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2/25/20

ECONOMIA DO
TURISMO
Licenciatura em Turismo
1º Ano
Docente:
Eduardo Pinheiro

1. Introdução à Economia

1.1 Objeto e objetivo da Economia


1.2 Os 10 princípios da Economia
1.3 A Economia como ciência social
1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da
economia;
1.5 Atividade Turística e a atividade económica.

(c) Eduardo Pinheiro 1

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1.1 Objeto e objeBvos da Economia


do grego: “oikos nomos” – “aquele que governa a casa”

Economia é o estudo de como a sociedade gere os seus


recursos escassos.
Mankiw, G. (2012)

Economia é o estudo de como as sociedades uBlizam recursos


escassos para produzir bens valiosos e os distribuem pelas
diferentes pessoas.
Samuelson, P. (2010)

A Economia (em parBcular a Microeconomia) consiste no


estudo da forma como os agentes económicos fazem
opções em contextos de escassez
Frank, R.(2014)
(c) Eduardo Pinheiro 2

1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)

• Como se pode inferir das afirmações anteriores, a


escassez é a fonte do denominado “problema
económico”, pelo que a economia é a ciência da
escassez;

• Os recursos disponíveis são, por definição, escassos


face às necessidades ilimitadas dos diversos agentes
económicos;

• Como o objeBvo é maximizar a saBsfação das


necessidades tendo em conta os recursos disponíveis,
importa tomar as decisões mais eficientes neste
contexto de escassez.
(c) Eduardo Pinheiro 3

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1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)

• Se as necessidades humanas fossem limitadas, não


exisBria o “problema económico”;

• Porque é que as necessidades humanas são


ilimitadas?
• Crescimento populacional gera novas necessidades básicas;
• Busca pela elevação do padrão de vida é conbnua;
• Evolução tecnológica cria novas necessidades;
• Faz parte da natureza humana querer progredir;
• Questões éBcas, legais, ambientais , …

© Eduardo Pinheiro 4

1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)

• Hierarquia das necessidades, segundo Maslow:

© Eduardo Pinheiro 5

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1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)

• Escassez e escolhas:
– Em qualquer sociedade, independentemente da
organização económica ou regime políBco, a
questão da escassez requer que se façam
escolhas

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(c) Eduardo Pinheiro

1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)

Necessidades Humanas O quê e


ilimitadas quanto?
X ESCASSEZ ESCOLHA Como?
Recursos Produ4vos Para quem?
Limitados (escassos) (produzir)

(c) Eduardo Pinheiro

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1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)


O problema económico e questões económicas
Fundamentais:
1. O quê e quanto produzir:
– Dados os recursos escassos, a sociedade deve escolher o
que produzir e em que quanBdades:
• Mais bens de consumo ou mais bens de luxo?
• Mais casas ou mais carros?
• Mais bens de consumo ou bens de capital?
• Qual o montante de cada opção?

– Possíveis soluções:
• Os consumidores, através da Procura, fornecerão as indicações e
os produtores decidirão o quê e quanto produzir de acordo com o
preço dos bens e serviços;
• É expectável que aqueles bens cujo preço (rentabilidade) for 8
maior, verifiquem um aumento de produção.
(c) Eduardo Pinheiro

1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)


2. Como produzir:
– A sociedade terá que escolher quais os recursos
produBvos que serão uBlizados para a produção;
– Questões de eficiência produBva:
• Que método de produção será uBlizado?
• Qual a tecnologia mais adequada?
• UBlização de métodos/tecnologias que economizem
mão-de-obra ou capital?
– Possíveis soluções:
• Resolução no âmbito das empresas;
• Envolve seleção de tecnologias e recursos adequados;
• Trade-off com base no preço das tecnologias alternaBvas.

(c) Eduardo Pinheiro

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1.1 Objeto e objeBvos da Economia (Cont.)

• 3. Para quem produzir:


– Os consumidores decidem como gastar os
rendimentos de trabalho e de propriedade,
como contraparBda dos serviços dos seus
factores de produção;
– Decisões sobre para quem se produz e entre
quem se distribuem os produtos;
– Levantam-se questões associadas à distribuição
da riqueza gerada, e se esta é feita ou não de
forma justa e equitaBva.
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(c) Eduardo Pinheiro

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1.2 Os 10 princípios da Economia

• Como é que as pessoas fazem escolhas e


tomam decisões?
– Têm em consideração a existência de trocas ou
tradeoffs;
– O custo de algo deve ser medido em termos
daquilo a que se tem de abdicar para o obter;
– Pessoas racionais pensam em termos marginais;
– As pesoas respondem a incenBvos.

(c) Eduardo Pinheiro 11

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• Como é que as pessoas interagem umas com


as outras para saBsfazer as suas
necessidades?
– As relações comerciais tendem a melhorar o
bem-estar de todos;
– Os mercados são, regra geral, um bom
mecanismo de organizar a aBvidade económica;
– A intervenção do Estado na economia pode, por
vezes, melhorar os resultados do mercado.

(c) Eduardo Pinheiro 12

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• As forças e tendências que influenciam o


funcionamento da economia como um todo:
– O nível de vida de um país depende da sua
capacidade de produzir bens e serviços;
– Os preços aumentam quando há excesso de
moeda em circulação (inflação);
– A sociedade enfrenta no curto prazo um tradeoff
entre inflação e desemprego.

