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CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA.
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
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2. PRINCIPAIS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
3. PSICOLOGIA CLÍNICA: CONCEITO
1.CONCEITO DE SAÚDE
2.SAÚDE MENTAL
3 DEFICIÊNCIA MENTAL
4 TRANSTORNO MENTAL
5 PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS
1. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
2. INTERVENÇÃO
3. EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
4. PRESENTE E FUTURO DA PSICOLOGIA CLÍNICA
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Prefácio
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com você ao dar os primeiros passos rumo ao conhecimento psicológico e espero
que se apaixone tanto quanto eu me apaixonei por esta Ciência, ainda tão mal
compreendida. Vamos lá?
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1. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO MUNDO
Desde o início dos tempos, o ser humano sempre quis compreender melhor
o mundo que o rodeia, conhecendo as suas origens. Se entendermos a Psicologia
como um conhecimento amplo, é possível afirmar que os mais antigos filósofos, os
pré-socráticos, eram, em sua essência, psicólogos, embora não fossem assim
denominados nem tivessem o seu exercício regulamentado em lei.
Na busca pela indagação de si e pelo entendimento de suas origens, Várias
correntes teóricas se formaram, dentre elas as duas mais importantes, tentando
explicar a origem do ser humano e do Universo: O Criacionismo e o Evolucionismo.
Entende-se o Criacionismo como sendo a teoria ou sistema que sustenta as
espécies animais e vegetais criadas de forma distinta, permanecendo invariáveis.
Houve um Ser Superior que criou todas as coisas que existem. O relato da criação
do mundo encontra-se pormenorizado na Bíblia Sagrada, livro de orientação de
todos aqueles que professam a fé cristã. (FERREIRA, 1993).
Ao processo gradual de mudança genética em que as características de
toda uma espécie são alteradas durante muitas gerações, produzindo uma mudança
cuja função é proporcionar uma melhor adaptação dos indivíduos daquela espécie
ao meio ambiente, processo conhecido como Seleção Natural, dá-se a denominação
de Evolucionismo. (HAYES, 1997).
Mas as grandes questões da humanidade não se limitaram àquelas ligadas
ao Universo. O ser humano sempre se interessou por conhecer melhor a sua própria
essência - De onde vim? Para onde vou? Quem sou eu? O que vim fazer nesse
mundo? As respostas a estas perguntas trariam alívio para a própria angústia e
inquietação inerentes ao ser humano. Era preciso entender melhor as próprias
emoções, ansiedades, sentimentos, o porquê da existência, do nascimento, da
morte...
Faz-se necessário entender que esses questionamentos tão profundos são
naturais e fazem parte do processo de autoconhecimento. Não é preciso fugir de
sensações que nem sempre são confortáveis, mas enfrentá-las, tirando proveito de
cada evento desagradável para encontrar o próprio equilíbrio, a própria estrada. Um
dos grandes equívocos atuais provavelmente seja o de querer se livrar a todo e
qualquer custo, da dor e dos sofrimentos humanos. Mas eles são parte da complexa
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natureza humana. Não há fórmulas miraculosas para fazer com que o ser humano
pare de sofrer, por mais que os livros de auto-ajuda falem o contrário. Não é essa a
finalidade da Psicologia, mas sim, entender a alma humana e aprender a lidar
melhor com a própria existência.
A partir desse breve comentário, poderíamos afirmar que a Psicologia nasce
de dois ramos distintos: Da Filosofia, considerando pensadores como Aristóteles e
Platão os primeiros psicólogos (ainda que não utilizassem esse termo) e da
Medicina, ainda que, de forma equivocada, tentassem encontrar respostas físicas
para questões emocionais (Os pensadores, 1999).
Provavelmente, a primeira grande obra psicológica de que se tem notícia
seja a do grande pensador Aristóteles, intitulada De Anima. Embora já se estudasse
a alma humana, o termo Psicologia só aparece no século XVI, com Rodolfo
Goclênio.
A palavra Psicologia tem sua raiz etimológica nos termos psiché (alma) +
logos (razão, estudo). É bom que se diga que a Psicologia enquanto profissão é algo
ainda recente, pois a regulamentação da profissão de psicólogo acontece somente
em 27 de agosto de 1962. (Data em que hoje se comemora o Dia do Psicólogo).
Tem-se afirmado que a Psicologia é uma ciência com um longo passado,
mas com uma curta história de reconhecimento enquanto atividade profissional e
Ciência. Tal frase lança luz sobre o fato de que os povos de todos os tempos e de
todas as culturas se tenham ocupado dos problemas da alma e da vida humana.
A partir de alguns testemunhos escritos que nos ficaram das antigas culturas
da Índia, China, Ásia Anterior, do Delta e do Nilo. A partir de mitos e contos
populares, bem como de obras eruditas, pode-se concluir que as pessoas sempre
refletiram sobre a alma, a morte e a imortalidade, sobre o bem e o mal, e as causas
dos seus medos e preocupações.
O estudo da alma humana e a existência do ser humano são eventos
interligados. Daí a afirmação que a Psicologia é uma ciência em construção e de
que o psicólogo é um profissional sempre em formação. Não há psicólogos prontos,
visto que compreender o ser humano requer estudo incessante e a capacidade de
aprender com os próprios erros.
A nossa ciência ocidental, assim como a psicologia, remonta à Grécia
Antiga, pelo que o antigo escrito do filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) "Acerca
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da Alma", é designado muitas vezes como o primeiro Manual de Psicologia. De fato,
este grande mestre da ciência antiga tratou de quase todos os problemas que ainda
hoje nos ocupam; interessou-se de modo muito especial pela questão dos
fundamentos biológicos da vida anímica e do seu desenvolvimento.
É do pensador Aristóteles a tese de que o todo vem antes das partes e é,
portanto, mais do que o somatório das suas partes. Por exemplo: cada floresta é
mais do que o somatório das suas árvores, arbustos e ervas as quais a constituem e
dos animais que nela habitam, é uma totalidade própria com características
especiais que pertencem à totalidade. Porém, tais totalidades existem igualmente no
domínio psíquico. Este é um dos grandes fundamentos do que atualmente se intitula
Psicologia da Gestalt, ou Psicologia da forma.
Esta concepção opõe-se à de Wilhelm Wundt (1832-1920), de que o todo da
mente é constituído a partir de processos elementares, a qual dominou, a princípio,
de a moderna Psicologia Científica, orientada pelo pensamento atomista da Física.
Os gregos consideravam a alma como o sopro da vida, como aquilo que
vivificava a vida. Como, porém, se realizava essa vivificação foi problema que
permaneceu tão discutido quanto insolúvel. Tales de Mileto, muito antes de
Aristóteles, considerou o movimento como algo essencial para o processo de
vivificação; alguns filósofos da Antiga Grécia pensavam que a alma era "ar", outros,
que eram os odores os elementos vivificantes. (Os pensadores: Pré-socráticos,
1999).
Platão (427-347 a.C.) qualifica alma de ser algo espiritual; o seu discípulo
Aristóteles considerava-a como uma força, aliás, incorpórea, mas que movia e
dominava os corpos. A partir de tais concepções, adquiridas exclusivamente pela
especulação, existiam, contudo, também já na Antigüidade, estudos amplos sobre
processos cerebrais, sobre as funções dos órgãos sensoriais e sobre perturbações
destas funções em caso de lesões cerebrais.
Muito se houve falar sobre a doutrina dos quatro temperamentos, sobretudo
em livros norte-americanos de Psicologia. Mas a grande verdade é que esta doutrina
remonta ao grande médico grego Hipócrates (cerca de 400 a.C.), retomada e
desenvolvida pelo médico romano Galeno (131 até 201 a.C.). Segundo ele, existem
quatro temperamentos, determinados pela predominância de um dos quatro
"humores": o sangüíneo (sangue: folgazão e superficial), o colérico (bílis amarela:
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vontade forte e iras repentinas), o melancólico (bílis negra: pensativo e triste) e o
fleumático (muco: sossegado e inativo). Apesar do seu funcionamento
pseudocientífico, a doutrina dos quatro temperamentos afirmou-se na prática e os
quatro tipos foram finalmente introduzidos como noções da nossa linguagem do dia-
a-dia. (Sournia, 1996).
Outro nome fundamental para que se estudem os primórdios da Psicologia é
Santo Agostinho (354-430), pelo fato de ter descoberto dois métodos importantes: o
da auto-observação e o da descrição da experiência interior, dando origem a uma
Psicologia mais subjetiva e qualitativa, baseada na fala e na introspecção, ao
contrário daquela que prioriza apenas o comportamento observável. De certa forma,
pode-se citar a Psicologia Européia como aquela que mais se aproxima de uma
Psicologia menos comercial e imediatista para uma mais aprofundada e
introspectiva denominada por alguns de ‘Psicologia profunda’.
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1.1 JONH LOCKE E A PSICOLOGIA
Grande parte das pessoas que trabalham na Educação já ouviu falar que ‘a
criança é como uma folha em branco na qual são registradas as várias
experiências’. Esta idéia que também influenciou bastante a Psicologia,
principalmente em relação às abordagens que priorizam a experiência como a
principal fonte de formação do ser humano, vem de um pensador conhecido: Jonh
Locke.
Este pensador veio sublinhar a importância que desempenham as
impressões sensoriais para o desenvolvimento da nossa experiência. Imaginou o
espírito da criança como uma folha de papel em branco (tábula rasa) na qual são
"registradas" as experiências. John Locke também tem papel decisivo na Pedagogia
e na Psicopedagogia. Seu pensamento sustentou ricas correntes pedagógicas e
psicológicas. (Abagnano, 2000).
Já Aristóteles se ocupara das associações, da combinação de duas ou mais
representações ou vivências parciais. O fato de David Hume (1711-1776) ter
retomado e aperfeiçoado a teoria aristotélica das associações demonstrou ser de
extraordinária importância, também para a atual Psicologia. Hume ensinou que as
representações eram imagens de impressões sensoriais e se encontravam ligadas
umas às outras com base em leis mecanicamente funcionais. Reforçando o
pensamento de Aristóteles, formulou as leis da associação do contato espaço-
tempo, da semelhança, do contraste e da causalidade.
Desde então se verifica a importância que as experiências exercem sobre a
vida de qualquer ser humano, gerando gratificação ou traumas. As experiências têm
uma função primordial na estrutura da pessoa, principalmente de zero aos seis anos
de vida. Aquilo que é vivenciado nessa fase torna-se determinante na vida adulta. A
forma de ser, de reagir e de enfrentar crises em boa parte é construído na infância.
Também a forma feliz de celebrar a vida em seus detalhes mais simples.
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1.2 A INFLUÊNCIA DE DARWIN
Charles Darwin
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Isso prova que vários olhares sobre o mesmo assunto mostram o quão
complexo é cada situação e o quanto podem se tornar ricos os debates entre os
vários fazeres científicos.
Quanto ao modo empírico de fazer ciência, pode-se afirmar que um dos
principais impulsos na Psicologia teve sua origem nas observações e experimentos
de Charles Darwin (1809-1882), o fundador da moderna doutrina genética e da
hereditariedade.
“A Origem das Espécies" (1859), magnífica obra deste cientista, influenciou
de modo revolucionário quase todos os domínios da Ciência, desde a Física e
Química, passando pela Biologia até chegar à Psicologia. Essa obra promove
debates, os mais acalorados, e inúmeras teses, colocando como inimigos frontais
teólogos e cientistas, lógico, dentro de uma perspectiva excludente, fragmentada e
dualista.
Além das suas investigações biológicas, Darwin ocupou-se igualmente de
uma série de problemas que hoje denominaríamos psicológicos. As idéias de Darwin
deram um novo impulso à investigação psicológica e constituíram o fundamento
para muitos campos da moderna Psicologia: - a Psicologia do Desenvolvimento e a
Psicologia Animal; o estudo da expressão dos movimentos afetivos, a investigação
das diferenças entre os diversos indivíduos; - o problema da influência da
hereditariedade em comparação com a do meio ambiente; o problema do papel da
consciência; e, logo a seguir; o estudo experimental das funções anímicas como
também a introdução do princípio quantitativo da investigação.
O historiador Boring, cuja formação acadêmica remonta a Wilhelm Wundt,
passando por Edward E. Titchener, afirma, em determinado passo, acerca da
psicologia americana, que ela herdou o corpo da investigação experimental alemã; o
espírito, porém, provém de Darwin. Refere-se assim à tradição americana fundada
com base em William James (1842-1910) e John Dewey (1859-1952) que -
diferentemente da tradição alemã criada por Wundt - transfere para primeiro plano
as questões da Biologia, do Desenvolvimento e da Atividade Anímica.
Historicamente é interessante verificar que as primeiras publicações de
Fechner e Wundt sobre as Percepções Sensoriais surgiram ao mesmo tempo em
que a "Origem das Espécies" de Charles Darwin: os "Elementos de Psicofísica" de
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Fechner apareceram em 1860 e os "Contributos para uma Teoria das Percepções
Sensoriais" de Wundt, no ano de 1862. (DAVIDOFF, 2003).
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1.3 WUNDT: DA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL FISIOLÓGICA À
PSICOLOGIA DOS POVOS
Wundt
serendip.brynmawr.edu
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fornecesse de qualquer modo conhecimento para os fenômenos mais complexos da
alma humana.
Apesar da grandiosa concepção fundamental, a Psicologia dos Povos de
Wundt não levou a quaisquer resultados duradouros precisamente no que se refere
à compreensão dos fenômenos mais complexos ou mesmo daqueles que dizem
respeito ao desenvolvimento humano. Mesmo porque Wundt não chegou a
desenvolver um conceito preciso daquilo que seria essa área da Psicologia, a
Psicologia dos Povos.
Enquanto Wundt militava em defesa da Psicologia dos Povos, outros
pensadores estudavam os fenômenos de maturação por meio da observação de
animais e de crianças, o que daria origem à Psicologia do Desenvolvimento. Esse
sistema de pensamento incide exclusivamente sobre a observação do
comportamento animal e humano e dos processos de maturação de tal
comportamento. De Francis Galton a Lloyd Morgan, William McDougall, Thorndike,
Yerkes e John B. Watson, encontramos uma série de investigações brilhantes que
se ocupam das questões da hereditariedade, do comportamento animal, dos
instintos e do comportamento infantil.
O estudo do comportamento observável é um dos pilares doutrinários do
Behaviorismo e os estudos realizados por seus seguidores baseavam-se quase que
exclusivamente em observações animais e de crianças. Hoje em dia a Psicologia
Animal e a Psicologia Infantil constituem dois ramos extremamente vastos e
significativos da investigação psicológica, apesar de que já são necessários vários
cuidados legais, pelos abusos antes cometidos por pesquisadores menos avisados.
Em pesquisas que envolvam seres humanos, por exemplo, é necessário,
atualmente, que seja assinado um termo de Livre Consentimento. É preciso
conhecer de que trata a pesquisa e quais os possíveis riscos envolvidos nela, para,
só assim, decidir se deseja fazer parte da experiência ou não.
Em relação aos animais, o pesquisador precisa garantir, através de
documentações específicas, que este não vai sofrer nenhum dano. Controvérsias à
parte, o certo é que a tradição das observações realizadas em animais foi
perpetuada em muitos países e pela comparação cuidadosa entre: o comportamento
animal e humano, levada a efeito nas investigações de Wolfgang Köhler, Howard
Liddel, Nikolaas Tinbergen, Konrad Lorenz e Otto Koehler, permitiu que se
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obtivessem conhecimentos fundamentais sobre as funções psíquicas em diferentes
fases do desenvolvimento.
Muitas pesquisas relacionadas a medicamentos, por exemplo, parte da
generalização dos resultados obtidos do estudo com animais. É do conhecimento
geral o grande incremento sofrido pela Psicologia da Criança e do Adolescente;
amplificadas ao âmbito da investigação experimental, desde Karl Bühler e David
Katz até Arnold Gesell e Jean Piaget.
Praticamente toda a teoria piagetiana foi obtida a partir de observações dos
seus próprios filhos. Um estudo cuidadoso e que certamente exigiu muito do seu
espírito investigativo. Foram anos a fio para que fosse possível elaborar a sua teoria,
de contribuição inestimável também para a Psicologia Clínica infantil, de maneira
mais específica.
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Os pensadores da Psicologia da Inteligência e da Forma apresentavam,
além disso, a comprovação experimental para provar a exatidão da sua tese. Não
são as representações, mas sim as suas relações que decidem o sentido de um
pensamento, afirmou Karl Bühler, um dos jovens representantes da Escola de
Würzburg, ao ser contestado por Wundt.
As percepções estruturais do pensamento são operações específicas, por
meio das quais se constroem as nossas percepções: as impressões sensoriais não
são simplesmente refletidas e ligadas umas com as outras, mas dá-se a partir de
diferentes centros cerebrais, uma projeção das impressões sensoriais em diferentes
direções, o que faz com que cada pessoa interprete e veja o mundo de uma
determinada forma. (Pimentel, 2003; Perls, 1969).
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O essencial na vida humana passa a ser a orientação dos valores. Dever-se-
ia compreender a pessoa a partir do "espírito objetivo", produtor de valores.
Na linguagem da moderna Psicologia isso quer dizer que Spranger se
ocupava exclusivamente com as finalidades de valor e com os produtos de cultura
formados através deles, enquanto considera o estudo da realização das ações
humanas desprovidas de importância.
Porém, como Karl Bühler acentua na sua obra "A Crise da Psicologia",
ambos os aspectos são importantes. É necessário entender que se tratam apenas
de aspectos diferentes de um mesmo ser, o ser humano. Portanto, uma dimensão
não deve excluir a outra, mas a ela se complementar. Ação e sentido são inerentes
à alma da pessoa. De nada adianta a execução de tarefas se aquilo não vier provido
de sentido e, a falta deste sentido tem promovido diversos transtornos psíquicos no
mundo do trabalho. Um terceiro grupo ocupou-se ainda de outra maneira com a
relação de sentido das finalidades.
Este fato mostra cada vez mais claramente que o ponto de vista do sentido
ocupa um plano especial na Psicologia atual. É a relação de sentido da ação
motivada, tal como Sigmund Freud (1856-1939), o fundador da Psicanálise, a viu e
descreveu - aliás, descreveu-a, no início da sua teorização dentro dos limites daquilo
que ele definiu como Libido, e que pode ser rapidamente conceituado como energia
vital.
Aos poucos a relação de sentido da ação motivada foi se ampliando, até
compreender-se a concepção cada vez mais divulgada de que todo o nosso
pensamento e procedimento visam a satisfação de determinadas necessidades e
adquire o seu sentido a partir de tal necessidade ou desejo.
Sob este ponto de vista, todo o procedimento é provido de sentido, uma vez
que é determinado por motivos. Mesmo o pensamento e procedimento daqueles que
estão em sofrimento psíquico têm sentido, isto é, tem em vista um objetivo, ainda
que o sentido dos próprios objetivos seja mal compreendido naquele momento.
No entanto, uma vez que mesmo esse sentido mal compreendido é muitas
vezes susceptível de ser interpretado pelo analista, é possível, em muitos casos,
ajudar a pessoa a adquirir uma melhor autocompreensão e a partir daí um modo de
vida mais equilibrado e harmônico. Dentro de uma perspectiva psicanalítica, pode-se
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afirmar que até aquilo que se sonha é provido de sentido, visto que lhe é inerente
uma finalidade dirigida no sentido da satisfação de necessidades.
A interpretação, introduzida por Freud no pensamento psicológico como
novo princípio fundamental, deve ser utilizado sempre que a pessoa que atua oculta
a si própria e aos outros o verdadeiro objetivo dos seus anseios. Em tais casos, ela
pensa e atua simbolicamente, quer dizer, (acontece inconscientemente), em vez do
objetivo verdadeiro coloca um objetivo substituto ou ilusório, para desviar a atenção
das intenções que lhe parecem contestáveis, reprováveis ou puníveis.
No princípio do sentido amplo aqui desenvolvido, encontram-se incluídos,
tanto o princípio da relação do sentido no nosso pensamento, acentuado pela
Psicologia da Inteligência, como o princípio do sentido das finalidades de valor,
defendido por Spranger. Atravessada por várias teorias, recorrendo a métodos e
técnicas de investigação diversificada, organizada em várias especialidades, a
Psicologia procura, nesta diversidade, responder às questões que desde sempre se
colocaram acerca do comportamento, emoções, sentimentos, relações sociais,
sonhos, perturbações... (NASIO, 1988).
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1. 6 BREVES COMENTÁRIOS SOBRE A PSICOLOGIA NO BRASIL
Fonte: www.veja.abril.com.br
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etc. Além disso, o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a regulamentar a
profissão de Psicólogo, pela Lei 4.119.
Infelizmente, não há muitos registros daquilo que se produz no Brasil em
termos de Ciência Psicológica, pelo menos em termos proporcionais. Aprendeu-se a
supervalorizar aquilo que vem de fora e a desvalorizar a nossa produção, seja ela
artística ou científica e de que área for.
Por um lado, os profissionais de Psicologia não registram seu trabalho,
talvez por considerarem de pouco valor (Seria um complexo de inferioridade?). Por
outro lado, o Brasil, pelo próprio processo de colonização, sofre daquilo que se pode
denominar “Complexo de Menos Valia”. E assim se forma uma profissão sem
registros, sem memória, sem história, aliás, noção plenamente generalizada para
outras áreas no Brasil. Infelizmente, ainda há uma grande quantidade de
conhecimentos importados, de forma especial, o conhecimento importado dos
Estados Unidos.
O grande problema é que a nossa gente e a nossa cultura são diferentes e
aquilo que se aplica para outros países muito provavelmente não se aplicará para
nosso povo. Principalmente em se tratando de questões psicológicas e emocionais,
pois se tem no Brasil, uma diversidade religiosa e cultural completamente incomum a
outros lugares.
Daí se questionar tanto a validade dos testes psicológicos, em sua grande
maioria criado em outros países e aplicado aqui.
Ao realizar um breve retrospecto da história da Psicologia no Brasil, vê-se
que no início do século XX muitos estudantes que se interessaram pela Psicologia
foram estudar no exterior, vislumbrando problemas e “soluções” típicos daqueles
locais. Ao retornarem ao Brasil, assumiram a posição de intelectuais dominadores,
colocando o Brasil na posição de “objeto de pesquisa”.
Dentro dessa perspectiva, tudo o que partia do povo, sua cultura, suas
crenças, seus valores, era menosprezado, considerado como “não científico”.
Apagar hábitos, costumes e tradições eram “papel científico”, sua “mais nobre
função”. Decorre daí que um povo que não preserva as suas próprias raízes se torna
mais fácil de dominar, pois não reconhece a sua própria identidade. Um povo sem
história é um povo sem identidade.
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E um povo sem identidade assume a identidade de qualquer outro como
sendo sua. O que não é verdade soa falso, inautêntico. Esse fato é visto muito
facilmente nos hábitos alimentares, na linguagem, na forma de vestir... É urgente a
necessidade de nos reconhecermos como Nação e valorizar aquilo que é
genuinamente nosso.
Boa parte desse problema tem a sua origem no Pensamento Positivista,
que não considera o conhecimento histórico como algo de valor científico, o que se
torna um impedimento ao próprio avanço.
Ao desvalorizar a contribuição da cultura pré-científica à evolução do
conhecimento humano, essa corrente restringe a história da Psicologia ao
desenvolvimento da Psicologia científica nos últimos dois séculos.
A exclusão do domínio historiográfico dos conhecimentos psicológicos
difundidos no seio das diferentes tradições culturais e julgados não relevantes.
Implica a renúncia à memória das raízes dessa disciplina presente em tais tradições
e o esquecimento das questões originais que determinaram o seu surgimento, ou
favoreceram sua influência e seu desenvolvimento em específicos ambientes
culturais. Outra conseqüência é a redução da Psicologia a apenas a européia e
norte-americana, revestidas de uma pretensa universalidade. (ANTUNES, 2004).
Felizmente, o que era visto como avanço científico, hoje é visto como sério
entrave ao conhecimento. Não há mais como negar o profundo nexo entre Ciência e
conhecimento histórico. Parte daí a busca incessante de vários estudiosos em
Psicologia para encontrar as verdadeiras raízes do conhecimento psicológico
brasileiro.
A partir do séc. XVI o que se vê é uma combinação original entre o que se
pode denominar de Psicologia indígena e conhecimentos europeus.
Como exemplos destes primeiros registros podemos citar os seguintes
títulos: Tratados da Terra e Gente do Brasil (Londres, 1625), Notícias curiosas e
necessárias sobre o Brasil: (Lisboa, 1668), Crônicas (Lisboa, 1661), Sermões-15
volumes (Lisboa, 1696), Arte de criar bem os filhos na idade de puerícia (Lisboa,
1685), Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar, (Lisboa, 1722), Viridiário
Evangélico IV volumes (Lisboa, 1724; 1734; 1746, 1755), Progymnasma Literário e
Tesouro de erudição sagrada e humana, para enriquecer o ânimo de prendas e a
alma de virtudes (Lisboa, 1737), Reflexões sobre a vaidade dos homens ou
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Discursos Morais sobre os efeitos da vaidade (Lisboa, 1752), Problemas de
Arquitetura Civil, a saber: Porque os edifícios antigos têm mais duração e resistem
mais ao tremor de terra que os modernos? (Lisboa, 1770).
Muito interessantes são os relatos sobre o comportamento social dos índios
numa fase de pré-colonização. Eles revelam muito sobre uma forma peculiar de
Psicologia, a indígena. De acordo com esses relatos, o amor às crianças é intenso e
se alguém trata bem aos pequenos indígenas tem dos pais aquilo de que precisar.
O papel maternal é extenso, ou seja, as mulheres das tribos cuidam das
crianças como se fossem suas mães. Depois do parto, a mulher se levanta e ocupa
de suas tarefas domésticas e da roça. Enquanto o marido fica deitado na rede e
recebe as visitas e os cuidados de amigos e parentes – como se fora à mulher –
Para dar atenção à criança, o pai se afasta do trabalho e permanece em casa. A
mãe amamenta a criança exclusivamente de leite materno até um ano, um ano e
meio e em alguns casos até os sete ou oito anos.
As índias, no período da colonização, foram proibidas de amamentar seus
filhos por período prolongado – À moda das mulheres portuguesas, que entregavam
seus filhos às amas nos primeiros anos -, tendo como justificativa que, se
amamentadas, as crianças cresceriam ‘frouxas’. Atualmente, o hábito de amamentar
é amplamente estimulado e reconhecido como benéfico pela Ciência.
Há relatos deste período de que as crianças indígenas participam
ativamente da sociedade e da rotina da vida adulta. Os pais levam as crianças para
junto de si quando vão trabalhar. De igual modo, os hábitos higiênicos são
aprendidos desde cedo: as crianças levantam cedo e vão ao rio, lavar-se e nadar.
Os jogos simbólicos, tão enfatizados por psicanalistas como Erik Erikson e
Bruno Bettelheim são prática comum na vida das crianças indígenas há muito
tempo. Iniciadas na vida social e religiosa desde cedo, elas cantam, dançam e
representam nas suas tribos e as brincadeiras variadas são feitas com muita alegria.
Segundo relatos do período colonial, as crianças eram muito mais alegres que os
meninos portugueses e as brincadeiras ocorriam sem brigas nem palavrões. É
prática comum, os mais hábeis ensinarem os outros a tocar e a cantar.
Não se observam práticas punitivas nas comunidades indígenas e há uma
relação de estreito afeto entre pais e filhos. Também não se observa uma divisão
radical entre infância e vida adulta, mas as regras sociais são transmitidas
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gradativamente, sempre ao lado de algum adulto, pai ou mãe, o que se transforma
numa fonte de segurança e saúde emocional.
As condições de vida social indígena aparecem como elementos que
facilitam um desenvolvimento psíquico sadio e bem integrado em todos os seus
fatores. A clareza acerca do significado e da positividade da vida, transmitida pelos
adultos, permite à infância indígena uma alegria, vivacidade, abertura à realidade,
muitas vezes relatadas pelos missionários e viajantes do período colonial, em seus
diários.
Pode-se dizer que, de modo geral, na formação da cultura brasileira, a
Psicologia, antes do advento deste saber enquanto Ciência ocupava um lugar de
conhecimento generalizado difuso, presente em diversas áreas humanas. No Brasil
do séc. XIX, a Psicologia se restringe na transmissão e interpretação de
conhecimentos vindos da Europa e Estados Unidos. Observa-se uma
descontinuidade entre conceitos e práticas de conhecimentos psicológicos do
período colonial e aqueles adquiridos no século XIX.
