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Turma: MIEM - 2M_06
• Frederico Lopes
Grupo: M1894
• Luís Côrte-Real
Identificação de Componentes - Espada
Resumo
Este trabalho, realizado no âmbito da unidade curricular de Materiais Metálicos, tem como
finalidade a apresentação do projeto desenvolvido nas aulas práticas, que consiste na identificação de
componentes de uma espada de aço.
Assim, numa primeira fase, será feita uma pequena abordagem teórica aos tratamentos
térmicos e ensaios utilizados. Dos tratamentos térmicos, serão referidos a têmpera martensítica e o
recozido de normalização. No que toca aos ensaios, mencionar-se-ão o ensaio dilatométrico, o ensaio
de dureza e o ensaio de espectrometria de emissão.
De seguida, será feita uma breve contextualização da espada, sendo explicitada a evolução
dos materiais utilizados nas suas lâminas, os processos de fabrico e referidos os aços tipicamente
utilizados.
Numa segunda parte mais relacionada com a atividade prática desenvolvida em aula, será
feita uma previsão sobre o que esperar da composição do aço em estudo. De seguida, esclarece-se a
maneira como foram preparadas as amostras da espada, antes de se proceder à análise do material
no estado fornecido, após um recozido de normalização e, após uma têmpera martensítica. Em cada
estado do aço será considerada a microestrutura e o resultado do ensaio de dureza referente ao
mesmo, bem como o ensaio dilatométrico no caso do estado fornecido.
Com base na informação obtida a partir da atividade experimental, prever-se-á o tipo de aço
que constitui a espada, sendo esta previsão, de seguida, comparada com o resultado do ensaio de
espectrometria de emissão.
Finalmente, apresenta-se uma breve conclusão, terminando com uma sugestão para um
trabalho futuro.
Agradecimentos
Em primeiro lugar, devemos um especial agradecimento ao professor Eng.º Jorge Lino pela
ajuda e dedicação constante demonstrada ao longo do desenvolvimento do nosso projeto bem como
pela confiança depositada em nós perante a escolha de um tema tão exigente.
Agradecemos, também, ao professor Eng.º Viriato Antunes, pelos conhecimentos
transmitidos ao longo das aulas teóricas e ao professor Eng.º Lucas Silva, por nos ter permitido
frequentar muitas das suas aulas laboratoriais e por nos ter disponibilizado o seu apoio sempre que
necessário.
Finalmente, devemos um agradecimento à responsável laboratorial Emília Soares pela
disponibilidade contínua demonstrada ao longo de toda a atividade prática necessária.
Lista de Figuras
Figura 1 – Espada em estudo……………………………………………………………………………………………………..……..7
Figura 2 – Espada 1822 British Pattern………………………………………………………………………………………………7
Figura 3 – Exemplo de forno utilizado para aquecimento da peça …………………………………….……..……...8
Figura 4 – Exemplo de têmpera em óleo…………………………………………………………………………………….……10
Figura 5 – Microestrutura de um aço hipoeutectóide antes de um recozido de normalização…………12
Figura 6 - Microestrutura de um aço hipoeutectóide após um recozido de normalização……………....12
Figura 7 – Ensaio Vickers………………………………………………………………………………………………………………….13
Figura 8 – Ensaio Brinell……………………………………………………………………………………………………………..……14
Figura 9 – Espectómetro de emissão ótica………………………………………………………………………………….……14
Figura 10 – Forjamento de uma espada……………………………………………………………………………………..……15
Figura 11 – Espada em estudo…………………………………………………………………………………………………………17
Figura 12 – Amostra envolvida num suporte de resina termoendurecível…………………………………….…17
Figura 13 – Dois dos discos giratórios usados para polimento das amostras……………………………………18
Figura 14 – Disco giratório contendo alumina………………………………………………………………………………….18
Figura 15 – Discos rotativos com spray abrasivo de diamante…………………………………………………………19
Figura 16 – Resultado do ensaio dilatométrico………………………………………………………………………………..20
Figura 17 – Microestrutura do aço da espada no estado fornecido (escala 200µm)…………………………21
Figura 18 – Microestrutura do aço da espada no estado fornecido (escala 20µm)…………………………..21
Figura 19 – Pormenor do revestimento da espada (escala 20µm)……………………………………………………22
