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A Quem Serve A.P.M ?

As Associações de Pais e Mestres nasceram com um objetivo mais amplo do que a


simples colaboração dos pais com o dinheiro para a manutenção da escola. Em 1931 as escolas
públicas do estado de São Paulo foram as pioneiras na incorporação das APMs em sua estrutura.
Lourenço Filho, então, diretor de ensino do Estado e adepto ao escolanovismo, iniciara o
processo. As APMs previam a colaboração dos pais, contudo baseado nas concepções da Escola
Nova e na crítica ao modelo Tradicional, elas propunham a discussão do ensino através de
reuniões com os pais e alunos, a promoção de campanhas e outras atividades educativas,
prevalecendo sempre o discurso da integração da escola com a comunidade e o incentivo de
melhorias a partir de iniciativas locais. Até aí a criação de APMs não era obrigatória, mesmo
porque já existiam nos estabelecimentos públicos de ensino primário a Caixa Escolar, que tinham
por objetivo apenas arrecadar fundos para a assistência de alunos carentes.
A APM viria a ser obrigatória com o regime militar, a partir de 1971, quando promulgada a
Lei de Diretrizes e Bases 5.692/71 dispondo no artigo 62 que: "Cada sistema de ensino
compreenderá, além de serviços de assistência educacional que assegurem dos alunos
necessitados condições de eficiência escolar, entidades que congreguem professores e pais de
alunos, com o objetivo de colaborar para o eficiente funcionamento dos estabelecimentos de
ensino". No mesmo ano o governo baixou um decreto regularizando as APMs fundindo às Caixas
Escolares.
O incentivo a legalização das APMs visava a suplementação dos recursos que o Estado
posteriormente sonegaria à escola pública. A APM tornava-se então, um mecanismo para reduzir
os gastos do Estado com o setor social com a demanda educacional e com a pressão popular
reivindicando a expansão do ensino público, ele se vê obrigado a fazê-la, porém a faz de modo
inadequado e precário. As APMs tiram do povo o dinheiro para remediar o descaso com a
educação no país. O Estado representando fundamentalmente o interesse das elites, desvia
completamente a proposta da APM de origem, de seus objetivos de integração e de ensino, estes
aparecendo apenas como formalismos. Não interessa ao Estado que a escola venha a ser um
espaço onde a população possa organizar-se para lutar por seus interesses.
O legado da ditadura nos deixou uma APM totalmente burocratizada. O diretor é o
presidente legal da APM e decide sobre a destinação e a administração da verba arrecadada.
Eleições e Assembléias são substituídas na prática pela indicação do diretor, dos pais que devem
compor a executiva, no intuito de assinalarem os papéis exigidos por lei. As reuniões que
estatutariamente devem ser realizadas no mínimo uma vez por mês são, muitas vezes,
convocadas uma ou duas vezes por ano, sempre pelo diretor e em horários de difícil acesso a
maioria dos pais que trabalham fora.
Além de tudo as APMs acabam por promover o acirramento das desigualdades entre
escolas da mesma rede a serviço de setores sociais diferentes, como diria profº Misael é a "escola
pobre para o pobre". Com a ausência de um amplo financiamento do Estado as escolas públicas
da periferia não conseguem extrair dos trabalhadores de baixa remuneração, contribuições
volumosas para fazer frente à falta de verbas. Ao contrário, escolas públicas que atendem alunos
de setores com maior poder aquisitivo conseguem contar com APMs mais ricas que podem dar
conta da manutenção e até financiar equipamentos e a infra-estrutura da escola com laboratórios,
biblioteca, etc. Os filhos da classe trabalhadora, no entanto, recebem uma estrutura precarizada
de ensino, na observância dos materiais didáticos, infra-estrutura e equipamentos essenciais para
o oferecimento de um ensino de qualidade.
Experiências de organizações populares que surgiram exatamente na luta contra os
abusos por parte de algumas direções escolares 1, que começaram a vincular o pagamento da taxa
da APM com a matrícula do aluno, desrespeitando a lei que coloca como facultativo o pagamento
dessa taxa, demonstraram uma grande salto qualitativo na própria organização da APM. Contudo,
esses pais ainda tomaram para si algumas das responsabilidades que são de cunho do Estado.

Bibliografia

RIBEIRO. Vera Masagão. Associação de Pais e Mestres In: Participação Popular e Escola
Pública: movimentos populares, associações de pais e mestres e grêmios estudantis. Cadernos
Cedi 19 São Paulo janeiro de 1989.

1
Movimento articulado em diversos bairros da Zona Leste de São Paulo contra o pagamento obrigatório da
taxa da APM.
Questões APM

1. Quais eram as expectativas diante do funcionamento e organização da


APM no início do estágio? Quais delas foram atendidas, não atendidas e
superadas? Justifique.

2. Como você enxerga os problemas suscitados a respeito da APM? De que


maneira seria possível resolvê-los?

3. Formule uma maneira possível de participação democrática envolvendo


pais, funcionários, professores e alunos na gestão da escola.

Questões Conselho de Escola

4. Quais eram as expectativas diante do funcionamento e organização do


conselho de escola no início do estágio? Quais delas foram atendidas, não
atendidas e superadas? Justifique.

5. Como você enxerga os problemas suscitados a respeito do conselho de


escola? De que maneira seria possível resolvê-los?

6. Formule uma maneira possível de participação democrática envolvendo


pais, funcionários, professores e alunos na gestão da escola.

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