de Era Científica, pois foi a
época onde a contabilidade se tornou uma ciência estudada nas universidades espalhadas
pelo mundo. Entretanto, no Brasil, estes estudos só foram iniciados no ano de 1809.

Dados o desenvolvimento industrial, o crescimento das empresas e o aumento da


competitividade, a Contabilidade de Custos passou a ser um instrumento gerencial, com
duas funções importantes para os usuários internos: auxílio ao Controle e respaldo às
tomadas de Decisão. A atividade de Controle refere-se ao fornecimento de dados para o
estabelecimento de padrões e orçamentos, assim como para o acompanhamento do que
foi previsto e do que foi efetivamente realizado. (FUJI; SLOMSKI, 2003, p. 35)

Com a expansão das atividades contábeis, outras áreas da ciência começaram a


direcionar seus estudos para a criação de soluções que suprissem as necessidades das
organizações em estabelecer um parâmetro de sua situação financeira.
No Brasil, houve uma proposta capaz de atender os objetivos mais importantes da
contabilidade que envolve o registro, o controle e as informações. Essas propostas podem
ser encontradas em diversas áreas, tais como:
- Economia: a proposta elaborada envolvia um sistema baseado nos programas
econômicos de grande porte encontrados em organizações, abordadas pela
microeconomia, e em governos, abordados pela macroeconomia, permitindo que áreas
como a matemática e a estatística fizessem parte dos dados contábeis apresentados pelas
empresas.
- Administração: direcionada aos princípios contábeis, esta proposta envolvia estratégias
responsáveis por organizar operações que suprissem a necessidade de se padronizar as
atividades contábeis, levando em consideração as necessidades dos administradores de
empresas.
- Regulamentação: já que no Brasil a necessidade de ter uma legislação que controle as
atividades contábeis é essencial, esta proposta está baseada em um sistema que controla
todos os custos, através da escrituração, ficando como algo opcional, caso a empresa
queira integrar a sua escrituração, as informações relacionadas com o seu sistema de
custos.
Dessa forma, Fuji e Slomski (2003, p. 35) afirmam que “nas últimas décadas, no âmbito da
Contabilidade de Custos, verifica-se que houve uma grande mudança de foco: a função
gerencial passou a prevalecer sobre aquela relacionada apenas à mensuração.”

2.3.3 Princípios Fundamentais que regem o exercício contábil

A Contabilidade possui alguns princípios fundamentais que são considerados os


elementos principais da área, estabelecendo algumas normas para a ciência e exercendo
papel universal em todas as circunstâncias que envolvem as atividades contábeis.
Estes princípios podem estar integrados com todos os bens de qualquer organização,
onde a finalidade de cada um, método jurídico, localização, e outros aspectos, devem
estar relacionados com o potencial de autonomia entre o restante dos bens existentes.
De certa forma, nos princípios que envolvem a contabilidade, não pode ter aspectos
hierárquicos formalizados, já que os mesmos são os elementos que formam a constituição
direcionada a esta área científica.
No campo de ciências sociais, os princípios constituem normas verdadeiras e corretas,
que devem ser seguidas sem ultrapassar as definições e atividades estabelecidas por
cada princípio.

O atributo da universalidade permite concluir que os princípios não exigiram


adjetivação, pois sempre, por definição, se referem à Ciência da Contabilidade no seu
todo. Dessa forma, o qualificativo “fundamentais” visa, tão-somente, a enfatizar sua magna
condição. Esta igualmente elimina a possibilidade de existência de princípios identificados,
nos seus enunciados, com técnicas ou procedimentos específicos, com o resultado obtido
na aplicação dos princípios propriamente ditos a um patrimônio particularizado. Assim, não
podem existir princípios relativos aos registros, às demonstrações ou à terminologia
contábeis, mas somente ao objeto desta, o Patrimônio. Os princípios, na condição de
verdades primeiras de uma ciência, jamais serão diretivas de natureza operacional,
característica essencial das normas – expressões de direito positivo, que a partir dos
princípios, estabelecem ordenamentos sobre o “como fazer”, isto é, técnicas,
procedimentos, métodos, critérios etc., tanto nos aspectos substantivos, quanto nos
formais. Dessa maneira, alcança-se um todo organicamente integrado, em que, com base
nas verdades gerais, se chega ao detalhe aplicado, mantidas a harmonia e coerência do
conjunto. (CFC, 2000, p.34)
Basicamente, os princípios existem para fundamentar as regras e justificar cada atividade
desenvolvida pela organização. Em relação aos princípios universais, o Brasil possui
regulamentado nas Normas Brasileiras de Contabilidade, alguns princípios que são
considerados a base de todo o sistema contábil que constituem as empresas brasileiras,
estabelecendo assim várias regras que são aplicadas no registro das informações
financeiras de uma empresa, a fim de analisar a situação econômica da organização,
servindo também como método para identificar o nível de rentabilidade da entidade.
Em relação ao conteúdo, o CFC (2000, p. 35) afirma que os princípios “dizem respeito à
caracterização da Entidade e do patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao
reconhecimento das mutações e dos seus efeitos diante do Patrimônio Líquido.”
Assim, como os princípios integram os bens da organização como uma globalização, seus
procedimentos e métodos estão ligados a dados que suprem determinadas situações com
clareza, sendo a principal razão pelas quais as metas das atividades contábeis serem
caracterizadas pelas informações que envolvem a empresa.
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à
Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das
Entidades. (CFC, 2000, p. 25)

De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 750/93, os


princípios fundamentais da contabilidade são:

- Princípio da Entidade
- Princípio da Continuidade
- Princípio da Oportunidade
- Princípio do Registro pelo Valor Original
- Princípio da Atualização Monetária
- Princípio da Competência
- Princípio da Prudência.

Para Sá (2000), o principal objetivo destes princípios é tornar possível alcançar o equilíbrio
das informações econômicas e financeiras da empresa o mais perto possível da realidade
da situação da organização, almejando a normalização contábil.

2.3.4 A Importância da Ética na Profissão Contábil

A ética em qualquer área de estudo é necessária, pois todo profissional deve compreender
como fazer e como agir. Assim, suas habilidades estão ligadas com o potencial de saber
colocar em prática sua profissão de maneira correta, seguindo uma conduta ética que
possibilita adquirir a integridade.

A ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo
ser humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas
consideradas básicas pela Ética: “o que é”o homem e “para que vive”, logo toda
capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais
da Ética. (MOTTA, 1984, p. 69).

Portanto, a ética relaciona-se com o desejo de realizar ações aceitáveis por todos os seres
humanos de acordo com regras provenientes de valores corretos, principalmente para os
profissionais contábeis, que exercem atividades onde a ética pode fazer a diferença para o
seu sucesso e fracasso, podendo causar a desconfiança, o que prejudica muito este
profissional.

Os contabilistas, como classe profissional, caracterizam-se pela natureza e


homogeneidade do trabalho executado, pelo tipo e características do conhecimento,
habilidades técnicas e habilitação legal exigidos para o seu exercício da atividade contábil.
Portanto, os profissionais da contabilidade representam um grupo específico com
especialização no conhecimento da sua área, sendo uma força viva na sociedade,
vinculada a uma grande responsabilidade econômica e social, sobretudo na mensuração,
controle e gestão do patrimônio das pessoas e entidades. (FORTES, 2002, p. 108)
Cabe ressaltar que a contabilidade não é responsável apenas por registrar e administrar
os recursos financeiros. O profissional contábil tem a função também de informar qual a
melhor opção para a organização seguir em relação aos seus ativos e passivos
financeiros, desempenhando um papel social de extrema importância para o futuro da
empresa.
Existe um código de ética que o contabilista deve seguir, sendo compreendido como as
normas que regulam as ações do profissional em sua profissão, enumerando as práticas
que deverão ser concretizadas.
Assim, “a ética profissional tem como premissa maior o relacionamento do profissional
com seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores como a dignidade
humana, auto-realização e sociabilidade.” (SILVA; SPERONI, 1998, p. 78)

2.4 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O BOM DESEMPENHO


DO PROFISSIONAL CONTÁBIL

Atualmente, a globalização tem demonstrado que um profissional especialista é aquele


que possui além dos conhecimentos específicos, conhecimentos em outras áreas que dão
suporte a suas atividades.
O profissional contábil deve ser um profissional qualificado com conhecimentos
especializados, além de manter a integridade moral e ser devidamente habilitado para
realizar a função. As características envolvem a versatilidade, habilidade, esperteza e
experiente.
O contador possui total liberdade para colocar em prática sua atividade de caráter
investigatório focado em seu conhecimento e experiências já vividas. O profissionalismo e
a experiência do mesmo são fundamentais para o alcance dos objetivos da Contabilidade,
fortalecendo a necessidade de integração entre os aspectos teóricos da ciência contábil e
as experiências profissionais que se fundamentam a partir da legislação.

O contador deve desempenhar aqui um papel importante nas negociações inter-regionais,


assessorando, pesquisando, trazendo informações e elementos que assegurem o fluxo de
informação contínua que leva a uma tomada de decisão racional, devendo oferecer um
serviço socialmente útil e profissionalmente eficiente, que não seja apenas fruto da
experiência e da formação universitária recebida, mas também de seu compromisso de
incrementar e renovar constantemente o caudal de seus conhecimentos em prol da
unidade regional. (MONTALDO, 1995, p. 32)

Segundo Sá (2007, p. 20), a capacidade profissional é adquirida através de algumas


características como “conhecimento teórico da contabilidade; conhecimento prático das
tecnologias contábeis; experiência em perícias; perspicácia; perseverança; sagacidade;
conhecimento geral de ciências afins à Contabilidade; índole criativa e intuitiva”.
É preciso ressaltar que a perspicácia e a sagacidade são qualidades necessárias para o
contador, pois sua função exige grande potencial de observação e concentração para
analisar os fatos da ação de forma detalhada.
O profissional contábil precisa voltar seus esforços para o interesse da sociedade,
permitindo o bem-estar a todos os envolvidos no processo na maneira do possível de
acordo com princípios morais, intelectuais e técnicos.

