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Ribeirão Preto
2011
DANIELLE CHAVES GOMES DE OLIVEIRA
Ribeirão Preto
2011
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.
Banca Examinadora
Ao meu querido marido, Rafael, e à minha linda e doce filha, Ana Laura, dedico esta
conquista que se torna ainda mais feliz e especial por ter vocês ao meu lado.
Ao Prof. Dr. Antônio Waldo Zuardi, pela orientação, apoio, respeito, paciência e por todos
Ao Prof. Dr. José Alexandre de Souza Crippa, grande incentivador, pela confiança que
sempre depositou em meu trabalho e pelo constante apoio, do qual serei sempre grata.
Ao Prof. Dr. Hélio Zangrossi Júnior, pela co-orientação, ensinamentos e suporte ao longo
desses anos.
Ao Prof. Dr. Francisco Silveira Guimarães, por todas as sugestões e contribuições como
assessor do projeto.
Ao Prof. Dr. Ayrton Custódio Moreira, pela contribuição nas análises laboratoriais.
Ao Prof. Dr. Luis Vicente Garcia, pela atenção e contribuição na execução do projeto.
Ao Prof. Dr. Frederico Guilherme Graeff pelo apoio durante o processo de definição do
projeto.
À Selma Pontes, pela constante colaboração sempre realizada com muito carinho e
competência.
À Sandra Bernardo, pelo apoio técnico e pela ajuda na execução deste trabalho.
À Lucimara Bueno e José Roberto da Silva, pelo apoio técnico e execução das análises
laboratoriais.
À Thatiane de Oliveira Sérgio, pela ajuda constante no laboratório, pela colaboração neste
À Maria Adrielle Vicente, pela amizade, por ter me recebido de braços abertos no
À Carolina de Meneses Gaya, minha grande companheira de “pós”, pela amizade e pelo
Ao Roberto Molina de Souza, pela amizade e pelo constante auxílio nas análises estatísticas.
Às amigas e colegas de laboratório Thati, Dri, Bia, Paula, Plínio, Vanis e Val, pela amizade,
por tudo que me ensinaram e por tornarem esta caminhada tão divertida.
Aos amigos e colegas de laboratório Marcos Hortes, Ila, Flávia Osório, João Paulo e
À amiga Gal, pela amizade, carinho e dedicação à minha família, em especial à Ana Laura.
Seu constante apoio permitiu com que eu pudesse concluir este trabalho com tranqüilidade.
Aos amigos do coração Camila Azenha, Raquel Cocenas, Emílio e Renato Menezes, pela
Ao meu marido, Rafael, por todo amor, carinho, confiança, apoio incondicional e
companheirismo. Ao seu lado tenho paz no coração, tranquilidade nas minhas decisões e, com
seu apoio, sinto-me ainda mais forte para buscar os meus e os nossos sonhos. Tenho grande
admiração pelo marido, pai e ser humano que você é.
À minha amada filha, Ana Laura, que trouxe à minha vida muita alegria e que, ainda tão
pequena, me ensina todos os dias a ser hoje um ser humano melhor que ontem. Ao seu lado
vivo a experiência mais emocionante, intensa, verdadeira e apaixonante da minha vida, SER
MÃE. Esse é o melhor título que poderia ter conquistado!!
Aos meus pais, Isabel e Gilmar, pelo amor e por tudo que sempre fizeram por mim para que
eu pudesse concluir mais esta etapa. Agradeço também todo o amor pela minha filha e por me
ajudar a cuidar dela nos momentos que precisei. A ajuda de vocês foi muito importante para
que eu pudesse concluir este trabalho.
À minha irmã, Michelle, pela amizade, carinho, amor, por me ouvir nos momentos difíceis e
por sempre torcer por mim.
À minha avó Nena e ao meu avô Quico (in memoriam), pela dedicação e amor que sempre
me deram durante toda a vida. Levarei sempre comigo o exemplo de força e luta da minha
avó e de amor à vida do meu avô.
Às minhas tias Vera e Regina, por terem sempre participado da minha vida torcendo e
e por tudo que já fizerem por nós. O apoio de vocês em diversos momentos foi muito
Agradeço a Deus, pelas pessoas que fazem parte da minha vida, por tudo que tenho, por mais
essa conquista e por ter me ensinado a ter fé.
“A Ciência não pode resolver o mistério definitivo da
natureza, porque, em última análise, nós mesmos
somos parte do mistério que estamos tentando
resolver”.
(Max Planck)
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo
começo, qualquer um pode começar agora e fazer um
novo fim.”
(Chico Xavier)
RESUMO
OT (OT) is a nonapeptide that is synthetized within the paraventricular and supraoptic nuclei
of the hypothalamus. It acts in both the central and peripheral nervous systems. Since OT
acts as a neuromodulator on a range of processes, it may be possible for OT to have an
anxiolytic activity. Nevertheless, it is not clear whether this effect depends on a specific
condition or anxiety disorder. Thus, we aimed to evaluate the actions of OT in: a. a model of
generalized anxiety disorder and panic disorder in rats; b. a model of generalized anxiety
disorder in healthy volunteers. We used an elevated T-maze as an animal model of
generalized anxiety disorder and panic disorder. Electrical stimulation of the dorsal
periaqueductal gray matter has been used as an experimental model of panic. On the other
hand, we used a 20-minute inhalation of 7.5% CO2 in healthy volunteers so as to induce
generalized anxiety disorder. Results with animals indicated that OT has an anxiolytic-like
effect on inhibitory avoidance latencies in the elevated T-maze when administered acutely
into the lateral ventricle. Nevertheless, when administered into the dPAG, it has anxiogenic
effects on avoidance latencies and panicolytic-like effects on escape latency. Likewise, when
OT is administered into the dPAG, it has tonic inhibitory effect on aversion induced by
electrical stimulation of this region. It thus suggests a panicolytic-like effect. Our data show
that OT may modulate generalized anxiety disorder in humans. This is due to the fact that OT
administration prevented the increase in anxiety induced by inhalation of 7.5% CO2. The
results obtained showed that the effects of OT depended on the administration route and the
models of generalized anxiety disorder and panic disorder. Although the results are
inconclusive with regard to the effects of OT on the model of generalized anxiety disorder,
OT has a panicolytic-like effect on animal models of panic disorder.
