Sei sulla pagina 1di 23

1

Afonso Raul Terenciano

Francisco José Matano

Frey Virgílio

Cândido Francisco Cândido

Cacilda Fernando Conjo

Calisto Arcanjo

Campo Magnético criado por Corrente Eléctrica, Força electromagnética em um


condutor rectilíneo, Força electromagnética sobre uma carga no seio de um campo
magnético
Licenciatura em Ensino de Matemática com Habilitações em Ensino de Física

Universidade Pedagógica

Montepuez

2018
2

Afonso Raul Terenciano

Francisco José Matano

Frey Virgílio

Cândido Francisco Cândido

Cacilda Fernando Conjo

Calisto Arcanjo

Campo Magnético criado por Corrente Eléctrica, Força electromagnética em um


condutor rectilíneo e Força electromagnética sobre uma carga no seio de um campo
magnético
Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue no departamento
de Ciências Naturais e Matemática no curso de licenciatura em
ensino de Matemática com habilitações em ensino de Física,
Cadeira de Electricidade e Magnetismo leccionada pelo
Docente:

Dr.Baltazar Raimundo

Universidade Pedagógica

Montepuez

2018
3

Índice
1. Introdução...............................................................................................................4

1.1. Revisão Geral......................................................................................................5

2. Campo Magnético criado por Corrente Eléctrica...................................................5

2.1. Fontes do Campo Magnético..............................................................................7

2.1.1. Campo Magnético gerado em torno de um Condutor Rectilíneo...................7

2.1.2. Campo Magnético gerado no centro de uma Espira Circular.........................8

2.1.3. Campo Magnético gerado no centro de uma Bobina Longa ou Solenóide.....9

2.1.4. Campo magnético gerado por um toróide.....................................................11

3. Vector Campo Magnético Indutor – Força Magnetizante....................................12

4. Força electromagnética em um condutor rectilíneo.............................................16

5. Força magnética entre dois condutores paralelos.................................................17

6. Força electromagnética sobre uma carga no seio de um campo magnético.........18

6.1. Medição de campos magnéticos com cargas de teste.......................................19

6.2. Consequências da acção da força magnética....................................................20

7. Conclusão...........................................................................................................................22

Referências bibliográficas......................................................................................................23
4

1. Introdução

Estudar Física é conhecer a própria natureza que nos cerca. Para atender a esse
propósito, desenvolvemos o presente trabalho de estudo. Ele traz o conteúdo de Física
contemplado o magnetismo. Neste contexto, a presente discussão objectiva-se a
compreender de forma sucinta e objectivamente o fenómeno de electromagnetismo. De
forma específica os objectivos visam:
1. Descrever os conceitos de Campo Magnético criado por Corrente Eléctrica,
Força electromagnética em um condutor rectilíneo;
2. Interpretar o comportamento da Força electromagnética sobre uma carga no seio
de um campo magnético e as Consequências da acção da força magnética.
Este trabalho foi elaborado por pesquisa bibliográfica das obras constantes na
bibliografia no final deste trabalho.
5

1.1. Revisão Geral

Recordando-se que campos magnéticos e as interacções magnéticas:

A. Uma carga móvel ou uma corrente eléctrica cria um campo magnético em suas
vizinhas (além do campo eléctrico)
B. O campo magnético exerce uma força ⃗F sobre qualquer outra corrente ou carga
que se mova no interior do campo.

Tal como o campo eléctrico, o campo magnético é um campo vectorial; Em cada ponto
do espaço, possui um módulo, direcção e sentido;

B para designar um campo magnético;


Vamos usar o símbolo ⃗

Podemos descrever as interacções magnéticas com base nas ideias de campo magnético.
Um ímã cria um campo magnético no espaço em torno dele e um segundo corpo sofre a
acção desse campo.

A direcção do campo em cada


ponto é definida pela força que o
campo exerceria sobre um pólo
norte magnético situado no
respectivo ponto.
A Terra é um ímã. Seu Pólo
Norte geógrafo está próximo do
pólo sul magnético. Pólo norte de
uma agulha de bússola aponta
sempre para o norte.

