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A Liahona
A Liahona
SUMÁRIO
2 Mensagem da Primeira Presidência: Pensamentos Inspiradores
Presidente Gordon B. Hinckley
10 Ocasião Élder Dallin H. Oaks
18 O Cachecol de Tricô Vermelho Hripsime Zatikyan Wright
25 Mensagem das Professoras Visitantes:
Preparar-se para Encontrar Deus
NA CAPA
Fotografias de 26 Parábolas de Jesus: O Servo Inútil Élder W. Rolfe Kerr
Craig Dimond.
32 Uma Visita ao Lar dos Hinckley
38 Vozes da Igreja
Uma Canção para Ryan Luana Lish
Não É Apenas Uma Outra Empresa Yolanda Zayas
Guiada até a Igreja Yadamsuren Munkhtuya
48 Como Utilizar A Liahona de Outubro de 2003
E S P E C I A L M E N T E PA R A O S J O V E N S
6 Poder Fortalecedor Élder H. Ross Workman
22 Perguntas e Respostas: Como Posso Preparar-me Melhor para
Receber o Sacerdócio de Melquisedeque?
30 Aquele Livro Suwit Saisam-Ang
42 Somos Filhas do Pai Celestial, Que nos Ama Susan W. Tanner
CAPA DE O AMIGO 47 Você Sabia?
Fotografia de John Luke,
posada por modelo.
O AMIGO
2 Vinde ao Profeta Escutar: A Pequena Locomotiva Que Podia
Presidente James E. Faust
VER “PENSAMENTOS
4 Cartões do Templo INSPIRADORES”, PÁGINA 2
6 Tempo de Compartilhar: A Luz de Cristo
Vicki F. Matsumori
8 Histórias do Novo Testamento: Paulo e
Silas na Prisão; Paulo Obedece ao
Espírito Santo
12 Música: De Mãos Dadas, Toda
a Terra Janice Kapp Perry
14 Quero Ver o Profeta
Sara V. Olds
Consultores: Monte J. Brough, J. Kent Jolley, W. Rolfe Kerr, revista maravilhosa tem abençoado minha
Stephen A. West Desde tu primera conversación con tu obispo o presidente de rama hasta
el momento en que te llegue ese emocionante sobre blanco, aquí te damos
Diretor Gerente: David L. Frischknecht vida desde que eu era jovem. As palavras
una idea de lo que sucede y cuándo.
S
in duda alguna, el recibir el llamamiento es uno de totalmente abierto y sincero en cuanto a tus deseos y puede hacer caso
los pasos más emocionantes y angustiosos de la habilidades. omiso de una transgre-
Pensamentos
Inspiradores
PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY
As Conseqüências Nunca Podem Ser dar a esse assunto a ênfase que lhe é
Previstas devida.” (Reunião missionária, Bogotá,
“As conseqüências daquilo que fazemos Colômbia, 8 de nov. de 1996.)
nunca podem ser previstas. E o homem
ou mulher, rapaz ou moça a quem vocês A Igreja Espera Alguma Coisa das Pessoas
visitam hoje, com quem falam, com quem “Esta Igreja espera muito das pessoas. Ela
deixam um Livro de Mórmon, e que não possui padrões altos. Tem uma doutrina
o aceitam, poderão, mais tarde, ficar vigorosa. Espera que as pessoas prestem
O
precisam de ajuda, enquanto se acostumam processo de estaca, o que faria? Creio que tentaria envi-
aos modos e cultura desta Igreja. E é nossa “ missionário dar meus maiores esforços na edificação da
grande bênção e oportunidade proporcionar- compõe-se espiritualidade das pessoas. Trabalharia tanto
lhes essa ajuda. (...) Um caloroso sorriso, um de quatro partes: quanto pudesse para aumentar sua fé no
apertar de mãos amistoso, uma palavra de (1) achar o pesqui- Senhor Jesus Cristo, em Deus, nosso Pai
encorajamento fará maravilhas.” (Conferência sador, (2) ensinar Eterno, no Profeta Joseph Smith e na
regional, Ensign/Rose Park, Utah, 28 de fev. de o pesquisador, Restauração desta obra, assim como no seu
1999.) (3) batizar o con- significado e objetivo. Eu encorajaria meu
verso digno, povo a ler as escrituras, o Livro de Mórmon e
Integrá-los (4) integrar o o Novo Testamento. Eu os incentivaria com o
“Eles (os missionários) ainda têm a membro novo.” máximo que posso transmitir, a ler silenciosa-
obrigação de nutri-los e de ajudar aos que mente e meditando, se querem saber. Eu lhes
batizaram — ampará-los, escrever-lhes, enco- recomendaria insistentemente que lessem os
rajá-los. Contudo, maior do que essa é ensinamentos do Profeta Joseph Smith.”
a sua responsabilidade, meus irmãos — (Conferência regional, Eugene, Oregon, 14
de set. de 1996.)
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IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES
Depois de preparar esta mensagem em espírito de oração,
compartilhe-a, usando um método que possa incentivar a parti-
cipação daqueles a quem ensina. Seguem-se alguns exemplos:
1. Junte seis a oito pedaços pequenos de madeira ou plás-
Lembrar-se da Pessoa tico. Convide as pessoas da família a construírem alguma
“Precisamos cuidar das pessoas. Cristo sempre falou coisa, usando esses pequenos objetos. Pergunte-lhes então
sobre pessoas. Ele curou o doente, individualmente. Em que “blocos de construção” poderíamos empregar para cons-
Suas parábolas, falou sobre pessoas. Esta Igreja está inte- truir a espiritualidade pessoal. Rotule os pequenos objetos com
ressada em pessoas, independentemente do número de algumas das sugestões do Presidente Hinckley apresentadas
membros que tenha. Sejam 6, 10, 12 ou 50 milhões, não nesta mensagem. Como é que cada sugestão constrói a fé em
podemos jamais perder de vista o fato de que o impor- Jesus Cristo?
tante é a pessoa.” (Entrevista com o Deseret News, 25 de 2. Leia as primeiras quatro declarações e debata meios
fev. de 2000.) pelos quais as pessoas da família e os missionários de sua
área possam trabalhar em conjunto.
Tenho um Testemunho 3. Leia “Sentir-se Bem-vindos” e as três declarações
“Tenho um testemunho real, ardente e vital quanto à seguintes. Convide as pessoas da família a contar experiências
veracidade desta obra. Sei que Deus, nosso Pai Eterno, que tiveram ao ajudar um membro novo. Leia “Lembrar-se da
vive, e que Jesus é o Cristo, meu Salvador e meu Pessoa” e preste testemunho do amor que tem o Salvador.
Redentor. É Ele que Se encontra na direção desta
Igreja. Tudo o que desejo é ir adiante com este
trabalho como Ele quer que pros-
4
siga.” (Conferência de estaca,
Washington, Utah, 20 de
EXTREMA ESQUERDA: FOTOGRAFIA POR WELDEN C. ANDERSEN; OUTRAS FOTOGRAFIAS POR STEVE BUNDERSON; FOTOGRAFIAS POSADAS POR MODELOS
jan. de 2002.) ■
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PODER
FORTALECEDOR
Abandonar tudo para fazer uma missão parecia ser o certo,
até que tudo deu errado. Mas eu nunca desistiria. Eu
permaneceria na missão.
ÉLDER H. ROSS WORKMAN alguns momentos e depois disse-me que eu
Dos Setenta deveria partir imediatamente, de ônibus, para
Montgomery, Alabama, onde receberia instru-
E
u estava na faculdade, tinha um bom ções a respeito de meu campo de trabalho.
emprego de meio período, era noivo e Os mesmos élderes que me haviam recebido
pretendia casar-me dentro de poucos levaram-me para a estação rodoviária e me
meses. Minha vida era ótima, e o futuro pare- deram um pedaço de papel com um ende-
cia brilhante. reço. Disseram-me que os missionários em
Surpreendi-me quando meu presidente Montgomery me instruiriam no que fazer.
de estaca se aproximou de mim certo Entrei hesitante na estação rodoviária,
domingo pela manhã e disse: “O Senhor quer comprei uma passagem e subi no ônibus.
que você sirva em uma missão”. Tive uma Estava escurecendo, e comecei a sentir-me
O
Senhor forte sensação de que este era um chamado muito só. Encontrei um assento vago perto
“ quer que de Deus. Sob a influência dessa impressão, de uma janela e tentei ignorar o crescente
você sirva imediatamente comprometi-me a servir. desânimo por não saber para onde ia, com
em uma missão.” Tive Fui chamado para servir na Missão dos quem estaria, ou o que faria.
uma forte sensação Estados do Sul e comecei a preparar-me com Quando o motorista sentou-se, olhou
de que este era um tarefas difíceis: saí do emprego, deixei a uni- para mim pelo espelho retrovisor. Ele veio
chamado de Deus. versidade, adiei meu casamento por dois até onde eu estava e gritou: “O que é que há
anos e despedi-me das pessoas queridas. com você, rapaz?” Fiquei chocado por ele
Parecia estar abandonando todos e tudo que estar gritando comigo com todos do ônibus
tinha importância para mim. olhando. Eu não tinha idéia da razão de sua
ILUSTRAÇÕES POR PAUL MANN
Viajei de trem durante muitas horas com raiva. Mal pude sussurrar: “Estou simples-
companheiros missionários para Atlanta, na mente viajando no ônibus”.
Geórgia. Dois missionários nos apanharam e Ele vociferou: “Você está tentando arran-
levaram-me de carro para conhecer o presi- jar problemas?” Apontou para uma linha
dente da missão. Ele cumprimentou-me por branca que eu não havia notado antes, no
6
O
que é
“ que há
com
você, rapaz?”
Fiquei chocado
por ele estar gri-
tando comigo
com todos do
ônibus olhando.
8
C
oloquei
as malas
no chão
imundo e apaguei
a luz. Estava aca-
brunhado demais
meu presidente de estaca voltaram-me à para dormir; assim,
mente: “O Senhor quer que você sirva em fiquei na porta e
uma missão”. Senti algo muito forte quando olhei pela janela.
ele me disse isso. Tal sentimento fez com Precisava efetuar
que eu adiasse meu casamento, saísse de uma escolha muito
meu emprego e deixasse a universidade importante.
para sair em missão. Eu sabia que o Senhor
queria que eu servisse.
No entanto, estar no campo missionário
não era de modo algum o que imaginava. Eu
tive a certeza uma vez, mas agora, quando
mais necessitava da confirmação divina,
aqueles sentimentos poderosos pareciam
uma lembrança distante.
Minha chegada ao campo missionário de
tempo integral foi um desafio inesperado.
Mas eu sabia que estava a serviço do Senhor.
Sabia, sem dúvida, que era Sua vontade que
eu servisse em uma missão. A ausência de
uma profunda confirmação naquela janela
escura de um alojamento de missionários
não mudou esse conhecimento.
Precisava tomar uma decisão muito
importante, entre o que eu queria fazer e
o que o Senhor queria que eu fizesse. Era
a primeira vez na vida que me lembrava
de ter reconhecido tão claramente uma
escolha.
Disse em meu íntimo: “Nunca, nunca
abandonarei o chamado que aceitei. Não
importa o que aconteça, permanecerei em
minha missão”. Em seguida, a paz tomou
conta de meu coração pela primeira vez
desde que cheguei ao campo missionário.