O contador deve estar no centro e na liderança deste processo, pois, do contrário, seu
lugar vai ser ocupado por outro profissional. O contador deve saber comunicar-se com as
outras áreas da empresa. Para tanto, não pode ficar com os conhecimentos restritos aos
temas contábeis e fiscais. O contador deve ter a formação cultural acima da média,
inteirando-se do que acontece ao seu redor, na sua comunidade, no seu estado, no seu
país e no mundo. O contador deve ter um comportamento ético-profissional inquestionável.
O contador deve participar de eventos destinados à sua permanente atualização
profissional. O contador deve estar consciente de sua responsabilidade social e
profissional. (NASI, 1994, p. 05)

Observa-se que uma das habilidades deste profissional está voltada para o potencial de
buscar, identificar e revelar dados da organização exercitando papel investigatório a
respeito da situação das mesmas. Então, “se o profissional contábil consegue deter
informações vitais sobre a situação das empresas, poderia este profissional desempenhar
a função de Controller.” (MARION; SANTOS, 2000, p. 06)
O encarregado pela área de Controladoria em uma empresa é chamado de Controller ou
Controlador.
Este considerado como a área de assessoria e consultoria da organização dando suporte
com base em suas análises financeiras e contábeis a todos os outros departamentos da
organização.
O controlador em sua função tem como finalidade dentro da organização dar suporte em
tomadas de decisões.
Figueiredo (2004, p. 28), define o profissional Controller como, “o gestor encarregado do
departamento de controladoria; seu papel é, por meio do gerenciamento de um eficiente
sistema de informação zelar pela continuidade da empresa, viabilizando as sinergias
existentes”.

Nas empresas, em algumas situações, há a necessidade de se fazer alterações nos


sistemas contábeis/financeiros, de forma a obter informações mais precisas ou mesmo
corrigir alguns desvios, os quais são percebidos após a implantação do sistema. Nestes
casos, quem atua juntamente com os analistas de maneira a auxiliar e agilizar as
alterações é o contador. Porém, é muito comum, também, encontrarmos o contador no
papel de analista, desenvolvendo sistemas no intuito de otimizar o processo de
contabilização bem como a obtenção mais rápida de dados e informações contábeis.
Então, parece ser possível a existência de um contador “designer”. (MARION; SANTOS,
2000, p. 06).

Baseado nas afirmações acima, compreende-se que as perspectivas da profissão cresce a


cada dia necessitando de habilidades básicas e específicas.
Cabe enfatizar que a habilidade de desenvolver análises descritivas é essencial para o
profissional contábil, uma vez que “é muito comum alunos ao cursarem a disciplina análise
das demonstrações financeiras desenvolverem os cálculos perfeitamente, entretanto não
conseguem expressar o que refletem aqueles valores através de análises descritivas.”
(MARION; SANTOS, 2000, p.07).

Um profissional contábil deve ser um comunicador em potencial, e todos nós sabemos que
para desenvolver tal habilidade há necessidade de inserir na grade disciplinas como
marketing, cultura organizacional com o objetivo de desenvolver nos discentes uma
postura mais forte, ser mais crítico, impor suas opiniões, pois é notório o inverso, ou seja,
ainda encontramos profissionais e estudantes com uma postura retraida, quieta e
submissa, todavia, no mercado não há mais espaço para profissionais com tal postura.
(MARION; SANTOS, 2000, p.07).
Os contadores em geral devem apresentar habilidades em trabalhar juntamente com os
fatores tecnológicos, já que “a utilidade contábil de sistemas informatizados, os quais
possibilitam agilizar os processos de fechamentos contábeis periódicos, a flexibilidade na
geração e distribuição de relatórios gerenciais e a garantia de integridade de resultados e
informações disponibilizadas aos diversos usuários dos serviços contábeis.” (CARDOSO;
SOUZA; ALMEIDA, 2006, p. 278)
Dessa forma, Silva (2002, p. 6) enfatiza que “o profissional da área contábil deve ser muito
mais que um simples contador, deve necessariamente ser um gerenciador de informações,
que possua uma visão global do mundo e que converta as informações contábeis de que
dispõe em benefícios à organização”.
Para Cho (1995) aquele profissional que mantém habilidades direcionadas para as
mudanças do mundo dos negócios possui um currículo significativo, pois os fatores
tecnológicos que formam a globalização permitem a facilidade de informações contábeis,
já que os sistemas informatizados aumentam a rapidez de análise de dados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É preciso considerar que o capital humano é constituído das pessoas que fazem parte de
uma empresa.
O capital intelectual e capital humano tem se tornado um dos principais, se não o principal
recurso a ser utilizado e desenvolvido para o crescimento das organizações. Em função
das mudanças que ocorrem em nosso meio, a sociedade vem percebendo que para
sobreviver no mercado de trabalho é necessário participar de todo processo de evolução
buscando estar devidamente qualificado e treinado, a fim de proporcionar e buscar
melhores resultados para a organização, uma vez que a mesma tem a preocupação de
reter seus talentos, mantendo-os motivados e preocupando-se com sua qualidade de vida.
Para tanto, a gestão por competências mantém ligação direta com o capital humano e
intelectual de uma organização, considerando que constituem todo o conhecimento
existente em uma empresa, elemento necessário para a implantação da gestão.
Atualmente, inúmeras organizações estão investindo em programas de treinamentos para
alavancar seu potencial de qualificação de seu escopo de funcionários, sendo que muitos
jovens recém formados possuem a oportunidade de ingressarem no mercado de trabalho
como funcionários efetivos de grandes empresas inicialmente passando por esses
programas de treinamentos, já que os funcionários de uma organização são considerados
uma fonte de valor, onda a empresa concentra seus esforços em aumentar seu
desempenho a partir de estratégias de motivação, visando atingir sua satisfação pessoal.
Cabe enfatizar que as empresas procuram cada vez mais profissionais que consigam
trabalhar em grupos, que mantenham grande potencial de comunicação.
Portanto, levando em consideração estes princípios, observa-se que vários elementos
influenciam o desenvolvimento de habilidades e competências do profissional contábil.
Assim, para isto o profissional necessita conhecer detalhadamente o negócio da empresa
para lidar com o ambiente competitivo, compreender os costumes locais, manter o extinto
de liderança para que suas ações sejam consistentes para o bem estar dos funcionários e
os objetivos organizacionais da empresa.
O domínio dos elementos tecnológicos é essencial para um contador, pois o mundo se
encontra cada vez mais inovador, sendo que a globalização só é alcançada com o
desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas, que aumentam o potencial de
qualidade de produtos e serviços, servindo com base para a informatização empresarial.

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[1] Titulo do Artigo Cientifico apresentado a UNESC no Curso de Especialização em
Metodologia e Didática no Ensino Superior, com a finalidade de obter o Titulo de
Especialista Lato Sensu.
[2] Bacharel em Ciências Contábeis, Professora da UNIR-RO, Especialista em
Contabilidade Auditoria e Pericia – UNESC – Cacoal.
[3] Orientadora do Artigo, Mestre em Educação pela UFMS/MS.

ANÁLISE DE CUSTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

1 - INTRODUÇÃO

A competitividade tem exigido das empresas a busca contínua em aprimorar a qualidade


em todos os processos e atividades que executam, buscando obter a aceitação dos seus
produtos e/ou serviços e alcançar não apenas a permanência no mercado que atuam, mas
também, outros objetivos desejados.
Alguns dos aspectos que impactam fortemente a obtenção desses objetivos são aqueles
que dizem respeito à análise dos custos e suas influências nas decisões que impactam a
formação do preço de venda.
Estas decisões que objetivam a definição do preço de venda envolvem aspectos muitas
vezes analisados de forma empírica, baseadas em dados e informações históricas ou
subjetivas, apenas com alguma base científica.
Este tipo de análise e decisão não mais atende as necessidades que a competitividade
trouxe, principalmente em períodos recessivos e de crise, quando a demanda cai de forma
relevante, passando a dominar o ambiente a chamada “briga de preços”, fato que permite,
por exemplo, a existência de duas empresas com a mesma estrutura física e de recursos
financeiros, praticando preços muito diferentes.
Percebe-se então que o preço de venda não pode mais ser objeto de decisões empíricas,
mas, sobretudo, objeto de estudo, o que torna necessário conhecer todos os elementos
que o compõem, sejam internos ou externos.
Para conhecer esses elementos que compõem o preço de venda, são necessários
procedimentos organizacionais que informem sobre a estrutura patrimonial, assim como os
relacionamentos sistêmicos que as empresas estabelecem com o ambiente no qual estão
inseridas, pois, qualquer decisão sobre preço de venda poderá provocar alterações em
todas as áreas das empresas e, conseqüentemente, neste relacionamento.
Ao buscar apoio em estudos realizados, García (1998, p.109) afirma que “La
determinación del precio de venta es uno de los más importantes problemas en las
decisiones de planeamiento que la gerencia maneja.. Los contadores internos puedem
proporcionar una contribuición importante en esta materia, utilizando técnicas indicadas.”
Santos (1999, p.21) também acentua a importância, quando considera que “a formação do
preço de venda dos produtos e serviços nas empresas constitui-se numa estratégia
competitiva de grande relevância para as organizações.”
Em razão desses aspectos apresentados e, entendendo a necessidade de contribuir para
uma melhor clareza por parte das empresas na análise dos custos e na formação do preço
de venda, este artigo busca comentar sobre cada elemento, conceituando-o e buscando
compreender seu comportamento nas operações comerciais.
De forma mais específica, são apresentados os diferentes critérios utilizados na formação
do preço de venda, a partir das diferentes ópticas de custos, e também aqueles baseados
nos preços praticados pelo mercado e no retorno dos investimentos.
Juntamente com estes, são apresentados os conceitos e elementos básicos para a
formação do preço de venda, tais como: mark-up, parâmetros externos, efeitos tributários
sobre as vendas e sobre a margem de lucro líquida desejada de tributos sobre o lucro.
Não é objetivo construir modelos de formação de preço de venda a serem praticados em
regimes inflacionários ou mesmo na opção de compra ou venda a prazo.

