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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências de Saúde


Curso de Licenciatura em Farmácia

Crispino Fermino Fariote


Edna Alfredo Manuel
Dias Ernesto Siculeque
Julia Luis Jeremias
Eduardo Malenga

Factores Farmacotecnicos que Influenciam na Biodisponibilidade

Trabalho de investigação de biofarmacia

Beira
2020

Crispino Fermino Fariote

1
Edna Alfredo Manuel
Dias Ernesto Siculeque
Julia Luis Jeremias
Eduardo Malenga

Factores Farmacotecnicos que Influenciam na Biodisponibilidade

Trabalho de investigação apresentado ao


docente de biofarmácia, 4º Ano do Curso de
Farmácia da Universidade Católica de
Moçambique, como requisito parcial de
obtenção de média de frequência da
disciplina.

Docente: Aldo Luis Culpa Pedro

Beira
2020

Trabalho de Investigação de Biofarmácia

Avaliado por: Aldo Luis Culpa Pedro

2
Nota:____________________________ (________)

_____________________________
(Crispino Fermino Fariote)
_____________________________
(Edna Alfredo Manuel)
_____________________________
(Dias Ernesto Siculeque)
_____________________________
(Julia Luis Jeremias)
_____________________________
(Eduardo Malenga)

Beira
2020

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Resumo
A biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no organismo, a partir da administração
da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e dissolução do fármaco, que
precedem sua absorção. Factores ligados as suas propriedades físico-químicas, bem com aqueles
relacionados aos excipientes empregados na formulação, além do processo de fabricação, tem
sido considerados responsáveis por alterações no efeito dos medicamentos, uma vez que podem
afectar a biodisponibilidade dos fármacos. Podem se refletir em diversos parâmetros, como na
compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação e mistura, dureza,
friabilidade, uniformidade de conteúdo, velocidade de desagregação, estabilidade do activo,
revestimento, dissolução e biodisponibilidade. Neste contexto abordar-se-á especificamente dos
factores dependentes de produção da fabricação que são: tipo de granulação; força e velocidade
de compressão; alteração de parâmetros do processo de produção, forma e condições de secagem
do granulado, tempo de mistura ou agitação. Estes todos por sua vez podem alterar
significativamente o desempenho da forma farmacêutica no organismo, com isso a
biodisponibilidade dos medicamentos.
Palavras-Chaves: Influencia, biodisponibilidade, farmacos, fabricação.

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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................................6
1.1.Objectivos ................................................................................................................................ 7
1.2. Objectivo geral ........................................................................................................................ 7
1.3. Objectivos especificos ............................................................................................................ 7
1.4. Método de procedimento..........................................................................................................7
2. Biofarmacotécnica ......................................................................................................................8
2.1. Influência dos processos de obtenção de medicamentos na biodisponibilidade ......................8
2.1.1. Influência do tipo de granulação ........................................................................................ 10
2.1.2. Influência da força e velocidade de compressão .................................................................12
2.1.3. Influência da temperatura ...................................................................................................13
2.1.4. Influência da velocidade de agitação ..................................................................................13
2.1.5. Influências relacionadas ao equipamento ...........................................................................14
2.1.6. Influências do meio de dissolução ......................................................................................14
2.1.7. Influências dos métodos analíticos .....................................................................................16
3. Conclusão ..................................................................................................................................17
4. Referencias bibliográficas ........................................................................................................ 18