Este fato se deve à intensa desvalorização de tudo o que foi aprendido
anteriormente, havendo, então, uma tentativa de apagar todo e qualquer registro e
impregnar uma “nova psicologia”, a “psicologia médica”.
Quase nada se sabe acerca das produções brasileiras. Pouco se fala das
publicações psicopedagógicas de Alexandre de Gusmão, da obra de Pe. Vieira ou
do Frei Mateus da Encarnação Pinna. Nossos pensadores não são reconhecidos, à
época, como intelectuais.
Pode-se afirmar que o esquecimento praticado no século XIX a respeito da
tradição anterior é uma das causas da “perda de memória” da Psicologia atual. A
fragmentação e a dispersão dos conhecimentos psicológicos também são uma
grande barreira à tentativa de unificação desta Ciência, pois seus conhecimentos
nascem da Medicina e da Filosofia e perpassam a Política, Sociologia, Direito e
Religião.
Sem dúvida, as dificuldades se iniciam a partir de seu objeto de estudo: a
subjetividade humana. Apesar disso, ou até mesmo por causa disso, a Psicologia
também é reconhecida como uma Ciência altamente rica e complexa, perpassando
várias áreas humanas.
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25
2 GRANDES PENSADORES DA PSICOLOGIA E AS BORDAGENS DELES
DERIVADAS
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2.2 Funcionalismo
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www.sonoma.edu/psychology/images/pavlov.gif
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Extraído do site http://animalbehaviour.net/gifs+pics/Pavlov's_dog.jpg
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depender da raça, aptidões ou inclinações intelectuais. Da mesma forma, poderia
transformar essas crianças em ladrões ou pedintes, caso desejasse.
Essa forma de pensar e fazer a Psicologia trouxe para si um sem-número de
críticas, principalmente a de ser “reducionista”, ou seja, o pensar psicológico estaria
reduzido ao comportamento, fosse ele humano ou animal.
O fato é que, por causa desse sistema de conhecimentos sobre o
comportamento, a Psicologia pode ser reconhecida atualmente como Ciência,
embora ainda seja vista com certa desconfiança pelos pensadores mais radicais de
outras áreas, principalmente aquelas mais antigas, como o Direito e a Medicina. É
lógico que isso não se aplica a todos.
Para os behavioristas, entretanto, que se utilizavam e ainda se utilizam, do
conhecimento objetivo, todo e qualquer comportamento poderia ser medido,
quantificado, controlado, como também a possibilidade de repetir ações poderia ser
prevista.
Dentro de uma perspectiva mais radical, pode-se afirmar que a
hereditariedade não é levada em conta e o ambiente só é considerado como forma
de exercer um maior controle sobre as variáveis. Emoções não são levadas em
conta. Não se cogita o subjetivo. Contudo, houve um intenso estudo dos processos
cognitivos, dando origem em grande parte àquilo que hoje se denomina
Neuropsicologia.
O pensamento Behaviorista Radical é norteado por princípios que aos
nossos olhos podem parecer estranhos, a depender da perspectiva com que
observarmos esses parâmetros: Essa corrente apregoa que todo e qualquer
comportamento se constitui de uma resposta a estímulos. Comportamentos simples
são formados por cadeias menores e comportamentos mais complexos são
simplesmente o somatório de redes mais simples de comportamentos interligados.
O comportamento humano passa a ser visto, então, como fruto dos
movimentos musculares e das secreções glandulares, o que parece absurdo aos
nossos olhos. Watson não se resumiu à vida acadêmica, mas chegou a ser vice-
presidente de uma agência de propaganda.
Dentro dessa linha de pensamento também se destacaram nomes como
Skinner, Tolman e Hull.
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2.5 Behaviorismo, a primeira potência
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2.5.1 Burrhus Frederic Skinner
Skinner
www.facade.com/celebrity/B_F_Skinner/
Retirado de web.educastur.princast.es/.../191gestalt.gif
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Fundada dentro da filosofia por Max Wertheimmer e Kurt Koffka a Gestalt
traz novas perguntas e respostas para a Psicologia. Ela se detém nos campos da
percepção e na visão holística do homem e do mundo. A palavra gestalt não tem
uma tradução para o português, mas pode ser entendida como forma, configuração.
Criticava principalmente a psicologia de Wundt, que era chamada de Psicologia do
"tijolo e argamassa", pois via a mente humana dividida em estruturas.
A gestalt preocupa-se com o homem visto como um todo, e não como a
soma das suas partes (o lema da Gestalt é justamente este: O todo é mais que a
soma das suas partes). No ano de 1951, Frederic S. Pearls cria a teoria Gestalt-
terapia, trazendo consigo a teoria de campo de grupos de Kurt Lewin.
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33
2.7 Psicanálise
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34
É cada vez maior o número de psicólogos denominados temáticos, ou seja,
aqueles que se utilizam diversos arcabouços teóricos, a depender da demanda
daquele momento. São também denominados de psicólogos ecléticos.
Sigmund Freud foi um médico psiquiatra que estudou sobre vários assuntos
e levou bem mais tempo que seus colegas para se formar, por ter utilizado boa parte
de seus anos em estudos de laboratório.
Estudou, por exemplo, temas como a fisiologia dos peixes. O seu interesse
pela Psiquiatria, entretanto, se iniciou com as descobertas de Charcot, seu futuro
mestre, e os estudos sobre Histeria, considerado naquela época, doença de mulher,
principalmente daquelas que não haviam casado. O termo histeria vem de ‘útero’ e
até hoje as mulheres solteiras de idade mais avançada são chamadas de forma
desprezível, de histéricas.
Freud descobriu que a histeria possuía causas emocionais e que as pessoas
nas quais eram recalcadas, ou seja, as que não extravasavam seus desejos
libidinais, poderiam sofrer de crises histéricas, inclusive homens. Essa descoberta,
ao ser proclamada em um encontro científico, causou furor nos médicos presentes,
que se retiraram, deixando o Dr. Freud falando sozinho naquele encontro
internacional. Freud viu suas aulas particulares se esvaziarem de alunos. Como
também suas turmas da faculdade se tornaram pouco freqüentadas.
Polêmico, mas obstinado, estudava até às três horas da manhã, e muito
material escrito acabava sendo jogado no lixo, pois já discordava de tudo aquilo.
Suas teorias iam ser reescritas por várias vezes durante a sua vida. Trabalhou com
hipnose, mas logo reconhecera a sua falta de habilidade com tal técnica e percebeu
que poderia produzir os mesmos efeitos com a técnica da associação livre, o que
daria origem à cura pela fala, ou, como ficaria conhecida mais tarde, psicanálise.
A Psicanálise foi considerada por Freud como um conhecimento firmado em
um tripé composto por técnica, teoria e pesquisa, principalmente. A Psicanálise é
conhecida pela investigação do inconsciente e pela descoberta da sexualidade
infantil, tema polêmico até hoje. Freud não teve apenas um mestre, mas vários
nomes inspiraram sua teoria, desde Goethe a Nietzsche e costumava ler desde
literatura e antropologia, a livros de Biologia e Fisiologia Animal. Também tinha uma
predileção por antiguidades.
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35
Um personagem importante da psicanálise é seu discípulo, Carl G.Jung,
primeiro presidente da sociedade psicanalítica. Com o avanço da teoria de Freud em
relação à sexualidade infantil, Jung, que não concordava com o que Freud afirmava
acerca do assunto, rompe com o psicanalista e segue outro caminho, criando uma
nova teoria, denominada psicologia analítica.
A proposta inicial foi retirar do inconsciente o seu teor puramente sexual.
Mas Freud retifica o ex-colega, dizendo que "o ego possui várias naturezas das
pulsões, mas a pulsão sexual é a que ganha mais investimento". Freud, inclusive,
alerta que é possível canalizar as pulsões libidinais para as artes ou a produção
científica.
O conceito de inconsciente foi criado anos antes, e Freud utilizou-se desse
termo com outro sentido, encarregando-se de criar uma teoria acerca do tema. Na
psicanálise, inconsciente significa outra ordem, com outras regras, um dos
elementos do aparelho psíquico, constituído por pensamentos, memórias e desejos
que não se encontram em nível consciente, mas que exercem grande peso no
comportamento humano.
Existem atualmente várias correntes psicanalíticas, oriundas de pensadores
que ampliaram ou discordaram da visão freudiana. Dentre estes nomes estão Anna
Freud, filha de Freud, Melanie Klein, Lacan, Bion,Winnicott, Carl G. Jung, Alfred
Adler, Erik Erikson, Carl Rogers etc. (TALAFERRO, 1996).
A psicanálise hoje se apresenta de várias formas, que são a psicanálise
ortodoxa, a psicanálise nova (ou neopsicanálise) e a psicologia de orientação
analítica ou de orientação psicanalítica (utilizada não só por psicanalistas formados,
mas também por psicólogos não especializados), todas com algumas
peculiaridades.
A Psicanálise é considerada a segunda grande força de Psicologia, e
segundo o Conselho Federal de Psicologia Brasileiro e demais Conselhos Regionais
de Psicologia (CRPs). A psicanálise é aceita no meio acadêmico, porém só pode ser
utilizada de forma integral com uma formação em Psicanálise, devo dizer que ainda
não reconhecida pelo MEC. Caso contrário, deve-se utilizar a técnica de psicoterapia
de orientação psicanalítica.
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36
Para a Psicanálise, as ações humanas são orientadas, basicamente, por três
instâncias mentais (simbólicas):
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2. 8 HUMANISMO
Carl Rogers
www.psychotherapie-netzwerk.de
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tratamento, portanto não era passivo, como passa a idéia de paciente, denominando
então este como cliente.
Era a terapia centrada no cliente (ou na pessoa) Seus métodos foram
usados nos mais vastos campos do conhecimento humano, como nas aulas
centradas nos alunos, etc. Apresentou três conceitos, que seriam agregados
posteriormente para toda a Psicologia.
Estes eram a congruência (ser o que se sente, sem mentir para si e para os
outros), a empatia (capacidade de sentir o que o outro quer dizer, e de entender seu
sentimento), e a aceitação incondicional (aceitar o outro como este é, em seus
defeitos, angústias, etc.). Erik Erikson, também psicanalista, trouxe seu estudo sobre
as oito fases psicossociais, em detrimento às quatro fases psicossexuais de Freud,
onde todas as fases eram interdependentes, e não necessariamente determinam as
fases posteriores; para ele o homem sempre irá se desenvolver, não parando na
primeira infância.
Viktor Frankl, com sua logoterapia, veio a acrescentar os aspectos da
existência humana, e do sentido da vida, onde um homem, quando sente um vazio
de sentido na vida, busca auxílio, pois não se sente confortável em viver sem
sentido ou ideais. Diz também que eventos muito fortes podem adiantar a busca
pelo sentido da vida. Tais eventos podem criar desconforto, trauma intenso, mas
podem criar um aspecto de fortaleza no indivíduo. (ROGERS, 1961, 1974).
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39
staff.gc.maricopa.edu/.../blackboard/MASLOW.JPG
www.rcespiritismo.com.br
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40
Maslow estava insatisfeito com sua própria teoria, dizendo que faltava-lhe o
fato de o homem ser um ser espiritualizado. Para ele era importante a espiritualidade
e as características da consciência alterada, teoria de Stanislav Grof. Criou então,
com ajuda de outros psicólogos, uma teoria que era abrangente neste aspecto.
Como Carl G. Jung era um estudioso dos aspectos transcendentais da consciência,
foi tomada sua teoria para incorporar a Psicologia transpessoal.
A abordagem Transpessoal é, portanto, uma área da psicologia que estuda
as possibilidades psíquicas (mentais, emocionais, intuitivas e somato-sensoriais) do
ser humano pelos diferentes estados ou graus de consciência pelos quais passa a
pessoa (para se ter idéia do que sejam estados de consciência, lembre-se que o
estado de consciência de quando se está acordado é diferente do estado de
consciência de quando se está dormindo; que o estado de consciência de quando se
resolve um problema de matemática é diferente de quando se assiste a um filme,
etc.). (Jornal Infinito, 2003).
Em cada um destes estados de consciência (que são vários, alguns ainda
desconhecidos) é experimentado uma forma diferente de se perceber ou interpretar
a realidade (quando estamos com raiva ou frustrados, percebemos o mundo de uma
maneira muitíssimo diversa de quando estamos apaixonados).
A Psicologia Transpessoal, portanto, volta-se para o estudo destes diversos
estados, não os encarando como contrários, mas como complementares, dando,
porém, especial ênfase aqueles estados de consciência superiores, espirituais ou
“transpessoais”. Porque em tais estados, o sentimento de separação e de egoísmo
torna-se um segundo plano em relação a um sentimento e identificação mais ampla,
cooperativa, fraternal, transpessoal para com todos os seres vivos (consciência
crística, búdica, nirvânica, universal ou ecológica).
Segundo a Teoria Transpessoal, Francisco de Assis, Gandhi, Jesus Cristo,
Einstein, Luther King e tantos outros grandes nomes foram detentores de uma outra
forma de ver e sentir o mundo que o fizeram capazes de ajudar o próximo e
tornaram-se capazes de ver o mundo de uma outra forma. A essa capacidade eles
denominam “consciência cósmica”.
A Psicologia Transpessoal fala de vários níveis de consciência, que vão do
mais obscuro (a sombra), até o mais alto grau de consciência, a transpessoal. Por
AN02FREV001/REV 4.0
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ter seu foco na consciência e seus aspectos, foi também chamada de psicologia da
consciência. Seu estudo é recente e traz muitas características que necessitam de
um estudo maior. (TABONE, 2005). Vale ressaltar que a Psicologia Transpessoal
ainda não é reconhecida como prática científica pelo Conselho Federal de Psicologia
e os psicólogos inscritos no Conselho não estão autorizados a tê-la como prática
profissional.
2.10 Psicodrama
"Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres
perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; E arrancarei meus
olhos para colocá-los no lugar dos teus; Então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-
me-ás com os meus." (J.L.Moreno)
Moreno
www.jacobmoreno.it/images/morenofoto1.gif
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42
Jacob Levy Moreno. Ele foi o criador do Psicodrama e do Sociodrama, reverenciado
como exemplo de criatividade e dedicação à investigação psicológica e social. Ele
nasceu na Romênia em 1892 e faleceu nos EUA em 1974.
Foi um homem de ampla cultura e fortes idéias religiosas e filosóficas,
amante do teatro e incansável investigador do ser humano e de seus vínculos
afetivos; deixou-nos uma vasta obra escrita e um movimento psicodramático que
abrange a América, Europa e Ásia.
Em 1925, indo morar no EUA, desenvolveu e sistematizou suas
descobertas: a socionomia, sendo dividida em sociometria, sociodinâmica e a
sociatria. A socionomia é o estudo do grupo e suas relações. A sociometria visa
medir as relações entre os membros do grupo, evidenciando as preferências e
evitações presentes nas relações grupais.
Utiliza como método o teste sociométrico. A sociodinâmica se interessa pela
dinâmica do grupo e utiliza como método o role-playing ou jogo de papéis. Já a
sociatria busca tratar as relações grupais e utiliza três métodos: o sociodrama, a
psicoterapia de grupo e o Psicodrama.
Com a leitura de suas obras, muitos autores declaram que o psicodrama
possui um grande conteúdo emocional e uma audácia renovadora, pois surgiu como
uma nova e dinâmica linha de investigação para o conhecimento e terapia dos
conflitos psicológicos.
Para o surgimento desta teoria, Moreno desafiou críticas, rompeu com o
movimento médico da sua época, atacando os valores oficiais, conseguindo
desenvolver uma teoria baseada numa concepção de ser humano e de saúde que
têm como núcleo a espontaneidade. O otimismo sobre o vital, o amor, a catarse e os
papéis que o Eu do indivíduo vai formando. (MORENO, 1980).
Esta busca pelo reencontro dos verdadeiros valores éticos, religiosos e
culturais em uma forma dramática espontânea, (mais tarde, denominado como
desenvolvimento do Axiodrama) foi o primeiro conteúdo do Psicodrama. O lugar do
nascimento do psicodrama foi um teatro dramático de Viena. Moreno declarou que
não possuía nenhuma equipe de atores, nem uma peça e que neste dia apresentou-
se sozinho, sem nenhuma preparação, ante um público de mais de mil pessoas.
Segundo ele no palco havia somente uma poltrona de espaldar alto, como o
trono de um rei, no assento, uma coroa dourada. Surgiu com um intento de tratar e
AN02FREV001/REV 4.0
43
curar o público de uma enfermidade, uma síndrome cultural e patológica que os
participantes compartilhavam no momento (Viena encontrava-se em pós-guerra, não
havia governo... a Áustria estava inquieta em busca de uma nova alma).
Mas psicodramaticamente, Moreno possuía um elenco e uma obra. Uma vez
que o público era seu elenco, e a obra era retratada pela trama demonstrada pelos
acontecimentos históricos, no qual cada um representava seu papel real.
Cada representante de um papel foi então convidado para subir ao palco, e
encenar o papel de um rei, sem preparação e diante de um público desprevenido,
que funcionava como jurado. Mas neste primeiro momento nada se passou.
Ninguém foi achado digno de ser rei e o mundo permaneceu sem líder.
Apesar do aparente fracasso desta primeira representação, este foi o marco do
nascimento de uma nova modalidade de expressão catártica que, instrumentada
pelo exercício da espontaneidade e sustentada na teoria dos papéis, viria a se
constituir o método psicodramático de abordagem dos conflitos interpessoais, cujo
âmbito natural é o grupo. Surge então, a expressão “psicoterapia de grupo".
O psicodrama desde seus primórdios estabeleceu um setting basicamente
grupal, com a presença do terapeuta (diretor de cena), seus egos auxiliares e os
pacientes (tanto como protagonistas como público). Aliás, a expressão, "psicoterapia
de grupo" foi pela primeira vez utilizada por Moreno.
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44
que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas pela
outra pessoa.), Co-inconsciente (vivências, sentimentos, desejos e até fantasias
comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em "estado inconsciente".) e Matriz
de Identidade (lugar do nascimento). A teoria da espontaneidade: está ligada
dialeticamente à criatividade, compreende uma fenomenologia, uma metapsicologia,
uma psicotécnica, uma psicopatologia e uma psicologia genética.
As que possuem maiores riquezas são: a Psicotécnica ou treinamento da
espontaneidade que, ainda que pareça parado, procura resgatar o espontâneo
perdido pelo homem ao longo da sua existência e a Psicologia Genética, quer dizer:
a criança, ao nascer, realiza seu primeiro ato criativo: é o primeiro ato de catarse de
integração. Nasce com uma capacidade criadora própria do ser humano que irá
completando com a maturidade e com a ajuda dos outros. O primeiro ego-auxiliar é
a sua própria mãe.
Ao longo de sua infância, à medida que vai vivendo os diversos papéis e em
contato com os agentes sociais. Desenvolve essa capacidade criadora e atrofia em
maior ou menor medida, de acordo com o tipo de relações e na medida em que as
"tradições culturais" lhe sejam impostas pelos mais velhos.
Esses agentes da sociedade lhe submetem, durante o desenvolvimento,
condutas estereotipadas, repetitivas, ritualistas, muitas delas para ela e para os
demais vazias de significado, assim como também ajudam o desenvolvimento da
espontaneidade. Depende de cada caso e do meio em que vive a criança em um
determinado momento histórico-social.
O ato espontâneo está intimamente ligado ao instante, dali surge à noção do
aqui e agora. A filosofia do momento opõe-se à duração, os benefícios do instante,
do presente, em constante mudança. É lugar (lócus) onde se dá o crescimento.
Segundo Moreno, esta experiência primitiva da identidade configura o destino da
criança. Em toda essa primeira etapa, os papéis são psicossomáticos.
A segunda etapa é a do reconhecimento do Eu. A criança observa o outro
(mãe) como algo diferente dela. Integra as diferentes partes do seu corpo numa
unidade e é a partir dali que se diferencia. É na segunda etapa que aparecem os
papéis psicodramáticos.
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45
Moreno faz uma pormenorizada descrição da evolução da imagem do
mundo da criança, distinguindo: 1) Matriz de identidade total: primeiro universo: tudo
é um. As configurações estão configuradas pelos atos. 2) Matriz de identidade total
diferenciada: segundo tempo do primeiro universo diferencia-se as unidades, porém
têm o mesmo grau de realidade, os indivíduos, os objetos imaginários e os reais. 3)
Matriz da lacuna entre fantasia e realidade: começam a se organizar dois mundos, o
da realidade e o da fantasia. Isto, na linguagem moreniana, marca o começo do
segundo universo.
O ideal é que o indivíduo possa dominar a situação e que não desenvolva
um mundo real em detrimento da fantasia, nem vice-versa.
Teoria dos papéis: o termo "papel" é um conjunto das várias possibilidades
identificatórias do ser humano. Os papéis psicodramáticos expressariam as distintas
dimensões psicológicas do eu (self) e a versatilidade potencial de nossas
representações mentais. Nesta teoria, tomam-se os papéis como núcleos do
desenvolvimento egóico, e à medida que a criança cresce e se diferencia vai
ampliando seu leque de papéis. Alguns papéis ficarão inibidos, necessitando,
posteriormente, serem resgatados (função do Psicodrama).
A psicoterapia grupal: Moreno assim a define “a psicoterapia de grupo é um
método para tratar, conscientemente, na fronteira de uma ciência empírica, as
relações interpessoais e os problemas psíquicos dos indivíduos de um grupo...” na
sua concepção, todos no grupo são agentes terapêuticos, e todo o grupo também o
pode ser em relação a outro grupo.
Este método aspira alcançar o melhor agrupamento de seus membros para
os fins que persegue. Não trata somente dos indivíduos, mas de todo o grupo e dos
indivíduos que estão relacionados a ele. Em sua relação sociológica vê a sociedade
humana total como o verdadeiro paciente. O conceito de encontro está no centro da
psicoterapia de grupo, comunicação mútua que não se esgota no intelectual, mas
que abrange a totalidade de seu ser. O encontro vive no "aqui e agora". Vai mais
além da empatia e da transferência. Forma um "nós".
Moreno enumera os métodos a serem utilizados, entre os quais se
destacam: método de clube ou associação, de assessoramento, de conferência, de
classes, psicanalítico, visuais, discussão livre, sociométricos, de histórias clínicas, da
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46
bibliografia, magnetofônico (sessões gravadas), da música e da dança, ocupacionais
e laboratoriais e o que se destaca é o método psicodramático.
Cada uma delas cumpre uma função que corresponde a uma etapa do
desenvolvimento psíquico. O diretor do Psicodrama instrumentará, em cada
situação, aquelas que pareçam mais adequadas e correspondentes ao momento do
drama, segundo o tipo de vinculação que nele se expressa.
A primeira etapa de indiferenciação do Eu como o Tu corresponde à técnica
do duplo. A segunda, do reconhecimento do Eu, a técnica do espelho. A terceira
AN02FREV001/REV 4.0
47
etapa do reconhecimento do eu, a técnica da inversão de papéis. Mediante a técnica
do duplo, um eu-auxiliar desempenha o papel de protagonista. Verbal e
gestualmente complementam aquilo que, a partir desse desempenho, entende e
sente que o protagonista não pode expressar completamente por ser isto
desconhecido ou oculto, por inibições.
Coloca-se ao lado a idêntica postura ao protagonista, fazendo seus
movimentos, funcionando como a mãe e a criança na primeira etapa. Na técnica do
espelho, o protagonista sai do palco e é público da representação que um ego-
auxiliar faz dele. Busca-se, com isso, que o paciente se reconheça em determinada
representação, assim como na sua infância reconheceu sua imagem no espelho. O
terapêutico desta técnica consiste em que se reconheçam como próprios os
comportamentos e aspectos que lhe são desconhecidos e que importam para o
esclarecimento do conflito.
Utilizando a técnica da inversão de papéis, a mudança de papéis investiga
na cena o sentir desses personagens do mundo do paciente. Esta é a técnica básica
do Psicodrama. Existem outras técnicas dramáticas criadas por Moreno e
posteriores a ele.
Moreno, tomando do modelo teatral seus elementos, distinguem, para a
cena psicodramática, cinco elementos ou instrumentos: a) Cenário: neste continente
desdobra-se à produção e nele podem-se representar fatos simples da vida
cotidiana, sonhos, delírios, alucinações. b) Protagonista: o protagonista pode ser um
indivíduo, uma dupla ou um grupo. É quem, em Psicodrama, protagoniza seu próprio
drama. Representa a si mesmo e seus personagens são parte dele. Palavra e ação
se integram, ampliando as vias de abordagem. c) Diretor: o psicoterapeuta do grupo
é também o diretor psicodramático. O diretor do psicodrama está atento a toda
informação ou dado que o protagonista dê, para incluí-la na cena, guia e ajuda a
chegar à cena com espontaneidade.
Uma vez começada a cena, o diretor se retira do espaço dramático e
somente intervém se é necessário incluir alguma técnica, dando ordens ao
protagonista ou ego-auxiliares. d) Público: é o grupo terapêutico Moreno distingue
três procedimentos, segundo o objeto de estudo para se abordar quando se
dramatiza: Psicodrama, tratamento dos conflitos individuais. Sociodrama, onde o
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objeto de estudo são os grupos sociais. Role playing: quando o Psicodrama é
utilizado para a formação e treinamento de papéis profissionais e técnicos.
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podendo explorar e elaborar situações conflitivas do mundo externo, encontrando
sua conexão com o mundo interno dele ou dos indivíduos, em sucessivas ações
dramáticas com cenas antigas e inconscientes.
Em suma, a cena dramática é, basicamente, a “presentificação” e
“corporização” que, através da representação, têm os vínculos intrapsíquicos em sua
mútua e dinâmica reestruturação com os vínculos interpessoais.
Moreno resgatou o valor das forças imanentes ao grupo. Retomou o fato de
que vivemos em grupo desde que nascemos e nossos problemas provêm desse
mundo. Que todos se ajudam em um grupo, mas nem por isso estão ausentes as
relações hostis. Afirmou que trabalhar em um grupo sem uma fundamentação
sociométrica, antropológica e microssociológica, somente com a interpretação da
análise individual, é impossível.
Mostrando que a regra fundamental é a interação livre e espontânea, e o
objetivo é favorecer a integração do indivíduo e do grupo. Considerou a
transferência como expressão da dissociação e desequilíbrio do grupo. Este se
deteve no papel de psicoterapeuta de grupo e psicodramaturgo, demonstrando uma
série de normas éticas e, científico-técnicas. Normatizaram regras e normas de
grupos como sigilo, os honorários iguais, a seleção de pacientes a livre expressão, o
cuidado do indivíduo e do grupo, a utilização de métodos cientificamente
comprovados. Resgatam assim, muito além da comunicação verbal, o contato
corporal, motor e tátil.
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50
2.11 Psicologia Analítica
tkfiles.storage.msn.com/x1p_aDJUL8hnF8F_WSfqf
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51
sua vez, não compartilhava do interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como
fontes válidas de estudo.
A Psicologia Analítica conheceu, depois da estruturação por C.G.Jung, um
grande desenvolvimento nos chamados pós-junguianos, que ampliaram a visão de
Jung.
Merece destaque neste desenvolvimento a Escola Desenvolvimentista, que
estudou o desenvolvimento humano desde o nascimento até a fase adulta. E, que
tem como fonte a Escola Junguiana de Londres e a pessoa de Michael Fordham
com sua obra "A criança como indivíduo" e também a pessoa de Eric Neumann, com
a obra "A criança".
Além desta, há também a Psicologia Arquetípica, que é fruto do trabalho de
James Hillman, o qual explora e desenvolve ao máximo a importância dos
arquétipos na vida das pessoas. Marie-Louise voz Franz foi uma das mais
importantes colaboradoras de Jung, e após sua morte desenvolveu um amplo
trabalho abordando temas como a alquimia, a interpretação psicológica dos sonhos
e dos contos de fada.
Parabéns, você está concluindo o primeiro módulo! Não se preocupe tanto
com nomes e datas. É suficiente apenas que você tenha uma visão geral sobre os
fundamentos da Psicologia.
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GLOSSÁRIO
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53
vagamente, quase todas as formas de investigação psicológica podem ser
consideradas empíricas.
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Freud reconsiderou a libido como a energia geral de vida. No uso cotidiano, o termo
ainda está associado à conotação de energia sexual.