2 - ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA

Os preços atuam mais diretamente sobre determinadas áreas, quais sejam: compras,
estoque, custos, marketing, vendas e finanças.
A capacidade em adquirir mercadorias, ou matérias primas, com preços menores; na
gestão dos estoques; a eficiência nos processos produtivos; as políticas na formação dos
preços; os procedimentos para a colocação dos produtos no mercado e a gerência dos
recursos financeiros, são elementos/processos/atividades que, se não agregam valor sob
a ótica do cliente, também não deveria impactar negativamente os resultados.
Este impacto negativo fará com que as empresas tentem obter mais recursos (lucros)
através das operações comerciais, fato que poderá influenciar na busca de vantagem
competitiva através de preços considerados baixos para o mercado que atua.
Para compreender como estes elementos impactam, será apresentada a estrutura
genérica dos preços de vendas.

3 - ESTRUTURA DO PREÇO DE VENDA

Entende-se como preço de venda o valor monetário que a empresa cobra de seus clientes
em uma transação comercial. Este valor deverá ser suficiente para que a empresa cubra
todos os gastos que foram necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à
disposição do mercado, até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o
lucro desejado ou possível.
Estes gastos normalmente incluem a aquisição de matérias primas, mercadorias, serviços,
como a mão-de-obra direta e indireta, além dos gastos com estocagem, financeiros,
tributos, e outros.
Para aglutinar estes gastos pode-se utilizar os seguintes elementos: preço de venda,
custo, despesas variáveis, despesas fixas e margem de lucro.
Até decorrente da quantidade de estudos sobre o tema, o custo pode ser o principal
elemento que impacta a formação do preço de venda, por isso no item 6 será realizada a
análise deste.
Despesas variáveis são entendidas como os gastos decorrentes das vendas. Por exemplo:
tributos diretos e indiretos, comissões, fretes, propagandas etc.
Despesas fixas são conceituadas como os gastos que obrigatoriamente existirão, mesmo
que não haja vendas. Por exemplo: alugueis das edificações, parte fixa dos salários dos
vendedores, remuneração dos sócios gerentes, salários administrativos etc.
Margem de lucro é o valor que a empresa entende ser suficiente para atender as seguintes
finalidades: remuneração do capital investido, reinvestimento na própria empresa, outros
investimentos de curto e longo prazo, distribuição aos sócios e empregados, a
remuneração pelo risco do empreendimento, e também para compor o patrimônio da
empresa.
Normalmente apenas os sócios, ou a alta administração, e quem define esta margem de
lucro.
Como custo poderá ser o primeiro elemento que impacta o preço de venda, são
apresentadas a seguir algumas óticas e formas de influências.

4 - MÉTODOS DE CUSTEIO

Os métodos de custeio objetivam identificar os gastos inerentes ao processo produtivo,


acumulando-os de forma organizada aos produtos.
Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetos tais como: produtos,
departamentos, atividades, processos, ordem de produção, ou outras formas que o gestor
possa demonstrar interesse.
Os métodos existentes são: pleno, absorção, variável/direto e por atividade.
O custeio pleno, ou integral, é aquele que se caracteriza pela apropriação de todos os
custos e despesas aos objetos.
O custeio por absorção objetiva a apropriação de todos os gastos decorrentes somente do
processo produtivo aos produtos, identificando os fixos, variáveis, diretos e indiretos.
O custeio variável, ou direto, tem o propósito de alocar aos produtos somente os custos
identificados como variáveis, normalmente compostos pela matéria-prima e a mão-de-obra
direta, consumidos no processo produtivo.
O Custeio Baseado em Atividades (ABC - Activity Basead Costing) procura identificar
quais os custos das atividades e não dos produtos, pois defende a óptica de que os
produtos consomem atividades e, são estas atividades, e não os produtos, que consomem
recursos.
Além desses métodos, na formação de preço de venda também são utilizados os custos
de transferências e os valores praticados no mercado. Os custos de transferências são
aqueles utilizados nos relacionamentos entre as áreas de responsabilidade existentes nas
empresas. Já os valores de mercado são aqueles praticados por outras empresas do
mesmo ramo.

5 - MÉTODOS UTILIZADOS PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Devido à crescente competitividade, antes de formar preço e definir suas políticas de


vendas, as empresas deverão fazer um diagnóstico, o mais completo possível, acerca do
mercado que atuam, do ambiente externo que está inserida, da concorrência, além de
seus próprios pontos fortes e fracos existentes em sua estrutura patrimonial.
Além destes aspectos, deverá verificar quais os valores que seus clientes atuais, e os
clientes em potencial, estariam dispostos a pagar por seus produtos.
Outros aspectos que deverão ser considerados são aqueles referentes aos objetivos da
empresa, os quais basearão as políticas de preços a serem adotadas.
Só após estas verificações e com enfoque de fora para dentro, é que as empresas
deveriam, então, decidir quais os preços de vendas que poderão praticar.
Sobre esses aspectos a serem analisados, Santos (1999, p.22) apresenta o que denomina
de Etapas Operacionais para a estruturação sistêmica do preço de venda, a partir do
enfoque econômico. São elas:
1 – Avaliação estratégica das variáveis externas não-controláveis;
2 – Caracterização do ambiente de competição de mercado;
3 – Projeção da demanda de mercado e do produto;
4 – Projeção das vendas esperadas dos demais produtos da empresa;
5 – Identificação dos objetivos globais e funcionais da empresa e estabelecimento dos
objetivos de preço;
6 – Identificação das políticas e diretrizes da empresa e estabelecimento das políticas e
diretrizes de preço;
7 – Identificação das estratégias de globais e funcionais da empresa e estabelecimento
das estratégias de preço;
8 – Projeção da estrutura de custos e despesas da empresa;
9 – Apuração do capital investido no negócio e do respectivo custo de oportunidade;
10 – Aplicação do preço de simulação mais adequado;
11 – Obtenção da demonstração do resultado econômico;
12 – Avaliação e adequação do preço referencial às condições de comercialização.
O autor entende que os preços de vendas deverão buscar a otimização da relação
preço/custo/volume, a qual a empresa poderá obter do (1) fluxo de lucros contínuos a
longo prazo, permitindo a otimização no uso da capacidade instalada, e (2) garantir um
retorno satisfatório sobre os capitais investidos no negócio.
Para Bernardi (1996, p.219), os preços de vendas podem ser determinados a partir dos
seguintes fatores: os objetivos definidos, a demanda identificada e da concorrência.
Bernardi (1996:221) ainda completa, afirmando que “estabelecer preços é uma decisão
difícil e complexa, notadamente quando o mesmo é estabelecido pela primeira vez, ou
quando se objetiva mudar os preços. A formação dos preços, orientando-se pelo ponto de
vista interno, poderão adotar os seguintes caminhos: Preços Baseados nos Custos,
Retorno do Investimento e a Maximização dos Lucros.”
Também Atkinson et al (2000) considera essas dificuldades, quando analisa as variáveis
que atuam em decisões sobre preço e mix de produtos, traçando parâmetros e
apresentando casos em estabelecimento de preços para curto e longo prazo.
A seguir são demonstradas definições de preço de venda com base no retorno do
investimento e na maximização dos lucros.

5.1 – PREÇO DE VENDA BASEADO NO INVESTIMENTO

Construído com base em percentual previamente estabelecido no planejamento.


Para calcular o preço de venda são necessários os seguintes elementos:
1 - custos e despesas totais padronizados para o período; e,
2 - identificação do total investido para o período.
Utilizando estes elementos:

Despesas + (% Retorno x Capital Investido)


Custo Total

Utilizando valores: despesas: $400.000,00


capital investido:$4.000.000,00
retorno definido: 20%
custo total: $1.500.000,00

Então: 400.000,00 = (20% x 4.000.000,00) = 0,80, ou 80%


1.500.000,00

Multiplicando 1,80 sobre os Custos Totais, têm-se:


Vendas: $2.700.000,00
Custos: $1.500.000,00
Despesas: $ 400.000,00
Lucro: $ 800.000,00, ou seja, 20% de $4.000.000,00, ou ainda 29,62% das vendas.

Obviamente que este percentual de 20% deverá ser médio para toda a empresa, podendo
alternar um percentual específico para cada produto.

5.2 - PREÇOS BASEADOS NA MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS

Para identificar o preço de venda que alcance o maior lucro possível, Bernardi (1996,
p.245) afirma que devem ser considerados os seguintes fatores:

1. Estimativa das vendas totais possível e elasticidade do preço: Para determinado preço
base, estima-se realisticamente o potencial de volume de vendas e, simulando variações
nos preços, observa-se o impacto no volume.
2. Estimativa de Custos e Despesas: Mesmos os fixos podem variar, conforme o volume
vendido, assim, a empresa estima seus custos e despesas para o volume estudado.
3. Localização do preço que maximiza: Através de simulações sobre um preço base e um
volume esperado de venda, juntamente com o custo, busca-se encontrar em que preço e
volume que o lucro pode ser maximizado.”

