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PROFESSOR DE ESTABELECIMENTO PARTICULAR

Legislação, Jornada, Horas Extras, DSR, Faltas, 13° Salário, Férias e Aviso Prévio.
Publicado por Vitor Pécora há 3 anos

1. INTRODUÇÃO
O objeto do estudo é o professor de estabelecimento particular. Nele veremos qual legislação
aplicável a este profissional, os requisitos à prática do magistério, peculiaridades referentes ao contrato
de trabalho, bem como a jornada especial e intervalos concedidos.
1.1. Legislação Aplicável
Quanto a legislação aplicável ao professor de estabelecimento particular, encontraremos uma seção
específica na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a qual abrange os artigos 317 aos 323. Ainda,
sobre o tema, temos as Súmulas 10, 351 e 372 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), bem como as
OJ-SDI1 nº 206, 244 e 393 do TST.

2. REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO


O artigo 317 da CLT assim estabelece:
“O exercício remunerado do magistério, em estabelecimentos particulares de ensino, exigirá
apenas habilitação legal e registro no Ministério da Educação”.
Logo, entende-se que para o exercício como professor em estabelecimento particular de ensino
deve existir os seguintes requisitos:
 habilitação legal, ou seja, graduação em ensino superior;
 estar devidamente registrado no Ministério da Educação.
Cabe salientar que, se restar ausente um dos requisitos, não haverá o enquadramento do
profissional na categoria pretendida.
Neste sentido, a título exemplificativo, a jurisprudência:
MONITOR DE INFORMÁTICA - ENQUADRAMENTO COMO PROFESSOR -
AUSÊNCIA DE HABILITAÇÃO LEGAL E REGISTRO NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO -
ART. 317 DA CLT. Consoante estabelece o artigo 317 da CLT, o exercício remunerado do
magistério, em estabelecimentos particulares de ensino, exige a habilitação legal e o registro no
Ministério da Educação. No caso, as instâncias ordinárias, responsáveis pela análise fático-probatória,
evidenciaram não haver prova da habilitação do Reclamante junto ao Ministério da Educação. Assim,
ausente o requisito estabelecido em lei, não há como enquadrar na categoria profissional pretendida o
Empregado contratado como monitor de informática. Recurso conhecido e desprovido (TST -
RECURSO DE REVISTA RR 284001920035150085 28400-19.2003.5.15.0085 - Data de publicação:
09/02/2007).

3. JORNADA DE TRABALHO ESPECIAL PARA OS PROFESSORES DE


ESTABELECIMENTO PARTICULAR
Sabe-se que horário de trabalho é aquele que se compreende entre o início de uma jornada de
trabalho até o término desta, acompanhado dos intervalos concedidos no decorrer deste horário.
Enquanto que jornada de trabalho, é o tempo efetivo de trabalho, ou seja, é o tempo em que o
empregado está à disposição de seu empregador, assim como previsto no artigo 4º da CLT.
De acordo com o artigo 318 da CLT, o limite máximo da jornada de trabalho do professor que
exerce sua profissão em um estabelecimento particular é de no máximo 04 aulas consecutivas e de até
06 aulas intercaladas.
Cabe ressaltar que a limitação especial da jornada de trabalho do professor, acima mencionada,
refere-se apenas ao âmbito do mesmo estabelecimento de ensino particular, portanto, não há
impedimento que o professor lecione em outros estabelecimentos além deste limite.

4. REMUNERAÇÃO
No que tange a remuneração, deve-se observar o “Princípio da Condição Mais Benéfica”, ou
seja, o estabelecimento de ensino particular deve primeiramente verificar o piso da categoria, caso este
não exista, observa-se o piso estadual e, por último, na ausência deste é que irá observar o salário
mínimo federal.
O artigo 320 § 1º da CLT, prevê que o mês para o professor que exerce sua profissão em
estabelecimento particular possui quatro semanas e meia.
Deste modo, para encontrar o salário referente às horas ministradas pelo professor de escola
particular, deve-se multiplicar o número de aulas semanais por 4,5, o resultado encontrado é o total de
aulas que, por sua vez, devem ser multiplicadas pelo valor hora-aula.
Assim teremos como salário-base referente as aulas lecionadas no mês a seguinte fórmula:
Valor mensal das aulas ministradas = (nº de aulas semanais X 4,5 X valor da hora-aula).
Conforme a OJ-SDI1 nº 393, é devido um salário mínimo integral para o professor que
trabalhar no limite máximo da jornada prevista no artigo 318 da CLT, na medida em que não se deve
realizar o pagamento proporcional conforme a jornada prevista no artigo 7º, XIII da Constituição
Federal, nos termos da Orientação Jurisprudencial:
OJ-SDI1-393: PROFESSOR. JORNADA DE TRABALHO ESPECIAL ARTIGO 318 DA
CLT. SALÁRIO MÍNIMO. PROPORCIONALIDADE. A contraprestação mensal devida ao
professor, que trabalha no limite máximo da jornada prevista no artigo 318 da CLT, é de um salário
mínimo integral, não se cogitando do pagamento proporcional em relação à jornada prevista no artigo
7º, XIII da Constituição Federal.

