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In: LEAL,
Dodi; DENNY, Marcelo (Org.). Gênero expandido: performances e
contrassexualidades. São Paulo: Annablume, 2018, pp. 143-162.
Mini bio:
Danilo Patzdorf é artista, bailarino e pesquisador. Doutorando em Artes Visuais (ECA/USP),
Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP) e graduado em Artes Visuais (ECA/USP),
interessa-se pela investigação do estatuto do corpo na contemporaneidade. Para tanto,
atravessa as áreas da dança, da performance, do teatro, da educação e da comunicação.
Resumo do artigo:
Partindo das principais obras de Haraway, Butler e Preciado traduzidas no início
deste milênio no Brasil, este artigo desenvolve seis propostas para revisarmos
conceitos que, direta ou indiretamente, são atingidos pelo ingresso da chamada
teoria pós-feminista e queer no debate acadêmico brasileiro. Avaliando
brevemente conceitos como corpo, sexualidade, gênero, desejo, prazer e sexo,
analisaremos as transformações operadas pelos princípios ciborguianos,
performativos e contrassexuais (desenvolvidos naquelas obras) sobre nossos
corpos e identidades sexuais.
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SEIS PROPOSTAS PARA OS CORPOS DESTE MILÊNIO
Escrever sobre o corpo está ficando cada vez mais complexo. Tão logo
fazemos uma afirmação, a prática corporal de outrem será a antítese do que
acabamos de postular. E isso é positivo. A cada dia que passa, torna-se mais e
mais difícil representar o corpo em sua unidade (porque talvez ela nunca tenha
existido) e numa única forma (porque, talvez, o corpo seja a própria
multiplicidade). Diversos autores, sobretudo a partir dos anos 1980, puseram o
corpo e o sujeito – essas duas instituições modernas que ainda influenciam
nossa compreensão da vida – numa mesa de dissecação teórica, rasgaram-no,
e viram que a essência de ambos não estava num interior, numa profundidade,
embaixo de algo orgânico ou inscrita em alguma verdade biológica, mas sim ao
lado, no exterior, na superfície, no horizonte, naquilo que não tem massa, naquilo
que parecia não pertencer ao eu, naqueles fluxos incapturáveis que doravante
poderiam ser chamados de corporalidade e subjetividade.
Emprestando parte do título da última obra de Ítalo Calvino, Seis
propostas para o próximo milênio, proporei aqui seis reflexões para os corpos
deste milênio. Esta última obra de Calvino foi escrita em 1984 e 1985 para uma
famosa conferência chamada Charles Eliot Norton Poetry Lectures.1 Porém,
antes de conseguir apresentar estas seis conferências, o autor faleceu, repentina
e inesperadamente, vítima de uma hemorragia cerebral, deixando de escrever a
última delas, intitulada Consistência.2
1 Desde 1925, a Harvard University convida anualmente algum artista ou escritor para realizar seis conferências sobre
temas diversos. Já passaram pelo evento figuras como Igor Stravinsky (1939-40), Erwin Panofsky (1947-48), Meyer
Schapiro (1966-67), Jorge Luis Borges (1967-68), Umberto Eco (1992-93), William Kentridge (2011-12), entre outros.
2 As outras cinco conferências finalizadas (“Leveza”, “Rapidez”, “Exatidão”, “Visibilidade” e “Multiplicidade”) estão
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as literaturas que exploraram suas possibilidades expressivas,
cognoscitivas e imaginativas. Foi também o milênio do livro, na medida
em que viu o objeto-livro tomar a forma que nos é familiar. O sinal talvez
de que o milênio esteja para findar-se é a frequência com que nos
interrogamos sobre o destino da literatura e do livro na era tecnológica
dita pós-industrial (CALVINO, 2015:13).
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do estatuto da família e o Brasil liderando o ranking mundial de violência
transfóbica são três realidades nacionais que revelam a urgência com que
precisamos refletir sobre o estatuto do corpo na contemporaneidade, caso
queiramos contemplar e acolher sua (aparentemente incômoda) multiplicidade
já operante.