Como exemplo têm-se um preço base de R$40,00 e um volume esperado de 1.000


unidades. Simulando uma variação de 5% de forma gradual, obtém-se o Quadro 01 a
seguir:
QUADRO 01 – VARIAÇÃO DO LUCRO EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DO CUSTO
|PREÇO |UNIDADES |VENDAS TOTAIS |VARIAÇÃO |CUSTO TOTAL |VARIAÇÃO |
LUCRO |
|40,00 |1.000 |40.000 |--- |36.000 |--- |4.000 |
|38,00 |1.100 |41.800 |1.800 |36.400 |400 |5.400 |
|36,00 |1.200 |43.200 |1.400 |37.000 |600 |6.200 |
|34,00 |1.300 |44.200 |1.000 |37.800 |800 |6.400 |
|32,00 |1.400 |44.800 |600 |38.800 |1.000 |6.000 |
|30,00 |1.500 |45.000 |200 |40.000 |1.200 |5.000 |
|28,00 |1.600 |44.800 |(200) |41.400 |1.400 |3.400 |

Observa-se que os melhores preços de venda estão entre R$36,00 e R$34,00, para os
volumes de 1.200 a 1.300 unidades, capazes de gerar os lucros de R$6.200,00 e
R$6.400,00 respectivamente.
O problema deste método se encontra na determinação dos volumes que serão ou não
aceitos pelos clientes, fato que estudos estatísticos e comportamentais poderão contribuir.

6 - PREÇO BASEADO NO CUSTO

Nas empresas que possuem sistema de custos e, adotando-os como base na formação
dos preços de vendas, o processo desta formação poderá se tornar prática e simples,
evidenciando os seguintes aspectos: preço e continuidade, competitividade, rotinização
das decisões e estrutura formal do preço.
Nesse procedimento, o conhecimento da estrutura do processo produtivo poderá se
constituir como vantagem competitiva.
Colocado em processos rotineiros, qualquer alteração para reavaliação do preço de venda
torna-se fácil e estruturada, economizando tempo e esforços.
A estruturação formal é simplificada, bastando apenas a definição de um mark-up (taxa de
marcação).
Desta forma, quando os preços de venda utilizam o custo como base de sua formação, o
objetivo passa a ser a definição de um mark-up divisor ou multiplicador.
Esse mark-up é um valor ou percentual que aglutina os elementos que compõem o preço
de venda, ou seja, o custo, as despesas e o lucro.
Supondo a seguinte estrutura de preço de venda, de forma percentual tem-se o Quadro 02
a seguir:

QUADRO 02 – FORMAÇÃO PERCENTUAL DO PREÇO DE VENDA


|Preço de Venda |100,00 % |
|ICMS da Venda |17,00 % |
|PIS / COFINS |3,65 % |
|Despesas |10,00 % |
|Lucro Antes dos Tributos |15,00 % |
|TOTAL |45,65 % |

O mark-up divisor será: 100 % - 45,65 % = 0,5435


100

O mark-up multiplicador será: 1 = 1,8399264


0,5435
Como exemplo, têm-se o valor de $100,00 como custo unitário e o preço de venda,
utilizando o mark-up divisor, será $183,99, e pelo mark-up multiplicador será também de
$183,99, resultando em lucro de $27,60, ou seja, 15% do preço de venda.
O exemplo citado não destaca qual o método de custo utilizado.
No entanto, existem discordâncias quanto à identificação do custo unitário.
Em relação a estes custos unitários, vários conceitos podem ser utilizados na fórmula para
determinação de preços. Em geral, os custos podem ser: custo atual, custo previsto ou o
custo padrão.
O custo atual refere-se aos valores históricos mais recentes.
O custo previsto é aquele que se refere a valor futuro, ou de reposição, para determinado
período.
O custo padrão é o valor estimado para um determinado grau de eficiência, que poderá ser
um grau ótimo ou simplesmente normal.
Outro fator que impacta o custo unitário utilizado na formação do preço de venda é acerca
da metodologia utilizada.
Em razão disso, serão apresentados exemplos de formação de preço de venda com base
nos custeios por absorção, custeio variável, custeio ABC e os valores de transferência.

6.1 - COM BASE NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO

O Custeio por Absorção define que o custo dos produtos serão constituídos por todos os
gastos no processo produtivo, desta forma, o preço de venda deverá cobrir os custos totais
(somatória da matéria prima consumida, mão-de-obra direta e os custos indiretos
alocados), obtendo-se o lucro bruto, e este deverá cobrir as despesas fixas e variáveis,
além de proporcionar o lucro líquido.
O objetivo deste cálculo é uma primeira aproximação do preço; ele poderá sofrer
modificações posteriores, decorrentes das alterações no mercado.
Qualquer alteração nas condições de mercado impactam este cálculo, forçando a empresa
até a reprojetar o produto, adequando seus custos aos preços aceitos.
A utilização do custeio por absorção é alvo de críticas, tais como:
1. Ignora a procura por parte do mercado, atendo-se à estrutura interna da empresa, o que
provoca uma certa omissão quanto aos procedimentos da concorrência e, por isso,
poderão não auxiliar na obtenção de vantagens em relação ao mercado que atua.
2. Baseando-se somente em custos históricos, o preço de venda encontrado poderá
prejudicar a reposição dos estoques, além de, no longo prazo, agir negativamente sobre
os lucros.
3. Utilizando a absorção de todos os gastos no processo produtivo, não evidencia os
diferentes aspectos intrínsecos a cada elemento dos custos, pois, a compreensão das
diferenças existentes entre os vários tipos de custo, está, cada vez mais, sendo fator
importante neste processo.
Entendendo que poderá atender com eficiência as análises de custos e sua influência na
formação do preço de venda, têm-se procurado utilizar outros métodos na identificação
dos custos.

6.2 - COM BASE NO CUSTEIO DIRETO

O quadro 03 abaixo demonstra, de forma simplificada, as diferenças entre o Custeio Direto


e o Custeio por Absorção:

|QUADRO 03 – ABSORÇÃO X DIRETO NO |PREÇO PELO |PREÇO PELO |


|PREÇO DE VENDA |ABSORÇÃO |DIRETO |
|PREÇO DE VENDA |90,00 |90,00 |
|MATERIAIS |18,00 |18,00 |
|MÃO-DE-OBRA DIRETA |12,00 |12,00 |
|CIF TOTAL |30,00 |10,00 |
| IDENTIFICADO |10,00 |10,00 |
| NÃO IDENTIFICADO |20,00 |-- |
|CUSTO DE PRODUÇÃO |60,00 |40,00 |
|MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO |30,00 |50,00 * |
|DESPESAS FIXAS E VARIAVEIS |10,00 |30,00 |
|LUCRO LIQUIDO |20,00 |20,00 |
|MARK-UP MULTIPLICADOR |1,50 |2,25 |

*Acumula $20,00 dos CIF não identificado.

Verifica-se que a definição do mark-up dependerá do método de custeio utilizado.


A forma que se demonstrou os custos diretos e sua relação com o preço de venda neste
exemplo, indica como as informações podem ser utilizadas como na formação do preço de
venda. É importante ressaltar que o mark-up é somente um guia, não constituindo-se no
único indicador para todos os produtos. É fato que as empresas não possuem, sempre, um
só produto, sendo que, na formação dos preços e a avaliação da lucratividade por linha de
produto, não se deve trabalhar com um fator de mark-up único ou médio, e sim, com
diversos fatores individuais, os mais adequados a cada um dos produtos.
Embora a utilização somente dos custos diretos “retrata de alguma forma a variação dos
custos pelo volume de atividades”(Cia & Cia - 1998:289), a utilização gerencial do Custeio
Variável permite o destaque dos custos variáveis, fato que contribui nas análises sobre o
desempenho destes elementos quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos obtidos no
processo produtivo.
Por outro lado, a utilização somente do Custeio Variável faz com que sejam
desconsideradas outras atividades, as quais poderão estar ligadas aos custos fixos, como
parâmetros de variação no custo unitário.
Para as empresas que descentralizarão suas fases operacionais, na forma de divisões
distintas, ou mesmo constituindo controladas ou coligadas, os chamados Preços de
Transferências é que deverão ser um dos fatores que mais impactam os preços de vendas
de cada área de responsabilidade.

6.3 - COM BASE NOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA

Segundo Limberg et al (1997:69): “um preço de transferência é a quantia cobrada por uma
companhia por um produto ou serviço que forneceu a uma companhia relacionada, como
uma transferência entre uma matriz e sua filial, ou subsidiária.”
Esta situação se aplica aos relacionamentos entre as áreas de responsabilidade.
Ele aparece quando uma empresa descentraliza suas operações, segregando em
unidades fisicamente separadas, embora possam, cada uma, realizar apenas uma das
fases do processo produtivo.
De outro modo, a descentralização também poderá acontecer caso a empresa objetive
atuar em outros segmentos do mesmo mercado, ou até em outros mercados.
Normalmente quando uma área de responsabilidade não for inteiramente independente e
separável, os bens e serviços que produz serão transferidos pelo custo de produção,
podendo prejudicar uma análise mais eficiente do processo produtivo e o resultado geral
desta área.
De outra forma, com as possibilidades de tecnologia de processamento de dados
existente, a identificação do preço de transferência ampliou-se para um conjunto complexo
de procedimentos.
Um destes procedimentos é aquele que busca medir o desempenho dos segmentos
divisionais, através do relacionamento entre o Capital Investido e o Lucro obtido, fato que
provoca a compreensão e análise do conceito de lucro por parte de todos os envolvidos,
contribuindo para aumentar o interesse em alcançar uma adequada taxa de lucro.
Adotando-se o conceito de lucro nas transferências, torna necessária a definição da
receita, sendo esta, então, parcela do custo da unidade receptora. Assim, o preço com o
qual se fazem as transferências obriga a análise periódica sobre todos os processos
incorridos, o que pode revelar pontos fracos em algum processo que ocorra em alguma
das áreas que se relacionam.
Os métodos mais utilizados para a definição dos preços de transferências são: custo real,
custo padrão, custo padrão mais margem, preço de mercado e preço administrado.
Aqueles baseados nos custos podem não contribuir para empresas com estrutura
descentralizada que precisam medir o desempenho de suas unidades, além dos fatores já
citados quanto aos métodos de acumulação dos custos. Outro aspecto sobre custos é a
responsabilidade, pois, a controlabilidade destes custos causa alguma confusão entre os
gestores divisionais e, entre estes e a Alta Administração da empresa. Este aspecto será
analisado no item 7.
Diante destes aspectos, a opção mais indicada por vários autores constantes na
Bibliografia pesquisada para a formação dos Preços de Transferência são os valores
praticados pelo mercado, desde que exista um mercado externo bem desenvolvido do
produto que se procura transferir. O principal obstáculo é que nem sempre este mercado
existe, principalmente para produtos intermediários e os semi-acabados.