5. HORAS EXTRAS
Quando o professor de estabelecimento particular exercer uma jornada além daquela que está
prevista no artigo 318 da CLT, deverá receber no mínimo o adicional de 50%, conforme estabelecido
na Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XVI. Porém, quando houver a previsão de um
adicional maior estipulado por convenção coletiva ou acordo coletivo, estes devem ser utilizados para
remunerar uma jornada superior à do artigo 318 da CLT.
Assim, quando o professor lecionar mais de 04 aulas consecutivas, ou então mais de 06 aulas
intercaladas no mesmo estabelecimento, estas horas que se excederam a jornada serão pagas como
horas extras. Neste sentido, encontra-se a OJ-SDI1 nº 206 do TST:
OJ-SDI1-206 PROFESSOR. HORAS EXTRAS. ADICIONAL DE 50%. Excedida a
jornada máxima (artigo 318 da CLT), as horas excedentes devem ser remuneradas com o adicional de,
no mínimo, 50% (artigo 7º, XVI, CF/1988).
5.1. Atividades Extraclasse
A atividade extraclasse é aquela inerente ao trabalhador docente. São aquelas que estão sob a
responsabilidade do professor, porém, fora dos horários em que está ministrando as aulas. Melhor
explicando, são as horas destinadas para a correção de provas, preparação de aula, preenchimento de
diário de classe, entre outras atribuições deste gênero que são próprias do professor, todavia, neste
período em que o professor despende destas atividades, não é considerado como período
extraordinário, sob a justificativa de que tais atividades não são realizadas durantes as aulas que são
ministradas.
Porém, cabe verificar junto ao sindicato da categoria, pois alguns preveem um adicional
referente a atividades extraclasse, atividades estas que também são denominadas como “hora-
atividade” por alguns sindicatos.

6. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (DSR)


Conforme estabelece o artigo 319 da CLT, a regência de aulas e o trabalho em exames em
domingos é vedado para os professores de estabelecimento particular.
Deste modo, o descanso semanal deverá necessariamente ser aos domingos.
6.1. Cálculo do Descanso Semanal Remunerado
Quando ao cálculo do DSR (descanso semanal remunerado), a Súmula 351 do TST determina
que o professor que recebe salário mensal com base na hora-aula, terá como acréscimo 1/6 para fins de
remunerar o DSR, bem como, deverá considerar o mês de quatro semanas e meia.
Assim, para calcular o valor total dos DSRs mensais do professor de estabelecimento de
particular, deve somar o número total de horas trabalhadas multiplicar pelo valor pago pela hora, o
resultado da multiplicação deve ser dividido por 06 (seis) e novamente deve multiplicar por 4,5
(referente ao número de semanas mensais estipuladas para o professor conforme artigo 320 § 1º da
CLT) e da Súmula 351 do TST (prevê o acréscimo de 1/6 para o cálculo do DSR) encontraremos o
valor total mensal do DSR.
Portanto, o cálculo para encontrar todos os DSRs do mês será da seguinte forma:
(nº de horas x valor da hora) / 6 x 4,5 = DSR mensal do professor de estabelecimento particular.
Para calcular o valor de apenas um DSR o cálculo será da seguinte maneira:
(nº de horas x valor da hora) / 6 = valor de um DSR.

7. ABONO DE FALTAS - ARTIGO 473 DA CLT


Outra peculiaridade que o professor de estabelecimento particular possui em relação aos demais
trabalhadores, é quanto aos abonos de faltas em duas situações em que houver falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência
social, viva sob sua dependência econômica e na situação em que se casar.
Isso porque, o artigo 473 da CLT prevê que o empregado celetista em geral poderá deixar de
comparecer ao serviço sem prejuízo do salário, por 02 dias consecutivos no caso de falecimento do
cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e
previdência social, viva sob sua dependência econômica, e por 03 dias consecutivos em virtude de
casamento.
Porém, em relação ao professor de estabelecimento particular, para ambos os casos falecimento
ou casamento, ele terá direito a 09 dias de abono de faltas, em conformidade ao artigo 320 § 3º da
CLT, vejamos:
Artigo 320: A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulas semanais, na
conformidade dos horários.
(...);
§ 3º: Não serão descontadas, no decurso de 09 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo de
gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.
Em relação as outras faltas justificadas que estão previstas no artigo 473 da CLT, estas também serão
aplicadas aos professores, a não ser que exista outra previsão em convenção coletiva da categoria ou
acordo coletivo de trabalho da categoria (artigo 7º, XXVI da Constituição Federal).
Ainda, deve-se observar que os dias de abono são referentes aos dias de trabalho efetivos, não em dias
que não há obrigatoriedade de trabalho.

8. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO DO PROFESSOR DE ESTABELECIMENTO


PARTICULAR
Em conformidade ao artigo 2º do Decreto nº 57.155/1965, o 13º salário do professor de
estabelecimento particular será calculado com base no número de aulas que este ministrar.
8.1. Décimo Terceiro Salário 1ª parcela
O cálculo da primeira parcela do décimo terceiro salário se dará da seguinte maneira:
1) soma todas as aulas ministradas até o anterior ao pagamento da 1º parcela (artigo 3º, § 1º do
Decreto nº 57.155/1965);
2) o resultado será dividido pelo total de meses trabalhados;
3) o resultado anterior será multiplicado pela quantidade de horas aulas e pelo valor da aula
quando do pagamento da 1º parcela do 13º, incluindo a média dos DSRs;
4) após, divide-se o resultado anterior por 2 (Assim teremos a parcela correspondente a 50% -
cinquenta por cento). Deste modo, encontraremos o valor da primeira parcela referente ao 13º do
professor de estabelecimento particular.
8.2. Décimo Terceiro Salário 2ª parcela
Para o cálculo da segunda parcela referente ao décimo terceiro salário, este, deve ser realizado
da seguinte maneira:
1) somar o número total de aulas lecionadas até o mês de novembro;
2) após, divide-se pelo total de meses efetivamente trabalhados até o mês de novembro,
encontrando-se assim a média da quantidade de horas-aula;
3) esta média encontrada, deve ser multiplicada pelo valor da aula (valor pago no mês de
recebimento da segunda parcela do 13º salário), com a inclusão do DSR;
4) do valor anteriormente encontrado, deve ocorrer o desconto referente a 1ª parcela, o valor do
INSS (artigo 214, § 6º, do Decreto nº 3.048/99) e IRRF (artigo 16, inciso II da Lei nº 8.134/1990),
quando for o caso de incidência.
9. FÉRIAS
Inicialmente cabe esclarecer a diferença entre recesso escolar (férias escolares) e férias
propriamente ditas (prevista nos artigos 129 a 134 da CLT).
Férias escolares ou recesso escolar é o período em que não há aulas escolares, que ocorre em
julho e dezembro, decorrentes de calendário escolar, constituindo interrupção da atividade do
estabelecimento de ensino, gerada por peculiaridade da atividade econômica.
Conforme o artigo 322 da CLT, neste período de férias escolares será assegurado aos
professores o pagamento, na mesma periodicidade contratual, da remuneração por eles percebida, na
conformidade dos horários, durante o período de aulas.
Embora seja período de férias escolares, e não seja o momento em que os profissionais
lecionem, pode ser exigido destes a realização de trabalhos como planejamento escolar, recuperação de
alunos, exames, entre outros, na medida em que o professor não estará de férias (período
compreendido como interrupção contratual em que o empregado não trabalha) mas, é remunerado
conforme os artigos 129 aos 134 da CLT.
Porém, é comum os empregadores coincidirem as férias escolares com as férias previstas no
artigo 129 da CLT (dos empregados), mas, cabe ressaltar que no período de gozo das férias não pode
ser exigido qualquer serviço ao professor mesmo que consista em correção de exames, ou qualquer
outro inerente à sua profissão, isso porque é o período destinado ao seu descanso, sendo vedada a
realização de qualquer função, ou seja, férias individuais devem ser usufruídas e não trabalhadas.
Caso o contrato de trabalho do professor seja rescindido no final do ano letivo ou no curso das
férias escolares, ele terá direito ao salário previsto no artigo 322, “caput” e § 3º da CLT, até o fim das
férias escolares, bem como fará “jus” ao recebimento do salário sem prejuízo da percepção do aviso
prévio, conforme a Súmula nº 10 do TST.

10. AVISO PRÉVIO


Conforme visto no tópico anterior, caso seja rescindido o contrato de trabalho do professor de
estabelecimento particular no final do ano letivo ou então no período de férias escolares, o profissional
terá direito a receber o salário previsto no artigo 322, “caput” e § 3º da CLT, bem como o aviso prévio,
uma vez que o pagamento das férias escolares e do aviso prévio constituem prestações distintas.
Assim, de acordo com a Súmula nº 10 do TST, são garantidos aos professores dispensados nas férias
escolares, além das verbas rescisórias (que inclui o aviso prévio), os salários correspondentes entre o
término de um ano letivo e o início do subsequente.
“SÚMULA Nº 10 DO TST: PROFESSOR. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. TÉRMINO
DO ANO LETIVO OU NO CURSO DE FÉRIAS ESCOLARES. AVISO PRÉVIO. O direito aos
salários do período de férias escolares assegurado aos professores (art. 322, caput e § 3º, da CLT) não
exclui o direito ao aviso prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa ao término do ano letivo ou no
curso das férias escolares.
10.1. Aviso Prévio Proporcional
A Lei nº 12.506/2011 regulamentou o artigo 7º, inciso XXI da Constituição Federal, e prevê
que os empregados com menos de 01 ano de contrato laboral terão direito ao aviso prévio de 30 dias. E
a cada ano completo de trabalho na mesma empresa serão acrescidos 3 dias. A referida legislação é
aplicável aos professores de estabelecimento particular de ensino.
Portanto, o professor terá o aviso prévio proporcional, havendo uma variação de 30 a 90 dias,
dependendo do tempo de seu contrato de trabalho com o estabelecimento particular.

Fonte: ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA

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