Em cada ponto, a direcção e o da agulha de uma bússola, e o sentido aponta para o norte
da agulha.

2. Campo Magnético criado por Corrente Eléctrica

Um campo magnético pode ser criado através do movimento de cargas eléctricas, tal
como o fluxo de corrente num condutor. Este campo magnético é originado pelo
momento de giro do dipolo magnético (referente ao spin do electrão) e pelo momento da
órbita do dipolo magnético de um electrão dentro de um átomo. A este campo
magnético originado por uma corrente eléctrica chama-se Campo Electromagnético.
Quando o condutor rectilíneo da figura seguinte é percorrido por uma corrente eléctrica
pode-se observar pela orientação das agulhas das bússolas, a existência de um campo
6

que o envolve longitudinalmente (ao longo de seu comprimento) e as linhas de campo


magnético que o representam, são círculos concêntricos.

Figura: Orientação da bússola em Figura: visualização das linhas de campo


torno de um condutor percorrido por magnético produzido por um condutor
corrente retilíneo usando limalha de ferro.
As linhas de campo magnético são linhas envoltórias concêntricas e orientadas, como
mostra a figura que se segue.
As linhas de campo magnético produzido pela
corrente são concêntricas que pode-se tê-lo através da
Regra de Ampère.
Regra de Ampère – Regra da Mão Direita:
Mão direita envolvendo o condutor com o polegar
apontando para o sentido convencional da corrente
eléctrica, os demais dedos indicam o sentido das
linhas de campo que envolvem o condutor.
A Regra de Ampère, ou Regra da Mão Direita é usada para determinar o sentido das
linhas do campo magnético considerando-se o sentido convencional da corrente
eléctrica como mostra a figura:

Figura: A Regra de Ampere ou Regra da Mão Direita


O campo magnético gerado por um condutor percorrido por corrente pode ser
representado por suas linhas desenhadas em perspectiva, ou então com a simbologia
estudada, como ilustra a figura
7

Significação da simbologia:

Representa um fio, uma linha de


campo ou um vector com a direcção
perpendicular ao plano do papel no
Ou
sentido de saída;

Representa um fio, uma linha de


campo ou um vector com a direcção
perpendicular ao plano do papel no
sentido de entrada.
2.1. Fontes do Campo Magnético
Além dos ímãs naturais (magnetita) e os ímãs permanentes feitos de materiais
magnetizados, podemos gerar campos magnéticos através da corrente eléctrica em
condutores. Se estes condutores tiverem a forma de espiras ou bobinas podemos gerar
campos magnéticos muito intensos.
2.1.1. Campo Magnético gerado em torno de um Condutor Rectilíneo
A intensidade do campo magnético gerado em torno de um condutor rectilíneo
percorrido por corrente eléctrica depende da intensidade dessa corrente. Uma corrente
intensa produzirá um campo intenso, com inúmeras linhas de campo que se distribuem
até regiões bem distantes do condutor. Uma corrente menos intensa produzirá poucas
linhas numa região próxima ao condutor. A figura a baixo ilustra essa situação.

Figura: Representação do campo magnético em função da intensidade da corrente


Bque representa a Densidade de Campo Magnético ou Densidade de Fluxo em
O vector ⃗
qualquer ponto apresenta direcção sempre tangente às linhas de campo no ponto
considerado. Isso pode ser comprovado pela observação da orientação da agulha de uma
bússola em torno de um condutor percorrido por corrente eléctrica.
8

B é sempre tangente às linhas de campo.


