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Wesley Sousa2
Resumo
Introdução
1
Texto elaborado como resultado preliminar de leituras e estudos voltados à estética marxista,
sobretudo, como tentativa de buscar a alternativa materialista que hoje é cada vez mais necessária.
2
Graduando em Filosofia pela Universidade Federal de São João del-Rei (MG) - UFSJ. Email para
contato: wesleysousa666@outlook.com
percurso estético tomará nova roupagem e princípios, sobretudo com as publicações da
“Ideologia Alemã” e dos “Manuscritos Econômicos-Filosóficos” mostraram-no
crucialmente o novo itinerário lukácsiano. Para fins de objetividade, a comunicação
centrará, portanto, nos seus escritos posteriores à década de 30, ou seja, sua fase marxista,
como filósofo herdeiro e continuador do legado de Marx e Engels. É posteriormente que
pode ser encontrado sua obra “O romance histórico”, escrito em Moscou, entre 1936 e
1937.
Antes de qualquer coisa que possa dizer sobre a estética marxista, ou seja,
materialista, é preciso advertir desde logo que, ao contrário da crítica vulgar, moralista e
até mesmo romântica, o marxismo não tem como pedra angular uma análise sociológica
e tampouco pensa toda arte burguesa está inferiorizada ou necessariamente um juízo de
valor negativo, sem quaisquer considerações efetivas e de princípios que norteiam
filosoficamente o procedimento teórico-metodológico exposto. É muito comum, dentro
de uma esquerda “romântica”, um denuncismo quase-comum da arte, ao passo que, ao
fazer concessões às artes de vanguarda, tem-se aqui um duplo aspecto crítico e uma
fragmentada compreensão do objeto observado. Esse predomínio se encontra em seu
trabalho de 1963, “Estética”. Em 1957, ele publicava a “Introdução à uma estética
marxista”, que nela o autor buscava, então, pela “particularidade do estético”. Isso
passava pela filosofia clássica alemã, Kant, Schelling, Goethe, Schiller, entre outros.
Nota-se que subtítulo da sua “Introdução”, não por acaso, é “Sobre a particularidade como
categoria da Estética”.
Lukács se dedica a estabelecer como toda uma série de traços, que, nas
produções da atividade estética, aparecem amplificados, atacados, algumas
vezes invertidos, podem encontrar-se em estado germinativo, fundidos em um
magma indiferenciado, na vida e no pensamento cotidianos” (TERTULIAN,
2008, p. 204).
O artista está, portanto, vinculado a esta ou àquela classe, ainda que consciente
ou não disso; mas, a sua ideologia, original ou adotiva, pode ser neutralizada pelo próprio
processo de criação. Há exemplos bastante conhecidos, como Balzac: este era
monarquista. Porém, a distância entre suas ideias políticas e sociais, na época reacionária
e a concepção do mundo expressa na sua “Comédia humana”, cujo o escritor, retratando
a aristocracia decadente e analisando a vida social burguesa, extraiu de uma e de outra a
atmosfera histórica, realista, que envolve os personagens, as coisas e os recantos do
universo fictício que criou. Outro exemplo notável é a obra de Dante em “A divina
Comédia” que, sintetizando exemplarmente a visão medieval do mundo, antecipa a
eclosão do humanismo renascentista3.
3
C.f. NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. São Paulo: Editora Ática, 2010.
reacionário, mas porque viu que os mesmos membros da aristocracia rural fizeram a
manutenção status quo dessa transição. É interessante pensar, nesse aspecto, pois a
própria concessão do direito ao voto não foi algo “benevolente”, mas porque os grandes
latifundiários temiam uma insurreição armada e popular pela socialização das terras no
início da República; no caso das cidades, a proletarização necessitava-se de direitos.
Então, Machado de Assis, ao lado de Lima Barreto (autor de “Triste fim de Policarpo
Quaresma”), bem como o outro poeta e romancista (Cruz e Souza), fizeram críticas
semelhantes à passagem do Império para República4.
4 C.f. COUTINHO, Carlos Nelson. Cultura e sociedade no Brasil: ensaios sobre ideias e formas.
4.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
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A luta pela conquista de direitos no Brasil é complicada, isto pela própria dinâmica da
escravidão brasileira. O Brasil tardou a se emancipar: sua “independência” foi em 1822. Com todas as
particularidades, na segunda metade do século XIX, existiam movimentos de negros libertos, brancos sem
renda, etc., que buscavam o seu direito de votar e de serem eleitos. Após abolição da escravidão,
proclamação da República, se tinha a ideia a qual grande maioria dos brasileiros iriam ter a tríade de
direitos (civil, político e social). Tiveram, precariamente, o civil. Pois, sem esse tipo de direito, na nova
configuração do capitalismo, era um retorno à escravidão e ela não nos interessava mais. O capitalismo
exigia novas formações sociais no Brasil. Portanto, para se tornar um trabalhador “livre”, assalariado e
assinar contratos, precisara-se do direito civil. Contudo, o social foi o que perdurou e marca grande parte
da nossa história.
sentido a visão de Lukács é um equívoco quando crê que Flaubert confundiria a vida em
geral com a vida cotidiana do burguês médio em “Madame Bovary”? Para o pensador
húngaro, a obra seria a trama burguesa, porque se há uma trama, esta somente cabe aos
Bovary, não se exteriorizando enquanto prática social da realidade romântica. Nas
palavras de Lukács:
A arte enquanto arte é o momento mais crucial das investigações de Lukács. Por
isso, o intento aqui foi delinear, ainda que preliminarmente, conforme o que o filósofo
italiano marxista Guido Oldrini, no seu livro “Os marxistas e as artes”, explica de maneira
direta:
Bibliografia
LUKÁCS, Gyorgy. Estética: La peculiaridad de lo estético. Barcelona: Ediciones
Grijalbo, 1982. 4 v.
LUKÁCS, Gyorgy. “Guerra e Paz” – prefácio. In: Anuário Lukács: Maceió, 2019. 51-
66 p.
6
Sobre esse debate: Cf. TERTULIAN, Nicolas. Distanciamento ou cartase? (sobre as divergências
entre Brecht e Lukács). In: Lukács e seus contemporâneos. São Paulo: Perspectiva, 2016.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. As ideias estéticas de Marx. 2° edição. Tradução Carlos
Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
Outras referências