6.4 - COM BASE NO CUSTEIO ABC

Através deste método, busca-se identificar as atividades que contribuem, de forma


específica e a mais direta possível no processo produtivo.
Utilizando ferramentas próprias, procura identificar todos os gastos relacionados às
atividades produtivas, transferindo os recursos consumidos nestas atividades para o
produto.
A identificação das atividades pode ser a seguinte, apresentada no Quadro 04 a seguir,
conforme apresenta Atkinson et al (2000, p.136):

QUADRO 04 – CATEGORIAS E DIRECIONADORES DE CUSTOS DAS ATIVIDADES


|Categorias |Atividades Representativas |Direcionadores de Custos das Atividades |
|Atividades de apoio às instalações |Administração da fábrica |Metros quadrados de
espaço |
| |Contabilidade e pessoal |Quantidade de funcionários |
| |Limpeza, iluminação | |
| |Aluguel, depreciação | |
|Atividades de apoio ao produto |Projeto do produto |Quantidade de produtos |
| |Administração de peças |Quantidade de peças |
| |Engenharia |Quantidade de Pedidos de Alteração de |
| |Pedidos de expedição de produtos |Projetos. |
|Atividades relacionadas com o lote |Setup da máquina |Horas de setup |
| |Inspeção do primeiro item |Horas de inspeção |
| |Pedidos de compra |Quantidade de pedidos |
| |Materiais manuseados |Quantidade de materiais movimentados |
| |Programação da produção |Quantidade de turnos de produção |
|Atividades relacionadas com as unidades |Inspeção de cada item |Quantidade de
unidades |
| |Supervisão da mão-de-obra direta |Horas de mão-de-obra direta |
| |Consumo de energia e óleo para |Horas de máquina |
| |funcionamento das máquinas | |

(FONTE: Atkinson et al (2000, p.136)

Também em Kaplan & Cooper (1998, p.102) podem ser observadas a figura 01 a seguir,
caracterizando as atividades em um processo industrial:

FIGURA 01 – IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES OS RECURSOS CONSUMIDOS

| |Salários e |Ocupação |Equipamentos e |Materiais e |Total |


|Atividade |benefícios (US$)|(US$) |tecnologia (US$) |suprimentos (US$) |(US$) |
|Processar pedidos de |31.000 |5.300 |12.600 |800 |49.700 |
|clientes | | | | | |
|Comprar materiais |34.000 |6.900 |8.800 |1.500 |51.200 |
|Programar ordens de compra |22.000 |1.200 |18.400 |300 |41.900 |
|Transferir materiais |13.000 |2.100 |22.300 |3.600 |41.000 |
|Preparar máquinas |42.000 |700 |4.800 |200 |47.700 |
|Inspecionar itens |19.000 |13.000 |19.700 |800 |52.500 |
|Manter informações sobre |36.000 |2.800 |14.500 |400 |53.700 |
|produtos | | | | | |
|Executar mudanças de |49.000 |32.000 |26.900 |2.400 |110.300 |
|engenharia | | | | | |
|Expedir pedidos |14.000 |900 |700 |500 |16.100 |
|Lançar novos produtos |35.000 |44.000 |16.100 |18.700 |113.800 |
|Solucionar problemas de |18.000 |2.100 |1.200 |800 |22.100 |
|qualidade | | | | | |
|Total |313.000 |111.000 |146.000 |30.000 |600.000 |

(Fonte: Kaplan & Cooper, 1998, p.102)

Atribuindo aos produtos os custos de cada atividade, o valor unitário pretende ser o mais
correto possível, contribuindo para que o preço de venda a ser formado guarde relação
específica com o resultado deste produto.
Outro objetivo deste método e a identificação das atividades que agregam valor, e as que
não agregam, sob a óptica do mercado que atua.
O cálculo para formação do preço de venda, utilizando o ABC, não será diferente, pois, o
que irá mudar será o mark-up, conforme já verificado quando da comparação entre o
Custeio por Absorção e o Custeio Direto.
O Quadro 05 a seguir apresenta o estudo de Cia & Cia (1998:290), através da Tabela IX e
apresentado o Quadro Comparativo Custeio Variável x ABC X Lógica da TOC (Teoria das
Restrições - outro conceito aplicado à acumulação dos custos (grifo nosso):

QUADRO 05 – COMPARAÇÃO VARIÁVEL X ABC X TOC


|MESES |1 |2 |3 |
|Variável |$ 6.440 |$ 7.080 |$ 7.880 |
|ABC |$ 3.761 |$ 5.430 |$ 6.923 |
|TOC |$ 6.000 |$ 6.000 |$ 7.000 |

(Fonte: Cia & Cia,1998, p.290)

Cia & Cia ainda complementam: “Assim, o total de custos e despesas projetados variam
de acordo com a abordagem utilizada.”
Desta forma, quando a formação da variação da mark-up baseia-se no custo, o percentual
divisor ou o índice multiplicador será diferente em decorrência da abordagem na
acumulação dos custos.
Embora o elemento Custo seja, normalmente, o que mais causa interferência, obviamente
que, caso altere o valor de outro elemento componente no cálculo do mark-up, também
será alterado o preço de venda encontrado.
Sobre a capacidade de análise proporcionada pelo Custeio ABC, vê-se que, identificando
cada atividade, torna possível um melhor entendimento do processo, a análise das tarefas,
o fluxo dos recursos consumidos diretamente nas atividades primárias e de apoio,
auxiliando a detecção de problemas existentes nas atividades, nos recursos
desperdiçados, e as possibilidades de intervenção (tomada de decisão) na correção dos
desvios (se houver comparação com padrões preestabelecidos), ou nas reavaliações
periódicas destas mesmas atividades.
Segundo Sakamoto et al (1997, p.400), pode-se observar que o ABC proporciona
condições para a obtenção das seguintes informações de caráter gerencial:
1. Como reduzir custo:
- Reduzindo o tempo e esforços.
- Eliminando atividades desnecessárias.
- Redistribuindo / eliminando recursos não utilizados.
- Identificando custos redundantes.
2. Passos para desenvolvimento:
- Determinação da missão.
- Comunicação dos objetivos.
- Desenvolvimento das medidas de performance.
3. Como analisar atividades:
- Identificando atividades não essenciais.
- Provendo formas de análise das atividades significantes.
- Examinando ligações entre as atividades.
- Analisando o custo da complexidade.
4. Direciona para a Classe Mundial.
- Gestão estratégica
- Apoio à Administração.
- Análise do valor agregado da qualidade.
- Orçamento baseado em atividades, Etc.
O autor considera que essas ferramentas utilizadas pelo ABC contribuem para que ele
seja o sistema de custeio de que a empresa necessita para avaliar, através de análises e
investigações paralelas, as decisões de curto prazo que pretende tomar.
De forma comparativa, pode-se considerar que os procedimentos que o ABC proporciona
sejam similares aos processos de auditoria, o qual objetiva guiar a empresa através de um
processo lógico de identificação dos objetivos, medição do desempenho atual,
determinação do efeito das práticas atuais e identificação de onde as mudanças são
necessárias.
Isso auxilia a empresa a priorizar ações, mas não modifica a necessária vinculação entre
os processos operacionais e as estratégias definidas pela Alta Administração.

7 - PREÇO COM BASE NO MERCADO

Nos métodos de formação de preço de venda para o mercado, a empresa poderá decidir
pela fixação com base nos preços praticados pelo mercado, deixando, como prioridade,
uma menor atenção aos seus próprios custos ou à procura de seus produtos.
Desta forma, o preço de venda praticado pela empresa poderá ser igual, menor ou maior
do que o praticado no mercado, dependendo dos objetivos e das inferências que deduz
sobre as possíveis influências que podem lhe causar os componentes do sistema que está
inserida.
Quando a empresa decide adotar este procedimento, ou desconhece quase por completo
sua estrutura interna, ou aparenta confiar nesta estrutura, ou então, seu sistema de
informações baseia-se apenas nos custos integrais e históricos em lugar dos custos
incrementais (aumento de volume), ou futuros (derivados dos planos existentes).
Sobre a formação do preço baseado no mercado, Motta (1997:35), considera que:
As preocupações seguintes sejam tomadas para compatibilizar a formulação de uma
estratégia de preço, quais sejam:
1. Identificar os custos incrementais e evitáveis que são aplicáveis a uma alteração de
vendas.
2. Calcular a margem de contribuição e variação das vendas em equilíbrio relativas à
mudança de preço proposta.
3. avaliar a sensibilidade ao preço por parte dos compradores, com a finalidade de estimar
a plausibilidade de eles alterarem suas compras, acima ou abaixo da variação das vendas
em equilíbrio.
4. Identificar os concorrentes e avaliar suas prováveis reações.
5. Identificar compradores para os quais os custos, sensibilidade ao preço e concorrência
são significativamente diferentes, e segmentá-los com base no preço, onde for possível.
6. Calcular as conseqüências em termos de lucro, aritmética ou graficamente, para
diversas e prováveis alterações das vendas.
7. Aceitar ou rejeitar as modificações de preço propostas, considerando os benefícios de
resultados favoráveis, em comparação com os riscos percebidos de conseqüências
desfavoráveis.”