Figura 4: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra-SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e
1 µg / 5µL) sobre as respostas de esquiva inibitória (A) e fuga (B) de ratos submetidos ao
teste do labirinto em T elevado (n = 8 por grupo).. * p < 0,05 em relação à salina. ................ 53
Figura 5: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra-SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e
1 µg / 5µL) sobre a porcentagem de tempo de permanência no compartimento claro (A) e
o número de transições (B) realizadas no teste de transição claro-escuro (n = 8 por grupo). .. 55
Figura 6: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra-SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e
1 µg / 5µL) sobre a distância percorrida pelos animais na arena durante 5 minutos (n = 8
por grupo). ................................................................................................................................ 56
Figura 7: Quimitrodo............................................................................................................... 59
Figura 9: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra- SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e
1 µg / 0,2µL) sobre a variação do limiar de fuga (n= 8-10 por grupo). * p<0,05 em
relação à salina.......................................................................................................................... 63
Figura 10: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra- SCPd de salina ou Atosiban (0,05; 0,5
e 5 µg / 0,2µL) sobre a variação do limiar de fuga (n= 8-10 por grupo). * p<0,05 em
relação à salina.......................................................................................................................... 64
Figura 11: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra- SCPd de Atosiban (0,01µg / 0,2µL) ou
salina 10 minutos antes da microinjeção de OT (0,5 / 0,2µL) na variação do limiar
necessário para que ocorra fuga em ratos (n=11-13 por grupo). * p < 0,05 em relação aos
demais grupos. .......................................................................................................................... 65
Figura 12: Efeito da ocitocina, do lorazepam e do placebo na ansiedade (A) e sedação (B)
subjetiva avaliada pela Escala Analógica de Humor (EAH) em voluntários saudáveis
submetidos ao Teste de Inalação de 7,5% de CO2. Os resultados estão expressos por
média ± epm (mm). Fases da sessão experimental: inicial (I), pós-inalação de ar medicinal
(A), pós-inalação de 7,5% de CO2 (CO2) e pós-teste (PT). * p < 0,05 em relação ao
placebo; # p < 0,05 em relação à ocitocina; ** p<0,05 em relação à fase anterior. ................. 80
Figura 16: Efeito da ocitocina, do lorazepam e do placebo na pressão arterial sistólica (A)
e diastólica (B) em voluntários saudáveis submetidos ao Teste de Inalação de 7,5% de
CO2. Os resultados estão expressos por média ± epm (mmHg). Fases da sessão
experimental: inicial (I), pós-inalação de ar medicinal (A), pós-inalação de 7,5% de CO2
(CO2) e pós-teste (PT). ............................................................................................................. 86
HPA hipotálamo-hipófise-adrenal
i.c.v. intracerebroventricular
LZP lorazepam
OT ocitocina
PL placebo
TP transtorno do pânico
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 21
1.1 Revisão da literatura ........................................................................................................... 21
1.1.1 Ansiedade ........................................................................................................................ 21
1.1.2 Modelos de ansiedade em animais .................................................................................. 24
1.1.3 Matéria Cinzenta Periaquedutal (SCP) e sua relação com o pânico................................ 27
1.1.4 Inalação de 7,5% de CO2 em humanos como modelo de transtorno de ansiedade
generalizada .............................................................................................................................. 29
1.1.5 Participação da ocitocina na ansiedade ........................................................................... 30
1.1.5.1 Ocitocina....................................................................................................................... 30
1.1.5.2 Ocitocina na modulação da ansiedade .......................................................................... 32
1.1.5.3 Ação da ocitocina na regulação neuroendócrina .......................................................... 33
1.2 Justificativa do estudo ........................................................................................................ 35
1. INTRODUÇÃO
1.1.1 Ansiedade
• Fobia Social
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático
• Transtorno de Estresse Agudo
• Transtorno de Ansiedade induzido por substâncias
• Transtorno de Ansiedade sem outra especificação
Estudos epidemiológicos recentes mostram que os transtornos de ansiedade são os
mais comuns dentre as doenças mentais e, frequentemente, estão associados a outras
condições médicas ou psiquiátricas (SWENDSEN et al., 2010; KESSLER, 2007; KESSLER
et al., 2005a). Em um estudo realizado em 6 países europeus, foi demonstrado que
aproximadamente 1 em 4 participantes reportou a presença de algum transtorno mental
durante a vida, e 1 em 10 teve pelo menos um transtorno mental nos 12 meses que
precederam a pesquisa. Verificou-se, também, que 14,5% reportaram ter tido um transtorno
de ansiedade durante a vida, sendo que 8,4% viveram um episódio durante o ano anterior
(ALONSO e LÉPINE, 2007).
É importante ressaltar os prejuízos pessoais, sociais e econômicos que podem ser
ocasionados pelos transtornos de ansiedade (KESSLER e FRANK, 1997; KOUZIS e
EATON, 1994; DUPONT et al., 1996; GREENBERG et al., 1999). Por exemplo, crianças
com Transtornos de Ansiedade apresentam maior probabilidade de expulsão e evasão da
escola e de fuga de casa (KATZELNICK e GREIST, 2001). Com relação aos adultos, os
Transtornos de Ansiedade têm sido associados ao desemprego (LEON et al., 1995), ausência
no trabalho, instabilidade financeira (KATZELNICK e GREIST, 2001) e relacionamentos
prejudicados (SCHNEIER et al., 1994).
Além dos prejuízos já citados, são diversos os efeitos que a ansiedade gera sobre o
cérebro e o corpo. Por exemplo, a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal ocasionando
liberação de cortisol, prejuízo em funções cognitivas, aumento da ativação dos sistemas
respiratório e autônomo, ativação de citocinas, dente outros. Desta forma, são freqüentes
múltiplas comorbidades em pacientes com transtornos de ansiedade (ROY-BYRNE et al.,
2008; STERNBERG e GOLD, 2002; HARTER et al. 2003).
Nesta seção serão discutidos de forma mais detalhada o Transtorno de Ansiedade
Generalizada e o Transtorno do Pânico, os quais estão relacionados com o presente estudo.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizado por pelo menos 6
meses de ansiedade e preocupações excessivas e persistentes acerca de questões diárias ou
circunstâncias da vida. Essas preocupações são desproporcionais à real probabilidade de
Introdução | 23
desconhecidos. Sendo assim, baseados em uma série de experimentos que estudaram as respostas
defensivas comportamentais de ratos e camundongos, quando expostos ao predador, Blanchard &
Blanchard (1988) propuseram que as estratégias defensivas que os animais podem fazer uso frente
a um estímulo ameaçador são a inibição comportamental, fuga, luta defensiva e submissão. A
escolha por uma dessas estratégias depende de alguns fatores, tais como presença ou não da fonte
de perigo, bem como a distância desta, presença ou não de rota de fuga e experiência prévia com
o ambiente ou estímulo ameaçador. Robert e Caroline Blanchard propuseram uma classificação
para as estratégias defensivas, baseados no nível de ameaça que o estimulo representa para o
animal, que pode ser potencial ou incerto, distal e proximal. No primeiro nível de defesa (ameaça
potencial), se observam comportamentos de avaliação de risco, nos quais o animal adota as
estratégias de comportamentos exploratórios cautelosos e hesitantes, sendo que se aproximam
para investigar uma possível ameaça. No segundo nível de defesa (distal) prevalecem os
comportamentos de fuga e congelamento, onde o animal tenta evitar um possível confronto com o
predador caso exista uma rota de fuga, ou permanece imóvel no caso da fuga não ser viável e/ou o
predador ainda estiver a certa distância. No último nível (proximal), os comportamentos
observados são tentativas descontroladas e não direcionadas de fuga ou luta defensiva (postura de
ameaça e mordidas no predador) (BLANCHARD e BLANCHARD, 1988; BLANCHARD et al.,
1997).
Baseados nestas observações, esses mesmos pesquisadores, tentaram diferenciar os
comportamentos relacionados com o medo e com a ansiedade. Eles sugerem que quando a
ameaça é real, como, por exemplo, a presença do predador, os comportamentos de fuga e luta,
que são os predominantes, seriam representativos de medo, enquanto que a avaliação de risco,
desencadeada por situações potencialmente ameaçadoras, como o odor do predador, seria
comportamento representativo de ansiedade (BLANCHARD et al., 1993). Mais tarde, Gray e
McNaughton (2000), no livro Neuropsychology of Anxiety, incluíram a importância do
conflito esquiva-aproximação e da direção da resposta para a distinção entre medo e
ansiedade. Sendo assim, quando há a possibilidade de aproximação do estímulo ameaçador,
caracterizando tal conflito, os comportamentos observados de avaliação de risco e inibição
comportamental estariam relacionados à ansiedade. No entanto, quando somente a fuga e
esquiva ativa são as estratégias utilizadas, os comportamentos estariam relacionados com o
medo. Além disto, a diferenciação entre ansiedade e medo pode ser feita farmacologicamente,
ou seja, os comportamentos relacionados ao estado de medo são insensíveis a ansiolíticos,
enquanto os relacionados à ansiedade são sensíveis.
