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~ ) .

uplemento
do Jornal
ONTEXTO
ASTORAL n11 1o
eternbro/outubro
de 1992 .
?~
'\ ,.
RCEIRO CONGRESSO LATINO-AMERl~;<\Nb DE EVANGELIZAÇÃO

NOVO ROSTO DO
OVIMENTO EVANGELICAL
, 1 / • , ' 1 1 •

<LATINA CLADE Ili MISSÃO INlEGRAL, UNIDADE


U. E JUSTIÇA
Cercai d• 1.100 pe.:Soaa de dlw,_
~
·o
peiaea do Contlnent8 Htlveram · '
a::: reunldu no Terc:elro Congr•Ho
Latlno-Amerlc:ano.d• Evangelização
L&J
o - Clad• Ili (Quito, 24 de agoato a 4

~
de Mt8mbro). O prlnc:lpal objetivo

o da t.rc:elra edição do c:ongreaao foi


reunir.llderançu do movimento
avangellc:al para c:ontlnuarem a
reflexão aobre mlHão lnt.gral •

<
'5l
o unidada vlalvel da Igreja. Confira a
reportagem do anc:ontro nu
página• 8 a 1o.

DIÁLOGO HISTÓRICO
Um doa pontoa marcaint.a do
Clad• Ili foi o dlálogo entre aa
cúpulaa do Conaalho Latlno-
Amerlc:ano de lgrejaa (Clal) • da
Confraternidade Evangéllc:a Latlno-
Amerlc:ana (Conela), entidade•
algnlflc:atlvaa, no c:ontexto
evangéllc:o do Contlnent8.
Página 13 .

DOCUMENTO FINAL
"Davemoa avaliar oa modelo• de
mlaaão qua hardamoa do peHado .
ou oa Importado• no pr•Mnt8 •
buac:ar no voa modelo•"· Eate trac;tio
faz perte do Doc:umanto Final do .
Clad• Ili, que traz c:omo titulo "Todo
o Evangelho a partir da Amérlcai
. Latina para todo• oa povoa". O texto
b enfatiza também a nec:aaaldade da

so que "a c:ultura oc:upe o lu;ar que


merec:e em nossa reflexão a prátlc:a
mlsslológlc:a". Páginas 15 a 16
2 'l>d~ APRESENTAÇÃO CONTEXTO PASTORAL

CLADE Ili: INTEGRALMENTE ." ;


CONTROVERTIDO
O erceiro Cong~o Latino-Americano de adoração e à luz da Palavra de Deus, o que
Ev ngeli:zação (Clade III), convocado pela significa anunciar as Boas.Novas de Jesus
Fra ternidade Teológica Latino-Americana Cristo ·neste momento de expamão das igrejas
( ), reuniu 1.008 mulheres e homem evangélicas e de profunda crise no Continente"
evangélicos de 26 países do Continente e e que pudesse "contribuir para a unidade do
rep entantes observadores da África, Ásia e i}ovo de Deus" e estimulasse "a visão
Eu pa no Colégio Anderson de Quito, missionária e" fomentasse "a evangeli:zação
Equador, de 24 de agosto a 4 de setembro de integral em todo o continente latino-americano
1992. e mais além deste".
Clade III - presidido por Valdir Com um programa extremamente carregado
Steuemagel, do Brasil, e coordenado por - liturgias, estudos bíblicos, seminários,
Guillermo Cook, de Costa Rica - tem suas oficinas, grupos pequenos e plenários - em
raí em dois outros congressos. Clade I in.~talações pouco confortáveis e com
aconteceu em Bogotá, Colômbia, em 1969, sob infra-estrutura inadequada, Clade Ili, conseguiu
o le a "Ação em Cristo para um continente em envolver intensamente os 1.008 participantes
crise" (um ano depois da Conferência Episcopal dos quais 3Q% eram mulheres e 35%, leigos.
de Medellín, reali:zada pela Igreja Católica · O controvertido Clade III reuniu evangélicos
Romana) e Clade ii em Huampaní, Peru, ~m de todas as tendências teológicas, confessionais
1979 com o lema "Que a América Latina escute e políticas. Isto já se verificava pela pluralidade
a voz de Deus" (no mesmo ano da Conferê11cia dos grupos e organi:zações que colaboraram na
de P ebla da Igreja Católica). Com o lema supervisão administrativa, apoio logístico e
"Todo o Evangelho para todos os povos a partir programático do congresso, entre eles: MAP
da América Latina" reuniu-se o Clade III (às Internacional, HCJB - Radio Difusora Voz dos
véspe ras da Conferência de Santo Domingo). Andes, Federação Universal de Movimentos
Vale ressaltar que 5% dos presentes eram Estudantis Cristãos (Fumec), Conselho
observadores e, destes, nenhum era Latino-Americano de Igrejas (Clai), Cruz.ada
católico-romano. Estudantil, Sociedade Bíblica Internacional,
A roposta dos organi:zadores era a de que Sociedades Bíblicas Unidas, Comissão
Clade III "permitisse uma ampla {>lataforma de Evangélica Latino-Americana de Educação
diálo o para analisar em um contexto de Cristã (Celadec), Comunidade Internacional de
Estudantes Evangélicos, Corpo de Pastores de
Quito e a Confraternidade Evangélica
Equatoriana.
DEBATE Neste número: A tensão nos bastidores foi grande: críticas à
Suplemento do jornal Editores liturgia, questões de encaminhamento político,
Conte Pastoral n9 1o Luiz Carlos Ramos tentativa de controle sobre o documento final,
Selem o / outubro de 1992 Paulo Roberto Salles
Garcia (MTb. 18481)
problemas financeiros e conflitos com grupos
Publicação do Centro
indígenas. Estes últimos realizaram seu próprio
Editor assistente
Evang llco Brasllelr.o de con~resso, em Otavalo, de 19 a 23 de agosto.
Carlos Cunha
Estudos Pastoral• - O saldo é positivo, pois pela primeira vez
Aaaeaaorla especlal
Cebep (Rua Rosa de
Luiz Longuini Neto
grupos tão distintos, e até contrários, ficam
Qusmã , 543-13073·120 . juntos e dialogam por tanto tempo. O
Campin as / SP Conselho Editorial
Tele fax; 0192-41-1459) José Blttencourt Filho
documento final, ilúelizmente, não faz jus a
e do Centro Ecumênico Marcos Alves da Silva essa rique:za de contrastes. De todas as fonnas,
de Doe mentação e Paulo Roberto Rodrigues aí está: Clade III já é parte da história dos
Informação - Cedi Rafaêl Soares de Oliveira evangélicos na América Latina.
(Rua S o Amaro, 129
Programação visual
22211 -230 - Rio de Anita Slade
Janeiro / RJ -
Tel. e f : 021·224-6713). Fotolito e Impressão
Tribuna da Imprensa. '
Assine
llragem
11 mil exemp~N CONTEXTO PASTORAL
CONTEXTO PASTORAL . ANÁLISE 3

MOVIMENTO EVANGELICAL:
CONCEITOS E HISTÓRIA
o termo evangelical é de origem grandes movimentos avivalistas Integral" recuperando o concei-
inglesa evangelical que pode ser do século passado, assim como to já e_x presso nos <Jocumentos
traduzido por: evangelista, evan- com o pietismo e com.o purita- de Lausa1U1e.
gélico, protestante. A confusão nismo inglês. Outros pensadores evangeli-
começa já no entendimen~o do Com .o crescimento do movi- cais brasilefros trabalham os ter-
termo. Historicamente algumas mento, a .eferv~ncia religiosa mos como sinônimos. O mais in-
igrejas protestantes assumiram dos últimos anos e a avalancha fluente é Robinson CavalcanÚ
como parte de sua identidade de- religiosa conservadora norte- que não poupa palavras em suas
nominacional o tenno "evangé- america.na na América Latina criativas classificações do pro-
lico", como é o caso das igrejas faz-se necessário distinguir o testantismo brasileiro. Para ele,
protestantes da Alemanha, onde termo evangelical . de outros existem, de um lado; os progres-
evangélico é sinônimo de protes- como: fundamentalista, neocon- sistas, ecumênicos e a Teologia
tante. No Brasil a Igreja Lutera- seivador, pregadores eletrônicos, da Libertação; do outro, os fun-
na também se autodenomina carismáticos, progressistas, etc ... damentalistas da ultradireita; e
evangélica.
Luiz cartos Ramos