O Vector Densidade de Campo Magnético ⃗
B num ponto p considerado, é directamente
A Densidade de campo magnético ⃗
proporcional à corrente no condutor, inversamente proporcional à distância entre o
centro do condutor e o ponto e depende do meio. Matematicamente, tem-se que:
μ.I
B=
⃗ onde:
2. π . r
B = Densidade de campo Magnético (ou Densidade de Fluxo Magnético) num ponto p

em [T = Tesla];
r = distância entre o centro do condutor e o ponto p considerado [m];
Ι = Intensidade de corrente no condutor [A].
μ = Permeabilidade magnética do meio [T.m/A]
A Permeabilidade Magnética no Vácuo é dada por:

μ=4 . π .10−7 T . m. A−1

Esta equação é válida para condutores longos, ou seja, quando a distância r for bem
menor que o comprimento do condutor (r ≪l).

2.1.2. Campo Magnético gerado no centro de uma Espira Circular


Um condutor em forma de espira circular quando percorrido por corrente eléctrica é
capaz de concentrar as linhas de campo magnético no interior da espira:

Figura: Visualização do Campo magnético no centro de uma espira circular.


Isso significa que a densidade de campo magnético resultante no interior da espira é
maior que a produzida pela mesma corrente no condutor rectilíneo.
Assim, para os campos magnéticos representados na figura seguinte temos:
9

μ.I
B=
⃗ Onde:
2.R
B = é a densidade de campo magnético no centro da espira circular [T, Tesla];
R = raio da espira [m];
Ι = intensidade de corrente na espira circular [A].
μ = permeabilidade magnética do meio [T.m/A]
Na figura (a) e (b) podemos verificar que as linhas de campo geradas no condutor são
concentradas no interior da espira. A figura (c) mostra que a regra da mão direita
também serve para determinar o sentido resultante das linhas de campo no centro da
espira. Na figuras (c e d) mostram-se as linhas de campo concentradas no interior da
espira através de outro ângulo de visão.

Figura: Representação do Campo Magnético gerado por uma espira circular percorrida
por corrente.

2.1.3. Campo Magnético gerado no centro de uma Bobina Longa ou Solenóide


Um Solenóide é uma bobina longa obtida por um fio condutor isolado e enrolado em
espiras iguais, lado a lado, e igualmente espaçadas entre si, como se mostra a figura:

Quando a bobina é percorrida por corrente, os


campos magnéticos criados em cada uma das
espiras que formam o solenóide somam-se e o
resultado final, é idêntico a um campo
magnético de um imã permanente em forma de
barra, como apresentado nas figuras.

Figura: Linhas do Campo Electromagnético criado por uma bobina percorrida por
corrente
10

Figura: Concentração das Linhas Campo Magnético no interior de uma bobina


percorrida por corrente

Podemos observar que as linhas de campo são concentradas no interior do solenóide.

Na figura (a) seguinte pode-se observar uma bobina em que suas espiras estão afastadas
umas das outras. Entre duas espiras os campos anulam-se pois têm sentidos opostos. No
centro do solenóide os campos somam-se. Podemos observar que no interior do
solenóide o campo é praticamente uniforme.
Quanto mais próximas estiverem as espiras umas das outras, mais intenso e mais
uniforme será o campo magnético, como mostra a figura (b).

Figura: Campo magnético no solenóide: (a) espiras separadas; (b) espiras justapostas
Para solenóides suficientemente longos (onde o comprimento longitudinal é bem maior
que o diâmetro das suas espiras), pode-se considerar o campo magnético constante e
uniforme em praticamente toda a extensão do interior do solenóide. Portanto, a
densidade do campo magnético (densidade de fluxo magnético) no centro de um
solenóide é expresso por:
μ.N . I
B=
⃗ onde:
l
B = é a densidade de campo magnético no centro do solenóide [T = Tesla];
11

N = número de espiras do solenóide;


Ι = é a intensidade de corrente eléctrica que percorre o solenóide [A];
l = comprimento longitudinal do solenóide [m].
μ = permeabilidade magnética do meio (núcleo do solenóide) [T.m/A]
Observação: O comprimentol é o comprimento longitudinal do solenóide e não deve
ser confundido com o comprimento do condutor do solenóide.

