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NAP Brasil-África - 25/Nov.

/2019

As Relações Externas Henrique Gerken Brasil


Instituto de Estudos

Brasil-África
Brasileiros - USP
henrique.gerken@gmail.com
Introdução

❖ 1. Espaço colonial
❖ 2. O Longo Silêncio (1850-1950)
❖ 3. Pol. Ext. para África entre 1961 e 2002
❖ 4. Política Externa do governo Lula
❖ 5. Pol. Ext. para África nos discursos e debates
❖ Existe uma política africana brasileira?
Espaço colonial
❖ Espaço econômico e social bipolar no Atlântico Sul: colônia “brasileira” (produção
escravista), continente africano (área de reprodução de escravos);
❖ Integrado à economia-mundo européia em expansão;
❖ Escravismo no Brasil = sociedade plurirracial; áreas de reprodução dos escravos =
a mestiçagem não se desenvolve;
❖ Independência do Brasil: reconhecida pelos obás de Benim e de Lagos (reflexo das
carreiras bilaterais do tráfico);
❖ Em Angola, segmentos favoráveis à união com o Brasil. O Tratado de 1825 com
Portugal (reconhecimento da independência com mediação inglesa) – proibição de
reunião de colônias portuguesas ao novo Império;
❖ Inglaterra – luta contra o tráfico: um dos objetivos: rompimento dos circuitos de
comércio estabelecidos entre o Brasil e a África.
O Longo Silêncio (1850-1950)
❖ Rompimento da relação Brasil/África (fluxos comerciais exíguos + volta de africanos
libertos no Brasil);
❖ O Brasil prepara-se para a construção lenta e difícil do seu mercado e trabalho
(permanência de relações não-capitalistas). A África desenvolve várias formas de
trabalho compulsório – repartição do continente (Tratado de Berlim).
❖ Política externa brasileira se regionaliza (América do Sul) e se curva aos interesses
ingleses e depois norte-americanos (doutrina do pan-americanismo);
❖ Barão do Rio Branco (1902-1912): definição de fronteiras e crescente deseuropeização da
política externa;
❖ Itamaraty: antes da profissionalização: bacharelismo e “complexo de caiação” (1912 a
1946).
❖ Complexão de caiação: defesa de uma cultura e de interesses que não são “os nossos”!
Reflexo da “tentativa de esquecimento” do passado escravista!
Síntese das Relações 1960-2002
61-64 Mudança no discurso; PEI, JHR: política natimorta
(JQ/JG) descolonização; Afonso Arinos
64-69 Recuo na PEI; teoria dos África em última
(Castelo/Costa e Silva) círculos concêntricos prioridade
69-74 Início de retomada; Gibson Lobby português; aprox.
(Médici) Barboza; “périplo” com África do Sul
74-79 Pragmatismo responsável; Fim do constrangimento
(Geisel) Azeredo da Silveira; português
independências
Continuidade; Ramiro Saraiva 1a visita presidencial;
79-85
(Figueiredo) acordos comerciais
85-2002 Crise década 80; criação da Relações com Áfr. do Sul;
(Sarney/Collor/FHC) CPLP PALOPs
Período Lula: dimensões da PEB

❖ Dimensão ❖ Dimensão ❖ Dimensão


Política Cooperativa Econômica
• Esfera • Agricultura • Perdão de dívidas
multilateral • Saúde • Investimentos
• Esfera bilateral • Educação • Comércio
Dimensões da PExt do governo Lula
❖ Dimensão Política
• Multilateral: fóruns de concertação política: BRICS,
IBAS; CPLP, ZOPACAS; Cúpula América do Sul-
África (ASA)
• Bilateral: visitas de Estado e Embaixadas
Dimensão Política da PExt: visitas
Região 2003-2006 2007-2010 Total
América do Sul 28 31 59
América Central 4 15 19
América do Norte 3 4 7
Europa 14 26 40
África 18 11 29
Ásia 4 7 11
Oriente Médio 3 5 8
Antártida 0 1 1
Multilaterais 29 55 84
Total 103 155 258
Dimensão Política da PExt: visitas
Países africanos visitados pelo presidente Lula (2003-2010)

África do Sul 3 Argélia 1 Guiné Equatorial 1

Líbia 3 Botsuana 1 Namíbia 1

Angola 2 Burkina Faso 1 Quênia 1

Moçambique 2 Cameroun 1 Senegal 1

Cabo Verde 1 Congo 1 Tanzânia 1

Gana 1 Egito 1 Zâmbia 1

Nigéria 1 Gabão 1 Benim 1


São Tomé e
1 Guiné-Bissau 1 Total 29
Príncipe
Dimensão Política
da PExt:
embaixadas
Dimensão Política da PExt: embaixadas
Distribuição da classificação de postos no exterior em 2010
Dimensão Cooperativa da PExt
Comparação dos orçamentos para África e total em execução de projetos (US$)
Dimensão Cooperativa da PExt
Distribuição de Projetos de cooperação por países 2003-2010
Dimensão Cooperativa da PExt
Distribuição de Projetos por principais setores no governo Lula
Dimensão Econômica da PExt
Relação de Perdão de Dívidas e Renegociação com países africanos

Aprovação
País Dívida Perdão Renegociação
(negociação)