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55
prática clínica denominada Gestalt-terapia, um método de psicoterapia desenvolvido
por Fritz Perls, que trabalha de preferência com o aqui e agora e não com o
passado, cuja pretensão é promover o aumento da consciência da pessoa acerca do
modo como os seus processos psicológicos estão integrados. A ênfase na
compreensão da pessoa como um todo decorre dos princípios da Gestalt. (HAYES,
1997).
---------------- FIM--------------------
AN02FREV001/REV 4.0
56
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Aluno:
1
EaD - Educação a Distância Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
2
SUMÁRIO
1. PSICOTERAPIA
1.1 Conceitos de Psicoterapia
1.2 Fatores comuns a toda psicoterapia
1.3 Equívocos sobre a terapia cognitiva e comportamental
2 TERAPIA COMPORTAMENTAL
2.1 Histórico
2.2 Fundamentos Teóricos
2.3 Indicações e Contraindicações
2.4 Técnicas da Terapia Comportamental
2.5 Conceitos Básicos
3 TERAPIA COGNITIVA
3.1 Histórico
3.3 Fundamentos teóricos da terapia cognitiva
3.3 Indicações e Contraindicações
3.4 Técnicas da terapia cognitiva
3
3.14 Componentes Relevantes para se chegar ao problema
3.15 A TCC e a família
3.16 Mitos Equivocados sobre Terapia Cognitiva
3.17 Recaídas
3.18 Algumas resoluções referentes a atendimento psicoterápico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1 PSICOTERAPIA
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Na psicoterapia a psique é trabalhada a favor do paciente buscando
desenvolvimento de habilidades que o ajudem a enfrentar as adversidades no
presente, ou seja, podemos conceituá-la também como um processo de mudança,
de solução dos problemas causados pela falta de adaptação frente as dificuldades
da vida, de aprendizado de como refletir, analisar e tentar viver melhor.
Wampold (2001), diz que a psicoterapia é um tratamento primariamente
interpessoal, baseado em princípios psicológicos, que envolve um profissional
treinado e um paciente ou cliente portador de transtorno mental, problema ou
queixa, o qual solicita ajuda, sendo o tratamento planejado pelo terapeuta com o
objetivo de modificar o transtorno, problema ou queixa, e é adaptado a cada
paciente ou cliente em particular.
E de acordo com a Resolução do Conselho Federal de Psicologia sobre
esse tema, temos no:
"Art. 1º - A Psicoterapia é prática do psicólogo por se constituir, técnica e
conceitualmente, um processo científico de compreensão, análise e intervenção que
se realiza por meio da aplicação sistematizada e controlada de métodos e técnicas
psicológicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional,
promovendo a saúde mental e propiciando condições para o enfrentamento de
conflitos e/ou transtornos psíquicos de indivíduos ou grupos." (Resolução CFP N.º
010/00).
Veja algumas resoluções sobre prestação de serviço por meio da
psicoterapia no final deste módulo.
Veremos adiante, que à psicoterapia se distingui de outras modalidades de
tratamento por ser muita mais uma atividade colaborativa entre o paciente e o
terapeuta do que uma ação predominantemente unilateral, exercida por alguém
sobre outra pessoa, como ocorre com outros tratamentos médicos.
Quando falamos de tempo de duração da psicoterapia, isso pode variar de
semanas até anos, vai depender muito do tipo de psicoterapia, da abordagem usada
e dos objetivos que se buscam. Por exemplo, a psicoterapia breve trabalha com
objetivos mais específicos, então são bem mais rápidas que uma psicoterapia que
vai trabalhar com uma psicopatologia mais severa, que envolverá conteúdos muito
mais profundos.
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A psicoterapia pode ser aplicada para tratar diversos fins como:
Resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares e
profissionais;
Amadurecimento pessoal, para um autoconhecimento melhor, reflexão
e descoberta de novos modos de conduzir a própria vida;
Crises existenciais;
Transições difíceis como luto;
Crises profissionais;
Mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta,
menopausa, envelhecimento, etc.);
Usada no tratamento de vários transtornos como depressão, anorexia,
bulimia, pânico, fobias, frigidez, impotência, etc.
Assim percebemos que a psicoterapia oferece meios e recursos importantes
para uma compreensão mais ampla do processo de adoecimento assim como
estratégias para lidar com as várias contingências as quais estamos vulneráveis.
São vários os tipos de psicoterapia, podemos citar a Psicoterapia Individual
para crianças, adolescentes, adultos e idosos, psicoterapia de família, de casal, de
grupo, psicoterapia em situações de crise e emergência.
A psicoterapia é importante, pois vai nos ajudar a perceber questões que
estão obscuras, vai nos ajudar a rever nossa história de vida de um ângulo diferente,
vai nos ensinar a reconhecer nossos padrões de comportamento e aprender formas
de influenciar e lidar com esses padrões que são responsáveis por como nós
agimos, nos relacionamos, pensamos e sentimos.
Artur Scarpato cita alguns motivos importantes que explicam porque a
psicoterapia funciona:
Segundo este autor ao dividirmos um problema, o sujeito estará
compartilhando, isso ajuda a aliviar a carga emocional e seu sofrimento; O vínculo
estabelecido entre terapeuta e cliente tem poder curativo, pois é mais fácil superar
muitas dores mediante uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho; A
psicoterapia faz o sujeito parar para refletir sobre a própria vida e quando fazemos
isso permitimos muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento
de nossas experiências; O psicoterapeuta vai ajudar a perceber as coisas de um
ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível; O
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psicoterapeuta recebeu formação adequada e conhece teorias psicológicas que
ajudam na compreensão do que ocorre com esse sujeito, auxiliam a identificar o que
pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de
rumo necessárias; Ele também tem prática com técnicas que tornam possível
descobrir aspectos da personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não
treinada e está preparado para compreender você a partir do vínculo que você
estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele; Essa
presença autêntica no vínculo com o cliente permite que essa relação funcione como
catalisador de processos de mudança como superação dos efeitos de traumas de
relacionamentos anteriores.
De acordo com Cordioli (2008) a psicoterapia originalmente chamada de
cura pela fala, tem suas origens na medicina antiga, na religião, na cura pela fé e no
hipnotismo. Entretanto ao final do século XIX que ela passou a ser utilizada no
tratamento das doenças denominadas nervosas e mentais, tornando-se uma
atividade médica inicialmente restrita aos psiquiatras, só no século XX outros
profissionais passaram a exercê-la, como médicos clínicos, psicólogos, enfermeiros,
assistente sociais, assim ultrapassando as fronteiras do modelo médico.
Na atualidade existe um relativo consenso que as terapias são efetivas, além
de uma concordância que uma boa parte dos seus efeitos deve-se a um conjunto de
fatores que envolvem as técnicas efetivas utilizadas, em que cada abordagem
possui as suas e também fatores específicos a todas as psicoterapias.
Então podemos conceituar a psicoterapia como um tratamento
primariamente interpessoal sendo realizada por um profissional treinado, utilizando
meios psicológicos como forma de influenciar o paciente sendo a comunicação
verbal o principal recurso, como já citamos.
São vários os tipos de psicoterapia, mas todas possuem o mesmo objetivo,
que é de reduzir ou remover um problema, queixa ou transtorno, trazido pelo
paciente que busca ajuda.
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essa confiança, ficará um pouco difícil haver uma colaboração e assim o paciente
não expressará o que o levou ao setting;
A psicoterapia ocorre em um contexto terapêutico, no qual o
paciente acredita que o terapeuta irá ajudá-lo e confia que esse objetivo será
alcançado, assim consegue-se estabelecer uma boa relação e levar a terapia à
frente;
De acordo com Frank (1973) citado por Cordioli (2008), existe uma
racional, um esquema conceitual ou um mito que provê uma explicação plausível
para o desconforto, no caso um sintoma/um problema, e um procedimento ou um
ritual para ajudar o paciente a resolvê-lo, ou seja, existe um problema e este pode
ser explicado por uma teoria que com suas técnicas buscará ajudar.
São várias as abordagens que dão suporte aos psicoterapeutas, aqui nos
restringiremos às terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais, em que
estas se concentram nas alterações dos padrões habituais de pensamento e
comportamento. Apesar das diferenças nas técnicas, a maioria dos métodos de
psicoterapia possui características básicas em comum, umas delas que envolvem
uma relação de auxílio entre duas pessoas, o cliente e o terapeuta, o cliente é
estimulado a discutir preocupações íntimas e emoções e experiência livremente sem
medo de ser julgado pelo terapeuta ou ter suas confidências traídas. E o terapeuta
deve oferecer empatia e compreensão, engendrando confiança e tentando ajudar o
cliente a desenvolver modos mais eficazes de lidar com seus problemas.
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Segundo Cordioli (2008) existe um racional, um esquema conceitual ou
um mito que prevê uma explicação plausível para o desconforto/sintoma/problema e
um procedimento ou um ritual para ajudar o paciente a resolvê-lo;
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Nota-se que a Terapia Cognitiva tem sido frequente, e equivocadamente,
identificada como Terapia Comportamental, originando a ideia, comum entre
terapeutas treinados na abordagem comportamental, de que estariam naturalmente
habilitados a praticá-la. A abordagem cognitiva e comportamental tem concepções
de ser humano e modelos de personalidade e de psicopatologia diferentes, mas isso
não quer dizer que elas não possam ser trabalhadas juntas como explicaremos
adiante, pois elas são trabalhadas juntas e muitas pesquisas demonstram sua
eficácia.
A mudança da terapia cognitiva e suas técnicas por comportamentais
requerem uma adaptação da visão de ser humano e a adoção dos modelos
cognitivos de personalidade e psicopatologia.
Essa integração de elementos da terapia comportamental à Terapia
Cognitiva pode ser feita sim, resultando na assim chamada Terapia Cognitivo-
Comportamental (TCC), sendo viável desde que as técnicas comportamentais sejam
empregadas com a finalidade de mudar cognições, e não comportamentos, ou seja,
usar-se-iam técnicas comportamentais que seriam destinadas a mudar cognições e
não comportamentos, mas à mudança de cognições consequentemente mudariam
comportamentos. Todavia, que fique claro que o objetivo primeiro e principal seria a
mudança da cognição, e assim modificariam os comportamentos. Deste modo, a
Terapia Cognitiva, a TCC adota a hipótese de primazia das cognições sobre
emoções e comportamentos e conceituam as cognições como eventos mentais.
FIM!
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA.
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
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1. A PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA (PSICOLOGIA CIENTÍFICA)
www.canaldaimprensa.com.br
Muito se tem discutido sobre o que vem a ser conhecimento científico. Uns
consideram que só deve ser reconhecido como Ciência aquele tipo de conhecimento
que se pode medir e quantificar. A Ciência deve auxiliar no sentido de predizer os
fatos. Todo e qualquer conhecimento que não se enquadre dentro das tabelas
estatísticas deve ser colocado fora dos parâmetros científicos.
Na verdade, o conceito de Ciência nunca foi uma unanimidade. Há várias
correntes de pensamento se debatendo entre si, como também outros tipos de
conhecimento lutando pelo reconhecimento de ser reconhecido como científico. Com
a Psicologia não haveria de ser diferente e há várias práticas alternativas se
autodenominando científicas dentro da prática psicológica.
Entre punições efetuadas pelo Conselho de Ética dos Conselhos Regionais
de Psicologia, muitas práticas hoje já são reconhecidas pelo Conselho Federal de
Psicologia. O exemplo mais claro é a acupuntura.
AN02FREV001/REV 4.0
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Mas o que vem a ser Ciência? O que poderia ser considerado científico ou
não? Quais os critérios para que um conhecimento seja reconhecido como Ciência,
ao passo que outros não o são? Qual a diferença entre pensamento e Ciência?
A grande diferença entre o ser humano dos outros animais, pelo menos até
que se prove o contrário, é que a pessoa é capaz de pensar. Pensamos ou pelo
menos deveríamos pensar antes de agir. Ainda assim há aqueles que agem por
impulso e só pensam naquilo que fizeram depois.
Existem pensamentos simples, como aqueles que nos fazem preparar o café
da manhã, levar o filho à escola e realizar tarefas simples como escovar os dentes e
calçar os sapatos. Algumas dessas atividades são quase automáticas e
praticamente não refletimos sobre elas.
Há, contudo, cadeias de pensamentos bem mais elaboradas e que nos
fazem parar para refletir sobre elas. Esse tipo de pensamento utiliza-se da razão e
de cadeias lógicas para fazer sentido. Utiliza-se do pensamento racional para a
tomada de decisões importantes na vida, como a escolha profissional, por exemplo.
Dentre os tipos de pensamento existem aqueles rotineiros, comuns. Crê-se
em determinadas coisas apenas porque todo o mundo crê. Fazem parte desse
universo as crendices, as benzeduras, as superstições.
Muitas práticas são oriundas de um método denominado tentativas e erro.
Por exemplo, muitos chás são utilizados porque uma determinada pessoa fez uso
dele e ele não fez mal, sem que houvesse um fundamento, uma explicação lógica
para tal prática.
A crença no sobrenatural é outro exemplo. As festas populares são ricas em
rituais e precisam ser respeitadas, pois fazem parte da história de um povo. Os
índios possuem uma cultura muito rica e muitas drogas utilizadas por eles já tiveram
o seu valor científico comprovado.
Todos os tipos de pensamentos humanos têm o seu valor. Mas só a partir do
momento em que se pensa sobre os próprios processos de pensamento é que se dá
início àquilo que comumente denominamos de saber científico. A Ciência se mostra
principalmente como algo racional e sistemático. A Ciência utiliza métodos
específicos, a depender de objetivos previamente traçados.
Dentro da Psicologia Científica, para efeitos didáticos, é possível dividir a
sua história em fases, desde a Antigüidade, quando já havia muito conhecimento
AN02FREV001/REV 4.0
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apreendido da experiência humana. Embora não sistematizado, até os dias atuais,
quando já existe um reconhecimento da Psicologia enquanto profissão e Ciência e já
há um volume considerável de material científico produzido.
Ao se falar em fase pré-científica, ou seja, aquela que foi do século XVI até
1879, havia rudimentos de uma psicologia ainda muito ligada à Filosofia. Essa foi
uma fase de rejeição às verdades absolutas implantadas pela igreja e de
questionamento sobre o pensar humano. A racionalidade se mostrava como traço
preponderante do pensamento, sobretudo por construir as suas bases na Grécia
Antiga, berço da civilização Humana.
Cinco correntes se mostraram influentes dentro dos germes de uma futura
psicologia científica e até hoje influenciam as escolas ou abordagens psicológicas.
São elas:
- O Empirismo Crítico que apresenta nomes de destaque como os de
Descartes, Locke e Kant. Dentro dessa linha de pensamento considerava-se fator de
suma importância que houvesse um pensamento racional, no qual fosse capaz de
quantificar e provar, através de experimentos, os fenômenos mentais. O termo
mente substitui o anteriormente utilizado, ‘alma’. Essa corrente filosófica daria
origem, dentro da Psicologia, à Psicologia Experimental, que utilizaria animais de
laboratório para reproduzir possíveis comportamentos humanos.
Mais tarde, foram realizadas cirurgias mentais, com a intenção de mudar o
comportamento do sujeito. A violência, assim como a alienação mental, eram frutos
de distorções cerebrais facilmente tratáveis com cirurgias.
Dessa corrente filosófica viriam todas as linhas que tentariam reduzir o
comportamento humano a fórmulas matemáticas e estatísticas. O Behaviorismo tem
uma forte base empirista. Sua linha mais radical elimina a possibilidade de estudar a
psique humana. Apenas o comportamento observável é capaz de ser estudado
dentro de parâmetros científicos.
- Outra corrente filosófica propunha que a razão provinha do somatório de
idéias simples. Pensamento de base fundamentalmente atomista se encontra
presente até os dias atuais através, por exemplo, do nosso sistema de ensino.
O profissional, para ser considerado bom precisa ter um profundo
conhecimento em uma determinada área. Daí decorre em cursos de especialização,
AN02FREV001/REV 4.0
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mestrado e doutorado, o que afunila a visão do todo a tal ponto que se torna
praticamente impossível manter uma visão geral sobre o assunto.
Nas rotinas do trabalho em saúde, tem se tornado uma luta incessante a
implantação do trabalho interdisciplinar, pois a formação profissional estimulou o
estudo em grades, que por sua vez se fragmenta em disciplinas e estas em
unidades de ensino. É dito ao professor que ele “não pode fugir do assunto”.
Depois, é cobrado que esse profissional trabalhe em equipe interdisciplinar.
É possível? Essa forma de ver o mundo e de atuar vem do pensamento atomista,
que tem nomes de importantes defensores como Darwin, Mill e Spencer.
- O Materialismo Científico foi outra corrente filosófica que influenciou a
Psicologia. De acordo com esse pensamento, apenas aquilo que fosse quantificável
e observável valeria como objeto de estudo científico. Fazem parte desta corrente,
nomes como August Comte e Marx. A nossa Bandeira representa bem esse
pensamento, com o lema “Ordem e Progresso”. Ficaria fora daquilo que é
considerado científico o estudo das emoções, dos sentimentos, a história e tudo o
mais que pudesse de alguma forma, se relacionar com a dimensão subjetiva do ser.
- Husserl trouxe a Fenomenologia, pensamento que deu origem à
abordagem de mesmo nome, para a qual o que interessa é apenas a descrição do
fenômeno. Na abordagem originada desse pensamento, não se utiliza classificações
diagnósticas, visto que essa forma de agir dentro da Psicologia é considerada
preconceituosa para a Psicologia, ou seja, uma forma de rotular e discriminar o ser
humano.
As angústias fazem parte da experiência humana, portanto, impossível à
pretensão de querer curar as doenças. O ser humano é visto de forma única e a
dicotomia cartesiana é eliminada nessa perspectiva de pensamento, ou seja, não há
bem e mal, feio ou bonito, médico e paciente, mas um contexto que precisa ser
descrito e observado.
- O Romantismo origina uma corrente psicológica basicamente ingênua, na
qual todo o homem é essencialmente bom e está direcionado para a auto-realização
e auxílio mútuo. Se apresentar algum tipo de comportamento reprovável, não o faz
por sua culpa, mas é vítima de um sistema social injusto e perverso, que o impede
de ser bom. A abordagem Humanista deriva do Romantismo, por compartilhar dessa
perspectiva. Rosseau eternizou essa corrente com o “Mito do Bom Selvagem”.
AN02FREV001/REV 4.0
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É considerado como período da Psicologia enquanto Ciência aquela que vai
de 1879 até os dias atuais e o seu marco inicial foi à criação do Primeiro Laboratório
de Psicologia Experimental do mundo, na Alemanha, por Wundt.
Nessa primeira fase da Psicologia enquanto Ciência, e até para afirmar-se
enquanto tal, seu estudo era baseado em fórmulas físico-matemáticas e utilizava-se
da terminologia médica, de forma mais específica, a fisiológica.
Essa fase é marcada pela busca de estruturas imutáveis e universais,
provavelmente para tentar encontrar respostas baseadas na anatomia humana a
questões de outro âmbito. Os escritos freudianos são de certa forma, considerados
estruturalistas, na medida em que representam muito bem as estruturas da
consciência, em níveis de consciente, pré-consciente e inconsciente.
Outra ramificação preocupa-se muito mais com o dinamismo, o
funcionamento mental, portanto, é denominada de Funcionalista. Baseia-se na
linguagem da fisiologia para encontrar respostas aos estudos da percepção humana.
Não diria que nessa época surgiriam as escolas ou abordagens psicológicas,
mas que as correntes filosóficas tomariam forma de pensamento psicológico, o que
seria conhecido como abordagens. Não há uma abordagem pura, mas cada
abordagem fundamenta-se no pensamento de determinados filósofos e suas
escolas.
O Behaviorismo é uma das mais conhecidas abordagens psicológicas e tem
o seu norte no pensamento positivista de Comte. Sem dúvida, foi à primeira escola
organizada, fundamentando as suas estruturas no Positivismo.
Ela foi reconhecida utilizando em termos a psicofísica de Wundt, embora não
se ocupe muito em teorizar, pois já se inicia com experiências que visam entender o
comportamento humano como algo produzido por determinados condicionantes.
O comportamento torna-se, portanto, para essa Escola, fruto de pequenas
ações aprendidas ou excluídas, a partir de estímulos ambientais. Tem-se claro,
portanto, a visão atomista daquilo que seria denominada de estudo do
comportamento humano.
A Psicologia se restringe ao estudo daquilo que é observável. Destacam-se
nomes como Skinner e Watson.
AN02FREV001/REV 4.0
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Em relação à Psicanálise, ainda é questionada quanto à sua cientificidade.
Resultado claro disso é que a grande maioria dos cursos de Formação em
Psicanálise, ainda não são reconhecidos pelo MEC.
Como amplamente divulgado, o Pai da Psicanálise foi o médico psiquiatra e
psicanalista Sigmund Freud, no início do séc. XX. Duas grandes apropriações
realizadas pela Psicanálise foram a descoberta do inconsciente, ou seja, aquilo que
acaba por determinar ações do sujeito sem que se tenha acesso às suas reais
causas e a descoberta da sexualidade infantil. Determinante da maioria das ações e
atitudes da vida adulta, a depender da gratificação ou privação da satisfação dessas
necessidades da vida infantil.
Para Freud, a libido, energia sexual, é multifocal e permeia toda a vida
psíquica do sujeito, podendo ser canalizada para vários aspectos e não apenas para
a vida sexual em si. Este talvez seja o maior equívoco dos críticos dessa abordagem
psicológica.
Quando Freud se refere ao falo, por exemplo, que não está se referindo ao
órgão sexual masculino, mas ao poder que ele representa. Por utilizar uma
linguagem ‘sexualizada’, reduzem sua teoria às questões sexuais. Coube a Jung
ampliar esse discurso, incluindo aí mitologia e antropologia.
Fazem parte de temas importantes da Psicanálise o Complexo de Édipo,
Inconsciente, Atos Falhos, Hermenêutica dos Sonhos, etc.
Por se tratarem de temas tão subjetivos, ainda hoje se pergunta se a
Psicanálise realmente funciona. O certo é que a Psicanálise propõe a cura pela fala
e imortalizou a figura do analista e do divã. Se tornando um importante passo para o
autoconhecimento e oportunidade rara para proporcionar um encontro com o eu e
parar em meio a tanta correria dentro desse sistema produtivo-capitalista em que se
vive.
A Psicanálise permeia áreas como a Hospitalar, discursos do cinema, das
letras, das artes, organizacional, psicodrama, escolar, ou seja, onde são realizadas
análises de algum tipo de discurso, certamente aí estará a Psicanálise.
São várias as escolas advindas da Psicanálise, dentre elas: as de Jung,
Reich, Klein, Anna Freud, Adler, etc.
É percebida a falta de algo novo em torno do conhecimento psicanalítico,
pois o que se vê são repetições daquilo que já foi dito e feito.
AN02FREV001/REV 4.0
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Quanto a Gestalt, há desacordos quanto a se tratar de uma escola definida.
Ela é mais aceita como um conjunto de conhecimentos que veio auxiliar a Psicologia
a ter uma visão mais total do ser humano. Algo que contemplasse as várias
dimensões do ser e não apenas uma pequena parte fragmentada.
Atualmente, muito graças a Gestalt, o ser humano é contemplado, dentro
das mais diversas áreas da Psicologia, em suas dimensões físicas (comportamentos
e somatizações), social, cognitiva, emocional e até mesmo a espiritualidade já se
mostra como algo a não ser ignorado dentro das quatro paredes de um consultório,
por exemplo.
Já existem estudos científicos do benefício da fé para a proporção do bem-
estar humano. A Gestalt utiliza idéias de Koehler, Sartre, Merleau-Ponty e Husserl.
Um importante ramo ou área da Psicologia trabalha com o desenvolvimento
humano e baseia-se principalmente nas idéias de Piaget e Vygotsky. É a Psicologia
do Desenvolvimento, aplicável em clínicas, hospitais e escolas, principalmente.
Estudos sobre maturação cognitiva, relação entre linguagem e
aprendizagem e o papel social entre todo esse processo fizeram parte do discurso
desses brilhantes pensadores.
Suas reflexões permanecem bastante atuais e tem gerado inúmeros debates
acalorados. Enquanto para uns as idéias de ambos se excluem, para outros elas
apenas se complementam.
Carl Rogers, por sua vez, trouxe para a Ciência psicológica a concepção
filosófica de humanismo, exaltando o ser humano como o autor mais importante da
sua própria existência. Apregoava ser a pessoa mais importante que qualquer
sistema psicológico.
Essa grande quantidade de escolas acabou gerando ferrenhos adeptos de
uma ou outra. Daria-se novamente a fragmentação e as guerras entre profissionais e
estudantes, que acabariam por defender esta ou aquela posição. Isso gerou muita
rivalidade e facções. Pouco se podia perceber que a pluralidade de escolas e
pensamentos só enriqueceria o estudo da alma humana. Era necessário somar e
não dividir. Quanto mais conhecimento teórico, melhor poderia ser a prática ou as
práticas psicológicas.
Aos poucos, o sistema quase partidário dentro das academias, aquele que
forma discípulos deste ou daquele pensador, cede lugar a um novo profissional de
AN02FREV001/REV 4.0
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Psicologia, aquele denominado ‘eclético’ e ainda criticado por muitos, por ser
considerado indefinido em sua posição teórica.
Seguindo a tendência atual do saber e fazer científicos, o profissional da
Psicologia começa a atuar por temática, a depender da necessidade do paciente ou
cliente, da pessoa que procura atendimento psicológico.
É um profissional que pode ser considerado especialista e generalista ao
mesmo tempo, pois necessita ter um conhecimento muito aprofundado sobre todo o
saber psicológico, para ser tão generalista a ponto de entender a necessidade de
seu paciente.
AN02FREV001/REV 4.0
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Como em qualquer outra prática científica, a pesquisa psicológica visa
quatro finalidades básicas: Descrição, explicação, predição e controle. A descrição é
o objetivo básico de qualquer Ciência. Os psicólogos reúnem fatos a respeito do
comportamento e do funcionamento mental, a fim de formarem quadros precisos e
coerentes destes fenômenos. (DAVIDOFF, 1983).
Quando é extremamente difícil ou impossível usar estratégias diretas,
recorrem a testes, entrevistas, questionários e outras táticas indiretas que têm
menos probabilidade de serem exatas. Depois, faz-se necessário estabelecer uma
relação de causa e efeito. Estas explicações se transformam em hipóteses. Quanto
aos princípios básicos que norteiam a pesquisa psicológica, podem ser citados os
seguintes, dentre outros:
AN02FREV001/REV 4.0
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prova inadequada. Estes cientistas não devem adiantar como evidências noções
populares, suas próprias idéias plausíveis, as especulações de cientistas eminentes
ou pesquisas de opinião a respeito deste ou daquele tópico. Todas estas estratégias
se apóiam apenas em conjecturas e não em observação direta;
AN02FREV001/REV 4.0
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disciplinar compromissado com o conflito moral na área da saúde e da doença dos
seres humanos e dos animais não-humanos, seus temas dizem respeito a situações
de vida que nunca deixaram de estar em pauta na história da humanidade..."
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participar da pesquisa ou não, sem jamais ser induzido a participar. O cientista deve
estar alerta ao risco de sedução que o poder científico exerce.
AN02FREV001/REV 4.0
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setor, religião ou gênero. Devem ser avaliados tanto aspectos éticos quanto a
qualificação dos respectivos pesquisadores.
Psicologia do Esporte:
www.ead.pucrs.br/cursos/listartodos.php
AN02FREV001/REV 4.0
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A grande maioria vive quase que na miséria absoluta. Todo esse ambiente
favoreceu o nascimento da Psicología do Esporte, pois o Esporte é considerado um
dos maiores fenômenos de massa e tem requerido pesquisadores das mais variadas
áreas, pois a tecnología empregada é quase sempre a tecnologia de Ponta.
Pesquisadores da Antroplogia, Sociología e Filosofia têm feito parte deste universo,
como também das áreas da Medicina, Engenharia, Fisiologia e Biomecânica, dentre
tantos outros.
