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Curso de Historia
Graficamente:
Y
k l
a b c d e f g h i j x
mn o p
No eixo dos “yy” foram assinaladas as intensidades sucessivas da necessidade.
No eixo dos “xx” foi assinalado o emprego sucessivo das doses do bem aplicadas.
A utilidade total seria: a + b + c + d + e + f + g + h + i + j + k + l, isto é, a soma de todas as doses
empregues até atingir o ponto de saciedade.
Mas, porque os bens económicos são escassos, na maior parte das vezes o sujeito económico em
questão não poderá dispor da utilidade total, ou seja, não poderá atingir o ponto de saciedade. E,
desde que não alcance a saciedade, a última dose empregue terá ainda uma utilidade positiva.
Essa última dose empregue designa-se por dose marginal, final ou limite.
Poderá, pois, definir-se como sendo utilidade marginal a utilidade correspondente à última dose
de um bem empregue na satisfação de uma necessidade, ou a utilidade da última dose de um bem
disponível para satisfação de uma necessidade.
Concepção marginalista
Na concepção marginalista é a utilidade marginal que fixa o valor de cada uma das doses
empregues ou disponíveis, porquanto sendo todas essas doses iguais, qualquer delas terá o valor
da dose marginal.
Custo económico
Noção de custo económico
A utilidade dos bens económicos tem o seu reverso no respectivo custo de aquisição. Esse custo
é da mesma natureza dos bens económicos: quando não custam a adquirir são livres, ou “não
económicos”.
O custo de um bem económico é constituído pelas renúncias, pelo cansaço, pelo sofrimento que
o homem tem de suportar para adquirir esse bem.
No custo integram-se dois elementos: um positivo – correspondendo à energia desenvolvida para
a obtenção do bem; Outro negativo, correspondendo à renúncia a prazeres, ao repouso que o
esforço desenvolvido impõe.
Tal como a utilidade, também o custo é, essencialmente, subjectivo. Varia de indivíduo para
indivíduo, segundo a sua aptidão física e a sua conformação psicológica.
Desutilidade, desutilidade marginal e utilidade ponderada
A sensação penosa que acompanha o desenvolvimento de uma actividade orientada para a
produção de bens económicos designa-se por desutilidade.
Tal como a utilidade varia, à medida que se satisfaz uma necessidade, também a desutilidade
varia, com o prolongamento do esforço desenvolvido.
Mas, enquanto a utilidade decresce com o emprego de doses sucessivas do bem, a desutilidade
aumenta com a continuidade do esforço.
Representando a curva de utilidade e a correspondente curva de desutilidade obter-se-á o gráfico
seguinte:
a b c d e f g h i j
a b c d e f' g h i' j'
' ' ' ' ' ' ' X
Para produzir a dose a de um certo bem, um sujeito económico teve de suportar o esforço a’.
Para produzir a dose b, o esforço suportado foi b’. A partir da dose d, a utilidade das doses
sucessivas passou a diminuir enquanto os esforços continuaram a crescer. A partir de certo
momento o esforço consentido para produzir nova dose desse bem iguala-se à sua utilidade (e =
e’). A partir desse momento não interessa produzir esse bem porque a sua utilidade não cobre o
seu custo. A produção económica deixa de ter interesse.
Da relação estabelecida entre utilidade e desutilidade resulta o conceito de utilidade ponderada
que é a razão cujo numerador é a utilidade e cujo denominador é a desutilidade, ou custo (u/d).
Quando esta relação é igual ou inferior a 1 deixa de haver motivos económicos para a produção.
À semelhança da utilidade, pode-se também distinguir uma desutilidade inicial, uma desutilidade
total e uma desutilidade marginal. A desutilidade inicial corresponde ao esforço despendido para
a produção da primeira dose do bem. A desutilidade total corresponderá ao somatório dos
esforços despendidos para a produção de todas as doses (a’ + b’ + c’ + ... + j’). A desutilidade
marginal, ou custo marginal, corresponderá ao esforço despendido na laboração da última dose
do bem (j’).
Valor económico
O problema do valor
Diz-se que o valor é uma relação entre um sujeito e um bem. Outras vezes diz-se que se trata da
apreciação de um sujeito económico, ou grupo social, sobre determinado bem. Assim, o
problema do valor consistirá em determinar os factores de que depende esses juízo.
Certas opiniões defendem que tal apreciação depende do custo, outras da utilidade, outras ainda
do conjunto (custo e utilidade).
A teoria económica contemporânea orienta-se, de preferência neste sentido.
Valores de uso e de troca
O conceito de valor não é unívoco: pode-se distinguir valor de uso e valor de troca.
O valor de uso situa-se no plano individual, subjectivo. Trata-se da apreciação de uma pessoa
sobre o interesse que para ela oferece um certo bem.
O valor de troca corresponde a uma apreciação comum, de uma generalidade de indivíduos,
acerca do interesse que um bem terá para cada um deles e para todos. Se o bem interessa a
vários, aquele que o possui poderá trocá-lo. Daí a designação de valor de troca.
Explicação do valor pela utilidade
Segundo esta teoria a medida do valor de um bem é dada pela sua utilidade
Contudo, esta teoria é criticada suscitando o designado “paradoxo do valor”: se o valor dos bens
dependesse da sua utilidade, a água ou o pão seriam mais valiosos que o ouro e os diamantes.
Explicação do valor pela utilidade e pela raridade
Segundo esta teoria, para além da utilidade, os bens têm valor porque são raros. Assim, um
diamante seria mais valioso que um pão porque, embora menos útil, é mais raro.
A teoria do valor económico intrínseco
De acordo com esta teoria os bens económicos teriam um valor próprio, intrínseco à sua natureza
e não à raridade relativa, ou a qualquer apreciação humana sobre a sua utilidade. Esse valor seria
medido pelo poder produtivo da terra e do trabalho.