Quando formado com base no mercado, o preço de venda poderá ser determinado pelos
seguintes fatores: monopólios, oligopólios, convênios e concorrenciais (agressivos e/ou
promocionais).
Existe também aquele que busca envolver tanto os custos, as decisões de concorrência, e
as características do mercado, chamado de Método Misto, para o qual Santos (1991:125)
chama a atenção, afirmando que “seria bastante temeroso para a administração de uma
empresa estabelecer preços sem a combinação desses fatores. Cedo ou tarde ela teria de
arcar com as conseqüências de sérios erros que poderiam deixar de ser cometidos.”
Outros fatores a serem considerados na formação de preços com base no mercado é que
há setores em que os preços são geralmente ditados apenas pelo mercado, tais como:
- setores de alta tecnologia, devido aos curtos ciclos de vida dos produtos.
- setores em que os preços de mercado sejam facilmente conhecidos, como no caso de
commodities; e,
- setores em que os custos dos produtos são difíceis de determinar.
Entretanto é natural que os gestores dediquem maiores atenções aos produtos que
alcancem maior lucratividade; e é o sistema de custos que vai proporcionar informações
sobre as margem efetivamente obtidas. Neste sentido, o ABC se apresenta como um
sistema que fornece informações mais acuradas, isto é, mais isentas de erros
sistemáticos.
Além disso, há de se considerar que produtos fabricados sob encomenda geralmente não
possuem preços de mercado disponível, fato proporcionado pela obrigatoriedade da
análise de valor efetuada sobre as atividades.
Ampliando os aspectos acerca do método de acumulação de custos que a empresa opte
por utilizar, um destes aspectos e aquele que se refere à condição, ou autonomia
descentralizada, do efetivo controle sobre os recursos aplicados no processo produtivo, ou
seja, a Controlabilidade, que será analisada no item 8.

8 - CONTROLABILIDADE DOS CUSTOS

Sobre este aspecto, Horngren & Foster, apud Parisi (1995:60), ressaltam que
“controlabilidade é o grau de influência que um gerente específico tem sobre os custos ou
receitas ou outros itens em questão.”
Este aspecto é de suma importância em qualquer procedimento que vise a análise dos
custos, pois o grau de autonomia detido pelo gestor divisional impacta diretamente a
capacidade de decidir sobre a utilização, ou não, de determinado recursos, fato que
influencia diretamente sobre o desempenho obtido pelo gestor divisional.
Quando aos processos de controle, Arantes (1998:167-178) faz um estudo sobre eles
destacando os seguintes aspectos:
“a) O processo de controle:
1) avaliação dos resultados.
2) comunicação dos desvios.
3) acompanhamento das correções.
b) A necessidade de parâmetros de avaliação:
1) resultados previstos.
2) resultados realizados.
c) Uniformidade de critérios de planejamento e controle.
d) Escopo do controle em todos os planos (globais e divisionais).
e) Papeis e responsabilidades no controle:
1) disposição de bons instrumentos.
2) responsabilidade de todos.
f) Ciclo do controle em todos os níveis gerenciais:
1) freqüência.
2) amplitude
3) nível de detalhe.
g) Os registros não constituem o controle.
h) Os instrumentos não substituem a ação do controle.
i) A necessidade de agilidade do controle.
j) O controle para frente (prospectivo).
l) Destaque apenas das exceções.”
Martins (1994:259) acentua ainda que “pode-se dizer que a empresa tem Controle dos
seus Custos e Despesas quando conhece os que estão sendo incorridos, verifica se estão
dentro do que era esperado, analise as divergências e toma medidas para correção de tais
desvios. Isto nos permite concluir que nenhum Sistema de Custos, por mais completo e
sofisticado que seja, é suficiente para se determinar que a empresa tenha Controle deles.”
Rocha (1995:3) acompanha esta afirmação, comentando que “sistemas ideais são
provavelmente inatingíveis em organizações reais, pois cada uma tem seus próprios
objetivos e é diferente em termos de produtos, processos, cultura e condições atuais.”
Martins (1994:260) ainda defende que, “já que o objetivo em mira é Controle, não seria
mais lógico fazermos as análises por Departamentos, já que sobre estes a identificação da
pessoa responsável é imediata, enquanto que normalmente não existe uma pessoa
responsável pelo Produto?”.
Esta idéia de Martins, de forma geral, é discutida pelo Sistema ABC, no qual é possível
delegar autonomias e responsabilidades ao gestor de um produto, ou linha de produtos,
para que ele seja o responsável direto por todas as atividades ligadas à produção de
determinado produto, ou linha de produtos.

9 - SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS DE CUSTOS NA ANÁLISE DOS


PROCESSOS PRODUTIVOS.

Existem vários questionamentos sobre a contribuição que os sistemas de custos por


absorção e variável oferecem para a análise detalhada sobre a eficiência de cada recurso
consumido no processo produtivo e nos processos comerciais.
Estes sistemas tradicionais fornecem informações que refletem o passado e, na maioria,
contribuem apenas para decisões que buscam solucionar problemas de curto prazo
(mesmo quando realizadas prospecções em orçamentos).
Ao fornecer as variações entre o custo real e o orçado, evidencia o que se gastou no
período, contra o que foi orçado para este mesmo período.
Utilizando estas variações, possibilitam ações apenas para os gestores divisionais, pouco
contribuindo para o comprometimento dos funcionários que executam, efetivamente, as
tarefas no processo produtivo (chamado de “chão da fábrica”).
Outro aspecto é o tratamento do Custo Fixo, arbitrariamente rateado (absorção) ou
relegado a gastos do período (variável).
O foco é direcionar os custos aos centros de custos e, destes, para as áreas de
responsabilidade, acompanhando a premissa de que, alguém é responsável pelos
recursos consumidos naquela área e, por possuir um certo nível de autonomia sobre o
controle destes recursos, deverá responder pelos resultados ocorridos (accountability).
Em razão da constatação destes aspectos e, pressionadas pelo acirramento da
concorrência, com a conseqüente diminuição dos lucros, as empresas buscaram conhecer
seus pontos fracos e fortes, no sentido de redirecionarem ações que possibilitassem sua
continuidade no mercado.
Neste ambiente, surge, após maiores pesquisas, o Custeio ABC, o qual apregoa que o
custos devem ser gerenciados e não simplesmente eliminados.
Para este gerenciamento deverá identificar os objetivos da empresa, as funções que
apoiam estes objetivos, os processos que possibilitam a execução das funções, as
atividades inseridas nestes processos, as tarefas que fazem parte destas atividades e as
operações executadas para o cumprimento das tarefas.
Aliadas a estes aspectos, busca-se também identificar os chamados direcionadores de
custos, o quais são entendidos como os fatores que provocam o consumo de recursos
para a execução das atividades.
Identificando-se as atividades e os direcionadores de custos, os recursos consumidos
serão atribuídos aos produtos que consumiram as atividades, o que proporciona a
identificação dos recursos, variáveis e fixos, sacrificados pela empresa no processo
produtivo de determinado produto.
Também se insere neste método a análise de valor de cada atividade, buscando identificar
aquelas que, sob a óptica do cliente, efetivamente agregam valor. Aquelas que não
agregam só continuam no processo, caso sejam imprescindíveis para o ramo de negócio
da empresa, ou ainda, que possam apoiar as atividades que agregam valor.
Cia & Cia (1998:280) sugerem a seguinte seqüência das fases na implantação do ABC: “A
fim de simplificar a implementação do ABC, deve-se agrupar as atividades que tenham o
mesmo direcionador em centros de atividades, reconhecendo quatro níveis de atividades:
(1) algumas são proporcionais ao volume de produção; (2) outras independem do volume
produzido e podem se alterar a cada lote produzido; (3) outras alteram de acordo com as
peculiaridades de cada produto; (4) e finalmente existem aquelas que dão suporte a
produção, ao nível da instalação.”
Keegan & Eiler (1996: 13) referindo-se ao melhor desempenho para qualquer sistema de
custos, afirma que “sintetize o ABC e reestruture seu sistema de contabilidade de custos.
Isto não somente tornará o seu sistema mais eficiente, mas seus esforços serão
recompensados muito mais rapidamente do que você imagina.”

10 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nestes tempos de busca constante da vantagem competitiva através do preço de venda,


as empresas não têm mais como função apenas a geração de lucros e aumento de seu
patrimônio. Mas, sobretudo, um comprometimento com o ambiente em que está inserida,
através das condições de trabalho, de transferência de recursos na forma de
remunerações diversas, e outros envolvimentos sociais.
O fato de permitir a execução de atividades que apresentem ineficiências não contribui
para a redução de seus custos, prejudicando a sociedade como um todo, pois, o
conhecimento de quanto custa seu produto talvez seja a informação mais importante que
as empresas desejem.
Outra informação prioritária é o retorno que a venda de uma unidade poderá trazer, sobre
a qual, talvez, também não tenha a segurança necessária.
Esta insegurança normalmente decorre de decisões tomadas de forma empírica, baseadas
em dados históricos ou avaliações subjetivas, ou ainda na dificuldade em identificar um
custo unitário exato.
Estes aspectos tornam primordial o conhecimento dos custos, bem como de todos os
elementos que compõem a formação do preço de venda, compreendidos pelos que
exprimem a estrutura interna, e aqueles que procuram entender os impactos que o
ambiente provoca nas operações da empresa.
O sistema de custos que a empresa se utiliza deverá estar continuamente em análise
quanto ao sua capacidade de gerar as informações sobre a estrutura interna, necessárias
ao pleno conhecimento de seus pontos fracos e fortes, comparativamente àqueles
observados na concorrência.
Embora as possibilidades de análise sejam destacadas na utilização do Custeio ABC,
pesquisas (Khoury & Ancelevz – 1999:55-63) e estudos realizados (Keegan & Eiler –
1996:13) indicam que o caminho a ser seguido não é aquele da simples troca dos
sistemas tradicionais pelo sistema ABC.
Isto decorre da capacidade dos sistemas tradicionais em:
1) evidenciar as variações favoráveis ou desfavoráveis, sejam na quantidade, no preço ou
mesmo mista(?) no consumo das matérias-primas;
2) identificar as variações de Taxa, de Eficiência, e também mista (?) na aplicação de
tempo de Mão-de-Obra Direta; e,
3) demonstrar as variações de Custos, de Eficiência e de Volume quanto aos Custos
Indiretos de Fabricação.
Este aspecto de grande validade, aliado às análises desenvolvidas pelo sistema ABC,
poderão proporcionar à empresa maiores possibilidades em bem conhecer seus
procedimentos na produção de produtos e/ou serviços, permitindo também melhor análise
na formação do preço de venda, um dos fatores cruciais para a continuidade de qualquer
empresa.