Neste sentido, foi na entrada do milênio vigente que obras-primas sobre
corpo, gênero e sexualidade de grandes autoras estrangeiras (Haraway, Butler
e Preciado) foram traduzidas e publicadas no Brasil. Assim, no decorrer das
propostas apresentadas a seguir, analisaremos suas principais contribuições
para introduzir e aprofundar a discussão sobre o estatuto do corpo na
contemporaneidade e suas identidades sexuais, visando destruir noções
naturalizadas do corpo, gênero e sexualidade que fundamentam ou justificam
diversos tipos de violência praticados ordinariamente. O controle das identidades
trans (travestis, transgêneros e transexuais), enquanto identidades contra-
hegemônicas, parece não se dar por meio da repressão, mas antes pelo não-
reconhecimento de suas existências. Por isso, esse texto tecerá argumentos em
favor da desarticulação dos dispositivos de produção compulsória de
subjetividades cisgênero e heterossexual contidos, direta ou indiretamente, nos
conceitos discutidos doravante.
O atual milênio tem uma penosa tarefa: acabar com o corpo. Mas, quando
pronunciamos a palavra corpo, a que estamos nos referindo exatamente?
Parece que a palavra corpo sofreu um processo de naturalização, como se ao
pronunciá-la estivéssemos todos de acordo quanto ao seu significado, e muitas
vezes utilizando-a como sinônimo para indivíduo. Ocorre que, para cada época
e para cada cultura, a palavra corpo possui diferentes significados e, ao
generalizá-la, impedimos atualizações necessárias para seu correto emprego.
Assim, insisto: a que nos referimos quando pronunciamos a palavra corpo? À
unidade deste terminal biológico perecível que (ainda) determina nossa
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existência? Ora, o transplante de órgãos rompe com a suposta unidade do corpo
para socializar nossas partes e também as cirurgias plásticas podem nos
transformar em menos de 24 horas numa pessoa totalmente diferente da que
aparentávamos no dia anterior, fazendo de nossas carteiras de identidade, de
um instante para o outro, um documento ilícito e comprovante da aparente
“falsidade ideológica” – tudo isso, sem rasurá-las.
O estatuto do corpo ocidental (aquele que a palavra corpo passou a
designar “naturalmente”) foi forjado durante os três últimos milênios, alcançando
sua forma final em meados do século XIX e XX. Foi a filosofia socrático-platônica
que plasmou uma separação corpo versus alma que já se esboçava nos escritos
homéricos, sendo tal separação ainda mais lapidada pela modernidade, bem
como a noção de indivíduo, tomando o corpo como propriedade de um sujeito
independente do seu entorno, é resultada de operações filosóficas que se
inspiraram em modelos econômicos do emergente capitalismo para fundar o
mito de sua autonomia.
Apesar de o corpo e o sujeito terem sido dilacerados por diferentes
pensadores do século XX,3 impossibilitando uma concepção unitária e estável
dos mesmos, sobrevive ainda uma concepção metafísica do corpo, sobretudo
nas representações religiosas, políticas e jurídicas, condenando aqueles que
corrompem a suposta naturalidade do corpo. Qualquer alteração em sua
natureza se configura como um ultraje a uma força superior (essencial),
justificando a incompreensão que em seguida se expressa pela violência física
e verbal praticada por aqueles que têm seus corpos conformados ao padrão
“natural” contra aqueles que não os têm.
Contra esta concepção, o milênio passado já nos legou um valioso texto
dedicado em acabar com a noção naturalizada de corpo e identidade. Publicado
em 1985 e traduzido/publicado no atual milênio no Brasil, o texto Manifesto
ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX, escrito
3
Por exemplo, Nietzsche entoará elogios desmedidos ao querer, desejar e sentir do corpo; Freud desmontará
o sujeito iluminista mostrando que nossa subjetividade é composta em grande parte por impulsos que não
provêm da razão; Merleau-Ponty reclamará um corpo que pensa com sua totalidade, fazendo uma outra
ontologia da carne; Foucault revelará todo o complexo sistema de elaboração e controle discursivo do
sujeito moderno, mostrando que até a própria noção de sujeito é ela mesma um dos dispositivos
responsáveis por fazer as instituições funcionarem; Deleuze e Guattari produzirão conceitos que revisarão
postulados sobretudo da psicanálise que antes pareciam irrevogáveis, colocando em xeque toda a estrutura
moderna que fundou e abrigou o indivíduo neurótico edipiano.
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pela bióloga e feminista Donna Haraway (2009), toma a figura do ciborgue como
um mito político que superaria a assimetria entre natureza e cultura, homem e
mulher, orgânico e inorgânico, promovendo uma nova leitura acerca das
subjetividades e das relações de poder na época de uma emergente
comunicação digital.