AN02FREV001/REV 4.0
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Isso inclui a avaliação, diagnóstico, intervenção ou simplesmente a análise
do contexto esportivo incluindo o comportamento do grupo ou indivíduo praticante da
atividade. Faz parte dessa perspectiva a necessidade de realizar ações
prognósticas, ou seja, de tornar predizível possíveis resultados. Isso é realizado
dentro de uma certa probabilidade estatística. (J. Azevedo Marques & S. Junishi,
2000; S. Figueiredo, 2000; M. Markunas, 2000; S. Martini, 2000).
Psicologia Ambiental
AN02FREV001/REV 4.0
17
Extraído de www.usp.br
AN02FREV001/REV 4.0
18
conhecimento teórico da área, sob o modelo da pesquisa-ação.
Psicologia Organizacional
bp3.blogger.com/.../s320/8522103437.jpg
Fordismo:
AN02FREV001/REV 4.0
19
- Modo de desenvolvimento dos países capitalistas (hegemônico após a 2ª
Guerra Mundial)
- Pacto social:
* Papel do trabalhador: obediência às prescrições dos organizadores.
* Conseqüência: aumento de produtividade.
* Recompensa: manutenção de uma norma salarial e aumentos periódicos
atrelados aos ganhos de produtividade obtidos.
Psicologia Industrial:
AN02FREV001/REV 4.0
20
Psicologia Industrial, influenciada pela escola de relações humanas da
administração, se preocupa:
Psicologia Organizacional:
AN02FREV001/REV 4.0
21
- Dissociação geográfica do fordismo: exportação da montagem
desqualificada para países estáveis do 3º mundo.
AN02FREV001/REV 4.0
22
- Associada a uma escolarização maciça da classe trabalhadora.
- Criam-se:
AN02FREV001/REV 4.0
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Psicologia Hospitalar
www.delboniauriemo.com.br/qualidade_parcerias.php
Definição
AN02FREV001/REV 4.0
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• 1054- Matilde Neder dá inicio à Psicologia Hospitalar no Brasil
desenvolvendo uma atividade na Clínica de Ortopedia e Traumatologia da USP.
1974- Belkis Wilma Romano Lamosa implanta o Serviço de Psicologia no Instituto do
Coração, Faculdade de Medicina da USP, que só abriria para a população em 1977.
Psicologia Hospitalar
Psicologia Escolar
AN02FREV001/REV 4.0
25
www.ufmg.br/.../cursos/psicologia.htm
AN02FREV001/REV 4.0
26
Durante a década de 50, o panorama muda. Começa-se a duvidar da
aplicabilidade educativa das grandes teorias da aprendizagem, elaboradas durante a
1ª metade do século XX. Prenuncia-se uma crise.
Surgem outras disciplinas educativas tão importantes à educação quanto a
psicologia, e esta precisa ceder espaço.
Na década de 70, assume o seu caráter multidisciplinar que conserva até
hoje.
Não mais é considerada como a psicologia aplicada à Educação.
Atualmente, a Psicologia da Educação é considerada um ramo tanto da Psicologia
como da Educação, e caracteriza-se como uma área de investigação dos problemas
e fenômenos educacionais, a partir de um entendimento psicológico.
AN02FREV001/REV 4.0
27
Atualmente, rejeita-se a idéia de que a Psicologia da Educação seja
resumida a um simples campo de trabalho da Psicologia; ela deve, ao contrário,
atender simultaneamente aos processos psicológicos e às características das
situações educativas.
Definição de Psicopedagogia:
AN02FREV001/REV 4.0
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Aprendizagem é a aquisição de novos comportamentos, que são
incorporados ao repertório individual de cada pessoa, que deverá apresentar, desse
modo, capacidades e habilidades não existentes anteriormente. Além de adquirir
comportamentos novos, através da aprendizagem, uma pessoa poderá também
modificar comportamentos anteriormente adquiridos (ROCHA).
“Aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo
já maturo, que se expressa, diante de uma situação-problema, sob a forma de uma
mudança de comportamento em função da experiência; envolve os hábitos que
formamos os aspectos de nossa vida afetiva e a assimilação de valores culturais,
além dos fenômenos que ocorrem na escola” (JOSÉ & COELHO).“A aprendizagem é
parte de um processo social de comunicação - a educação” - e apresenta os
seguintes elementos:
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29
“Uma aprendizagem mecânica, que não vai além da simples retenção, não
tem significado nenhum” (JOSÉ & COELHO).
Ensino X Instrução
ENSINAR: fazer com que as pessoas aprendam; fazer com que outros
saibam, adquiram conhecimentos ou mudem atitudes. A aprendizagem é seu
produto final.
INSTRUIR: manipular deliberadamente o ambiente de outros, para torná-lo
capaz de aprender, sob condições específicas (aprendizagem escolar). Este é um
conceito ultrapassado. Desta diferença entre ensinar e instruir pode-se dizer que
existem dois tipos de aprendizagem: informal e formal.
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30
A Aprendizagem e a Psicologia da Educação: Aprendizagem Informal e
Formal
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31
seus alunos. O conteúdo consiste na análise crítica de problemas reais e sociais. O
aluno é ativo em sua aprendizagem.
DOMÍNIOS DA APRENDIZAGEM
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32
O sensório-psiconeurológico (sensações, desenvolvimento neuropsicológico
e maturação neurológica).
PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM
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33
repertório de conhecimentos e de experiências que o indivíduo já possui indo
construir sua bagagem cultural.
6º princípio: “processo integrativo e dinâmico” - esse processo de
acumulação de conhecimentos não é estático. A cada nova aprendizagem o
indivíduo reorganiza suas idéias, estabelece relações entre as aprendizagens, faz
juízos de valor.
FATORES DA APRENDIZAGEM
Saúde física e mental: para que seja capaz de aprender, a pessoa deve
apresentar um bom estado físico geral; deve estar gozando de boa saúde, com seu
sistema nervoso e todos os órgãos dos sentidos. As perturbações na área física,
como na sensorial e na área nervosa poderão constituir-se em distúrbios da
aprendizagem. Febre, dores de cabeça, disritmias (ausências mentais) são
exemplos disto.
Motivação: é o fator de querer aprender; o interesse é a mola propulsora da
aprendizagem. O indivíduo pode querer aprender por vários motivos: para satisfazer
a sua necessidade biológica de exercício físico e liberar energia; por ser estimulada
pelos órgãos dos sentidos, através de cores alegres; por sentir-se inteligente e bem
consigo mesmo ao resolver uma atividade mental; por sentir necessidade de
conquistar uma boa classificação na escola (status social e pessoal, admiração).
Prévio domínio: domínio de certos conhecimentos, habilidades e
experiências anteriores, possuindo relativa vantagem em relação aos que não o
possuem.
Maturação: é o processo de diferenciações estruturais e funcionais do
organismo, levando a padrões específicos de comportamento. A maturação
neurológica se dá por etapas sucessivas e na mesma seqüência (Leis céfalo-caudal
e Próximo-distal). A maturação cria condições à aprendizagem, havendo uma
interação entre ambas.
Inteligência: capacidade para assimilar e compreender informações e
conhecimentos; para estabelecer relações entre vários desses conhecimentos; para
AN02FREV001/REV 4.0
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criar e inventar coisas novas, com base nas já conhecidas; para raciocinar com
lógica na resolução de problemas.
Concentração e atenção: capacidade de fixar-se em um assunto/tarefa.
Desta capacidade dependerá a facilidade maior ou menor para aprender.
Memória: a retenção da aprendizagem é aspecto essencial à aprendizagem,
pois quando a pessoa precisar de um conhecimento ela deverá ser capaz de
resgatá-los da memória, usando os conhecimentos anteriormente adquiridos. No
entanto, quem aprende está sujeito a esquecer o que aprendeu. O esquecimento se
dá por vários motivos: pela fragilidade ou deficiência na aprendizagem, causada por
estudo ineficiente, falta de atenção; pela tentativa de evocação do fato memorizado
através de um critério diferente do usado na fixação da aprendizagem; pelo desuso
das informações; por um componente emocional que não permite a memorização da
informação ou a 'esconde' no subconsciente.
FATORES NEUROENDÓCRINOS
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O hipotálamo é destacado como o local controlador do sistema endócrino.
Podemos considerar o hipotálamo como um centro integrador de mensagens,
controlando a função da glândula hipófise na produção e liberação dos hormônios de
todas as glândulas do organismo e possibilitando a criança explorar seu potencial
genético, de desenvolvimento e de aprendizagem. Neuro-Hormônio
Adenocorticotrófico - ACTH: é liberado pelo hipotálamo; sua secreção acompanha
um ritmo circadiano gerado por um ritmo cerebral intrínseco, ligado a alteração de
luz (dia e noite), sono, estresse físico e emocional.
FATORES AMBIENTAIS
NUTRIÇÃO
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Deve-se fornecer energia à criança para atender às necessidades de
metabolismo basal; ação dinâmico-específica dos alimentos; perda calórica pelos
excretos; atividade muscular; crescimento. Para que a aprendizagem também seja
beneficiada, a nutrição do indivíduo deve ser balanceada e saudável. Essa energia
é, então, transmitida através dos macro nutrientes: Vitaminas; proteínas; hidratos do
carbono; sais minerais; gorduras.
VARIÁVEIS SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAIS
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37
Outro aspecto importante, diz respeito ao ambiente familiar, que comporta
elementos diversos, de ordem psicológica particular, mas também de ordem cultural
segundo o nível intelectual, os conhecimentos adquiridos através dos pais, a
herança dos costumes, etc. Acima de tudo, intervém a relação afetiva precoce da
mãe com a criança desde os primeiros instantes da vida.
A qualidade dessa ligação afetiva condiciona em grande parte o
relacionamento da mãe e, conseqüentemente, a qualidade de sua conduta com a
alimentação, proteção física, estímulo psíquico e cultural da criança. A carência
afetiva consiste na falta de carinho e de solicitação afetiva materna, perturbando ou
mesmo impedindo o vínculo mãe e filho, determinando o aparecimento de uma
síndrome complexa com reflexos no seu desenvolvimento neuropsicomotor, no
crescimento e no estado emocional, e por conseqüência, na aprendizagem.
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Inspetor e disciplinador: sente-se o distribuidor e o executor da justiça;
Valoriza desempenhos, classifica alunos, promove-os e rebaixa-os. É o grande
responsável pela conduta em sala de aula, faz o papel de inspetor. Julga o certo e o
errado, administrando recompensas e punições.
AN02FREV001/REV 4.0
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acessível e compreensivo, deixando o aluno contar suas dificuldades e problemas
em um meio neutro. O excesso ocorre quando o professor usufrui satisfação
primária à resposta afetiva do aluno para com ele. Gera-se um conflito entre o papel
de professor e de amigo.
Psicologia Jurídica
Extraído de sinalizando.blogspot.com/2007/06/psicologia-j...
AN02FREV001/REV 4.0
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descoberta da solução. Descobrindo as causas das desordens, sejam elas mentais
e/ou comportamentais (criminosas, neste caso), também se pode determinar uma
pena justa, tendo em conta que estes casos são muito particulares e assim devem
ser tratados em tribunal.
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41
seres humanos, complexos pela sua própria essência, com as mesmas técnicas
empregadas por aquilo que é exato, quantificável?
Era o impulso que faltava para que fossem realizados inúmeros estudos
sobre memória, sensação e percepção, o que aumentou ainda mais a interface entre
a Psicologia e o Direito. Os instrumentos da Psicologia legitimam, de certa forma, as
práticas jurídicas, ratificando, ou não, as suas tomadas de decisão.
Torna-se, então, fundamental, que a Psicologia aja abrindo uma brecha para
que as práticas jurídicas tenham outro olhar, menos repressivo e mais acolhedor,
vigilante das práticas que privilegiem os direitos humanos.
Cabe ao psicólogo, então, uma atenta observância de que não lhe é dada à
função de julgar, ditar normas e regras, regulando a relação do homem com a
sociedade e favorecendo práticas de controle social, mas sim utilizar laudos periciais
para favorecer a liberdade e a solidariedade humana. Atuando de forma o mais
flexível possível, sempre para o bem do ser humano e não para endossar práticas
repressivas que favoreçam determinadas partes.
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culpados ou inocentes, nem fazer aquilo que cabe ao juiz: tomar a decisão final em
cada processo. Ao psicólogo cabe apenas auxiliar-lhe na tomada de decisão.
É preciso estar atento, pois não existe uma verdade absoluta inteira, mas
sempre parcial e relativa. O psicólogo sempre terá apenas o olhar de um dos
prismas da questão, jamais uma visão total. Cautela é fundamental. O jogo de poder
pertence ao mundo jurídico. Não cabe ao psicólogo assumir posições, seja de
defesa ou de acusação, apenas de análise do discurso e auxílio à reflexão, para a
tomada de decisão.
Num jogo de guarda dos filhos, por exemplo, cabe ao psicólogo não se
deixar seduzir pela tendência jurídica de ceder à mãe o direito do pátrio poder, mas
discutir, inclusive, que os pais também têm perfeita competência de criar bem os
seus filhos.
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que falsas denúncias intencionais de abuso sexual de pais contra seus próprios
filhos surgem como um método para se impedir a visitação e o pedido de guarda.
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44
http://www.acervosaber.com.br/imagens/psicologia.jpg
Segundo a teoria de Breuer, que logo foi incorporada e melhor descrita por
Freud, as doenças mentais provinham de conflitos que estavam localizados na
mente da pessoa, e não necessariamente de problemas biológicos. Breuer
acreditava que através da hipnose a pessoa poderia driblar censuras que a
impediriam de lembrar certos fatos (os traumas), e assim melhorar sua idéia de tais,
ou vivenciar experiências. Freud depois descreveu esse estado como catarse. Freud
discordava quanto à eficiência da hipnose, e em contrapartida desenvolveu a técnica
da livre associação. Foi aí que a Psicologia Clínica nasceu, porque trouxe a cura
pela palavra.
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45
Hoje em dia há muitas linhas de pensamento em psicologia: as mais
famosas são a Psicanálise a Psicologia Analítica, a Análise do comportamento ou
Behavorismo de Skinner e a Fenomenologia. Esta última nasceu dos pensamentos
de Sartre, Husserl, e tem seus expoentes na psicologia representados por Rollo May
(existencialista) e Fritz Pearls (Gestalt Terapia).
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46
movimentos científicos mais conservadores que se constituem como grupos de
influência e que possibilitam a manutenção da performance deste tipo de modelo.
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O discurso do indivíduo é o portal de acesso ao seu interior. Esse discurso é
"decifrado" na relação estabelecida entre o psicólogo, o cliente é quem faz o pedido
para a consulta. O pedido de ajuda é por si só, revelador. A intervenção da
psicologia clínica reporta-se, pois, a uma metalinguagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS...
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As áreas mais conhecidas desta criação científica são, como já vimos, entre
outras, a Psicologia Social, a Psicometria, a Psicologia Experimental (nisto
englobando a linha comportamental), a Psicologia do Desenvolvimento, a Psicologia
Metafísica, a Neuropsicologia, a Psicopatologia. Esses estudos criam teorias que
são utilizadas na Psicologia Aplicada, que como o nome diz, é a aplicação dos
construtos teóricos em áreas específicas.
O terapeuta não pode utilizar métodos que não estejam em estudo científico,
aprovado pelo Conselho, como utilizar Florais de Bach, regressão a vidas passadas,
homeopatia, terapia bioenergética, entre outros. Ao usar estes métodos, o terapeuta
é proibido de utilizar-se do título de psicólogo.
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49
práticas devem atender a normas de conduta ética estipuladas pelo Conselho de
Psicologia.
Necessidades da multidisciplinaridade
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Comitês de Bioética trazem esta multidisciplinaridade, agindo sobre
problemas corriqueiros e controversos. Estes comitês são formados por muitas
outras correntes do conhecimento, além do psicólogo. São médicos, enfermeiros,
advogados, fisioterapeutas, físicos, teólogos, pedagogos, farmacêuticos,
engenheiros, terapeutas ocupacionais e pessoas da comunidade onde o comitê está
inserido. Eles decidem aspectos importantes sobre tratamento médico, psicológico,
entre outros.
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GLOSSÁRIO
------------------FIM----------------
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52
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
Aluno:
12
EaD - Educação a Distância Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
13
2 TERAPIA COMPORTAMENTAL
2.1 Histórico
14
Kulpe, Titchener, Brentano, Ebbinghaus, no Funcionalismo temos James, Dewey,
Munsterberg, Angell, Carr, Hall, Cattell, Witmer, Scott, Woodworth, na Psicanálise
figuras como Freud, Jung, Adler, Horney se destacaram, no Behaviorismo temos
Thorndike, Pavlov, Watson, Hull, Bekhterev, Lashley, Tolman, Skinner, Rotter,
Bandura, na Psicologia da Gestalt se destacaram Wertheimer, Koffka, Kohler e
Lewin, na Psicologia Humanista temos Maslow e Rogers, na Psicologia Cognitiva
destaques foram para Miller e Neisser e na Psicologia Positiva, Seligman.
Todos esses estudiosos tiveram grande participação para que hoje
tivéssemos abordagens tão consistentes como a Psicologia Comportamental, as
quais serão citadas agora.
Tudo começou quando no ano de 1913 foi marcada uma espécie de
declaração de guerra, com o surgimento de um movimento de protesto cuja intenção
era dilacerar as visões antigas, buscando uma ruptura com ambas as posições, seus
líderes não desejavam modificar o passado, muito menos manter alguma relação
com ele, esse movimento revolucionário foi chamado de Behaviorismo e foi
promovido pelo psicólogo B. Watson, com 35 anos de idade (veja foto logo abaixo):
Disponível
em:<http://www.klickeducacao.com.br/Klick_Portal/Enciclopedia/images/Ps/11532/4072.jpg>. Acesso
em: 24/09/2010.
15
Psicologia da Gestalt e a Psicanálise. Segundo Atkinson (2002) das três, a que teve
maior influência na América do Norte foi o Behaviorismo, em que Watson acreditava
que para psicologia ser uma ciência, os dados psicológicos deveriam estar abertos
ao exame público como os dados de qualquer outra ciência, defendia o
comportamento como público e a consciência como privada, assim a ciência deveria
tratar apenas dos fatos públicos. Uma vez que os psicólogos estavam ficando
impacientes com a introspecção, o novo Behaviorismo foi rapidamente aceito.
Schultz & Schultz (2005) afirmam que as premissas básicas de Watson eram
simples, diretas e ousadas, buscando uma psicologia científica que lidasse
exclusivamente com os atos comportamentais observáveis e passíveis de descrição
objetiva, por exemplo, em termos de estímulos e respostas. Watson rejeitava
quaisquer termos ou conceito mentalista, na sua visão palavras como imagem,
sensação, mente e consciência, que eram adotadas desde antes da filosofia
mentalista, não significavam absolutamente nada para a ciência do comportamento.
Ele afirmava que ninguém jamais tinha tocado, visto, cheirado, experimentado ou
transferido de um lugar a outro a consciência, sendo sua definição tão improvável
como o conceito de alma.
Deve-se ficar claro que não foi Watson que deu origem as ideias básicas do
movimento Behaviorista, elas já vinham sendo desenvolvidas há algum tempo tanto
na psicologia como na biologia, como qualquer outro fundador, o que Watson fez foi
organizar e promover as ideias e as questões já aceitáveis para o Zeitgeist
intelectual da época, assim ele destacou questões como:
A tradição filosófica objetivista e mecanicista;
A psicologia animal;
A psicologia funcional.
16
houve um rompimento de várias ciências com a filosofia, todas começaram seus
estudos com a filosofia e posteriormente se separaram uma ruptura de ciências
como a astronomia, física, química, biologia com a filosofia, ciência da qual se
originaram, sendo que com a psicologia não foi diferente.
O raciocínio da filosofia parte de suposições para conclusões e sua verdade
é absoluta, já a ciência segue direção oposta, observa e tenta explicar que verdade
poderia levar essa observação e tem a verdade científica como relativa e provisória.
Como dissemos, a Psicologia rompeu com a filosofia, apesar de até na
última metade do século XIX ter usado métodos filosóficos como a introspecção,
método este considerado vulnerável e pouco confiável.
Os psicólogos da época acreditavam que seguindo os métodos objetivos
que eram verificáveis e replicáveis em laboratórios, a Psicologia poderia transformar-
se numa verdadeira ciência.
Em 1913, Watson articulou a crescente insatisfação dos psicólogos com a
introspecção e a analogia como métodos. Ele defendia que a Psicologia deveria ser
definida como a ciência do comportamento e não a ciência da consciência. De
acordo com eles evitar os termos relacionados à consciência e mente deixaria a
Psicologia livre para estudar o comportamento humano e social. Ele contestou
bastante o antropocentrismo.
Para Watson, o caminho era fazer da Psicologia uma ciência geral do
comportamento, que compreendesse todas as espécies, e que estudaria apenas o
comportamento objetivamente observável e deixaria de lado a subjetividade da
introspecção e as analogias entre homem e animal.
Com a ciência do comportamento veio o determinismo noção de que o
comportamento é determinado unicamente pela hereditariedade e pelo ambiente.
Em contra partida a essa tese temos o livre-arbítrio, que é a capacidade de escolha,
e supõe um terceiro elemento além da hereditariedade e do ambiente, que ele diz
ser algo que vem de dentro do indivíduo. O livre-arbítrio afirma que a escolha não é
uma ilusão que são as próprias pessoas que causam o comportamento.
De acordo com Baum (1999), alguns filósofos tentaram conciliar
determinismo com livre-arbítrio e propuseram para o livre-arbítrio teorias chamadas
de “determinismo brando” e “teorias compatibilizadoras”, a primeira deixa implícita
que o livre-arbítrio é apenas uma experiência, uma ilusão, e não uma relação causal
17
entre pessoa e ação, já a segunda define livre-arbítrio como deliberação antes da
ação, isto é, comportamento que pode ser determinado pela hereditariedade e pelo
ambiente passado.
A Psicologia comparativa teve origem na ideia de fazer comparações entre
espécies a fim de conhecer melhor a nossa própria. Passou-se a fazer comparações
entre homem e animal para descobrir seus mecanismos, até mesmo suas formas de
pensar e agir.
Essa Psicologia teve grande influência no estudo do Behaviorismo,
citaremos alguns pontos marcantes.
Jacques Loeb acreditava na reação direta e automática do animal a um
estímulo, afirmando que a reação comportamental forçada pelo estímulo, não cabia
qualquer explicação em termos de definição consciente do animal, o que existia era
o movimento forçado involuntário, que segundo sua teoria era chamado de tropismo,
(veja foto logo abaixo):
18
Thorndike, um dos principais pesquisadores para o desenvolvimento da
psicologia animal, elaborou uma teoria de aprendizagem objetiva e mecanicista com
enfoque no comportamento manifesto, ele também acreditava que o psicólogo devia
estudar o comportamento, não os elementos mentais ou a experiência consciente,
não interpretando a aprendizagem do ponto de vista subjetivo, mas em termos de
conexões concretas entre estímulos e a resposta, embora não admitisse qualquer
referência à consciência e os processos mentais. Ele criou algumas teorias como à
do “conexionismo”, que era baseada nas conexões entre as situações e as
respostas, a “aprendizagem por tentativa-e-erro, que era baseada na repetição das
tendências de respostas que levam ao êxito, que posteriormente ele definiu como
“lei do efeito”, em que os atos que produzem satisfação em determinada situação
tornam-se associados a ela, quando a situação se repete, o ato tende a ocorrer.
Outra teoria seria a “lei do uso e desuso ou lei do exercício”, em que afirmava que
quanto mais um comportamento é realizado em uma situação, mais forte se torna a
associação entre comportamento e situação, (veja foto logo abaixo):
19
por meio de um aparelho utilizando cães que estudava a resposta da salivação,
(veja foto logo abaixo):
20
Disponível em: <http://images.com.br/imgres>. Acesso em: 24/09/2010
21
trabalhos de Bandura e Rotter, enfocam o retorno do estudo dos processos
cognitivos, mas mantendo o enfoque na observação do comportamento manifesto.
Edward Tolman foi um dos primeiros convertidos ao Behaviorismo cunhou o
termo Behaviorismo Intencional, em que este combina o estudo objetivo do
comportamento com a ponderação da intenção ou a orientação do propósito no
comportamento. Seu principal enfoque segundo Schultz & Schultz (2005) estava no
problema de aprendizagem. Tolman rejeitou a lei do efeito de Thorndike, afirmando
que a recompensa ou o esforço exerciam pouca influência sobre a aprendizagem, e
em seu lugar propunha uma explicação cognitiva para a aprendizagem, sugerindo
que a repetição do desempenho de uma tarefa reforça a relação aprendida entre as
dicas ambientais e as expectativas do organismo, dessa forma, o organismo acaba
conhecendo seu ambiente, afirmando serem essas relações estabelecidas pela
repetição da realização de uma tarefa, (veja foto logo abaixo):
22
Já Clark Hull usava uma forma de Behaviorismo mais sofisticada e mais
complexa que Watson, embora ainda fosse considerado como objetivo, reducionista
e mecanicista. Descrevia seu Behaviorismo e sua visão de natureza humana
empregando termos mecanicistas e considerava o comportamento humano
automático e possível de ser reduzido e explicado na linguagem da física. Sua teoria
da aprendizagem concentra-se no princípio de reforço, a qual é essencialmente a lei
do efeito de Thorndike, (veja foto de Hull logo abaixo):
23
ocorre sem qualquer estímulo antecedente externo observável, (veja foto de Skinner
logo abaixo):
Disponível em:
<http://3.bp.blogspot.com/_Rg2vOgLY4e0/RwW_V2R4sVI/AAAAAAAAAIM/fTxWXZmueXI/s1600/skin
ner.jpg>. Acesso em: 24/09/2010.
24
autores desta escola além de Albert Bandura, Julian Rotter, foi Aaron Beck. Eles
acreditavam que o comportamento pode ser entendido também a partir da cognição,
que o aprendizado pode existir sem a necessidade de condicionamento em
laboratório, mas pela observação e elaboração do que foi visualizado.
Bandura desenvolveu termos como Reforço Vicário (noção de que o
aprendizado pode ocorrer por observação do comportamento de outras pessoas e
das consequências delas decorrentes, e não apenas experimentando o reforço
diretamente) e Autoeficácia (a percepção do indivíduo de sua autoestima e a
competência em lidar com os problemas da vida), (veja foto logo abaixo):
25
depende do próprio comportamento das pessoas e Locus de controle externo –
reforço depende das forças externas).
26
Sabe-se que o domínio do tipo de behaviorismo de Skinner chegou ao auge
na década de 1980 e diminuiu depois de sua morte em 1990. Skinner até admitiu
que sua abordagem estivesse perdendo terreno e que o impacto da abordagem
cognitiva aumentava. E hoje o behaviorismo que permanece vivo na psicologia
contemporânea, principalmente na psicologia aplicada, é diferente daquele que
surgiu nas décadas entre o manifesto de Watson em 1913 e a morte de Skinner, em
1990.
27
descobrir os eventos no Meio Ambiente que determinam os seus comportamentos-
problema e o que os mantém.
Na terapia comportamental, pensamentos e sentimentos são considerados
comportamentos, diferentes apenas pela forma como se pode ter acesso a eles, pois
este se dá por meio do relato verbal daquele que pensa e sente, ou seja,
pensamentos e sentimentos, também, são levados em consideração, analisados e
passíveis das intervenções do terapeuta.
Cada terapeuta, de acordo com sua abordagem segue uma linha, mas com
o mesmo objetivo, ou seja, melhora e bem-estar do seu paciente, no caso do
terapeuta comportamental, ele entende que o cliente é único e seus problemas ou
dificuldades são produto de uma história particular, com isso percebe-se uma
humanização do processo psicoterápico, buscando assim, entender cada cliente e
cada história, antes de propor qualquer intervenção.
Seu principal instrumento é a análise funcional, ou o levantamento criterioso
das variáveis - eventos, acontecimentos - que estejam funcionalmente relacionados
aos comportamentos desejáveis e indesejáveis do cliente, com esse entendimento é
possível propor uma estratégia eficaz no alcance do bem-estar e da melhora do
paciente, mas que fique claro que na maioria das vezes não é fácil se chegar a
essas variáveis.
De acordo com Saffi, Savoia e Lotufo (2008), a terapia comportamental
utiliza na clínica os conhecimentos derivados das teorias da aprendizagem, sua
principal fonte teórica é o comportamento operante. Diz-se muito que se trata de
uma terapia superficial e que aborda apenas o sintoma, mas isso não é verdade, ela
pode ser aplicada a toda gama de problemas humanos, tanto para o
autoconhecimento como para as dificuldades e conflitos interpessoais. Só que é
uma abordagem que exige conhecimento teórico e técnico sofisticado e o terapeuta
deve possuir empatia, interesse pelo paciente e calor humano.