QUEM É
EVANGEUCAL?
O termo evangelical
está relacionado com
um· segmento. de cris- ·
tãos que se identifica-
ram com um projeto
comum de evangeliza-
ção mundial e criaram
a Aliança Evangélica
Mundial. Cristãos da
Europa e dos Estados
Unidos, em ambos os
casos, desejavam fugir
do termo fundamenta-
lista que na época esta-
va adquirindo conotação pejora- Atualmente o termo evangeli- no centro o grupo da "missão in-
tiva e extremamente ligado ao cal, usado para caraterizar o Mo- tegra!'', "evangélicos engaja-
combate contra o comunismo e vimento Evangelical (ME) que dos" e agora "evangélico.s pro~
o ecumenismo. já está sendo substituído ou en- gressistas".
·Havia uma necessidade de tendido como sinônimo da ex- Para Caio Fábio existem os
identificar e agrupar os cristãos · pressão "Movimento de Lausan- " cristãos politicamente engaja-
"nascidos de novo", que não ne" (ML) que vai forjando dos" (TL, CEBs, sindicatos,
eram apenas cristãos nominais. expressões cçmo o "Pacto de etc.), os pietistas alienados (fun-
Optou-se pelo termo evangelical Lausanne" (PL) ou o "Espírito damentalistas) e os "evangélicos
tentando recuperar o melhor de áe Lausanne" (EL). comprometidos" (missão inte-
sua tradição, sua relação com os No Brasil usa-se o termo gral, que evangeliza e tem enga-
evangelhos e uma forte preocu- evangelical para caraterizar as jamento social e político).
pação com a evangelização pessoas e as instituições com-
mundial. Como movimento po- prometidas co'm o ME ou com o ORIGENS DO MOVIMENTO
demos dizer que é algo recente, PL. A partir do início da década EVANGELICAL
organiza-se a partir da década de de 1980 Manfredo Grellert, en- A origem remonta à organização
1960, se bem que seus membros tão diretor da Visão Mundial no da Aliança Evangélica Mundial
apelam para certa tradição histó- Brasil, introduziu o conceito da (AEM, 1923). No final do século
rica que tem ligações com os "Missão Holística" ou "Missão XIX havia uma discussão teoló-
4 l>tt~~ ANÁLISE CONTEXTO PASTORAL

gica qiuito forte entre conseiva- LAUSANNE li cristão do mundo uma popição
dores e liberais no âmbito pro- No ano 198_4 o Comitê reunido teológica e um compro~o ex-
testante. É bom lembrar que os em Stuttgart, Alemanha, deci~iu pressos: o primeiro no "Paqto de
esforços por unidade e evangeli- convocar o Congresso Mundial Lausanne" e o segundo no "Ma-
zação mundial ainda não exis- para reunir-se em Manila, Fiijpi- nifesto de Manila".
tiam, a primeira Conferência nas no ano de 1989. O tema: A expressão brasileira do ME
undial foi em 191 O. Era um pe- "Proclamar a Cristo até que Ele e do Congresso de Lausanne
' odo em que a Igreja Católica Volte" --..'.· convocando a .Igreja teve sua encarnação no Congres-
experimentava certo revigora- toda a levar.o Evangelho t<>do ao so Brasileiro de Evangelização
mento, mormente coni a restau- mundo todo. . ., realizado em 1983 em Belo Ho-
ração da Companhia de Jesus em O Congresso de ManiJa foi rizonte e que reuniu 2.500 parti-
1914. entendido como Lausanne II. cipantes. A partir de então se
AAEM não atua como instân- ReuniU 4.000 pe'ssoas. de . 190 criou · a Comissão Br~ileira de
cia deliberativa e de organiza- países, de 11 a 20 de julho de Evangelização (CBE):·
ção. Sua proposta é de facilitar o 1989. .
envolvimento das pessoas e ser- De passagem podemos citar CONGRESSOS
vir como um grande guarda-chu- que em Manila houve ~m total LATINO-AMERICANOS
v s ao movimento. Sendo assim, boicote aos líderes da América DE EVANGELIZAÇÃO -
f i a Associação Evangelística Latina que influenciapim Lau- CLADEs
Billy Graham que convocou o sanne 1. · Esses congressos são as expres-
p ·meiro Congresso de Evange- Luiz Carlos Ramos sões continentais do ME.
lizaÇão Mundial, Berlim 1966, e ~._....,1 Q F • Clade 1 - Foi realizado em
o segundo, Laus~nne 1974. Bogotá, Colômbia, em novem-
A AJ;M possui seu escritório bro de 1969 e reuniu aproxima-
ce.ntral em Singapura, um ~ri­ damente 900 delegados. O lema
tório nos Estados Unidos e uma do Congresso foi "Ação em
espécie de filial no Equador. Em Çristo pa13 um continente em
espanhol a filial do Equador que crise".
te o nome de PuenJe publica Clade 1 recupera a tradição do
boletim chamado '!Jntercâm- Congresso de Evangelização
de Informação". · realizado em Berlim, 1966, e se
insere, portanto, num projeto de
C NGRESSO significado mundial.
DE LAUSANNE O final da década de 1960
Foi realizado em 1974 o segundo Valdlr Steuernegel, um doa marcou profundamente a' reli-
Co ngresso Internacional de li.der•• do movimento
,. evangellcal giosidade latino-americana. Os
Ev ngeli:zação Mundial em Lau- católicos receberam a influência
sanne, Suíça, convocado pela Na opinião d~ alguns partici- do Vaticano II com as reu1úões
As ociação Evangelística Billy pantes brasileiros e .também de de Medellín e Puebla. Os protes-
Gra bam e que reuniu 2. 700 pes- outros países, houve um retro- tantes haviam realizado em ju-
soas de 150 países. Segundo al- cesso em relação a Lausanne 1. lho de 1969 a III Conferência
gu s estudios.os·, foi uma das Os norte-americanos prÇldomi- Evangélica !:.atino-Americana
mais impdrtantes reuniões evan- naram, os países pobres não fo- (Cela) que, na opinião de Orlan-
gé licas "dos últimos tempos. ram ouvidos," os preletores que do Costas, trouxe "uma nova
Co nsiderado o Vaticano II dp falaram em n'ome dess~ países consciência protestante".
protestaniismo. não · os representavam - por • ClaéJe II - Realizou-se em
pós o Congresso foi eleito exemplo, quem falou como re- Lima (Huampaní), Peru, em no-
um Comitê Executivo que se presentante·; da Amé'rica Latina vembro de 1979, dez anos após
reu niu em 1976 no México e foi Luís Pa!3u. A muito custo fo- a realização de Clade I e cinco
criou três comissões de trabalho: ram concedidos dez minut6s anos após ·o Congresso de Lau-
Co unicação, Teologia e Estra- para uma 'palavra de Valdir sanne. O lema do Clade II foi
tégi . A comissão de estratégia Steuernag'el, representante da inspirado em Lausanne - "Que
foi dirigida por Peter Wagner Fraternidade Teológica Latim~­ a América Latina escute a voz de
(do seminário de Fuller) e um Americaría ~Brasil. Deus" - e reuniu aproximada-
Centro Avançado de Missões por Os dois congressos de caráter mente 250 participantes.
Ed ayton. mundial deixara1n para o' povo É importante ressaltar que
CONTEXTO PASTORAL ANÁLISE 5

Clade l foi um evento missioná- ções sociais. Enfatizam o equilí-gelísticos e tam~m no campo
rio, evangelístico, convocado brio, valores cristãos, crise nosda ação social. . ·
pelos missionários, na . grande relacionamentos pessoais e de • Compromisso oom o diálogo.
maioria norte-americanos . que éôtiflança. Eliminam as relações É um dos pontos distintivos rios
trabalhavam na América Lâtina. dialéticas .. setores progressistas do ME. Na
Durarite Clade 1 em 1969 foi • Uma postura religiosa conser- história da teologia latino-ame-
crescendo a consciência latino- vadora. A ligação com o passado ricana há que reconhecer que es-
americana, e8pecialmente com a religiqso pietista e puritano faz
ses setores progressistas do ME
liderança de Orlando Costas, com ·que exista uma crítica su- foram e em alguns casos ainda
Rene Padilha, Samuel Escobar e perficial aos comportamentos são o único espaço de reflexão
outros. Durante a reunião do forjad~s por essas posturas, não teológica, diálogo e respeito 'no
Clade 1 resolveu-se fundar uma superando tais comportamentos seio do protestantismo conser-
fraternidade de teólogos latino- e podendo cair nos .mesmos erros vador.
americanos, e nasceu a Fraterni- do pas8ado. • Compromisso com a renova-
dade Teológica Latino-America- • Uma: hermenêutica bíblica . ção. O ME assume um papel im-
na (FTL). Essa mesma entidade tendenciosa. Promovem uma portante no rompimento do cír-
convocou Clade II e agora já des- leitura bíblica·sem mediações. A culo vicioso e ideológico (ber-
fru tava de um período de 1Oanos crítica que os fundamentalistas menêu tico) que os conserva-
de existência. A FTL convocou, fazem às conquistas das ciências dores acabam adotando. O com-
também, Clade III. bíblicas ·foi ineorporada por um promisso com a renovação, com
grande setor do ME que hoje se a busca do novo, com o desejo
LIMITAÇÕES DO ~E transformou numa barreira para de evangelizar, leva as pessoas a
• A institucionalização. Essa li- uma leitura bíbli~ contextuali- se descobrirem com possibilida-
mitação é . intrínseca a qualquer · l.ada relevante. Para muitos do des de novos horizontes.
movimento. Se tomarmos a data ME, a BíbJia é u5ada por pura • Compromisso com os ~rgi­
inicial de 1974 teremos hoje 1& conveniência: enfatizam o senti- nalizados. O ME promove uma
anos do ML (segundo alguns so·- do figurado quando lhes interes- articulação (ainda que às vezes
ciólogos, 15 anos é um período .sa e o literal quando não interes-
sem sabçr) dos setores descon-
suficiente par o início de, institu-sa. Uma. leitQra, em muitos ca- tentes e marginalizados em suas
cionalização em qualquer movi- sos, a-histórica e que promove igrejas, possibilita o crescimen-
mento). outro tipo de fundamenta.lismo. to e aproveitamento desse gran-
• Uma superigreja. Uma das de potencial. ·
críticas mais ferozes de toda a ASPECTOS POSITIVOS • Compromisso com a reflexão
história do ME ao CMI é a de que DO ME teológica. O movimento funda-
ele sempre propugnou pela for- • Compromisso missionário. O mentalista tem criado certa re-
mação de uma superigreja. O ME tem resgatado a vocação pulsa com relação à reflexão teo-
ME .articula-se por meio d.e pes- missionária da comunidade cris- lógica. Esse fenômeno esten-
soas; porém,kndo atentamente tã. A caminhada do ME após deu-se às igrejas consevadoras.
as conclusões do Congresso de Lausanne tem déinonstrado ma- . O ME tem insistido que não se
. Manila e as propostas de Tom turidade e c~paéfdade para en- · pode evangelizar sem refletir
Houston, atual diretor interna- tender a tarefa missionária da teologicamente. A reflexão teo-
cional do ML, atrevemo-nos .a Igreja como um .conceito que lógica tem sido algo constante
.jnsinuar que o ML caminha a . procura olhar para o s_e r humano no seio do ME, que estende-se a
passos largos na te.ntativa de em sua integralidade êxistencial. outras áreas como a missiologia,
uma hegemonia eclesiástica. • Compromisso CC:n~ a unidade. teologia pastoral, etc...
• Uma postura acrítiea na políti- O ME foge da palavra ecumêni- • Compromisso com a autocto-
ca. Fazem uma apmximaçãp in- co. No entanto, promove com nia. O ME caracterizou-se no
gênua da política como um todo bastante ênfase a unidade visível início como um movimento do ·
(existem hoje pequenos sinais de da Igreja como uma q~ s~s ban- Primeiro Mundo. Percebe-se
que essa postura está mudando) . . deiras. hoje que as raízes de cada conti-
Articulam ·toda postura com os • Compromisso na cooperação. nente estão plantadas, bem fir-
valores .do Reino de Deus, ex- O ME tem rompido, ffiprmente mes, e são respeitadas. Essa in-
traídos da.Bíblia, pura e simple~- · nos setores mais seétáiios do fluência se faz sentir na liturgia,
mente. Insistem em não dialogar protestantismo conse.rvador, na exposição bíblica, na açãQ bí-
com categorias cielitíficas. com a i~istente resistência em blica, na ação social, etc.
• Um rcducionismo nas rela- cooperação nos trabalhos evan-