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1. Introdução
No presente trabalho de investigação científica da cadeira de biofarmácia, pretende-se abordar o
tema refente a factores farmacotecnicos que influenciam na biodisponibilidade, com muita
frequência, medicamentos contendo o mesmo fármaco, em dose idêntica, com apresentação
farmacêutica semelhante e que, à primeira vista, parecem similares, produzem acções
terapêuticas extraordinariamente diferentes. Estas podem, em última análise, traduzir-se por
diversos incidentes ou acidentes, como a ineficácia de acção ou a toxicidade manifestada por
certos medicamentos.
Com efeito, a acção biológica produzida por um medicamento não é simplesmente função da
actividade intrínseca do ou dos fármacos que ele veicula. Inúmeros fenómemos, mais ou menos
complexos, se manifestam a partir do momento da administração, os quais dependem não só dos
próprios princípios activos e do organismo ao qual eles são administrados, mas ainda, em larga
medida, da forma e da fórmula farmacêutica utilizadas. O estudo de tais fenómemos constitui o
âmbito da biofarmácia, da farmacocinétíca e da farmacodínâmica. Não sendo do domínio desta
obra o que se relaciona com a última destas disciplinas, deve, desde já, referir-se que as duas
primeiras englobam o estudo dos processos de libertação, absorção, distribuição, metabolização e
execreçao dos fármacos. Nesta pesquisa veremos como os processos de obtenção dos
medicamentos podem influenciar na biodisponibilidade, que fazem parte dos factores
farmacotécnicos que influenciam na biodisponibilidade, como a influência do tipo de processo, a
influência do tipo de granulação e por fim veremos as influências da força e velocidade de
compressão (temperatura, da velocidade de agitação, relacionadas ao equipamento, do meio de
dissolução e dos métodos analíticos).

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1.1. Objectivos
1.2. Objectivo geral
 Compreender como os factores farmacotecnicos que influenciam na biodisponibilidade
dos medicamentos.

1.3. Objectivos especificos


 Discutir cada um dos factores farmacotécnicos que influenciam na biodisponibilidade;
 Explicar como cada um dos factores influencia na biodisponibilidade;
 Demonstrar as consequências que podem trazer na administração.

1.4. Método de procedimento


Para a consecução da pesquisa aplicamos a seguinte metodologia

1.4.1. Consulta Bibliográfica

Para sustentar teoricamente a pesquisa procuramos efectuar o levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos
científicos e páginas de web sites. Visto que qualquer trabalho científico inicia-se com uma
pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto.
Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objectivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA,
2002, p. 32. Cit. Por Gerhardt e Silveira 2009).

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2. Biofarmacotécnica
Em conformidade com Ferreira (2006), a biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no
organismo, a partir da administração da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e
dissolução do fármaco, que precedem sua absorção. Também estuda a relação entre a intensidade
e o efeito biológico dos activos e, os vários factores relacionados ao próprio fármaco, à
formulação do medicamento, incluindo o processo produtivo e, à via de administração (p.4).
A biofarmacia estuda a influência da formulação e da técnica de fabricação de um medicamento
sobre a sua actividade terapêutica, levando em consideração os efeitos da forma de administração
sobre a resposta biológica e os factores que podem afectar o princípio activo e a forma
farmacêutica (Alvaréz, p.29).

2.1. Factores farmacotecnicos que influênciam na biodisponibilidade


De acordo com Bonamici (2009), o desenvolvimento farmacotécnico de medicamentos envolve
um conjunto de factores inerentes a sua tecnologia de produção e ao controle de qualidade. A
garantia dessa qualidade deve assegurar a eficácia terapêutica dos mesmos (p. 16).
A relação entre o fármaco, a forma farmacêutica que o contém e a via pela qual é administrado
determina quanto e com que velocidade esse fármaco entra na circulação sistémica. Sendo assim,
a biodisponiblidade um parâmetro relacionado ao processo de absorção, em que esta última é a
transferência do fármaco do local de administração para a corrente sanguínea (Bonamici, 2009,
p.63).

A biodisponibilidade indica a extensão em que a fracção de uma dose de um fármaco alcança o


seu local de acção ou um líquido biológico a partir do qual o fármaco tem acesso ao seu local de
acção (Brunton, 2012, p. 4). A biodisponibilidade não é uma característica apenas dos fármacos:
variações na actividade enzimática da parede intestinal ou do fígado, no pH gástrico ou na
motilidade intestinal também à afectam (Rang & Dale, 2016, p. 282).

