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A teoria do contrato social presume, resumidamente, que a partir de certas normas de tratamento
igualitário, justiça e direitos, o ser humano tenderá a comportamentos cooperativos, pois entende
que o motivador é o comportamento colectivo, espera-se, então, que os gerentes irão actuar
segundo os interesses colectivos, já que todos estarão afectados por eles.
Aula 7
Aula 8
A teoria da governança corporativa teve origem no enfoque contratual das relações económicas,
baseadas na teoria da agência e também nos princípios da economia dos custos de transacção.
Para a teoria económica clássica, as empresas têm papel passivo, de mera transformação de
insumos em produtos e suas acções não impactam na concorrência, dispensando o emprego de
outra estratégia que não a maximização “mecânica” dos lucros. Desse modo, a estrutura de
controlo e propriedade da firma não é levado em consideração (SIFFERT, 2000).
Mas para as novas teorias económicas, com destaque para a denominada NEI (Nova Economia
Institucional), as empresas são definidas como “estruturas de governança”, ou mesmo um grupo
de contratos (SIFFERT, 2000).
A estrutura da governança deve ser definida a partir das transacções e seus atributos (frequência,
incerteza, grau de especificidade), e em função de seus custos de operação e capacidade. Um
aspecto importante a ser analisado na NEI é o problema clássico pela separação de propriedade e
gestão, que é trato pela literatura económica através da teoria da agência.
Aula 9
A teoria da agência alerta para o conflito oriundo da separação da propriedade do controlo das
organizações. Isso porque, conforme o conflito central da teoria da agência não necessariamente
o “agente” irá actuar segundo os interesses do proprietário, se presume que as pessoas são
motivadas pelos seus próprios interesses (JENSEN; MECKLING, 1976 apund COUGHLAN;
NARASIMHAN, 1992).
Essa teoria pressupõe, então, uma visão do homem oportunista e relações de trabalho com
conflitos de interesse, em que o controlo assume o papel de minimizar o conflito e induzir os
comportamentos na direcção desejada (JENSEN; MECKLING, 1976 apund COUGHLAN;
NARASIMHAN, 1992).
Um outro aspecto de relevância para a teoria da agência reside na divisão do risco entre o
proprietário e o seu “agente”. A teoria da agência prevê que o proprietário é “risco-neutro” e os
empregados possuem a versão ao risco, pois o risco para o empregado é mais custoso do que
para o proprietário (HUAT; SOON, 1999). Eisenhardt (1989), põe dúvidas quanto a esse
postulado, argumentos que os indivíduos podem deferir em suas preferências ao risco.
O papel do risco
Uma questão central que afecta a remuneração é o papel do risco, definido como a incerteza
sobre os eventos futuros (EISENHARDT, 1989). Ambiente de alto risco oferecem baixa
previsibilidade e, portanto, afectam a acuracidade das medidas de desempenho, que por sua vez,
afecta as decisões relativas a remuneração baseada em incentivos variáveis.
Autores apontam que a tomada de decisão sobre o futuro é, por natureza, de maior risco, o que
pode influenciar o gestor, se ele puder tomar decisões hoje que reduzam tal risco (HAUT;
SOON, 1999). Além disso, há evidências de que, sob alto risco, o gestor pode gastar muito
tempo reduzindo-o, ao invés de se ocupar com objectivos organizacionais, ou, ainda, pode
diminuir o esforço do gestor em tomar medidas de risco, tomando-o negligente ou cuidadoso em
excesso (FAMA; JENSEN, 1983 apund HUAT; SOON, 1999).
Segundo a teoria da agência, o “agente” pode esquivar-se dos objectivos do proprietário e até dar
a “falsa impressão” de estar actuando a seu favor, por saber que o proprietário não possui meios
de avaliar com precisão tais factos. Desse conflito emergem dois construtos: Perigo moral e
escolha desfavorável (FAMA; JENSEN, 1983 apund HUAT; SOON, 1999).
Aula 10
A teoria da análise do custo de transacção, preocupa-se com a delimitação entre produzir ela
própria seus insumos ou adquiri-los no mercado, analisando os custos das transacções
económicas. Nessa análise, são evidenciadas as questões relacionadas aos mecanismos de
monitoramento e controlo de actividades económicas e dos custos envolvidos (JOHN; WEITZ,
1989). O argumento é que, sob certas circunstâncias, o custo de monitoramento e de controlo
explícito da força de vendas pode ser tão alto que a necessidade da remuneração ganha espaço,
ou, eventualmente a sua terciarização, via representação.
Além das condições de incerteza do ambiente, devem ser observados a especificidade e o custo
das transacções. Assim, John Weitz (1989), sugerem atenção aos seguintes elementos:
a) Custos de monitorar o tempo e o esforço: o sistema de controlo: espera-se que o empregado
se esforce mais se mais bem monitorado e, portanto, gere mais resultados.
Ocorre que sempre existirá um custo envolvido no controlo e monitoramento dos empregados, já
que se presume que o empregado pode “enrolar”, ou seja, não fazer o que é esperado.
Aula 11
A teoria do capital humano fornece uma importante explicação para o papel da escolaridade no
incremento da produtividade e, consequentemente, para o aumento do salário. Para a teoria do
capital humano, a razão da forte correlação estatística observada entre escolaridade e a
remuneração do trabalho reside no significado da educação, particularmente na sua geração de
habilidade cognitivas, para elevação da produtividade marginal (FERNANDES; NEVES, 1999).
De acordo com Becker (1964 apund FERNANDES; NEVES, 1999), existem dois tipos de
qualificação adquirida pelo trabalhador. A qualificação geral que pode ser facilmente transferida
entre empresas, e a qualificação específica, a qual não é facilmente transferida entre empresas. A
educação do trabalhador é chave fundamental nesse processo. Entretanto, nem todas as
qualificações necessárias são adquiridas na escola; pelo contrário, grande parte delas é adquirida
durante a experiência no trabalho, havendo, dessa maneira, uma interacção positiva entre
educação e experiência.
A teoria do capital humano sugere, ainda, que atributos gerenciais afectam os níveis de ganho,
tais como: competências e habilidades de liderança, planeamento, entre outros (FERNANDES;
NEVES, 1999).
Aula 12
Essa teoria pressupõe que o trabalho deixa de ser visto e utilizado exclusivamente como uma
componente de custos, para tornar-se, adicionalmente, fonte de recursos. Pressupõe, sobretudo,
reconhecer a contribuição dos empregados, “vista como ruído indesejável dentro do dogma
taylorista”, rompendo o paradigma clássico da divisão do trabalho em fragmentos
(CARVALHO, 1992, pg. 23).
Aula 13
Tem por base percepções e crenças, por parte do empregado, a respeito das promessas de
obrigações mútuas, envolvendo, além da troca financeira, uma série de outras recompensas,
denominadas socioemocionais.
Os teóricos dessa corrente afirmam que aquilo que a organização oferece na relação de trabalho
como um todo é determinante para que se entenda o desempenho, comportamentos e resultados
do empregado.