J
o V~ ANÁLISE CONTEXTO PASTORAL

A FRATERNIDADE TEOLÓGICA
. ~ .

E O MOVIMENTO EVANGELICAL
Dalton Said Henriques

A realização do Clade III esteve contexto, dentro de uma crítica biia, a fim de comunicar o Evan-
intimamente relacionada com a sobre a vida e a missão da Igreja. gelho entre as culturas latino-
Fraternidade Teológica Latino- Nesse sentido, a FTL tem dado americanas; 3) Contribuir para a
Americana (FTL), pois essa foi uma contribuição significativa vida e missão das igrejas evan-
a entidade que o convocou. para o fortalecimento e o amadu- gélicas na América Latina, sem
Além disso, a direção, coordena- recimento do movimento evan- pretender falar em nome delas,
ção e programação do Congres- gélico no Continente. A propósi- nem assumir a posição de seu
so estiveram nas mãos de mem- to, prefiro referir-me ao movi- porta-voz no continente latino-
bros influentes da FTL, e entre mento "~vangélico'', em vez de americano. Os diferentes proje-
aqueles que participaram do pro- "evangelical". O termo evange- tos de reflexão promovidos pela
grama, em diferentes ruveis, foi lical (um anglicismo impróprio, FTL envolvem uma diversidade
também predominante a presen- desnecessariamente introduzido de áreas do espectro teológico,
ça de seus membros. Dos apro- entre nós) surgiu como designa- tais como: teologia bíblica, éti-
ximadamente cento e cinqüenta ção de grupos de cristãos supos- ca, história e estrutura da Igreja,
membros com que conta a FTL, .ta mente não nominais e evange- fé e cultura, educação cristã e
atualmente, na América Latina e Jicamente (bíblicamente) mais teológica, ministério pastoral e
Estados Unidos (parte hispan'a), conservadores que se têm desen- evangelização e missão.
a maioria parecia estar presente volvido dentro de igrejas de ca-
n Clade III. ráter confessional, na Europa e DE BERLIM A QUITO
Foi possível perceber que nos Estad,os Uni'dos, como a A história e a própria origem da
m itos dos participantes deste Igreja Luterana (que na Alema- FTL estão associadas a congres-
c ngresso pouco ou nada co- nha se chama "Igreja Evangéli- sos internacionais de evangelf-
nheciam anterionnente sobre a ca"), a Igreja da 'Inglaterra e ou- zação. Depois do Primeiro Con-
Fraternidade. Nesse sentido, o tras. Esta é uma .. importação re- gresso Mundial de Evangeliza-
Co ngresso foi uma revelação. cente que deveríamps dispensar. ção, realizado em Berl.im Oci-
Esteve, sem dúvida, em evidên- Em estreita relação com 9 que dental, em novembro de 1966
cia a entidade que foi capaz de foi dito, pode·mos destacar um (convocado pela equipe de BiJly
convocar, organizar e conduzir dos requisitos que devem ser Graham), foram realizados vá-
um evento de tal magnitude e preenchidos por aqueles que rios congressos regionais, se-
importância para a vida e o tes- pretendem ser membros ativos guindo o espírito de Berlim. En-
temunho da Igreja Evangélica da FfL: apresentar ao grupo na- tre eles estava o Clade 1, em Bo-
em osso continente. cional ou regional um trabalho gotá, em outubro de 1969. Seu
monográfico de ingresso, que lema foi: "Ação em Cristo para
CO TRIBUIÇÁO expresse originalidade, uso ade- um continente em crise". Um
SIG IFICATIVA quado das fontes e instrumentos dos resultados do Clade I foi a
Na verdade, a despeito de serno- de investigação teológica, e rele- organização da Fraternidade,
tida e para. muito~ (principal- vância pará a situação latino- que por muito tempo se manteve
nente no Brasil), a FTL já tem americana ." São também perti- com um número reduzido de
ais de vinte anos de funciona- nentes os três objetivos da membros, principalmente oriun-
1ento. A longa lista de eventos Fraternidade: 1) Promover are- dos ou relacionados com a Co-
de projetos patrocinados por flexão sobre o EvangeUio e seu munidade Internacional de Estu-
a, embora às vezes de alcance significado para o ser humano e dantes Evangélicos. O Clade II,
nitado, tem exercido uma in- a sociedade na América Latina; em Lima, em 1979, com o lema
1ência COl'.':iiderável em certos 2) Construir uma platafonna de "Que a América Latina ouça a
'CUlos do protestantismo lati- diálogo entre pensadores que voz de Deus", foi convocado
-amerincano, estimulando-os confessam a Jesus Cristo como ·pela FTL, inspirada no Segundo
rticular seu pell.':iamento teo- Salvador e Senhor, e estejam Congresso Mundial de Evange-
:ico a partir de seu próprio dispostos a refletir, à luz da Bí- lização, realizado em Lausanne,

!_ '

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CONTEXTO PASTORAL ANÁLISE 7

Suíça, em 1974. Sem sombra de ria'inente ltícido, combativo, di- Fraternidade Teológica não tem
dúvida, os Clades têm ajudado nâmico e profícuo. procurado propagar-se ou mes-
na formação de uma nova men- Fora da área da literatura, des- mo promover suas atividades,
ta !idade ev~ngélica no Conti- taéa"~-se, nestes últimos anos, projetos e materiais de forma
nente. duas consultas de nível conti- ampla para o consumo popular,
Ainda a fim de compreender nental, patrocinadas pela.FIL. A embora seu número de membros
melhor a contribuição da FIL primeira, com a participação de tenha relativamente aumentado
para a vida e pensamento do mo- aproximadamente cem mem- nos últimos anos, com a criação
vimento evangélico latino-ame- bros, versou sobre "Teologia e dos núcleos nacionais ou regio-
ricano, devemos mencionar pelo vida na Américà Latina", de 4 a nais.
menos alguns de s·eus projetos 12 de . dezembro de 1990, em Não obstante a capacidade, a
desenvolvidos em anos recentes, Quito, Equador, em comemora- seriedade, a dedicação e a com-
principalmente na área de litera- ção do vigésimo aniversário da petência das pessoas que têm es-
tura. Nos últimos quatro anos Fraternidade. Foi precedida por tado à frente da FfI,., essa insti-
saíram tre:ze edições (números consultas regionais sobre a vio- tuição, como qualqueroútra, não
33 a 45) do Boletim Teológico, lência, a.pobreza, o totalitarismo tem vivido sem seus conflitos,
em espanhol, veiculando princi- político e a dependência enconô- suas deficiências, sua esquizo-
pa 1mente material relevante mica. Com a presença de um frenia. Cremos que para que ela
apresen\ado em congressos e grande número de políticos e seja mais influente e po.ssa cum-
consultas. Foi . também lançado cientistas . sociais de dezesseis prir melhor seus objetivos e ser
um boletim em português, q.ue já países, foi realiZada uma con- mais coerente com eles, necessi-
alcançou o número 16. A Frater- sulta sobre ."A participação dos ta evitar alguns de seus vícios,
nidade colaborou na elaboração evangélicos Jl8 política nacional verificados principalmente .em
e lançamento da obra historio- na América J,.atina", em-Buenos seu comportarnento administra-
gráfica de Washington Padilha: Aires, de 24 a 28 de outubro de tivo. É preciso evitar a tendên-
La Iglesia y l~s dioses moder- 1991, com a preocupação volta- cia ao governo oligárquico, o fi-
nos: historia dei Protestantismo da para a necessidade de elabo- siologismo e o clientelismo. É
en el Ecuador (Quito: Corpora- ração de uma ética política fun- preciso evitar que ela chegue a
ción Editora Nacional, 1989), damentada na fé evangélica. . ser tratada como propriedade
que foi elogiada por um eminen- Quanto às atividades da FIL em particular de qualquer pessoa ou
te professor de história da Uni- outras áreas, destacamos seu de um círculo fechado de amigos
versidade Católica da capital projeto de desenvolvimento de e "afilhados". Precisa abrir-se a
equatoriana . Para auxiliar os bibliotecas, com o apoio da Fun- um maior nível de participação
cristãos latino-americanos que dação de Literatura Evangélica de seus membros (sem discrimi-
desejam ou precisam refletir so- da Inglaterra, presidida por John nações) e democratiZllr todo o
bre a política a partir de uma Stott, e seu 'programa de bolsas, seu processo decisório. Em vez
perspectiva evangélica, foi pu- tanto para estudantes como para de concentrar-se em uns poucos,
blicada nnia coleção de ensaios projetos de investigação e pro- ela precisa suscitar, de diferentes
. sob o título de De la margina- dução literária. , regiões, outros teólogos, nov0s
'cfón ai compromiso (128 pági- ou já experientes, que possam
nas). Um empreendi1nento ex- NATUREZA "ELITISTA" desenvolver-se e dar sua contri-
traordinário foi sem dúvida a Em todos os séus projetos e ati- buição ao pensamento teológico
publicação ~e História dei cris- vidades, a FTL tem deixado latino-americano. Pode ser que
tia11ismo enAmérica Latina, por marcas importantes ·na vida e no seja perda de tempo esperar o
Pablo A. Deiros (mais de 850 pá- pensamento de muítos cristãos ideal, mas alguma mudança nes-
ginas), que contou com o apoio de certos setores do protestantis- se $entido poderia dar à Frater-
financeiro da FIL. Foi publicada mo latino-americano, destacan- nidade Teológica mais credibili-
outra coleção de ensaios, jntitu- do-se alguns elementos, como a dade e maior podÚ de impacto
ladà Misión ·en el camino: en- capacidade de autocrítica, a ne- na vida e missão da Igreja Evan-
sayos en lwmenaje a Orlando E. cessidade do diálogo intercon- gélica na América Latina.
Costas. Essa hom'enagem a Or- . fessional e da reflexão crítica, e
lando costas foi mais do que jus- a urgência e necessidade de se
Dalton Said Henriques, pastor batista,
ta, já que ele, antes de seu faleci- viver e propagar um evangelho é o atual reitor do Seminário Batism cm
mento, cinco anos atrás, foi um integral ·e contextualizado em Belo Horizonte. Foi coordenador do·
teólogo (missiólogo) evangélico nosso torrão latino-americano. CEBEP.
latino-americano extraordina- Dada sua natureza "elitista", a
8 RELATO CONTEXTQ PASTORAL