Hoje, muitos anos depois, reconheço
que o Senhor estava-me guiando por meio
dessa experiência. Aprendi que o Senhor
só nos abençoa com a paz confirmadora
depois que demonstramos disposição para
obedecer. Serei sempre grato pelas bên-
çãos daquela escolha. Ela mudou minha
vida para sempre. ■
H
á muitos anos, na posse de um presi- blemas. Mais uma vez, achou uma única folha
dente de universidade, ouvi uma his- de papel, mas agora ela dizia: “Prepare três
tória que ilustra a importância da envelopes”. Chegara a ocasião de uma nova
ocasião. Certo presidente de universidade liderança.
havia chegado ao término de seu período de A conhecida observação de que “a ocasião
serviço, e um outro estava apenas come- é tudo” certamente exagera o ponto, mas a
çando. Num gesto de boa vontade, o sábio ocasião é vital. Lemos em Eclesiastes:
presidente que se retirava estendeu ao que “Tudo tem o seu tempo determinado, e há
A fé no Senhor Jesus entrava três envelopes fechados. “Conserve- tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Cristo prepara-nos os até a primeira crise que surgir em sua Há tempo de nascer, e tempo de morrer;
para o que quer que administração”, explicou ele. “Aí, abra o pri- tempo de plantar e tempo de arrancar o que
a vida possa trazer. meiro e achará um conselho sábio.” se plantou; (...)
Esse tipo de fé nos Passou-se um ano antes que o novo presi- Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo
prepara para lidar dente enfrentasse uma crise. Quando abriu o de prantear, e tempo de dançar;
com as oportunidades primeiro envelope, achou uma única folha de (...) tempo de abraçar, e tempo de afastar-
da vida — a tirar papel em que estavam escritas as palavras: se de abraçar; (...)
vantagem daquelas “Ponha a culpa na administração anterior”. (...) tempo de estar calado, e tempo de
que são recebidas e Ele seguiu o conselho e sobreviveu à crise. falar.” (Eclesiastes 3:1–2, 4–5, 7)
persistir ultrapas- Dois anos depois, deparou com um sério Em todas as decisões relevantes de
sando aquelas que desafio à sua liderança. Abriu o segundo nossa vida, o mais importante é fazer a
são perdidas. envelope e leu: “Reorganize sua administra- coisa certa. Em segundo lugar, apenas um
ção”. Isso ele fez, e a reorganização desar- pouco abaixo da primeira, é fazer a coisa
mou seus críticos e deu novo ímpeto à sua certa na ocasião certa. As pessoas que
liderança. fazem a coisa certa na ocasião errada
Muito depois, o agora experimentado pre- podem ficar frustradas e ser ineficientes.
sidente enfrentou sua terceira grande crise. Podem até ficar confusas, pensando se
10
FOTOGRAFIAS POR CRAIG DIMOND, POSADA POR MODELOS
12
ESQUERDA: FOTOGRAFIA DO TEMPLO DO RECIFE BRASIL POR ACE FILMS; DIREITA: IDE E ENSINAI A TODAS AS NAÇÕES, DE HARRY ANDERSON
P
A ocasião do Senhor aplica-se também a nais sempre foi a direção a seguir, mas, até que ara obtermos
acontecimentos importantes de nossa vida o profeta do Senhor apontasse isso como uma uma ilustra-
pessoal. Uma grande escritura de Doutrina e iniciativa principal, ninguém poderia ter impul- ção vívida da
Convênios declara que uma experiência espi- sionado apropriadamente esse aumento importância da oca-
ritual particular nos advirá “em seu próprio repentino e dramático para a Igreja e seu povo. sião, poderemos
tempo e a seu próprio modo e de acordo Somente o profeta do Senhor poderia indicar à observar o ministério
com sua própria vontade”. (D&C 88:68) Este Igreja que dobrasse o número de seus templos terreno do Senhor e
princípio aplica-se à revelação2 e a todos os em funcionamento em apenas alguns anos. Suas sucessivas ins-
mais importantes acontecimentos de nossa Em meu discurso da conferência de truções aos Seus
vida: nascimento, casamento, morte e até a outubro de 2001, empreguei outra ilustra- Apóstolos.
nossas mudanças de um lugar para outro. ção — a importância de seguir a ocasião do
Não é suficiente que estejamos seguindo Senhor para aqueles que tentamos fazer
na direção certa. A ocasião precisa ser certa, e com que se interessem em ouvir a mensa-
se não o for, nossas ações devem ser ajusta- gem do evangelho.3 Proclamar o evangelho
das à programação do Senhor conforme reve- é Seu trabalho, não nosso e, portanto, isso
lada pelos Seus servos. precisa ser feito a Seu tempo e não no
Há vários anos, o Presidente Gordon B. nosso. Existem nações no mundo de hoje
Hinckley anunciou a construção de um grande que precisam ouvir o evangelho antes que
número de templos, dobrando, essencial- o Senhor volte. Nós sabemos disso, mas
mente, o número de templos da Igreja em não podemos forçá-lo. Precisamos esperar
funcionamento, de 50 para cerca de 100 em pela ocasião do Senhor. Ele nos dirá, e
apenas alguns anos. Construir templos adicio- abrirá as portas ou derrubará os muros
O
missionário orar pela ajuda e orientação do Senhor, mos missionários e casamento.
pode plane- para que possamos ser instrumentos em A irmã Oaks e eu estávamos em Manaus,
jar, traba- Suas mãos para proclamar o evangelho a Brasil, no verão de 2001. Falei a quase 100 mis-
lhar e fazer tudo nações e pessoas que se encontram pron- sionários naquela grande cidade do Amazonas.
o que está a seu tas agora — pessoas a quem Ele quer que Ao me levantar para falar, fui inspirado a deixar
alcance, mas o resul- ajudemos hoje. O Senhor ama a todos os de lado algumas anotações que geralmente
tado desejado depen- Seus filhos e deseja que todos tenham a uso nessas ocasiões e substituí-las por alguns
derá do arbítrio e plenitude de Sua verdade e a abundância pensamentos sobre a importância da ocasião
ação adicionais dos de Suas bênçãos. Ele sabe quando grupos — algumas das escrituras e princípios que
outros. ou pessoas estão prontos, e quer que ouça- estou usando aqui.
mos e prestemos atenção ao Seu calendário Lembrei aos missionários que alguns de
para partilhar com eles o Seu evangelho. nossos planos mais importantes não podem-
se realizar sem o arbítrio e ações de outros.
O Arbítrio de Outros Um missionário não pode batizar cinco pes-
A realização de algumas importantes soas neste mês sem o arbítrio e ação de cinco
metas em nossa vida está sujeita a mais do outras pessoas. O missionário pode planejar
que a ocasião do Senhor. Algumas realizações e trabalhar e fazer tudo o que está ao seu
pessoais estão também sujeitas ao arbítrio de alcance, mas o resultado desejado dependerá
outros. Isso está particularmente evidenciado do arbítrio e ação adicionais de outros.
em duas questões de especial importância Conseqüentemente, as metas de um
ESQUERDA: FOTOGRAFIA POR SCOTT WELTY; DIREITA: FOTOGRAFIA POR WELDEN C. ANDERSEN, COM A AJUDA DE MODELOS
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missionário devem basear-se no arbítrio e ação pessoais do controlamos e persistir fielmente nesses compromissos, o
próprio missionário, não sobre o arbítrio ou ação de outros. que quer que nos aconteça por causa do arbítrio de outros
Mas, agora não é hora de desenvolver o assunto sobre metas ou da ocasião do Senhor. Quando fizermos isso, teremos
que conversei com os missionários. Em vez disso, compar- em nossa vida uma constância que nos fornecerá orienta-
tilharei com vocês algumas outras aplicações do princípio ção e paz. Sejam quais forem as circunstâncias que estão
do tempo, dando ilustrações de nossa vida pessoal. além de nosso controle, nossos compromissos e padrões
podem ser constantes.
Aplicações à Nossa Vida Os compromissos e serviço de adultos solteiros podem
Devido a coisas sobre as quais não temos controle, não mantê-los firmes durante os anos de espera pelo tempo
podemos planejar e realizar tudo o certo e pela pessoa certa. Seus com-
que desejamos em nossa vida. Muitas promissos e serviço podem também
coisas importantes que não planeja- inspirar e fortalecer a outros. Sábios
mos acontecerão em nossa vida, e são aqueles que assumem este com-
nem todas serão bem-vindas. Até promisso: Colocarei o Senhor em
mesmo os nossos desejos mais dignos primeiro lugar em minha vida, e
podem enganar-nos ou chegar de cumprirei os Seus mandamentos. A
maneira diferente ou em ocasião dife- realização desse compromisso está
rente do que procuramos planejar. dentro do controle de todos.
Por exemplo, não podemos estar Podemos cumpri-lo sem considera-
certos de que nos casaremos tão cedo ção com o que os outros decidirem
quanto pretendemos. Um casamento fazer, e esse compromisso nos forta-
que a nosso ver possa ser oportuno lecerá, não importando a ocasião
pode ser ou não nossa bênção. Minha A ocasião para o casamento talvez seja o que o Senhor escolher para os
mulher Kristen é um exemplo. Ela melhor exemplo de uma ocorrência extrema- acontecimentos mais importantes
não se casou, a não ser muitos anos mente importante em nossa vida que é de nossa vida.
depois de sua missão e formatura. quase impossível de se planejar. Como outros É possível ver a diferença entre
A ocasião para o casamento talvez acontecimentos mortais importantes que comprometer-se com o que vão
seja o melhor exemplo de um aconte- dependem do arbítrio dos outros ou da von- fazer em contraste com a tentativa
cimento extremamente importante tade e ocasião do Senhor. de planejar que se casarão na época
em nossa vida que é quase impossível de sua formatura, ou que obterão
de se planejar. Como outros aconteci- pelo menos certa quantia de
mentos mortais importantes que dependem do arbítrio de dinheiro em seu primeiro emprego?
outros ou da vontade e ocasião do Senhor, o casamento não Se tivermos fé em Deus e nos comprometermos com os
pode ser previsto ou planejado com certeza. Podemos e fundamentos de guardar Seus mandamentos e colocá-Lo
devemos trabalhar e orar para a realização de nossos dese- em primeiro lugar em nossa vida, não precisaremos plane-
jos justos, mas, a despeito disso, muitos ficarão solteiros jar cada um dos acontecimentos — ainda que sejam acon-
muito além do que sua ocasião desejada para o casamento. tecimentos importantes — e não deveremos nos sentir
Assim, o que precisa ser feito nesse meio tempo? A fé no rejeitados ou deprimidos, se algumas coisas — ainda que
Senhor Jesus Cristo prepara-nos para o que quer que a vida sejam coisas muito importantes — não acontecerem na
traga. Esse tipo de fé prepara-nos para lidar com as oportu- ocasião em que havíamos planejado, esperado ou orado.
nidades da vida — a tirar vantagem daquelas que são rece- Comprometa-se a colocar o Senhor em primeiro lugar
bidas e persistir ultrapassando as que são perdidas. No na sua vida, guarde Seus mandamentos, e faça o que os ser-
exercício dessa fé, devemos comprometer-nos com as prio- vos do Senhor lhe pedirem que faça. Então seus pés esta-
ridades e padrões que seguiremos em assuntos que não rão no caminho da vida eterna. Aí não importará se você
ESQUERDA: FOTOGRAFIA POR JED A. CLARK; DIREITA: FOTOGRAFIA POR CRAIG DIMOND; FOTOGRAFIA POSADA POR MODELOS
pios eternos e ou solteiro, ou se morrer amanhã. Você não durante nove anos, fui desobrigado. Alguns
aja de acordo com sabe o que vai acontecer. Faça o melhor possí- meses depois, o governador do Estado de
eles, sejam quais vel no que é fundamental e pessoal, e então Utah indicou-me para um período de 10 anos
forem as circunstân- confie no Senhor e em Sua ocasião. na mais alta Corte do Estado. Na época eu
cias e quais forem as A vida tem algumas coisas estranhas. Para tinha 48 anos. Minha mulher June e eu
ações dos outros. ilustrar isso, contarei algumas experiências tentamos planejar o resto de nossa vida.