O terapeuta comportamental busca combater os comportamentos-problema,
ao mesmo tempo em que busca instalar e aumentar a frequência de
comportamentos adequados ao contexto, desejáveis, funcionais e geradores de
satisfação e felicidade. O clínico, entre outras funções, auxilia com suas análises na
construção de um novo repertório ou no fortalecimento do repertório existente,
segundo Skinner (1989).
28
A terapia comportamental é, segundo Bouchard (1979) citado por Saffi,
Savoia e Lotufo (2008), a aplicação do conjunto de conhecimentos psicológicos,
adquiridos segundo os princípios da metodologia científica, à compreensão e
solução de problemas clínicos, assim é uma prática de ajuda psicoterápica baseada
na ciência e na filosofia caracterizada por uma concepção naturalista e determinista
do comportamento humano.
Pode ser conceituada também, segundo os teóricos citados, por um
processo de aplicação de princípios da teoria da aprendizagem para a melhoria de
comportamentos específicos e, simultaneamente, de avaliação de quaisquer
modificações observadas, analisando se elas são de fato atribuíveis ao processo de
aplicação e, em caso positivo, a que parte desse processo.
A terapia comportamental é muito rica em informações e técnicas, ela é
formada por um conjunto considerável de técnicas derivadas de pesquisas, em
laboratório ou no próprio consultório.
Para fecharmos esse tópico falaremos mais um pouco sobre o trabalho do
terapeuta comportamental. O primeiro passo é o bom relacionamento com o
paciente, por meio da empatia, do interesse, do calor humano e de outras
qualidades do psicoterapeuta, segundo Saffi, Savoia e Lotufo (2008). Ele deve fazer
a coleta de informação por meio da anamnese, do uso de diários, de escalas, de
instrumentos diagnósticos e da observação para que se permita conhecer a pessoa
e seus problemas.
A análise funcional é a ferramenta para a coleta de informações e para o
conhecimento da relação entre a pessoa e seu ambiente, em que por meio dela
procura-se estabelecer todas as relações de contingências que afetam a pessoa
procurando-se descrever operacionalmente o problema, detalhando os estímulos
desencadeantes, os comportamentos envolvidos e as suas consequências.
Mostraremos agora uma tabela bastante interessante que faz algumas
diferenciações entre behaviorismo, cognitivismo e construtivismo, para que
posteriormente fiquem mais claras as semelhanças e diferenças entre cada
abordagem.
29
Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/amtazevedo/af24/teorias.gif>. Acesso em: 24/09/2010.
30
1. Quais são os problemas e objetivos da terapia?
31
compreender as contingências sociais e instrumentos presentes, que
podem ter de ser modificadas para um resultado eficaz.
Citaremos uma tabela feita por Rebecca Jones citada por Kaplan e Sadock
(2003):
OBJETIVO Modificar padrões comportamentais
mal-adaptativos aprendidos que
levam a sintomas patológicos.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO Comportamentos mal-adaptativos
específico, bem-definidos, circunscritos e
facilmente identificáveis (por ex. fobia,
consumo excessivo de alimentos,
disfunções sexuais). Transtornos
psicofisiológicos nos quais as
manifestações dos sintomas são
afetadas pelo estresse (por ex. asma,
dor e hipertensão)
DURAÇÃO Geralmente limitado em tempo,
32
específico ao comportamento em
particular.
TÉCNICAS Baseada no princípio da teoria da
aprendizagem da teoria do aprendizado
(por ex. condicionamento clássico e
operante);
Treino de relaxamento;
Reforços;
Terapia aversiva;
Dessensibilização sistemática;
Imersão;
Modelagem participante;
Economia de fichas.
Fobias específicas;
Agorafobia com ou sem pânico;
Fobia social;
Transtornos de ansiedade;
Transtorno obsessivo-compulsivo;
Disfunções sexuais: em especial ejaculação precoce e vaginismo;
Dificuldade de relacionamento interpessoal;
Reabilitação de doentes crônicos;
Depressão;
Transtornos alimentares;
33
Problemas de comportamento na infância;
Problemas de comportamento na adolescência;
Abuso de dependência de álcool e drogas;
Autoconhecimento.
34
Níveis de ansiedade muito elevados ou incapacidade de tolerar
aumento dos níveis de ansiedade (transtorno da personalidade borderline,
histriônica);
Problemas caracterológicos graves, incapacidade de estabelecer um
vínculo com o terapeuta (personalidade esquizoide ou esquizotípica);
Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o
terapeuta (personalidade antissocial);
Ausência de motivação.
Sintomas de esquizofrenia;
Sintomas de demência;
Crises convulsivas não epilépticas;
Reabilitação cognitiva;
Insônia;
Síndrome da fadiga crônica;
Transtorno da personalidade borderline;
Conflitos familiares;
Tabagismo;
Obesidade;
Autismo;
Transtorno do pânico;
Depressão;
Fobias;
Transtorno obsessivo-compulsivo;
Tiques;
Parafilias;
Disfunção sexual;
Problemas de comportamento na infância;
Treino de habilidades parentais;
35
Bulimia nervosa;
Transtorno de estresse pós-traumático;
Dor crônica;
Vítimas de abuso sexual;
Jogo patológico;
Dependência de drogas;
Problemas de saúde relacionados a comportamento;
Prevenção de problemas de saúde;
Promoção de saúde;
Ansiedade generalizada;
Enurese noturna;
Transtorno bipolar.
36
Disponível em: <http://www.ip.usp.br/imprensa/aconteceu/hu.JPG>. Acesso em: 24/09/2010.
37
De acordo com Knapp (2004), todos os experimentos comportamentais têm
um elemento cognitivo e a modificação das distorções cognitivas se dá também por
meio das técnicas comportamentais.
Padesky (1994) citado por Knapp (2004) afirma que a forma mais eficaz de
modificar principalmente pressupostos e regras subjacentes é por meio de
experimentos comportamentais, assim o paciente experimenta na prática o que
acontece quando ele se engaja em comportamentos, que permitem examinar a
veracidade e/ou utilidades dessas crenças subjacentes.
Leahy (1996) citado por knapp (2004), diz que o objetivo dessas técnicas ou
intervenções comportamentais é aumentar o comportamento positivo enquanto
diminui o negativo, sendo assim pode-se dizer que o engajamento em um
comportamento que traz resultados positivos aumenta a autoeficácia do indivíduo e
estimula o empenho em novos comportamentos mais adaptativos.
Alvos comportamentais
38
Assim o terapeuta deve questionar o paciente, se o objetivo foi alcançado,
isso depois de algum tempo.
Dessensibilização sistemática
Essa técnica foi criada por Joseph Wolpe, e baseia-se segundo Kaplan e
Sadock (2003) no princípio comportamental do contracondicionamento, o qual afirma
que o indivíduo pode superar a ansiedade mal-adaptativa provocada por uma
situação ou objeto aproximando as situações temidas gradualmente, em um estado
psicofisiológico que iniba a ansiedade.
Nessa técnica o cliente é treinado a relaxar, é colocado em contato com uma
hierarquia de situações geradoras de ansiedade e é solicitado a relaxar enquanto
imagina cada uma delas, assim o paciente atinge um estado de completo
relaxamento, quando é exposto ao estímulo que provoca a resposta de ansiedade.
Nesse caso a reação negativa de ansiedade é inibida pelo estado de relaxamento,
num processo chamado de inibição recíproca.
Ao invés de utilizar as situações ou objetos reais que provocam medo,
paciente e terapeuta preparam uma lista graduada ou uma hierarquia de cenas
provocadoras de ansiedade associadas aos medos do paciente. Finalmente, o
estado aprendido de relaxamento e as cenas provocadoras de ansiedade são
sistematicamente pareados ao tratamento.
Percebemos que a dessensibilização sistemática consiste então de três
etapas: treino de relaxamento, construção de hierarquia e dessensibilização do
estímulo.
Exposição in vivo
39
Confrontar uma situação ou estímulo temido.
Ex: o paciente obsessivo-compulsivo é instigado a refrear a lavagem de suas
mãos após mergulhá-las em água suja.
Flooding ou Inundação
Reforçamento seletivo.
Modelagem.
Modelação (imitação).
40
oferece uma oportunidade para observar outra pessoa passar pela situação
geradora de ansiedade sem se ferir.
Ex: O terapeuta emite comportamentos assertivos durante a sessão que
podem ser copiados pelo cliente e reproduzidos.
Ensaio comportamental.
Hierarquia de respostas/estímulos.
Nessa técnica tem-se uma lista de situações ou respostas, das mais temidas
até as menos temidas, para serem usadas em exposição.
Ex: o paciente e o terapeuta fazem uma lista de situações ou
comportamentos que o primeiro teme, com hierarquia de temor. O paciente fóbico de
elevador coloca – pensar em elevador- como a menos temida e – subir de elevador
o edifício mais alto da cidade-como a mais temida.
Autorrecompensa.
Treinamento de Relaxamento.
41
Relaxar diferentes grupos musculares em sequência, imaginar imagens
relaxantes, praticar exercícios de respiração.
Reforço.
Reforço positivo.
Reforço negativo.
42
Punição
Punição Positiva.
Punição Negativa.
OBSERVAÇÕES:
43
4. Técnicas comportamentais para diminuação de frequência de um
determinado comportamento:
Extinção
44
desejado indesejável indesejado
ocorre. ocorre. ocorre.
Terapia aversiva.
45
A terapia aversiva tem sido usada no tratamento de vários transtornos,
dentre eles:
o Abuso de álcool;
o Parafilias;
o E outros comportamentos com qualidades impulsivas e compulsivas.
Condicionamento respondente.
Estímulo condicionado.
46
Estímulo anteriormente neutro que passa a gerar uma resposta
condicionada por meio de associação com um estímulo não condicionado.
Resposta condicionada.
Comportamento operante.
Aprendizagem social.
3 TERAPIA COGNITIVA
3.1 Histórico
De acordo com Beck (1964), a Terapia Cognitiva foi desenvolvida por Aaron
T. Beck, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para
depressão, direcionada a resolução de problemas atuais e a modificar os
pensamentos e comportamentos disfuncionais.
Segundo Beck (2007), Aaron T. Beck a desenvolveram na Universidade da
Pensilvânia no início da década de 60. Desde lá, Beck e outros vêm adaptando com
sucesso essa terapia para um conjunto surpreendentemente diverso de populações
e desordens psiquiátricas.
O modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional, que
sabemos que influencia o humor e o comportamento do paciente, seja comum a
47
todos os distúrbios psicológicos. Assim se o paciente faz uma avaliação realista e
modifica seu pensamento, ele produz uma melhora no humor e no seu
comportamento. Para se ter uma melhora duradoura deve-se modificar as crenças
disfuncionais básicas dos pacientes.
Judith Beck enfatiza que a terapia cognitiva é utilizada em uma ampla gama
de aplicações também apoiadas por dados empíricos, que são derivados da teoria.
A terapia cognitiva foi extensamente testada desde 1977, em que estudos
controlados demonstraram sua eficácia no tratamento do transtorno depressão
maior, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, fobia social,
abuso de substância, transtornos alimentares, problemas de casais e depressão de
pacientes internados.
Beck (1997) diz que a terapia cognitiva pode ser usada também para
pacientes com diferentes níveis de educação e renda, pacientes de todas as idades,
da pré-escola até os idosos.
Outras formas de Terapia Cognitivo-comportamental foram desenvolvidas
por outros teóricos, a Terapia racional-emotiva de Albert Ellis, a modificação do
comportamento de Donald Meichenbaum e a Terapia multimodal de Arnold Lazarus,
e muitos outros contribuíram de forma importante para o desenvolvimento da
Terapia Cognitiva, incluindo Michael Mahoney, Vittorio Guidano e Giovanne Liotti.
A integração entre as abordagens cognitiva e a comportamental aconteceu a
partir da aceitação de ideias cognitivas influenciado pelos “três sistemas” de Lang,
(Salkovskis et al. 1997) que são o comportamental, cognitivo/afetivo e fisiológico,
que enfatiza que os problemas psicológicos poderiam ser conceitualizados de
maneira útil em sistemas de resposta sutilmente ligados. Isso foi um marco para a
aceitação das noções cognitivas na abordagem comportamental.
O tratamento na abordagem cognitivo-comportamental objetiva ajudar o
paciente a reconhecer padrões de pensamento distorcido e comportamento
disfuncional, utilizando-se a discussão sistemática e tarefas comportamentais
previamente estruturadas para ajudar o paciente a avaliar e modificar tanto seus
pensamentos deformados quanto seus comportamentos disfuncionais.
Três proposições fundamentais são identificadas como estando no cerne
das terapias cognitivo-comportamentais (Knapp & cols, 2004):
48
A atividade cognitiva influencia o comportamento, isto é, a avaliação
cognitiva dos fatos pode influenciar a resposta a esses fatos;
A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada;
O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança
cognitiva.
49
Pensamentos automáticos: “Pensamentos automáticos são um fluxo de
pensamento mais manifesto” (Beck, 1964);
Estratégia compensatória: São comportamentos que visam aliviar ou
anular os pensamentos automáticos e emoções negativas;
Conceituação Cognitiva: É uma hipótese sobre pensamentos,
suposições, emoções e crenças do paciente.
50
Pensamentos Automáticos
Crenças Subjacentes
(pressupostos e regras)
Crenças Nucleares
(esquemas)
Objetivos da TCC:
51
Rigidez;
Evitação;
Dificuldades interpessoais.
52
Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade;
Dor crônica;
Automonitoramento ou autorregulação.
53
Segundo Atkinson (2002), como o cliente e o terapeuta raramente se
encontram mais do que uma vez por semana, o cliente deve aprender a controlar e
regular seu próprio comportamento, de modo que o progresso possa ser feito fora do
horário da terapia. Além disso, quando as pessoas sentem que são responsáveis
pela sua própria melhora, elas têm mais chances de manter os ganhos que
conquistaram.
Essa técnica envolve monitorar, ou observar, nosso próprio comportamento
e usar várias técnicas como autorreforço, autopunição, controle de condições de
estímulo, desenvolvimento de respostas incompatíveis, para mudar o
comportamento de inadaptação. Assim o indivíduo monitora seu comportamento
mantendo um registro cuidadoso dos tipos de situações que provocam
comportamento inadaptativo e os tipos de respostas que são incompatíveis com ele.
Ex.1 Uma pessoa preocupada com seu abuso de álcool observaria os tipos
de situações em que se sente mais tentada a beber e tentaria controlar estas
situações ou imaginar uma resposta mais incompatível com o beber
Ex.2. Um homem que acha difícil não acompanhar os colegas de trabalho
em um drinque na hora do almoço, poderia planejar almoçar no escritório,
controlando assim seu comportamento de beber pelo controle do ambiente. Caso
sinta-se tentado a relaxar com uma bebida ao chegar à casa do trabalho, ele poderia
utilizar em seu lugar uma partida de tênis ou correr em volta da quadra como modo
de aliviar a tensão, em que essas duas atividades seriam incompatíveis com o
beber.
Programação de atividades.
De acordo com Knapp (2004), uma vez monitorada as atividades que mais
dão prazer e/ou habilidades, a dupla terapêutica prescreve atividades diárias que
tragam recompensas ao paciente.
Ex. Uma dona de casa pode ter muitas habilidades em fazer aquele bolo que
seus filhos adoram, o que lhe traz prazer. Como está deprimida e antecipa somente
sentimentos negativos e uma expectativa de futuro sombrio, planeja como
experimento fazer o bolo preferido dos filhos e observar quais as suas recompensas
por ter feito algo que, embora relutasse a princípio, acabou trazendo-lhe grande
54
satisfação. Percebemos que a programação da atividade é útil em aumentar a
autoeficácia do paciente e em encorajá-lo a buscar outras atividades que lhe deem
prazer.
-Terapeuta: “Você me falou que, diferente do que havia imaginado, se
surpreendeu quando percebeu que estava feliz com os seus filhos, que outras
atividades a senhora poderia realizar que talvez lhe tragam satisfação?
Solução de problemas.
55
Nessa técnica o terapeuta busca o aprendizado da assertividade por meio
da instrução de como fazer afirmações e solicitações legítimas. Segundo Knapp
(2004), o paciente pratica comportamentos assertivos fora da sessão, numa escala
de comportamentos assertivos dos mais fáceis até os mais difíceis de realizar, isto
inclui aprender a escutar e interessar-se pelos outros, elogiar e gratificar.
Treinamento de comunicação.
56
A (ativador) B (Beliefs) C
(Consequências)
Nesse modelo assim que o paciente perceber que seu humor está mudando,
piorando, ele deve-se perguntar: O que está passando no meu pensamento? Assim
ele identificará seu pensamento, e a partir dele irá perceber a emoção que vem junta
e consequentemente o comportamento provocado.
Essa técnica foi formulada por Aaron Beck e modificada por Judith Beck, em
que nota-se que ela é bem parecida com a técnica de Ellis.
Experimentos comportamentais.
57
Segundo Padesky (1994), a forma mais efetiva de examinar e desafiar o
pressuposto, pensamentos e esquemas são os experimentos comportamentais, em
que o paciente vai lidar com situações que não confirmem suas falsas crenças de si.
Segundo Beck (2007), os experimentos comportamentais testam
diretamente a validade dos pensamentos ou das suposições do paciente e são uma
importante técnica avaliativa, utilizada sozinha ou acompanhada pelo
questionamento socrático, podendo ser feitas dentro ou fora do consultório.
Técnicas de reatribuição.
Ressignificação.
Seta descendente.
58
feito, segundo Cordioli (2008), mediante perguntas como: “O que isso significaria
para você, e se o pior acontecer, e se isso for verdadeiro, então o que significa”.
Descatastrofização.
Essa técnica visa “fazer com que o indivíduo imagine a consequência mais
temida e possa reavaliá-la por meio de diversas técnicas cognitivas”. (CORDIOLI,
2008).
Continuum Cognitivo
Segundo Cordioli (2008), essa técnica deve ser usada quando uma das
distorções predominantes é o pensamento dicotômico, assim o terapeuta cria um
continuum cognitivo, de 0 a 100%, para o que se está avaliando, em termos de tudo
ou nada. Depois se pede que o paciente compare seu desempenho com o de outros
indivíduos, posicionando-os no gráfico, facilitando assim que o paciente se avalie de
forma mais relativa.
Usado para o paciente ver suas ideias em forma de gráfico. Digamos que ele
poderia colocar no gráfico metas que ela quer alcançar, fazendo assim dois gráficos,
um com o real e outro com o que considera ideal.
59
Cordioli (2008), diz que a visualização dos pensamentos em gráfico é útil
para que o paciente discrimine qual sua parcela de responsabilidade em algum
resultado ou o quanto deseja investir em alguma área de sua vida.
Role-play.
Esta técnica pode ser usada para uma ampla variedade de propósitos, ou
seja, uma dramatização que pode ser usada na identificação de pensamentos
automáticos, para desenvolvimento de uma resposta racional e para a modificação
de crenças, sendo também usada para aprender habilidades sociais, segundo Beck
(1997).
Cartões de enfrentamento.
Empirismo colaborativo.
60
Biblioterapia.
FIM!
61
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
2
CONCEITO DE SAÚDE
www.usp.br
AN02FREV001/REV 4.0
3
O certo é que a percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas,
assim quanto às crenças sobre o que traz ou retira a saúde. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) define ainda a Engenharia Sanitária como sendo um conjunto de
tecnologias que promovem o bem-estar físico, mental e social. Sabe-se que sem o
saneamento básico (sistemas de água, de esgotos sanitários e de limpeza urbana) a
saúde pública fica completamente prejudicada.
A OMS reconhece ainda que a cada unidade monetária (dólar, euro, real,
etc.) dispendida em saneamento economiza-se cerca de quatro a cinco unidades em
sistemas de saúde (postos, hospitais, tratamentos, etc.) e que cerca de 80% das
doenças mundiais são causadas por falta de água potável suficiente para atender as
populações. Portanto, a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como
componente da qualidade de vida. (Wood; Cohen, 2007)
A partir daí, deve-se perguntar: afinal, o que significa esse processo saúde-
doença e quais suas relações com a saúde e com o sistema de serviços de saúde?
Em síntese, em termos da determinação causal, pode-se dizer que ele representa o
conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e
doença de uma população, que se modifica em diversos momentos históricos e do
desenvolvimento científico da humanidade. Assim, houve a teoria mística sobre a
doença, que os antepassados julgavam como um fenômeno sobrenatural, ou seja,
ela estava além da sua compreensão do mundo, superada posteriormente pela
teoria de que a doença era um fato decorrente das alterações ambientais no meio
físico e concreto que o homem vivia. Em seguida, surge a teoria dos miasmas
AN02FREV001/REV 4.0
4
(gazes), que vai predominar por muito tempo. Até que, com os estudos de Louis
Pasteur na França, entre outros, vem a prevalecer a “teoria da unicausalidade”, com
a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) e, portanto, do agente etiológico, ou
seja, aquele que causa a doença.
Devido a sua incapacidade e insuficiência para explicar a ocorrência de uma
série de outros agravos à saúde do homem, essa teoria é complementada por uma
série de conhecimentos produzidos pela epidemiologia, que demonstra a
multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva
de um agente.
Finalmente, uma série de estudos e conhecimentos provindos
principalmente da epidemiologia social nos meados deste século esclarece melhor a
determinação e a ocorrência das doenças em termos individuais e coletivos. O fato é
que se passa a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo,
composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais.
Deve-se ressaltar ainda o recente e acelerado avanço que se observa no
campo da Engenharia Genética e da Biologia Molecular, com suas implicações tanto
na perspectiva da ocorrência como da terapêutica de muitos agravos. Desse modo,
surgiram vários modelos de explicação e compreensão da saúde, da doença e do
processo saúde-doença, como o modelo epidemiológico baseado nos três
componentes: agente, hospedeiro e meio, considerados como fatores causais, que
evoluiu para modelos mais abrangentes, como o do campo de saúde, com o
envolvimento do ambiente (não apenas o ambiente físico), estilo de vida, biologia
humana e sistema-serviço de saúde, numa permanente inter-relação e
interdependência.
Alguns autores questionam esse modelo, ressaltando, por exemplo, que o
“estilo de vida” implicaria uma opção e conduta pessoal voluntária, o que pode não
ser verdadeiro, pois pode estar condicionado a fatores sociais, culturais, entre
outros. De qualquer modo, o importante é saber e reconhecer essa abrangência e
complexidade causal: saúde e doença não são estadas estanques, isolados, de
causa aleatória – não se está com saúde ou doença por acaso. Há uma
determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de
organização da sociedade. Daí se dizer que há uma “produção social da saúde e/ou
da doença”.
AN02FREV001/REV 4.0
5
Em última instância, como diz Breilh, “o processo saúde-doença constitui
uma expressão particular do processo geral da vida social”. Outro nível de
compreensão que se há de ter em relação ao processo saúde-doença é o conceito
do que é ser ou estar doente ou o que é ser ou estar saudável.
Sem aprofundar as grandes discussões sobre esse tema, que envolvem
entre outras, como base de discussão preliminar e compreensão, as categorias da
“representação dos indivíduos” e a “representação dos profissionais” ou mesmo das
instituições de saúde. Em um sentido mais pragmático pode-se destacar que em
toda população há indivíduos sujeitos a fatores de risco para adoecer com maior ou
menor freqüência e com maior ou menor gravidade. Além do que, há diferenças de
possibilidades entre eles de “produzir condições para sua saúde” e ter acesso aos
cuidados no estado da doença.
Há, portanto, grupos que exigem ações e serviços de natureza e
complexidade variada. Isso significa que o objeto do sistema de saúde deve ser
entendido como as condições de saúde das populações e seus determinantes, ou
seja, o seu processo de saúde-doença. Visando produzir progressivamente
melhores estados e níveis de saúde dos indivíduos e das coletividades, atuando
articulada e integralmente nas prevenções primária, secundária e terciária, com
redução dos riscos de doença, seqüelas e óbito.
Desse modo, há que se compreender outra dimensão, que é aquela que
coloca o processo de intervenção, por meio de um sistema de cuidados para a
saúde, para atender as necessidades, demandas, aspirações individuais e coletivas,
como, um processo técnico, científico e político. É político no sentido de que se
refere a valores, interesses, aspirações e relações sociais e envolve a capacidade
de identificar e privilegiar as necessidades de saúde individuais e coletivas.
Resultantes daquele complexo processo de determinação e acumular força e poder
para nele intervir, incluindo a alocação e garantia de utilização dos recursos
necessários para essa intervenção.
É técnico e científico no sentido de que esse saber e esse fazer em relação
à saúde-doença da população não devem ser empíricos, mas podem e devem ser
instrumentalizados pelo conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico, pelo
avanço e progresso da ciência.
AN02FREV001/REV 4.0
6
Portanto, o saber e o fazer em relação à saúde da população mediante um
sistema de saúde é uma tarefa que implica a concorrência de várias disciplinas do
conhecimento humano. E a ação das diversas profissões da área de saúde, bem
como ação articulada entre os diversos setores, que é requerimento para a produção
de saúde.
E aquela dimensão política inerente a esse processo social remete para a
necessidade de satisfazer outro requerimento, próprio dos processos políticos
democráticos, que é a participação social, ou seja, a participação ativa da população
na formulação, desenvolvimento e acompanhamento das políticas e dos sistemas de
saúde. Que hoje, no Sistema Único de Saúde (SUS), está minimamente
estabelecida nos conselhos de saúde (nacional, estadual e municipal) e
conferências de saúde.
SAÚDE MENTAL
http://s.socialesaude.zip.net/
AN02FREV001/REV 4.0
7
inserido assim como a fase de desenvolvimento em que se encontra. Neste sentido,
podemos considerar a saúde mental como um equilíbrio dinâmico que resulta da
interação do indivíduo com os seus vários ecossistemas: O seu meio interno e
externo; as suas características orgânicas e os seus antecedentes pessoais e
familiares (Benedito, 1975).
Numa abordagem à influência de fatores sociais na saúde mental, foi
referido que a saúde mental deixou de serem a ausência de doença, problemas
mentais e psíquicos, mas sim a percepção e consciência dos mesmos, e a
possibilidade pessoal e/ou coletiva de solucioná-los, de modificar e de intervir sobre
eles (Uribe Vasco et al., 1994).
DEFICIÊNCIA MENTAL
http://www.gazetadelimeira.com.br/jornaldamulher
AN02FREV001/REV 4.0
8
Segundo a descrição do DSM. IV, a característica essencial do Retardo
Mental é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento
adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades:
comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento
interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades
acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”.
AN02FREV001/REV 4.0
9
Segundo critérios das classificações internacionais, o início da
Deficiência Mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um
transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a
Demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo
acadêmico o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de
Inteligência (QI ou equivalente).
AN02FREV001/REV 4.0
10
Extenso: Trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade,
normalmente diário pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida
familiar, social ou profissional. Nesse caso, não existe uma limitação temporal para o
apoio, que normalmente se dá em longo prazo.
AN02FREV001/REV 4.0
11
Profundo: São pessoas com uma incapacidade total de autonomia. Os que
têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aquelas que vivem num nível
vegetativo.
TRANSTORNO MENTAL
Apesar disso, pessoas com essas condições, muitas vezes atraem medo,
hostilidade e desaprovação em vez de compaixão, apoio e compreensão. Tais
reações não somente influem para que se sintam isolados e infelizes, como são
AN02FREV001/REV 4.0
12
impedimentos para que busquem ajuda efetiva e tratamento. A saúde mental é
componente chave de uma vida saudável.
AN02FREV001/REV 4.0
13
prejudiciais podem ser tão danosas quanto às marcas corporais. Basta abrir um
jornal, ligar a TV ou ir ao cinema para perceber tais atitudes.
AN02FREV001/REV 4.0
14
O fato é que cientistas estão fazendo progressos no desvendamento da
estrutura e química do cérebro. Como conseqüência tem-se melhor compreensão da
mente e com ela funciona. Entretanto, a doença mental tem muitas causas. Ela não
é apenas uma questão de química alterada e envolve questões sociais, emocionais,
cognitivas e físicas.