Introdução | 26
Neste sentido, no modelo animal de ansiedade do tipo teste de conflito mais amplamente
utilizado, os ratos são privados de alimentos durante 24 horas e treinados a pressionar uma
alavanca para obter leite açucarado que é disponibilizado por tempo limitado. Durante o teste, as
respostas de pressionar a alavanca são recompensadas com alimentos, mas punidas com choques
nas patas. Em função do conflito, o animal diminui a freqüência com que pressiona a alavanca.
Ansiolíticos benzodiazepínicos aumentam a freqüência de pressões na alavanca, isto é, liberam as
respostas punidas de supressão (GELLER E SEIFTER, 1960, apud GRAEFF, 1999).
Os testes de conflito têm sido contestados porque frequentemente não detectam efeito
ansiolítico de drogas que não atuam sobre a transmissão gabaérgica. Além disto, nos testes de
punição, a fome, a sede e a dor podem influenciar nos resultados (TREIT, 1985 apud
GRAEFF et al., 2007). Na tentativa de resolver este problema, Handley e Mithani (1984)
desenvolveram o labirinto em X, que se baseia no medo natural que os ratos possuem de
altura. Em seguida, Pellow et al. (1985) fizeram algumas modificações nas medidas do
aparelho que foi então chamado de labirinto em mais ou “plus maze”, que é o modelo animal
de ansiedade mais utilizado nas últimas duas décadas. Neste trabalho, o labirinto em X será
denominado como labirinto em cruz.
O labirinto em cruz é elevado em relação ao solo e possui dois braços fechados (que
protege da percepção da altura) e dois braços abertos. Em virtude do medo inato de altura dos
ratos, eles entrarão e permanecerão menos nos braços abertos em relação aos fechados.
Comumente, ansiolíticos benzodiazepínicos aumentam o número de entradas e de tempo
gasto nos braços abertos. Entretanto, os resultados com ansiolíticos não benzodiazepínicos
têm sido inconsitentes (para revisão ver PINHEIRO et al., 2007). Handley et al. (1993)
acreditam que as inconsistências encontradas com drogas que alteram a neurotransmissão
serotoninérgica são explicadas pelo fato de o labirinto em cruz elevado ser um modelo misto,
ou seja, provoca diferentes estratégias de defesa. Enquanto o animal explora o aparato
observa-se a estratégia de esquiva dos braços abertos e a de fuga do braço aberto em direção
ao braço fechado. Essa observação levou Graeff et al. (1993) a criarem o labirinto em T
elevado, no qual é permitido mensurar esses dois tipos de respostas comportamentais de
defesa em um mesmo animal.
O labirinto em T elevado consiste de três braços de dimensões iguais, sendo que um
deles é fechado lateralmente e perpendicular aos outros dois braços que são abertos. Durante a
sessão experimental, o rato executa duas tarefas consecutivas: esquiva inibitória e fuga
unidirecional. Inicialmente, o animal é colocado na parte distal do braço fechado e poderá ver
o braço aberto somente se colocar a cabeça para fora do braço fechado. Os ratos possuem
Introdução | 27
medo inato de altura e de lugares abertos de forma que estar no braço aberto é uma
experiência aversiva. Desta forma, se o animal for colocado repetidamente no braço fechado
ele aprenderá uma esquiva inibitória. O comportamento de fuga do animal é observado
quando ele se move em direção ao braço fechado quando colocado na extremidade de um dos
braços abertos (PINHEIRO et al., 2007).
Estudos de validação farmacológica do labirinto em T elevado sugerem que a esquiva
inibitória pode ser considerada um modelo de transtorno de ansiedade generalizado e a fuga
um modelo de transtorno do pânico (GRAEFF et al., 1998; ZANGROSSI e GRAEFF, 1997).
Dentre os modelos animais de ansiedade generalizada, está o teste de transição claro-
escuro que juntamente com o labirinto em T elevado foram os modelos utilizados neste
trabalho. Este modelo foi desenvolvido no início da década de 80 e usa como medida de
ansiedade o número de transições entre dois compartimentos de uma caixa experimental: um
iluminado e um escuro. A ansiedade é gerada pelo conflito entre explorar a caixa como um
todo e o medo em fazê-lo em virtude da aversão inata que o animal possui de lugares
iluminados (CRAWLEY et al. 1980, 1981; apud ZANGROSSI e GRAEFF, 2004).
O outro modelo animal de ansiedade utilizado neste trabalho, a estimulação elétrica da
substância periaquedutal dorsal, será abordado a seguir no próximo capítulo.
Algumas estruturas cerebrais que participam das reações de defesa, tais como regiões
pré-frontais, amígdala, hipocampo, região para-hipocampal, hipotálamo, tálamo e a SCP,
representam substratos neurais do medo e da ansiedade e têm sido implicadas na
neuroanatomia do transtorno do pânico (DEL-BEN e GRAEFF, 2009).
A SCP é uma estrutura longitudinalmente organizada, que circunda o aqueduto
mesencefálico até a comissura posterior, onde margeia o terceiro ventrículo no diencéfalo. É
anatômica e funcionalmente subdividida, ao longo do eixo rostrocaudal, de acordo com a
posição em relação ao aqueduto, em dorsomedial, dorsolateral, lateral e ventrolateral
(BANDLER e SHIPLEY, 1994; CARRIVE, 1993).
Estudos em animais têm demonstrado que estimulações elétricas e químicas da SCP
promovem reações de defesa, tais como congelamento, fuga e luta. Essas reações são
acompanhadas por alterações neurovegetativas como midríase, piloereção, micção, defecação,
Introdução | 28
1.1.5.1 Ocitocina
As vias que são ativadas durante estímulos aversivos e que se projetam para o NPV do
hipotálamo são provenientes do tronco cerebral e do sistema límbico (HERMAN et al., 1996;
HERMAN e CULLINAN, 1997; SAWCHENKO et al., 1996). Estas vias parecem ser
ativadas durante o estresse físico (SAWCHENKO et al., 1996) e psicológico (HERMAN et
al., 1996; HERMAN E CULLINAN, 1997). Sabe-se que existem estruturas provenientes do
sistema límbico que inervam diretamente a parte medial parvocelular do NPV, o que indica
que esta região do cérebro está envolvida com a regulação do eixo HPA (CULLINAN et al.,
1993; GRAY et al., 1989; HURLEY et al., 1991; PREWITT et al., 1998). No entanto, os
Introdução | 34
Os dados da literatura, obtidos até o momento, indicam uma ação ansiolítica da OT,
embora não esteja claro se este efeito ansiolítico é específico para alguma condição ou
transtorno de ansiedade. Algumas indicações sugerem que a OT poderia ter um efeito na
ansiedade social (HEINRICHS et al., 2003). Diante disso, testamos em nosso laboratório os
efeitos da OT no teste de Simulação de Falar em Público, uma vez que esse tipo de ansiedade
é um dos sintomas mais importantes do Transtorno de Ansiedade Social (BRUNELLO et al.,
2000). Os resultados desse estudo mostraram que o grupo que recebeu OT teve níveis
menores de ansiedade antes do teste, ou seja, na ansiedade antecipatória, sugerindo um efeito
ansiolítico não específico (de OLIVEIRA et al., 2011). Esse padrão de resposta no teste de
simulação de falar em público foi muito semelhante ao apresentado por benzodiazepínicos
(ZUARDI et al., 1993). Assim, levantamos a hipótese de que a OT teria efeito ansiolítico no
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Em animais, a OT mostrou efeito do tipo ansiolítico no labirinto em cruz elevado
(MANTELLA et al., 2003; WINDLE et al., 1997a), mas até o momento, ainda não foi testado
no labirinto em T-elevado. O teste do labirinto em T-elevado, com roedores, permite testar
duas estratégias de defesa, a esquiva, modelo de ansiedade generalizada e a fuga, modelo de
pânico, o que não ocorre com o labirinto em cruz elevado, onde as duas estratégias estão
misturadas. Outra maneira de se avaliar um possível efeito de drogas no pânico é utilizar o
modelo de estimulação elétrica da matéria cinzenta periaquedutal dorsal (SCPd), que provoca
reações de fuga, acompanhada por mudanças neurovegetativas. Assim, neste estudo
avaliaram-se, pela primeira vez, os efeitos da OT nestes dois modelos em animais, com o
objetivo de procurar indícios dos efeitos da OT nos Transtornos de Ansiedade Generalizada e
do Pânico.