Um electroíman é uma bobina enrolada em torno de


um núcleo de material ferro-magnético de alta
permeabilidade para concentrar o campo magnético.
Cessando a corrente ele perde a magnetização porque
o magnetismo residual é muito baixo.

2.1.4. Campo magnético gerado por um toróide


Uma bobina toroidal (ou simplesmente, toróide) é um solenóide em forma de anel:
Seu núcleo pode ser de ar ou de material ferro-magnético.

Os toróides são o tipo de bobinas capazes de proporcionar


a maior concentração das linhas de campo magnético.
Pode ser provado matematicamente que a densidade de
campo magnético no interior das espiras (no núcleo) do
toróide é dada por:
μ.N . I
B=

2. μ . r

Figura : um Toróide
B – densidade de campo magnético no interior do núcleo do toróide;
μ - permeabilidade magnética do meio no interior das espiras do toróide (núcleo);
N – número de espiras da bobina toroidal;
I – intensidade de corrente no condutor da bobina, [A];
r – raio médio do toróide, [m].
Observação: o raio médio do toróide é o raio da circunferência no meio do núcleo do
toróide, como mostra a Não podendo confundir-se com o raio externo ou interno e nem
com o raio das espiras.
12

3. Vector Campo Magnético Indutor – Força Magnetizante


Se, para uma dada bobina mantivermos a corrente constante e mudarmos o material do
núcleo (permeabilidade μ do meio), a densidade de fluxo magnético no interior da
bobina será alterada em função da permeabilidade magnética do meio. Podemos chamar
de Vector Campo Magnético Indutor ou Vector Força Magnetizante (H) ao campo
magnético induzido (gerado) pela corrente eléctrica na bobina, independentemente da
permeabilidade magnética do material do núcleo (meio).
O vector densidade de campo magnético na bobina pode ser dado por:

O módulo do vector campo magnético indutor ou vector força magnetizante H numa


bobina pode ser dado por:

N .I
H=
l

O Vector H tem as mesmas características de orientação do Vetor Densidade de Campo


Magnético (Densidade de Fluxo) B, porém independe do tipo de material do núcleo da
bobina. A unidade do Vetor Campo Magnético Indutor é Ampère-espira por metro,
A.e/m.

Pode-se, portanto, concluir que os vectores Densidade de Campo Magnético e Campo


Magnético Indutor se relacionam pela equação: B=μ . H

Isso significa que uma dada bobina percorrida por uma dada corrente produz uma dada
Força Magnetizante ou Campo Magnético Indutor. Se variarmos o valor da
permeabilidade magnética do meio (alterando o material do núcleo da bobina, por
exemplo) a Densidade de Campo Magnético varia para esta mesma bobina. Quanto
maior a permeabilidade magnética μ do meio, o efeito da Força Magnetizante (Campo
Magnético Indutor) H no núcleo será tanto maior, ou seja maior a Densidade de Campo
Magnético induzida no núcleo. Podemos, portanto, entender a Densidade de Campo
13

Magnético (Densidade de Fluxo) como o efeito de uma determinada Força


Magnetizante (de um Campo Magnético Indutor) num determinado meio de
permeabilidade magnética μ.
B é o efeito da Força Magnetizante H num meio μ.
A Densidade de Fluxo Magnético ⃗

Analogamente, podemos determinar a Força Magnetizante H produzida por um


condutor rectilíneo, para uma espira circular e para uma bobina toroidal:

Deve-se ter em mente que a


I permeabilidade magnética de um material
Por um condutor rectilíneo: H=
2.π .r ferro-magnético não é constante. É uma
I relação entre a Força Magnetizante e a
Por uma espira circular: H=
2.R Densidade de Fluxo Magnético resultante.
N .I Essa relação é dada por:
Por uma bobina toroidal: H=
2.π .r
B
μ=
H