(c) Eduardo Pinheiro 13

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #1 – As pessoas enfrentam tradeoffs


• Para se obter uma coisa usualmente é
necessário abdicar de outra:
– Armas vs. manteiga
– Comida vs. roupa
– Tempo de lazer vs. trabalho
– Eficiência vs. equidade
Tomar decisões requer trocar um objeBvo ou
meta por outro(a).
(c) Eduardo Pinheiro 14

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)


• Quando fazemos escolhas selecionamos uma das várias
alternaBvas disponíveis:

Escolha = troca = “trade-off”

• Trade-off: abdicar de algo para poder obter outra coisa em


troca:
– “No free lunch”
– Companhias aéreas
low cost

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(c) Eduardo Pinheiro

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• Eficiência vs. Equidade


– Eficiência significa que a sociedade consegue
obter o maior bem-estar possível a parBr dos seus
recursos escassos;

– Equidade significa que os benevcios obBdos


daqueles recursos são distribuídos de forma justa
pelos membros da sociedade.

(c) Eduardo Pinheiro 16

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #2 - O custo de algo deve ser medido em


termos daquilo a que se tem de abdicar para o obter
• A tomada de decisões requer a comparação dos custos
e benevcios das várias alternaBvas:
– Devo ir para a Universidade ou começar já a trabalhar?
– Devo estudar ou sair com os amigos?
– Devo acordar para ir às aulas ou ficar a dormir ?
• O custo de oportunidade de algo corresponde ao que se
tem de abdicar para o obter;
• A análise custo-beneMcio é uma ferramenta essencial.
(c) Eduardo Pinheiro 17

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Custo de oportunidade:
• É um custo implícito a considerar no processo de
tomada de decisão;
• Não tendo recursos suficientes para efetuar as
aBvidades X e Y, o facto de optarmos por afetar os
nossos recursos à aBvidade X implica perder a
oportunidade de efetuar a aBvidade Y;
• Neste caso, o valor de fazer Y é o custo de oportunidade
de fazer X;
• Num contexto de mútua exclusividade deveremos optar
por aquela(s) aBvidade(s) que acrescentem valor, isto é,
que tenham valor mais elevado.
(c) Eduardo Pinheiro 18

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Análise Custo-beneMcio:
• Análise fundamental para o processo de tomada de
decisão;
• Só deverão ser tomadas as decisões cujos
benevcios superem os custos daí decorrentes:
– Seja B(x) o benevcio obBdo com a aBvidade x;
– Seja C(x) o custo associado à aBvidade x;
• Se B(x) > C(x) => Fazer a aBvidade x;
• Se B(x) < C(x) => Não fazer a aBvidade x;
• Se B(x) = C(x) => Impasse.

(c) Eduardo Pinheiro 19

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Análise Custo-beneMcio (cont.):


• Para implementar esta análise torna-se necessário
quanBficar benevcios e custos;
• A forma mais simples de o fazer é traduzi-los em
termos monetários, contudo este processo nem
sempre é fácil:
– Custos explicítos e implícitos –> Custo de oportunidade;
– Custos relevantes e irrelevantes –> Custos
irrecuperáveis ou afundados (sunked costs);
– Ignorar alguns custos relevantes.

• Conceito de Preço de Reserva.


(c) Eduardo Pinheiro 20

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Análise Custo-beneMcio (cont.):

• Conceito de Custos irrecuperáveis ou afundados:


– Sunked costs;
– São custos já incorridos (pagos) no momento em que é
tomada a decisão, pelo que deverão ser ignorados;
– Tendo sido já pagos, consBtuíram uma despesa ex-ante.
Assim, estes custos não têm relevância para
implementação da aBvidade.

(c) Eduardo Pinheiro 21

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #3 - Pessoas racionais pensam em


termos marginais
– Mudanças marginais são pequenos e incrementais
ajustamentos a uma situação pré-existente;

As pessoas tomam decisões comparando


custos e benevcios marginais.

(c) Eduardo Pinheiro 22

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #4 – As pessoas respondem a


incenBvos
• Um incenBvo é algo que induz as pessoas a agir e
tanto pode ser uma recompensa como um casBgo;
• Variações marginais dos custos ou benevcios
moBvam as pessoas a responder-lhes;
• A decisão de escolher uma alternaBva a outra
surge quando os seus benevcios marginais
superam os seus custos marginais.

(c) Eduardo Pinheiro 23

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #5 - As relações comerciais tendem a


melhorar o bem-estar de todos
• As pessoas obtêm ganhos da sua capacidade para
efetuar trocas comerciais entre si;
• A concorrência entre os vários agentes no mercado
gera ganhos de bem-estar;
• As trocas comerciais permitem que as pessoas se
especializem naquilo que fazem melhor.

(c) Eduardo Pinheiro 24

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #6 - Os mercados são, regra geral, um bom


mecanismo de organizar a aBvidade económica

• Economia de mercado é aquela que afeta os seus


recursos através das decisões descentralizadas de
múlBplas empresas e famílias à medida em que
interagem com os mercados de bens e serviços:
– As famílias decidem o que comprar e para quem
trabalham;
– As empresas decidem quem contratam e o que vão
produzir.