Você poderá, então, pessoais. Queríamos servir a missão de tempo integral
aguardar a ocasião Quando era jovem, pensei que serviria em que nenhum de nós tivera o privilégio de
do Senhor e estar uma missão. Formei-me no secundário em realizar. Planejamos que eu serviria durante
certo do resultado junho de 1950. A milhares de quilômetros 20 anos na alta Corte do Estado. Depois, ao
na eternidade. dali, uma semana depois daquela formatura término dos dois períodos de 10 anos, quando
do secundário, um exército norte coreano estivesse perto dos 70 anos, eu me aposenta-
cruzou o paralelo 38, e nosso país entrou em ria da Corte e enviaria os papéis missionários
guerra. Eu tinha 17 anos, mas como membro para servir como casal missionário.
da Guarda Nacional de Utah, logo recebi Comemorei meu 69º aniversário há dois
ordens de preparar-me para a mobilização e anos e lembrei-me vividamente daquele
serviço ativo. Repentinamente, para mim e importante plano. Se as coisas tivessem acon-
muitos outros rapazes de minha geração, a tecido como planejáramos, teríamos enviado
missão de tempo integral que havíamos plane- os papéis para servir como missionários eu e
jado ou desejado não poderia realizar-se. minha esposa June.
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Quatro anos depois de termos feito aqueles planos, fui assunto sob uma perspectiva eterna. A mortalidade é
chamado para o Quórum dos Doze Apóstolos — algo que uma simples fatia da eternidade, mas o modo pelo qual
nunca sonháramos que fosse acontecer. Compreendendo nos conduzimos aqui — o que nos tornamos por meio
então que o Senhor tinha diferentes planos e ocasião dife- de nossas ações e desejos, confirmado por nossos convê-
rente do que eu imaginara, eu demiti-me de juiz do mais nios e as ordenanças que nos são administradas pela
alto tribunal do Estado. Mas esse não foi o fim das impor- devida autoridade — moldará nosso destino para toda a
tantes diferenças. Quando eu estava com 66 anos, minha eternidade. Como ensinou o profeta Amuleque: “Esta
mulher June morreu de câncer. Dois anos mais tarde, vida é o tempo para os homens prepararem-se para
casei-me com Kristin McMain, a com- encontrar Deus”. (Alma 34:32) Essa
panheira eterna que está atualmente realidade deve ajudar-nos a examinar
ao meu lado. o assunto a longo prazo — a pers-
Quão fundamentalmente diversa é pectiva da eternidade.
minha vida daquela que eu procurei Oro para que cada um de nós ouça
planejar. Minha vida profissional e dê ouvidos à palavra do Senhor
mudou. Minha vida pessoal mudou. sobre como nos conduzirmos na
Mas o compromisso que assumi com o mortalidade, estabeleçamos nossos
Senhor — de colocá-Lo em primeiro padrões e assumamos nossos com-
lugar em minha vida, e de estar pronto promissos, para que possamos ficar
para o que Ele quisesse — guiou-me em sintonia com a ocasião de nosso
por meio dessas mudanças de impor- Pai Celestial. ■
tância eterna. NOTAS
Fé e confiança no Senhor dão-nos a Comprometa-se a colocar o Senhor em 1. Even as I Am (Assim Como Sou) (1982), 93.
2. Ver Dallin H. Oaks, “Ensinar e Aprender
força para aceitar e persistir, seja o que primeiro lugar na sua vida, guarde Seus pelo Espírito”, A Liahona, maio de 1999,
for que aconteça em nossa vida. Eu mandamentos e faça o que os servos do p. 21.
3. Ver “Compartilhar o Evangelho”, A
não sabia por que recebera um “não” Senhor lhe pedirem que faça. Então, seus Liahona, jan. de 2002, 8–9.
às orações feitas para a recuperação de pés estarão no caminho da vida eterna. De um discurso feito em um devocional em
29 de janeiro de 2002, na Universidade
minha companheira de muitos anos, Brigham Young.
mas o Senhor forneceu-me um teste-
munho de que essa era Sua vontade, e deu-me a força para VAMOS FALAR SOBRE ISSO
aceitá-la. Dois anos depois de sua morte, conheci a mulher 1. Convide os familiares a debater como poderia ser dife-
maravilhosa que é agora minha esposa para a eternidade. E rente sua vida, se acontecimentos como o batismo na Igreja,
sei que isso também era a vontade do Senhor. a mudança para uma nova cidade ou o casamento tivessem
Volto ao assunto pelo qual comecei. Não se prenda em ocorrido anos antes ou depois do que realmente acontece-
planejar cada coisa de sua vida — mesmo que seja algo ram. Revezem-se lendo a seção “O Tempo do Senhor” e tes-
importante. Esteja pronto para aceitar o planejamento do tifique o quanto estar pronto para agir de acordo com a
Senhor e o arbítrio dos outros em assuntos que inevitavel- programação do Senhor abençoa a sua vida.
mente o afetarão. Planeje, é claro, mas fixe seu planeja- 2. Dê a um dos familiares uma tarefa como pegar um
mento em compromissos pessoais que o conduzam, objeto ou escrever numa folha de papel. Depois,
aconteça o que acontecer. Alicerce sua vida em princípios impeça-o de realizá-la. Debata o lugar do arbítrio e as
eternos e aja de acordo com eles, sejam quais forem as cir- ações dos outros na realização de nossas metas. Leia as
cunstâncias e quais forem as ações dos outros. Você seções “O Arbítrio dos Outros” e “Aplicações à Nossa
poderá, então, aguardar a ocasião do Senhor e estar certo Vida”. Compartilhem experiências em que “examinar o
do resultado na eternidade. assunto sob uma perspectiva eterna” ajudou você ou
O princípio mais importante da ocasião é examinar o alguma outra pessoa a tomar decisões corretas.
H R I P S I M E Z AT I KYA N W R I G H T
N
asci na Armênia, quando era parte da União pequena área que abrigava a mim e a meu cachecol de
Soviética. Meus pais ensinaram a mim e a meus tricô vermelho.
dois irmãos que deveríamos ser honestos, bons Toda a minha família, composta de cinco pessoas,
e moralmente limpos, e fizeram tudo para proporcionar- sobreviveu. Quando meu pai viu minha mãe, minha irmã-
nos uma boa educação. Mas uma das primeiras coisas zinha de oito meses, meu irmão de sete anos e eu senta-
que aprendi no jardim de infância foi a filosofia de que dos no meio da rua, depois de nos ter procurado durante
a religião é o ópio do povo. E até meus 12 anos, nunca sete horas, a única coisa que disse foi: “Bendito seja o Teu
soube que existia um Deus. nome, Deus”. Eu havia perdido minha casa, mas, pela pri-
meira vez, ouvira o nome de Deus.
Bendito Seja o Teu Nome, Deus
Quando estava com 12 anos, um terrível terremoto Sentimentos do Lar
destruiu 90 por cento da cidade onde eu morava, Passaram-se onze anos. Havia-me formado há pouco na
matando mais de 50.000 pessoas. Eu estava na escola Faculdade de Medicina, em Yerevan, a capital da Armênia,
quando o barulho foi aumentando, cada vez mais alto, e onde fazia residência médica em oftalmologia. Quando
tudo à nossa volta começou a tremer. Fui empurrada em realizava alguns trabalhos voluntários, conheci dois mis-
meio das pessoas que procuravam escapar do edifício. sionários santos dos últimos dias e tornamo-nos bons ami-
Naquela imensa confusão, repentinamente compreendi gos. Eles eram bem-vindos em nossa casa como todas as
que poderia nunca mais ver minha família. Nesse outras pessoas, mas, assim que começaram a falar sobre
momento, vi um cachecol de tricô vermelho que minha Deus, toda a atmosfera ficou tensa. Meus pais disseram-
mãe havia feito para mim, dependurado em um grande me que missionários “ensinando sua religião” não eram
ILUSTRAÇÃO POR DON SEEGMILLER
corredor, à direita do vão da escada. Seguindo uma bem-vindos em nossa casa. Pessoalmente, eu não estava
impressão, saí dali e fui buscá-lo. Nesse instante, o chão interessada em religião, mas não os impedira porque
foi sacudido pela terceira e última vez, e vi o vão da havia algo diferente nos olhos daqueles missionários —
escada cair com todos os meus amigos entre suas ruínas. alguma coisa tão inocente, pura e magnificente. Fiquei
Ao recobrar os sentidos, vi que toda a escola era um muito interessada em descobrir a fonte da luz que notei
grande amontoado de entulho — com exceção daquela em seus olhos.
18
S
Depois que meus pais expressaram sua aí da multi-
desaprovação, evitei falar com os missioná- dão nas
rios, mas finalmente combinei encontrá-los escadas e fui
no prédio de sua igreja, só para dizer-lhes buscar o cachecol
que estava muito ocupada para continuar de tricô vermelho
com nossas palestras. Chegando ao nosso que minha mãe
encontro com uma hora de antecedência, havia feito para
entrei em uma sala com muitas cadeiras e mim. Naquele
cerca de 15 pessoas. Sentei-me em silêncio, momento, o chão
tentando não incomodar ninguém, e fiquei sacudiu novamente,
admirada com os sentimentos incomuns, mas e vi o vão da escada
incrivelmente familiares. Senti-me como o cair com todos os
que eu tinha, quando estava com cinco anos meus amigos entre
e podia correr pela casa, abraçar minha mãe e suas ruínas.
contar-lhe tudo que havia feito — certa de
que ela me amava, que ela estaria sempre ali
para mim, e que tudo estava bem. Depois de
longos anos vagando em espírito, eu sabia
que estava em casa.
Naquela noite, pela primeira vez na vida,
ajoelhei-me e orei a Deus. Se havia um Pai
Celestial, queria que Ele me respondesse,
para dizer-me se o que os missionários ensi-
navam era verdade, para mostrar-me por que
20
Compartilhar a Luz do Evangelho
O ano seguinte foi cheio de bênçãos. Além das respon-
sabilidades em meu ramo e muito trabalho voluntário,
encontrei emprego em um hospital particular e pude con-
tinuar meus estudos. Minha mãe foi várias vezes à Igreja
depois de meu batismo e foi batizada cinco meses depois.
Mas, o mais importante é que tinha o amor de meu Pai
Celestial como parte de minha vida, e tinha, finalmente, a
certeza de que estava no caminho para casa.
