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Avaliação de Filosofia
Ensino Médio – 2ª série – 1º bimestre
1. (Valor 5) (Unicamp-2015)
A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é
inato.
(LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 13.)
A
Afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência. Sendo
assim, só conhecemos aquilo que experenciamos.
(Hume, D. Uma Investigação sobre o entendimento humano, seção 8, In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN,
M. E. (Orgs.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 379.)
De acordo com David Hume em “Uma Investigação sobre o entendimento humano”, seção
8, é possível fazer uma ciência da ação e do comportamento humano? Por que?
Resposta:
Segundo Hume, é possível realizar uma ciência da ação e do comportamento dos homens. Porque é
universalmente admitido que há uma grande uniformidade nas ações dos homens em todas as
nações e épocas e que a natureza humana ainda continua a mesma em seus princípios e operações,
ou seja, os mesmos motivos sempre produzem as mesmas ações. Desse modo, podem-se
interpretar as ações humanas a partir do conhecimento de seus motivos e inclinações. As
observações gerais, acumuladas ao longo da história e no curso da experiência dão-nos a chave da
natureza humana e ensinam-nos a deslindar todas as suas complexidades. Porém, não devemos
esperar que essa uniformidade das ações humanas chegue ao ponto de que todos os homens, nas
mesmas circunstâncias, venham sempre a agir precisamente da mesma maneira, sem levar
minimamente em consideração a diversidade dos caracteres, predisposições e opiniões. Uma
uniformidade desse tipo, em todos os detalhes, não se encontra em parte alguma da natureza. Ao
contrário, ao observar a diversidade de condutas em diferentes homens, tornamo-nos capazes de
moldar uma maior variedade de máximas, que continuam pressupondo algum grau de
uniformidade e regularidade. Portanto, para a fundação de uma ciência moral, a ciência da natureza
humana deve tomar a experiência como ponto de partida do conhecimento, descrevendo as
regularidades observáveis.
3. (Valor 5)
Com base em seus conhecimentos sobre o pensamento do filósofo David Hume, assinale o
que ele considera quando estabelece o vínculo entre pensamento e impressão:
David Hume elabora uma teoria que se fundamenta sobretudo nas ideias derivadas das percepções,
isto é, dos sentidos. Em sua “Investigação sobre o entendimento humano”, o autor observa que as
faculdades da mente, que consistem na memória e na imaginação, não permitem um mesmo nível
de vivacidade que as percepções primeiras. A lembrança de uma dor experimentada não possui
tanto vigor quanto a sensação mesma da dor no momento em que ela ocorre.
5. (Valor 5)
“Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas
opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados
não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha
vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a
fim de estabelecer um saber firme e inabalável.”
(DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Adaptado.)
De acordo com a passagem acima, disserte sobre a viabilidade da reconstrução radical do
conhecimento segundo a filosofia cartesiana:
Resposta:
Com Descartes, inaugurou-se uma nova forma de se fazer filosofia. A crítica radical da tradição, a
partir do processo da “dúvida metódica”, impulsionou a busca por uma pureza da faculdade
racional. A razão cartesiana tornou-se o “cavalo de batalha” da filosofia moderna, inspirando toda
uma tradição de filósofos que vieram depois dele, por isso, para a reconstrução radical do
conhecimento, o filósofo considera que questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e
concepções é o único de meio de alcançar a certeza de algo.
“É do homem que devo falar, e a questão que examino me indica que vou falar a homens, pois não
se propõem questões semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, com
confiança a causa da humanidade perante os sábios que a isso me convidam e não ficarei
descontente comigo mesmo se me tornar digno de meu assunto e de meus juízes”.
E
A desigualdade natural é estabelecida pela natureza e consiste na diferença das idades, da saúde,
das forças do corpo e das desigualdades do espírito e da alma; a outra que se pode chamar de
desigualdade moral ou política, por que depende de uma espécie de convenção e que é
estabelecida, ou pelo menos autorizada, pelo consentimento dos homens. A desigualdade moral
são os privilégios de uns em detrimento dos outros, a obediência de uns para com os outros, sendo
que não está essencialmente ligada à desigualdade natural.
7. (Valor 10)
Analise a ideia de ser humano dentro da corrente contratualista:
Para os contratualistas, o ser humano possuía uma forma de vida anterior à que vivemos hoje em
nossas sociedades, um estado onde apenas os instintos e as qualidades intrínsecas do ser humano
serviam de mediadores de nossas ações.
8. (Valor 5) (Uema-2015)
Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando
entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de
gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma
sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si,
pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é
delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.
(MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad.
João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997.)
A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas
políticos contemporâneos que consolidou a (o):
a) Monarquia Paritária.
b) Despotismo Soberano.
c) Monarquia Republicana.
d) Monarquia Absolutista.
e) Despotismo Esclarecido.
D
Monarquia Absolutista. Hobbes é defensor do absolutismo, e sua justificativa para essa forma de
governo é estritamente racional, livre de qualquer tipo de religiosidade e sentimentalismo. Ele
criou uma teoria que fundamenta a necessidade de um Estado Soberano como forma de manter a
paz civil.
9. (Valor 5)
Porque as leis da natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade ou, em resumo, fazer
aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder
capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem
tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes.
(HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São
Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 103.)
Esse princípio político que substitui a antiga teoria do direito divino do rei intitula-se
a) Contratualismo.
b) Totalitarismo.
c) Absolutismo.
d) Liberalismo.
e) Marxismo.
D
O Liberalismo é uma doutrina que privilegia o indivíduo e a sua liberdade, o livre jogo das ações
individuais que, segundo se acredita, conduz ao interesse geral. Como doutrina política, visa limitar
os poderes do Estado em relação às liberdades individuais, bem assim aumentar a independência
do Legislativo e de Judiciário em relação ao Poder Executivo.
a) As ideias racionais e a verdade são adquiridas por nós, seres pensantes, por meio
daquilo que vivenciamos.
b) Nossa razão, ao anteceder a experiência, pode ser considerada uma folha em branco.
c) Podemos dizer que o empirismo se trata de uma corrente filosófica contraria ao
Inatismo.
d) A junção das sensações forma a percepção, percepção esta que está ligada à nossa
hereditariedade.
e) Os sentidos nos concedem conhecimento.
D
A percepção ligada a hereditariedade não é uma percepção empírica, mas sim inata.
12. (Valor 5)
C
Para Spinoza Deus, não é uma causa externa do mundo. Ao ser causa de si mesmo, é causa
também de todas as coisas. Deus não é também a causa final do mundo, como na metafísica
aristotélica. Assim, Deus não poderia mais ser compreendido nos termos tradicionais da criação
conforme surge nas escrituras religiosas. A natureza não é uma criação de Deus: é o próprio Deus.
13. (Valor 5)
De acordo com o pensador Francis Bacon, o início da ciência deveria partir de observações
minuciosas, pois quando nos baseamos em um determinado número de observações,
podemos tirar conclusões sobre determinado assunto num geral. Com base em seus
conhecimentos sobre o tema, identifique a alternativa que se refere ao método científico
proposto pelas obras do filósofo:
a) Dedutivo.
b) Indutivo.
c) Sensitivo.
d) Experimental.
e) Analítico.
B
Bacon afirma que sem conhecimento não existe poder. Seu método indutivo partia da observação
dos fatos, através do raciocínio indutivo, ou seja, pela experimentação daquilo que podia ser
passível de observação. O empirismo científico de Bacon despertou no homem o gosto pelo
concreto e pela experiência.