Em humanos, o modelo de TAG utilizado foi o da inalação de 7,5 % de CO2 (BAILEY
et al., 2007). Esse modelo foi validado recentemente e a ansiedade gerada foi
significantemente atenuada por dois tratamentos eficazes no TAG: o lorazepam, em dose
única, e a paroxetina, após 21 dias de uso. No presente estudo avaliamos os efeitos da OT
nesse modelo de TAG em humanos, bem como seu efeito na modulação da ativação do eixo-
hipotálamo-hipófise- adrenal.
2. OBJETIVO GERAL
Objetivo Geral | 37
2. OBJETIVO GERAL
3.1.1 Objetivo
3.1.2.1 Animais
3.1.2.2 Drogas
3.1.2.3 Aparatos
Labirinto em T elevado
Campo Aberto
Este teste foi realizado em uma arena quadrada de madeira medindo 60 x 60 cm, com
paredes laterais de 40 cm de altura. A luminosidade na sala experimental foi de 40 lux.
Experimentos com ratos | 41
Caixa Claro-Escuro
Os animais foram anestesiados com 2,2,2 tribromoetanol (aldrich, eua) 2,5% (10
ml/kg, i.p.). Após a indução anestésica, uma associação antibiótica de largo espectro
(pentabiótico, fontoura-wyeth-brasil) foi administrada (0,2 ml/animal, i.m.) a fim de prevenir
possíveis infecções. Além disso, no final da cirurgia, foi administrado (2,5 mg/ml/kg, s.c.)
flunixina meglumina (banamine®; schering-plough s/a-brasil), um agente analgésico com
atividade antiinflamatória e antipirética.
Os animais foram então adaptados a um aparelho estereotáxico (David-Kopf, EUA) e,
à seguir, foi realizada a limpeza do campo cirúrgico com uma solução hidroalcoólica
contendo iodo a 2%. Na região da incisão foi administrado, por via subcutânea, o anestésico
local cloridrato de lidocaína associado a um vasoconstritor (Novocol 100, S.S. White-Brasil).
Poucos minutos após, foi realizada a incisão longitudinal a fim de expôr a calvária e remover
o periósteo por raspagem. Na seqüência, um orifício foi perfurado com uma broca dental para
a fixação de um parafuso de aço inoxidável. Este parafuso serviu como âncora da prótese de
acrílico a ser disposta no crânio do animal. Outro orifício foi perfurado para a introdução da
cânula guia no ventrículo lateral a uma distância de 1,2 mm anteroposteriormente e 1,4
Experimentos com ratos | 42
Habituação
No quinto e no sexto dia após a cirurgia, cada animal foi levado para a sala de teste a
fim de ser habituado às condições experimentais. No local, o animal foi manuseado pelo
experimentador por 5 minutos e em seguida colocado em uma gaiola de acrílico, com
serragem no assoalho, onde permaneceu por 5 minutos. Esta mesma gaiola foi utilizada como
coadjuvante na execução do teste no labirinto em T elevado. Durante a habituação, bem como
nos dias de pré-exposição e testes, a sala de teste teve um ruído constante fornecido por um
exaustor de ar.
Este procedimento foi realizado 24 horas antes da realização do teste. Para tal, cada
animal foi colocado individualmente, por 30 minutos, em um dos braços abertos do labirinto
em T elevado, que foi isolado do braço fechado e do outro braço aberto por uma parede de
madeira (50 cm de comprimento por 12 cm de largura). Teixeira et al. (2000) demonstraram
que a exposição prévia a um dos braços abertos do labirinto em T elevado potencializa a
expressão do comportamento de fuga, reduzindo reações comportamentais à novidade, tais
como exploração e inibição do comportamento.
Experimentos com ratos | 43
Injeções intracerebrais
No sétimo dia, os animais receberam injeção intracerebral por meio de uma agulha
odontológica (Mizzy) inserida pela cânula guia, até atingir o alvo, localizado 1 mm abaixo da
extremidade da cânula. A agulha odontológica foi conectada a uma microsseringa de 5µL
(Hamilton, 701-RN, EUA), através de um tubo de polietileno (PE-10), o qual foi preenchido
com água destilada. Para controle do volume e do tempo de injeção das drogas, foi utilizada
uma bomba microinjetora digital (Harvard Apparatus, modelo 55-2222). A agulha de injeção
sempre foi retirada da cânula-guia 60 segundos após a microinjeção das drogas. Este
procedimento foi adotado para evitar refluxo das mesmas.
Em ambos os experimentos, os animais foram randomicamente alocados para
receberem ocitocina ou salina. No experimento A, o volume de injeção no ventrículo foi de
5µl e, no experimento B, o volume injetado na SCPd foi de 0,2µl. Dez minutos após a
administração de OT ou salina, os animais foram testados sequencialmente no labirinto em T
elevado, no teste campo aberto e no teste de transição claro-escuro.
Inicialmente foi verificada a resposta de esquiva inibitória. Para tal, o animal foi
colocado na extremidade distal do braço fechado, sendo registrado o tempo gasto para sair
deste braço com as quatro patas (Linha de base). A mesma medida foi tomada por mais duas
vezes, com intervalos de 30 segundos entre elas (Esquiva 1 e Esquiva 2). Neste intervalo, o
animal permaneceu na gaiola de acrílico, descrita na seção habituação. O tempo máximo de
permanência do animal neste braço foi de 5 minutos. Quando atingido este tempo de corte, o
animal foi retirado do braço fechado do labirinto em T elevado pelo experimentador, colocado
na gaiola de acrílico, sendo dada continuidade ao teste.
Trinta segundos após o término da tomada da Esquiva 2 foi verificada a latência de
fuga dos animais do braço aberto do labirinto. Para tal, cada animal foi colocado na
extremidade do braço aberto ao qual fora pré-exposto e o tempo de saída deste braço, com as
quatro patas, foi registrado (Fuga 1). A latência de saída do braço aberto foi tomada por mais
duas vezes (Fuga 2 e Fuga 3), com intervalos de 30 segundos entre elas, sendo que, neste
intervalo, o animal permaneceu na gaiola de acrílico. Após o teste de cada animal, o labirinto
foi submetido à limpeza com uma solução de álcool a 20%.
Experimentos com ratos | 44
Perfusão
3.1.3 Resultados
Labirinto em T elevado
A
Esquiva Inibitória
300 Salina
OT 0,05 / 5µl
#
OT 0,5 / 5µl
250 OT 5/ 5µl
200
Latência (s)
*
150
100
50
0
L.base Esquiva 1 Esquiva 2
B
Fuga
20 Salina
OT 0,05 / 5µl
OT 0,5 / 5µl
OT 5 / 5µl
15
Latência (s)
10
0
Fuga 1 Fuga 2 Fuga 3
Figura 1: Efeito (Média ± EPM) da injeção intraventricular de salina e ou ocitocina (0,05; 0,5
e 5 µg / 5µL) sobre as respostas de esquiva inibitória (A) e fuga (B) de ratos submetidos ao
teste do labirinto em T elevado (n = 8 por grupo). * p < 0,05 em relação aos demais grupos; #p
<0,05 em relação à salina e ao grupo que recebeu 0,05µg / 5µL de ocitocina
Experimentos com ratos | 48
Avaliação do grooming
Salina 0 0 0 0 0 0
0,05 µg OT 0 0 0 0 0 0
5 µg OT 4,4 ± 2* 6,4 ± 2,3* 8,2 ± 2,3* 27,6 ± 11,6* 32,5 ± 11,6* 65,1 ± 11,3*
* p<0,05 em relação aos demais grupos. L= linha de base; E = esquiva inibitória
A
30
Porcentagem de tempo no claro
Salina
OT 0,05 / 5µl
25 OT 0,5 / 5µl
OT 5 / 5µl
20
15
10
B
14
Salina
12 OT 0,05 / 5µl
Número de transições
OT 0,5 / 5µl
OT 5 / 5µl
10
Figura 2: Efeito (Média ± EPM) da injeção intraventricular de salina ou ocitocina (0,05; 0,5 e
5 µg / 5µL) sobre a porcentagem de tempo de permanência no compartimento claro (A) e o
número de transições (B) realizadas no teste de transição claro-escuro (n = 8 por grupo).