(c) Eduardo Pinheiro 25

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Modelos de Organização Económica:


• A forma de resolução do problema económico
varia em função do modelo de organização
económica;
• Modelos de Organização Económica:
– Modelo de Economia de Mercado ou Descentralizada;
• Generalidade dos países
– Modelo de Economia Planificada ou Centralizada;
• Modelo caracterísBco dos países do anBgo Bloco de Leste e
de alguns países asiáBcos (Coreia do Norte, p.e.)

(c) Eduardo Pinheiro 26

26

1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• Economia de Mercado:
– Os preços dos produtos (bens e serviços) são definidos
pelo mercado;

– O mecanismo de definição dos preços é automáBco e


decorre da comportamento dos
consumidores/famílias, no lado da Procura, e das
empresas, no lado da oferta;

– Esse comportamento de todos os agentes que


intervêm no mercado faz com que os preços flutuem e
se resolvam os problemas económicos fundamentais
do que produzir, quanto produzir, como e para quem.
(c) Eduardo Pinheiro 27

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

O sistema de mercado baseia-se na oferta e na procura para resolver os problemas económicos


(c) Eduardo Pinheiro 28
(fonte: Samuelson cap.2; fig. 2.1)

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• Economia Planificada:
– O Estado, através de um Órgão Central de
Planeamento, decide como resolver todos os
problemas económicos fundamentais (Planos
Quinquenais, p.e.);
– Os sistemas de Economia Planificada fracassaram
porque requeriam sistemas de informação para o
planeamento que os inviabilizava sob a óBca
económica.
– Do ponto de vista políBco Bveram problemas de
sustentação pois esses países transformaram-se em
regimes bastante fechados.
• Ex-URSS, China, Coreia do Norte, ...

(c) Eduardo Pinheiro 29

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• Modelos Mistos de Organização Económica:


– A realidade mostra que, independentemente do regime
políBco, a generalidade dos países têm sistemas de
organização económica mistos;
– São na sua generalidade modelos de Economia de Mercado,
mas com forte presença do Estado na economia;
– Na União Europeia e EUA, o Setor Público tem um peso
superior a 50% na aBvidade económica;
– A própria China, onde o Estado tem uma forte presença na
economia, ao esBlo de Economia Planificada, funciona
desde há alguns anos com base num sistema de Economia
de Mercado.

(c) Eduardo Pinheiro 30

30

1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #7 – A intervenção do Estado na economia


pode, por vezes, melhorar os resultados do mercado

• Dado que os mercados não são perfeitos (possuem falhas), o


Estado pode/deve intervir na economia;
• Falhas nos mercados ocorrem quando estes não conseguem
afetar os recursos de forma eficiente;
• O nível de intervenção depende, entre ouros fatores, de
questões de ordem ideológica do governo (Influência da
escola Keynesiana ou de Chicago – liberal).

(c) Eduardo Pinheiro 31

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• Falhas nos mercados podem ser causadas por:


– uma externalidade, que consiste no impacto da ação de
um indivíduo ou empresa no bem-estar de outros;
– Poder de mercado, que consiste na capacidade de um
agente económico (ou pequeno grupo de agentes) por si
só conseguirem influenciar consideravelmente os preços
de mercado.

(c) Eduardo Pinheiro 32

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

• A Intervenção estatal na economia visa três funções


económicas fundamentais:
• Eficiência;
• Equidade;
• Estabilidade.

• A Intervenção estatal na economia assenta


essencialmente:
• PolíZca Monetária;
• PolíZca Cambial;
• PolíZca Orçamental.

(c) Eduardo Pinheiro 33

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #8 - O nível de vida de um país depende da sua


capacidade de produzir bens e serviços

• O nível de vida pode ser medido de várias formas:


– Pela comparação dos rendimentos das pessoas;
– Pela comparação do valor de mercado da produção/riqueza do país
(PIB/PNB);

• Quase todas as variações nos níveis de vida dos vários países são
explicadas pelas suas produBvidades;

• ProduZvidade - quanBdade de bens e serviços produzidos por


unidade de trabalho.

(c) Eduardo Pinheiro 34

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio #9 - Os preços aumentam quando há


excesso de moeda em circulação (inflação)
• Inflação é a subida generalizada dos preços dos bens e
serviços que compõem um dado cabaz num determinado
período de tempo;
• Uma das causas da inflação é o aumento da quanBdade
de moeda em circulação;
• Quando existem grandes quanBdades de moedas em
circulção, o seu valor diminui.

(c) Eduardo Pinheiro 35

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1.2 Os 10 princípios da Economia (Cont.)

Princípio # 10 – A sociedade enfrenta no curto prazo


um tradeoff entre inflação e desemprego

• Na economia, um aumento na quanBdade de moeda em


circulação esBmula o nivel total de despesa, logo o aumento
da procura de bens e serviços;
• Com o aumento da procura, as empresas produzirão mais e,
para isso, irão contratar mais trabalhadores;
• Um aumento do número de trabalhadores empregados
reduz o desemprego;
• Contudo, ao fim de algum tempo, o aumento da procura
poderá levar as empresas a aumentar os seus preços,
gerando fenómenos inflacionistas.