A solubilidade é um factor determinante para a liberação do fármaco e também para a sua


absorção, portanto, tem um papel importante na biodisponibilidade. Para que o fármaco possa ser
absorvido ele tem que estar na forma de solução aquosa no sítio de absorção, não importanto se o
mecanismo de absorção seja por difusão passiva ou transporte activo (Bonamici, 2009 p. 17,). 4

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Conforme Prista (2008, p. 283), dissolução é a operação física que consiste em misturar,
inliinainenie duas ou mais substâncias, de modo a formarem uma única fase. Desta operação
resulta uma solução, a qual não mais do que uma mistura homogénea, cuja composição, no
entanto, pode ser variável.
A dissolução pode ser definida como sendo o processo pelo qual um fármaco é liberado de sua
forma farmacêutica e se torna disponivel para ser absorvido pelo organismo (Marcolongo, 2003,
p. 1).
A segurança e eficácia clínica dos medicamentos não podem ser atribuidas exclusivamente as
propriedades farmacológicas intrínsicas do fármaco. Factores ligados as suas propriedades físico-
quimicas, bem com aqueles relacionados aos excipientes empregados na formulação, além do
processo de fabricação, tem sido considerados responsáveis por alterações no efeito dos
medicamentos, uma vez que podem afectar a biodisponibilidade dos fármacos (Bonamici, 2009,
p.59).
Alguns estudos mostram que variações na formulação ou na técnica de fabricação podem gerar
diferenças substanciais na absorção e, consequentemente, na resposta terapêutica dos fármacos.
Assim sendo, merecem atenção especial nas formas farmacêuticas sólidas, cuja dissolução pode
ser efectuada pelas características inerentes ao fármaco, bem como pela presença de excipientes
que favorecem ou dificultam a dissolução, além das técnicas de fabricação empregadas
(Bonamici, 2009, p.63).
Conforme Ferreira (2006), os factores dependentes do processo de fabricação são: tipo de
granulação; força de compressão; alteração de parâmetros do processo de produção (tempo de
mistura, agitação ou secagem) (p. 5).
Factores tecnológicos como o tipo de processo, tempo e velocidade de agitação, tipo de
granulação, temperatura de secagem e força de compressão, entre outros, podem influenciar a
biodisponibilidade de um fármaco (Silvia, Oliveira, Rodrigues, Marambo, 1999, p. 10).
Para Manadas (2002, citado em Gasporotto, 2005): os processos envolvidos na fabricação de
medicamentos podem influenciar na dissolução e biodisponibilidade. Aspectos como, forma e
condições de secagem do granulado, tempo de mistura ou agitação, velocidade e força de
compressão também podem alterar significativamente o desempenho da forma farmacêutica no
organismo (p.32).

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As condições de processo como a temperatura de secagem e condições de revestimento são
importantes para garantir a reprodutibilidade na velocidade de dissolução do producto durante o
seu armazenamento (Bonamici, 2009, p. 32).
Durante a produção de Formas Farmacêuticas sólidas, as propriedades dos excipientes, assim
como a dos activos, podem se refletir em diversos parâmetros, nomeadamente:
compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação (escoamento e enchimento da
matriz, ejecção dos comprimidos, preparação de cápsulas) e mistura. Ainda, podem ser
influenciadas: dureza, friabilidade, uniformidade de conteúdo (UC), velocidade de desagregação,
estabilidade do activo, revestimento, dissolução e biodisponibilidade (Ferreira, 2006, p. 5).
No caso de medicamentos genéricos, podem comprometer a bioequivalência e intercambialidade,
tal pode ser evitado realizando-se o desenvolvimento farmacotécnico do producto de maneira
adequada (Bonamici, 2009, p.63).

2.1.1. Influência do tipo de granulação


Grânulos sao preparações farmacêuticas constituídas por grãos sólidos e secos formados por
aglomerados de partículas de pó de resistência suficiente para permitir as diversas manipulações.
Estes podem ser obtidos por 3 tipos de processos: via seca, via humida e por fusão. A preparação
do medicamento definitivo é, em regra, feita a húmido, e, raras vezes, por fusão. A granulação a
seco utiliza-se na granulação de granulados que constituem uma fase intermediária na obtenção
de alguns comprimidos (prista, 2008 p.648).

