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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

EDMANE DE GRACIOSA RAIUMUNDO ADRIANO

ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

NAMPULA

2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

EDMANE DE GRACIOSA RAIUMUNDO ADRIANO

ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Direitos Reais, referente ao 1º semestre,
curso de Direito, 3º ano. Turma Única,
Leccionada pelo Docente: Phd Melquisedec
Muapala

NAMPULA

2020
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 1

1. Origem e Classificação da Posse ............................................................................................... 2

1.1 Conceitos Preliminares............................................................................................................ 2

Classificação – categorização, avaliação ou então classe de algo. ................................................ 2

1.2 Origem do Instituto da Posse .................................................................................................. 2

1.3 Evolução.................................................................................................................................. 3

2. Classificação da Posse............................................................................................................... 4

2.1 Posse Titulada ......................................................................................................................... 4

2.1.2 Posse não titulada ................................................................................................................. 4

2.1.3 Posse de Boa-fé .................................................................................................................... 4

2.1.4 Posse de má-fé...................................................................................................................... 5

2.1.5 Posse pacífica ....................................................................................................................... 5

2.1.6 Posse Violenta ...................................................................................................................... 5

2.1.7 Posse Pública ........................................................................................................................ 5

2.1.8 Posse oculta .......................................................................................................................... 5

2.2 Outras Classificações .............................................................................................................. 6

Bibliografia ................................................................................................................................... 8

1
Introdução
O presente trabalho da Cadeira de Direitos Reais, intitulado “Origem e
classificação da posse”, visa fazer uma abordagem sintética e esgotada do tema acima
referido, e como nota introdutória convém ter presente que: a presença da posse no
direito romano se faz sentir desde sua origem, constituindo ela juntamente com a
propriedade os dois tipos de relação do homem com a terra.

Os jurisconsultos romanos, contudo, não se preocuparam em desenvolver uma


teoria sobre a posse. Limitaram-se à casuística, descendo a minúcias, como a tripartição
da possessio em civilis, ad interdicta e naturdlis. A evolução do instituto se faz em
função das necessidades práticas, não como decorrência de uma preocupação científica,
norteada por ideias gerais concebidas. Este trabalho possui objectivo geral e objectivos
específicos que serão apresentados a seguir.

Objectivo Geral:

• Analisar a origem e classificação da posse.

Objectivos Específicos:

• Descrever os aspectos ligados a posse, desde o seu conceito, origem até a


sua classificação;
• Fundamentar com base na lei a classificação do instituto da posse;
• Descrever a dinâmica de funcionamento das respectivas classificações da
posse.

Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que
visa descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um processo
de análise de informação que nos leva a uma conclusão. E, para melhor compreensão do
trabalho este obedece a seguinte estrutura: Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e
Bibliografia.

1
1. Origem e Classificação da Posse

1.1 Conceitos Preliminares


Como forma de ter uma melhor compreensão sobre o tema em alusão convém
trazer os conceitos ligados a este tema, que sob o meu viés torna-se imperioso, trazer
estes conceitos, começarei por trazer o significado das expressões constantes no tema.

Origem – o termo origem significa ponto que marca o início de alguma coisa,
local de nascimento, o que provoca alguma coisa.1

Classificação – categorização, avaliação ou então classe de algo.2

Posse - em termos abstractos o termo posse significa ter algo como sua, ter algo
sobre seu poder ou então fruição de algo.3
Posse – em termos jurídicos a posse é vista como o como o poder que se
manifesta quando alguém actua por forma correspondente ao exercício do direito de
propriedade ou de outro direito real, conforme faz menção o art. 1251 do CC4.

Ao se falar da origem e classificação do instituto da posse procuramos aqui de


forma mais simples e esgotada, entender de forma pormenorizada como surge este
instituto da posse desde a sua origem até aos nossos dias e igualmente trazer os tipos
desta mesma posse segundo a doutrina e o nosso legislador.