(c) Eduardo Pinheiro 36

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1.3 A Economia como Ciência Social

• A Economia estuda como o indivíduo e a sociedade decidem


uBlizar recursos produBvos escassos, na produção de bens e
serviços, de modo a distribuí-los entre várias pessoas e
grupos da sociedade, com a finalidade de saBsfazer as
necessidades humanas (que são ilimitadas);

• Interage e estabelece relações de interdependência com


outras ciências:
– ciências sociais como o Direito, a Sociologia, Geografia, Ciência
PolíBca, entre outras;
– ciências exatas, como a MatemáBca, EstabsBca, Física, etc.

(c) Eduardo Pinheiro 37

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1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Limitações da Ciência Económica:


• Sendo a Economia uma ciência que procura explicar
realidades extremamente complexas, assenta em
pressupostos que criam algumas limitações ou falhas:
• subje&vidade;
• composição (assumir como válido para o todo o
verificado numa das partes);
• post-hoc (assumir a existência de um nexo de causalidade
entre dois acontecimentos contemporâneos);
• ceteris paribus (assumir que apenas a variação de uma
variável explica determinado acontecimento, mantendo-
se tudo o resto constante).
(c) Eduardo Pinheiro 38

38

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Método de estudo da Economia:

• UBlização do Método Cienbfico – economista como


cienBsta social;

• Terminologia própria - Conceitos e classificações;

• UBlização de modelos explicaBvos da realidade.


(c) Eduardo Pinheiro 39

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1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Terminologia I
• UBlidade - é a capacidade de anulação das
necessidades atribuída aos bens por parte de
quem experimenta essas mesmas necessidades.
– Na aceção económica, a uBlidade apresenta-se
como:
• SubjecBva (porque só existe quando reconhecida como tal
pelos indivíduos);
• Neutra (porque independente de considerações morais ou
outras).

(c) Eduardo Pinheiro 40

40

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Terminologia II

• Bem – produto ou serviço úBl, na perspeBva da sua capacidade


de saBsfazer necessidades:

• Bens Económicos – bens escassos cujo acesso requer dispêndio


económico;
• Bens Livres – bens não escassos e de acesso livre.

• Bens Naturais – recursos naturais, raros por definição;


• Bens Produzidos – bens que resultam da combinação de fatores
produBvos, mediante a uBlização de determinada tecnologia;
(c) Eduardo Pinheiro 41

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1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Terminologia III

• Os bens Económicos podem ainda ser classificados:


– Bens de produção, indiretos ou intermédios, desBnados a
serem uBlizados na produção de outros bens;
– Bens de consumo, diretos ou finais, que saBsfazem
diretamente as necessidades dos consumidores;

– Bens materiais, produtos vsicos tangíveis;


– Bens imateriais ou serviços, não se traduzem em produtos
tangíveis;

– Bens duradouros, cuja uBlidade perdura ao longo de períodos


de tempo sucessivos;
– Bens não duradouros, cuja uBlidade se exBngue num curto
período de tempo.
(c) Eduardo Pinheiro 42

42

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Terminologia IV

• Os bens económicos produzidos resultam da combinação de fatores de


produção, mediante a uBlização de uma determinada tecnologia.

• Fatores de Produção:
– Terra
– Trabalho
– Capital

• Terra e trabalho - factores de produção primários, não produzidos;


• Capital - conjunto de bens de capital produzidos com o intuito de
serem uBlizados na produção de outros bens;
– Nesta aceção, enquanto factor de produção, o capital entende-se por
capital técnico (tecnologia).
(c) Eduardo Pinheiro 43

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1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

• A Economia e os economistas, com base no


Método Cienbfico:
– Usam modelos abstratos simplificados para
explicar como um complexo mundo real opera;
– Desenvolvem teorias, recolhem e analisam dados
para avaliar essas teorias;
– Fazem suposições para explicar as várias
realidades;
– Usam diferentes suposições para diferentes
questões.

(c) Eduardo Pinheiro 44

44

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

• Os economistas usam modelos:

– “ Modelo é qualquer representação da realidade usada para


entender melhor situações da vida real” (Krugman e Wells);
– Permitem ao economista concentrar-se nos efeitos da alteração de
um parâmetro de cada vez, baseado no pressuposto de que tudo o
mais permaneça constante (CETERIS PARIBUS).
– Os modelos omitem detalhes e simplificam a realidade para permiBr
que sejam evidenciados os aspetos mais importantes;

(c) Eduardo Pinheiro 45

45

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1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

• Modelos económicos básicos:

– Diagrama de Fluxo Circular - modelo visual de


organização da economia que evidencia como se
processam as transações económicas através dos
mercados na sua forma mais elementar;

– Fronteira de Possibilidades de Produção - modelo que


representa as produções máximas de dois bens que
uma economia pode obter com os recursos e a
tecnologia disponíveis.
(c) Eduardo Pinheiro 46

46

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

• Diagrama de Fluxo Circular – representa visualmente os


fluxos reais e monetários que decorrem das transações
económicas entre os vários agentes presentes no mercado.
• Modelo básico (simplificado):
– Intervêm no processo de decisão apenas as famílias e as empresas;
– Não há intervenção do Estado nem, por conseguinte, impostos ou despesa
pública;
– Não há comércio externo (exportações e importações);

• Modelo com intervenção do Estado:


– Considera a intervenção do Estado na prestação de bens e serviços públicos e
recolha de taxas e impostos;

• Modelo de Economia aberta ao exterior:


– Considera a possibilidade de comércio externo (importações e exportações)

(c) Eduardo Pinheiro 47

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Diagrama de Fluxo Circular – Modelo Básico

Empresas Famílias

Consumos
intermédios
Salários, rendas Rendimentos
e lucros
Fluxos Reais Fluxos Monetários
(c) Eduardo Pinheiro 48

48

Diagrama de Fluxo Circular – Modelo com


intervenção do Estado

Bens e serviços Bens e serviços


públicos públicos
Empresas Estado Famílias
Taxas e impostos Taxas e impostos

Consumos
intermédios
Salários, rendas Rendimentos
e lucros
Fluxos Reais Fluxos Monetários
(c) Eduardo Pinheiro 49

49

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Diagrama de Fluxo Circular – Modelo com


intervenção do Estado e economia aberta
Economias Externas

Bens e serviços Bens e serviços


públicos públicos
Estado
Empresas Famílias
Taxas e impostos Taxas e impostos

Consumos
intermédios
Salários, rendas e Rendimentos
lucros

Economias Externas 50

Compilado(c)por
Eduardo
Eduardo
Pinheiro
Pinheiro - 2012 50
Fluxos Reais Fluxos Monetários

50

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Fronteira de Possibilidades de Produção:

Evidencia as quanBdades máximas de produção que


pode uma economia obter, dados os seus
conhecimentos tecnológicos e a quanBdade de
recursos disponíveis. Representa o menú de bens e
serviços disponíveis para uma sociedade
(Samuelson, 2010)

(c) Eduardo Pinheiro 51

51

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Fronteira de Possibilidades de Produção

• Pressupostos:
– Está disponível uma determinada quanBdade de
recursos;
– Esses recursos, escassos, são suscebveis de usos
alternaBvos;
– A economia produz apenas dois bens;
– Admite-se o pleno-emprego dos recursos;
– A tecnologia aBngiu um determinado nível;
– Máxima eficiência na uBlização dos recursos.
(c) Eduardo Pinheiro 52

52

Fronteira de Possibilidades de Produção

• Pressupostos:
– Está disponível uma determinada quanBdade de
recursos;
– Esses recursos, escassos, são suscebveis de usos
alternaBvos;
– A economia produz apenas dois bens;
– Admite-se o pleno-emprego dos recursos;
– A tecnologia aBngiu um determinado nível;
– Máxima eficiência na uBlização dos recursos.
(c) Eduardo Pinheiro 53

53

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Fronteira de Possibilidades de Produção -


Combinação de pares de produção

(adaptado de Samuleson 2010)

54

(c) Eduardo Pinheiro

54

Fronteira de Possibilidades de Produção –


Representação Gráfica
A
16
B

C
12

D
8
ma
s

E
4

0
0 1 2 3 4 F
5

Manteiga
(Adaptado de Samuelson 2010 )
55

(c) Eduardo Pinheiro

55

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Fronteira de Possibilidades de Produção –


Eficiência na utilização dos fatores
• A eficiência na uBlização
dos fatores ocorre
A
16 quando há uma
B combinação sobre a linha
G
FPP;
C
12
• Os pontos A, B, C, D, E e F
representam, portanto,
D combinações eficientes pois
H traduzem o pleno emprego
Armas

8 de fatores de produção
disponíveis na economia;
E • O ponto H, assim como todos
aqueles à esquerda da FPP,
4
são combinações possíveis
mas ineficientes;
• O ponto G e todos os
F pontos exteriores são
0
0 1 2 3 4 5 combinações inaBngíveis.
Manteiga (Adaptado de Samuelson 2010)
56

(c) Eduardo Pinheiro

56

Fronteira de Possibilidades de Produção - questões


económicas fundamentais

• "O que produzir e em que quanBdades?"

• Cada ponto da FPP representa uma combinação possível de


produção de ambos os bens face aos recursos e tecnologia
disponíveis na economia;

• O problema da escassez está também representado pois não é


possível produzir combinações de bens acima da FPP com os
recursos e tecnologia existentes;

• Sendo a FPP uma curva com inclinação negaBva que representa as


combinações máximas de produção de dois bens, então o
aumento da produção de um deles implica uma diminuição da
produção do outro. 57
(c) Eduardo Pinheiro

57

29
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção -


questões económicas fundamentais (cont.)

• “Como produzir?”
• A resposta a esta questão está associada às técnicas de
produção a uBlizar para maximizar a eficiência, ou seja,
qual a combinação de factores de produção que permite
maximizar a produção de ambos os bens com os
recursos disponíveis;
• Todos os pontos sobre a FPP correspondem à uBlização
das técnicas de produção mais eficientes;
• Os pontos no interior da FPP correspondam a
combinações de produção possíveis mas ineficientes;
• Os pontos exteriores são inaBngíveis face aos recursos e
tecnologia existentes.
58
(c) Eduardo Pinheiro

58

Fronteira de Possibilidades de Produção -


questões económicas fundamentais (cont.)