Conclusão: genericamente falando, o campo electromagnético resultante num dado


ponto depende:
Da intensidade da corrente; Da forma do condutor (recto, espira ou solenóide); Do meio
(permeabilidade magnética); Das dimensões; Do número de espiras; Força Magneto-
Motriz;
A intensidade de um Campo Magnético Indutor (Força Magnetizante) H numa bobina
depende da intensidade da corrente que flui numa dada quantidade de espiras. Quanto
maior a corrente, mais forte o campo magnético. Além disso, quanto mais espiras, mais
concentradas estarão as linhas de campo.
Podemos definir Força Magneto-Motriz FMM como a causa da produção do fluxo no
núcleo de um circuito magnético, analogamente à força eletro-motriz que produz o
fluxo de cargas eléctricas (corrente) em um circuito eléctrico. A Força Magneto-Motriz
produzida por uma bobina é dada pelo produto
FMM =N . I
Onde:
FMM – Força Magneto-Motriz, em Ampère-espira [A e]
N – Número de espiras;
14

I – Intensidade da corrente elétrica, em Ampères [A].


Se uma bobina, com um certo número de Ampère-espira (FMM), for esticada até
atingir o dobro do seu comprimento original (estaremos dobrando o valor de l), a Força
Magnetizante H e a Densidade de Fluxo B, terá a metade doseu valor original, pois:
μ.N . I onde:
B= ;e
l
FMM – Força Magneto-Motriz, [Ae]
N .I
H= H – Força Magnetizante ou Campo Magnético Indutor,
l
Como [Ae/m];
l- Comprimento médio do caminho do circuito magnético,

FMM =N . I Então [m].

FMM Observação: O comprimento médio do caminho do


H=
l circuito magnético é o comprimento total de uma linha
E finalmente, de campo posicionada no centro do núcleo, como mostra
FMM =H .l a linha de campo grifada na figura:

Figura: Comprimento médio do caminho do circuito magnético.


Sabendo que a Relutância Magnética é dada por:
l
R=
μ. A
B
E que μ=
H
Substituindo uma noutra tem-se
H .l
R=
B.A
Como o fluxo magnético é dado por φ=B. A
Tem-se
FMM FMM
R= Ou ainda φ=
φ R
15

Esta equação é análoga à Lei de Ohm, onde a Resistência eléctrica é dada pela relação
entre a Tensão e a Corrente, ou seja:

V causa
I= Pois aqui tem-se efeito=
R oposiçao

A causa é a Força Magneto-Motriz (análoga à Tensão Eléctrica); o efeito que ela


provoca é o Fluxo Magnético (análogo ao Fluxo de Cargas, corrente eléctrica) e a
oposição ao efeito é a Relutância Magnética (análoga à Resistência Eléctrica).
Através desse entendimento, os circuitos magnéticos (ou caminhos magnéticos) podem
ser analisados como circuitos eléctricos, como mostra a analogia da figura que se segue.

Figura: Circuito magnético fechado com núcleo de ferro-magnético e seu equivalente


eléctrico.
Observação:
Apesar da analogia entre circuitos eléctricos e magnéticos, devemos ter em mente que o
fluxo magnético φ é estabelecido no núcleo através da alteração da estrutura atómica do
núcleo devido à pressão externa da força magneto-motriz (FMM) e não é uma medida
do fluxo de partículas carregadas, como a corrente eléctrica.
A Lei de Ampere
Dá uma relação geral entre uma corrente eléctrica em um condutor de qualquer forma e
o campo magnético por ele produzido. Esta lei foi proposta logo após a descoberta de
Oersted.
Seja um condutor percorrido por uma dada corrente através de uma área relativa a uma
linha de campo, como mostra a figura 4.11. Se considerarmos um vector da linha de
campo de comprimento
Infinitesimal dℓ, este será paralelo ao vector densidade de campo magnético B. A
relação da Lei de Ampere é dada por:

∮ B . d l=μ o . I env Onde:


B– vector densidade de campo magnético, [ T ];
dℓ- vector de comprimento infinitesimal paralelo ao vector B, [m];
16

I env– corrente passando na área do condutor envolvida pela linha de campo magnético
em análise, [A].
É válida para qualquer situação onde os condutores e os campos magnéticos são
constantes e invariantes no tempo e sem a presença de materiais magnéticos.
Se considerarmos um condutor rectilíneo, como o da figura 4.11, podemos aplicar a Lei
de Ampère: Força electromagnética entre condutores.
μo . I =∮ B . d l=B .∮ d l=B .(2 . μ . r )Assim
μ.I
B=
2.π .r

Que é a mesma equação que determina a densidade de campo magnético em um dado


ponto p em torno de um condutor rectilíneo.