Eu desejava compartilhar a luz do evangelho que entrara
em minha vida; assim, exatamente um ano depois do meu
batismo, enviei os papéis para servir em uma missão de
tempo integral. Esperando que o coração de meu pai se
houvesse enternecido, contei-lhe sobre minha decisão. Sua
reação foi inesperadamente zangada. Fiquei sentada em
silêncio no meu quarto durante toda a noite e, depois do
trabalho no dia seguinte, estava com muito medo de ir para
casa. Eu ainda estava trabalhando quando meu pai foi até
meu emprego. Depois de longo silêncio, ele finalmente Quando Hripsime terminou a missão, todos de sua família e
falou: “Você realmente deseja abandonar todas essas coisas muitos parentes e amigos haviam-se batizado (alto); inclu-
— seu lar, seus amigos, seus estudos, seu trabalho — sive seu pai (acima), que escreveu: “Estou muito orgulhoso
apenas a fim de ir para algum lugar que nem ao menos de minha menina que não desistiu e nos trouxe para este
ESQUERDA: FOTOGRAFIA DE SÍSTER ZATIKYAN COMO MISSIONÁRIA, POR LARENE PORTER GAUNT; OUTRAS FOTOGRAFIAS SÃO CORTESIA DA AUTORA
O
Sacerdócio Aarônico é o sacerdó- se para receber o
Aarônico sejam atividades espirituais, as
cio menor e contém “a chave Sacerdócio de ordenanças e deveres do Sacerdócio de
do ministério de anjos e do Melquisedeque. Melquisedeque são ainda mais espirituais
evangelho preparatório; Evangelho esse em sua natureza. Portanto, ao se preparar
Os portadores do
que é o evangelho do arrependimento e do para receber o sacerdócio maior, você
Sacerdócio Aarônico
batismo e da remissão de pecados”. (D&C deve estar espiritualmente apto para res-
devem manter-se dignos
84:26–27) O sacerdócio maior recebeu o sob todos os aspectos, ponsabilidades maiores, como conferir o
nome de Melquisedeque, um sumo sacer- enquanto se preparam dom do Espírito Santo e dar bênçãos do
dote do Velho Testamento, e contém “a para o sacerdócio maior. sacerdócio.
chave dos mistérios do reino, sim, a chave Grande parte de sua preparação deve
Aprendam a ser respon-
do conhecimento de Deus”. (D&C 84:19) ser cumprir todos os seus deveres do
sáveis. O Sacerdócio de
Visto que o Sacerdócio de Melquisedeque Melquisedeque acarreta
Sacerdócio Aarônico com diligência e
inclui o direito de oficiar nas ordenanças muita responsabilidade. magnificar os chamados que receber.
superiores e de administrar bênçãos espiri- Deve incluir qualquer atividade que o
tuais, suas experiências depois de receber Atuar no sacerdócio é leve para mais perto do Salvador, visto
agir em nome de Jesus
o sacerdócio maior se expandirão além que é o sacerdócio Dele que você está-se
Cristo. Aproxime-se
daquelas que você já experimentou como preparando para receber e a autoridade
Dele orando, jejuando,
diácono, mestre e sacerdote. estudando as escrituras, Dele que empregará para abençoar os
Entre outras coisas, os diáconos podem guardando os manda- outros. Essas atividades incluem orar,
distribuir o sacramento e recolher ofertas mentos e servindo aos jejuar, estudar as escrituras, guardar os
de jejum; os mestres podem preparar o outros. mandamentos, manter-se livre das influên-
sacramento e agir no ensino familiar; e cias maléficas do mundo e servir aos
os sacerdotes podem batizar, abençoar outros.
22
FOTOGRAFIA POR STEVE BUNDERSON, POSADA POR MODELOS
N
“
Doutrina e Convênios 13, 20, 84 e
ós nos volta- mento celestial são realizadas pelos que pos-
107. Essas escrituras oferecem um amplo conheci- mos a vocês, suem o sacerdócio maior. Cumprir as suas
mento dos dois sacerdócios. Quanto mais procuro meus jovens responsabilidades no Sacerdócio Aarônico
honrar o sacerdócio, mais sinto a diferença que ajudá-lo-á a preparar-se para receber o
ele faz em minha vida.
do Sacerdócio Sacerdócio de Melquisedeque.
Humberto Martins de Araújo Júnior, 22 anos, Primeira Aarônico. Precisamos Ebers Raúl Alvarez Comesaña, 23 anos, 10ª Ala de
Ala de Caetés, Estaca Olinda Brasil Paulista de vocês. Como os Montevideo, Estaca Montevideo Uruguai Oeste
24
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
E
m espírito de oração, leia a não perderá tanto quanto um outro dade, com simples atos de amor puro.
mensagem a seguir e escolha que, embora não tenha cometido um (...) Aos poucos, nossos atos de cari-
as escrituras e ensinamentos pecado sério, fracasse terrivelmente dade mudam a nossa natureza, defi-
que melhor atendam às necessida- por não ter feito o que permitiam nem o nosso caráter e, finalmente,
des das irmãs que você visita. Fale suas aptidões e oportunidades”. transformam-nos em mulheres que
de suas experiências e de seu teste- (Ensinamentos dos Presidentes da dizem ao Senhor, com coragem e
munho e incentive as irmãs a faze- Igreja: Harold B. Lee. 2001, p. 229.) compromisso: ‘Eis-me aqui, envia-
rem o mesmo. Élder Dallin H. Oaks, do Quórum me’” (“Caridade: Uma Família e Uma
Alma 34:32: “Esta vida é o tempo dos Doze Apóstolos: “O julgamento Casa de Cada Vez”, A Liahona, nov. de
para os homens prepararem-se para final não é apenas um balanço do 2002, pp. 108–109.)
encontrar Deus; sim, eis que o dia total de atos bons e ruins, ou seja, do Presidente Spencer W. Kimball
desta vida é o dia para os homens exe- que fizemos.É a constatação do efeito (1895–1985): “Para os que dão ouvi-
cutarem os seus labores”. final de nossos atos e pensamentos, dos à advertência e fazem seus pre-
Élder Marvin J. Ashton (1915–1994), ou seja, do que nos tornamos. Não parativos, para os encontrados à
do Quórum dos Doze Apóstolos: “As basta fazer tudo mecanicamente. Os meia-noite com o azeite da retidão
dez virgens (ver Mateus 25:1–13) mandamentos, ordenanças e convê- em suas lâmpadas, para os com
representam as pessoas da Igreja de nios do evangelho não são uma lista paciência, longanimidade e dedica-
Jesus Cristo, e não apenas as pessoas de depósitos que precisamos fazer ção plena, a promessa é de que sen-
do mundo. (...) A responsabilidade de numa conta bancária celestial. O tar-se-ão no banquete com seu
termos azeite em nossas lâmpadas é evangelho de Jesus Cristo é um plano Senhor”. (Faith Precedes the
uma exigência e oportunidade indivi- que nos mostra como podemos ser o Miracle (A Fé Precede o Milagre)
dual. O azeite da preparação espiritual que nosso Pai Celestial deseja que nos 1972, p. 257.)
não pode ser compartilhado. (...) O tornemos.” (“O Desafio de Tornar-se”, • Como podemos aumentar o
azeite da parábola poderia ter sido A Liahona, jan. de 2001, p. 40.) azeite de nossas lâmpadas? (Ver
comprado no mercado, mas, em Alma 5:28: “Eis que estais despi- D&C 45:56–57.)
nossa vida ele é acumulado pelo viver dos de orgulho? Digo-vos que, se não • O que podemos fazer para
digno, uma gota por vez”. [“A Time of o estais, não estais preparados para nos tornar mais caridosos e menos
Urgency”, (Um Tempo de Pressa), comparecer perante Deus”. orgulhosos? ■
Ensign, maio de 1974, p. 36.] Morôni 7:47: “Caridade é o puro
Presidente Harold B. Lee (1899– amor de Cristo (...) e para todos os
1973): “Há quanto tempo vocês
DETALHE DE CINCO DELAS ERAM SÁBIAS, DE WALTER RANE
O Servo
Inútil
Jesus ensinou Seus discípulos a
respeito da fé e da fidelidade, e
a relação entre Sua graça e
nossas obras.
É L D E R W. R O L F E K E R R
Dos Setenta
C
omo um de quatro filhos homens, Seus discípulos sentiram-se sobrecarregados
criado em uma fazenda familiar ao e rogaram: “Senhor: acrescenta-nos a fé”.
norte de Utah, foram-me ensinadas (Lucas 17:5) O Salvador respondeu, dando-
muitas lições valiosas por pais sábios, amáveis lhes mais do que para nós pode parecer uma
e esclarecidos. Ensinaram-nos, por meio de doutrina severa — com uma parábola a res-
palavras e exemplos, a confiar no Senhor e peito de fé e fidelidade. Na parábola do servo
que “toda vitória e toda glória ser(-nos-)ão inútil, encontramos aspectos da vida rural,
manifestadas por meio (de nossa) diligência, imagens facilmente entendidas por eles.
fidelidade e orações de fé”. (D&C 103:36) Seus princípios são tão aplicáveis hoje,
Ensinaram-nos a ser fiéis ao Senhor Jesus quanto na época em que foram
Cristo e a Seus ensinamentos. ensinados.
Quando o Salvador estava terminando
Seu ministério mortal, ensinou Seus discípu- O Servo e o Mestre
los a respeito da fé e da fidelidade. Suas pala- Jesus iniciou: “Qual de vós terá um servo
vras exigiam novos e bem exigentes padrões a lavrar ou a apascentar gado (...)”. (Lucas
de conduta (ver Lucas 10–19). Alguns de 17:7) Nos dias de Jesus, os servos eram
26
N
propriedade de mestres e mais semelhan- Jesus concluiu então a parábola com esta os dias de
INSERÇÃO: DETALHE DE JESUS E OS PESCADORES, POR ZIMMERMAN © QUEBECOR PRINTING;
tes a escravos do que a empregados. Eram pergunta: “Porventura dá graças ao tal servo, Jesus, os ser-
legalmente obrigados a fazer qualquer coisa porque fez o que lhe foi mandado? Creio que vos eram
de que o mestre precisasse, como plantar, não”. (Vers. 9) O servo não deveria esperar legalmente obriga-
cuidar das ovelhas, ou preparar e servir agradecimentos por seus esforços, porque, afi- dos a fazer o que o
refeições. Por sua vez, os mestres cuidavam nal, estava simplesmente cumprindo sua tarefa. quer que o mestre
dos servos. Para certificar-Se de que Seus discípulos precisasse, como
O Salvador continuou Sua pergunta: “ (...) haviam entendido o ponto desta parábola, plantar, cuidar das
SEGUNDO PLANO: ILUSTRAÇÃO POR GARY L. KAPP
a quem, voltando ele do campo, diga: Chega- o Salvador enfatizou: “Assim também vós, ovelhas, ou preparar
te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: quando fizerdes tudo o que vos for mandado, e servir refeições.
Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos Por sua vez, o mestre
que tenha comido e bebido, e depois come- somente o que devíamos fazer”. (Vers. 10) cuidava dos servos.
rás e beberás tu?”. (Vers. 7–8) O dever do Desde que o mestre suprisse todas as necessi-
servo era atender primeiro às necessidades dades do servo, os esforços do serviçal eram
do mestre. Não se podia imaginar que o mes- apenas a realização daquilo que ele devia ao
tre autorizasse o servo a comer antes dele. mestre e que eram seu dever.
28
uma ética de trabalho. Ele ensinou-lhes
também que era uma questão de sentimento
e de seu relacionamento com seu Mestre
celestial.