Depressão
http://escrevoapenas.blogs.sapo.pt/arquivo/depressao.jpg
AN02FREV001/REV 4.0
15
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças
conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com
a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela
prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que
ocorre para o clima da região em questão.
O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios
a banho de sol. Nos climas tropicais e polares haverá dias mais quentes, mais frios,
mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de
variação.
AN02FREV001/REV 4.0
16
• Lentificação das atividades físicas e mentais
• Sentimento de pesar ou fracasso
• Pessimismo
• Dificuldade de tomar decisões
• Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
• Irritabilidade ou impaciência
• Inquietação
• Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
• Chorar à toa
• Dificuldade para chorar
• Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
• Dificuldade de terminar as coisas que começou
• Sentimento de pena de si mesmo
• Persistência de pensamentos negativos
• Queixas freqüentes
• Sentimentos de culpa injustificáveis
• Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda
do desejo sexual
AN02FREV001/REV 4.0
17
exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases
depressivas.
AN02FREV001/REV 4.0
18
uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao
tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer,
com ou sem depressão estão sendo mais enfocadas do que a investigação das
melhores técnicas para tratamento da depressão.
Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se
durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Esta
é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que
sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o
lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e
perda de apetite.
Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu
novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente
metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso
estas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão
pesado.
Para se afirmar que o paciente está deprimido tem-se que afirmar que ele
sente-se triste a maior parte do dia, quase todos os dias, não tem tanto prazer ou
interesse pelas atividades nas quais apreciava. E, não consegue ficar parado e pelo
contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos
inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se
culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na
família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem
pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para
que possamos dizer que o paciente está deprimido.
AN02FREV001/REV 4.0
19
depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos
estressantes são: perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de
habitação contra vontade, doença grave, pequenas contrariedades não são
consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão.
Ansiedade
http://www.brasilescola.com/imagens/ansiedade.jpg
AN02FREV001/REV 4.0
20
A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra
a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos
como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular aumento das
secreções (urinárias e fecais) aumento da motilidade intestinal, cefaléia (dor de
cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico
(Crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga
de um Neurotransmissor chamado Noradrenalina.
Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a este
estado acontece o estado ansioso.
Evolutivamente faz muito pouco tempo que saímos dos tempos da caverna,
onde os perigos de vida e a necessidade de luta eram uma constante. A excitação
do Sist. Nerv. Central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta
ou para a fuga.
AN02FREV001/REV 4.0
21
livrar do perigo o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz
aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”.
É mais ou menos assim, “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de
fora e não está sob controle é perigoso". É a clássica postura do pessimista, como
aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão
Lippy, que sempre dizia “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!" Traumas de
infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais também podem
AN02FREV001/REV 4.0
22
desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas
específicas
Transtorno Bipolar
http://virtualpsy.locaweb.com.br/adm/img/temp/bipolar1a.jpg
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Como em outras doenças, o Transtorno Bipolar do Humor afeta não só
quem o tem, como também, o cônjuge, familiares, amigos e empregadores. Se
depressão, mania forem acompanhadas de alucinações (ouvir, ver, sentir o que não
existe) e delírios (pensamentos irreais à realidade) trata-se do subtipo psicótico. As
pessoas que sofrem de Transtorno Bipolar levam, em média, 8 anos antes de serem
diagnosticadas ou receberem tratamento adequado, o que pode causar grande
sofrimento e perdas.
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24
de se tratar de depressão e mania. Isto é, pode ser facilmente confundida com o
jeito de ser da pessoa, “de lua”.
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Achados clínicos – como identificar:
Mania
AN02FREV001/REV 4.0
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Depressão
- Irritabilidade, desespero;
- Dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por outras
doenças: dor de cabeça, nas costas, no pescoço e nos ombros, sintomas
gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo, dentre outros;
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Tratamento do Transtorno Bipolar
Psicoterapia
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TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
http://www.literattus.blogger.com.br/1mafalda.jpg
Sou ou não sou um portador do TOC? Eis uma pergunta que você pode ter
se feito eventualmente. Provavelmente, ouviu em algum programa de rádio ou TV,
leu em alguma reportagem de jornal ou revista que lavar as mãos seguidamente,
revisar várias vezes as portas, janelas ou o gás antes de deitar, não gostar de
segurar-se no corrimão do ônibus. Evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos
demais membros da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta
de um banheiro público, ter medo de passar perto de cemitérios ou entrar numa
funerária, de deixar um chinelo virado. Assim como outros comportamentos
semelhantes, podem, na verdade, constituir sintomas do chamado transtorno
obsessivo-compulsivo ou TOC.
E você deve ter ficado com dúvidas quanto a ser ou não um portador. Medos
e preocupações fazem parte do nosso dia-a-dia. Aprendemos a conviver com eles
tomando certos cuidados. Fechamos as portas antes de deitar, lavamos as mãos
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antes das refeições ou depois de usar o banheiro, desligamos o celular antes da
sessão de cinema ou verificamos periodicamente o saldo bancário de nossa conta.
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30
O que são obsessões?
AN02FREV001/REV 4.0
31
O que são compulsões ou rituais?
Por esse motivo se diz que as compulsões têm uma relação funcional (de
aliviar a aflição) com as obsessões. E, como são bem sucedidas, o indivíduo é
tentado a repeti-las, em vez de enfrentar seus medos, o que acaba por perpetuá-los,
tornando-se ao mesmo tempo prisioneiro dos seus rituais.
Nem sempre as compulsões têm uma conexão realística com o que desejam
prevenir (p ex., alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não
aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao
sair de casa, para que a mãe não adoeça). Nesse caso, por trás desses rituais
existe um pensamento ou obsessão de conteúdo mágico, muito semelhante ao que
ocorre nas superstições.
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As compulsões mais comuns são:
• De lavagem ou limpeza
• Verificações ou controle
• Repetições ou confirmações
• Contagens
• Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento
• Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo), poupar
ou economizar
• Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números
• Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.
Compulsões Mentais
Algumas compulsões não são percebidas pelas demais pessoas, pois são
realizadas mentalmente e não mediante comportamentos motores, observáveis.
Elas têm a mesma finalidade: reduzir a aflição associada a um pensamento. Alguns
exemplos:
AN02FREV001/REV 4.0
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http://www.elciudadano.cl/imagenes/gt2.jpg
ESQUIZOFRENIA
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Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante - pessoas que têm um
familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença - mas ainda
não se sabe quais os genes envolvidos ou se a presença deles é suficiente para o
desenvolvimento da esquizofrenia.
Gêmeos idênticos têm 50% de chance de desenvolver a doença quando um
deles já desenvolveu.
Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma
combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa
tendência, mas o problema só aparece se expostas a determinados fatores
ambientais.
Não existe um consenso de quais seriam os fatores ambientais envolvidos,
mas estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no
parto podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia.
Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, embora,
geralmente, a doença se manifeste em meses ou anos.
Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com
alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas.
Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes
são incapazes de contar para seus familiares.
Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou
para dormir, começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os
amigos e param de estudar ou trabalhar. Com a progressão da doença, aparecem
os sintomas mais característicos da psicose. (Perda da noção da realidade)
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b) Alucinações: são falsas percepções na ausência de um estímulo externo,
mas com as qualidades de uma verdadeira percepção. Isto é, eles podem ver, ouvir
e sentir coisas que não estão realmente no local.
As alucinações podem ser auditivas, visuais, táteis, olfativas, gustativas ou
uma combinação de todas.
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roupas sujas ou inapropriadas, e suas coisas e ambientes permanecerem
descuidados e desarrumados.
Podem ainda desenvolver comportamentos que contrariam as convenções
sociais como falar obscenidades em público ou apresentar maneiras rudes à mesa.
Podem ser encontrados nas ruas marchando, falando alto e gesticulando.
Esse descuido com a higiene pessoal e comportamentos excêntricos podem
dificultar ainda mais a aproximação de familiares, amigos e estranhos. Essa situação
corrobora ainda mais a certeza, destes pacientes, de que as pessoas não gostam
deles.
Transtornos do Afeto
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A experiência de estar "louco" é uma das mais dolorosas e significativas.
Quando os pensamentos tornam-se desorganizados, quando as decisões estão
bloqueadas, quando as emoções inexplicadas e não esperadas aparecem, há uma
conscientização do clima de horror, de que mente está fazendo armadilhas e que foi
embora seu modo usual de agir.
A experiência da psicose faz com que o paciente mude o conceito a respeito
de sua própria mente. A experiência do distúrbio faz com que a pessoa desacredite
nos seus processos de pensamento, mesmo quando estes voltam ao normal.
O paciente perde a fé de que possa pensar propriamente. Após a psicose,
ele tem conhecimento de que alucinou e, por algum tempo ou para sempre, ele não
será capaz de reagir normalmente aos sons estranhos e ocasionais que podem ser
ouvidos em locais e horas não esperados.
Tratamento
Talvez o fator mais importante para cumprir estes objetivos seja assegurar
que o paciente faça o tratamento. Devido ao isolamento social, idéias paranóides,
negação da doença e desconforto com os efeitos colaterais das drogas, muitos
pacientes abandonam o tratamento.
Tratamento Farmacológico
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Antipsicóticos "típicos" ou clássicos são aquelas medicações que tendem a
produzir sintomas extrapiramidais (EPS). Estes agentes têm sido as principais
drogas na farmacoterapia da esquizofrenia por mais de um quarto de século.
Os sintomas que respondem melhor aos antipsicóticos típicos são os
chamados sintomas positivos, como delírios e alucinações. Já nos sintomas
negativos, além de não responderem tão bem, podem ser acentuados com seu uso.
A maioria dos autores divide o tratamento farmacológico da esquizofrenia
em duas fases: aguda e manutenção ou profilática.
Fase Aguda
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As medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam
os sintomas da doença. Ou seja, se o paciente deixar de tomar a medicação pode
sofrer uma recaída.
Algumas pessoas, mesmo tomando a medicação regularmente, podem ter
uma recaída dos sintomas psicóticos.
É muito importante que elas possam reconhecer que estes estão voltando, e
procurar ajuda imediatamente. Antes do aparecimento de sintomas como delírios ou
alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como irritabilidade,
insônia e depressão.
Os familiares devem estar atentos a mudanças sutis que possam ocorrer
com seu familiar doente, pois a intervenção médica precoce pode impedir a recaída.
Enquanto esta necessidade de tratamento por longo tempo é bem
reconhecida pelo médico, freqüentemente não é bem aceito pelo paciente.
Muitos estudos mostram quão inconstantes e não confiáveis eles podem ser
em relação à medicação. Interrompem porque se sentem bem, e não entendem
porque devem continuar tomando o remédio; ou ainda, porque os efeitos colaterais
são muito desagradáveis.
A introdução dos antipsicóticos de ação prolongada, de uso injetável,
possibilitou uma maior adesão destes pacientes ao tratamento.
Http://Www.Plenarinho.Gov.Br/Educacao/Imagens/Escolha-A-Escola-Certa/04.Jpg
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40
A hiperatividade, denominada também como desordem do déficit de
atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os
sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem,
memória e habilidades motoras.
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41
aparentemente infinitas, são propensas a se machucar e a quebrar e danificar
coisas.
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até mesmo as menores podem correr, brincar e agitarem-se felizes durante horas
sem cochilar, dormir ou demonstrar qualquer cansaço.
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TRATAMENTO CONVENCIONAL
Antes de qualquer tratamento, um exame físico deve ser feito para descartar
outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crônica do
ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas
neurológicos.
Contudo, não deixe de verificar com seu médico antes de parar de dar esse
medicamento a seu filho. A tioridazina é um tranqüilizante ao qual se pode recorrer
se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais
difíceis.
Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses
medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu
filho freqüente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere
esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o
medicamento. (Converse sempre com seu médico antes de descontinuar qualquer
tratamento, durante qualquer período de tempo).
PSICOTERAPIA E PSICOPEDAGOGIA
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Esses programas ensinam controles internos que podem ser usados em
várias situações. Seu filho aprenderá a oferecer recompensas pelos seus feitos e
aprenderá a partir dos seus erros.
Faça com que a criança participe de projetos que ela goste para ajudá-la a
concentrar-se.
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Busque auxílio; certamente encontrará. Você aprenderá a apoiar seu filho e
a ficar calmo e próximo, mesmo quando a situação parecer fora de controle. Você
também aprenderá que é importante que os pais tirem férias sem se sentirem
estressados ou culpados por deixarem uma criança "difícil" com outras pessoas
competentes. Nunca é demais enfatizar a necessidade dos pais terem uma folga.
Tire uma tarde, uma noite ou um fim de semana. Entre em contato com uma pessoa
que possa tomar conta do seu filho. Ligue para seus pais e amigos.
Se você não fizer isso para o seu próprio bem, faça por seu filho.
Provavelmente você voltará se sentindo renovado, mais calmo e carinhoso.
ATIVIDADES FÍSICAS
Não deixe que seu filho se exponha ao chumbo. As fontes mais comuns de
exposição ao chumbo são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal
esmaltada.
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comum. Agitação não é sinônimo de hiperatividade. Ansiedade também não.
Tampouco problemas de concentração. É fundamental procurar um psicólogo, de
preferência especialista em Psicopedagogia ou Psicologia Escolar.
GLOSSÁRIO
-------------FIM-------------
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Aluno:
63
EaD - Educação a Distância Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
64
3.5 Conceitos Básicos da Terapia Cognitiva
65
Pensamentos automáticos.
66
O terapeuta cognitivo está preocupado em identificar os pensamentos
disfuncionais, ou seja, os pensamentos que trazem prejuízo ao funcionamento
psíquico de um indivíduo, pois de certa forma distorcem a realidade e dificultam o
alcançar metas.
Crenças
67
Segundo Knapp & cols (2004) as crenças centrais vão se construindo e
formando desde experiências de aprendizado mais primitivas e são fortalecidas ao
longo da vida, moldando a percepção e a interpretação dos eventos, modelando o
jeito psicológico de ser. Caso não haja ações corretivas dessas crenças centrais
disfuncionais, o indivíduo irá considerá-las como verdades absolutas e imutáveis.
O objetivo último da terapia é a modificação dessas crenças disfuncionais, o
que irá resultar em mudanças duradouras na vida do indivíduo, mas que fique claro
que o terapeuta inicia o processo sempre modificando os pensamentos automáticos
para depois chegar até as crenças.
As crenças centrais disfuncionais podem ser colocadas em dois grandes
grupos, expandidos agora para três, de acordo com Beck:
68
As crenças centrais negativas são usualmente globais, rígidas e
supergeneralizadas. Quando ativada, o paciente facilmente é capaz de processar
informações que a apoiam, mas falha em reconhecer e distorce informações que
são contrárias a ela. As crenças levam a sofrimento psíquico e comportamentos
desadaptativos além de dificultarem a concretização dos objetivos.
De acordo com Beck (1997) as crenças centrais influenciam o
desenvolvimento de uma classe intermediária de crenças que consiste em atitudes,
regras, expectativas e suposições. Essas crenças intermediárias influenciam sua
visão de uma situação, o que, por sua vez, influencia como ele pensa, sente e se
comporta. O relacionamento dessas crenças intermediárias com as crenças centrais
e pensamentos automáticos estão retratados a seguir:
Crenças Centrais
Crenças Intermediárias
(regras, expectativas, atitudes e
suposições)
Pensamentos Automáticos
Modelo Cognitivo:
Crenças Centrais
69
Crenças Intermediárias
(regras, expectativas, atitudes e suposições)
Crenças Centrais
Eu sou incompetente
Crenças Intermediárias
(regras, expectativas, atitudes e suposições)
Se eu não entendo algo perfeitamente, então eu sou burro.
70
Esquemas
71
Pensamento Fisiologia: calafrio, “É muito perigoso interagir com as “Sou incapaz de ser
taquicardia e sudorese. pessoas, pois elas não iriam gostar amado”
Emoção – angústia e medo de mim”
Comportamento - fuga e evitação “Para não ter problemas, eu não
devo interagir com as pessoas”.
Modelo Cognitivo
72
A responder de forma eficaz a esses pensamentos disfuncionais.
Conceituação cognitiva
73
Identificação de Pensamentos Automáticos
74
Uma forma muito importante de desfazer esses pensamentos é reunir
evidências que apoiam e não apoiam os pensamentos, assim ajudaríamos a
esclarecer nossos pensamentos e reduzir a intensidade dos estados de humor
angustiantes.
Não esquecendo que evidências consistem de dados, informações e fatos, e
não de interpretações.
Quando não estou me sentindo deste modo, penso sobre este tipo
de situação de forma diferente? Como?
75
eu olharei para ela de forma diferente? Concentrarei minha atenção em qualquer
outra parte de minha experiência?
Estou me culpando por algo sobre o qual não tenho controle total?
Reestruturação Cognitiva
76
Construir uma ideia, frase ou pensamento compensatório a partir
do resumo ou combinação de todas as evidências que apoiam meu
pensamento automático e de todas as evidências que contradizem este meu
pensamento.
77
Eu sabia de antemão o significado ou as consequências de
minhas ações (ou pensamentos)? Com base no que eu sabia e passava na
época, os meus julgamentos atuais são pertinentes?
78
Abordagem do Processamento de Informação: Concentra-se nas
diferenças individuais quanto ao modo no qual as pessoas usam sua inteligência,
focando os processos envolvidos na percepção e no manuseio de informação.
Como podemos perceber cada abordagem tem sua importância e todas nos
ajudam a compreender o comportamento inteligente. Nesse tópico focaremos nosso
estudo em Piaget e Bartlett, pois segundo Beck & Freeman (1993), o conceito de
esquemas tem uma história relativamente ligada a estes dois teóricos, que foram os
primeiros a definir o que seria um esquema descrevendo-o como estruturas que
integram e atribuem significados aos eventos, em seguida trabalharemos como se
dá o processamento de informações.
Segundo Mussen (2001) Piaget acreditava que o desenvolvimento do
conhecimento é um processo ativo dependente da interação entre a criança e o
ambiente. A criança não possui um conjunto predefinido de habilidades mentais e
nem é um recipiente passivo de estímulos do ambiente. A partir da infância, o
movimento cada vez mais dá lugar ao pensamento e o aprendizado continua a ser
um processo interativo.
Papalia (2000), cita que Piaget acreditava que o núcleo do comportamento
inteligente estaria numa capacidade inata de adaptar-se ao ambiente, pois é a partir
daí que ele descreve o desenvolvimento cognitivo como uma série de estágios, em
cada estágio a criança desenvolve uma nova maneira de pensar e responder ao
ambiente, onde esse desenvolvimento ocorreria por meio de três princípios que
estão inter-relacionados: organização, adaptação e equilibração.
A organização cognitiva é a tendência de criar sistemas de conhecimento
cada vez mais complexos. Desde que nascem as pessoas organizam o que
conhecem por meio de representações mentais da realidade que as ajudam a dar
sentido a seu mundo. Dentro dessas representações mentais encontram-se as
estruturas chamadas esquemas, que podem ser conceituados como padrões
organizados de comportamento que uma pessoa usa para pensar e agir em uma
situação.
À medida que as crianças adquirem mais informação, seus esquemas
tornam-se cada vez mais complexos, progredindo as maneiras de realizar ações
79
motoras até o pensamento crítico sobre percepções sensoriais, e depois até o
pensamento abstrato.
A adaptação é o modo como lidamos com as novas informações, onde vai
envolver a assimilação que seria tomar uma informação e incorporá-la em estruturas
cognitivas existentes e acomodação que seria mudar nossas ideias para incluir um
novo conhecimento.
Já a equilibração é uma busca constante de equilibrio, entre a criança e o
mundo exterior e entre as próprias estruturas cognitivas da criança.
Papalia (2000) afirma que segundo Piaget os esquemas têm origem no
exercício dos reflexos, ou seja, o recém-nascido, ao exercitar seus reflexos
hereditários começa a relacionar o contexto no qual o reflexo é aplicado com a
situação alcançada por ele, dando origem aos esquemas.
Essas informações nos mostram que o esquema piagetiano é uma estrutura
cognitiva dinâmica que se modifica ao longo do tempo, agregando conhecimento. É
por meio de suas interações, das experiências que a criança vivencia, que ela
constrói ativamente os seus conhecimentos. A ação da criança sobre os objetos é
que possibilita a formação da inteligência, em que a estrutura lógica é formada pelo
desenvolvimento cognitivo, e neste sentido, a socialização, a linguagem, a
curiosidade é expressão do desenvolvimento cognitivo.
Não esquecendo de citar Bartlett, Atkinson (2002) afirma que talvez ele
tenha sido o primeiro psicólogo a estudar sistematicamente os efeitos dos esquemas
sobre a memória. Ele sugeriu que distorções de memórias muito semelhantes
àquelas que ocorrem quando encaixamos pessoas em estereótipos podem ocorrer
quando tentamos encaixar narrativas em esquemas. O que Bartlett concluiu na sua
pesquisa sobre os esquemas é que os dois aspectos da memória: preservar e
construir, podem sempre estar presentes, embora sua ênfase relativa possa
depender da situação exata.
Fica bem claro como Piaget e Bartlett querem definir um esquema: Uma
representação mental de uma classe de pessoas, objetos, eventos e situações.
Como sabemos, o desenvolvimento intelectual é um processo que começa
desde o nascimento da criança (e, possivelmente, antes). Papalia (2000) nos
confirma isso quando diz que um bebê ao nascer apresenta comportamentos
simples e também alguns reflexos. Ele necessita de toda a atenção e cuidados do
80
adulto, sozinho ele não sobreviveria, pois o período que vai do nascimento à
aquisição da linguagem é marcado por um extraordinário e complexo
desenvolvimento da mente. A criança progressivamente aumenta o autocontrole do
seu próprio corpo e sentimentos. Assim, ela conseguirá pouco a pouco lidar com as
demandas da vida.
A partir dessas concepções básicas citadas anteriormente, percebemos o
quanto Piaget contribuiu para a descoberta dos processos de pensamentos e dos
mecanismos de aprendizagem e como ele chegou à definição do que seria um
esquema.
Para entendermos de forma clara o que seriam realmente os esquemas de
Young já fizemos uma breve revisão sobre a Terapia Cognitiva anteriormente, que é
o ponto chave para entendermos a definição de esquemas.
Para o entendimento da evolução e desmistificação de como são esses
esquemas, como se dividem, não podemos deixar de ressaltar a Teoria dos
Esquemas, Young (2003), que conceitua esquema como uma estrutura cognitiva
que filtra, codifica e avalia os estímulos ao qual o organismo é submetido.
Young é responsável por uma abordagem chamada “Terapia focada nos
Esquemas” que se baseou na Terapia Cognitiva de curto prazo, terapia esta que se
refere à abordagem de terapia Cognitiva de 16 a 20 sessões, originalmente
desenvolvida por Beck e colegas para tratamento da depressão. E Young usou a
teoria dos esquemas para tratar pessoas com transtorno de personalidade.
De acordo com Young (2003), existem algumas suposições importantes
sobre os pacientes a respeito da Terapia Cognitiva de Curto Prazo, que seria a
Terapia Cognitiva criada por Beck.
Os pacientes têm acesso aos sentimentos com um breve treinamento,
ou seja, com um treinamento relativamente breve, podemos ensinar o paciente a
perceber quando estiver sentindo-se ansioso, triste, zangado, culpado ou com
alguma outra emoção. Mais existem pacientes que estão bloqueados e não entram
em contato com seus sentimentos, assim para estes pacientes tem se que modificar
a abordagem da terapia cognitiva;
81
de personalidade precisam de estratégias diferentes, pois eles não conseguem
chegar aos seus pensamentos automáticos ou mesmo afirmam não ter nenhuma
imagem;
82
Disponível em: <http://www.psicronos.pt/imagens/destaques/terapia_cognitva.gif>. Acesso em:
24/09/2010.
Agora conceituaremos cada um, para que a Teoria dos Esquemas de Young
fique mais clara.
83
Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIAs): Young (2003) diz que
esses esquemas se referem a temas extremamente estáveis e duradouros que se
desenvolvem durante a infância, são elaborados ao longo da vida e são
disfuncionais em um grau significativo. A grande maioria desses esquemas são
crenças e sentimentos incondicionais sobre si mesmo em relação ao ambiente,
sendo autoperpetuadores e, portanto muito resistentes à mudança, eles podem levar
a um sofrimento psicológico, seja direta ou indiretamente, sua ativação é feita por
meio de acontecimentos ambientais relevantes para um esquema específico, sendo
mais ligados a altos níveis de afeto quando ativados do que a suposições
subjacentes. Eles parecem ser resultado de um temperamento inato da criança
interagindo com experiências disfuncionais com os pais, irmãos e conhecidos
durante os primeiros anos de vida, ou seja, sua maioria não são resultados de
acontecimentos traumáticos isolados, sua maioria é causada por padrões
continuados de experiências nocivas cotidianas com outras pessoas que reforçam
de alguma maneira o esquema.
o Desconexão e rejeição;
84
o Autonomia e desempenhos prejudicados;
o Limites prejudicados;
o Orientação para o outro;
o Supervigilância e inibição.
Os esquemas que fazem parte desses domínios serão citados
detalhadamente no decorrer deste capítulo.
Desconexão e rejeição:
85
Expectativa de que as necessidades de segurança, estabilidade, carinho,
empatia, compartilhamento de sentimentos, aceitação e respeito não serão
atendidos, previsivelmente. A família de origem é tipicamente desligada, rejeitadora,
refreada, solitária, explosiva, imprevisível ou abusiva.
Esquemas associados:
o Abandono/instabilidade;
o Desconfiança/abuso;
o Privação emocional;
o Defectividade/vergonha;
o Isolamento social/alienação.
o Dependência/incompetência;
o Vulnerabilidade/incompetência;
o Emaranhamento/self subdesenvolvido;
o Fracasso.
Limites prejudicados:
Deficiência em limites internos, responsabilidade com os outros ou
orientação para objetivos em longo prazo. A família de origem é tipicamente
caracterizada pela permissividade, excesso de indulgência, falta de direção ou
senso de superioridade em vez de confrontação, disciplina e limites apropriados em
relação a assumir responsabilidades, cooperar de maneira recíproca e estabelecer
metas.
Esquemas relacionados:
86
o Merecimento/grandiosidade;
o Autocontrole/autodisciplina insuficientes;
o Subjugação;
o Autossacrifício;
o Busca de aprovação/busca de reconhecimento;
Supervigilância e inibição:
Nesse esquema há uma ênfase excessiva na supressão dos sentimentos,
dos impulsos e das escolhas pessoais espontâneas ou na criação de regras e
expectativas internalizadas rígidas sobre desempenho e comportamento ético à
custa da felicidade, autossupressão, relaxamento íntimos ou saúde. A família de
origem é tipicamente severa, exigente e, às vezes, punitiva. Esquemas relacionados:
o Negativismo/pessimismo;
o Inibição emocional;
o Padrões inflexíveis/crítica exagerada;
o Caráter punitivo.
87
Embora os significados sejam construídos pelas pessoas em vez de serem
componentes preexistentes da realidade, eles são corretos ou incorretos em relação
a um determinado contexto ou objetivo. Então, quando ocorre a distorção cognitiva,
os significados são disfuncionais ou mal-adaptativos, essas distorções incluem erros
no conteúdo cognitivo (significados), no processamento cognitivo (elaboração de
significados) ou ambos.
“Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente e
são neste sentido estruturas teleonômicas”. (BECK, 2000, p.25). Portanto, eles são
essencialmente estruturas de significado consciente e inconsciente, em que servem
à função de sobrevivência.
Neste sentido, percebe-se que um estado psicológico não é nem adaptativo
nem mal-adaptativo em si, mas encontram-se em relação ao contexto do ambiente
social e físico mais amplo no qual a pessoa está inserida. O significado que uma
pessoa atribui a uma situação, ou a forma como um evento é estruturado, construído
por uma pessoa é que determina como aquela pessoa se sentirá e se comportará.
Beck (2003) simplifica isso quando diz que as crenças que temos sobre nós
mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro determinam o modo como nos sentimos: o
que e como as pessoas pensam afeta profundamente o seu bem-estar emocional. E
é desse princípio que vem a ideia de que, examinando nossas crenças e, se
apropriando, modificando-as, afetamos diretamente o nosso bem-estar emocional.
