Essa integração existente na metodologia de trabalho colaborativo vem à
partir do compartilhamento de ideias, atividades e informações entre
pessoas de uma maneira fácil, rápida e intuitiva onde todos estão em busca de um ou mais resultados em comum.
O que se entende por trabalho colaborativo
Segundo Parrilla (1996, apud ARNAIZ, HERRERO, GARRIDO e DE HARO, 1999), grupos colaborativos são aqueles em que todos os componentes compartilham as decisões tomadas e são responsáveis pela qualidade do que é produzido em conjunto, conforme suas possibilidades e interesses.
Assim, para esse autor, na cooperação, há ajuda mútua na execução de
tarefas, embora suas finalidades geralmente não sejam fruto de negociação conjunta do grupo, podendo existir relações desiguais e hierárquicas entre os seus membros. Na colaboração, por outro lado, ao trabalharem juntos, os membros de um grupo se apóiam, visando atingir objetivos comuns negociados pelo coletivo, estabelecendo relações que tendem à não-hierarquização, liderança compartilhada, confiança mútua e co-responsabilidade pela condução das ações.
Torres, Alcântara e Irala (2004) argumentam que a colaboração pode ser
entendida como uma filosofia de vida, enquanto que a cooperação seria vista como uma interação projetada para facilitar a realização de um objetivo ou produto final.
Vygotsky (1989) argumenta que as atividades realizadas em grupo, de
forma conjunta, oferecem enormes vantagens, que não estão disponíveis em ambientes de aprendizagem individualizada. O autor explica que a constituição dos sujeitos, assim como seu aprendizado e seus processos de pensamento (intrapsicológicos), ocorrem mediados pela relação com outras pessoas (processos interpsicológicos). Elas produzem modelos referenciais que servem de base para nossos comportamentos e raciocínios, assim como para os significados que damos às coisas e pessoas. Nesse sentido, Álvares e Del Rio (1996) consideram que quem aprende “toma emprestado”, paulatinamente, tais modelos de seus interlocutores mais capacitados, podendo assim chegar a ultrapassar seus limites.
A ideia de colaboração na pesquisa-ação é aquela que surge como uma
característica do trabalho dos pioneiros da pesquisa-ação, cujas aspirações eram por grupos de pessoas para alcançarem mudanças sociais e profissionais através do trabalho em parceria, às vezes incluindo pesquisadores externos ou facilitadores como parte da parceria. Os argumentos que sustentam os ideais da pesquisa-ação colaborativa são em parte pragmáticos e em parte baseados em princípios. As justificativas pragmáticas da pesquisa-ação colaborativa são baseadas em um desejo estratégico de alcançar mudanças. Nesse sentido, a colaboração é percebida como uma maneira eficiente de obter os resultados desejados. De uma visão idealista e de princípios, a adoção de abordagens colaborativas está relacionada a um conjunto particular de crenças sobre as maneiras pelas quais as mudanças nos ambientes sociais devem ser alcançadas e o poder que as pessoas obtêm sobre seus próprios destinos ao trabalharem juntas. Nesse sentido, o termo colaboração denota um papel mais ativo para as pessoas nos processos de mudança social e profissional do que pode estar implícito em algumas noções mais passivas de participação, como formas consultivas de mudança política.
Os aspectos iterativos do processo de pesquisa-ação, que são enfatizados
em alguns modelos de processos de pesquisa-ação, ainda podem ser evidentes na pesquisa-ação colaborativa, mas as características distintivas dessa abordagem são benéficas para as pessoas, com diferentes, mas complementares conhecimentos, habilidades, responsabilidades e, às vezes, status social, trabalhando juntos na tentativa de alcançar uma mudança em um aspecto compartilhado de seu trabalho e vida.
Este é um modelo de pesquisa-ação em que a principal característica da
abordagem é fornecer um meio para pessoas com responsabilidades e papéis diferentes trabalharem juntos para alcançar um objetivo comum compartilhado.
Embora essas perspectivas divergentes possam ser problemáticas na
operação diária de uma organização ou nas interações entre pessoas em contextos específicos, uma aspiração de pesquisa-ação colaborativa é superá-la, fornecendo um meio para compartilhar esses pontos de vista, a fim de permitir o desenvolvimento de entendimento mútuo e ações compartilhadas.
Embora isso possa criar problemas, conforme explorado na seção a
seguir, a intenção é que, trabalhando juntos, os dois parceiros contribuam com suas habilidades e conhecimentos distintos para um processo compartilhado, do qual ambos os parceiros também aprendam e ajam de maneira diferente como resultado.
Há uma ênfase na pesquisa-ação colaborativa, portanto, em pessoas com
funções e responsabilidades diferentes, capazes de ver as coisas da perspectiva uma da outra e de se comunicar de maneira eficaz e produtiva umas com as outras. juntos, são capazes de obter mudanças que talvez não tenham sido capazes de gerenciar trabalhando sozinhos.