Os Princípios de Fé e de Graça
Como jovens na fazenda, reconhecíamos
dever tudo, física e espiritualmente, ao
Senhor e a nossos pais. Fomos ensinados,
como Amuleque passou aos zoramitas, a orar
“tanto de manhã como ao meio-dia e à noite”
por nosso próprio bem-estar e pelo dos que
nos cercam. (Ver Alma 34:19–27.) As orações
familiares e individuais eram parte de nossa
D
experiência diária. Aprendemos, por palavra e “A generosidade (ou graça) de Deus para evemos a
exemplo a ter fé no “Senhor da colheita”. conosco não deve ser expressa pela diminui- Deus a pró-
(Ver Alma 26:7.) Depois de ararmos, plantar- ção do peso das responsabilidades que Ele pria vida.
mos, irrigarmos e cultivarmos os campos, deposita sobre nós. A quem muito é dado, Quando guardamos
deixávamos nosso destino em Suas mãos. muito é exigido — e não vice-versa. Nem a Seus mandamentos,
Trabalhávamos muito, mas sabíamos que sem generosidade divina deve ser expressa por o que é nosso dever,
a luz do sol e a chuva, a graça e misericórdia um rebaixamento dos padrões relativos ao Ele imediatamente
de Deus, e a benevolência de pais que nos que precisa ser feito. Em vez disso, quando nos abençoa.
amavam, nada poderíamos realizar. muito é dado e muito é realizado pelo discí- Estamos, portanto,
Não era essa fé e dependência de Deus pulo, então a generosidade de Deus é continuamente em
que o Rei Benjamim ensinou, quando disse: assombrosa! débito e Lhe somos
“Se renderdes todas as graças e louvores, “Quando tivermos dado e feito tudo de inúteis. Sem a graça,
com todo o poder de vossa alma, àquele nós, receberemos, um dia ‘tudo o que nossa valentia por
Deus que vos criou (...) se o servirdes com [nosso] Pai possu’. (D&C 84:38) Aqui se si só não nos pode
toda a alma, ainda assim sereis servos inú- encontra a generosidade de Deus. Quando salvar.
teis. (...) E agora vos pergunto: Podeis dizer cumprimos nosso dever, Ele está obrigado
algo de vós mesmos? Respondo-vos: Não. — e alegremente obrigado.”1
Não podeis dizer que sois nem mesmo como Na parábola do servo inútil, o Salvador
o pó da Terra”. (Mosias 2:20–21, 25) ensinou a Seus discípulos e a nós a res-
Devemos a Deus a própria vida. Quando peito da fé e da fidelidade. Ensinou sobre
guardamos Seus mandamentos, o que é a valentia e a graça. Que possamos ser
nosso dever, Ele imediatamente nos aben- valentes, fazendo mais do que seria o
çoa. Estamos, portanto, continuamente em esperado. Que possamos reconhecer
ILUSTRAÇÕES POR GARY L. KAPP
débito e Lhe somos inúteis. Sem a graça, gratamente que somente Sua graça é
nossa valentia por si só não nos pode salvar. suficiente para nos tornar perfeitos Nele.
O Élder Neal A. Maxwell, do Quórum dos (Ver Morôni 10:32–33.) ■
Doze Apóstolos, escreveu com relação a essa NOTA
parábola: 1.Even as I Am (Assim Como Sou) (1982), p. 86.
T
ive várias
oportuni-
dades de
pegar aquele livro
Q uando me mudei para o aloja-
mento da universidade em Khon
Kaen, Tailândia, notei um livro azul
no canto do quarto. Nunca o peguei
do livro, portanto voltei à casa de meu
amigo a fim de tomá-lo emprestado.
Quando cheguei, meu amigo estava con-
versando com dois missionários. Eles se
azul. Quando o e o livro ainda continuava lá quando me apresentaram como Élder Reid e Élder
fiz, não conseguia mudei para outro lugar muitos meses mais Haroldsen e assumiram o compromisso
parar de lê-lo. tarde. de visitar-me. Eles o fizeram como haviam
Descobri que o Após formar-me na universidade, voltei prometido e compartilharam comigo sua
Senhor tinha um à minha cidade natal, Kalasin. Certo dia, crença no plano do Pai Celestial. Enquanto
plano para a quando visitava um amigo, vi um livro azul falavam, eu podia sentir o amor do Pai.
minha vida. em cima da TV — um livro que me lem- Atendendo ao convite deles, fui à Igreja
brava aquele que vira no alojamento. no domingo. Embora houvesse apenas 10
“Onde você conseguiu este livro?”, per- pessoas na reunião, senti amor pelo Ramo
guntei ao meu amigo. Ele respondeu que Kalasin e concordei em retornar.
uns missionários lhe tinham dado o livro. Fui batizado em 21 de março de 1999 e
Eu lhe disse que tinha visto um livro simi- logo comecei a trabalhar com os missioná-
lar, mas que não sabia nada a respeito rios. Ao observar os missionários tentando
dele. Meu amigo também não o tinha espalhar o evangelho, pude sentir o amor
lido. de Deus por Seus filhos.
Peguei o livro e finalmente li as palavras Dois meses após o meu batismo, minha
da capa — “O Livro de Mórmon: Outro irmã mais velha obteve seu próprio teste-
Testamento de Jesus Cristo”. Em seguida, munho e também foi batizada. Um mês
abrindo-o ao acaso, descobri Jacó capítulo mais tarde, minha sobrinha também foi
5:1 e comecei a ler sobre uma oliveira boa e batizada. Com a ajuda dos membros, nosso
uma oliveira brava. Embora eu não com- pequeno ramo logo triplicou de tamanho,
ILUSTRAÇÃO DE GREG NEWBOLD
30
Minha irmã mais velha também foi
chamada para servir na mesma missão.
Sei que não foi por acaso ou coinci-
dência que me tornei membro da ver-
dadeira Igreja do Senhor. Sei que o
Pai Celestial realmente tem um
plano para mim e que Ele
começou a me preparar para
ser missionário desde o pri-
meiro dia em que abri
“aquele livro” e li a res-
peito da vinha. Que privi-
légio maravilhoso é ir
àquela vinha a procura
de meus irmãos e irmãs
para compartilhar
com eles o livro e o
evangelho que
mudaram minha
vida. ■
Suwit Saisam-ang terminou
a missão e é membro do
Ramo Kalasin, Distrito Khon
Kaen Tailândia.
Marjorie Pay Hinckey (acima, pouco antes de seu casa- dade de minha esposa, sua personalidade, seus desejos,
mento em 1937) e Gordon B. Hinckley (acima, em sua sua formação e seus anseios. Deixá-la alçar vôo. Sim, deixo-
foto de formatura na universidade, em 1932) cami- a alçar vôo! Deixo-a desenvolver seus talentos e fazer as
nham juntos, lado a lado, há 66 anos, em amoroso coisas a seu próprio modo. Basta sair do caminho e mara-
companheirismo. vilhar-me com o que ela é capaz.
32
A Liahona: Quais Irmã Hinckley: Se não pudermos rir da vida,
são algumas das coisas estaremos encrencados.
Acima: Gordon B. que ela faz que lhe causam admiração? A Liahona: A senhora se lembra de alguma
Hinckley como funcio- Pres. Hinckley: Oh, são muitas... ocasião em sua vida na qual o riso foi o melhor
nário da Igreja em Irmã Hinckley (sorrindo): Essa é uma per- remédio?
1935. gunta difícil para ele. Irmã Hinckley: Acho que foi sempre assim.
Presidente Hinckley: ... Ela vem dirigindo Certo dia, quando as crianças eram pequenas,
nosso lar todos esses anos. Quando nossos eu preparei uma torta salgada que, acredito,
filhos eram pequenos, eu me ausentava muito estava muito gostosa. Quando a tirei do forno,
em função das designações da Igreja. No iní- nosso filho Dick exclamou: “Como é que você
cio, quando a minha responsabilidade era a conseguiu assar o lixo?”
obra na Ásia, e isso foi por um período bem A Liahona: Quantos anos ele tinha?
longo, eu costumava viajar por até dois meses Irmã Hinckley: Quatorze — tinha idade
seguidos. Naquela época não se podia telefo- suficiente para ter juízo!
nar com a facilidade de hoje. Ela cuidava de
tudo. Ela administrava a casa e administrava “TODOS APRECIAM A COMPANHIA
tudo o mais, além de cuidar das crianças. UNS DOS OUTROS”
Tínhamos uma horta nos fundos de casa.
Quando voltei para casa depois de uma A Liahona: O que vocês dois fazem para
das minhas longas viagens, vi manter a família unida?
que um belo gramado havia Presidente Hinckley: Oh, sempre fizemos
sido plantado ali. Ela e as crian- muitas coisas juntos ao longo da vida — muitas,
ças haviam preparado a terra e muitas coisas. No verão, desde que as crianças
haviam plantado sementes de eram bem pequenas, sempre íamos a algum
grama. O resultado foi um belo lugar, íamos ver algo. E isso se prolongou até a
gramado! A horta não foi prejudi- vida adulta deles, até depois de se casarem.
cada, pois pudemos plantar outra
mais para baixo. Mas o quintal virou A família Hinckley por ocasião do chamado do
todo um belo gramado. Presidente Hinckley como Autoridade Geral.
Essa é a sua maneira típica de fazer as
coisas. Ela sempre foi independente e
sempre teve muito bom gosto.
O Presidente Hinckley
credita à sua esposa “EU PREFIRO RIR”
a felicidade em sua
vida (acima, com dois A Liahona: Irmã Hinckley, a senhora
de seus filhos por disse: “A única maneira de enfrentar a vida é
volta de 1943). rindo. Pode-se rir ou chorar diante dos pro-
blemas. Eu prefiro rir. Chorar me dá dor de
cabeça.”3
34
Minha esposa sempre disse que um de
seus maiores sonhos era caminhar pelas
ruas de Hong Kong com os filhos. Assim,
certa ocasião fomos todos para a Ásia.
Depois ela declarou que gostaria de cami-
nhar com os filhos pelas ruas de Jerusalém.
Então, ajeitamos as finanças familiares e lá
fomos nós para Jerusalém. Nos divertimos Presidente e Irmã Hinckley viajaram juntos
muito. pelo mundo (direita), o que incluiu uma visita
Eu gostaria de dizer isso por ela: Nossos ao Canadá para a rededicação do Templo de
filhos se amam. Ainda nos reunimos. Temos Cardston, Alberta, em 1991 (acima).
uma reunião familiar com todos uma vez
por mês — com todos os nossos filhos,
netos e bisnetos que estiverem na cidade e “DEVEMOS FAZER O MELHOR QUE
tiverem tempo. Essa é apenas uma conti- PUDERMOS”
nuação do que fazíamos quando os filhos A Liahona: O que vocês diriam a pais
eram pequenos. Nós fazíamos a reunião que seguiram o conselho de realizar as
familiar. Quando eu estava ausente, ela rea- reuniões familiares, vivem os convê-
lizava as noites familiares e outras coisas de nios da melhor maneira que podem —
igual importância. Ela mantinha as coisas e no entanto têm um filho ou filha que se
funcionando. afastou?
A Liahona: Por favor, descreva uma reu- Presidente Hinckley: Bem, façam o melhor
nião familiar dessas, com todos. que puderem. Depois, simplesmente deixem
FOTOGRAFIA DE GERRY AVANT, CHURCH NEWS
36
FOTOGRAFIA DE GERRY AVANT, CHURCH NEWS
Presidente Hinckley: Nossa vida tem sido carros que você tem, nem o
realmente boa. Sem dúvida. Não temos tamanho da sua casa, ou coi-
muito do que nos lamentar. Cometemos sas assim. É a qualidade de
erros, é claro, um aqui, outro ali, mas nada vida que você viveu que faz a
de graves conseqüências. Acho que nos saí- diferença.
mos bem. A Liahona: Como vocês lidam com as
A Liahona: Vocês acreditam que os jovens diferenças de opinião?
que se casam hoje enfrentam os mesmos Presidente Hinckley: Temos ido
tipos de desafios que vocês tiveram, ou são em frente e tentado ser corretos um
diferentes? com o outro. Como eu disse, o respeito
Presidente Hinckley: Em essência, eles mútuo faz toda a diferença do mundo
enfrentam os mesmos desafios. Nós nos casa- — respeitar um ao outro como indiví-
mos durante a Grande Depressão. Não tínha- duos e não tentar modificar o outro à sua
mos nada quando nos casamos, por assim maneira. Deixe-a viver a vida a seu modo e Superior: Visita a
dizer. Ninguém tinha naquela época. Todos encoraje-a a desenvolver seus talentos e inte- Fiji, em outubro de
me pareciam pobres. resses. Assim vocês se darão bem. 1997. Inferior: No
Irmã Hinckley: Não sabíamos que éramos Se há algo que me preocupa é que Parque Nacional
pobres. alguns homens tentam dirigir a vida da de Yellowstone.