Experimentos com ratos | 51
Claro - Escuro
3500
Salina
OT 0,05 / 5µl
Distância percorrida (cm)
2500
2000
1500
1000
500
Figura 3: Efeito (Média ± EPM) da injeção intraventricular de salina ou ocitocina (0,05; 0,5 e
5 µg / 5µL) sobre a distância percorrida pelos animais na arena durante 5 minutos (n = 8 por
grupo).
Experimentos com ratos | 52
Labirinto em T elevado
A
Esquiva Inibitória
300 Salina
OT 0,25 µg / 0,2 µl *
OT 0,5 mg µg / 0,2 µl
250 OT 1,0/ 0,2 µl *
** **
200
Latência (s)
150
100
50
0
L.base Esquiva 1 Esquiva 2
B Fuga
30 Salina
OT 0,25 µg / 0,2µl
25
OT 0,5 µg / 0,2 µl *
OT 1,0 µg / 0,2µl
20 *
Latência (s)
15
10
0
Fuga 1 Fuga 2 Fuga 3
Figura 4: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra-SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e 1 µg /
0,2µL) sobre as respostas de esquiva inibitória (A) e fuga (B) de ratos submetidos ao teste do labirinto
em T elevado (n = 8 por grupo).. * p < 0,05 em relação à salina.
Experimentos com ratos | 54
Avaliação do grooming
A
12 Salina
Porcentagem de tempo no claro
OT 0,25 µg / 0,2µl
OT 0,5 µg / 0,2µl
10 OT 1,0 µg / 0,2µl
B
6 Salina
OT 0,25 µg / 0,2µl
OT 0,5 µg / 0,2µl
5 OT 1,0 µg / 0,2µl
Número de transições
Figura 5: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra-SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e 1 µg /
0,2µL) sobre a porcentagem de tempo de permanência no compartimento claro (A) e o número de
transições (B) realizadas no teste de transição claro-escuro (n = 8-10 por grupo).
Experimentos com ratos | 56
Arena
Salina
OT 0,25 µg / 0,2µl
1400
OT 0,5 µg / 0,2µl
OT 1,0 µg / 0,2µl
1200
1000
Distância (cm)
800
600
400
200
* p < 0,05 em relação à salina
0
Figura 6: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra-SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e 1 µg /
0,2µL) sobre a distância percorrida pelos animais na arena durante 5 minutos (n = 8-10 por grupo).
Experimentos com ratos | 57
3.2.1 Objetivos
3.2.2.1 Animais
3.2.2.2 Drogas
3.2.2.3 Aparatos
Quimitrodo
Figura 7: Quimitrodo.
A estimulação elétrica da SCPd foi realizada em uma cuba de acrílico (BAS, mod. MD
1500; 25,5 cm de diâmetro na base, 40 cm de diâmetro na borda e 36 cm de altura) com
serragem em seu assoalho para reproduzir as condições da gaiola-viveiro do animal. Uma tela
de nylon disposta na parte superior da cuba impedia que os animais saltassem para fora da
área de teste durante as sessões de estimulação elétrica. A tela de nylon possuía uma abertura
em seu centro, que permitia a passagem de um conector elétrico giratório de mercúrio ligado a
dois canais de saídas. A primeira saída estava ligada a um estimulador, que gerava corrente
sinoidal de 60 Hz e corrente constante. A corrente elétrica aplicada era monitorada por meio
de um osciloscópio (Pantec – 5205 – 10mHz) ligado em paralelo ao aparelho estimulador. A
segunda saída era conectada a um cabo flexível, que se encaixava ao quimitrodo fixado ao
crânio do animal, permitindo a passagem de corrente elétrica para a SCPD. Este aparato
permitia a livre movimentação do animal na cuba.
Experimentos com ratos | 60
Injeções intracerebrais
Estimulação elétrica
Perfusão
Histologia
Nos experimentos A e B foi realizada uma análise de variância (ANOVA) de uma via
e, quando apropriado, foi realizado o pós-teste de Duncan. No experimento C foi realizada
uma ANOVA de duas vias e, se apropriado, posteriormente foi feito uma ANOVA de uma via
seguido do pós-teste de Duncan. Nos casos em que as condições de esfericidade não foram
alcançadas, os graus de liberdade foram corrigidos pelo epsilon de Huynh-Feldt. Os dados
foram expressos pela media ± EPM. O nível de significância adotado foi de α=0,05.
3.2.3 Resultados
A figura 8 ilustra a variação de limiar necessário para que ocorra fuga em ratos que
receberam injeção intra-SCPd de salina ou OT.
A ANOVA indicou que houve efeito significativo do tratamento [F(3,28)=14,1;
p<0,001]. Comparações múltiplas pelo teste de Duncan mostraram que a OT, em relação à
salina (p<0,05), nas concentrações de 0,25, 0,5 e 1µg/0,2µL aumentou a variação do limiar
necessário para que o animal apresentasse comportamento de fuga.
Experimentos com ratos | 63
Salina
OT 0,25µg / 0,2µl
40 OT 0,5 µg / 0,2µl
OT 1 µg / 0,2µl
*
Variação do limiar (µA)
30 *
*
20
10
*
*
0
Figura 9: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra- SCPd de salina ou ocitocina (0,25; 0,5 e 1 µg /
0,2µL) sobre a variação do limiar de fuga (n= 8-10 por grupo). * p<0,05 em relação à salina.
Experimentos com ratos | 64
A figura 8 ilustra a variação de limiar necessário para que ocorra fuga em ratos que
receberam injeção intra-SCPd de salina ou do antagonista de OT (Atosiban).
A ANOVA indicou que houve efeito significativo do tratamento [F (3,28) = 14,1; p<
,001]. Comparações múltiplas pelo teste de Duncan mostraram que o antagonista nas
concentrações de 0,05, 0,5 e 5µg/0,2µL diminuiu a variação do limiar necessário para que o
animal apresentasse comportamento de fuga em relação à salina (p<0,05).
25 Salina
Atosiban 0,05µg / 0,2µl
Atosiban 0,5 µg / 0,2µl
Atosiban 5 µg / 0,2µl
Variação do limiar (µA)
20
15
*
10
*
5
* *
0
Figura 10: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra- SCPd de salina ou Atosiban (0,05; 0,5 e 5 µg /
0,2µL) sobre a variação do limiar de fuga (n= 8-10 por grupo). * p<0,05 em relação à salina.
Experimentos com ratos | 65
35 Salina / Salina
* Salina / Ocitocina
Atosiban / Salina
30 Atosiban / Ocitocina
Variação do limiar (µA)
25
20
15
10
5 *
*
0
Figura 11: Efeito (Média ± EPM) da injeção intra- SCPd de Atosiban (0,01µg / 0,2µL) ou salina 10
minutos antes da microinjeção de OT (0,5 / 0,2µL) na variação do limiar necessário para que ocorra
fuga em ratos (n=11-13 por grupo). * p < 0,05 em relação aos demais grupos.