• "Quando produzir?"
• Se uBlizarmos o modelo FPP para representar a
produção de bens de consumo e de invesBmento (por
exemplo):
• A escolha de uma combinação de produção que
privilegie bens de invesBmento potenciará o
consumo futuro em detrimento de consumo
presente;
• Uma combinação que privilegie a produção de bens
de consumo potenciará o consumo presente em
detrimento de consumo futuro.
59
(c) Eduardo Pinheiro

59

30
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade

• A FPP mostra que o


16A custo de
B
oportunidade de um
C bem pode ser medido
12
em termos de outro
D bem;
• Passando-se de C para
Armas

8 E, a perda de produção
de 8000 Armas equivale
E ao aumento de
4 produção de 2M libras
de Manteiga;
• Quando a economia
0 está no ponto C o custo
0 1 2 3 4 5 F de oportunidade de 2M
libras de Manteiga é
Manteiga 8000 armas.
60
(Adaptado de Samuelson 2010)

(c) Eduardo Pinheiro

60

FPP– Aplicação do conceito de Custo de


Oportunidade (Cont.)

• Custo de oportunidade:
– Porção de que se desiste de um bem para obter
unidades adicionais de outro;
– É também designado de custo alternaBvo:
• Custo alternaBvo é um quociente (redução na quanBdade
produzida de um bem dividido pelo aumento na
produção do outro bem)
• O custo de oportunidade é crescente:
– A FPP é côncava em relação à origem dos eixos
devido à especialização dos fatores de produção;
– Deslocação de um fator competente num sector,
mas não especializado no outro.
61

(c) Eduardo Pinheiro

61

31
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)

• FPP e Custo de Oportunidade Crescente

62

(c) Eduardo Pinheiro

62

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)
• FPP e Custo de Oportunidade Crescente – representação gráfica
Custo de oportunidade da
Manteiga em termos de
armas
6

5
Decréscimo Armas

Produção adicional
de Manteiga
63

(c) Eduardo Pinheiro

63

32
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)
• FPP e a Lei dos Custos de Oportunidade Crescentes

À medida que a
produção de um bem
aumenta, o custo de
produção de uma nova
dose aumenta em
termos do bem a que
se renuncia.

64

(c) Eduardo Pinheiro

64

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)

• Taxa marginal de transformação:


– A taxa marginal de transformação de um bem noutro é
a medida do custo de oportunidade de um bem
medido em termos de outro;
– Número de unidades de um bem a que é necessário
renunciar para obter uma unidade adicional do outro,
dados os recursos disponíveis, o nível tecnológico e o
grau de eficiência com que se emprega a tecnologia;
– Pode ser determinado num arco da FPP ou num ponto
da FPP.

65

(c) Eduardo Pinheiro

65

33
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)
• Taxa marginal de transformação referida a um arco da FPP:
A
16 • Corresponde ao valor
B absoluto do quociente
das variações nas
C quanBdades dos bens;
12

• No numerador -
Armas

D
quantidade sacrificada de
TMgTYX = Tg(α) um bem;
8
ΔY
α E
• No denominador -
quantidade
4
adicionalmente obtida do
ΔX outro bem;
• A TMgTyx representa um
0
0 1 2 3 4 5 F custo de oportunidade
unitário e corresponde
Manteiga
analíBcamente à Tg(α).
66

(c) Eduardo Pinheiro

66

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)
• Taxa marginal de transformação referida a um ponto da FPP:
A
16
B
• corresponde ao valor
TMgTYX C absoluto da inclinação
12
da tangente à FPP
D nesse ponto, ou seja,
+1
Armas

8 ao valor absoluto da
derivada da expressão
E β analíBca da FPP, Y =
4
f(X), nesse ponto.

0
0 1 2 3 4 F
5

Manteiga
67

(c) Eduardo Pinheiro

67

34
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção – Aplicação


do conceito de Custo de Oportunidade (Cont.)
• Taxa marginal de • Taxa marginal de
transformação referida a transformação referida a um
um arco AB da FPP: ponto da FPP:

68

(c) Eduardo Pinheiro

68

Fronteira de Possibilidades de Produção – Efeitos da


evolução tecnológica/recursos disponíveis

• O crescimento económico decorre de evoluções


tecnológicas e/ou da acumulação de capital:

• Evolução tecnológica - desenvolvimento de novas e mais


eficientes maneiras de se produzirem bens e serviços;
• Acumulação de capital - aumento da disponibilidade de
recursos de capital (físico e financeiro) e também do
capital humano (educação/formação acumulada).

69

(c) Eduardo Pinheiro

69

35
2/25/20

Fronteira de Possibilidades de Produção – Efeitos


da evolução tecnológica/recursos disponíveis
• Evolução tecnológica/acumulação • Evolução tecnológica/acumulação de
de capital ao nível de um produto: capital ao nível dos dois produtos:

23 22,5

18 18,
Armas

Armas

14 13,5

9 9,

5 4,5

0 0,
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6

Manteiga Manteiga
70

(c) Eduardo Pinheiro

70

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

• Microeconomia Vs. Macroeconomia

Microeconomia: Macroeconomia:
Centra-se nas partes individuais da Centra-se na economia como um
economia; todo;
Estuda como as Famílias e as Estuda o comportamento e as
Empresas tomam decisões e relações entre os grandes agregados
interagem nos mercados enquanto económicos:
enBdades individuais: - Consumo privado (CP);
- Teoria do Consumidor; - Produto interno bruto (PIB);
- Teoria da Produção e Organização - Taxa de desemprego (TD);
Industrial; - Taxa de juro;
- Informação Assimétrica. - Consumo Público.
71