Presidente Hinckley: Nosso começo de esposa e dizer a ela tudo o que ela tem
vida foi modesto. O Senhor tem-nos aben- de fazer. Isso não dá certo. Não haverá
çoado ricamente. Não sei como alguém pode- felicidade na vida dos filhos nem na dos
ria ser mais ricamente abençoado do que nós. pais quando um homem tenta dirigir e
FOTOGRAFIA DE GERRY AVANT, CHURCH NEWS
Tivemos problemas. Vivenciamos todos os controlar a esposa. Eles são parceiros. São
tipos de coisas pelas quais os pais passam — companheiros nessa grande aventura que
doença dos filhos, coisas desse tipo. Mas, na chamamos de casamento e vida familiar.
realidade, afinal de contas, se você vive sua Irmã Hinckley: Eu me casei bem, não
vida ao lado de uma boa mulher e consegue é verdade?
ver os filhos crescerem até a idade adulta, Presidente Hinckley (rindo): Temos
tornando-se indivíduos felizes e capazes, que tido uma boa vida juntos. Ainda gostamos
dão sua contribuição, então pode-se dizer que um do outro. ■
sua vida é um sucesso. Não é a quantidade de Acima: Chegada
NOTAS a Shenzhen, China,
1.Citada em Sheri L. Dew, Go Forward with Faith: The
Biography of Gordon B. Hinckley (1996), p. 141. em maio de 1996.
2.Cornerstones of a Happy Home (folheto, 1984), p. 5. À esquerda:
3.Citado em Virginia H. Pearce, ed., Glimpses into
the Life and Heart of Marjorie Pay Hinckley (1999), Comemoração do
p. 107. 85º aniversário do
4.Ver “The Environment of Our Homes,” Tambuli,
Oct.–Nov. 1985, p. 3. Presidente Hinckley
5.Citado em Glimpses, p. 53. com a família em
6.Ver Glimpses, p. 108.
1995.
Esta entrevista foi feita por Marvin K. Gardner e
Don L. Searle.
E
ra o tipo de sábado que me socorros para atender a um acidente criança. Um dos homens presentes
faz apreciar o cálido con- na rodovia, com vítimas, entre as era médico. Ele informou-me sobre
forto de se ficar na cama. quais havia um menino de quatro os ferimentos mais sérios do
Mas eu não podia dar-me a esse anos. Eu sabia que não ia ser fácil, menino e depois desapareceu no
luxo. O som incômodo do meu portanto eu e meu parceiro começa-
bipe avisou-me de um incêndio em mos a orar imediatamente. Não há
uma fábrica de cimento perto dali, um técnico em primeiros socorros eu pequeno paciente
portanto agarrei meu equipamento
e dirigi-me à porta, sentindo-me
grata de que o capacete iria cobrir
que possa com sinceridade dizer que
não se sente perturbado quando
cuida de crianças seriamente feridas.
M estava chorando e eu
queria acalmar seus
temores, beijá-lo para afastar
meu cabelo despenteado. Desde Quando chegamos ao local a dor e prometer à assustada
que eu entrara para o corpo de encontramos uma van branca com mãe que seu filho ficaria bem.
bombeiros de nossa pequena as rodas para o ar no meio da vala Minhas mãos seguiam as roti-
cidade como técnica em primeiros que separa as duas pistas. Olhei nas que eu conhecia tão bem,
mas eu me sentia tão inade-
quada.
38
meio da multidão. Uma mulher suas dores. Recebi de imediato uma Sempre me lembrarei da oração
segurava a mão do menino e con- impressão: “Cante para ele”. Hesitei. respondida quando meu pequeno
fortava-o. Perguntei-lhe se ela sabia Perguntei-me se havia entendido a paciente aquietou-se instantanea-
o nome dele. “O nome dele é impressão corretamente. Afinal de mente em resposta às canções que
Ryan”, disse ela. “Sou a mãe dele.” contas, eu era uma profissional, e o amava, hinos que lembravam a ele o
Surpreendentemente ela e dois que os outros iriam pensar ao ver quanto o Pai Celestial o amava. A efi-
outros filhos mais velhos estavam uma socorrista cantando em uma cácia da medicina de emergência é
ilesos. ambulância para um paciente em verdadeiramente uma maravilha, mas
Os técnicos em primeiros socor- estado crítico? a beleza e a simplicidade de alguns
ros seguem certos protocolos para Ryan soltou um grito e mais uma hinos da Primária sempre permanece-
assegurar aos pacientes os melhores vez veio-me a impressão clara: rão em minha memória como parte
cuidados, mas nenhum desses pro- “Cante para ele”. Enquanto ainda de um milagre belo e profundo. ■
cedimentos pode preparar-nos para lhe segurava a cabeça, curvei-me e Luana Lish é membro da Ala Rapid Creek,
Estaca McCammon Idaho.
o sofrimento humano que devemos comecei a cantar próximo ao seu
enfrentar quando atendemos a aci- ouvido “Sou como uma estrela bri-
dentes terríveis. Lembro-me de lhante, Neste mundo sempre a
estar repassando meu treinamento luzir”. (“Sou Como uma Estrela”, Não É Apenas
mentalmente enquanto me sentia Músicas para Crianças, p. 84)
assoberbada. Meu pequeno Quando comecei a cantar, Ryan Uma Outra
paciente estava chorando e eu que-
ria acalmar seus temores, beijá-lo
ficou imóvel. Cantei “Sou um Filho
de Deus” e muitos outros hinos da
Empresa
para afastar a dor e prometer à Primária. Percebi que Ryan era santo Yolanda Zayas
assustada mãe que seu filho ficaria dos últimos dias quando notei que
E
bem. Minhas mãos seguiam as roti- sua mãe, embora preocupada, ten- mbora meu marido e eu
nas que eu conhecia tão bem, mas tava cantar comigo. Mais de uma vez tenhamos vindo de famílias
eu me sentia tão inadequada, tão os paramédicos preocuparam-se que tinham princípios religio-
sozinha. Meu parceiro não podia porque Ryan estava quieto demais, sos e morais, não estávamos satisfei-
ajudar-me com o Ryan, porque ele mas ele respondia quando estimu- tos com a forma como a nossa
estava cuidando do pai do garoto, lado. Continuei cantando até che- família, composta de cinco pessoas,
que ainda estava preso na van. garmos ao hospital e entrarmos na estava progredindo espiritualmente.
Logo chegaram ambulâncias. Fui sala de emergência, onde a equipe Eu freqüentava a mesma igreja na
designada para estabilizar a cabeça de de traumas assumiu o paciente. qual havia sido criada e levava comigo
Ryan no trajeto até o hospital. Voltei mais tarde ao hospital para meus três filhos — Beverly, Janice e
Ajoelhei-me ao lado de sua cabeça e saber a respeito de Ryan e de seu Ralph. Meu marido, Raúl, não ia à
falei suavemente com ele, mas ele pai. Fiquei sabendo que Ryan havia igreja porque achava que todas as
continuava a chorar e a debater-se. sido operado, estava estabilizado e igrejas eram empresas. Ele as achava
Preocupava-me de que isso pudesse passava bem. Embora ele e o pai altamente comercializadas e que mui-
agravar sua condição, mas restringir necessitassem de uma longa hospi- tos líderes lucravam com as doações
seus movimentos manietando-o talização até a plena recuperação, dos membros. Ele também achava
poderia causar outros problemas. fiquei grata ao receber essas infor- que literatura religiosa não devia ser
Nesse ponto, minhas orações mações. Ryan e eu nos tornamos vendida, mas devia ser doada a quem
ILUSTRAÇÃO DE BRIAN CALL
haviam-se tornado mais fervorosas e logo bons amigos e ainda hoje se interessasse por ela.
pedi ao Pai Celestial para abençoar- anseio a cada ano por receber Em fevereiro de 1986 meu marido
me de forma a que pudesse confortar um cartão de Natal com a foto viu dois missionários santos dos últi-
e acalmar o Ryan, aliviando assim as dele. mos dias passarem perto de nossa
O
casa e os chamou. Seu objetivo era s missionários nos para provar que a Igreja era uma
perguntar-lhes se a igreja que repre- deram cópias do Livro empresa tornou-se a maior de todas
sentavam teria interesse em comprar de Mórmon e meu as transações celestiais para a nossa
um terreno para construir uma capela. marido perguntou-lhes quanto família — a oportunidade de nos
Meu marido é corretor de imóveis e custavam. Para sua surpresa, unirmos mais e nos aproximarmos de
pensava nesse encontro como uma os livros eram gratuitos. nosso Salvador, Jesus Cristo e do
oportunidade de negócios. nosso Pai Celestial. ■
Os missionários não puderam Yolanda Zayas é membro do Ramo Salinas,
Distrito Guayama, Puerto Rico.
dar-lhe qualquer informação sobre coração. Quando saíram, deram-
o assunto, mas não perderam a nos cópias do Livro de Mórmon e
chance de perguntar-lhe se podiam meu marido perguntou-lhes quanto
visitá-lo para apresentar uma pales- deveria pagar por elas. Para sua Guiada até a
tra sobre o evangelho restaurado. surpresa, os livros eram gratuitos.
Meu marido estava certo de que Sua surpresa foi maior ainda quando Igreja
essa era apenas mais uma igreja percebeu que a Igreja não era uma Yadamsuren Munkhtuya
como as demais que o haviam con- empresa. Ele ficou interessado e
F
tatado antes, portanto disse aos começou a fazer todo tipo de per- ui criada na Mongólia e acredi-
missionários que retornassem no guntas aos missionários. tava no budismo. Mas, certo
dia seguinte. Ele pretendia mostrar Fomos à igreja todos os domingos dia, recebi a visita de uma
a eles que a igreja deles apenas desde aquele dia e em 15 de julho de amiga. Ela era membro de A Igreja de
usava Deus para fazer negócios. 1987 nossa família toda havia sido Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Recebemos os missionários no convertida. Fomos batizados e mais Dias. Ela falou-me a respeito de Jesus
dia seguinte com um pouco de des- tarde selados como família no tem- Cristo e convidou-me para ir à Igreja
confiança. Porém, ao nos falarem plo para a eternidade. Nosso filho, dela. Eu não prestei atenção a ela. Ela
sobre a Igreja e sua história, começa- Ralph, serviu como missionário de voltou a tentar falar sobre o assunto,
mos a sentir algo muito especial no tempo integral e mais tarde casou-se mas eu ainda não queria ouvi-la.