Figura: Linha de campo em torno de um condutor percorrido por corrente.

4. Força electromagnética em um condutor rectilíneo


Um condutor rectilíneo, quando atravessado por
uma corrente eléctrica e submetido à acção de um
campo magnético, sofre a acção de uma força
magnética.
Como a corrente eléctrica é um conjunto de cargas
em movimento ordenado, a força a que o condutor
fica sujeito é a resultante do conjunto de forças que
actuam nas cargas em movimento.

Considere-se n o número de cargas q que atravessam o condutor em um determinado


intervalo de tempo Δt e o comprimento do condutor considerado.
Sobre a carga q, tem-se a seguinte actuação de força magnética:
17

F ,m =|q|. V . ⃗
⃗ B s en θ Sobre o condutor tem-se:
F ,m Quer dizer,
F m=m . ⃗

F m=m .|q|. V . ⃗
⃗ B sen θ
Sendo a velocidade V o quociente do comprimento pelo intervalo de tempo, obtém-se:
l ⃗
F m=m .|q|.
⃗ . B sen θ
∆t
n
Como |q|. F m=i .l . ⃗
. i é igual a corrente eléctrica i chega-se a expressão: ⃗ B sen θ
∆t
Exemplos:
1. Caracterizar a força magnética sofrida pelo condutor nas situações a seguir, onde
B.
existe a acção do campo magnético ⃗

a) b) c) d)
Resolução: as situações são resolvidas aplicando a regra da mão esquerda.
F m=0 ; 1.b) ⃗
1.a) ⃗ F m=0 ; 1.c) ⃗F m; 1.d) ⃗ Fm

Bpor dois fios


2. Um condutor é suspenso em um campo magnético ⃗
de peso desprezível, conforme mostra a figura ao lado. Qual a
intensidade do campo magnético para que a atracção nos fios seja
nula? O condutor tem massa 1,0 .10−2 kg e comprimento 0,5 m e a
intensidade da corrente que o atravessa vale 1,0 A.
m
Dado g=10 2
s
Solução: A força magnética, nestas condições, deve ser igual ao peso do fio. Logo:
−2
F m=P ⇒ ⃗
⃗ 1,0 .1 0 . 10 ⃗
B .i .l . sen θ=m . g ⇒ ⃗ ⇒ B=2. 10 T
−1
B=
1,0 . 0,5
5. Força magnética entre dois condutores paralelos
Considere dois fios condutores paralelos de comprimentos iguais e separados pela
B1 o vector
distância d, percorridos pelas correntes i1 e i2, respectivamente. Sejam⃗
indução magnética produzido por i onde está B2, oμ vector
μ ii21 e ⃗⃗ i2 indução magnética
B 2=
⃗ . e B 1= .
produzido por i2 onde está i1. Os vectores ⃗B1 e2 ⃗
π d
B 2π d
2, têm sentidos determinados pela regra

B1 eComo
da mão esquerda. As intensidades de ⃗ B 2 sãoos
⃗ campos
dadas por: magnéticos estão em planos
perpendiculares aos fios, tem-se:

μ i1 .i 2
F m =⃗
⃗ B2 . i 1 . l⟹ ⃗
Fm = . .l
1 1
2π d

As forças magnéticas a que os fios são


submetidos têm o mesmo valor. Assim:
μ i1 . i2
18

A força será de atracção quando as correntes forem no mesmo sentido; de repulsão,


quando em sentidos opostos.

