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RESUMO
O presente artigo apresenta uma análise sobre a industrialização da cana-de-açúcar
no Espírito Santo, tendo por objetivo geral compreender as contribuições desta
cultura para a economia no Estado e no Brasil através de abordagens
historiográficas e fundamentação teórica. Além disso, serão explanados os
resultados de uma pesquisa sobre o impacto da implantação da Usina Paineiras no
município de Itapemirim que, de forma significativa, contribui para com a formação
sócio cultural dos capixabas. Também serão descritos a implantação e o ciclo
evolutivo do cultivo da principal matéria-prima no país (cana-de-açúcar) e seu
beneficiamento, identificando a importância da industrialização e do agronegócio
para a produção de biocombustíveis, açúcar, álcool, papel e outros derivados.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta uma oportunidade de análise sobre a industrialização
da cana-de-açúcar, principal matéria-prima para a manufatura sucroalcooleira
brasileira que é comercializada em larga escala, além de possuir vasta aceitação no
mercado devido ao processo de fabricação e ao período médio do prazo de
validade, destacando-se a Usina Paineiras S/A que está localizada ao sul do Espírito
Santo, mais precisamente no município de Itapemirim, onde está sediada esta
empresa cuja atividade agroindustrial é o beneficiamento de produtos derivados da
cana-de-açúcar, como o álcool (etanol) anidro e hidratado, além do açúcar cristal
que é fornecido a atacadistas e varejistas.
O Grupo Paineiras destaca-se também, por meio da Agropecuária Carvalho
Britto S/A, pela criação de gado de corte, pois utiliza modernas técnicas de
inseminação artificial. A variedade de seus produtos é uma das mais exploradas no
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Licenciado em Letras pelo Centro Universitário São Camilo – Cachoeiro de Itapemirim/ES e graduando em
História pela UFES – Universidade Federal do Espírito Santo – EAD. End.: Rua Projetada, S/N – Bairro Graúna,
CEP.: 29.330-000 - Itapemirim/ES - E-mail: rafael.santosx99@gmail.com
Estado a partir de meados dos anos 1960, com o plano de erradicação das
paineiras, tornando-se extremamente comum em todo o norte e sul capixaba, devido
a sua excelente adaptação às condições regionais, o que transformou o Espírito
Santo num dos maiores produtores de açúcar mundiais.
Com o passar dos anos, já na década de 1990, instalou-se no Brasil outra
realidade econômica, favorecendo o acréscimo da competitividade, o que levou a
empresa a inserir novas tecnologias, forçando-a ao aperfeiçoamento genético e de
gerenciamento que propiciaram aumento significativo na produtividade e qualidade
do produto local, de forma a proporcionar vantagens comparativas entre os
mercados mundiais, cada vez mais exigentes. A fundamental característica da
modernização da agropecuária consistiu na velocidade e na intensidade das
transformações relacionadas com a base técnica e relações trabalhistas, sendo que,
em aspectos gerais, não houve transição gradual da antiga para a nova estrutura
produtiva. Além disso, ressalta-se que a empresa é condizente com o tema
sustentabilidade por reutilizar os resíduos produzidos pela cana-de-açúcar.
O cultivo da cana-de-açúcar originou-se na evolução da economia durante o
Brasil Colônia, devido às condições propícias de solo e do clima para o
desenvolvimento da cultura, o que influenciou diretamente na hegemonia deste
produto, tanto quanto em sua exportação (SCHMIDT JUNIOR, 2011). Segundo
Barbosa e Silveira (2006), o cultivo da cana-de-açúcar é considerado uma das
primeiras atividades de grande importância nacional, tendo destaque na economia
brasileira, levando em conta a produção de açúcar, álcool e aguardente, gerando
amplas divisas com grande relevância no mercado. Além de ser utilizada para a
produção de açúcar e álcool, a cana-de-açúcar também gera matéria-prima para
subprodutos e resíduos empregados na geração de energia elétrica, fabricação de
ração animal (silagem) e fertilizante para outras lavouras (EMBRAPA, 2009).
Considerando o setor canavieiro, observa-se sua extrema importância para o
agronegócio nacional por manter o maior parque industrial de açúcar, álcool e
derivados de cana-de-açúcar no mundo (RIPOLI, 1974). A média brasileira de
produtividade da cana de açúcar aumentou 50% nos últimos 20 anos, devido
evolução das pesquisas em melhoramento genético, evolução nas técnicas
agronômicas e na aplicação de máquinas agrícolas (MACEDO, 2008).
O primeiro produto de exportação importante do Brasil foi o açúcar. Seu
cultivo foi introduzido aproximadamente em 1520 e trazido ao continente
brasileiro por usineiros imigrantes e comerciantes de açúcar vindos de ilha
do atlântico dominada por Portugal. A rápida expansão do cultivo e da
exportação do açúcar logo se transformou na primeira de uma série de
grandes ciclos de exportação primária, que iriam dominar o crescimento
econômico do Brasil até o século XX (LIMA et al, 2010, p. 87) .
O açúcar era produzido principalmente próximo à úmida zona litorânea do
nordeste brasileiro, conhecida como Zona da Mata. Além das excelentes condições
de cultivo, a localização da região também favorecia o embarque do produto para a
Europa e o recebimento de mão de obra escrava da África. Com a escassez de
trabalhadores índios locais, os portugueses lançaram mão da importação de
escravos africanos (principalmente de Angola) para trabalhar nas fazendas de
açúcar.
Três eixos dão o suporte primordial para o sucesso da Usina Paineiras, que são
a sustentabilidade, a responsabilidade social e a responsabilidade ambiental.