2.1.1.1. Etapas de preparação dos grânulos


Segundo Prista (2008), o processo de preparação de grânulos por via húmida envolve quatro
fases principais:
a) Humedecimento dos pós – pulverização e mistura dos componentes sólidos em almofariz ou
misturados; humedeciemento com líquidos apropriados (água, álcool ou éter, ou soluções
aglutinantes como xarope simples, mucilagens de goma, de éteres de celulose, etc.)
b) Granulação da massa por meio de um tamis – a massa obtida é granulada por crivo de
abertura de malha adequada. A granulação pode efectuar-se pior meio de tamises (aço
inoxidável, nylon, ferro estanhado) ou de discos perfurados.

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c) Secagem – ao ar livre em casos raros. Em estufas, a 30-50°C, melhor processo. Por meio de
radiações infravermelhas, na indústria. A temperatura da secagem é muito importante, por
quanto alguns compostos podem sofrer diversas alterações. Em regra, não se ultrapassam os
40°C, sendo a quantidade de água residual de cerca de l a 3%.
d) Calibração do granulado – uma vez seco, o granulado é obrigado a passar por um crivo de
malhas mais largas do que o que serviu para a granulação. Finalidade: fragmentar alguns grãos
que se tenham aglomerado! Deve ser executada livremente, por simples agitação do crivo e, em
nenhum caso, obrigando o granulado a passar, por compressão. Posteriormente, separam-se os
grão de tamanho muito menor do que a média, usando para isso um tamis com cerca de 0,7 mm
de avertura de malha. A porção de granulado que atravessou esse tamis é aproveitada,
granulando-se novamente ao tamanho do grão desejado.

O tipo de granulacao utilizada, via seca ou via humida tem impacto significativo na dissolução.
A relatos, por exemplo, em que foi possível aumentar a solubilidade de compostos pouco
solúveis usando a técnica de spray-drying para aplicar uma solução diluida dissolvente ao
fármaco contendo desintegrantes adequados. (Takeuchi, 1987, citado em Marcolongo, 2003,
p.17). De modo geral, a granulação húmida favorece a dissolução do fármaco pouco solúveis ou
conferir a eles características hidrofílicas (Abdou, 1989, citado em Marcolongo, 2003, p.18).
A incorporação de desintegrantes durante a granulação por via húmida pode ocorrer sob três
métodos distintos: a incorporação intra ou extragranular e a incorporação em ambas as fases. Em
estudo realizado por Gordon (1993, citado em Bonamici, 2009): verificou-se que em
comprimidos contendo lactose, naproxeno e fosfato de cálcio balsámico, nos quais se ultilizou a
mesma quantidade de superdesintegrantes, a incorporação extragranular destes últimos resultou
em maior velocidade de dissolução quando comparada a incorporação de quantidades iguais de
superdesintegrantes distribuidas intra ou extragranularmente. Verificou-se, também, que ambos
os casos anteriores apresentaram velocidade de dissolução superior a da formulação preparada
por incorporação intragranular (p. 32).
A técnica de secagem por spray drying (também conhecido como secagem por nebolização ou
aspersão) é um processo muito utilizado para a obtenção de extratos secos que consitui matéria-
prima para a indústria farmacêutica. O processo de secagem consiste em pulverizar o produto
líquido dentro de uma câmara submetida a uma corrente controlada de ar quente, e dessa maneira

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se consegue uma evaporação da água, obtendo-se uma separação ultra-rápida dos sólidos e
solúveis contidos, com a mínima degradação do produto a secar, terminando esse processo com a
recuperação do produto já em pó (Souza, Fernandes, Tralli, Galvão, p. 182).

2.1.2. Influência da força e velocidade de compressão


A força de compressão é uma variável complexa que pode afectar a dissolução de diferentes
formas. Uma das possíveis respostas para esta questão foi apresentada por Smith (1972, citado
em Marcolongo, 2003, p.18): afirma que quando as partículas tendem a se ligar durante o
processo de compreesão a dissolução pode diminuir. Por outro lado, quando as partículas não se
ligam, a taxa de dissolução pode aumentar. Em outras palavras, significa que a taxa de
dissolução depende das mudanças do tamanho das partículas ou de área de superfície durante o
processo de compreesão. Comportamento da dissolução frente a comprimidos produzidos
utilizando diferentes forças de compreesão varia conforme a formulação e as características de
seus componentes (Khan, 1972, citado em Marcolongo, 2003, p. 18).