CLADE Ili: O NOVO ROSTO 09 MOVIMENTQ


EVANGELICAL LATINO-AME.RICANO ,
MISSÃO INTEGRAL, UNIDADE E JUSTIÇA SOCIAL
Luiz Longuini Neto
r'

O Clade tem uma curta, porém, dos os nossos problemas ..Graças fluência de um grupo de teólo:.
empolgante e exemplar história. a Deus a reação foi organizada e gos latino-americanos, os mes-
Nela vamos perceber.uma evo- um grupo ae teólogos latino- mos que no ano de 1969 haviam
. lução em todo esse projeto. Os . àmericanos (Orlando Costas, fundado a FIL. O Clade Il foi
evangelicais latino-americanos Samuel Escobar, Rene Padilha, um marco na história da evange-
deixaram de ser sujeitos e toma- dentre outros) resolveram orga- lização na América Latina, for-
'ram-se objetos, pelo menos no nizar a FfL. · ,,., . jou uma nova consciência na li-
que diz respeito ao incipiente, derança evangélica emergente,
porém, corajoso processo de re- ESPÍRITO DE lAL!SANNE contribuiu para que as organi7.a-
flexão teológica, iniciado no A FIL convocou o~ Ciade II, rea- ções paraedesiásicas na Améri-
ventre de Clade 1 com o nasci-, lizado em Lima, Peni, no ano de ca Latina adotassem uma agenda
mento da Fraternidade Teológi- 1979. Desta vez, com preocupa- mais comprometida com a Mis-
ca Latino-Americana (FfL). ções legítimas e latino ~america­ são Integral, influenciou a refle-
O Clade 1 foi realizado no ano nas, o congresso teve como xão teológica no Continente, se-
/ de 1969 na cidade de Bogotá, tema: "Para que América Latina minários e institutos bíblicos, e
Colô~bia, tendo como tema: escute a voz de·Deus". Clade II lançou uma vasta agenda com
"Ação em Cristo para um Conti- aconteceu noutro ·contexto. Ha- desafios inéditos para o enfio
nente em Crise". Este congresso via sido realizado o Congresso conservador, dividido e reacio-
foi convocado pela Associação Internacional de ·Evangelização nário mundo "evangelical" lati-
Evangelística Billy Graham. Mundial em Lausanne, Suíça, no no-americano. ·
Testemunham os participantes ano de 1974, ~sob o .tema "Para O Clade iII, um congresso di-
de Clade 1 que, quando chega- que · o MundQ: Ouça a voz de ferente. Diferente em quê? Na
ram, o " pacote" já estava pronto. Deus". O Clade II foi influencia- sua emancipação conceituai,
O continente latino-americano do pelo Congresso de Lausanne uma vez que financeiramente
estava em crise (quem não se (CL), pelo ,Pacto de Lausanne continuamos no mesmo lugar
lembra dos trágicos anos de (PL) e pelo que mais ta rele se em que estávamos em 1969 ou
1960 e início dos anos de 1970) convencionou chamar Espírito pior? Diferente nos números? O
e a ação em Cristo viria, mais de Lausanne (EL) ou simples- Clade II reuniu aproximada-
uma vez, dos gloriosos salvado- mente Moviment.o Evangelical mente 150 participantes. Clade
res que falavam inglês e pos- (ME). Há que ressaltar o fato de III foi diferente, sem dúvida. A
suíam as receitas certas para to- que o CL recebeu ta.mbém a in- FfL convocou-o e, desta vez, re-
·::.·.

INDÍGENAS EVANGÉLICOS nas evangélicos estiveram presentes ao Congresso


DO CONTINEN.TE SE ORGANIZAM , -- de Quito.
Quinhentos ir:idfgenas de diferentes países da Amé-
rica criaram a Organização Evangélica de Nações EVANGÉLICOS BRASILEIROS PEDEM
Autóctones lnteramericana (OENAI) como um dos RENÚNCIA DE COLLOR
resultados do IV Congresso Indígena Evangélico La- A delegação brasileira presente ao Clade Ili promo-
tino·Americano, celebrado em Otavalo de 1Sa23 de veu uma passeata até a embaixada brasileira· em
agosto. Quito pedindo, em documento assinado por todos,
- No IV Congresso , convocado pela Federação Equa- ·ª ' renúncia do presidente Fernando Collor. A mani-
toriana de Indígenas Evangélicos (Feine) 'Tawan- festação foi um misto de ato político e culto público,
tinsuyo (Tawa), do Peru, os delegados discutiram durante a qual se mesclavam hinos evangélicos e o
uma proposta de "Reconciliação com nossos irmãos Hino Nacional, leitura da Bíblia e da "Carta aberta ao
da sóciedade mestiça", apresentada durante o Cla- povo brasileiro', orações e palavras ri:- ~ --; em como
de Ili. Segundo os organizadores, 20% dos indfge- 'Fora Collor!'. ' ·
' . J
.•

CONTEXTO PASTORAL RELATO

solveu empreender um longo mento prioritário seria a evange- volveu aproximadamente 100
processo de preparação. O pro: li2;ação. Este proçesso todo foi preletores entre conferencistas
cesso envolveu preletores e par- . levado a cabo tendo já como expositores de semimrios e pré
ticipantes, estimulou reuniões ponto de partida o tema do Con- gadores, grupos de teatro, mími·
regionais, os interessados deve- gresso: "lbdo o Evangelho, para ca e dança litúrgica, e vários gru·
riam ler as palestras, escritas todos os povos, a pa~ir da Amé- pos musicais.
com antecedência, e responder a dca Latina". · O tema do congresso serviu
certos questiomrios que servi- De 24 de agosto a 4 de setem-, para _orientar metodologicamen-
ram de retroalimentação para os bro de 1992os 1.lOOparticipan- te a abordagem dos assuntos .e!
preletores. Houve ampla divul- tes do Clade III tiveram a opor- foi ao mesmo tempo paradigm:à
gação, busca de recursos huma- tunidade de conviver com o de uma proposta henne~utica.
nos e financeiros na América La- multifacetado "mundo evangeli- Assim houve uma primeira parte
tina e no exterior. cal latino-americano". A presen- com o subtema "Todo o ·Evange.I
ça foi representativa: mulheres, lho" em que as principais pales..:
PLATAFORMA 30%; pastores, 35%; leigos, tras abordaram a essência e na:-
DE DIÁLOGO 35%; representantes da hierar- ture:za do Evangelho. A segunda
A expectaOva em tomo do Clade quia eclesiástica, 5%; acadêmi- parte esteve concentrada no sub-
III foi grande, houve mobili:za- cos, 5%; observadores e jorna- tema "Para Todos os Povos",
ção dos vários.grupos na Améri- listas, 5%. Há que ressaltar, além momento em que as atençõe~
ca Latina e de segmentos conser- da participação das mulheres, dos preletores estiveram volta -
vadores, alinhados em torno do também a participação de uma das para as estruturas socioeco-
Congresso Ibero-Americano de · expre,ssiva delegação de indíge- nômicas e políticas da Amériçá
Evangelização (Comibam) e nas cristãos de alguns países do Latina, bem como para a diver.:.
Confraternidade Evangélica La- Continente; Os congressisias de sidade cultural, não só do n~
tino- Americana (Conela), como Clade III vieram de 26 países' da continente, nias também dos po-
de outros progressistas alinha- Amériq Latina. A seguir a rela- vos que deverão ser alcançados
dos em torno do Conselho Lati- ção dos países e,o número de de- com a me~gem salvadora do
no-Americano de Igrejas (Clai). legados: Peru (124), Brasil Evangelho.Aterceiraparteeste-
Tal e<xpectativa esteve muito (115), Equador .(95)~ · Algentina ve concentrada no subtema " A
bem exposta nos boletins do Cla- (60), México (49), Chile (41), partir da América Latina". Esté
de III, quando o presidente do Guatemala (34),:Venezuela (33), terceiro momento foi. extrema-
Congresso, Rev. Dr. Valdir Steuer- Costa Rica (29), Colômbia (26), mente rico, sem desprezar os de~
nagel, luterano brasileiro, enfati- · Bolívia (20), Nicarágua (20), mais, pois foi quando temas
zou que o Congresso seguiri!l sua Cuba (17), Honduras (15), Uru- · como Evangelho e Política,
vocação de ser platafonna de diá- guai (11), El Salvador (9), Para- Evangelho de Justiça e Evange._
logo, na mais legítima tradição de guai (8), Panamá (7), República lho da Nova Criação foramabor-
sua "mãe" (a FIL) e que a moti- Dominicana (5), Haiti (1 ), Beli- dados. Sem dúvida alguma a op-
vação primeira dos organizado~ ze (1), destacando, .ainda, Ásia, ção metodológica · que os
era de que houvesse, de maneira África e Europa(! T> e Estados organizadores fizeram facilitou
bastante explícita, a convergência Unidos (17). a todos os presentes a reflexão, a
em tomo de uma agenda, aijo ele- O programa do Congresso en- qual era aprofundada a cada diá