1.2 Origem do Instituto da Posse


O pensamento não é uniforme em torno da origem da posse. Uma corrente
entende que ela se encontra na protecção possessória por meio dos interditos, cujo
objecto era tutelar a posse do ager públicas. Seria uma criação do pretor, o solo romano
estava dividido em ager publicus e ager privatus. Aqueles eram objecto de concessões
in precarium, admitindo revogação a qualquer tempo.5

1
CUNHA, Celso, Dicionário Integral da Língua Portuguesa, Texto Editores, p. 45.
2
Ob. Cit. p. 124.
3
Ob. Cit. p. 201.
4
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-lei no 47 344 de 1997: aprova o código civil, II Série, in
Boletim da República.
5
YIANA, Marco Aurélio, Do Conceito Moderno de Posse, 2008, p. 304.

2
1.3 Evolução
No direito romano a posse indica uma relação material entre pessoa e o bem,
uma relação de facto com a coisa que permitia dela dispor de forma plena. O instituto
conhece a evolução nas fases pré-clássica, clássica e pós-clássica.6

A posse surge na fase pré-clássica, convivendo com a propriedade. Temos duas


formas de utilização económica dos bens: a propriedade, em que o proprietário
desfrutava o imóvel pelo facto de ser proprietário, e a possessio, em que o desfrute se
fazia independentemente da propriedade. Inicialmente a possessio era uma senhoria que
o chefe da gens concedia sobre a terra aos seus clientes, com a obrigação de restituir
logo que exigida.

No período clássico vamos encontrar a figura da possessio irrevogável, em que


temos a disponibilidade física da coisa acompanhada do desejo de possuí-la em
definitivo, hábil à aquisição por usucapião, que reclamava, além da posse, a justa causa
e a boa-fé. A posse do precarista, do credor pignoratício e do sequestrario, assume
carácter excepcional, porque exigia-se, agora, a boa-fé (animus domini), ao contrário do
que se dava anteriormente.7

No período pós-clássico caminhamos para a possessio verdadeira ser a do


proprietário. Há uma correlação entre propriedade e posse, sendo aquela o suporte
jurídico desta. Toda relação entre pessoa e coisa, que não se funda no título ou na justa
causa, equivale a detenção. A posse deixa de ser relação apenas de fato e torna-se uma
consequência do direito. E sob Justiniano temos a protecção possessória alcançando os
direitos reais.8

Dois elementos sempre estiveram presentes na noção de posse, nos vários


períodos de evolução que ela conheceu: o corpus e o animus. A posse para os romanos
era uma relação de facto com a coisa com a intenção efectiva dela dispor como.9

Segundo eles a posse seria composta por dois elementos, nomeadamente: o


corpus - é o elemento material, a relação física da pessoa com a coisa, o poder físico
incidente sobre o objecto, significando a relação de disponibilidade material do sujeito,

6
YIANA, Marco Aurélio, Do Conceito Moderno de Posse, 2008. p. 305.
7
Ob. Cit. p. 305.
8
Ob. Cit. p. 306.
9
Ob. Cit. p.308.

3
e o animus é a relação metafísica, a vontade de se agir perante a coisa como
proprietário.

2. Classificação da Posse
Nesta temática faremos menção da classificação da posse ou seja dos tipos ou
espécies de posse com base o nosso legislador, ou seja com base naqueles que são os
tipos de posse que encontram uma consagração legal no III livro do nosso CC.

A classificação da posse segundo o legislador moçambicano é possível verificar


nos termos do art. 1258 do CC, ao preceituar que “ a posse pode ser titulada ou não
titulada, de boa-fé ou de má-fé, pacífica ou violenta, pública ou oculta”.