11 - BIBLIOGRAFIA

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Econômica. Revista Brasileira de Custos. São Leopoldo. V1. p.21-35. 1. semestre, 1999

O trabalho apresenta fatos relacionados ao Balanço patrimonial e ao Demonstrativo de


Resultado do exercício. Que com as etapas do ATPS (Atividades práticas
supervisionadas) nos leva ao entendimento da contabilidade de um modo especifico nas
atividades. A primeira etapa aborda sobra o patrimonio liquido informando e classificando
sua formação, do qual inclui a compreensão do Capital social e da Reserva de lucros;
fazendo entender essa equação de descobertas entre o ativo e passivo. A segunda etapa
aborda sobre o Balanço patrimonial que também auxilia no aprendizado da formação e
estrutura de um balanço que compreende esses dois grupos cada lado, circulante e não
circulante; do modo também de compreender a Bens, Direitos e Obrigações. Na terceira
etapa é abordado mais na questão de resultados que é criação do DRE – Demonstrativo
de Resultados do Exercício. Que integraliza um agrupamento de informação de uma
empresa ou entidade para chegar a um equivalente do resultado obtido no mês por esta
empresa. Este trabalho usou uma empresa fictício Inovação e Desafio ltda. Que passou
dados supostos de uma atividade da empresa para que fosse chegado no resultado das
etapas.

ATPS – CONTABILIDADE FINANCEIRA ETAPAS 1,2 e 3.

ETAPA 1 – PATRIMÔNIO
Passo 1

|Relação de contas patrimoniais – em 20/08/2009 ( Tabela 1) |


|Inovação & Desafio Com. Ltda | |
|B - D - O |Contas |Valor (R$) |
|B |Caixa |6.000 |
|B |Banco conta movimento |250.000 |
|O |Fornecedores |480.000 |
|B |Imóveis |185.000 |
|D |Duplicatas a receber |380.000 |
|O |Contas a pagar |55.000 |
|D |Títulos a receber |15.000 |
|B |Instalações |40.000 |
|B |Veículos |75.000 |
|B |Estoques – Mercadorias |280.000 |
|B |Móveis e utensílios |43.000 |
|B |Terrenos |50.000 |
|B |Estoques - Materiais de escritórios |8.500 |
|O |Aluguéis a pagar |3.000 |
|D |Impostos e taxas a recolher |101.000 |
|B |Diferido |25.000 |
|O |Seguros a pagar |4.000 |
|B |Computadores e periféricos |25.000 |
|O |Adiantamentos a funcionários |60.000 |
|B |Estoques - Material de limpeza |1.200 |
|O |Energia elétrica a pagar |800 |
|D |Aplicações financeiras de curto prazo |24.000 |
|O |Adiantamento ao fornecedor |127.500 |
|B |Material de embalagem |7.000 |
|O |Empréstimos a pagar |150.000 |
|D |Impostos a recuperar |70.000 |
|B |Marcas e patentes |15.600 |
|O |Gastos de constituição |145.500 |
|O |Despesas pagas antecipadamente |300 |

Passo 2

|Bens de consumo | |
|Estoques - Materiais de escritórios |8.500 |
|Estoques - Material de limpeza |1.200 |
|Material de embalagem |7.000 |
|total |16700 |
|||
|Bens intangives | |
|Marcas e patentes |15.600 |
|Diferido |25.000 |
|total |40.600 |
|||
|Bens de troca | |
|Caixa |6.000 |
|Banco conta movimento |250.000 |
|Estoques - Mercadorias |280.000 |
|total |536.000 |
|||
|Bens de uso | |
|Imóveis |185.000 |
|Veículos |75.000 |
|Móveis e utensílios |43.000 |
|Instalações |40.000 |
|Computadores e periféricos |25.000 |
|Terrenos |50.000 |
|total |418.000 |
|||
|TOTAL | 1.011.300,00 |

Passo 3
O patrimônio liquido da empresa é no valor de 373.200,00.
Sua situação patrimonial é estável e a riqueza liquida esta positiva.
Total de ATIVOS = 1.500300,00
Total de PASSIVOS= 1.127100,00
Patrimônio liquido = 373.200,00

ETAPA 2 – BALANÇO PATRIMONIAL

Passo 1

|ATIVO | |PASSIVO | |
|Ativo circulante | |Passivo circulante | |
|||||
|Caixa |6.000 |Fornecedores |480.000 |
|Banco conta movimento |250.000 |Contas a pagar |55.000 |
|Duplicatas a receber |380.000 |Aluguéis a pagar |3.000 |
|Títulos a receber |15.000 |Impostos e taxas a recolher |101.000 |
|Aplicações financeiras de curto prazo |24.000 |Adiantamentos a funcionários |60.000 |
|Estoques - Mercadorias |280.000 |Seguros a pagar |4.000 |
|Estoques - Material de limpeza |1.200 |Adiantamento ao fornecedor |127.500 |
|Material de embalagem |7.000 |Empréstimos a pagar |150.000 |
|Estoques - Materiais de escritórios |8.500 |Gastos de constituição |145.500 |
|Impostos a recuperar |70.000 |Despesas pagas antecipadamente |300 |
|Ativo Não Circulante | |Energia elétrica a pagar |800 |
|Imobilizado | | | |
|Imóveis |185.000 |Patrimonio Liquido | R$ 373.200,00 |
|Veículos |75.000 | | |
|Móveis e utensílios |43.000 | | |
|Terrenos |50.000 | | |
|Instalações |40.000 | | |
|Computadores e periféricos |25.000 | | |
|Intangível | | | |
|Marcas e patentes |15.600 | | |
|||||
|Diferido |25.000 | | |
|||||
| | R$ 1.500.300,00 | | R$ 1.500.300,00 |
| | | R$ -| |

Passo 2

Ficara dividido assim:


|PATRIMÔNIO LIQUIDO |
|CAPITAL SOCIAL = 283.700,00 |
|RESERVA DE LUCROS = 89.500.00 |
||
|TOTAL DO PATRIMÔNIO = 373.200,00 |

Passo 3
Conforme o Balanço ficou determinado sobre a existência do DIFERIDO assim:

O ativo diferido foi extinto pela MP nº 449/08, a qual, todavia, admite que seu saldo
existente em 31 de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser alocado a
outro grupo de contas, possa permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa
amortização, sujeito à análise sobre a recuperação.

Passo 4

RESENHA:
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS
PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO

Em inicio a leitura do texto de pronunciamento conceitual básico do CPC, o item 49


apresenta as informações sobre posição patrimonial e financeira. Explicasse que os
elementos para uma mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e
o patrimônio liquido. Assim específica o ativo como um recurso do qual tem se o controle
da própria entidade de eventos passados que seja esperado um benefício econômico
futuro para entidade. Já o passivo é uma obrigação atual da empresa ou entidade que
foram resultantes de eventos ocorridos cujo sua liquidez resulte em saída de recursos
capazes de gerar benefícios econômicos. No patrimônio liquido é o valor resultante de
ativos menos os passivos depois de deduções no seu balanço.
A s características entre o ativo e passivo mostram como identificam os seus aspectos
essenciais mas não especifica os critérios que precisam ser atendidos para o
reconhecimento no balanço patrimonial. Por isso as definições abrangem itens que não
são reconhecidos como ativos ou passivos no balanço por que não apresentam os critérios
para um melhor reconhecimento. A expectativa de benefícios futuros economicamente
fluem para a empresa ou entidade deve ser suficientemente certo para o atendimento ao
critério de probabilidade antes do reconhecimento de um ativo ou passivo.
No momento de integralizar em um balanço patrimonial um ativo, passivo ou patrimônio
liquido, tem que se atentar para sua realidade econômica e não para sua forma legal. Um
exemplo passado no texto refere-se a um caso de arrendamento financeiro, que sua
realidade e essência econômica é de arrendatário que adquire os seus benefícios
economicamente do usa de um ativo arrendado pela maior parte da vida útil. E sendo
assim como uma contraprestação de aceitar uma obrigação de pagamento pelo direito a
um valor aproximado do valor realmente justo do ativo e ao respectivo encargo financeiro.
Finalizando assim um arrendamento financeiro da origem a itens que são satisfatórios a
um certa definição do ativo e passivo reconhecidos no balanço patrimonial.
Os balanços patrimoniais devem ser de acordo com o pronunciamento técnico devendo
assim fazer a inclusão dessas definições satisfatórios do ativo e passivo.
O que for incluído no ativo já visto como um beneficio econômico futuro de potencial a
contribuir para o fluxo de caixa equivalentes da empresa ou entidade, sendo o potencial
uma coisa produtivo quando assim o recurso for parte integralizada das atividades
operacionais dessa entidade.
Ao verificar um item se é definido e encaixado no ativo, passivo ou patrimônio líquido, é
necessário ficar atento a sua realidade econômica e não somente a fomra legal que esta.
Do mesmo fato no caso do arrendatário adquire os benefícios econômicos do ativo
arrendado pela parte de sua vida útil como contraprestação de aceitar a obrigação de
pagar por esse direito do valor mais apropriado e perto do valor realmente justo do ativo e
encargo financeiro. Sendo assim o arrendamento financeiro dará origem a itens que
satisfazem a definição de um ativo e um passivo e sendo reconhecidos no balanço
patrimonial. Conforme item 52, balanços patrimoniais devem ser elaborados de acordo
com essas regras dos pronunciamentos técnicos e devem incluir como ativo ou passivo
itens que satisfaçam as definições.
Agora em benefício econômico futuro embutido em um ativo é contribuir sendo isso direta
ou indiretamente no fluxo de caixa ou sendo equivalentes de caixa para esta entidade ou
empresa. Poderá ser produtivo se o recurso for parte integrante das atividades
operacionais da empresa ou entidade; poderá também ter forma de conversibilidade em
caixa ou equivalentes ou poderá ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa como no
caso de um processo industrial alternativo.
Geralmente a empresa usa seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de
serviço capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos cliente. Tendo em vista que
essas mercadorias ou serviços podem atender aos seus desejos ou necessidades os
cliente se dispõem a pagar por eles e contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade.