Exemplos
a) Dois fios rectos e paralelos de
grande comprimento estão separados
por uma distância de 20 cm. As
correntes que percorrem os fios são de valor igual a 10 A no mesmo sentido. Determine
a força magnética por unidade de comprimento entre os fios.
Solução:
−4 N
Considerando que, μo =4 π .1 0
m

F m μ i1 . i2
⃗ F m 4 π .1 0−7
⃗ 1 02 Fm
⃗ −4 N
= . .l ⟹ = . ⟹ =1 0
l 2π d l 2π 20 . 10−2
l m

6. Força electromagnética sobre uma carga no seio de um campo magnético


Verifica-se experimentalmente que, quando uma carga eléctrica de valor q⃗ move-se em
um campo magnético, fica submetida à acção de uma força. Esta força é denominada
força magnética ou força de Lorentz. Considere uma carga q positiva movimentando-se
com velocidade v⃗ em um campo magnético de indução ⃗
B. Verifica-se que a carga sofre
F m cuja direcção é perpendicular ao plano formado por
acção de uma força magnética ⃗
B e também a ⃗v.

A intensidade da força magnética é
B, q⃗ , ⃗v e ao seno do
proporcional a ⃗
ângulo formado entre ⃗v e ⃗
B.
Isto pode ser expresso como sendo as
4 principais características da força
magnética sobre uma carga em
movimento em um campo magnético:
19

1. É proporcional ao módulo da carga, q, da partícula (F ∼ q).

B ,( F ∼q)
2. É proporcional ao modulo do campo magnético⃗

3. É proporcional a velocidade ⃗v da partícula ( F ∼ v).

B.
4. Não possui a mesma direcção do campo magnético ⃗

B é a direcção de ⃗v.
Está sempre em uma direcção perpendicular a direcção de ⃗

Essas características, podem ser resumidas matematicamente por:

F =q ⃗v x ⃗
⃗ B ou também ⃗
F m=|q|. ⃗v . ⃗
B sen θ

O sentido do vector força magnética é dado pela regra da mão esquerda, conforme a
figura a seguir.

B, o
O indicador representa o sentido de ⃗
dedo médio, o sentido de ⃗v, e o polegar, o
F Para uma carga eléctrica
sentido de ⃗
negativa, o sentido da força será oposto ao
fornecido pela regra da mão esquerda.

Exemplos:

1. Caracterize a força magnética que actua sobre a carga q em cada caso, conforme
as figuras. (Note-se que usando a regra da mão esquerda em todos os casos
chega-se a solução):

a) ; solução:

b) ; solução:

6.1. Medição de campos magnéticos com cargas de teste


20

Para medir um campo magnético ⃗ B pode-se medir o módulo, direcção e sentido da


Força que actua em uma carga de teste q o usando a equação,

F =q ⃗v x ⃗
⃗ B ou ⃗
F m=|q|. ⃗v . ⃗
B sen θ

Exemplo:
m
Uma carga eléctrica puntiforme de 30.10−6 C , com velocidade de 100 , penetra em um
s
campo magnético uniforme de 0,1 T, for mando um ângulo de 60 ° com o mesmo.
Determine a intensidade da força que passa a actuar sobre a carga.

Resolução

B sen θ ⇒ ⃗
F m=|q|. ⃗v . ⃗
⃗ F m=30. 10−6 . 100.0,1 sen 60° ⇒ ⃗
F m=2,6 .10 N

6.2. Consequências da acção da força magnética

Quando um campo magnético está presente em geral um feixe de electrões se desvia.

Considere-se uma carga q penetrando em um campo magnético uniforme para as


seguintes situações:

I. A carga penetra formando um ângulo de 0° ou 180° com o campo magnético.

Como o seno desses ângulos é nulo, a carga não sofre acção da força magnética.

II. A carga penetra formando um ângulo de 90° com o campo magnético.

π
Como o sen 90 ° ou sen tem valor unitário, a
2
força magnética assume a intensidade máxima.
Como a intensidade da força é constante e
normal ao vector velocidade e sendo o
movimento plano, a carga realizará um
movimento circular e uniforme.