Por que nossos corpos devem terminar na pele? Por que, na melhor
das hipóteses, devemos nos limitar a considerar como corpos, além
dos humanos, apenas outros seres também envolvidos pela pele? (...)
Essas relações máquina/organismo são obsoletas, desnecessárias.
Para nós, na imaginação e na prática, as máquinas podem ser
dispositivos protéticos, componentes íntimos, amigáveis eus
(HARAWAY In: TADEU, 2009:92).
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A consciência de que gênero e sexo são construtos discursivos nos libera de
uma conexão ficticiamente natural com o corpo, intensificando ao mesmo tempo
o caráter artificial (e, portanto, plástico) dos discursos transfóbicos. A carteira de
identidade, na forma do RG, é a parceira do corpo natural, aquela que exige uma
estabilidade e uma verossimilhança entre um passado (o nome de nascimento,
o sexo designado, a aparência) e o presente do corpo. As expressões das
subjetividades e dos corpos trans só serão reconhecidas quando o corpo
supostamente natural (aquele cisgênero e heterossexual) for desmontado em
sua “fictícia verdade” biológica.
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Estes dados estão documentados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) nos relatórios anuais de assassinatos
de homossexuais no Brasil. Além destes, é possível tomar contato com tais estudos por meio das Secretarias
dos Direitos Humanos (SDH), bem como por meio dos relatórios da organização europeia “Transgender
Europe”, a qual faz uma comparação com os países de outros continentes, incluindo o Brasil. Todos estes
estudos têm seus números divulgados em seus respectivos sites oficiais.
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problematizam o funcionamento do gênero e da sexualidade. Revisando a
tradicional teoria feminista, a autora criticará aqueles posicionamentos que
compreendem o gênero como a “expressão cultural do sexo”.
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categoria do sexo é, assim, inevitavelmente reguladora, e toda análise
que a tome acriticamente como um pressuposto amplia e legitima ainda
mais essa estratégia de regulação como regime de
poder/conhecimento (Ib.:168).
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dispositivo social que ativa o ódio coletivo quando o gênero não é performado
“corretamente”, dentro dos padrões e práticas possíveis estabelecidos para a
figura do homem e da mulher. Mas, afinal, como compreender o gênero? Nos
últimos anos temos visto calorosas discussões sobre as “identidades de gênero”,
no entanto, continuando ainda com Judith Butler para este tópico, veremos que
tal ideia contém resquícios daquilo que o conceito supõe estar superando.
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Poderíamos ficar tentados a chamar este processo, então, de “expressões
de gênero”; contudo, rapidamente, a autora nos alerta também sobre sua
insuficiência. Conceber uma “expressão de gênero” seria deslocar a
problemática para um “núcleo psicológico” do qual emanaria expressões de uma
interioridade invisível, impedindo uma análise da constituição política e
discursiva do sujeito. Após longas críticas, Butler nos entrega: o gênero é a
repetição estilizada de atos.
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desarticulando as justificativas da heterossexualidade compulsória que um dia
patologizou homossexuais e transexuais, mas que ainda hoje continua a
assassinar centenas de pessoas anualmente.
As performances artísticas de drags (queens ou kings) brincam
justamente com a “distinção entre a anatomia do performista e o gênero que está
sendo performado” (Ib.:237). Também a figura da/do travesti tem muito a nos
ensinar quanto às possibilidades do gênero, uma vez que se constitui na própria
derrocada da ideia de uma original ou verdadeira identidade de gênero. Deste
modo, não só as pessoas trans, mas todas estão num constante e periclitante
equilíbrio entre “três dimensões contingentes da corporeidade significante: sexo
anatômico, identidade de gênero e performance de gênero” (Ib.:237).
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conseguinte, a discriminação de uniões homo e transgêneras (porca-com-porca,
parafuso-com-parafuso, qual-seria-a-metáfora-para-a-união-de-pessoas-
trans?).
Contra tal compreensão do desejo enquanto falta e outras normatizações
da sexualidade, Beatriz Preciado5 publicou um livro no início deste milênio (2002)
chamado Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual,
traduzido e publicado no Brasil em 2014, no qual apresenta sua proposta de uma
nova sociedade, intitulada contrassexual, na qual haveria uma completa
subversão das práticas sexuais tradicionais.