Figura 20 – Recozido de normalização…………………………………………………………………………………………….24
Figura 21 – Microestrutura do aço da espada após um recozido de normalização (escala 20µm;
pormenor com ampliação 4×)…………………………………………………………………………………………………………24
Figura 22 – Têmpera martensítica realizada……………………………………………………………………………………26
Figura 23 – Microestrutura resultante após a têmpera efetuada (escala 20µm)……………………………..26
Figura 24 – Dureza da martensite em função da % de carbono da mesma……………………………………..27
Figura 25 – Dureza de um aço após tratamento em função do meio de arrefecimento e da
massividade da amostra…………………………………………………………………………………………………………………28
Figura 26 – Amostra da espada após a realização de um ensaio de espectrometria de emissão…….29
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Tempo de estágio de um aço à temperatura de têmpera em função da quantidade de
liga………………………………………………………………………………………………………………………………………………..…9
Tabela 2 – Ensaio dilatométrico na vizinhança de A1…………………………………………………………………….…20
Tabela 3 – Ensaio dilatométrico na vizinhança de A3/Acm…………………………………………………………………20
Tabela 4 – Resultados do ensaio de dureza do aço no estado fornecido……………………………………….…23
Tabela 5 – Resultados do ensaio de dureza do aço após um recozido de normalização………………..…25
Tabela 6 – Resultados do ensaio de dureza do aço após uma têmpera martensítica…………………….…27
Tabela 7 – Composição do aço SAE-AISI 1095……………………………………………………………………………….…28
Tabela 8 – Resultados do ensaio de espectrometria de emissão……………………………………………………..29
Índice
1. Introdução.…………….……………………………………………………………………………………………..………………………7
2. Tratamentos Térmicos…………………………………………………………………………………………………………….…….8
2.1. Têmpera Martensítica…………………………………………………………………………….………………………8
2.1.1. Aquecimento……………………………………………………………………………..……………………8
2.1.2. Estágio á Temperatura de Têmpera……………………………………………..………………….9
2.1.3. Arrefecimento………………………………………………………………………………….……………10
2.2. Recozido de Normalização……………………………………………………………………………….……………11
3. Ensaios…………………………………………………………………………………………………………………………………………12
3.1. Ensaio Dilatométrico……………………………………………………………………………………….……………12
3.2. Ensaio de Dureza……………………………………………………………………………………………..……………12
3.1.1. Ensaio Vickers………………………………………………………………………………….……………13
3.1.2. Ensaio Brinell…………………………………………………………………………………………………13
3.3. Ensaio de Espectrometria de Emissão…………………………………………………………………..………14
4. Espadas num Contexto Histórico…………………………………………………………………………………………………15
4.1. Evolução dos Materiais Utilizados…………………………………………………………………………………15
4.2. Processo de Fabrico das Espadas…………………………………………………………………………………..15
4.3. Aços Tipicamente Utilizados em Espadas………………………………………………………………………16
5. Análise da Espada……………………………………………………………………………………………………………...….17
5.1. Previsões………………………………………………………………………………..…………………………………….17
5.2. Preparação das Amostras…………………………………………………….……………………………………….17
5.3. Estado Fornecido……………………………………………………………...………………………………………….19
5.3.1. Ensaio Dilatométrico……………………………………………………………………………………..19
5.3.2. Microestrutura……………………………………..….….……………………………………………….21
5.3.3. Ensaio de Dureza……………………………….….….…………………………………………………..22
5.4. Recozido de Normalização……………………………………..………………………………..…………………..23
5.4.1. Microestrutura………………………………….………..………………………………………………..24
5.4.2. Ensaio de Dureza…………………………….……………………………………….……………………25
5.5. Têmpera Martensítica……………………………………….…………………………………….……………………25
5.5.1. Microestrutura………………………………..……………………………………….…………………..26
5.5.2. Ensaio de Dureza………………………....………………………………………….…………………...27
5.6. Discussão de Resultados………………………………………………………………………….…………………...28
5.7. Ensaio de espectrometria de emissão………….………………………………………….……………………29
6. Conclusões……………………………….…………………………………………………………………………….……………………30
7. Trabalhos Futuros…………………….…………………………………………………………………………….……………………31
1. Introdução
Desde a origem da humanidade que os conflitos entre povos foram sempre surgindo, de uma
forma mais ou menos inevitável, o que, eventualmente, conduziu ao desenvolvimento de armamento.