Etapa 3 – Demonstrações do Resultado do Exercício

Passo 1
(Tabela 2) – em 20/08/2009
Inovação & Desafio Com. Ltda
|Não é conta de resultado|Contas |Valor (R$) |
|(x) | | |
| |Outras receitas |350.250 |
| |Outras despesas |90.750 |
| |Devoluções de vendas |5.670 |
|X |Fornecedores |480.000 |
|X |Despesa de provisão para imposto de renda pessoa jurídica |80.400 |
| |Vendas de mercadorias |600.000 |
| |Estoque inicial de mercadorias |280.000 |
| |Despesas pagas antecipadamente |300 |
| |Despesa com salários |45.800 |
| |Outras despesas operacionais |15.950 |
| X |Contas a pagar |55.000 |
| |Despesas financeiras |23.000 |
| |Abatimentos s/ vendas |5.900 |
| |ICMS sobre vendas |72.000 |
| |Compras de mercadorias |120.500 |
| |Despesas com publicidade & propaganda do mês |35.000 |
| |Despesa com energia elétrica da loja |800 |
| X |Empréstimos a pagar |150.000 |
| |Despesas de juros |47.090 |
| |Despesa de aluguel |5.500 |
| |Estoque final de mercadorias |210.600 |

Passo 2

DRE do exercício

|RECEITA BRUTA DE VENDAS | |


|Venda de produtos |600.000 |
|(-) Impostos incidentes s/ vendas |-72.000 |
|(-) Devoluções s/ as vendas |-5670 |
|(-) Abatimentos s/ vendas |-5900 |
|RECEITA LIQUIDA DAS VENDAS |516.430 |
|(-) Custo das mercadorias vendidas |-189.900 |
|LUCRO BRUTO |326.530 |
|(-) Despesas operacionais |-15.950 |
|(-) Despesas Administrativas |-52100 |
|(-) Despesas com Vendas |-35000 |
|(-) Despesas Financeiras |-70090 |
|(-) Outras despesas |-90750 |
|(+) Outras Receitas |350250 |
|RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IR E CS S/ O LUCRO |412.890 |
|RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO |412.890 |

Custo de Mercadoria Vendida =189.900


Resultado Bruto = 326.530
Resultado liquido do exercício = 412.890

Passo 3

CONCEITO DE RECEITAS

Considera-se como receita de uma empresa o dinheiro que a mesma recebe ou tem direito
a receber, proveniente das operações da mesma.
Observe a diferença entre recebido e "com direito a receber".
Exemplo: você é um corretor de imóveis e vende um apartamento de um cliente.
Ao receber o dinheiro da comissão - que representa uma receita para você - ele provocará
um aumento do seu ativo.
Na hipótese de você não ter recebido a comissão no ato da venda, você terá o direito "a
receber" posteriormente, esse "direito" originou-se de uma receita.
Não faça confusão, porém, entre os recebimentos provenientes de receitas e aqueles
originados de outras fontes.
Por exemplo: o dinheiro que você recebeu,a título de empréstimo do banco representa um
recebimento, e não uma receita.
O critério de distinção seria: se o recebimento provocar diminuição do ativo ou aumento do
passivo exigível, não será uma receita.
Não sendo esse o caso, então o recebimento representará uma receita.
Exemplos de Receitas:
- Receita de serviços prestados;
- Receita de aluguel;
- Receita de juros;
- Receita de vendas.
Observe que nenhum dos exemplos acima representa uma diminuição do ativo ou
aumento do passivo exigível.

Fonte: http://www.valdecicontabilidade.cnt.br/meus_servicos/contabilidade/conceitos.htm

CONCEITO LUCRO BRUTO

Será classificado como lucro bruto o resultado da atividade de venda de bens ou serviços
que constitua objeto da pessoa jurídica.
O lucro bruto corresponderá à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços e o
custo dos bens e serviços vendidos (RIR/1999, art. 278 e seu parágrafo único).
O lucro bruto é definido como a diferença entre a receita líquida das vendas e o custo dos
produtos ou das mercadorias vendidas e os fatores determinantes da sua variação são de
três naturezas: variações atribuíveis a mudanças de volume, variações atribuíveis a
mudanças em preços e custos unitários e variações atribuíveis a ambos os fatores em
conjunto.
É de conhecimento geral, que a análise do lucro bruto é uma importante ferramenta de
avaliação do desempenho de uma empresa, orientando, muitas vezes, a administração
quanto às medidas apropriadas para melhorar o desempenho nas áreas de vendas,
produção e compras.
Os fatores causais da redução do lucro bruto, depois de identificados devem ser
comunicados às áreas responsáveis por essa redução, variando em função do tipo de
organização adotada pela empresa.
Essa identificação de causas e responsabilidades confere validade gerencial à análise,
uma vez que orienta decisões administrativas visando à correção ou à compensação do
problema.
Embora bastante útil, a análise das variações no lucro bruto sobre as vendas deve ser
interpretada com certo cuidado, pois não pretende mostrar o efeito da mudança de preços
sobre o volume de produtos vendidos.
O controle do efeito de volume, preço unitário e custo unitário está baseado na premissa
de que cada um deles aja indepedentemente. Ora, essa premissa não é inteiramente
exata, pois existe interrelação entre vendas, custo e volume, na medida em que afetam o
lucro bruto sobre vendas
Fonte: http://www.econtal.com.br/2006/11/24/controle-sobre-o-lucro-bruto

CONTEITO DE LUCRO OPERACIONAL

Lucro Bruto Operacional

É a diferença entra a Receita Líquida (Receita Bruta menos as Deduções) menos os


Custos das Mercadorias Vendidas ou dos Serviços Prestados, sem considerar as
despesas operacionais. Necessário se faz um breve entendimento sobre a diferença entre
Custos e Despesas. Os Custos são gastos variáveis, as Despesas são gastos fixos. Os
Custos variam de acordo com as vendas e as Despesas não. Quanto maior for a venda,
maior será o Custo da mercadoria vendida. Ele tem crescimento proporcional. Vamos
imaginar uma empresa que vende uma cadeira por R$ 100,00 e que lhe custou R$ 60,00.
Se ela vender somente uma cadeira, o Custo será, evidentemente, R$ 60,00, de apenas
uma cadeira. Mas se ela vendesse 10 cadeiras, teria uma venda de R$ 1.000,00, mas o
Custo também subiria para R$ 600,00. Por isso que é um gasto variável. As Despesas são
gastos fixos porque não dependem das vendas para aumentarem ou diminuírem.
Seguindo o exemplo anterior, imaginemos que a empresa tenha um gasto com a folha de
pagamento da ordem de R$ 3.000,00. Tanto faz a empresa vender ou não vender, este
desembolso ela terá de arcar todo o mês. Por isso que as Despesas são gastos fixos, não
variam com as vendas.
Os Custos podem ser :
- Para empresas industriais: Custo do Produto Vendido
- Para empresas comerciais: Custo da Mercadoria Vendida.
- Para empresas prestadoras de serviços: Custo do Serviço Prestado.

Fonte: http://www.fluxo-de-caixa.com/fluxo_de_caixa/contabilidade.htm

CONCEITO LUCRO LIQUIDO

Ao fim de cada período de apuração do imposto (trimestral ou anual), o contribuinte deverá


apurar o lucro líquido, mediante elaboração do balanço patrimonial, da demonstração do
resultado do período de apuração e da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados,
com observância das disposições da lei comercial (RIR/1999, art. 274).
307 Como deverá ser apurado o lucro líquido do período de apuração pelas pessoas
jurídicas sujeitas à tributação com base no lucro real?
O lucro líquido do período de apuração de qualquer pessoa jurídica, ainda que não
constituída sob a forma de sociedade por ações, deverá ser apurado com observância das
disposições da Lei nº 6.404, de 1976, conforme o disposto no RIR/1999, art. 274, § 1º.
Assim, a escrituração deverá ser mantida em registro permanente, em obediência aos
preceitos da legislação comercial, bem como aos Princípios Fundamentais de
Contabilidade, devendo observar métodos e critérios contábeis uniformes no tempo e
registrar as mutações patrimoniais, segundo o regime de competência (Vide arts. 191, 187,
189 e 190 da Lei nº 6.404, de 1976, com as alterações do art. 4º da Lei nº 9.249, de 1995).

Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005

BIBLIOGRAFIA
Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005

Fonte: http://www.fluxo-de-caixa.com/fluxo_de_caixa/contabilidade.htm

Fonte: http://www.valdecicontabilidade.cnt.br/meus_servicos/contabilidade/conceitos.htm

Fonte: http://www.econtal.com.br/2006/11/24/controle-sobre-o-lucro-bruto
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