CONGRESSISTA ORA PELA CONVERSÃO no culto de encerramento. Segundo representan~


DE ROBINSON CAVALCANTI da Vinde, a razão .d o cancelamento foi a situação
Robinson Cavalcanti recebeu carta de um congres- polftica pela qual atravessava o Brasil, o que exigia
sista dizendo que, após ter lido os textos de suas sua permanência no Pais. Por isso foi alvo de duru
palestras, resolveu orar pela conversão dele .e para criticas, principalmente por, p~ dos brasileiros que
que deixe de ser instrumento de Satanás. desaprovam seu estilo personalista. Segundo al-
guns delegados brasileiros, Caio Fábio tem assumi-
CAIO FÁBIO NÃO COMPARECE do uma postura de "estrela".
. AO CLADE Ili
O pastor Caio Fábio ·D'Araújo Filho, presidente d~ AEVB É QUESTIONADA
Associação Evangélica Brasileira (AEvB) e da Visão Durante Cladelll, a Associação Evangélica Brasilei-
Nacional de Evangelização (Vinde), decepcionou ra (AEvB) , na pessoa de seu secretário-executivo,
congressistas ao cancelar sua participação no Cla· lissiani Cavalcanti, convocou reunião para divulgar
de 111. Caio Fábio tinha a responsabilidade de pregar suas propostas aos delegados brasileiros. Na oca-
10 '()~ RELATO CONTEXTO PASTORAL

nos pequenos grupos que forne- Há que se destacar, n(~ntati­ mento, que na opinião de muitos
ciam as conclusões para ' um co- va de aprender com a história e não refletiu tudo o que foi fala-
mitê de retroalimentação e outro não erràr no futilro, a predomi- do, pensado, vivido e proposto
de redação. nância de preletores .do Cone Sul pelo Clade III. Verdade seja dita,
Há que se destacar ·o fato de (Argentina e Brasil; lateranos- não houve plenários para se fa-
que, com raríssimas exceções, as IECLB); dizia-se nos.copedores zerem propostas de uma prová-
palestras estiveram bastante que o Evangelho não efa !l partir vel agenda que viesse a canalizar
comprometidas com o Espírito da América Latina ~ ~ilJl da Ar- os esforços do povo evan!;.::lico
de Lausanne e a busca de um gentina·e Brasil. · · , .. ;, na América Latina para. os pró-
Evangelho Integral na América Destaque-se âindá' 1a pouca ximos dez ou vinte anos. o do-
·Latina. No final do Congresso participação das .mulheres. ·Cumento é repetitivo, afirma
foi aprovado um documento que Comparando com o passado dogmas e tradições que já foram
tentou ser a síntese das apresen- houve uma participação de indí- aceitas pelos evangelicais do
tações e das inquietações de Cla- genas nas preleções,.que foi boa, Continente, não reflete o espírito
de III. ' mas poderia ter ·si!lo melhor. de pioneirismo que existiu no
Destaque e crítica à1pouca parti- Clade II e não lança desafios
ROSTO LATINO-AMERICANO çipação de negros. para a geração que poderia con-
Participar de um congresso desta . / Momento alto do Congresso, centrar-se ao redor de uma agen-.
natureza é; sem dúvida nenhu-/ foi sem dúvida,. o.-diálogo entre da provocadora durante os pró-
ma, .um privilégio; aprende-s/ os dirigentes de Clai e Conela. ximos anos; ·
muito, encontram-se muitós Ficouclaroparatodosospresen- Por último ficou a propoota
amigos, revigoram-se as forças e tes que vivemos um momento de que o Clade IV seja feito no
leva-se a nossa consciência críti- novo na América Latina onde o Brasil, talvez no ano 2002, sem-
ca também a trabalhar um pouco. projeto de unidade, que nasceu e pre co'm a ressalva: "Isto se Jesus
O Congresso não foi só maravi- vive no coração de Deus, viven- não voltar antes!" Digna de no~
lha e também não foi um pedaço ciará novos dias em nosso conti- é a palavra do teólogo argentino,
do céu na Terra, como muitos nente. Os dirigentes da Conela José Miguez Bonino, ativo par-
acreditavam que seria. O Clade não apresentaram muita empol- . ticipante do Congresso, com a
III teve o rosto deste controver- gação. Isso demonstra que preci- qual' concordamos: "Clade III é
tido mundo evangélico ·latino- samos estudar .com profundida- um momento evangélico e pro-
americano, povo evangélico este de as raízes de nossas divisões e, testante da América Latina, os
que sofre as desgraças da miséria com coragem e amor, buscar um jovens historiadores aqui pre-
a qual convive conosco a cada tempo novo.de unid.ade na Amé- sentes concordarão com isto e a
dia, as guerras, as injustiças, a rica Latina;.sempre e quando as ele farão referência nos próxi-
corrupção. O Clade III teve o jei- igrejas o desejem. mos vinte anos".
to, o cheiro e a cor do sofrido Lamenta-se o fato de que num
povo latino-americano. Teve congresso ,desta magnitude não
também a dança mágiea da espe- haja participado e sequer tenha
rànça, o sorriso aberto, a frater- sido convidado um óoservador Luiz Louguiui Neto é pastor da Igreja
nidade, a bênção e a paz que só da Igreja ,Çatólica Romana. Presbiteriana do Brasil e doutorando
os latinos sabem ter e vivenciar. Ao final aprovou-se um doeu- em Teologia na Alemanha .

sião, a AEvB foi questionada pelos presentes pela inúmeros estágios de avaliação o pedido de filiação
maneira vertical com que sua diretoria se manifesta de um pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia -
"em nome dos evangélicos" sem o devido respaldo até mesmo questionando sua legitimidade como
e consulta a essas bases evangélicas. Foi 'citado o igreja evangélica -, e ter aceito, sem os mesmos
segundo item do prospecto da entidade, distribuído cuidados, a filiação do presidente da Igreja Univer-
aos presentes: Ao fazer parte da AEvB, "vo~ê ganha sal do Reino de Deus, "bispo" Macedo.
a certeza de ver os evangélicos falando'·em seu Os participantes da reunião lembraram o primeiro
nome à sociedade brasileira de maneira moderada, item do mesmo prospecto da AEvB: "Você ganha
bíblica e clara, o que significa não ter m~is que se credibilidade, ao fazer parte de uma associação me-
envergonhar daquilo que é dito em seu ífome e em ticulosa no seu critério de aceitação de associados.
nome da Igreja, b~m como daquilo que é dito de "Sua aceitação valerá como um atestado público de
você e do povo evangélico". sua seriedade pessoal, organizacional e contábil".
A AEvB foi também colocada em cheque pela
maneira como foi escrupulosa, fazendo passar por
CONTEXTO PASTORAL DEPOIMENTO 11