Experimentos com ratos | 66
3.2.4 Discussão
quando Windle et al. (1997a) submeteram os animais à uma situação de estresse (exposição a
um novo ambiente) antes de colocá-los no labirinto em cruz elevado, o peptídeo causou efeito
ansiolítico. A OT também demonstrou efeito ansiolítico, quando administrado agudamente no
ventrículo lateral, em camundongos knockouts submetidos ao labirinto em cruz elevado
(MANTELLA et al., 2003; AMICO et al., 2004). É interessante observar que o labirinto em
cruz trata-se de um modelo misto, ou seja, provoca diferentes tipos de comportamento durante
o tempo que explora o labirinto. Essa questão metodológica pode produzir resultados
inconsistentes e contraditórios. Entretanto, o fato do labirinto em T elevado permitir o
discernimento das estratégias comportamentais, como a fuga e a esquiva, pode explicar o
efeito ansiogênico que até o presente momento ainda não havia sido observado.
As respostas sugestivas de efeito ansiolítico da administração i.c.v. de OT parece
depender não somente de condições metodológicas, conforme descrito acima, como também
do protocolo da administração do peptídeo (agudo x crônico) e do gênero dos animais
avaliados. Assim, foi demonstrado diminuição da ansiedade em ratas, mas não em ratos, que
receberam OT cronicamente, porém não agudamente, quando submetidas ao modelo da caixa
claro-escuro (SLATTERY e NEUMANN, 2010). Além disto, o efeito parece depender da
espécie, uma vez que Ring et al. (2006) demonstraram efeito ansiolítico em camundongos,
submetidos à plataforma em zero elevado, que receberam injeção i.c.v. aguda de OT.
Após esses resultados, avaliamos o efeito da administração da OT na SCPd na
modulação das respostas de esquiva inibitória e de fuga de animais submetidos ao labirinto
em T elevado (Experimento 1B).
Os resultados da esquiva inibitória foram similares aos encontrados no experimento
1A. Observou-se que a OT, nas três doses utilizadas, aumentou o tempo de latência de saída
do animal do braço fechado, sugerindo efeito do tipo ansiogênico. Entretanto, diferentemente
do experimento anterior, a OT administrada na SCPd causou um aumento da latência de saída
do animal do braço aberto na Fuga 3, sugestivo de efeito panicolítico. A análise da distância
total percorrida pelo animal na arena não mostrou diferenças significativas, sugerindo que os
dados obtidos no labirinto em T não são decorrentes de prejuízo locomotor. Em relação ao
teste da caixa claro-escuro, não houve efeito da OT sobre a porcentagem de tempo que o
animal permaneceu no compartimento claro. Entretanto, há uma tendência (p=0,08) em se
observar que as doses de 0,25 e 1µg diminuíram o número de transições entre os dois lados da
caixa, reforçando os achados de efeito ansiogênico na esquiva inibitória.
Contudo, os resultados da administração intra-SCPd de OT apontaram para funções
opostas da OT na regulação de comportamentos defensivos relacionados à ansiedade e ao pânico.
Experimentos com ratos | 68
4.1 Objetivos
4.2 Métodos
4.2.2 Sujeitos
4.2.3 Drogas
Todos os voluntários receberam uma cápsula de gelatina contendo LZP ou seu placebo
(amido), 90 minutos antes do teste, e a administração intranasal de OT (24 unidades
®
internacionais (UI) de Syntocinon - Spray Nasal – Novartis, Brasil, através de 6 aplicações
de 4 UI por narina) ou seu placebo (6 aplicações do veículo do Syntocinon ®, Novartis,
Brasil), 30 minutos antes do teste. O grupo OT recebeu a cápsula de placebo (amido) e a
administração intranasal de OT, o grupo LZP a cápsula de LZP e a administração intranasal
de placebo e o grupo placebo, a cápsula e a administração intranasal de placebo. O tempo e
dose para avaliar os efeitos da OT foram baseados em estudos anteriormente realizados
(HEINRICHS et al., 2003; KOSFELD et al., 2005) e também na cinética da administração
intranasal de neuropeptídeos (BORN et al., 2002). A dose de LZP foi baseado no estudo de
Bailey et al, 2007.
Experimento com voluntários saudáveis | 74
Medidas psicológicas
Para avaliação dos estados subjetivos durante o teste de inalação de 7,5% de CO2,
foram utilizadas as seguintes escalas de auto-avaliação:
1) Escala Analógica de Humor – EAH (Visual Analogue Mood Scale –VAMS) (NORRIS,
1971). Trata-se de uma escala composta por 16 itens, sendo que cada um destes possui uma
linha reta de 100 mm que liga dois adjetivos opostos. O sujeito deve assinalar como se sente
no momento do preenchimento com relação a cada uma das condições com um traço vertical,
sendo que o centro da linha é como o mesmo se sente habitualmente e, seguindo para os
extremos, aumenta a intensidade de uma ou outra condição. Esta escala foi traduzida por
Zuardi et al. (1991) e a mesma foi dividida em 4 fatores (sedação mental, sedação física,
ansiedade, outros sentimentos e atitudes) semelhantes a versão original. utilizou A
nomenclatura dos fatores utilizada no presente estudo foi a proposta por Parente et al.,
(2005):, (1) ansiedade; (2) sedação (no lugar de sedação mental); (3) prejuízo cognitivo (no
lugar de sedação física) e (4) desconforto (no lugar de outros sentimentos e atitudes). (Anexo
2).
2) Escala de Sintomas Somáticos (ESS) (Bodily Symptoms Scale – BSS) (ZUARDI et al,
1993). Esta escala avalia sintomas somáticos que podem indiretamente afetar a ansiedade e é
composta por 21 itens, nos quais os indivíduos assinalam como se sentem no momento,
variando de nada (0) até extremamente (5) (Anexo 3).
Medidas Fisiológicas
A coleta da saliva foi realizada nos tempos determinados (Figura 10) através do
processo de mastigação de um pequeno rolo de algodão (Salivette, Sarstedt, Alemanha). O
cortisol salivar foi mensurado através da técnica de radioimunoensaio (SANTIAGO et al.,
1996).
4.2.5 Procedimento
O teste de inalação de 7,5% de CO2 e a coleta dos dados foi realizada no Laboratório
de Psicofarmacologia Clínica do Departamento de Neurociências e Ciências do
Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(FMRP-USP), localizado no bloco das enfermarias (3º andar) do Hospital das Clínicas da
FMRP-USP. As coletas foram realizadas entre 12:00 – 17:00. Este laboratório é dotado de
fontes de ar comprimido e oxigênio e todas as demais facilidades, comuns a todas as
enfermarias do HC. Durante todo o procedimento houve a presença de um médico
responsável para pronto-atendimento do voluntário, caso o mesmo venha apresentar algum
desconforto ocasionado pela sessão experimental. O procedimento do teste foi similar ao
usado por Bailey et al. (2007). A sessão experimental foi conduzida em uma sala com
atenuação sonora e temperatura controlada. Inicialmente, foi apresentado ao sujeito o Termo
de Consentimento Livre Esclarecido. Após um período de adaptação de 30 minutos, as
medidas iniciais (I) foram realizadas seguidas da administração do LZP ou placebo. Após 1
hora, foi realizada a administração intranasal da OT (Syntocinon ® - Spray Nasal – Novartis,
Brasil) ou de seu placebo. Após 30 minutos, os sujeitos, sentados confortavelmente em uma
poltrona, receberam ar medicinal durante 20 minutos e, em seguida, foram realizadas as
medidas pós-teste de inalação de ar (A). Na sequência, os sujeitos receberam a inalação da
mistura de 7,5% CO2, 21% O2 e 71,5% N durante 20 minutos e então foram realizadas as
medidas pós-teste de inalação de 7,5% CO2 (CO2). Para finalizar, os sujeitos fizeram as
medidas finais do pós-teste (PT). A inalação do gás foi realizada através de uma máscara
facial, que cobria a boca e o nariz. O sujeito não soube a ordem que receberia ar medicinal ou
CO2, mas sempre foi administrado primeiramente ar e depois CO2 As coletas de amostra
salivar, para a dosagem de cortisol, foram realizadas nos momentos citados anteriormente.