O raio R da circunferência descrita pelo movimento da carga nessas condições pode ser
calculado sabendo-se que a força magnética assume o mesmo valor da força centrípeta
m. v 2
no movimento circular e uniforme. Como a força centrípeta vale , temos:
R
21

m. v 2 m. v
F c ⇒|q|. ⃗v . ⃗
F m= ⃗
⃗ B= ⇒ R=
R |q|. ⃗B

Em que m é a massa da partícula carregada com carga q e R é o raio da circunferência


que representa a trajectória da carga.

2 πm
Como o período T no MCU vale , substituindo em R temos:
v

2 π m. v 2 πm
T =¿ . ⇒T=
v |q|. ⃗
B |q|. ⃗
B

III. Se a carga for lançada obliquamente ao campo magnético. Para esse caso, a
B e causa um
velocidade se decompõe em duas. Uma componente tem a direcção de ⃗
movimento rectilíneo e uniforme (MRU); a outra componente tem a direcção
Be causa um movimento circular e uniforme (MCU).
perpendicular a ⃗

A superposição do MRU e do MCU


resulta em um movimento helicoidal e
uniforme. Sua trajectória forma uma
figura denominada hélice cilíndrica.

Exemplo:
Uma partícula de massa 10−8 kg e carga 2,0. 106 C é lançada perpendicularmente a um
4 m
campo magnético uniforme de intensidade 1.000 T com velocidade 10 . Sabendo-se
s
que a partícula atinge o ponto P da placa, determine o sinal da carga e a distância entre o
ponto P e a fenda.

Pela regra da mão esquerda, determinamos o sentido da


força e concluímos que o sinal da carga é positivo. A
distância da fenda ao ponto P vale:

m
10−8 kg .10 4
m.v s
R= ⇒2 d=R= ⇔d=2.5 cm
2,0 .10 C . 103
6
|q|. ⃗
B
22

7. Conclusão
Findas as discussões deste trabalho foram colhidos resultados frutíferos que destacamos:
Um campo magnético pode ser criado através do movimento de cargas eléctricas, tal
como o fluxo de corrente num condutor que é originado pelo momento de giro do dipolo
magnético e pelo momento da órbita do dipolo magnético de um electrão dentro de um
átomo. Este campo magnético originado por uma corrente eléctrica chama-se Campo
Electromagnético.
Além dos ímãs naturais (magnetita) e os ímãs permanentes feitos de materiais
magnetizados, podemos gerar campos magnéticos através da corrente eléctrica em
condutores. Se estes condutores tiverem a forma de espiras ou bobinas podemos gerar
campos magnéticos muito intensos.
Um condutor em forma de espira circular quando percorrido por corrente eléctrica é
capaz de concentrar as linhas de campo magnético no interior da espira:
Isso significa que a densidade de campo magnético resultante no interior da espira é
maior que a produzida pela mesma corrente no condutor rectilíneo.
Verifica-se experimentalmente que, quando uma carga eléctrica de valor q⃗ move-se em
um campo magnético, fica submetida à acção de uma força. Esta força é denominada
força magnética ou força de Lorentz. Verifica-se que a carga sofre acção de uma força
magnética cuja direcção é perpendicular ao plano formado pelo campo magnético e
também a sua velocidade.
23

Referências bibliográficas
1. SEARS e ZEMANSKY; Física 3 - Eletromagnetismo; 12ª Edição; Editora:
Pearson - Addisson and Wesley; Brasil; 2011.
2. BOSQUILHA, Alessandra e PELEGRINI, Márcio; Minimanual compacto de
Fisica: teoria e prática; 2ª Edição; Editora: RIDEEL; São Paulo : Rideel, 2003.
3. MUSSOI, Fernando Luiz Rosa; Fundamentos de Eletromagnetismo; versão 1 e
2; FLORIANÓPOLIS; 2005.

Potrebbero piacerti anche