(c) Eduardo Pinheiro

71

36
2/25/20

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Microeconomia

72

Compilado
(c) por Eduardo
Eduardo Pinheiro - 2012
Pinheiro

72

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

• Economia Positiva Vs. Economia Normativa:

– Economia Positiva
• Afirmações/argumentos de como o mundo económico realmente é;
• São afirmações descritivas:
– Ex.: Redução do consumo privado gera desemprego; aumento de impostos
diminui rendimento disponível.
– Economia normativa:
• Afirmações/argumentos de como o mundo económico deveria ser;
• São afirmações prescritivas.
– Ex.: O governo deveria aumentar o SMN para beneficiar os trabalhadores de
mais baixos recursos; o governo deve fixar preços dos combustíveis para
proteger os consumidores.

73

(c) Eduardo Pinheiro

73

37
2/25/20

1.3 A Economia como Ciência Social (Cont.)

Exercício:
• Que análises têm subjacente uma perspecBva posiBva
ou normaBva?
1. Verifica-se um aquecimento do planeta em cerca de 1ºC
devido à diminuição da espessura da camada de ozono;
2. Se a UE liberalizar a políBca de vistos para indivíduos de
elevada escolaridade, provavelmente os países
subdesenvolvidos ficam sem médicos;
3. Quando a temperatura desce, o preço dos legumes
aumenta;
4. Os subsídios agrícolas da UE são prejudiciais às economias
dos países africanos;
5. Devemos reduzir nossa uBlização de combusbveis fósseis.

74

(c) Eduardo Pinheiro

74

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes


da Economia
• A Economia apenas se autonomizou enquanto ciência, a partir da
Filosofia Social e do Direito, com a publicação do livro “A Riqueza
das Nações” de Adam Smith, em 1776;

• Contudo, com a vida em sociedade as relações económicas sempre


existiram desde os primórdios da humanidade e, com elas, questões
a serem tratadas neste âmbito;

• Como percursores da teoria económica sistematizada e autónoma


podemos identificar:
– Antiguidade: Aristóteles, Platão e Xenofonte, na Grécia Antiga;
– Escola Mercantilista: no séc. XVI, com o apogeu dos descobrimentos,
nasce a primeira escola económica centrada na acumulação de riquezas de
uma nação;
– Escola Fisiocrática: no séc. XVIII, com François Quesnay, nasce em França
uma escola de pensamento económico que propõe o fator terra como
única fonte de riqueza e que existe uma ordem natural que faz o universo
75
ser regido por leis absolutas, imutáveis e universais.
(c) Eduardo Pinheiro

75

38
2/25/20

Evolução histórica do pensamento económico

Idade Idade
Pré-História Antiguidade Idade Média Atualidade
Moderna Contemporânea

Escola Keynesiana:
Economia primitiva ou Escola Mercantilista - Mercantilismo Estado
ou é agente de
A aBvidade económica era
natural, limitando-se
Primeiras
àsmanifestações Capitalismo Comercial;Iluminismo controlo da economia,
(direitos de
essencialmente agrária; com
da Economia (análise
questões da própria de Ênfase no nacionalismo económico
propriedade, queobjetivo de
liberalismo conduzir
comercial);
Feudalismo:
fazia da acumulação de Escola
riquezas oafim
um sistema de pleno
Fisiocrática;
sobrevivênciaformas
humana,de estado /-sistema de grandes propriedades,
principal do Estado; Escola Clássica emprego.
ou Liberal – Adam
preços justos e nãopertencentes à nobrezaComércio
através de atividades e ao clero
internacional,
Smith (“mãoNeoliberalismo:
protecionismo,
invisível”);
,trabalhadas pelos servos da gleba.
recoletoras, de caça e
abusivos) tarifas e entesouramento
Escola riquezas; de Chicago,76
Escola
de Socialista;
-surge a figura do intermediário. governo não
pesca Compilado por Eduardo Pinheiro - 2012 intervencionista
(c) Eduardo Pinheiro

76

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)
• Escola Clássica ou Liberal:

– Defendia que a verdadeira fonte de riqueza é o fator


trabalho;
– A produtividade decorre da divisão do trabalho, e essa,
decorre da tendência de troca que é estimulada pela
ampliação dos mercados;
– O papel do Estado na economia deveria ser reduzido e
corresponder apenas à proteção da sociedade;
– A iniciativa individual deveria ser incentivada (laisser
faire).