40
Semanas após sua visita, tive um havia dois missionários esperando sempre responderam-nas. Eles
sonho. Nesse sonho uma voz disse-me por mim. Eles me cumprimentaram leram as escrituras comigo e convi-
para ir à Igreja. Eu perguntei: “O quê? e convidaram-me para assistir a reu- daram-me a orar sobre a mensagem
Que igreja? Não compreendo”. A voz nião. Os membros foram muito que haviam deixado comigo. Em
informou-me onde ir e como chegar à agradáveis e todos sorriam. Senti- seguida, fui para minha casa.
igreja. Escutei assim: “Amanhã cedo, vá me muito feliz. Sentia-me feliz. Decidi perguntar a
a esta igreja. Quando você entrar, dois Após a reunião sacramental, os Deus se o que eu estava aprendendo
missionários a estarão esperando”. missionários convidaram-me a ouvir era verdadeiro. Ajoelhei-me e orei:
Quando acordei na manhã as palestras. Respondi que sim. “Se Deus vive e me ama, se Jesus
seguinte, sentia-me confusa. Eu per- Quando o Élder Johnson e o Cristo vive, e se a Igreja é verdadeira,
guntava-me: “Quem me procurara Élder Sampson ensinaram-me a pri- faça-me sentir o Espírito”. Depois da
no sonho? Quem falou comigo?” meira palestra, fiquei confusa, mas oração, meu coração sentiu-se muito
Mesmo assim, decidi ir à igreja. eles explicaram tudo de novo. Eles bem, em paz. Senti-me como se esti-
Segui as instruções recebidas e tinham testemunhos poderosos. vesse voando. Senti a resposta vir ao
encontrei a igreja. Perto da porta Fiz muitas perguntas e os élderes meu coração. “Deus vive. Ele a ama.
Jesus Cristo vive. Não se deixe con-
fundir. Esta é a única Igreja verda-
E
m um sonho uma deira.” Eu sabia que era o Espírito
voz disse-me para Santo testificando-me a verdade. Eu
ir à Igreja. “Qual havia recebido minha resposta de
Igreja?”, perguntei. A Deus.
voz indicou-me o cami- Dois dias mais tarde, os missio-
nho e como chegar à nários retornaram à minha casa.
Igreja. “Quando entrar, Contei-lhes sobre meus sentimen-
dois missionários a esta- tos e disse-lhes que queria ser bati-
rão esperando.” zada. Eu estava tão feliz que até
chegava a pular. Nas três semanas
seguintes, os élderes ensinaram-
me o resto das palestras e fui
batizada.
Sei que Deus vive e que Ele nos
ama. Jesus Cristo é o nosso
Redentor e Salvador. Sei que Joseph
Smith viu Deus, o Pai e Seu Filho,
Jesus Cristo. Amo o Livro de
Mórmon e sei que ele é a palavra de
Deus. Sirvo agora como missionária
de tempo integral em Raleigh,
Carolina do Norte, nos Estados
Unidos. Amo a minha missão. Esta é
a obra do Senhor. Sou muito grata
de ter sido guiada à verdadeira Igreja
de Jesus Cristo. ■
Yadamsuren Munkhtuya terminou sua
missão e é membro do Ramo Old Darkhan,
Distrito Ulaanbaatar Mongólia Norte.
Filhas DO
PaiCelestial,
QUE NOS AMA
S U S A N W. TA N N E R
Presidente Geral das Moças
42
o contemplar o rosto das jovens de sabiam que o Pai Celestial as amava. Enquanto
44
adraque,
À DIREITA: SADRAQUE, MESAQUE E ABEDNEGO NA FORNALHA, POR WILLIAM L. MAUGHAM; ABINÁDI SELA SEU TESTAMENTO, RONALD CROSBY
S Mesaque e
Abednego
tinham fé e foram
preservados na for-
nalha ardente. O
profeta Abinádi tam-
bém confiava no
Senhor, mas sua vida
não foi preservada.
No entanto, todos
eles sabiam que o
Senhor os amava.
Ela diz: “Durante aqueles momentos, senti o amava. Eles tinham fé de que Ele podia pre-
Espírito Santo confortar-me. Eu sabia que servá-los da fornalha, se assim o desejasse.
veria meu pai de novo. E senti o amor do Sendo assim, disseram: “o nosso Deus, a quem
Senhor através dos cuidados amorosos das nós servimos, é que nos pode livrar; Ele nos
outras pessoas.” livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua
Todas as semanas as moças e suas líderes mão, ó rei”. (Daniel 3:17). Eles não somente
em toda a Igreja levantam-se e declaram: tinham fé de que o Senhor podia salvá-los, mas
“Somos filhas do Pai Celestial, que nos ainda mais importante, confiavam em Sua von-
ama. ...” Nós realmente temos essa certeza? tade em relação a eles, fossem eles protegidos
Sabemos disso com profundidade suficiente ou não. O atônito rei Nabucodonosor teste-
para que esse conhecimento nos fortaleça munhou seu milagroso salvamento e reconhe-
e nos sustenha? Como podemos melhor ceu o poderoso amor que Deus tem por esses
conhecer e sentir Seu amor? Os exemplos de “servos que confiaram nele”. (Daniel 3:28)
Jocelyn e de Ashley sugerem que podemos O profeta Abinádi, no Livro de Mórmon, da
vir a conhecer o amor de Deus em nossa vida mesma forma confiava no Senhor quando
— tanto em nossas alegrias quanto em nossas enfrentou a ameaça da morte pelo fogo. O rei
tristezas. Noé disse: “Serás morto, salvo se te retratares
de todas as palavras que disseste de mal, con-
Como Encontrar o Seu Amor Através das cernentes a mim e a meu povo”. (Mosias 17:8)
Escrituras Abinádi recusou-se bravamente. Quando
Ao pensar sobre essas histórias contrastan- chegou o momento de ser queimado, ele não
tes, um par semelhante de exemplos escritu- foi salvo milagrosamente. “Ele caiu, tendo
rísticos veio-me à mente — o livramento de sofrido a morte pelo fogo, sim, tendo sido
Sadraque, Mesaque e Abednego das chamas morto por não querer negar os mandamen-
da fornalha ardente e o martírio de Abinádi tos de Deus, tendo selado a verdade de suas
pelo fogo. palavras com a morte”. (Mosias 17:20) Ele
Sadraque, Mesaque e Abednego eram ser- confiava no amor do Senhor para com ele e
vos fiéis do Senhor e sabiam que o Senhor os também em Sua vontade.
À nos abençoa
concedendo-
nos os desejos de
poupados da morte pelo fogo, mas Abinádi
não o foi. No entanto, o Senhor amava a
todos e eles sabiam disso.
“misericórdias e milagres” (“Bless Our Fast,
We Pray”, Hymns, nº 138), em nascimentos e
batismos, em saúde e em curas, nas manhãs
nosso coração. E às Os resultados dessas duas histórias e nas montanhas, nas amizades e no amor
vezes Ele nos aben- sugerem que o amor de Deus transcende familiar, nas Suas respostas oportunas e nos
çoa com conforto e as experiências terrenas que temos. Seu templos.
força para poder- amor é maior do que as coisas boas e Em contraste, tenho sido sustentada em
mos suportar a más que nos acontecem. Às vezes Ele nos minhas adversidades. Algumas cargas der-
carga dos anseios abençoa concedendo-nos os desejos de rubam-me, apesar do meu desejo de ter
não realizados e dos nosso coração. E às vezes Ele nos abençoa essa taça afastada de mim. (Ver Lucas 22:42.)
desapontamentos. com conforto e força para suportar a De fato, é através de tais experiências
carga dos anseios não realizados e dos difíceis que sinto maior dependência do
desapontamentos. Senhor e até mesmo uma efusão ainda
maior de Seu amor por mim. Sinto uma
Como Descobrir Seu Amor em proximidade Dele sabendo que Ele me
Todas as Coisas está carregando, me confortando e dando-
Em minha vida conheci o amor que Deus me a coragem para continuar. Como Paulo
tem por mim. Já orei pedindo bên- ensinou aos romanos, sei que independen-
çãos específicas e Ele as tem temente de quão difícil seja, nada pode
separar-me do amor de Deus.
“Quem nos separará do amor de Cristo?
A tribulação, ou a angústia, ou a persegui-
ção, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo,
ou a espada?
Porque estou certo de que, nem a morte,
nem a vida, nem os anjos, nem os principa-
dos, nem as potestades, nem o presente,
nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem
alguma outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus
nosso Senhor.” (Romanos 8:35, 38–39)
Jocelyn e Ashley não poderiam ser separa-
das do amor de Deus, mesmo tendo a mãe de
uma sido poupada e o pai da outra não o
sendo. Elas reconhecem Seu amor em todas
as experiências — alegres ou tristes. Desejaria
que todas as jovens em todo o mundo, sejam
quais forem as circunstâncias em que se
encontrem, pudessem, como Jocelyn e
Ashley, testificar com convicção: “Somos
filhas do Pai Celestial, que nos ama!” ■
46
VOCÊ SABIA?
ACONTECEU
EM OUTUBRO
S
eguem-se alguns
eventos importantes
que aconteceram
na história da Igreja no
mês de outubro.
5 de outubro de 1833:
NOTÍCIAS DA DESAFIO DO LIVRO DE O Profeta Joseph Smith
HOLANDA MÓRMON viajou de Kirtland, Ohio,
para o Canadá, onde
A Q
caminho de uando os alunos ensinou e batizou 16
Jerusalém, em do instituto em pessoas.
1841, o Élder Orson Kreuzlingen, Suíça
Hyde, do Quórum dos (acima) começaram a estu-
Doze Apóstolos (acima) dar o Livro de Mórmon,
passou mais de uma sentiram um grande espí-
semana em Roterdã, ensi- rito de paz em sua vida, e
nando o evangelho. Mas decidiram compartilhar
os missionários santos dos esse espírito com os mem- 6 de outubro de 1867:
últimos dias não foram bros do ramo que freqüen- Tem início a primeira con-
designados para a Holanda tam. Os alunos prestaram ferência geral no recém-
nos vinte anos que se testemunho a respeito do construído Tabernáculo, na
seguiram. Os primeiros Livro de Mórmon durante Praça do Templo. O edifício
conversos na Holanda a reunião sacramental. sentimento de paz que os foi dedicado em 9 de outu-
foram batizados em 11 de Usando Isaías 12:2 como alunos do instituto senti- bro de 1875.
FOTOGRAFIA DO TABERNÁCULO DE C. R. SAVAGE; FOTOGRAFIA DO CENTRO DE CONFERÊNCIAS DE CRAIG DIMOND
outubro de 1861, perto de tema (à direita), eles ram. Arletta Riesen explica:
um vilarejo chamado incentivaram os membros “O Espírito em nosso ramo
Broek bij Akkerwoude. do ramo a ler um capítulo ficou mais forte. Todos os
Hoje, há três estacas por dia durante um mês. membros estão desejosos
organizadas e cerca de Mesmo depois que o de fazer o que o Senhor
7.800 membros da Igreja desafio de um mês termi- quer que façam, e podemos
na Holanda. O Templo de nou, os membros do ramo sentir o amor que sentimos
Haia Holanda foi dedicado mantiveram seu hábito uns pelos outros. É o
em 8 de setembro de de leitura. E, com a lei- mesmo amor que Jesus
2002. tura, veio-lhes o mesmo Cristo tem por nós.” 8 de outubro de 2000:
O Presidente Gordon B.
Hinckley dedica o novo
Centro de Conferências,
com capacidade para
21.000 pessoas, localizado
a um quarteirão ao norte
do Tabernáculo.
Como Utilizar
A = O Amigo
Adversidade .................................6, 42
Amor ................................................42
Caridade ..........................................25
48
PA R A A S C R I A N Ç A S DA I G R E J A D E J E S U S C R I S TO D O S S A N TO S D O S Ú LT I M O S D I A S • O U T U B R O 2 0 0 3
OAmigo
VINDE AO PROFETA
ESCUTAR
A Pequena
Locomotiva
Que Podia
2
P R E S I D E N T E J A M E S E . FA U S T se não recebessem todos aqueles presen-
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência tes que estavam nos vagões. Então, disse:
“Acho que posso. Acho que posso. Acho
O
uvi pela primeira vez a história da que posso”. E atrelou-se ao trenzinho. “Puf,
“Pequena Locomotiva que Podia” puf, chuque, chuque”, fez a pequena loco-
quando tinha uns dez anos de motiva azul. “Acho que posso. Acho que
idade. Sendo criança, fiquei muito interes- O Presidente James E. posso. Acho que posso. Acho que posso.