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Preferimos manter o mesmo nome utilizado em sua publicação brasileira. Contudo, note-se que,
recentemente, o autor acrescentou Paul ao início do seu nome, apresentando-se atualmente como Paul
Beatriz Preciado. Ao final da obra aqui utilizada, o autor nos provoca: “Se sou homem ou mulher? Esta
pergunta reflete uma obsessão ansiosa do ocidente. Qual? A de querer reduzir a verdade do sexo a um
binômio. Eu dedico minha vida a dinamitar esse binômio. Afirmo a multiplicidade infinita do sexo!”
(PRECIADO, 2014:223).
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que Preciado se utiliza para superar qualquer noção utilitária, econômica e
normativa do desejar. O desejo é aquela força que vem para multiplicar os
supostos vetores ortogonais da conjugalidade: hétero ou homossexualidade. A
transgeneridade é, neste sentido, uma radiação multidimensional do desejo. Ou,
se quisermos, a transgeneridade é a própria imanência do desejo vivida na sua
multivocidade.
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“pílula do dia seguinte”, ou ainda a vasectomia e a laqueadura) mostram que
nossas práticas sexuais não visam à reprodução, mas tão somente à
produção/obtenção do prazer.
Apesar da obviedade disso que está escrito na estrofe anterior, vale dizê-
lo porque é justamente aí que reside a força e a fraqueza dos discursos que
condenam práticas transgêneras e homossexuais. Continuando ainda com o
livro citado no tópico anterior, Preciado elenca diversas formas de práticas
sexuais que nulificam o discurso genitalizado do prazer por meio de sua
“contrassexualidade”.
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A ausência da penetração genital entre lésbicas, por exemplo, faz com que muitas pessoas não concebam
suas práticas sexuais enquanto sexo em si.
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“O que é um dildo: um objeto, um órgão, um fetiche...? Devemos considerar o dildo como uma paródia
irônica ou como uma imitação grosseira do pênis? Quando faz parte de certas práticas lésbicas mulher-
macho-mulher-fêmea [butch and femme], deve-se interpretar o dildo como uma reminiscência da ordem
patriarcal? Por acaso o dildo é o sintoma de uma construção falocêntrica do sexo? O que dizer então dos
dildos que não são ‘fálicos’ (os que tem a forma de porco, de borboleta ou de sereia, ou que simplesmente
não são figurativos)?” (Ib.:71).
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força com que o corpo se apropria do prazer para si, como se este
fosse algo que viesse do próprio corpo. O prazer que busca o dildo
pertence ao corpo só na medida em que é reapropriação, só porque
este está “preso”. O dildo coloca a questão da morte, da simulação e
da falsidade no sexo. Inversamente, obriga a interrogar-se sobre a
vida, a verdade e a subjetividade no sexo. O dildo que goza sabe que
o prazer (todo prazer sexual) nunca é dado ou tomado, que nunca está
ali, que nunca é real, que sempre é incorporação e reapropriação.
(PRECIADO, 2014, p. 87)
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nossa anatomia (nossos genitais) e também nossa prática sexual (com suas
sensações, prazeres e costumes), está reduzida a um único significante, como
se “fazer sexo” fosse uma repetição idêntica em diferentes culturas, épocas e
corpos. Existem tantas formas de praticar sexo quantas são as
combinações possíveis entre os corpos viventes. Mais que apenas os corpos,
também os objetos, os sons, as redes digitais, as imagens e a eletricidade podem
conosco compor uma prática sexual.
Todo este texto foi um argumento em favor da (1) desarticulação da noção
do corpo enquanto um núcleo de funcionamento natural, (2) do reconhecimento
da sexualidade enquanto coextensiva ao poder, (3) do gênero enquanto uma
performance estilizada, (4) do desejo enquanto produção multidimensional e (5)
do prazer enquanto sensação descentrada dos genitais para, enfim, podermos
intuir práticas sexuais de um tipo ciborgue-pós-gênero (Donna Haraway), ou
também uma prática sexual fora da economia da heterossexualidade
compulsória (Judith Butler) ou, por fim, uma prática contrassexual pós-genital
(Paul Beatriz Preciado).
Assim como Ítalo Calvino, que nunca escreveu sua última proposta para
a literatura do novo milênio, nossa última proposta para os corpos deste milênio
também ficará por ser escrita (embora por razões menos drásticas) porque seria
impossível propor uma prática sexual para outrem sem limitar-lhe a existência (a
história já nos fez isso). Neste caso, mais vale largarmos este texto para
colocarmos em prática aquilo que foi discutido nas linhas anteriores, ou ainda,
para quem se sentir impelido, escrever aqui suas próprias experiências e
ambições sexuais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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