Moçambique 2005 US$331.686.015,65 US$315.101.714,87 US$16.584.300,78

Nigéria 2006 US$151.953.792,35 US$84.660.006,35 US$67.293.786,00

Cabo Verde 2010 US$3.895.163,33 US$1.197.962,40 US$2.697.200,93

Total
US$487.534.971,33 US$400.959.683,62 US$86.575.287,71
2003-2010

Total US$1.335.892.626,93US$1.066.403.606,51 US$269.489.020,42


Dimensão
Econômica
da PExt
Distribuição geográfica das
empresas brasileiras na África
Dimensão Econômica da PExt
Operações de financiamento do BNDES na África

Empresa País Montante (USD) Anos

Camargo Correa Angola $149,440,908 2007-2009

Andrade Gutierrez Angola 184,131,778 2007-2009

Odebrecht Angola 1,109,679,874 2007-2009

Queiroz Galvão Angola 188,378,688 2007-2008

EMSA Angola 19,107,566 2008

Prado Valladares Angola 5,055,043 2007

Mello Junior Angola 15,006,750

Total 1,670,800,606
Dimensão Econômica da PExt
Comércio total e Saldo do comércio Brasil-África 2003-2010
Dimensão Econômica da PExt
Participação (%) na exportações brasileiras por blocos
Dimensão Econômica da PExt
Participação (%) na importações brasileiras por blocos
Dimensão Econômica da PExt
Exportação
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
África do Sul 25.6 24.4 22.9 19.6 20.5 17.3 14.5 14.1
Nigéria 16.4 11.9 15.9 18.4 17.6 15.1 12.3 9.3
Egito 16.1 14.7 14.5 18.1 14.4 13.9 16.6 21.2
Angola 8.2 8.4 8.7 11.2 14.2 19.4 15.3 10.2
Marrocos 7.9 8.2 6.9 5.3 5.1 5.0 6.2 7.6
Argélia 5.4 8.2 6.4 6.1 5.8 6.2 8,2 9.1
Importação
Nigéria 46.2 56.6 39.7 48.3 46.5 42.5 56.2 52.4
Argélia 34.1 31.4 42.5 24.3 19.7 15.9 16.3 20.9
África do Sul 6.1 4.3 5.1 5.4 4.6 4.9 5.1 6.7
Marrocos 6.1 3.9 4.7 4.1 4.7 7.3 4.0 5.9
Líbia 0.8 0.9 0.5 3.6 8.8 8.9 9.9 0.9
Angola 0.2 0.1 0.0 5.7 8.3 14.2 1.6
Política Externa para África no governo Lula
❖ Continente africano com maior espaço na agenda
internacional
❖ Maior aprofundamento e diversificação de parcerias
❖ As dimensões se comunicam?
❖ Dimensão política vinculada ao presidente Lula
❖ Cooperação: base consolidada; "ponto fora da curva"?
❖ Econômica: concentração
Perguntas e Hipóteses
❖ Ponto de partida: a África adquiriu um lugar importante na política externa na Era Lula em termos
econômicos, geopolíticos (relações bilaterais e multilaterais) e de cooperação técnica; Deixou o governo de
circunscrever a política externa ao interesse econômico de curto prazo, ampliando o seu alcance;
❖ Novos fluxos bilaterais foram acionados: intercâmbio de tecnologias e de políticas públicas , de missões
diplomáticas e culturais, de comércio e investimentos, “como nunca antes na história do Brasil”
❖ Questão de Fundo: O discurso pró-África foi acompanhado por uma política africana?
❖ Hipótese : a ampliação das frentes de atuação brasileira na África ainda não permitiu a elaboração de uma
política africana (no sentido conferido por José Honório Rodrigues). Essas várias frentes muitas vezes não
se complementam e podem inclusive se atritar.
❖ Não se conformou uma política de Estado e as ações para a África não foram transversalizadas na política
interna e e na externa.
❖ Na dimensão econômica, o Brasil atuou como “potência” nos investimentos e como “subpotência” no
comércio.
❖ O discurso passou a impressão de que as várias ações se somavam de maneira espontânea. A mesma
política que criou o CG FOME, estimulou a expansão do agronegócio e das mineradoras de maneira
desregulada.
Perguntas e Hipóteses
❖ Diplomacia presidencial: faca de dois gumes. Caso não tenha continuidade, a ações sofrem um refluxo, e
passam a gerar desconfiança.
❖ Nunca foi explicitado O que o Brasil (ou os vários Brasis) quer(em) com a África?
❖ O novo discurso pró-África serve apenas de chancela à penetração das empresas e à expansão das
exportações brasileiras para a região? Ou para a obtenção de votos em organismos multilaterais?
❖ O apoio geopolítico da África em alguns fóruns não é incondicional. O Brasil realmente tem atuado em
prol dos interesses africanos (quais seriam estes?) nas relações bilaterais e nos organismos multilaterais?
❖ A pretensão hegemônica do Brasil na África mostrou-se evidente, apesar do discurso, mas não
conseguiu se consolidar e nem se diferenciar da ação das “potências tradicionais”.
❖ A ofensiva da mídia com seu “complexo de caiação” foi tão ou mais aguerrida do que no passado, mas o
governo não se preparou para conquistar o apoio da sociedade.
❖ Hoje (2019): Voltamos à estaca “zero”? A aproximação Brasil-África na Era Lula foi apenas mais uma
conjuntura passageira viabilizada pelo novo protagonismo da política externa brasileira num contexto
internacional bem específico?
NAP Brasil-África

As Relações Externas Henrique Gerken Brasil


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Brasil-África
Brasileiros - USP
henrique.gerken@gmail.com

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