Neste aspeto, o aço teve um papel preponderante devido às suas propriedades mecânicas quando
comparadas com outros materiais. Uma das armas que rapidamente beneficiou da descoberta desta
liga metálica foi a espada, que durante largos séculos, foi a arma mais utilizada em combate. [5]
Deste modo, considerou-se pertinente localizar temporalmente a espada em estudo. Assim,
tendo em conta o elevado grau de degradação da mesma, o formato da sua lâmina e o estilo da sua
pega, concluiu-se que se estava perante uma British Pattern Sword do início do século XIX. [6]
Da lâmina da espada foram retiradas sete amostras. Duas delas, que não necessitaram de
preparação, foram necessárias para a realização do ensaio dilatométrico e do ensaio de
espectrometria de emissão ótica (uma para cada ensaio). Duas amostras, após a devida preparação,
foram alvo de estudo no estado fornecido. Quanto às restantes, foram utilizadas para os tratamentos
térmicos para posterior análise após a sua preparação.
Cruzando as informações obtidas e o resultado do ensaio de espectrometria de emissão,
procurou-se encontrar um aço normalizado que se assemelha ao aço presente na espada.
2. Tratamentos Térmicos
Designa-se por tratamento térmico de um aço o aquecimento e arrefecimento do mesmo
com o objetivo final de melhorar as suas propriedades mecânicas mantendo, no entanto, a sua
composição. [1]
2.1.1. Aquecimento
Aquando do aquecimento de uma peça em aço são vários os fatores a ter em consideração:
A condutibilidade do aço é um fator essencial dado que, para aços com baixa condutibilidade
térmica (normalmente aços muito ligados), é necessário proceder a um aquecimento lento para que
não existam grandes tensões devido as diferenças de temperaturas que podem originar fraturas na
peça. Para corrigir este problema, e pelo facto de este tipo de aços ter uma temperatura de
austenitização elevada, deve-se recorrer a um aquecimento por andares para evitar a criação dessas
enormes tensões: deste modo, garantimos que a temperatura do núcleo e da periferia da peça não
diferem muito. [1] [3]
Outro problema associado a têmpera martensitica é a descarbonização, isto é, por vezes
durante o aquecimento o meio envolvente tem menos % de carbono que a peça, o que conduz a que
esta liberte carbono para a atmosfera envolvente, descarbonizando. Existem várias soluções para este
método como, por exemplo, envolver a peça em jornal, aumentando a quantidade de carbono ao
redor da peça. No entanto, existem soluções mais eficazes como o aquecimento numa atmosfera
controlada ou em banho de sais. [1] [2]
Tabela 1: Tempo de estágio de um aço à temperatura de têmpera em função da quantidade de liga [1]
2.1.3 Arrefecimento
O arrefecimento é uma fase muito importante neste tratamento, mais concretamente o meio
de arrefecimento.
Para que ocorra formação de martensite a partir da austenite é necessário arrefecer o aço a
uma velocidade suficientemente rápida para que o carbono presente na austenite não tenha tempo
para difundir e consequentemente fique “preso” na matriz, deformando a estrutura do aço devido a
grande diferença molecular entre o carbono e o ferro, conferindo-lhe maior dureza. [1]
E neste sentido que se introduz o conceito de temperabilidade, isto é, um aço tem uma
temperabilidade elevada se a velocidade de arrefecimento mínima para que ocorra formação de
martensite for baixa, ou seja, não é necessário um meio de arrefecimento tão energético para obter
martensite. É importante referir que de um modo geral, a presença de elementos de liga no aço
aumenta a sua temperabilidade, sendo o alumínio uma das raras exceções e a mais significativa de
todas elas. [1] [3]
1. Arrefecer o aço em água até uma temperatura ligeiramente superior a Ms (ponto onde
se inicia a formação de martensite);
3. Arrefecer até à temperatura ambiente num meio menos energético já que a formação
de martensite já está assegurada.
1. Aquece-se a peça a uma temperatura 30ºC a 50ºC acima da zona crítica (A3 para
hipoeutectóide e Acm para hipereutectóide), sendo que o aquecimento entre A1 e a temperatura
crítica deve ser feito de forma rápida para que se obtenha pequenos grãos de austenite;
2. De seguida, o tempo de estágio deve ser o mais curto possível, ou seja, apenas o suficiente
para que a temperatura da peça esteja homogeneizada;
3. Finalmente o arrefecimento deverá ser, de um modo geral, ao ar visto que, por um lado, se
for usado um meio de arrefecimento mais energético como óleo ou água existe a possibilidade de
que o aço tempere e, por outro lado, se for arrefecido demasiado lentamente (por exemplo, no
forno) a estrutura formada será demasiado grosseira.