Experimento com voluntários saudáveis | 76
Entretanto, houve duas outras amostras além destas, que foram imediatamente após assinar o
termo de consetimento (B) e imediatamente antes da inalação de ar medicinal (A0). (Tabela
2).
- 0:15 Medidas Iniciais (I) EAH, ESS, SCL, SF, FC, PA, coleta de saliva
Medidas pós-inalação de ar EAH, ESS, SCL, SF, FC, PA, coleta de saliva
+ 1:50
medicinal (A)
+ 2:40 Medidas de pós-teste (PT) EAH, ESS, SCL, SF, FC, PA, coleta de saliva
EAH: Escala Analogica de Humor; ESS: Escala de Sintomas Somáticos; SCL: nível da condutância
da pele; SF: flutuações espontâneas da consutância da pele; FC: freqüência cardíaca; PA: pressão
arterial
As características dos sujeitos (idade, IMC, FAST, PHQ, IAB e SRQ) foram
analisados por uma análise de variância de uma via e a análise do CCSE foi realizada através
do teste Kruskal-Wallis.
Os dados da EAH, FC, PA, SCL, SF e FC foram avaliados usando uma análise de
variância de medidas repetidas (ANOVAmr) de dois fatores para comparar os grupos ao longo de
todos os pontos (I, A, CO2 e PT). Os fatores analisados foram tratamento, fases e a interação
Experimento com voluntários saudáveis | 77
tratamento x fases. A análise dos dados do cortisol foi realizada por uma ANOVAmr de dois
fatores para comparar os grupos ao longo das fases (I, B, A1, A2, CO2 e PT). Quando apropriado,
uma ANOVA de uma via foi realizada em cada fase, seguido do pós-teste Duncan, para comparar
o efeito da ocitocina em relação ao placebo e lorazepam. Para a análise intragrupo foi realizada
uma ANOVAmr de um fator, seguido do pós-teste Sidak para comparações múltiplas. Nos casos
em que as condições de esfericidade não foram alcançadas, os graus de liberdade foram corrigidos
pelo epsilon de Huynh-Feldt. Os valores da SCL foram transformados em logaritmos na base 10
para que se alcançasse uma distribuição normal dos dados. Os itens individuais da ESS foram
analisados em cada ponto de avaliação usando o teste de Kruskal-Wallis. Para a análise intragrupo
foi realizado o teste de Friedman. Os resultados foram expressos em média ± erro padrão da
média (µ ± epm). O nível de significância adotado foi de α=0,05.
4.3 Resultados
Sujeitos
Medidas psicológicas
A. Fator Ansiedade
verificou-se que houve aumento da ansiedade da fase pós-inalação de ar para a fase pós-
inalação de CO2 (p=0,002) somente no grupo PL, que se seguiu de uma diminuição para a
fase pós-teste (p=0,03). No grupo LZP houve diminuição da ansiedade da fase inicial para a
fase pós-inalação de CO2 (p=0,04). No grupo OT não houve mudanças significativas do nível
de ansiedade durante as diferentes fases.
B. Fator sedação
D. Fator desconforto
A
60 OCITOCINA
LORAZEPAM
PLACEBO
**
55
Ansiedade (mm)
50
**
*
45
**
*
*
40
#*
**
35
**
I A CO2 PT
Fase
B
65 OCITOCINA
LORAZEPAM
PLACEBO
60 **
Sedação (mm)
55
50
**
*
45
* **
*
40
I A CO2 PT
Fase
Figura 12: Efeito da ocitocina, do lorazepam e do placebo na ansiedade (A) e sedação (B) subjetiva
avaliada pela Escala Analógica de Humor (EAH) em voluntários saudáveis submetidos ao Teste de
Inalação de 7,5% de CO2. Os resultados estão expressos por média ± epm (mm). Fases da sessão
experimental: inicial (I), pós-inalação de ar medicinal (A), pós-inalação de 7,5% de CO2 (CO2) e pós-
teste (PT). * p < 0,05 em relação ao placebo; # p < 0,05 em relação à ocitocina; ** p<0,05 em relação
à fase anterior.
Experimento com voluntários saudáveis | 81
A
60 OCITOCINA
LORAZEPAM
PLACEBO
Prejuízo cognitivo (mm)
55
50
45
40
I A CO2 PT
Fase
B
60
OCITOCINA
LORAZEPAM
PLACEBO
Desconforto (mm)
55
50
45
40
I A CO2 PT
Fase
Figura 13: Efeito da ocitocina, do lorazepam e do placebo no prejuízo cognitivo (A) e desconforto (B)
subjetivo avaliada pela Escala Analógica de Humor (EAH) em voluntários saudáveis submetidos ao
Teste de Inalação de 7,5% de CO2. Os resultados estão expressos por média ± epm (mm). Fases da
sessão experimental: inicial (I), pós-inalação de ar medicinal (A), pós-inalação de 7,5% de CO2 (CO2)
e pós-teste (PT).
Experimento com voluntários saudáveis | 82
A análise entre os grupos nos 21 itens, durante as diferentes fases, mostrou diferença
significante e no ítem “agitado”. O grupo placebo esteve mais agitado do que os demais
grupos na fase pós-inalação de CO2 (p=0,02).
Nas análises intragrupo foram encontradas as seguintes diferenças:
• Grupo Placebo: sentiu-se com mais fome (p<0,01), sede (p=0,02), vontade de
urinar (p=0,01) e agitação (p=0,01) na fase pós-teste em relação à fase inicial.
• Grupo Lorazepam: sentiu-se mais letárgico (p=0,02) na fase pós-inalação de CO2
em relação à fase pós-teste; com mais dor ou peso na cabeça (p=0,01) nas fases pós-inalação
de ar e pós-teste em relação à fase inicial; com mais fome (p=0,03), mais sede (p=0,03) e
vontade de urinar (p<0,01) na fase pós-teste em relação à fase inicial; mais dificuldade de
respirar na fase pós-inalação de CO2 em relação à fase inicial.
• Grupo Ocitocina: sentiu-se com mais fome (p<0,01), sede (p<0,01), vontade de
urinar (p<0,01) na fase pós-teste em relação à fase inicial; com a boca mais seca (p<0,01) nas
fases pós-inalação de ar e CO2 em relação à fase inicial.
Medidas fisiológicas
A
OCITOCINA
1,0 LORAZEPAM
PLACEBO
Condutância da pele (Log)
0,8
0,6
0,4
*
0,2
0,0
I A CO2 PT
Fase
B
16 OCITOCINA
LORAZEPAM
14 PLACEBO
Número de Flutuações
12
10
2
I A CO2 PT
Fase
Figura 14: Efeito da ocitocina, do lorazepam e do placebo na condutância da pele (log) (A) e no
número de flutuações (B) em voluntários saudáveis submetidos ao Teste de Inalação de 7,5% de CO2.
Os resultados estão expressos por média ± epm. Fases da sessão experimental: inicial (I), pós-inalação
de ar medicinal (A), pós-inalação de 7,5% de CO2 (CO2) e pós-teste (PT). * p < 0,05 em relação ao
placebo
Experimento com voluntários saudáveis | 84
Frequência cardíaca
100
OCITOCINA
Frequência cardíaca (bpm)
LORAZEPAM
PLACEBO
90
80
* *
70
* *
60 * *
50
I A CO2 PT
Fase
* em relação à fase inicial
inicial também foi superior em relação à fase pós-teste nos grupos OT (p<0,001), LZP
(p<0,001) e PL (p=0,001). Além disto, o grupo PL também mostrou diminuição da FC da fase
pós-inalação de CO2 para a fase pós-teste (p=0,03).