O método de compressão também pode interferir na desintegração de comprimidos. Gonzalez et


al. (1995, citado em Silvia et al., 1999), verificaram que a dissolução de ampicilina em
comprimidos elaborados por compressão directa foi mais rapidamente em relação aqueles
processados por via húmida. Isso ocorre devido a maior facilidade de desintegração
proporcionada pela compressão directa, em que o fármaco é mais disponível para a dissolução do
que no caso da via húmida. Segundo Holgado (1995, citado em Silvia et al., 1999), o uso de
diluentes para a via húmida sugere a formação de massa matriz mais compacta, retardando a
liberação do fármaco (p. 10).
O efeito da força de compressão sobre a desintegração e dissolução de 12 diferentes modelos de
comprimidos de sulfato de efedrina foi analisado por Mufrod e Parrot (1990, citado em
Bonamici, 2009), as formulações foram desenvolvidas ulilizando-se diluentes hidrossolúveis
(lactose anidra) e insolúveis (fosfato de cálcio dibásico). Concluiu-se que o tempo de
desintegração pode ser independente da pressão aplicada no caso de diluentes insolúveis, ou
pode aumentar com diluentes solúveis. Observou-se também, que alterações na pressão aplicada
não modificam significativamente a dissolução de compostos solúveis (p. 32).

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2.1.3. Influência da temperatura
Normalmente temperaturas elevadas favorecem a dissolução e a solubilidade do fármaco, dessa
forma, recomenda-se que a temperatura do teste seja monitorada para não permitir grandes
variações, no máximo meio grau, da temperatura considerada adequada (geralmente 37°C).
(Marcolongo, 2003, p.18)
Opota et al. (1996, citado em Bonamici, 2009) estudaram os efeitos da temperatura (35-45º C)
sobre a velocidade de desintegração e dissolução de comprimidos de teofilina, utilizando várias
concentrações e tipos de hidroxipropilcelulose, preparados por granulação húmida. O aumento
da temperatura levou a aceleração da desintegração e dissolução, excepto para a fórmula base,
composta por teofilina monoidratada, amido de milho, talco, estearato de magnésio e sulfato de
cálcio (p. 32).

2.1.4. Influência da velocidade de agitação


A taxa de dissolução é directamente afectada pela velocidade de agitação uma vez que a
espessura da camada de difusão é inversamente proporcional a velocidade de agitação.
Velocidade de agitação baixa e alta podem ser utilizadas para notar diferenças dependendo da
formulação a ser testada, ja que vários factores e as características de cada formulação podem
influenciar a extenção em que a velocidade de agitação afecta a dissolução. Uma variação de 4-
5% nas velocidades é permitida pelas farmacopeias americanas e britânicas. ( Banakar, 1992;
Hood, 1966; Abdou, 1989, citado em Marcolongo, 2003)
Para determinar o efeito das variaveis de mistura sobre as propriedades de dissolução de
furosemida, foram elaboradas duas formulações de comprimidos por compressão directa,
utilizando-se dois tipos de agitador: “Tubula” e misturador em “V”. Os tempos de desintegração
e de dissolução foram determinados e comparados aqueles obtidos com Lasix®, producto que
não é fabricado por compreesão directa. A velocidade de dissolução das formulações que
utilizaram o misturador “tubula” foi significativamente superior aquela apresentada pelas
formulações que empregaram o misturador em “V”. A área sob a curva dos perfis de dissolução
aumentou em função do tempo de mistura para ambos os casos (Villiers, 1995, citado em
Bonamici, 2009, p. 32).