No final do tratamento espera-se obter uma estrutura constituída por perlite fina e ferrite (aços
hipoeutectóides) ou por perlite fina e cementite (aços hipereutectóides). [23]
É de referir que no caso dos aços muito ligados e, consequentemente, muito temperáveis, o
risco de têmpera ao ar é grande pelo que é recomendável optar por uma transformação isotérmica.
[16] [7]
3. Ensaios
3.1. Ensaio Dilatométrico
O ensaio dilatométrico permite a determinação das temperaturas A1, A3 (hipoeutectóide) ou
Acm (hipereutectóide) e Ms a partir da existência de variação das dimensões do aço com a temperatura.
[1]
No aquecimento para austenitização o aço dilata continuamente até ao ponto crítico inferior (A1),
contraindo-se a partir desta temperatura até se transformar totalmente em austenite no ponto crítico
superior (A3/Acm) após o que entra de novo em dilatação, com coeficiente de expansão diferente. O
arrefecimento que se segue vai provocar uma contração contínua até Ms, altura em que ocorrerá uma
grande dilatação devido a formação de martensite (se a velocidade de arrefecimento for
suficientemente rápida). [14]
Para a realização deste ensaio usa-se normalmente um aparelho eletrónico denominado
dilatómetro que mede as várias temperaturas a que a amostra se encontra assim como as dimensões
da mesma registando os valores numa tabela/gráfico. É de referir que a amostra deve cumprir alguns
requisitos dimensionais para garantir a fiabilidade do ensaio. [14]
1,8544. 𝐹
𝐻𝑉 =
𝑑1. 𝑑2
2. 𝐹
𝐻𝐵 =
(𝜋. 𝐷)[𝐷 − √(𝐷 2 − 𝑑2 )]
5. Análise da Espada
5.1. Previsões
Apesar da longa idade da espada em estudo, foi possível
fazer algumas previsões acerca da sua composição.
Hoje em dia os conhecimentos dos efeitos da adição de
elementos de liga num aço são vastos. No entanto, este é um
conceito recente que remonta ao início do século XX, quando
investigadores como Harry Brearley (que acabaria por descobrir os
aços inox) e Frederick Taylor (grande desenvolvimento nos aços
rápidos), na busca de aços com propriedades mecânicas
melhoradas comparativamente às que os aços com apenas carbono
conseguiam oferecer, estudaram intensamente o efeito da adição
de outros elementos metálicos ao aço. Deste modo, e sendo a
espada em estudo do início do século XIX, é de prever que o aço da
sua lâmina apresente uma percentagem quase nula de elementos Figura 11: Espada em estudo
O desbaste foi realizado passando a amostra por quatro disco giratórios com lixas de
granulometrias sucessivamente maiores (80, 180, 320, 800) lubrificadas com água a 300 rpm, tendo-
se mudado a direção do desbaste (perpendicular à anterior) entre cada lixa.
De seguida, as amostras foram polidas num disco giratório revestido por um pano embebido
em alumina a 150 rpm.
Após este conjunto de operações, as amostras foram acabadas em dois pratos giratórios
contendo um spray abrasivo de diamante (diâmetros de grão de 3µ e 1µ respetivamente).
A1
A3/Acm
Devido à proximidade das temperaturas de transição deste aço e com base no diagrama de
equilíbrio das ligas ferrocarbónicas, é possível afirmar que a composição da liga se deve situar próximo
do ponto eutectóide.
5.3.2. Microestrutura
Após a preparação das amostras no estado fornecido, procedeu-se à sua observação ao
microscópio ótico (figuras 17, 18, 19)
Tendo em consideração a figura 17, foi possível identificar uma estrutura muito danificada,
marcada com um grande número de inclusões. Estas inclusões podem ser explicadas pela idade
avançada da espada, já que, outrora, os processos que asseguram a homogeneidade de um aço
fornecido eram mais rudimentares.
Atendendo à figura 18, observou-se o que aparenta ser cementite globular, podendo-se assim
suspeitar que o aço que compõe a espada é hipereutectóide e, consequentemente, aferir que
temperatura de 741ºC corresponde a Acm.
Finalmente, salientou-se um pormenor na periferia do corte transversal da espada, visível na
figura 19, que revela uma possível camada de óxidos, devendo-se à elevada exposição da espada à
corrosão, o que reflete, mais uma vez, a idade da mesma.