Faust usa uma adorá-
sado na história porque os vagões do Acho que posso. Acho que posso. Acho
vel história infantil
trem estavam cheios de animais de brin- que posso.” Com essa atitude, a Pequena
para nos ensinar o
quedo, palhaços de brinquedo, canivetes, Locomotiva Azul chegou ao alto da monta-
quão ardentemente
quebra-cabeças e livros, bem como coisas nha e começou a descer pelo outro lado,
devemos servir ao
deliciosas de se comer. Contudo, a loco- Senhor.
dizendo: “Sabia que podia. Sabia que
motiva que puxava o trem pelas monta- podia. Sabia que podia. Sabia que podia.
nhas quebrou. A história conta que uma Sabia que podia. Sabia que podia.”1
grande locomotiva de passageiros passou Todos nós ocasionalmente somos cha-
por ali, sendo-lhe pedido que puxasse os mados a alongar nossos passos e fazer
vagões pelas montanhas, mas ela não quis se rebaixar a mais do que nos consideramos capazes. Como a
puxar aquele trenzinho. Outra locomotiva surgiu, mas “Pequena Locomotiva que Podia”, precisamos seguir
ela não podia parar para ajudar o trenzinho a subir a pelo trilho certo e desenvolver nossos talentos. Para
montanha porque era uma locomotiva expressa. Uma permanecermos no trilho certo, precisamos honrar e
velha locomotiva apareceu, mas ela não pôde ajudar apoiar [nossos líderes do sacerdócio].
porque, disse ela: “Estou cansada. Não consigo. Não Espero que não sejamos como a grande locomotiva
consigo. Não consigo”. de passageiros, demasiadamente orgulhosos para acei-
Então, chegou pelos trilhos uma pequena locomo- tar as designações que recebemos. Espero também que
tiva azul, e foi-lhe pedido que puxasse os vagões pelas não sejamos como a locomotiva expressa, que não
montanhas, levando o trenzinho até as crianças que estava disposta a seguir “a segunda milha”.
estavam do outro lado. A pequena locomotiva respon- Espero que todos sejamos como a “Pequena
deu: “Não sou muito grande e só sou usada para trocar Locomotiva que Podia”. Ela não era muito grande, só
os vagões no pátio de manobras. Nunca subi a monta- tinha sido usada para trocar vagões e nunca tinha
nha”. Mas ela ficou preocupada com as crianças do subido uma montanha, mas estava disposta. Aquela
outro lado da montanha, que ficariam decepcionadas pequena locomotiva atrelou-se ao trem encalhado,
esforçou-se até o alto da montanha e desceu a monta-
nha dizendo: “Sabia que podia”. Todos temos que subir
montanhas que nunca escalamos antes. ●
De um discurso da conferência geral de outubro de 2002.
NOTA
1. “A Pequena Locomotiva Que Podia”, como contado por Watty Piper,
em The Pony Engine, de Mabel C. Bragg (1930).
O A M I G O OUTUBRO DE 2003 3
Cartões do Templo Em 2003, todos os exemplares de O Amigo
terão cartões do templo. Retire os cartões
4
da revista, cole-os sobre uma cartolina e recorte-os. Colecione
os cartões para lembrar-se da importância dos templos.
O A M I G O OUTUBRO DE 2003 5
U A LUZ DO MU
SO ND
EU O
JOÃO 8:12
TEMPO DE
COMPARTILHAR
A Luz de Cristo
V I C K I F. M AT S U M O R I
“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, Ninguém seque-a com uma toalha. O Élder Dieter F. Uchtdorf,
vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6) da Presidência dos Setenta, disse que quando era
pequeno, “sua capela tinha um vitral que representava
O que produz luz? Uma vela, uma lanterna, Joseph Smith no Bosque Sagrado. Sempre que o sol
O A M I G O OUTUBRO DE 2003 7
HISTÓRIAS DO NOVO TESTAMENTO
PAULO E
SILAS NA
PRISÃO
Paulo e seu companheiro Silas estavam ensinando o evan- Os homens levaram Paulo e Silas aos líderes da cidade e
gelho. A garota os seguiu e Paulo ordenou ao mau espírito disseram-lhes que aqueles dois homens estavam causando
que a deixasse. Os homens que estavam com ela ficaram perturbação na cidade. Os líderes acreditam no que os
com raiva, porque tendo desaparecido o mau espírito, eles homens lhe disseram.
não conseguiam mais ganhar dinheiro. Atos 16:19–22
Atos 16:17–19
8
As pessoas ficaram com raiva e então chicotearam Paulo e Silas e puseram-nos na prisão.
Atos 16-22–24
Naquela noite, Paulo e Silas oraram e cantaram hinos ao Pai Celestial. Todos os que estavam na prisão os ouviram. De
repente, o chão começou a tremer. A prisão balançou e as portas da prisão abriram-se.
Atos 16:25–26
O A M I G O OUTUBRO DE 2003 9
O guarda acordou, viu as portas abertas e pensou que os prisioneiros houvessem escapado. Paulo disse-lhe que todos os
prisioneiros estavam lá. Sabendo que Deus fizera o chão tremer e as portas da prisão se abrirem, o guarda ajoelhou-se
diante de Paulo e Silas e perguntou-lhes como poderia ser salvo.
Atos 16:27–30
Paulo e Silas ensinaram o guarda da prisão. Eles saíram da Em seguida, Paulo e Silas voltaram para a prisão. No dia
prisão e batizaram-no. E batizaram também a família do seguinte, os líderes os libertaram e Paulo e Silas foram
guarda. para outra cidade para fazer mais trabalho missionário.
Atos 16:31–33 Atos 16:34–40
10
HISTÓRIAS DO NOVO TESTAMENTO
PAULO
OBEDECE
AO ESPÍRITO
SANTO
O Espírito Santo disse ao Apóstolo Paulo que fosse a
Jerusalém onde ele seria preso e pessoas iníquas o maltra-
tariam. Paulo não teve medo. Ele amava o Salvador e tinha
trabalho missionário a fazer. Ele decidiu ir a Jerusalém.
Atos 20:22–24; 21:1–15
Paulo despediu-se de seus amigos e disse-lhes que eles Ele também disse a eles para amarem-se uns aos outros e
nunca mais o veriam. Disse-lhes para lembrarem-se do para cuidarem do próximo. Ele ajoelhou-se e orou com
evangelho e de obedecer os mandamentos de Deus. Ele eles. Todos choraram. Eles abraçaram e beijaram Paulo e
lhes disse que não ouvissem os iníquos que iriam tentar o acompanharam até o barco quando ele partiu para
ensinar-lhes coisas ruins. Jerusalém.
Atos 20:25, 28–32 Atos 20:35–38
O A M I G O OUTUBRO DE 2003 11
Com alegria C = 108–120
De Mãos
[ ]
! 44 C C C C C C C C C C C C C C C C C C
C 1
C 2
C C C C C C
! C C C C C C C C C C C
1 3 2
re - pe - tir: Bri - lha em nós a luz que o e - van - ge - lho tem; Com fir -
dil gui - ar; Com vi ˘ - gor, na mes - se˘ va - mos tra - ba - lhar, Nos - sas
C C C C YC C C
# C C C C C C C C C
4 3 1 2 1
! C C C C C C C C C
C 2
BO C C C C
1
BB C C C g CO C C
# B S C C C
3 5 2
5
! C C C C C C C C C C C C C C C C C C
2 1
12
Dadas, Toda a Terra
[
! C C C C C C C C C C
3
C C C C C C C
2 3
dois mil jo - vens, te - mos mui - ta fé: Nos - sa for - ça pro - vém do Se -
nos - sas o - bras, sim, tes - ti - fi - car Que ser - vi - mos a Cris - to Je -
C C C YC C C BB BB
# C C C C C
3 1 2 1
] Com firmeza
! C B C C CO C C C C
BO C C 2
C C
1 1
nhor.
De mãos da - das, to - da a Ter - ra em u - nião, A ban -
sus.
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# CC CC CC CO C B
2
B B
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C 3 h
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! C B C C CO C C C C C C C C C C
C C 4
dei - ra do e - van - ge - lho em nos - sa mão, Com Sua luz a bri - lhar, Sem - pre o
˘ ˘ ˘
# CO C B C C B C C C CO
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1
O A M I G O OUTUBRO DE 2003 13
Quero Ver
o Profeta
S A R A V. O L D S
Baseado em uma história real
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e pensou que deveria ser maravilhoso realmente encon-
abrir-se-vos-á.” (Mateus 7:7) trar o profeta.
Q
uando Sally tinha cerca de oito anos, morava Ela decidiu que pediria aos pais para levá-la à Praça
em Salt Lake City. O Presidente David O. McKay do Templo durante a conferência geral. Mas não lhes
(1873–1970) era o profeta. Sally tinha ouvido contou que queria esperar juntamente com todas as
muitas histórias de pessoas que tiveram a oportuni- outras pessoas para ter a chance de conversar com o
dade de vê-lo. Após a conferência geral, ele Presidente McKay. Isso ela guardava como um segredo
sempre saía pela porta de trás do especial.
Tabernáculo e entrava em um carro O dia estava lindo — não estava nem muito quente,
grande. Um grande grupo de pessoas nem muito frio — quando a família de Sally chegou à
reunia-se fora do Tabernáculo para Praça do Templo durante uma sessão vespertina e ficou
vê-lo, na esperança de cumpri- escutando a conferência nos jardins do Tabernáculo.
mentá-lo, dizer “olá” — ou até Grandes alto-falantes traziam a conferência para aqueles
mesmo apenas para vê-lo pes- que estavam do lado de fora, porque o Tabernáculo —
soalmente em vez de vê-lo cada banco, cada lugar— estava ocupado.
na televisão. Sally Ao passar diante das portas abertas, ela vislumbrou o
Coro do Tabernáculo e as Autoridades Gerais. Seu cora-
ção saltava de emoção ao pensar: “Hoje é o dia! Hoje é
o dia! Vou conhecer o Presidente McKay!”
Ela já via as pessoas aglomerando-se nos fundos do
Tabernáculo. Depois de pedir permissão aos pais, ela
dirigiu-se para lá e lutou para chegar até à frente. Ela
não era muito alta, portanto, se não ficasse bem à
frente, como ela poderia conhecer o profeta?
Finalmente, com um desvio aqui e um aperto ali, ela
chegou à frente da multidão onde cordas bloqueavam o
caminho entre o Tabernáculo e a rua. Lá, exatamente
ILUSTRAÇÕES DE EMILY REYNOLDS
16
Ensina-os a Compreender, de Walter Rane
Os pais são orientados a ensinar os filhos. (Ver D&C 68:25.) Aqui, um pai ajuda o filho no dever
escolar, em meio a outras evidências de ensino espiritual e físico.
A
final de contas, se você vive sua vida ao lado de uma boa mulher e
“ consegue ver os filhos crescerem até a idade adulta, tornando-se
indivíduos felizes e capazes, que dão sua contribuição, então pode-se
dizer que sua vida é um sucesso”, explica o Presidente Gordon B. Hinckley,
ao refletir sobre os 66 anos de casamento e vida familiar. “Não é a quanti-
dade de carros que você tem, nem o tamanho da sua casa, ou coisas assim. É
a qualidade de vida que você viveu que faz a diferença.” Ver “Uma Visita ao
Lar dos Hinckley”, página 32.
3
02239 90059
PORTUGUESE