Podemos entender isso melhor quando percebemos como se dá a formação
de um esquema: Nossas respostas emocionais e comportamentais, bem como
nossa motivação, não são influenciadas diretamente por situações, mas sim pela
forma como processamos essas situações, em outras palavras, pelas interpretações
que fazemos dessas situações, por nossa representação dessas situações, ou pelo
significado que atribuímos a elas. As nossas interpretações, representações ou
atribuições de significado, por sua vez, refletem-se no conteúdo de nossos
pensamentos automáticos, contidos em vários fluxos paralelos de processamento
cognitivo que ocorrem em nível pré-consciente.
O conteúdo de nossos pensamentos automáticos, pré-conscientes, reflete a
ativação de estruturas básicas inconscientes, os esquemas e crenças, e o
significado atribuído pelo sujeito ao real.
88
Nossas interpretações, representações, ou atribuições de significado atuam
como variável mediacional entre o real e as nossas respostas emocionais e
comportamentais. Daí decorre que, para modificar emoções e comportamentos,
intervimos sobre a forma do indivíduo processar informações, ou seja, interpretar,
representar ou atribuir significado a eventos, em uma tentativa de promover
mudanças em seu sistema de esquemas e crenças.
Como já foi dito as crenças estão contidas dentro dos esquemas, ou seja,
“as crenças são um registro da história de cada entidade, da confiança que temos
em obter as coisas que desejamos ou em ter sucesso em nossas empreitadas.” (LE
BON, 2001, p.58).
Por intermédio da história de vida do sujeito e com base em experiências
relevantes desde a infância, desenvolvemos um sistema de esquemas, que estão
cheios de crenças, localizado em nível inconsciente ou, utilizando conceitos da
Psicologia Cognitiva, em nossa memória implícita.
Esquemas, nesse sentido, podem ser definidos como superestruturas
cognitivas, que refletem regularidades passadas, conforme percebidas pelo sujeito.
Ao processarmos eventos, os esquemas implicitamente organizam os elementos da
percepção sensorial, ao mesmo tempo em que são atualizados por eles, em uma
relação circular. Os esquemas ainda dirigem o foco de nossa atenção.
Como já foi explicitado, incorporadas aos esquemas, são desenvolvidos
crenças básicas e pressuposições intermediárias específicas para diferentes classes
de eventos, as quais são ativadas em vista de eventos críticos eliciadores. A
ativação dessas crenças reflete-se em nosso pré-consciente, nos conteúdos dos
pensamentos automáticos, que representam nossa interpretação do evento, ou o
significado atribuído a ele. Estes, por sua vez, influenciam a qualidade e intensidade
de nossa emoção e a forma de nosso comportamento, frente a essa determinada
situação.
Sintetizando como essas crenças atuam podemos dizer, que elas se
desenvolvem na infância à medida que a criança interage com outras pessoas
significativas e encontra uma série de situações que confirmem essa ideia, e essas
crenças centrais negativas podem vir à tona apenas durante momentos de aflição
psicológica.
89
Segundo Beck (1997), quando uma crença central é ativada o sujeito é
facilmente capaz de processar informações que a apoiam, mas ele frequentemente
falha em reconhecer e distorce as informações que são contrárias a crença central.
Chegamos até aqui com o propósito de mostrar que a construção de
significados é muito importante e que esses significados interferem na nossa vida,
pois essas crenças que adquirimos se tornam verdades absolutas e são apenas
ideias que podem ser modificadas.
É de extrema importância a interpretação que o próprio paciente tem sobre
sua experiência, sobre seu mundo e sobre si mesmo. Não se trata mais de descobrir
os significados ocultos, mas de conhecer os processos de sua construção.
E como diz Silva (2003), um sistema de crenças e valores é capaz de
conferir continuidade e coerência as nossas vidas, em razão de nos ajudar a tomar
decisões e a avaliar a importância das experiências pessoais. Temos a tendência de
aceitar melhor aquilo que está de acordo com nossas crenças e, ao aceitar, nós o
validamos como verdadeiro.
90
Já para o construtivismo, os conceitos de realidade e construção de
significados encontram-se subordinados à influência das emoções, é por meio dos
elementos proprioceptivos e das estruturas vivenciais (aquelas que interpretam os
estímulos pela experiência) que ocorrerão esses processos. Assim a realidade interna
será vista como derivada do modo pelo qual cada indivíduo sente emocionalmente o
mundo, mediante percepções corpóreas e tácitas produzidas pelo seu aparecimento.
Percebe-se que aqui, primeiro sente algo para depois pensar no seu
conteúdo, a emoção sempre criará problemas para o pensamento resolver.
No quesito emoção, os cognitivistas afirmam que as emoções são derivadas
dos padrões de pensamento, pautadas nas crenças, direcionando a maneira como as
pessoas interpretam a situação.
Para o construtivismo, as emoções não são nem racionais, nem irracionais,
mas sim adaptativas por natureza. Não são as emoções que nos afligem, mas a
dificuldade de entendê-la. Somos aquilo que sentimos que somos.
A psicopatologia afirma, cognitivamente, que algumas doenças surgem de
pensamentos negativos automáticos e quanto mais desenvolverem os sintomas, mais
intensos se tornaram os PNA, maior será a validade da crença central disfuncional e
mantendo o circulo vicioso em atividade. As crenças disfuncionais deslocam as
estruturas mais adaptativas, compostas por crenças mais razoáveis e adaptativas,
prevalecendo nos atos finais de significação.
Nabuco (2003) diz que o construtivismo, as disfunções e os distúrbios
emocionais surgem quando as pessoas não se sentem autorizadas a reconhecer,
sentir ou até mesmo legitimar determinadas emoções. Aqui os padrões
desadaptativos ou dolorosos da experiência emocional refletem as tentativas
individuais de adaptação e desenvolvimento.
No tratamento, o cognitivismo foca a eliminação, o controle ou a substituição
dos padrões negativos do pensamento. Propõe-se a identificação, seguida da
alteração dos padrões irracionais por padrões mais lógicos e realistas.
Para o construtivismo a ênfase está na experiência e na expressão
apropriada das emoções, assim como na exploração do seu desenvolvimento.
91
FIM!
92
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA.
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
PSICOLOGIA CLÍNICA.
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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1. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
http://www.crpsp.org.br/a_acerv/jornal_crp/146/frames/orientacao.gif
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3
A avaliação psicológica deve ser utilizada em todo e qualquer setor da
sociedade em que se necessite conhecer melhor o funcionamento da psique
humana, visando orientar ou tomar certas decisões relativas à pessoa em questão.
(Pellini, 2000).
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4
a partir de testes é de grande importância, pois traz ao avaliador dados não
facilmente perceptíveis de outro modo a respeito do candidato, além de poder
confirmar aspectos percebidos durante a entrevista e dinâmica de grupo, se for o
caso. Praticada de modos diferentes de acordo com cada objetivo, a ferramenta
contribui de forma decisiva para o diagnóstico do candidato ou paciente.
Na prática
http://www.unipar.br:8080/unipar/vestibular2007/curso/fotos/psicologia_01.jpg
AN02FREV001/REV 4.0
5
O objetivo maior é o de diagnosticar cada pessoa, conhecer suas
competências individuais e, para isso, o teste psicológico ainda é o melhor
instrumento de que se dispõe, embora jamais único no processo, pois além de
resultar em dados confiáveis, já que suas características psicométricas são
comprovadas cientificamente. Ele permite que o psicólogo tenha uma visão total da
pessoa, que consiga definir quais são as suas competências ou características mais
vantajosas e quais aquelas em que precisaria investir um pouco mais.
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No momento atual, o foco das empresas, seja qual for o seu negócio, é cada
vez mais seus recursos humanos e sabe-se que o sucesso da empresa deve-se ao
conhecimento e ao investimento em pessoas. A Avaliação Psicológica, científica e
ética, apoiada em instrumentos e testes fidedignos, contribui essencialmente para
essa finalidade.
Entrevista Psicológica
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7
http://kaizenrh.com.br/fotos/kaizen05.jpg
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o que o paciente dizia, mas, também, em fornecer informações sobre o mesmo.
Desse modo, desviou-se o foco sobre o comportamento psicopatológico para o
comportamento dinâmico. Ainda nesta década, Sullivan concebeu a entrevista como
um fenômeno sociológico, uma díade de interferência mútua.
http://www.institutouniao.com.br/imagens
AN02FREV001/REV 4.0
9
através dos quais não somente se amplia e se verifica, mas, também,
simultaneamente, absorve os conhecimentos científicos disponíveis. Nesse sentido,
Bleger (1960) define a entrevista psicológica como sendo “um campo de trabalho no
qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos”.
OS OBJETIVOS DA ENTREVISTA
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http://www.ufmg.br/diversa/7/imagens/Psicologia2saladeaula-FLisboa.jpg
Com base nos critérios que objetivaram a entrevista em saúde mental, pode-
se classificar a entrevista quanto aos seguintes objetivos:
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currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as
informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos
mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.;
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http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg
a) Entrevista Inicial
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Essa entrevista, geralmente, inicia-se com a chamada telefônica de outro
técnico, encaminhando o entrevistado para a avaliação psicodiagnóstica, ou com a
chamada do próprio entrevistado. Tem como objetivos discutir expectativas, clarear
as metas do trabalho, e colher informações sobre o entrevistado, que não poderiam
ser obtidas de outras fontes. (SILVA, 2007).
b) Entrevistas Subseqüentes
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com riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu
desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais e outros.
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http://www.petpsicologiaufes.com/images/outubro/entrevista.jpg
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sabe. Ou seja, “o que nos guia numa entrevista, do mesmo modo que em um
tratamento, não é a fenomenologia reconhecível, mas o ignorado, a surpresa”
(GOLDER, 2000, p.45).
Este tipo de assistência, também não pode prescindir da entrevista. Esta que
apresenta lacunas, dissociações e contradições que levam alguns pesquisadores a
considerá-la um instrumento pouco confiável. Mas, com diz Bleger (1980), essas
dissociações e contradições, são inerentes à condição humana, e a entrevista
oferece condições para que as mesmas sejam refletidas e trabalhadas.
TIPOS DE ENTREVISTA
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http://images.google.com/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com
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d) Entrevista Estruturada (fechada) – Desenvolve-se a partir de uma
relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos
os entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o
tratamento quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado
para o desenvolvimento de levantamentos sociais.
http://www.filmesraros.com/loja/images/mind.jpeg
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19
relações objetais1 e funcionamento interpessoal;
http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image217.gif
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e transformador. Isto não quer dizer que seja menos válida ou mais superficial;
TÉCNICAS DE ENTREVISTA
bp0.blogger.com/.../-nj-4V07GVM/s400/Fleurs8.jpg
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21
profissional, porque estas são as unidades de uma práxis que resguarda a tarefa
mais humana: compreender e ajudar os outros. Assim, indagação e atuação, teoria e
prática, devem ser manejadas como momentos e aspectos inseparáveis do mesmo
processo.
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22
Segundo Erickson (apud SCHEEFFER, 1977), algumas recomendações
devem ser aplicáveis ao processo de entrevista psicológica:
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Segundo Foddy (2002), é aconselhável o investigador ou entrevistador:
DINÂMICA DA ENTREVISTA
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http://www.kaneoya.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2007/11/entrevista.jpg
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A reação contratransferencial deve ser encarada com um dado de análise da
entrevista, não se deve atuar diante da rejeição, inveja ou qualquer outro sentimento
do entrevistado.
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passado por algum tipo de vivência. Nele, observa-se a ausência de tensão, há um
recolhimento introspectivo de elaboração mental;
A Ansiedade na Entrevista
http://www.redepsi.com.br/portal/uploads/smartsection/images/item/c37r20060m2870.jpg
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contexto externo que ele enfrenta, mas também devido ao perigo, em potencial,
daquilo que desconhece em sua personalidade. O contato direto com seres
humanos, coloca o técnico diante da sua própria vida, saúde ou doença, conflitos e
frustrações.
Segundo Piaget (apud GIL, 1999), o bom entrevistador deve reunir duas
qualidades: saber observar (não desviar nada, não esgotar nada); saber buscar
(algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria,
verdadeira ou falsa, para controlar).
Douglas (apud FODDY, 2002) corrobora com essa idéia quando afirma que
entrevistar criativamente é ter determinação atendendo ao contexto, em vez de
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negar, ou não conseguir compreender. O que se passa numa situação de entrevista
é determinado pelo processo de perguntas e respostas, a entrevista criativa agarra o
imediato, a situação concreta, tenta perceber de que modo esta afetação vai sendo
comunicada e, ao compreender esses efeitos, modifica a recepção do entrevistador,
aumentando, assim, a descoberta das verdades.
Transferência e Contratransferência
www.rodrigues.psc.br
Transferência
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esta última como situação já conhecida, repetitiva. No entender de Gori (2002),
repetindo transferencialmente, evoca-se a lembrança e é somente por meio da
lembrança que temos acesso à história [...] Por meio da transferência é forjado num
lugar intermediário entre a vida real e um ensaio de vida, para que o drama humano
possa ter um desfecho (p.78).
Contratransferência
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bem conduzida, num indício de grande significação e valor para orientar o
entrevistador no estudo que realiza. Seu manejo requer preparação, experiência e
um alto grau de equilíbrio mental, para que possa ser utilizada com validade e
eficiência. Na contratransferência, salienta Gilliéron (1996), as emoções vividas pelo
analista são consideradas reativas às do paciente, vinculando-se, portanto, ao
passado deste último, e não dizendo respeito diretamente à pessoa do analista.
Manfredi (apud ZASLAVSKY & SANTOS, 2005, p.296), distingue cinco tendências
de abordagens desta questão:
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preconceito, para que assim possa estar com o Outro, conhecer, não temer, se
perder e se achar e, finalmente, voltar à realidade do contexto.
2. INTERVENÇÃO
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Abordagem Sistêmica
Modelo Cognitivo-comportamental
" O que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que
ele faz dos fatos"
Epitectus - Século I
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Esta perspectiva teve origem nos trabalhos de Aaron Beck e Albert Ellis.
Sugere que as nossas crenças e atribuições desempenham um importante papel no
comportamento.
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Albert Ellis centrou-se nas crenças irracionais para lidar com pensamentos e
comportamentos problemáticos. Pensamentos como "toda a gente deve me
apreciar", "ninguém vai amar alguém tão feio como eu" vão inevitavelmente conduzir
à decepção.
Abordagem Humanista
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Exemplos de Conceitos e Técnicas Humanistas
Abordagem Comportamentalista
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Ex: Condicionamento Clássico de Pavlov:
Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica
aparente, para que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o
alimento e um sinal casual que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a
campainha antes de dar comida ao cão, este começava a salivar quando ouvia a
campainha, após alguns ensaios de associação entre campainha e comida- o que
originava o reflexo condicionado.
Ex: rato que carrega numa alavanca para obter uma recompensa de comida.
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pensar e agir sobre ele. Assim, os comportamentos podem ser aprendidos e
desenvolvidos pela observação do comportamento dos outros, em vez de ter de
realizar esse comportamento ou ser reforçado para um determinado comportamento.
Abordagem Psicodinâmica
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38
- o Id, inato, funciona segundo o princípio do prazer e representa todos os
desejos e necessidades mais primitivas. O Id não conhece juízos de valor, moral, ou
o bem ou o mal. O Id procura a satisfação imediata sem considerar as circunstâncias
da vida real. A nossa energia psíquica básica (libido) está contida no Id e exprime-se
através da redução da tensão. Contudo, para a satisfação das necessidades é
preciso interagir com o mundo real. O ego, que é mediador entre o id e o mundo
exterior, ajuda nesta interação.
Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a
ansiedade e desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego.
O ego está numa posição difícil, pois têm de lidar com forças opostas. Os
mecanismos de defesa são estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o
indivíduo destes conflitos internos e em geral, inconscientes.
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39
Freud também definiu vários estádios psicossexuais do desenvolvimento
da personalidade. No decorrer destes estádios, as crianças são auto-eróticas ao
obter prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estádio
tende a estar localizado numa determinada zona erógena. Estes incluem as fases:
oral, anal, fálica, latente e genital.
Técnicas como a associação livre (dizer tudo o que nos passa pela cabeça),
a análise dos sonhos e a interpretação são usadas para compreender e tratar vários
problemas.
3. EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
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http://www.qualitare.com.br/imagens/equipe.jpg
Percebe-se, neste caso, que um bom profissional jamais deve ficar restrito à
sua área de atuação, mas estudar sobre tudo aquilo que poderá beneficiar o
paciente. Muitas vezes, por exemplo, a ajuda de um profissional do Direito é
imprescindível. São muitas as crianças abusadas sexualmente que chegam ao
consultório de Psicologia; também são bastante comuns casos de mulheres
violentadas e espancadas por seus companheiros.
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Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma
mesma ação, seja no campo escolar, profissional ou, até mesmo, em atividades
cotidianas. O Trabalho em Equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é
determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa
os objetivos traçados. Os estudos de caso devem fazer parte da rotina de
consultórios e policlínicas de Saúde.
Para Maslow, "isto faz com que o indivíduo cresça, tornando o trabalho
determinante, pois o objetivo a ser alcançado depende, exclusivamente, da
satisfação psicológica do indivíduo bem como das relações humanas".
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coeso aflora muitas características até então passadas desapercebidas no
individual, como a criatividade, a participação, visão de futuro, questionamento de
posições e colocações e senso crítico.
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http://www.psiquiatriageral.com.br/terapia/imagens/indice_terapiaOcupacional.jpg
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OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS
http://wagbarart.files.wordpress.com/2007/02/59.jpg
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45
Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em
termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo
econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia
diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A
psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente
compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados
adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e para o
país.
http://casadooriente.blogs.sapo.pt/arquivo/Terapia.jpg
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Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela
dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza
psicossomática de todas as experiências humanas. A saúde psicológica é pré-
condição e parte integrante da saúde global.
OS TIPOS DE PSICOTERAPIA
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http://www.itapetininga.sp.gov.br/img/noticias/terapia.jpg
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http://www.orizamartins.com/sld_hdr.gif
O VÍNCULO NA PSICOTERAPIA
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http://www.centrinho.usp.br
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50
bp0.blogger.com/.../mSnJf2Dk2Xg/s320/afeto.jpg
No início da lista, como num continuum, temos aqueles motivos que são
comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa
íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor,
um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são mais
comuns na psicoterapia até aqueles que são exclusivos da psicoterapia - possíveis
pelo cuidadoso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua
trajetória de formação profissional. Eis o continuum com alguns motivos pelos quais
a psicoterapia funciona:
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1 É fundamental ter alguém em quem confiar e com quem se possa dividir o
peso do problema que se vivencia. Compartilhar auxilia sobremaneira a aliviar a
carga emocional e conseqüentemente se sofre menos. Além disso, terá ao lado um
profissional capaz de escutar e de guardar sigilo, além de não alimentar
preconceitos e cobranças muitas vezes moralistas;
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7 O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que permitem realizar
mudanças profundas na existência.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
http://stelladauer.files.wordpress.com/2006/11/virgem.jpg
Quero parabenizá-lo por ter chegado até aqui, ao final do curso. Você
conheceu as linhas básicas da Psicologia científica e de como ela funciona, de
forma mais específica sobre a Psicologia Clínica.
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convidado a integrar uma equipe. Com competência, atualização constante, uma
paixão incomensurável pelo ser humano, capacidade mais para calar, do que para
falar. Para observar, analisar, interpretar e muita humildade são pré-requisitos para
quem quer atuar nesta área.
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55
GLOSSÁRIO
-----------FIM---------
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56
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Vida. Almeida Revista e Atualizada.
AN02FREV001/REV 4.0
57
ARAGONÉS, J.L. e AMÉRICO, M. Psicologia Ambiental. Madrid: Ediciones
Paramides, 1998;
BELLA, Mariângela Rodrigues Di. Por causa da Mulher? Cartel: A Histeria. Espaço
Psicanalítico: Palmas, abril de 2002.
AN02FREV001/REV 4.0
58
BRANDÃO, M. Lenise. Psicologia Hospitalar. São Paulo: Livro Pleno, 2001.
AN02FREV001/REV 4.0
59
DARWIN, Charles. A Origem das Espécies e a Seleção Natural. Santa Catarina:
Hemus, 2003.
FREUD, Sigmund (1914). Repetir, recordar e elaborar. Trad. J.O.A. Abreu. v. XII.
Rio de Janeiro: Imago, 1969.
AN02FREV001/REV 4.0
60
(Volume I, pp. 217-232). Rio de Janeiro: Imago Editora, 1996 (Publicado
originalmente em 1886).
GAY, Peter. Freud: Uma vida para o nosso tempo. São Paulo: Companhia das
Letras, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GILLIÉRON, Edmond. A primeira entrevista em psicoterapia. Trad. M. S.
Gonçalves & A. U. Sobral. São Paulo: Loyola, 1996.
AN02FREV001/REV 4.0
61
GOETHE, J.Wolfgang. Gigantes da Literatura Universal. [S.l.:] Editorial Verbo,
1972.
JONES, Ernest. A vida e a Obra de Sigmund Freud. Volume 3 (Última fase). Rio
de Janeiro: Imago Editora, 1989.
KAMPF, Mein. A minha Luta. Capítulo II. Anos de Estudos e Sofrimentos em Viena,
[S.I.:s.n.] 2003.
AN02FREV001/REV 4.0
62
KUCHENBECKER, Valter. O homem e o sagrado–A religiosidade através dos
tempos. 5ª edição revista e ampliada. Canoas: Editora da Ulbra, 1998.
MANNONI, Octave. Freud, uma biografia ilustrada. Rio de Janeiro: Jorge Zaar
Editor, 1994.
MEZAN, Renato. Freud: A trama dos conceitos. São Paulo: Perspectiva, 1998.
MONTEIRO, João Paulo. Novos Estudos Humeanos. São Paulo: Discurso, 2003.
AN02FREV001/REV 4.0
63
MORENO, Jacob Levy. Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 1980.
PINTO, Álvaro Vieira. Ciência e Existência. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979;
POMMIER, Gerard. Freud apolítico?. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
AN02FREV001/REV 4.0
64
PRÉ-SOCRÁTICOS. Coleção os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
ROGERS, Carl. Terapia Centrada no Paciente. São Paulo: Martins Fontes, 1974.
SALOMÉ, Lou Andréas. Minha Vida. 2ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1985.
AN02FREV001/REV 4.0
65
SCLAIR, Moacyr. Judaísmo: Dispersão e Unidade. Coleção As religiões na
História. São Paulo: Ática, 1994.
SOLMS, Marx. Freud está de Volta. Revista Viver Mente e Cérebro Scientific
American, São Paulo, ano I, nº I, p. 4-7, outubro de 2004.
AN02FREV001/REV 4.0
66
TABONE, Márcia. A Psicologia Transpessoal. Introdução à Nova Visão. 7ª
edição. São Paulo: Cultrix, 2005.
AN02FREV001/REV 4.0
67
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
Aluno:
125
EaD - Educação a Distância Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
126
3.13 Relação Terapêutica
Muitos autores concordam em dizer que a terapia tem como função básica,
promover mudanças comportamentais que visam diminuir o sofrimento do paciente e
aumentar as contingências reforçadoras, e isso, pode acontecer de duas maneiras:
127
Segundo Skinner (1953), a terapia tem como função primordial reduzir os
efeitos gerados por punição.
Kohlenberg e Tsai (1987) e Rosenfarb (1992), completaram as suposições
de Skinner afirmando que um cliente também pode buscar ajuda porque suas
relações interpessoais apresentam-se insatisfatórias e as fontes de reforço não são
suficientes.
Pode-se conceituar relação terapêutica como uma oportunidade para que o
cliente emita comportamentos que lhe têm trazido problemas e a partir da interação
com o terapeuta, aprender formas mais efetivas de respostas.
Lettner (1998) aponta que o sucesso da terapia está diretamente ligado à
qualidade da relação terapêutica, negligências nessa relação podem levar ao
fracasso do tratamento.
Outro fator importante é a percepção do cliente sobre essa relação, em que
sendo vista de forma positiva está relacionada à efetividade do tratamento.
Um resultado terapêutico satisfatório origina-se em parte, de características
pessoais do terapeuta, de acordo com Lettner (1998) e Casullo (1999):
Postura empática;
Compreensão;
Aceitação desprovida de julgamentos;
Autenticidade;
Autoconfiança;
Flexibilidade na aplicação das técnicas;
Terapeutas avaliados como calorosos, amigáveis, comprometidos,
tolerantes e interessados são aqueles que têm maior sucesso nos resultados do
tratamento;
128
Grande número de verbalizações do terapeuta e do cliente referentes a
eventos privados;
Elementos advindos da história de vida do terapeuta;
Opção sexual entre terapeuta e cliente;
Questões socioeconômicas;
Postura diretiva por parte do terapeuta acarreta resistência;
Terapeutas experientes são mais bem avaliados pelos clientes do que
iniciantes.
Habilidades Empáticas;
Habilidades Verbais;
Habilidades Não verbais;
1º conjunto:
129
Vários tipos de questionários, escalas e listas de avaliação respondida, ora
por clientes, ora por terapeutas, ora por ambos;
2º conjunto:
Baseia-se na observação das sessões de terapia, incluindo observações de
videotipes.
A pesquisa clínica ocorre com frequência em ambiente experimentalmente
não controlado e deve ser feita de modo a não interferir na interação terapeuta -
cliente, o pesquisador é o terapeuta, e a observação ocorre de forma menos neutra,
já que o próprio terapeuta contribui continuamente para ela.
Três tipos de perguntas de pesquisas podem ser formuladas com relação ao
processo terapêutico:
Um tipo de questão geral:
Este tipo de questão permite a elaboração de dados por manipulação
experimental;
Dada certa consequência, de que operações e sob quais condições
podem levar à determinada consequência?
Dada uma condição ou problema, que operação pode levar a
determinada consequência?
130
também, a busca de relações funcionais envolvendo variáveis de estímulos e de
respostas, quando se referiam ao foco das avaliações.
Outro fator importante é a escolha do instrumento, que também deve seguir
critérios que sejam compatíveis ao referencial teórico da abordagem, não havendo
como um terapeuta cuja abordagem é comportamental ou cognitiva utilizar um
instrumento cuja fundamentação teórica encontra-se respaldada na teoria tradicional
de personalidade.
A avaliação é utilizada pela maior parte dos profissionais com a finalidade de
diagnóstico e ao final de cada intervenção servindo de base para avaliação da
prática do profissional.
Assim segundo Matos (1999) é característico do psicólogo
comportamental/cognitivo, visto que não fecha o diagnóstico inicialmente, rever a
cada intervenção os objetivos e as hipóteses de avaliação, sendo novamente
avaliados para uma intervenção futura.
Alguns instrumentos como as entrevistas são as estratégias/instrumentos
utilizadas com maior frequência na avaliação.
Desse modo, pode-se supor que tais profissionais deveriam seguir o que
preconizam os pressupostos da avaliação cognitivo-comportamental, são
características acentuadamente divergentes em relação à avaliação tradicional. A
ênfase estaria no estabelecimento de relações funcionais ao invés de causais, nas
quais o comportamento-problema seria entendido com base nos princípios da
aprendizagem social e da análise experimental do comportamento, e não na teoria
tradicional da personalidade.
131
O terapeuta preparou uma agenda para sessão? O terapeuta cognitivo
deve se antecipar e planejar a sessão para que não se perca;
132
O terapeuta fez resumos periódicos para verificar sua compreensão e
sintonia? Deve-se sempre fazer resumos quando tiver histórias confusas, com
muitas pessoas, para verificar se o que estamos entendendo é correto.
133
Fez perguntas para examinar consequências positivas ou negativas de
alguma ação proposta? Deve-se trazer consciência ao problema.
134
Cada um dos cinco componentes, afeta e interage com os demais, assim
pequenas mudanças em qualquer desses aspectos podem acarretar mudanças nos
demais.
Podemos perceber que é muito importante identificar esses componentes,
pois essa identificação nos ajudaria a direcionar as áreas de mudança.
Citaremos agora alguns questionamentos que nos ajudaria a identificar
esses componentes, de acordo com Greenberger (1999):
REAÇÕES FÍSICAS:
HUMOR:
COMPORTAMENTO:
135
o Que coisas eu faço que gostaria de mudar ou melhorar?
o No trabalho?
o Em casa?
o Com amigos?
o Em mim mesmo?
o Evito situações ou pessoas quando estou envolvido poderia ser
vantajoso para mim?