Pressão arterial
A
140
Pressão arterial sistólica (mmHg)
OCITOCINA
LORAZEPAM
PLACEBO
130
120
110
100
I A CO2 PT
Fase
B
100
Pressão arterial diastólica (mmHg)
OCITOCINA
LORAZEPAM
90 PLACEBO
80
70
60
50
I A CO2 PT
Fase
Figura 16: Efeito da ocitocina, do lorazepam e do placebo na pressão arterial sistólica (A) e diastólica
(B) em voluntários saudáveis submetidos ao Teste de Inalação de 7,5% de CO2. Os resultados estão
expressos por média ± epm (mmHg). Fases da sessão experimental: inicial (I), pós-inalação de ar
medicinal (A), pós-inalação de 7,5% de CO2 (CO2) e pós-teste (PT).
Experimento com voluntários saudáveis | 87
1400 PLACEBO
* LORAZEPAM
1200 OCITOCINA
+ *
Cortisol (ng/dl)
1000
800 * +
600 *
400
200
0
B I A0 A1 CO2 PT
Fases
* p<0,05 em relação às demais fases
+ p<0,05 em relação às fases A1, A2, CO2 e PT
4.4 Discussão
escalas subjetivas de acordo com o momento em que ele mais sentiu os efeitos do CO2,
enquanto no presente estudo o sujeito deveria preencher de acordo com o que ele sentia no
momento do preenchimento (imediatamente após a inalação). Essa diferença metodológica
poderia ter ocasionado o registro de um escore um pouco menor de ansiedade, com o placebo,
uma vez que ao preencher as escalas não estava mais inalando o CO2.
De qualquer forma, o fato do grupo que recebeu OT não ter seu nível de ansiedade
elevado pela inalação de CO2 é um indicativo de que este neuropeptídio pode prevenir um
efeito ansiogênico. O mecanismo pelo qual a OT exerceu esse efeito protetor não é
completamente esclarecido (VAN DEN BURG e NEUMANN, 2011). Entretanto, é possível
que ocorra sua interação com sistemas de neurotransmissores envolvidos na ansiedade
provocada pela inalação de CO2, entre eles os sistemas noradrenérgico, gabaérgico e
serotonérgico (BAILEY e NUTT, 2008). A possibilidade do envolvimento da OT com os
sistemas gabaérgico e serotonérgico são compatíveis com estudos em animais e de
eletrofisiologia que mostram essas possíveis relações no efeito ansiolítico da OT
(JORGENSEN et al., 2003 HUBER et al., 2005; YOSHIDA et al., 2009; VIVIANI et al.,
2010). Os resultados destes estudos foram previamente discutidos na seção de experimentação
animal.
Com relação às medidas fisiológicas de pressão arterial e freqüência cardíaca, não
obtivemos resultados significativos de aumento destes parâmetros após a inalação de CO2 em
nenhum dos grupos. Nossos resultados contrastam com de outros trabalhos que neste mesmo
modelo, mostraram aumento da pressão arterial sistólica (BAILEY et al. 2005) e freqüência
cardíaca (BAILEY et al., 2005; BAILEY et al., 2007). Essa diferença talvez se deva a
diferenças metodológicas. Esses autores monitoraram esses parâmetros durante todo o tempo
de inalação e expressaram seus valores pela média. Nós aferimos esses valores imediatamente
após a inalação de ar ou CO2, podendo deixar de detectar um possível aumento ocorrido em
outro momento.
Essa mesma consideração é válida para a condutância da pele e número de flutuações
da condutância da pele. Nós não obtivemos diferenças significativas no aumento desses
parâmetros em nenhum dos grupos da fase pós-inalação de ar para pós-inalação de CO2. Em
um estudo em que se caracterizaram os sintomas produzidos pela inalação de CO2 em
voluntários saudáveis, houve aumento da condutância da pele, a qual foi monitorada durante
toda a inalação, somente no grupo considerado “responsivo” ao teste (POMA et al., 2005).
Foram considerados “responsivos” os sujeitos que reportaram pelo menos 1 (comparado ao
pré-teste) de 4 sintomas especificados no PSLIII-R durante a inalação de CO2. Nós não
Experimento com voluntários saudáveis | 90
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WOTJAK, C.T.; NARUO, T.; MURAOKA, S. et al.. Forced swimming stimulates the
expression of vasopressin and OT in magnocellular neurons of the rat hypothalamic
paraventricular nucleus. Eur J Neurosci, v. 13, p. 2273-2281, 2001.
YOSHIMURA, R.; KIMURA, T.; WATANABE, D.; KIYAMA, H.. Differential expression
of OT receptor mRNA in the developing rat brain. Neurosci Res, v. 24, p. 291-304, 1996.
YOUNG, J.L.; LIM, M.M., GINGRICH, B.; INSEL, T.R.. Cellular mechanismsof social
attachment. Horm Behav, v. 40, p. 133-138, 2001.
ZANOVELI, J.M.; NETTO, C.F.; GUIMARÃES, F.S.; ZANGROSSI, H.. Systemic an intra –
dorsal periaqueductal gray injections of cholecystokinin sulfated octapeptide (CCK-8s) induce
a panic –like response in the rats submitted to the elevated T-maze. Peptides, v.25, p.1935-
1941,2004.
ZUARDI, A.W.; COSME, R.A.; GRAEFF, F.G., GUIMARÃES, F.S.. Effects of ipsapirone
and cannabidiol on human experimental anxiety. J Psychopharm, v. 7, p. 82-88, 1993.
ANEXOS
Anexos | 110
ANEXOS
transtornos ansiosos, melhorando a forma de tratamento destas pessoas. Caso no decorrer das
atividades desista de participar, poderemos interrompê-las, sem qualquer constrangimento.
Seus dados serão confidenciais e serão unicamente de uso da farmacêutica-
pesquisadora Danielle Chaves para elaboração da tese de doutorado e sua posterior publicação
em forma de artigo, sem sua identificação pessoal. Assumimos a responsabilidade por
qualquer ônus que a participação no estudo possa acarretar.
Qualquer dúvida que você tenha poderá entrar em contato conosco.
Prof. Dr. José Alexandre Prof. Dr. Antônio Waldo Zuardiii Danielle Chaves
Crippa Doutoranda
Telefone: 3602-2703
Eu,
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Assinatura
Anexos | 112
VAMS
INSTRUÇÕES: Avalie como você se sente agora em relação aos itens abaixo e marque cada
linha com um traço vertical no ponto que melhor descreve seus sentimentos. O centro de
cada linha indica como você habitualmente se encontra e as extremidades indicam o
máximo de cada condição.
________________________________________________ DESAJEITA-
ÁGIL
DO
RACIOCÍNIO ________________________________________________
PERSPICAZ
DIFÍCIL
ANEXO DE PUBLICAÇÃO
Anexo de publicação | 117
Anexo de publicação | 118
Anexo de publicação | 119
Anexo de publicação | 120
Anexo de publicação | 121
Anexo de publicação | 122
Anexo de publicação | 123
Anexo de publicação | 124
Anexo de publicação | 125
Anexo de publicação | 126
Anexo de publicação | 127
Anexo de publicação | 128
Anexo de publicação | 129
Anexo de publicação | 130
Anexo de publicação | 131
Anexo de publicação | 132
Anexo de publicação | 133
Anexo de publicação | 134
Anexo de publicação | 135
Anexo de publicação | 136
Anexo de publicação | 137
Anexo de publicação | 138
Anexo de publicação | 139