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2.1.5. Influências relacionadas ao equipamento
Aparato utilizado: é reconhecido que os aparatos oferecem condições de trabalho diferentes
dependendo do seu mecanismo. Consequentemente, parâmetros como a velocidade de agitação e
meio de dissolução diferem significativamente de aparato para aparato (Banakar, 1992, citado
em Marcolongo, 2003, p. 18).
Geometria do Sistema: o eixo do elemento de rotação (Sesta ou pa) deve conscidir em todos os
pontos com o eixo central da cuba, sendo permitido no máximo um desvio de mais ou menos
2mm, desde que isso não afecte a velocidade de agitacão. O ideal é que as hastes rodem sem
excentricidade (sem se disviar deste eixo) perceptível (ou significativa). De modo geral, desvios
superiores aos citados causam um aumento na taxa de dissolução (Pezoa, 1990; Banakar, 1992,
citado em Marcolongo, 2003).
Vibração do Sistema: O ideal é que não haja nenhum tipo de vibração no sistema, uma vez que
ela pode alterar o fluxo laminar e introduzir energia dinâmica indesejável, do que, eventualmente
pode causar mudanças significativas na cinética de dissoulução de alguns produtos. Por isso, os
aparelhos devem ser posicionados em bancadas niveladas e livres de vibração oriunda de outros
equipamentos (Pezoa, 1990; Vankel, 1999, citado em Marcolongo, p. 19).
Posição da haste: devem ser observados as especificações farmacopeicas para posicionamento
da haste dentro da cuba, obedecendo-se os limites estabelecidos, já que o mau alinhamento pode
causar distúrbios tao significativos no fluxo, que a taxa de dissolução pode variar ±25% de testes
para testes (Bankar, 1992, citado em Marcolongo, 2003).
Dispositivo para formas farmacêuticas que flutuam: é permitido o uso de um dispositivo para
auxiliar que formas farmacêuticas que tendem a flutuar (principalmente cápsulas) permaneçam
no fundo da cuba de dissolução. Normalmente essas peças são de aço inoxidável. Embora a
hélice seja a forma mais utilizada, existem outras que podem ser aplicadas sem que haja nenhum
prejuízo ao processo de dissolução. A introdução de colectores de amostra também pode causar
modificações na hidrodinâmica do sistema (soltero, 1989; Banakar, 1992, citado em
Marcolongo, 2003, p. 20).
3.1.6. Influências do meio de dissolução
Volume: o volume apropriado do meio de dissolução depende principalmente da solubilidade do
fármaco. De forma a minimizar os efeitos do gradiente de concentração e manter as condições
sink, a concentração do fármaco não deve exceder 10-15% da sua solubilidade máxima no meio

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selecionado. Para a maioria dos fármacos, com exceção daqueles pouco solúveis, cerca de 1 litro
de meio é suficiente (Abdou, 1989, citado em Marcolongo, 2003, p. 20).
Presença de ar/gases: a presença de gases dissolvidos no meio de dissolução pode gerar vários
problemas. Eles podem afectar o pH e impedir o fluxo adequado do meio de dissolução,
provocar mudanças no movimento das partículas e diminuir o contacto entre o líquido e o sólido
formando pequenas bolhas na superfície da forma farmacêutica, uma vez que os gases podem
formar bolhas durante mudanças de temperatura. A solubilidade de gases no meio de dissolução
também depende da temperatura. O meio pode ser devidamente desareado/ desgasificado por
aquecimento a 45°C seguido por filtração a vácuo, por solidificação a 35°C, por ebulição seguida
de esfriamento da água, ou por borbulhamento de gás hélio no meio (Vankel, 1999, Pezoa, 1990;
Qureshi, 1995, citado em Marcolongo, 2003, p. 20).
Presença de bolhas de ar: as bolhas de ar não têm relação com a presença de gases no meio de
dissolução e podem aparecer em duas situações quando se utiliza o aparato da cesta, ao descer a
cesta no meio pode-se formar uma bolha no fundo da mesma ou ao redor da forma farmacêutica
prejudicando a dissolução (Vankel, 1999, citado em Marcolongo, 2003, p. 21).
pH: o pH no trato gastrintestinal (TGI) varia entre 1,0 a 7,8. Dessa forma, a escolha do pH do
meio deve considerar, principalmente, o tipo d liberação do fármaco a partir da forma
farmacêutica (imediata ou não) e o sítio de absorção do mesmo. Nem sempre o pH que favorece
a absorção é aquele em que o fármaco melhor se dissolve. Permite-se uma variação de 0,05
unidades em relação ao especificado no teste de dissolução de cada monografia. Apesar de
combatida por alguns, a utilização de água como meio de dissolução se justifica principalmente
porque ela não exerce nenhuma ação corrosiva no equipamento e apresenta frequentemente
resultados comparáveis àqueles obtidos quando se utiliza um meio ácido (Storpirtis, 1999;
Abdou, 1989, citado em Marcolongo, 2003, p. 21).
Evaporação do meio: pode ser minimizada aquecendo-se o meio a 37°C antes de introduzi-lo na
cuba de dissolução.
Viscosidade: de modo geral, quanto maior for a viscosidade do meio, mais lenta será a
dissolução, uma vez que as moléculas dissolvidas têm seu trânsito dificultado pela viscosidade,
principalmente nos processos controlados por difusão (Banakar, 1992, citado em Marcolongo,
2003, p. 23).