PENSAMENTOS:
EXERCÍCIO
Mudanças
ambientais
Situações de Vida
Reações físicas
Humor
Comportamento
Pensamentos
136
3.15 A TCC e a família
AVALIAÇÃO INICIAL:
Objetivos
137
Coletar informações sobre as cognições, reações emocionais e
comportamentais dos familiares e entre si, no sentido de formular hipóteses, as
quais vão sendo testadas nas sessões subsequentes;
Instrumentos utilizados:
Intervenções terapêuticas:
Modelo terapêutico:
Intervenções terapêuticas:
138
Identificar pensamentos automáticos: observar padrões de
pensamentos associados a reações emocionais e comportamentais negativas dos
membros consigo mesmo;
Identificar distorções cognitivas: leitura de pensamentos,
hipergeneralização, maximização e minimização, personalização e pensamento
dicotômico;
Reestruturar pensamentos automáticos: identificar distorções em seu
modo de pensar e analisar alternativas e verificar as alterações das reações
emocionais e comportamentais de si e de outros membros (evidencias?
alternativas? informações adicionais?);
Verificando e modificando regras, pressupostos e crenças nucleares
(seta descendente – “e se acontece o que acarretaria?”);
139
Pelo o que tem se encontrado na literatura, observa-se que a abordagem
cognitivo-comportamental na terapia familiar têm-se concentrado mais no tratamento
de determinados transtornos em membros individuais, mas do que no alívio do
conflito e da disfuncionalidade geral da família.
Algumas informações são utilizadas em conflitos familiares em função de
transtornos de condutas dos filhos, TDAH, Esquizofrenia, Transtorno Bipolar,
Drogadição, Alzheimer como a psicoeducação sobre a etiologia, sintomas e fatores
de risco, atuais tratamentos eficazes, treinamento de capacidade de comunicação e
resolução de problemas, manejo de recaídas e crises;
Knapp (2004) é um dos autores que cita com exatidão alguns mitos que são
confundidos com a teoria da terapia cognitiva. Citaremos as 14 concepções
equivocadas que este autor frisou em seu livro:
140
único fator importante, temos outras questões que influenciam fortemente a
psicopatologia, as quais seriam os desequilíbrios bioquímicos, os eventos de vida e
as relações interpessoais são elementos que interagem conjuntamente, formando a
psicopatologia.
5. A TC ignora as emoções.
Sabemos que nesse modelo as cognições são o alvo principal, mas se
trabalha sim as emoções. Knapp (2004) diz que por vezes, a forma mais adequada
de examinar os pensamentos é pelas emoções.
141
técnicas, pois não será de forma alguma eficaz.
9. A TC é superficial.
A Terapia cognitiva pode trabalhar mais superficialmente e mais
profundamente ou mais profundamente, isso vai depender do objetivo do indivíduo
e dos problemas a serem tratados, sendo o paciente a tomar a decisão final sobre o
grau de mudança que quer atingir.
142
13. A TC é apropriada apenas para pessoas articuladas, com boa
capacidade intelectual.
Segundo o autor seria mais fácil trabalhar com pacientes com boa
capacidade de raciocínio, com sólida formação educacional, alguns conhecimentos
psicológicos e motivação para o tratamento, mas também não quer dizer que
qualquer pessoa de qualquer nível intelectual ou classe social possa ser trabalhada,
tem-se apenas que adaptar de forma mais simples aquela pessoa. E segundo Beck
(1995) pesquisas já demonstraram que esse modelo é efetivo para pacientes com
diferentes níveis de escolaridade, renda e cultura. Ela precisa apenas ser adaptada
as necessidades das pessoas.
3.17 Recaídas
143
A. RESOLUCÃO CFP N° 002/95 DE 20 de fevereiro de 1995
144
C. Resolução CFP N.º 010/2000 de 20 de dezembro de 2000
RESOLVE:
Art. 1º – A Psicoterapia é prática do psicólogo por se constituir, técnica e
conceitualmente, um processo científico de compreensão, análise e intervenção que
se realiza através da aplicação sistematizada e controlada de métodos e técnicas
psicológicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional,
promovendo a saúde mental e propiciando condições para o enfrentamento de
conflitos e/ou transtornos psíquicos de indivíduos ou grupos.
Art. 2º - Para efeito da realização da psicoterapia, o psicólogo deverá
observar os seguintes princípios e procedimentos que qualificam a sua prática:
I. Buscar um constante aprimoramento, dando continuidade à sua
formação por meio de centros especializados que se pautem pelo respeito ao campo
teórico, técnico e ético da psicologia como ciência e profissão;
II. Pautar-se em avaliação diagnóstica fundamentada, devendo, ainda,
manter registro referente ao atendimento realizado: indicando o meio utilizado para
diagnóstico, ou motivo inicial, atualização, registro de interrupção e alta;
145
III. Esclarecer à pessoa atendida o método e as técnicas utilizadas,
mantendo-a informada sobre as condições do atendimento, assim como seus limites
e suas possibilidades;
IV. Fornecer, sempre que solicitado pela pessoa atendida ou seu
responsável, informações sobre o desenvolvimento da psicoterapia, conforme o
Código de Ética Profissional do Psicólogo;
V. Garantir a privacidade das informações da pessoa atendida, o sigilo e a
qualidade dos atendimentos;
VI. Estabelecer contrato com a pessoa atendida ou seu responsável;
VII. Dispor, para consulta da pessoa atendida, de um exemplar do Código
de Ética Profissional do Psicólogo, no local do atendimento.
Art. 3º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do CFP.
Art. 4° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5° - Revogam-se as disposições em contrário.
146
condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços,
utilizando princípios, conhecimento e técnicas reconhecidamente fundamentados
na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
CONSIDERANDO que, de acordo com o Código de Ética Profissional do
Psicólogo, é dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger,
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional;
CONSIDERANDO o disposto no Código de Ética Profissional do
Psicólogo sobre a realização de estudos e pesquisas no âmbito da Psicologia;
CONSIDERANDO o princípio fundamental do Código de Ética
Profissional do Psicólogo que determina que o psicólogo atuará com
responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo
para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e
de prática;
CONSIDERANDO as Resoluções do CFP n°. 10/97 e 11/97 que dispõem,
respectivamente, sobre critérios para divulgação, publicidade e exercício
profissional do psicólogo, associados a práticas que não estejam de acordo com
os critérios científicos estabelecidos no campo da Psicologia e sobre a realização
de pesquisas com métodos e técnicas não reconhecidas pela Psicologia;
CONSIDERANDO que os efeitos do atendimento psicoterapêutico
mediado pelo computador ainda não são suficientemente conhecidos nem
comprovados cientificamente e podem trazer riscos aos usuários;
CONSIDERANDO o encaminhamento do V CNP - Congresso Nacional da
Psicologia - de que o Sistema Conselhos de Psicologia deve continuar e
aprimorar a validação de sites que possam prestar serviços psicológicos pela
internet, de acordo com a legislação vigente, ainda que em nível de pesquisa;
CONSIDERANDO a importância de atestar para a sociedade os serviços
psicológicos que possuam respaldo técnico e ético;
CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em 13 de agosto de 2005;
RESOLVE:
147
Art. 1o. O atendimento psicoterapêutico mediado pelo computador, por
ser uma prática ainda não reconhecida pela Psicologia, pode ser utilizado em
caráter experimental, desde que sejam garantidas as seguintes condições:
I. Faça parte de projeto de pesquisa conforme critérios dispostos na
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde ou
legislação que venha a substituí-la, e resoluções específicas do Conselho Federal
de Psicologia para pesquisas com seres humanos em Psicologia;
II. Respeite o Código de Ética Profissional do Psicólogo;
III. O psicólogo que esteja desenvolvendo pesquisa em atendimento
psicoterapêutico mediado pelo computador tenha protocolo de pesquisa aprovado
por Comitê de Ética em pesquisa reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde,
conforme resolução CNS 196/96 ou legislação que venha a substituí-la;
IV. O psicólogo pesquisador não receba, a qualquer título, honorários da
população pesquisada, sendo também vedada qualquer forma de remuneração do
usuário pesquisado;
V. O usuário atendido na pesquisa dê seu consentimento e declare
expressamente, em formulário em que conste o texto integral desta Resolução, ter
conhecimento do caráter experimental do atendimento psicoterapêutico mediado
pelo computador, e dos riscos relativos à privacidade das comunicações inerentes
ao meio utilizado;
VI. Esteja garantido que o usuário possa a qualquer momento desistir de
participar da pesquisa, retirando a autorização, impedindo que seus dados até então
recolhidos sejam utilizados na pesquisa;
VII. Quando da publicação de resultados de pesquisa, seja mantido o sigilo
sobre a identidade do usuário e evitados indícios que possam identificá-lo;
VIII. O psicólogo pesquisador se compromete a seguir as recomendações
técnicas e aquelas relativas à segurança e criptografia reconhecidas
internacionalmente;
IX. O psicólogo pesquisador deverá informar imediatamente a todos os
usuários envolvidos na pesquisa, toda e qualquer violação de segurança que
comprometa a confidencialidade dos dados.
Art. 2º. O reconhecimento da validade dos resultados das pesquisas em
atendimento psicoterapêutico mediado pelo computador depende da ampla
148
divulgação dos resultados e reconhecimento da comunidade científica e não
apenas da conclusão de pesquisas isoladas.
Art. 3º. Os psicólogos, ao se manifestarem sobre o atendimento
psicoterapêutico mediado pelo computador, em pronunciamentos públicos de
qualquer tipo, nos meios de comunicação de massa ou na Internet, devem
explicitar a natureza experimental desse tipo de prática, e que como tal, não pode
haver cobrança de honorários.
Art. 4º. As disposições constantes na presente Resolução são válidas
para todas as formas de atendimento psicoterapêutico mediado por computador
realizado por psicólogo, independente de sua nomenclatura, como psicoterapia
pela Internet, ou quaisquer termos que designem abordagem psicoterapêutica
pela Internet, tais como psyberterapia, psyberpsicoterapia, psyberatendimento,
cyberterapia, cyberpsicoterapia, cyberatendimento, e-terapia, webpsicoterapia,
webpsicanálise, e outras já existentes ou que venham a ser inventadas. São
também igualmente válidas quando a mediação computacional não é evidente,
como o acesso à Internet por meio de televisão a cabo, ou em aparelhos
conjugados ou híbridos, bem como em outras formas possíveis de interação
mediada por computador, que possam vir a ser implementadas.
Art. 5º. As pesquisas realizadas sobre atendimento psicoterapêutico
mediado pelo computador deverão ser identificadas com certificado eletrônico
próprio para pesquisa, desenvolvido e conferido pelo Conselho Federal de
Psicologia, na forma de selo, número com hiperligação ou equivalente, a ser
incluído visivelmente nos meios em que são realizadas, como sites e páginas de
Internet e equivalentes.
I. Para efeito do disposto acima, o psicólogo responsável pela pesquisa,
que esteja regularmente inscrito em Conselho Regional de Psicologia e em pleno
gozo de seus direitos, dirigirá requerimento ao Conselho Regional de Psicologia via
site www.cfp.org.br/selo, com protocolo em que detalha a pesquisa da forma
padronizada recomendada pelo Conselho Federal de Psicologia e pela Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e após análise e constatada a regularidade
da pesquisa, será concedida a certificação eletrônica, devendo o psicólogo notificar
ao Conselho Regional de Psicologia toda eventual mudança de endereços
eletrônicos e de formatação da pesquisa realizada.
149
II. A hiperligação nos selos, números ou outra forma de certificado
eletrônico deverá remeter ao site do Conselho Federal de Psicologia ou Conselho
Regional de Psicologia onde conste o texto integral desta Resolução e outras
informações pertinentes a critério do Conselho Federal de Psicologia.
150
Psicologia via site www.cfp.org.br/selo, prestando as informações padronizadas
solicitadas em formulário a respeito da natureza dos serviços prestados, qualificação
dos responsáveis e endereço eletrônico, e receberá certificação eletrônica do tipo
adequado que deverá ser incluída visivelmente em suas comunicações por meio
eletrônico durante a prestação dos serviços validados. O procedimento de cadastro
e concessão de certificado eletrônico será sempre gratuito.
III. A Comissão Nacional de Credenciamento de Sites avaliará os dados
enviados para a aquisição de certificação, e encaminhará parecer a ser julgado na
Plenária do Conselho Regional de Psicologia em que o psicólogo requerente está
inscrito.
IV. Da decisão do Conselho Regional de Psicologia caberá recurso
voluntário ao Conselho Federal de Psicologia.
V. O Conselho Regional de Psicologia utilizará os dados enviados pelo
requerente para verificar e fiscalizar os serviços oferecidos pelos psicólogos por
comunicação mediada pelo computador a distância. Na detecção de qualquer
irregularidade nos serviços prestados, o Conselho Regional de Psicologia efetuará
os procedimentos costumeiros de orientação e controle ético.
VI. O cadastramento eletrônico deverá ser atualizado anualmente junto ao
Conselho Regional de Psicologia via site www.cfp.org.br/selo. Essa reatualização
deverá ser sempre gratuita, e o novo certificado conferido trará a data de sua
concessão e prazo de validade. Os serviços em situação irregular não receberão a
revalidação do cadastramento.
VII. O psicólogo responsável pelo site deverá informar ao Conselho
Regional de Psicologia, via site www.cfp.org.br/selo alterações no serviço
psicológico prestado.
Art. 7º. Caso o Sistema Conselhos de Psicologia identifique, a qualquer
tempo, irregularidades no site que firam o disposto nesta Resolução, no Código
de Ética Profissional do Psicólogo e na legislação profissional vigente estará
configurada falta ética e o site será descredenciado.
Art. 8°. É permitido aos psicólogos que prestam os serviços indicados no
Art. 6° desta Resolução a cobrança de honorários desde que se respeite o Art. 20
do Código de Ética Profissional do Psicólogo que veda a utilização do preço como
forma de propaganda. Parágrafo Único - Caso o psicólogo queria prestar um
151
serviço gratuito, o mesmo deverá seguir o padrão de qualidade e rigor técnico que
trata essa Resolução sendo necessário seu credenciamento.
Art. 9°. Será mantida, pelo Sistema Conselhos de Psicologia, Comissão
Nacional de Credenciamento de Sites que além da avaliação dos sites,
apresentará sugestões para o aprimoramento dos procedimentos e critérios
envolvidos nesta tarefa e subsidiará o Sistema Conselhos de Psicologia a
respeito da matéria.
Art. 10º. Para realização do credenciamento de sites de que tratam os
artigos anteriores a Comissão Nacional de Credenciamento de Sites terá um
prazo máximo de 30 dias para encaminhar sua avaliação ao CRP.
I. Da data de recebimento do parecer da referida Comissão, o Plenário
do Conselho Regional de Psicologia terá o prazo máximo de 60 dias para efetuar o
julgamento.
II. Da decisão do CRP, as partes terão um prazo de 30 dias a contar da
data da ciência da decisão para interpor recurso ao Conselho Federal de Psicologia.
Art. 11º. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial a
Resolução CFP n.° 003/2000.
Art. 12º. Esta Resolução entra em vigor na dada de sua publicação.
152
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
153
Dobson, K. S. & Franche, R. L. A prática da terapia cognitiva. Em V. E. Caballo (ed.), 1996;
GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas. 200
PICON, P.; KNIJNIK, D. Z. Fobia Social. In: KNAPP, P. e cols. Terapia Cognitivo-
Comportamental na Prática Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004, p. 226-247.
154
SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Mário Fontes,
2003.
FIM DO CURSO
155
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENAL
Aluno:
93
EaD - Educação a Distância Portal Educação
CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
94
3.8 Princípios Fundamentais
A terapia cognitiva requer uma aliança terapêutica segura, por que muitos
pacientes têm dificuldade em confiar e trabalhar com seu terapeuta, assim este deve
demonstrar todos os ingredientes básicos necessários em uma situação de
95
aconselhamento, que são:
o Cordialidade;
o Empatia;
o Atenção;
o Respeito genuíno;
o Competência.
Demonstre fazendo declarações empáticas, escutando com atenção e
cuidado, resumindo cuidadosamente seus pensamentos e sentimentos e sendo
realisticamente otimista.
O terapeuta também deve pedir o retorno no final de cada sessão para
certificar-se de que o paciente se sentiu entendido em relação à sessão.
Deve-se tomar cuidado com pacientes com transtornos de personalidade,
pois estes necessitam maior atenção no que se trata de relacionamento terapêutico
e uma boa aliança de trabalho.
96
problemas, que seriam as metas.
O terapeuta deve ajudar o paciente a avaliar e responder a seus
pensamentos que interferem em suas metas e a avaliar a validade desses
pensamentos no consultório por meio de um exame de evidências.
Uma vez que o paciente reconhece e corrige a distorção em seu
pensamento, ele é capaz de beneficiar-se com a resolução de problemas
diretamente para melhorar seus relacionamentos.
Assim, o terapeuta presta atenção particular aos obstáculos que impedem o
paciente de resolver problemas e atingir metas por si mesmo.
Assim, percebemos que o terapeuta precisa conceituar as dificuldades
específicas do paciente e avaliar o nível apropriado de intervenção.
Educativa
97
A terapia cognitiva é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio
terapeuta e enfatiza prevenção da recaída.
Na sessão inicial o terapeuta deve educar o paciente sobre informações que
dizem respeito a seu transtorno, sobre o processo da terapia cognitiva, como a
terapia trabalha esse transtorno e sobre o modelo, como a terapia cognitiva
conduzirá o problema.
Assim, o paciente aprenderá a estabelecer metas, identificar e avaliar
pensamentos e crenças e planejar mudança comportamental, mas também
aprenderá como fazer isso sozinho e depois continuar sem a ajuda do terapeuta.
A terapia cognitiva visa ter um tempo limitado. O terapeuta tem metas para
serem trabalhadas com seus pacientes:
o Prover alívio de sintomas;
o Facilitar uma remissão do transtorno;
o Ajudar a resolver seus problemas mais prementes;
Assim pacientes com depressão ou transtornos de ansiedade são tratados
de 4 a 14 sessões, porém nem todos os pacientes fazem progresso suficiente em
apenas alguns meses. Alguns pacientes requerem um ou dois anos de terapia (ou
possivelmente mais) para modificar as crenças disfuncionais muito rígidas e os
padrões de comportamento que contribuem para a sua angústia crônica.
Sessões estruturadas
98
Paciente aprende a identificar e responder a pensamentos e crenças
Uso de técnicas
99
As pessoas muitas vezes tendem a cometer erros em seus pensamentos.
Percebemos que com frequência, há uma tendência sistemática negativa no
processamento cognitivo daqueles que estão sofrendo de algum mal-estar
psicológico. E a identificação dessas distorções cognitivas é essencial e muito
importante para sua correção. Veremos agora os erros ou distorções mais comuns:
Personalização;
Catastrofização;
Rotulação;
Magnificação/minimização;
Leitura mental;
Supergeneralização/hipergeneralização;
Desqualificando ou desconsiderando o positivo;
Declarações do tipo “eu deveria ou eu devo”;
Visão em túnel;
Vitimização;
Questionalização;
Pensamento do tipo tudo ou nada/polarização ou pensamento
dicotômico;
Raciocínio emocional;
Abstração seletiva;
Adivinhação;
Inferência arbitrária.
Personalização
100
Exemplo:
Meu amigo foi rude comigo, devo ter feito algo de errado;
Se algo de errado acontecer ao meu aniversário, a culpa será só minha.
Catastrofização
Knapp (2004) conceitua essa distorção como uma pessoa que pensa que o
pior de uma situação irá acontecer sem levar em consideração a possibilidade de
outros desfechos.
Ele afirma que é acreditar que o que aconteceu ou irá acontecer será terrível
e insuportável.
Os eventos negativos que podem ocorrer são encarados como catástrofes
intoleráveis, em vez de serem vistos em perspectiva.
Antecipar que as coisas, de qualquer maneira, vão dar errado, sem base
para isso.
Prever o futuro, antecipando problemas que podem não vir a existir.
Estabelece expectativas negativas como se já fossem fatos.
Exemplo: Eu sei que serei rejeitada;
Eu não suportarei a separação da minha mulher;
Se eu perder o controle, será o meu fim.
Rotulação
101
Magnificação/minimização
Leitura mental
De acordo com Knapp (2004) quando uma pessoa tem distorções desse
tipo, ela presume, sem evidências, que sabe o que outros estão pensando,
geralmente dela, desconsiderando outras hipóteses possíveis.
Exemplo: Tenho certeza que o professor está pensando que eu não estudei.
Ele não gostou da minha casa.
Supergeneralização ou hipergeneralização
102
É a tendência a rejeitar experiências ou fatos positivos por insistir que eles
não contam, por qualquer motivo.
Exemplo: Sou burra e fraca (mesmo depois de ter passado no vestibular e
ter se formado);
Eu fiz bem aquele projeto, mas isso não significa que eu seja competente,
eu apenas tive sorte.
Vitimização
103
É a tendência a considerar-se injustiçado ou não compreendido.
A fonte da maioria dos problemas geralmente é em razão aos outros ou por
algumas situações.
Há recusa ou dificuldade de se responsabilizar pelos próprios sentimentos
ou comportamentos.
Exemplo: Minha mãe não entende meus sentimentos;
Faço tudo pelos meus amigos, mas eles não me agradecem.
Questionalização;
Raciocínio emocional
104
É a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma verdade.
Pensa-se que algo deve ser verdade porque sente assim.
Nesse caso a pessoa com a distorção deixa o sentimento lhe guiar, ou seja,
guiam a interpretação da realidade.
Exemplo: Se eu sinto pânico aqui, é porque essa situação é mesmo
perigosa;
Eu sei que eu faço muitas coisas certas, mas eu ainda me sinto um fracasso.
Abstração seletiva
Adivinhação
Inferência arbitrária
105
Exemplo: Não sou atraente para as mulheres (após algumas tentativas
infrutíferas).
De acordo com Kaplan e Sadock (2003) que cita Aaron Beck e John Rush, o
perfil cognitivo de alguns transtornos psicológicos são os seguintes:
Transtornos
Conteúdo cognitivo
específico
Anorexia nervosa
Medo de ficar gordo e
1.
disforme.
Comportamento suicida
Desesperança e déficit na
2.
resolução de problemas.
106
5. Transtorno de ansiedade Medo de perigo físico ou
psicológico.
107
É preciso citar como é estruturada a sessão de TCC, segundo Rangé
(2001). A estrutura é a seguinte:
Revisão do humor, revisão da semana – checagem do humor para
monitoramento do progresso terapêutico;
Ponte com a sessão anterior – feedback do paciente acerca do que foi
aprendido na sessão anterior;
Revisão das tarefas;
Fazer a agenda dos tópicos importantes a serem discutidos na sessão
e trabalhar os itens da agenda;
Estabelecimento de novas tarefas de casa;
Resumo da sessão e feedback – o paciente é solicitado a resumir os
pontos principais que foram aprendidos e também revelar quais sentimentos
experimentou na sessão.
De acordo com a maioria dos autores, a sessão inicial de terapia tem várias
metas importantes. Knapp (2004) diz que é necessário, nessa sessão, revisar o
humor. Isso pode ser feito por meio de uma nota de zero a 10 para o humor, em que
zero indica nenhuma depressão ou ansiedade e 10 indica muita depressão e
ansiedade. Deve-se também revisar os acontecimentos bons e ruins que
aconteceram no intervalo dessas sessões, para que se dê prioridade a algumas
questões a serem trabalhadas.
Beck (1997) citado por Rangé (2001) cita questões como estabelecer
rapport, refinar a conceituação, socializar o paciente no processo e na estrutura da
terapia cognitiva, educar o paciente sobre o modelo cognitivo e sobre o seu
transtorno prover esperança e algum alívio de sintomas e também desenvolver uma
sólida aliança terapêutica e encorajar o paciente a aliar-se ao terapeuta para
alcançar metas terapêuticas são questões de suma importância a serem
trabalhadas.
108
Cada sessão deve dar um sentido de continuidade, então é muito importante
que o terapeuta faça perguntas como: O que você lembra-se de mais importante da
última sessão? Assim o paciente fará a interligação com a sessão passada sem
muita dificuldade. Alguns pacientes são muito esquecidos, nesses casos aconselha-
se trazer uma agenda ou caderno para que seja feita a anotação de pontos
importantes e com isso relembre mais facilmente a sessão anterior.
Segundo Knapp (2004) uma tarefa que não deu certo ou não alcançou o
resultado esperado traz muitas informações, pois ao se realizar a revisão da tarefa
se confirma se a direção e a marcha do trabalho terapêutico estão adequadas, ou
ao contrário ainda se faz necessário incrementar as habilidades e autoeficácia do
paciente, caso a tarefa não tenha seguido como se planejou.
É muito importante que o terapeuta sempre revise a tarefa de casa, pois
quando o terapeuta não revisa a tarefa e não extrai dela todo o aprendizado
possível, ou seja, quando o terapeuta mostra de forma mais clara o objetivo da
tarefa e como ela pode ajudar o paciente, estará reforçando no paciente a ideia de
que a tarefa não é importante.
Fazer agenda
109
Nesse tipo de terapia o paciente deve fazer resumos para que ele fortaleça o
que foi aprendido. Fazem-se os resumos periódicos ou capsulares, em que são
realizados ao longo da sessão e o resumo final, sendo relembradas as principais
descobertas. O terapeuta pode ajudar o paciente a fazer esses resumos com a
seguinte pergunta: O que você está levando da sessão de hoje? Onde segundo
Knapp (2004) devem ser resumidos as descobertas e aprendizados que ocorreram,
com conclusões e experimentos que irão confirmar e fortalecer os aprendizados.
Feedback da sessão.
Conceituação Cognitiva
Nome_________________________________________________
Idade:_________
Data: _________
110
Dados relevantes da infância
Crenças Centrais
Crenças Intermediárias
(Atitudes, regras, expectativas, suposições)
Estratégias Compensatórias
111
Situação: Situação: Situação:
112
Emoção Emoção Emoção
Nome: A.B.C
Idade: 18 anos
Data: 15/05/2005
113
Crenças Centrais
Sobre si:
Eu sou sozinho;
Eu sou inútil;
Sou infeliz.
Não sou amado.
Sobre os outros:
Sou louco;
Sou estranho;
Sou lesado.
Crenças Intermediárias
(Atitudes, regras, expectativas, suposições)
Estratégias Compensatórias
Fazer terapia;
Ler poetas tristes, como Augusto dos Anjos;
Isolar-se e não fazer amizades;
Beber para preencher o vazio que existe dentro de si;
114
Pensar muito em suicídio e ver como a única saída.
115
com a mãe e se isola isolar no quarto. Chorar.
mais ainda em seu quarto
para ouvir música.
Nome: _______________________________________________________
Idade: _____________
Data: ____________
116
Humor Pensamentos Distorções Evidências Evidências Pensamentos
Situação Automáticos Cognitivas Apoiadora Contrárias Alternativos Humor
s
Tabela de atividades
117
7-8
8-9
9-10
10-11
11-12
12-1
1-2
2-3
3-4 Estudo
R=2
P=1
4-5
5-6
6-7 Jantar
R=2
P=4
7-8
8-9
9-10
10-11
11-12 Dormir
12-1 ...
1-2 .
..
2-3 .
..
3-4 .
..
4-5 .
118
..
Mediante a tabela, terapeuta e cliente vão tirar conclusões sobre o que mais
o paciente faz por prazer de maneira a sentir-se realizado.
Notas de terapia
119
Notas de Terapia
Nome do paciente:
Data:
Sessão nº:
Escores objetivos: Algum teste que pode ter sido feito com o paciente
Roteiro do paciente:
Objetivos do terapeuta:
Tarefa de casa:
Este relatório foi extraído de Beck (1997), que segundo este a bibliografia foi
adaptada com permissão de Thomas Ellis.
120
2. Houve algo que incomodou você na última sessão? Qualquer
coisa que você esteja relutante em dizer?
Relatório de terapia
121
Guia para sessões de autoterapia
1. Estabelecer o roteiro:
Sobre os tópicos ou situações importantes eu deveria pensar?
122
4. Pense sobre tópicos/situações problemáticas atuais:
Como estou vendo isso realisticamente? Eu estou reagindo
exageradamente?
Há outro modo de ver isso?
O que eu deveria fazer?
Resolução de Problemas
123
Escolha da
Definição Pensamento Consequências
Pensamentos alternativa e
do alternativo Alternativas realistas de Reavaliação
automáticos plano de
problema realista cada alternativa
execução
FIM!
124