Perante os resultados, é plausível a hipótese de que a espada tenha sofrido uma têmpera
martensítica seguida de um revenido, visto que a dureza apresentada, apesar de ser elevada, é inferior
à dureza da martensite com 0,86% C (martensite tipicamente formada nos aços hipereutectóides).
Esta hipótese é simultaneamente reforçada pelo facto de estes tratamentos serem comuns no fabrico
de uma espada.
35 minutos
ar
5.4.1. Microestrutura
Realizado o tratamento térmico ao aço em estudo, foi preparada uma amostra do mesmo,
tendo sido esta, posteriormente, observada ao microscópio (figura 20).
Figura 21: Microestrutura da espada após um recozido de normalização (escala 20 µm; pormenor com ampliação 4×)
Após análise dos dados obtidos, foi possível perceber o comportamento do aço quando
arrefecido ao ar e, deste modo, reunir mais dados no sentido de descobrir o aço normalizado que
apresente mais características semelhantes ao aço em estudo, mesmo sabendo que estamos perante
um aço não normalizado.
10 minutos
água
5.5.1. Microestrutura
Ao observar a amostra temperada no microscópio ótico verificou-se a presença de uma
estrutura martensítica com alguns carbonetos (pontos pretos), não se tendo observado grandes
vestígios de austenite residual (figura 23).
Elemento %
Fe 98,38 – 98,80
C 0.90 – 1,03
S ≤ 0,050
P ≤ 0,040
Mn 0,30 – 0,50
Figura 25: Dureza de um aço após tratamento em função do meio de arrefecimento e da massividade
da amostra [4]
6. Conclusões
Neste trabalho foi analisado o aço da lâmina de uma espada do início do Séc. XIX, recorrendo
para isso a uma série de ensaios e tratamentos térmicos.
Após análise dos resultados foi possível concluir que o aço em estudo se trata de um aço ao
carbono (% de elementos de liga desprezável) com uma percentagem de carbono entre os 0,9% e os
1,2%, valores que viriam a ser confirmados com a realização do ensaio de espetrometria de emissão
ótica que indicaram que o aço em estudo se tratava de um aço ao carbono com 1,01% de carbono.
Concluiu-se, também, que estamos perante um aço não normalizado segundo qualquer
norma de classificação de aços, o que é compreensível pelo facto de a introdução das normas ser
posterior à produção da espada. Deste modo, procurou-se encontrar o aço normalizado que
apresentasse maiores semelhanças ao aço em estudo, com recurso aos resultados dos ensaios de
dureza após os vários tratamentos térmicos realizados. O aço que se revelou mais compatível foi o
regido pela norma SAE-AISI 1095, que se apresenta com reduzida percentagem de elementos de liga
e com percentagens de carbono entre os 0,90% e os 1,03%.
7. Trabalhos Futuros
Na continuação do desenvolvimento deste projeto, seria interessante estudar a forma como
este aço se comportaria ao sofrer um revenido, de modo a verificar experimentalmente a ausência de
elementos de liga do mesmo.
Seria, igualmente, interessante, a realização de uma têmpera em óleo comparando os valores
de dureza obtidos com o valor teórico do aço SAE-AISI 1095 com o objetivo de clarificar ainda mais se
o aço escolhido é, de facto, idêntico ao aço da espada.
Referências Bibliográficas
[1] SOARES, PINTO. “AÇOS – Características, Tratamentos”. 6ª edição, 2002
[4] ATKINS, M. “Atlas of continuous cooling transformation diagrams for engineering steels”.
1ª edição, 1977
[5] https://www.howitworksdaily.com/discover-the-ancient-art-of-forging-a-deadly-weapon/
Acedido a 12 de maio de 2019
[6]
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[7]
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[8] http://www.tenax.com.br/tenax/produtos/acos-para-construcao-mecanica/sae-1095/
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[9] https://pt.wikipedia.org/wiki/Classificação_SAE#SAE_1XXX_–_aço-carbono_simples
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[12] http://moldesinjecaoplasticos.com.br/diversos-conceitos-sobre-ensaios-de-dureza/
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[14]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dilata%C3%A7%C3%A3o_t%C3%A9rmica#Dilata%C3%A7%C3
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[18] http://www.ht.bodycote.com/pt-BR/services/heat-treatment/harden-and-[8]
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