2.1 Posse Titulada


Diz-se posse titulada a posse fundada em qualquer modo legítimo de adquirir,
independentemente, quer do direito do transmitente, quer da validade substancial do
negócio jurídico. Art. 1259 do CC.10

2.1.2 Posse não titulada


Considera-se posse não titulada aquela em que não se funda em qualquer modo
legítimo de adquirir, ou seja aquela cujo a aquisição não é de forma legítima.11

2.1.3 Posse de Boa-fé


Quando o possuidor ignora o vício ou o obstáculo que lhe impede a aquisição da
coisa ou do direito possuído, o possuidor pensa que a coisa lhe pertence ou não o
conhece os vícios da posse, ex.: pessoa que adquire uma coisa furtada, desconhecendo
esse detalhe; quando o possuidor está convicto de que a coisa, realmente, lhe pertence,
ignorando que está prejudicando direito de outrem. Estado de boa ou ma fé deve estar
no momento da aquisição da posse “mala fide superveniens non nocet.” Art. 1260 do
CC.12

10
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-lei no 47 344 de 1997: aprova o código civil, II Série, in
Boletim da República.
11
JUSTO, A. Santos, Direitos Reais, 4ª Edição, Coimbra Editora, Coimbra, 2012, p. 123.
12
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-lei no 47 344 de 1997: aprova o código civil, II Série, in
Boletim da República.

4
2.1.4 Posse de má-fé
Quando o possuidor tem conhecimento do vício da posse; aquela em que o
possuidor tem consciência da ilegitimidade de seu direito de posse, em razão de vício ou
obstáculo impeditivo de sua aquisição. Toda posse de má-fé é injusta, mas nem toda
posse injusta é de má-fé, "não induzem posse os actos de mera permissão ou tolerância,
assim como não autorizam a sua aquisição os actos violentos, ou clandestinos, senão
depois de cessar a violência, ou a clandestinidade". A importância da distinção entre a
posse de boa-fé e a de má-fé, implica na indemnização por benfeitorias, exercício do
direito de retenção e indemnização no caso de deterioração da coisa. No 2 do art. 1260
do CC.13

2.1.5 Posse pacífica


Diz-se pacífica a posse que foi adquire-se sem violência, a adquirida legalmente,
sem vício jurídico externo. Art. 1261 do CC.

2.1.6 Posse Violenta


Considera-se violenta a posse em que para obtê-la, o possuidor usou de coacção
física, ou de coacção moral nos termos do art. 225 do CC, logo esta sabe-se muito bem
que os negócios jurídicos celebrados sob coacção moral não produzem efeitos jurídicos,
logo terá o mesmo efeito. No 2 do art. 1261 do CC, conjugado com o art. 255 do CC.14

2.1.7 Posse Pública


Exercida publicamente, posse pública é a que se exerce de modo a poder ser
conhecida pelos interessados, este carácter público funda-se essencialmente em: perda
da posse ( no 2, art.1267) Caducidade dentro de 1 ano das acções de manutenção e
restituição ( art.1282) Usucapião ( 1297).15

2.1.8 Posse oculta


Diz-se posse oculta aquela exercida secretamente, não publicitada há aqui a
intenção de esconder (não possibilitem o seu conhecimento) possibilidade de

13
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-lei no 47 344 de 1997: aprova o código civil, II Série, in
Boletim da República.
14
Ob. Cit.
15
Ob. Cit.

5
reversibilidade da posse oculta ou violenta a pública, é possível encontrar no art. 1297
do CC.16

2.2 Outras Classificações


Natural - a que se constitui pelo exercício de poderes de facto sobre a coisa.
Ex.: A vende sua casa a B, mas continua no imóvel como inquilino; não obstante, B fica
sendo possuidor da coisa (posse indirecta), mesmo jamais tê-la ocupado fisicamente.17

Civil ou jurídica: a que assim se considera por força da lei, sem necessidade de
actos físicos ou materiais; a que se transmite ou se adquire pelo título.18

Posses compatíveis - “A” é proprietária de um apartamento e concede um


direito de usufruto a “B”. Este apartamento está sujeito a duas posses: a posse de “A”,
que neste caso é o nu-proprietário e a posse de “B” dada pelo direito real de usufruto.