CLADE 111- ECOS QE UM CONCLAVE MORENO


Robinson Cavalcanti
Há .dois tipos de encon- tópico "Todo o Evange-
tros de cristãos: aqueles Apesar dos inegáveis avanços, lho"
_ foi amplamente
que se inserem na tradi- elaborado, como era de
ainda há muito chão para a
ção dos grandes concí- se esperar em um en-
lios, de inégável impac- consolidação do protestantismo contro hegemonizado
\9 na vida da Igreja, e latino-americano· pelos evangelicais;
aqueles que se inserem "desde a América Lati-
na tradição das conven- na" teve uma elabora-
tions norte-americanas - grandes "piqueniques" ção suficiente; mas "para todos os povos" ficou a
santos. Com todos os senões, creio que o Terceirq d~jar uma análise mais ampla e profunda da
Congresso Latino-Americano de Evangelização presente crise e das transfonnações mundiais.
(Clade ID, Equador, 24/8-5/9) pode ser tido co~o Creio que um evento assim somente foi possí-
o da primeira tradição: valeu a pena. vel sob o patrocínio de uma entidade inde-
Em relação ao Clade II (Huampanf, Pe'ru, pendente e ativa, a Fraternidade Teológica Lati-
1969), tivemos agora o dobro de participantes, no-Americana, espaço privilegiado para a pro-
nenhum país do Continente esteve de fora, uma . moção, entre nós, da Tuologia da Missão Integral
amplíssima gama d~nominacional, mais lideran- da Igreja (holismo), cuja liderança foi quase toda
ças jovens e mais mulheres. Adinãmica foi mais ~novada em sua diretoria, com os "velhos leões"
participativa (painéis, grupos de discussão, etc.), (René Padilla, Samuel Escobar, Pedro Arana,
dando-se mais vez às novas vozes. etc.) dando lugar a uma nova geração.
O clima de relacionamento significou um O que foi claramente percebido é que a maioria
avanço em direção à maturidade do evangelica- dos líderes evangelicais mais progressistas do
lismo continental: menor ênfase nas diferenças " Continente é egressa dos qüadros dos movimen-
pontuais, maior respeito ao ponto de vis~ alheio, . tos filiados à Comunidade Internacional dos Es-
espírito de camaradagem, etc. Pela primeira vez .. tudantes Evangélicos (CIEE), entidade similar à
o Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai) e ·Aliança Bíblica Universi tá ria (ABU).
a Confraternidade Evangélica Latino-Americana ,,r, Apesar~os inegáveis avanços, ainda há muito
de Igrejas (Conela) tiveram um amistoso diálogo chão para a consolidação do protestantismo lati-
público, além de terem integrantes trabalhando no no-americano: imaturidade, triunfalismo, depen-
evento. dência financeira e ideológica forânea, etc. O fun-
No Clade II os funda~entalistas, os pentecos- damentalismo vem caindo em descrédito,
e
tais, os liberais os evangelicais se agarra.raro aos somente produzindo esquisitices; o liberalismo
respectivos dogmatismos, o que tomou impossí- tem que se convencer de que uma liderança euro-
vel a tarefa de se elaborar um documento conclu- peiamente cética não pode pretender conduzir um
sivo. No Clade III, ao contrário, um documento povo crédulo e místico; e o evangelicalismo vai-
(Declaração de Quito) saiu por amplo· céinsen.~o. se tomando menos caipira e moralista, mais inte-
." Talvez um sinal da crise do denominacion$lismo lectualizado e cosmopolita. Parece que ao menos
que vem com a crise da modernidade, quando es- historicamente "as coisas velhas já passaram" ...
ses muros começam a ruir, com liberais falando Dois registros adicionais devem ser feitos: a
em línguas estranhas, fundamentalistas operando ausência dos integrantes das "cúrias" de algumas
curas divinas e pentecostais militando em parti-' denominações brasileiras tradicionais, como a
dos de esquerda. IPB e a CBB, e o caráter mais "hispânico" do que
Com o transcurso dos SOO anos da chegada de latino desses congressos continentais.
Colombo, a questão histórica, os desafios da con- A delegação brasileira, de 115 pessoas, deixou
textualização, a situação dos povos indígenas fo- uma impressão bastante favorável no conjunto
ram o ponto focal do Congresso, incluindo-se for- dos participantes, pela independência, pelo nível,
te participação de conjuntos musicais nativos. pela maior abertura ao novo. A assinatura, por
Outra ênfase foi o debate do como e para quê da nossa deiegação - de fonna unânime-, de um
presença dos evangélicos na política latino-ame- manifesto público exigindo a renúnda do presi"
ricana, com forte acento na autocrítica. dente Collor foi um milagre do Espírito Santo e
Do tema fõentral, "Todo o Evangelho, para to- um sinal de esperança, pois alguns dos pastores
dos os povos, desde América Latina", o primeiro que foram gritando "palavras de ordem" até a em-
12 DEPOIMENTO CONTEXTO PASTORAL

baixada brasileira em Quito, o máximo preceden- rido toque nessa nova ~ase de expansão da Igreja,
te em suas vidas tinham sido as passeatB;s do Dia concqrrendo para um cristianismo não somente
da Bíblia ... solidáno com os oprimidos, mas, ao mesmo tem-
O eixo das forças missionárias mundiais se . pó; ªiS'alegre,.expansivo, descontraído, sem as
desloca para o Hemisfério Sul, e a Améri,ca Latina chatices e as neuroses de nossa herança.
terá um novo e importante papel nesse processo.
Resta saber ~ nos livraremos do humilhante e Roblhaon Cavaleantl é pastor anglicano e diretor do Cen-
estéril papel de repassadores dos pacotes do Pri- tro da Filosofia • Ciêneias Humanas da Universidada Fa-
meiro Mundo, e se poderemos dar o nosso colo- dar.i d9 Pernambueo.

UM CARDÁPIO PARA TODÓS OS GOSTOS


Marcos R. Inhauser
Os que chegaram ao Clade III estavam entrando Neste grande restaurante chamado Clade III,
num grande restaurante, no qual as maiS variadas não foram os famosos cllefs da culinária teológica
comidas e temperos eram servidos. Logo na en- latino-americana, alguns com tempero primeiro-
trada os participantes recebiam uma pasta com o mundista, os que foram mais apreciados. Para sur-
cardápio. Este, n·a fonna de agenda, relacionava . presa dos renomados chefs foram pratos de cozi-
comidas frias e quentes, doces e salgadas, algu- nheiros desconhecidos pela culinária teológica os
mas apimentadas, outras sem sal e sem açúcar.· mais saboreados: foi a indígena equatoriana, foi
O interessante desse cardápio sui generis era . ·o· indígena peruano e o guatemalteco, foram as
que cada prato era servido por um garçom espe-., mulheres que serviram água aos comensais, foi a
cífico que era, ao mesmo tempo, o cozinheiro de., liturgia com uma culinária de símbolos e clnticos
sua especiaria. ( proféticos latino-americanos.
A cada dia, várias dessas iguarias adrede pre~ · Para surpresa dos chefs, que supuqham ser o
paradas, testadas (foram enviadas amostras delas paladar do protestantismo latino-americano tão
aos participantes que escreveram dizendo se.I.~s "refinado", o tempero médio do restaurante este-
agradavam ou não) foram servidas aos come~.i$ ve bem mais apimentado do que esperavam. Este
- em tomo de oitocentas pessoas, oriundas d~ tempero evangélico latino-americano foi usado
todas as p(lrtes da América Latina. · "" ' · pela culinária presbiteriana, batista, metodista, lu-
A leitura do cardápio evidenciava uma forte terana, pentecostal, etc. Este tempero picante para
ênfase no churrasco argentino. Uma grande parte certos gostos foi anunciado como um tempero que
dos cozinheiros-garçons trazia o tempero sulino. não suporta e não observa os denominacionalis-
Por outro lado, notava ~se uma ausência da comida mos: é um tempero ecumênico e integrador.
cubana, salvadorenha, paragi.l~ia, boliviana'..:· A. Como toda comida picante em boca dos menos
comida brasileira esteve mais pra chucrute que avisados, houve gente que andou "cuspindo
pra feijoada. fogo", principalmente se estavam acostumados
No transcorrer dos cafés-da-manhã, almoços e ao tempero de ketchup;
jantares nesse grande restaurante latino, coisas in- Fugindo à regra dos restaurantes vários dos co-
teressantes ocorreram. Houve vez que nos servi- zinheiros-garçons nãb só serviram a contida, mas
ram com algo muito doce e suave, e log<;> em se- também ensinaram a receita e as técnicas de pre-
guida com algo carregado de pimenta. Outras paro. Desta fonna, os comensais foram capacita-
vezes, vinha uma dose de contida sem tempero, dos para voltar às suas comunidades e cozinhar a
outras parecia comida congelada desde ~s'íempos comida com o tempero latino-americano.
de Calvino, Lutero e Zwinglio. ·· · Finalmente, Clade III como restaurante, de for-
Nessa mistura de comidas congeladas, coml- ma veemente, rejeitou as comidas importadas, os
das rápidas e feitas com elementos nativôs ou fo- temperQs dietéticos, os · hambúrgueres e os hot
râne.os, a reação dos comensais variava, aplaudin- dogs. A culinária teológica latino-americana se
do a uns e omitindo-se nos aplausos a outros. Mas, . faz com milho, arroz, feijão, farinha, choclo, tor-
curiosamente, não raras vezes e não póucos co- tilla, cuscuz e virado.
mensais pediam repetição de pratos apimentados
e logo em seguida faziam o mesmo com a comida .
congelada e com a comida sem tempero. Faltava
· MarCos lohauser, pastor presbiteriano, é professor na
à língua deles um padrão ideológico! Mortos de Fac.uldade de Teologia Mcnonita em Illinois (EUA). f'oi
fome, tudo era comida. · ' coordenador da Pastoral de Solidariedade do Clai.
CO XTO PASTORAL ENTREVISTA 13