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Força iônica/pressão osmótica: essas duas variáveis estão intimamente relacionadas.
Geralmente um aumento nos valores de força iônica ou pressão osmótica favorecem a dissolução
(Abuzarur-Aloul, 1997; Khan, 1996, citado em Marcolongo, 2003, p. 22).
Tensoactivo: os tensoactivos orgânicos (sais biliares) normalmente são aniônicos ou não iônicos,
com valores de EHL (equilíbrio hidrofílico- lipofílico) entre 16 e 20. Dessa forma, a opção pelo
uso de tensoactivos pode levar esses factores em consideração, quando se deseja aproximar o
teste in vitro da situação in vivo. Os tensoactivos diminuem a tensão superficial entre o sólido e o
meio de dissolução favorecendo a dissolução, e podem ser utilizados mesmo abaixo da
concentração micelar crítica (Abuzarur-Aloul, 1997; Abdou, 1989, citado em Marcolongo, 2003,
p. 22).
3.1.7. Influências dos métodos analíticos
Método de filtração: os filtros utilizados não devem absorver o fármaco, nem liberar partículas
de material para a solução (Pezoa, 1990, citado em Marcolongo, 2003, p. 23).
A filtração é a separação das partículas sólidas em suspensão num líquido por efeito de uma
pressão sobre uma superfície porosa, ficando o sólido retido e passando o líquido através das
aberturas do septo filtrante (Prista, 2008, p. 64).
Método analítico: deve estar validado para o procedimento. A grande maioria das monografias
especifica que pode ser utilizado método espetrofotométrico, embora tenha aumentado o número
de métodos cromatográficos.

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3. Conclusão
A solubilidade e a dissolução são dois processos que possibilitam a libertação da forma
farmacêutica do fármaco e o torna disponível para ser obsorvido pelo organismo. Os processos
de fabricação têm sido considerados responsáveis por alterações no efeito dos medicamentos,
uma vez que podem afectar a biodisponibilidade dos fármacos. Alguns estudos mostram que
variações na formulação ou na técnica de fabricação podem gerar diferenças substanciais na
absorção e, consequentemente, na resposta terapêutica dos fármacos, assim sendo, merecem
atenção especial nas formas farmacêuticas sólidas, cuja dissolução pode ser efectuada pelas
características inerentes ao fármaco, bem como pela presença de excipientes que favorecem ou
dificultam a dissolução. De forma geral, concluimos que os processos de fabricação influenciam
significativamente o desempenho da forma farmacêutica no organismo, e desta forma influencia
na biodisponibilidade do fármaco.

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4. Referências bibliográficas
1. Rang, H. P., Ritter, J.M, Flower, R.J., & Herderson, G (2016). Rang & Dale Farmacologia (8ª
ed.). Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda.

2. Prista, LN., Alves, A.C., & Morgado, R. (2008). Tecnica Farmacêutica e Farmácia Galênica;
(4ª edição) vol. 3; Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian editora.

3. Brunton, L.L., Chabner, B.A., & Knollmann, B.C. (2012). As bases terapeuticas da
terapeutica Goodman & Gilman (12ª ed.); São Paulo: AMGH Editora Ltda.

4. Gasporotto, F.S. (2005); Factores relacionados a sintese de matérias-primas que podem


alterar a biodisponibilidade do medicamento generico (Tese de Mestrado). Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Recuperado de
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5395/000469676.pdf?sequence=1

5. Souza, A. V., Fernandes J. F., Tralli, J. B., & Galvão, P. Aplicacao da secagem por spray
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