Iniciando pela responsabilidade social, a Usina Paineiras oferece um programa
assistencial que atende às necessidades dos colaboradores e seus dependentes, o
Plano de Assistência Social, que mantém, dentre outros equipamentos, ambulatórios
médico e odontológico. Para outros tipos de atendimento médico existem, ainda,
convênios com cooperativa de medicina de grupo, laboratórios e clinicas.
O segundo tripé que mantém o sustentáculo da empresa é a sustentabilidade. A
Usina Paineiras produz a energia que se reverte em novas forças para o
desenvolvimento social. Suas atividades e decisões são pautadas de acordo com
valores sustentáveis e geram equilíbrio social, econômico e ambiental. Todos os
processos são realizados para garantir a qualidade de vida das pessoas, o respeito
à diversidade e a preservação do meio ambiente para a presente e futura geração. A
energia que dá continuidade à Usina Paineiras é a mesma que preserva, cuida e se
preocupa com o bem-estar social.
Por fim, a responsabilidade ambiental: o mundo novo exige novas formas de
energia, energias estas, que deverão estar voltadas para a proteção ambiental, pois
proteger o meio ambiente é garantir a vida. O etanol é reconhecido mundialmente
como um combustível limpo, capaz de combater o aquecimento global,
especialmente se produzido a partir da cana de açúcar.
A Usina Paineiras além de produzir açúcar e etanol a partir da cana de açúcar,
protege uma área florestal, a Reserva do Verde Vale do Itapemirim, com cerca de
1.600 hectares de Mata Atlântica na qual sobrevivem varias espécies em extinção.
Promove ainda o reflorestamento das margens dos rios que cortam suas
propriedades. Mais de 50 mil mudas foram plantadas nos últimos anos nos terrenos
da Usina Paineiras, especialmente de espécies nativas da Mata Atlântica; mudas
produzidas pela própria Usina interessada no reflorestamento da região.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para elaboração do trabalho foi realizada revisão de literatura referente à
industrialização na produção de açúcar, características do cultivo, bem como,
menção à uma empresa do ramo no Estado. O método investigativo deste trabalho
será o qualitativo de tipo monográfico, pois utiliza instrumental estatístico como base
do processo de análise. De acordo com Vieira (2005, p. 31), “parte do princípio que
qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerado representativo
de muitos outros, ou até de todos os casos semelhantes. Consiste no estudo de um
item em especial visando obter generalizações”.
Pode ser caracterizado também como exploratório, pois, segundo Gil (2008,
p. 43) “visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo
aproximativo”. Este trabalho foi elaborado através de pesquisa bibliográfica em que
foram estudados textos referentes ao tema. Para que se possa desenvolver um
trabalho com cunho científico é preciso seguir determinada metodologia cientifica.
Segundo Prodanov et al (2009) a metodologia cientifica preconiza uma série de
regras, através das quais o conhecimento deve ser obtido, portanto a metodologia
da pesquisa será, como mencionado, uma revisão de literatura procurando
apresentar os resultados obtidos através de pesquisas em artigos científicos, livros
de História e áreas afins para que os objetivos propostos inicialmente sejam
alcançados. Segundo Turato (2005) para um melhor aprofundamento no que diz
respeito ao assunto pesquisado o estudo deve ter um caráter qualitativo, dessa
forma apresentando uma visão abrangente do tema em questão. Assim, com esse
paradigma metodológico haverá subsídios suficientes para explorar e aprofundar a
pesquisa.
A pesquisa foi realizada por meio de análise de textos, revistas, internet,
assim como vários livros consultados dos últimos vinte anos, onde os resultados
serão sintetizados em uma obra que tenha caráter de objetividade e riqueza de
dados que possam ajudar no entendimento do tema, dando enfoque a colocações e
discussões sobre reflexões metodológicas e apresentação de estratégias de
aprendizagem que possam entender a importância da industrialização da produção
de cana de açúcar no Estado.
6. CONCLUSÃO
Sabendo-se que o Brasil é o maior produtor de cana do mundo, seguido pela
Índia, Tailândia e Austrália na produção de cana-de-açúcar, o presente estudo é
relevante para a área acadêmica e para as organizações por levantar e confrontar
informações importantes sobre a industrialização no Espírito Santo, com enfoque na
produção de cana-de-açúcar, pois esta atividade tem seu mercado em crescimento
e a oferta atual não consegue atender a demanda de um segmento de mercado
caracterizado por pessoas das mais diversas classes sociais. Analisando pelo
aspecto do uso do açúcar na fabricação de outros produtos, o mercado se abre de
forma surpreendente.
Contempla esta pesquisa um estudo sobre a Usina Paineiras, de grande
importância no Estado, cuja capacidade normal de operação está na ordem 12 mil
tone de açúcar por dia, matéria prima esta advinda das redondezas onde a empresa
é instalada. A partir deste ponto, configura-se a empresa, no que concerne o
dimensionamento dos recursos necessários à sua perfeita operacionalização:
recursos humanos, materiais e financeiros.
Este estudo também se justifica por sua relevância em mostrar que a
indústria açucareira tem papel determinante no que se refere à competitividade e
sobrevivência das empresas, sendo seu objetivo disponibilizar matérias prima, como
também, ressaltar que o recente ingresso dessa atividade como estratégia
competitiva tem se configurado como importante ferramenta para a melhoria da
gestão e produtividade empresarial.
REFERÊNCIAS
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hibridação da cana-de-açúcar (Saccharum spp). Centro de Ciências Agrárias. Rio
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agroindustrial e censo de variedades de cana-de-açúcar cultivadas no Estado
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GIL, A. C. Métodos e técnicas da pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008;
LANZOTTI, C.R. Uma Análise Energética de Tendências do Setor
Sucroalcooleiro. Campinas: Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade
Estadual de Campinas, 2000;