,
DIA~OGO CLAI E co·NELA:
UMA ~NICIATIVA IMPORTANTE
Em meio a muita expectativa dos participantt;,s. ção), mas nas igrejas, porque as igrejas, com
do Clade III, deu~se o esperado diálogo entre,'. .'. maior m'imero, não estão nem no Clai nem na Co-
Juan Terranovà, pr.esidente da Confraternidade.,, .nela . .1àlvez, Clai e Conela representem 15% a
Evangélica Latino-Americana (Cone/a), e o 20% das igrejas evangélicas na América Latina.
bispO F ederico Pagura, presidente do Cons~lh~ , ., . É importante e~ diálogo entre Clai e Conela por-
Latino-Americano de Igrejas (Clai)., · · .... ,•'V,... ~ l qtie podemos perceber onde estão nossas diferen-
Participaram também do debate F elip Adolf, ' ças e ver como podemos ir solucionando essa ver-
secretdrio-e,xecutivo do Clai, e Alfonso de los gonha de estarmos divididos como organizações.
Reyes, vice-presidente da Cone/a.
Embora os r~sultados 'não tenham sido os Que possibilidades existem de projetos e111re C/ai
esperados em termos concretos rumo à e Cone/a?
Unidade, não hd como negar a importlJncia Vai depender muito das propostas que tenham
simbólica dessa primeira aproximação na as igrejas. Não ajuda muito que os presidentes e
história das duas organizações que pretendem os secretários-gerais do Clai e da Conela conver-
congregar as igrejas da América Latina. " sem, o importante é se as igrejas estão interessa-
das em dialogar. 1àis projetos acontecerão à me-
dida que as igrejas membros dos dois organismos
q1.1eiram dialogar entre si. Creio que devemos pe-
•Entrevista com FELIP ADOLF, dir às igrejas que as propostas venham das pró-
secretário-executivo do Clal prias igrejas e não das cúpulas das instituições.
O que significa ó Clade III para o Clai?
O mesmo que significa Clade para as igrejas da
América Latina. Tudo o que aconteça de 1992 a • · Entrevista com JUAN TERRANOVA,
1994 faz parte da Assembléia sobre os 500 anos. presJdente da Conela
A partir do dia 14 de setembro vai acontecer a. Clàde IH climpriu as expectativas de Cone/a?
Assembléia do Povo de Deus aqui em Quito. Eem ·O reconhecimento aos jovens e às mulheres
outubro vai acontecer a assembléia dos bispos ca- envqlvidas em Clade III, que têm encontrado es-
tólicos em Santo Domingo. O ano que vem esta- paÇÓ. pjlra manifestar-se a respeito de todas as coi-
mos convocando um encontro de bispos católicos sas, a paz de Cristo, a comunhão do .Espírito de
e pastores para falar sobre quais são as alternativas amor fraternal que revive, me fazem dizer com
para a América Latina. E, finalmente, em fins de alegria que até aqui Deus nos ajudou.
1994 vai-se realizar a Assembléia do Clai. E eu
creio que tudo o que aconteçer até 1994 nos dará Qual o parecer de Cone/a sobre a tentativa de
um panorama de como está o "religioso" e, dentro . apraxirn.a~ão com
o Clai, proposta por Clade III?
disso, como está a igreja protestante.na América · Dev~mos reconhecer que Conela e Clai se dis-
Latina. O Clade é muito importante para ajudar- tingue1-q ,porque partem de diferentes premissa5.
1os a descobrir para onde vai a Igreja Evangélica . Portanto, há duas classes de interpretação nesse
ui América Latina. chamadÓ processo de reconciliação: Estão os que
não a querem pôr em prática, que graças a Deus,
~uai o significado para o Clai do diálogo com a. são cada vez menos; e os que nos esforçamos para
:onela, realizado durante o Clade III? isso, apesar das diferenças. Eventos como o Clade
Uma iniciativa muito importante que nós que- III nos aproximam cada vez mais da vitória final
amos que tivesse acontecido há mais tempo. Não da verdadeira unidade.
~veria. acontecer eissa eterna polarização entre
onela e Clai. Nós sempre temos convidado Co- Quais os faiores que ainda dividem C/ai e Cone-
:la para participar de nossas assembléias. Temos /a? '".
1e demonstrar que chega de divisões, de ver Algumas declarações enfáticas sobre concei-
.de estão as coincidêiicias para trabalharmos . tos não compartilhados por todos. Assim mesmo,
1tos. Creio, no entanto; que o problema da divi- a apresentação de múltiplos problemas de índole
> entr.e a Igreja latino-americana não está en- diversa, sem oferecer soluções factíveis.
anto Conela (organização) e Clai (organiza- "
14 'O~ SÚMULA CONTEXTO PASTORAL

TRECHOS DAS PALESTRAS .., ~ ".....~


Durante o Clade III, a grande novidade foram "A Teologia da .Libertação perdeu, entretanto, o
as palestras proferidas por pessoas até entdo seu ímpeto devido ao rápido processo de secula-
pouco conhecidas no cenário evangélico rização de sua reflexão. Na busca de uma práxis
· latino-americano. Por isso, Debate destaca saudável perdeu os referenciais transcendentes.
trechos de algumas delas. A fnlegra estard Criou lima sede religiosa mas não consegui1:1 sa-
disponfvel até o final do am)no livro que os ciá-la.: O movimento pentecostal cresceu rapid:i-
organizadores de Clade III estão preparando. mentê também, no rastro desse vácuo espiritual
que as comunidades eclesiais deixaram. Tanto o
"A liberdade, em Cristo, da opressão espiritual e discurso como a militãncia da Teologia da Liber-
das imposições teológicas e litúrgicas é com o tação tomaram-5e.tão horizontalizados que gera-
único fim de glorificar a nosso Deus, sem barrei- ram uma expectativa na grande massa de recupe-
ras culturais, segundo nosso contexto andino, raro sagrado no seu estado mais 'selvagem'. Foi
nem humilhações, as quais nos impedem de cum- ela uma das responsáveis pelo surgimento de gru-
prir nosso propósito de seivir e adorar a nosso pos de ultrapentecostais."
Deus trino. Qµando alguém censura sem caúsa ou Ricardo Oondlm Rodrlguea, pentecoetal, paator da
injustamente nossa vivência cultural, nos senti- Igreja Betnda, Sio Peulo
mos oprimidos, discriminados e não livres; por-
tanto, não podemos desfrutar uma vida de abun- "As nossas opções teológicas condicionarão as
dância em Cristo (Jo 10.10). ( ... )À igreja quécbua a
nossas ações. Cremos que encarnação política
e aymara, que é parte do Reino de Deus e membro . do Evangelho requer, de forma urgente e inadiá-
da Igreja de Cristo, Deus tem dado auto-suficiên- vel, a superação do conflito c;lássico entre 'Reli-
cia para poder conduzir o processo de desenvol- ' gião de Salvação' e 'Religião de Libertação', pois"
vintento espiritual, sem tutelagem teológica nem a verdadeira salvação deve conduzir a uma prática
litúrgica; reconhecemos que nossa alta cultura histórica libertadora, e a verdadeira libertação
tem muitos aspectos positivos para a c:Omunicação i deve ser conduzida pelos que nasceram de novo.
do Evangelho de Deus aos povos andinos, pondo A encarnação política do Evangelho requer, tam- ·
como fundamento as Sagradas Escrituras ... também bém, a maturidade emocional que integra o espi-
nos permite valorizar nossa vivência cultural." ritual ou o histórico, pois a experiência tem de-
Fernando Qulcalia, pHtor peruano, llder de TAWA, or· monstrado que a mera batalha histórica, sem ba-
. ganlzação lndlgena evangélica THntlnauyuman AIU talha espiritual, é batalha estéril, e o seu resultado
Wulllacul Apajcuna ("oa que levam o Evang,lho aos é frustração, e que a mera batalha espiritual, sem
quatro ponto• c~rdeala'') batalha histórica, é batalha histérica, e o seu re-
sultado é a alienação.
"Em um continente submergido na fatalidade - A Teologia da Missão Integral da Igreja vinha
como dizem alguns - e crises de projetos, a Igre- elaborando essa síntese, acima de tudo bíblica,
ja deve dar a mensagem de esperança, já que esta entre adoração, proclamação, edificação, serviço,
produz em nós o sentido da vida, de nos realizar-' profetismo e compromisso com a vida. Uma Teo-
mos como pessoas, de buscannos o Reino .. Se o logia Holística que supere o dogmatismo, o emo-
Reino é justiça, paz, solidariedade, é o que deve- cionalismo e o ativismo, mas que, ultimamente,
mos construir. Diante das injustiças que vivemos vem padecendo, e!n algun.s dos seus setores, de
diariamente, devemos buscar a justiça de Deus em reticências, dubiedades, recuos diante dos desa-
todas as suas formas, lutar por ela, apoiar aqueles fios da prática histórica, por esta implicar opÇões
que a buscam. Diante da violência em todas as claras e riscos inevitáveis, um preço que os defen-
suas fonnas, estamos chamados a ser pacificado- sores de um profetismo meramente retórico e pre-
res, pessoas que vivem e esperam no shalom de · tensamente a-ideológico não querem pagar. A
Deus. Sobretudo devemos nos solidarizar com os mensagem a-ideológica é aquela q~e facilita a
despossuídGs, os pobres e os marginalizados. De- passagem dos camelos pelas agulhas, consideram
vemos construir a esperança de um amanhã me- a miséria do nosso povo apenas fruto do seu pe-
lhor, conscientes de que vamos em bus'cii dele." cado e opulência da classe dominante sinal das
Tom'• GutlérrezS., paator batlata, peruano, atualmen- bênçãos divinas, e os Zaqueus por ela atingidos
te é auxlllar de dtedra na Unlve1aldadé Naclonal nunca, nada e a ninguém devolvem o defrauda-
Mayor de Se" Marcos, na Faculdade de Clênclu So- do." '
clala, coordenador geral de CEHILA-ÁrH Proteatan-
te, e membro da Fraternidade Teológica Latino-Ameri- Roblnaon Cavalcantl, polltólogo, putor anglicano em
cana (FTL) Recife, Pernambuco
CONTEXTO PASTORAL DOCUMENTO 15