Posses incompatíveis se “A” furta o livro de “B” passando a usá-lo


publicamente, ganham a posse do livro, mas apesar disso, “B” não perde a posse do seu
livro.

Indirecta (ou mediata) aquela que o proprietário conserva, por ficção legal,
quando o exercício da posse directa conferido a outrem, em virtude de contrato ou
direito real limitado. Ex.: O locatário, o depositário e o usufrutuário exercem a posse
directa; o proprietário a posse indirecta; uma não anula a outra; ambas coexistem no
tempo e no espaço e são jurídicas ("jus possidendi"), não autónomas, pois implicam o
exercício de efectivo direito sobre a coisa; o possuidor directo e o indirecto podem
invocar a protecção possessória contra terceiros, mais só este pode adquirir a
propriedade em virtude do usucapião.19

Composse pro-diviso: há uma divisão de facto para a utilização pacífica do


direito de cada um. Aqui, exercendo os possuidores poderes apenas sobre parte da coisa
definida, e estando tal situação consolidada há mais de ano e dia, poderá cada qual
recorrer aos interditos contra aquele composse que atentar contra tal exercício. Em

16
Ob. Cit.
17
JUSTO, A. Santos, Direitos Reais, 4ª Edição, Coimbra Editora, Coimbra, 2012. p. 232.
18
MARQUES, J.DIAS, Noções Elementares de Direito Civil, 7a edição, Artes gráficas, Lisboa, 1992. p.
123.
19
PINTO, Rui, Direitos Reais de Moçambique, Almedina, 2006. p. 243.

6
relação a terceiros, qualquer composse poderá impedir sua atitude, como ocorrem nos
condomínios.20

Composse pro-indiviso: todos exercem o direito de possuidor ao mesmo tempo


sobre a totalidade da coisa.21

Posse Precária - quando o agente nega-se a devolver a coisa que lhe foi
emprestada com a condição de ser restituída assim que o proprietário a solicitar; a que
se origina do abuso de confiança, por parte de quem recebe a coisa com o dever de
restituí-la (esta posse justa na sua origem e se torna injusta no acto da remessa de
devolver a coisa).22

Ex.: O invasor de um imóvel abandonado deterá a posse violenta se expulsar à


força o antigo ocupante; se nele penetrar furtivamente, ter a posse clandestina; se ficou
de guardá-lo, mas nele se instalou sem autorização do dono, ter a posse precária. A
violenta e a clandestina, convalescem e se tornam justa uma vez cessada a violência ou
a clandestinidade; a precária não convalesce, jamais se tornar justa.

20
MARQUES, J.DIAS, Noções Elementares de Direito Civil, 7a edição, Artes gráficas, Lisboa, p. 146.
21
LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes, Direitos Reais 5ª Edição, Almedina, Coimbra, p. 234.
22
PINTO, Rui, Direitos Reais de Moçambique, Almedina, 2006. p. 243.

7
Bibliografia
CUNHA, Celso, Dicionário Integral da Língua Portuguesa, Texto Editores,

PINTO, Rui, Direitos Reais de Moçambique, 2ª ed, 2004.

OLIVEIRA Ascensão de Oliveira, Direito Civil Reais, 5ª ed., Coimbra editora, 2006.

YIANA, Marco Aurélio, Do Conceito Moderno de Posse, 2008.

JUSTO, A. Santos, Direitos Reais, 4ª Edição, Coimbra Editora, Coimbra, 2012;

LEITÃO, Luís Manuel Teles de Menezes, Direitos Reais 5ª Edição, Almedina,


Coimbra, 2015

MARQUES, J.DIAS, Noções Elementares de Direito Civil, 7a edição, Artes gráficas,


Lisboa, 1992.

Legislação:

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto-lei no 47 344 de 1997: aprova o código


civil, in Boletim da República.

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