(c) Eduardo Pinheiro 77

77

39
2/25/20

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)
Principais autores clássicos:
• Adam Smith: O mercado é como que guiado por uma
“mão invisível”, a parBr da livre iniciaBva (laissez-faire) e
do trabalho humano, tendo em conta a produBvidade e
a proteção à sociedade;
• David Ricardo: todos os custos se reduzem a custos de
trabalho e mostra como acumulação de capital,
acompanhada de aumentos populacionais, provocam
um aumento do rendimento. Desenvolve estudos sobre
comércio internacional e teoria das vantagens
comparaBvas, dando origem às correntes neoclássica e
marxista;
(c) Eduardo Pinheiro 78

78

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)

• Adam Smith propôs a partir das suas observações que


as famílias e empresas interagiam nos mercados como
que guiadas por uma “mão invisível”:
– Como as famílias e empresas analisam os preços quando
decidem o que comprar ou vender, sem que se
aprecebam estão a considerar os custos sociais das suas
ações;
– Consequentemente, os preços guiam os decisores no
sentido de atingir resultados que maximizem o bem-estar
da sociedade como um todo;
– Assim, apesar de cada um dos agentes no mercado ter um
comportamento individualista, a soma de todos esses
comportamentos gera benefícios para toda a sociedade.
(c) Eduardo Pinheiro 79

79

40
2/25/20

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes


da Economia (Cont.)

1776 - Riqueza das Nações de Adam Smith

80

(c) Eduardo Pinheiro

80

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)
Os clássicos (Cont.)
• John Stuart Mill: sintetizador do pensamento neoclássico, consolidando os
princípios enunciados pelos percursores e avançando ao incorporar
elementos institucionais e ao definir restrições, vantagens e funcionamento
de uma economia de mercado.
• Jean-Baptiste Say: subordina o problema das trocas de mercadorias à sua
produção e populariza a lei de Say, “a oferta cria sua própria procura”;

• Thomas Malthus: sistematiza uma teoria geral sobre a população,


defendendo que o crescimento populacional dependia da oferta de
alimentos, dando apoio à teoria dos salários de subsistência e levantando o
problema do excesso populacional.
A teoria neoclássica (1870)
• Alfred Marshall: publica “Princípios da Economia” e levanta questões
associadas ao comportamento do consumidor, teoria marginalista e teoria
quantitativa da moeda.
(c) Eduardo Pinheiro 81

81

41
2/25/20

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)
Escola Socialista
– Surgiu na Alemanha (1872),sendo que o termo socialismo foi utilizado
pela primeira vez em 1827, por Roberto Owen;
– O Estado deveria deter a propriedade dos meios de produção, regular
a distribuição da riqueza económica (bens e/ou serviços) e promover
reformas em busca do bem-estar social.

• A Escola Socialista sub-dividide-se em três correntes:


– Socialismo Utópico
– Socialismo Cientifico:
– Neo-Marxismo:

(c) Eduardo Pinheiro 82

82

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)
Escola keynesiana
– Liderada por John Maynard Keynes (1883-1946) que, com a publicação
da obra “Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda”(1936), procurou
explicar as causas das variações que ocorrem na produção e no nível de
emprego;
– O Estado é visto como agente indispensável de controlo da economia,
tendo em vista conduzi-la ao pleno emprego, pois o sistema capitalista
liberal não consegue empregar todos os que querem trabalhar;
– A escola keynesiana tem por base o princípio de que o ciclo económico
não é auto-regulado como defendem os clássicos, mas sim determinado
pelo "espírito animal" (animal spirit) dos empresários.

(c) Eduardo Pinheiro 83

83

42
2/25/20

1.4 Os clássicos e as diferentes correntes da


Economia (Cont.)
Escola keynesiana (Cont.):
• O ciclo de negócios ocorre porque os empresários têm um ”espírito animal” que
os impede de investir a poupança dos consumidores, tem efeitos negativos no
investimento, o que gera desemprego, reduz a procura efetiva e conduz à crise
económica;

• Para ultrapassar a crise e atingir o pleno emprego, o estado deve intervir através
de:
– Política monetária – o estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos
económicos imprimindo moeda e com esse aumento de moeda em
circulação aumentar a procura efetiva. Apesar de provocar um défice no
orçamento de estado consegue-se manter o pleno emprego;
– Política orçamental e fiscal - o estado deverá aumentar a despesa pública
e/ou diminuir os impostos, pois a arrecadação de impostos reduz a procura
efetiva, enquanto que os gastos públicos a aumentam;

• O estado deverá ainda conceder benefícios sociais que garantam à população um


nível mínimo de vida (SMN, duração da jornada de trabalho e assistência médica
gratuita);
• O Keynesianismo ficou conhecido também como “Estado de bem-estar social”.
(c) Eduardo Pinheiro 84

84

1.5 Atividade turística e atividade económica


• O turismo é uma atividade económica de extrema
importância e desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento de determinadas regiões;

• O turismo é uma atividade em franco crescimento a nível


nacional e global;

• Devido à sua importância económica e sociocultural,


potencia o desenvolvimento regional favorecendo o
crescimento e prosperidade de um leque abrangente de
atividades conexas;

Adaptado de MarBns & Morais (2016) 85

85

43
2/25/20

1.5 Atividade turística e atividade económica


(Cont.)

• Desenvolve as regiões através da uBlização, exploração e


usufruto dos recursos endógenos e da criação e/ou
melhoria das aBvidades e produtos regionais;
• Promove a expansão económica local através da criação
de emprego e serviços, preferencialmente adequados e
compabveis com o produto regional em foco;
• Reforça o senBdo da preservação sustentada do
património natural, paisagísBco, cultural, histórico e
tradicional dos territórios e contribui para a
sustentabilidade económica de uma herança comum a
manter e a usufruir.
Adaptado de MarBns & Morais (2016) 86

86

44

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