DOCUMENTO FINAL

TODO O EVANGELHO PARA TODOS,


OS POVOS A PARTIR
1·· ··
DA.AMERICA LATINA
Clade Ili produziu um ex'tenso Documento deve proclamar liberdade a todos os oprimidos
. Final de cujo conteúdo conseniamos à L: pelo Diabo e pI'Ç)mover uma pastoral de restaura-
estrutura e destacamos as Idéias ção que traga consolo aos que sofrem marginali-
principais com as mesmas palavras dp.1:1 zação, discriminação e desumanização .
original. Por motivos de ordem prática• ·.. 5. O Evangelho do Reino de Deus
estética dlspen'samos os sinais técnicos · Com a chegada de Jesus Cristo, o Reino de Deus
de palavras e frases não reproduzidas. '· ·· se fez presente entre nós. O Reino está em conflito
.. '. constante com o poder das trevas. O rei Jesus
• I ,( 1 Cristo se encarnou e convoca sua comunidade a
PRÓLOGO faz~r o mesmo no mundo. Segui-lo ~orno seus
' ''
Confessamos nossa fé em todo o Evangelho de;.. discípulos significa assumir sua vida e missão.
Jesus Cristo, irmanados com todas as igrejas.: 6. O Evangelho de justiça e poder
evangélicas da América Latina e no mesmo espí;.; O Evangelho revela um Deus justo e poderoso em
rito de Clade 1 e II. Comprometemo-nos a incor- seu caráter e em suas ações. Por isso a Igreja é
porar à prática missionária as conseqüências que· chamada a viver segundo a justiça do Reino e rio
surgem das reflexões e testemunhos apresentados.: poder do Espírito. A proclamação do Reino anun-
neste encontro. cia a Jesus Cristo e denuncia as forças do mar.

1. TODO O EVANGELHO li. A PARTIR DA AMÉRICA LATINA


1. O Evangelho e a Palavra de Deus 1. Perspectiva histórica da Igreja Evangélica
A Palavra de Deus.é o fundamento e o ponto de Entre o povo evangélico da América Latina tem
partida para a vida, teologia e missão da Igreja. havido um despertar de uma consciência missio-
2. O Evangelho da criação nária em direção a outros conti-
Deus é o criador de tudo e o que nentes. As novas gerações de
ele criou é bom. Os seres hµma- evangélicos, em geral, porém,
no caíram em pecado e toda a desconhecem suas próprias raí-
criação sofreu os efei,t os dessa zes históricas e sua herança pro-
queda, ficando cativa de pecado testante.
e de morte. Em Cristo, Deus está 2. Evangelho e cultura
restaurando a dignidade huma- O Evangelho é pertinente a toda
na, transformando as culturas e realidade humana, incluindo a
conduzindo a sua criação à re- cultura, por meio da qual o ser
denção final. humano transforma a criação. É
3. O Evangelho do perdão importante que a cultura ocupe
e da reconclllação o lugar que merece em nossa re-
Jesus Cri&to é o Verbo encarna- flexão e prática missiológica.
do, o dom de Deus e o ú1úco ca- Durante estes quinhentos
minho para se chegar a ele. Por anos, nosso continente tem sido
meio de Jesus Ctisto se oferece testemunha do desprezo e da
A lgr•I• preci.e r•peltllr • · ·
perdão ~o ser humano. O arre- dignificar · · · d
u etnlea 8 auaa culturas destruição sistemática as cultu-
pendimento e a fé são imprescin- . \, 1
ras autóctones em nome da
díveis para receber a salvação. evangeliz.ação.
Deus, em Cristo, cria uma comunidade perdoada A misSiologia evangélica deverá atuar em dois
~ reconciliada e comissionada a ser agente de per- sentidos. Primeiro, reconhecer, respeitar e digni-
Ião e reconciliação num contexto de ódio e dis- ficar as etnias e suas culturas; segundo, avaliá-las
:rimiuação . à luz da Pál~vra, oferecendo a esperança do Evan-
., O Evangelho e a comunidade do &pirHo gelho para sua transformação.
• pessoa do Espírito Santo atua com poder no 3. ldentldade·evangéllca
mndo. Ele o faz primordialmente' por meio da Como evangélicos, precisamos voltar a valoriz.ar
:reja. · Como comunidade do Espírito, a Igreja nossas raízes indígenas, africanas, mestiças, eu-
D~
I ,
16 DOCUMENTO. CONTEXTO PASTORAL

·~

ropéias, asiáticas e crioulas e considerar a plura- 111. A TODOS OS POVOS


lidade de culturas e taças que t!m contribuído para · 1. A unlvernlldade da mlssio
rios enriquecer. A suficiência e a universalidade de Jesus Cristo
Como Igreja, somos chamados a n0s reformar ,· constituein a. essência do Evangelho. A Igreja é
permanentemente, à luz das Escrituras como pa- enviada ao mundo para viver e ser mensageira da
lavra final. / · universalidade do Evangelho.
, Devemos av~iar os modelos de missão que O propósito divino e a universalidade do Evan-
herdamos do pa8sado ou os importados no presen- gelho não' significam que todos os caminhos.; op-
te e buscar novos modelos. ' · ções sejam válidos para obter a salvação de Deus.
Confessar a unida~e da Igreja em Cristo signi- A verdade ónica do Evangelho e sua ética conse-
fica superar as barreiras ideológicas; culturais, so- qüente'opõem-se a todo o universalismo e relati-
ciais, econômicas e denominacionais. vismo que considerem como igualmente v'lida
4. Contexto soclopolitlco toda experiêntja religiosa.
A América Latina, no momento atual, pode ser 2. Toda a Igreja é mlàslo"'rls
caracterizada como um continente em crise. Paí- A afirmação de que toda a Igreja é missionária
ses têm sofrido sob regimes militares repressivos. baseia-se no sacerdócio universal de todos os cris-
Óutros, muitos anos de guerra civil. A persistência tãos. É para o cumprimento desta misdo que Je-
do machismo faz das mulheres vítimas de discri- sus Cristo dotou sua Igreja de dons e do poder do
minação. Divisões sociais e.raciais no campo e na Espírito Santo. -
cidade. · 3. -Mlssio Integral
A democracia puramente formal, a corrupção A visão, aÇão e reflexão missionária da Igreja de-
das instituiçõés,'as inadequadas medidas econô-_ .vem fundamentar-se no Evangelho, que, com-
micas neoliberais. Os problemas de corrupção, dí- preendido em sua integridade, é proclamado em
vida :externa, narcotráfico, terrorismo, degrada- palavra e obra e se dirige a todo o ser humaoo.
ção moral também dilacera1,11 nossos povos. 4. A nova consciência mlsslo"'rls
5. A rnpolisabllldade da Igreja na América Latina
Diante desta si~ação, nossa consciência cristã Nos últimos anos têm aumentado as oponunida-
não pode fechar os olhos. O Evangelho do Reino . ' desde formação e envio de missionários para ou-
de Deus nos exorta à prática da justiça. A Igreja . tros continentes e contextos.
deve afirmar e promover a vida. Em seu meio "·'' 5. O Htllo encarnaclonal da missão
·deve pôr fim às diferentes formas de discrimina- · _ / A encarnação é o modelo para a missão da Igreja.
ção por ra:zões de sexo, condições econômicas, ;~ Em todo o mundo, o crescimepto das grandes ci-
classe social, nívet educacional, idade, nacionali-· dades e de suas maiorias empobrecidas constitui
dade e raça. um desafio de especial urgência.
Reconhecemos que aIgreja Evangélica latino- 6. A urgência da missão
americana, em geral, não assumiu fielmente'. esta A Igreja na América Latina deve assumir sua rea- ·"
responsabilidade. ponsabilidade na evangelização mundial. Deve
Ao mesmo tempo, celebramos a tomada d.e criar e promover centros de formação em cada
consciência da Igreja Evangélica. Diversas lmti- país. Para ser missionária, a Igreja na América '·
dades evangélicas,· igrejas e seus membros -em Latina deve renovar sua dependência do Espírito
particular participam em projetos de desenvolvi- · e entregar-se à oração. - -
mento, na administraçao pública e em instituições -
que zelam pelos direitos humanos. · · CONCLUSÃO
6. A rHponsabllldade do cristão Louvamos a Deus pelo privilégio que nos conce- · .
A participação responsável na cidadania demanda deu de assistir ao III Congresso Latino-America-
a formaÇão de líderes guiados por uma. vocação · no de Evangelização, neste momento crítieo da
cristã de serviço. O exercício da liderança na vida história de nossos povos. Tal privilégio nos move
das igrejas locais deverá estar marcado pelo mo- a renovar nosso compromisso com nosso Senhor
delo do Servo sofredor e mostrar um contraste Jesus Cristo e com sua Igreja, como portadora da
com o caudilhisnio e outras deformações causa-· Boa-Nova do Reino de amor e e de justiça que ele
das pelo 4buso do poder. · veio estabelecer. Humildemente Do.$ encomenda-
Estão sendo desenvolvidos projetos que mos- · mos a Deus para que ele, por meio de seu Santo
Jram a possibilidade de transformação a partir de Espírito, ponha em nós o propósito de agradar-lhe
i,niciativas e recursos locais. Vemos aqui um de- em tudo, segundo sua boa vontade. "Ao Rei eter~
safio a ser levado a sério por todo o povo evangé- no, imortal, invisível, Deus único, honra e glória
lico. pelos séculos dos séculos. Amém."

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