Noção clássica de valor económico
Os economistas clássicos, afastando-se das teorias segundo as quais o valor dos bens assenta na
utilidade, concluíram que o valor dos bens só pode depender do custo de produção.
Relativamente aos bens não reprodutíveis (obras de arte, peças de colecção, etc.), o seu valor
dependeria da raridade e dos gostos.
Os bens reprodutíveis teriam um valor corrente – fixado nos mercados e corresponderia ao seu
preço – e um valor normal (coincidente com o custo de produção). O valor corrente tenderia a
aproximar-se do valor normal e coincidiria com o mais alto custo de produção.
Teoria do custo de reprodução
Segundo esta teoria o custo de reprodução constitui um facto histórico, pertence ao passado. E,
por isso, não determinará o valor dos bens. Se for possível, no futuro, produzir os mesmos bens a
um custo inferior será esse custo menor (custo de reprodução) que há de fixar o valor. Mas, se
pelo contrário, esse custo futuro previsível for maior, também esse há de determinar o valor dos
bens já produzidos no passado.
As concepções marginalistas do valor
Para esta corrente, o valor dos bens é determinada pela sua utilidade marginal.
A concepção marginalista permitiu explicar como se combinam os elementos de utilidade e
raridade na determinação do valor económico.
Os marginalistas, em oposição aos clássicos, procuraram definir o valor pelo prisma da procura
A visão marxista do valor
Os marxistas explicam o valor dos bens pela quantidade de trabalho neles incorporada. O capital,
a terra e o valor da empresa contribuem apenas por força de instituições jurídicas vigentes em
regime capitalista e não por imposição de realidades económicas. Para eles o único factor de
produção é o trabalho.
As teorias sincréticas do valor
Na actualidade, as soluções pragmáticas do problema do valor implicam uma visão sincrética,
dependendo tanto da utilidade como do custo. As economia monetáriasprojectam,
necessariamente, o valor dos bens no plano dos preços que se estabelecem nos mercados. Esses
preços resultam de um encontro entre vendedores e compradores, entre a oferta e a procura. Os
vendedores estão limitados na sua aceitação dos preços, ao custo dos bens enquanto que os
compradores estão limitados à utilidade que esperam desses mesmos bens.
Hoje é praticamente ponto assente que, sendo o preço a expressão monetária do valor, as causas
das variações dos preços hãode coincidir com as causas das variações do valor.
O valor resultará, assim e também, das pressões da oferta, da procura, do custo (que condiciona a
oferta) e da utilidade (que condiciona a procura).
1
- Já era essa a ideia de Aristóteles, para o qual a escravatura só se deveria admitir, quando necessária,
justa e útil, na base de um interesse comum, de uma reciprocidade benévola.
2
- Enquanto que os escravos tinham um senhor sobre quem recaía a responsabilidade de os alimentar e
abrigar, os trabalhadores livres, realizadas as suas tarefas não tinham quem deles cuidasse,
particularmente nas épocas em que faltasse o trabalho.
realizasse como forma de protecção do escravo, como um meio de integração social progressiva
e nunca como um meio de exploração.
Foi em relação aos regimes de propriedade e do trabalho que o cristianismo exerceu mais directa
influência no plano dos problemas económicos. Mas a concepção de vida cristã projectou-se em
todos os aspectos da actividade económica.
As doutrinas do justo preço e do justo salário
Através dos seus estudos de Moral e de Direito os escolásticos desenvolveram as doutrinas
medievais do justo preço e do justo salário.
O justo preço constitui a remuneração equitativa, correspondente ao serviço prestado pelo bem
vendido ao respectivo comprador e que permite também ao vendedor que o produziu e que vive
dessa actividade manter um nível de vida conveniente segundo a sua condição.
O justo salário será aquele que permita ao trabalhador e à sua família viverem em harmonia
com a sua condição, com margem bastante para constituir pequenos pecúlios destinados a cobrir
eventualidades futuras.
Estes dois conceitos obedecem a preocupações, dominantes na idade média, de moderação nos
gozos materiais. Tal moderação não exclui modificações de nível económico, em função de
mudanças de condições sociais. Mas essas mudanças deviam processar-se em benefício da
comunidade, como recompensa e estímulo pelos serviços prestados à sociedade e deveriam
servir também o interesse geral.
A condenação do juro
A igreja cristã condenou o juro porque este transformaria a moeda, de simples intermediário
geral das trocas, em uma fonte de rendimentos, pela utilização de um bem comum dado a todos
os homens – o tempo.
Segundo os doutores da igreja, o juro era algo contra natura e contrário à caridade cristã. Ele
constituiria uma forma de exploração do pobre pelo rico.
As razões de ordem pragmática da condenação do juro encontram cobertura doutrinária na
afirmação “pecunia non paritpecuniam”3.
É importante ressaltar que a condenação do juro respeitou sempre a bens fungíveis, a capitais
circulantes, em especial à moeda. Quanto aos bens não fungíveis (substituíveis), aos capitais
fixos (casas, oficinas, etc.) sempre se admitiu que fossem alugados e por essa via produzissem
rendimento 4.
3
- Que significa literalmente “moeda não gera moeda”.
4
- Mesmo relativamente a capitais circulantes a igreja admitiu que certas circunstâncias, alheias à
natureza do empréstimo, justificavam o direito do credor a uma compensação. Essas
circunstâncias estariam relacionadas com as hipóteses de “damnumemergens” (prejuízo
resultante do empréstimo) e “lucrumcessans” (perda de lucro como consequência do
empréstimo).
O valor da moeda na doutrina medieval
Entre os problemas que mereceram interesse no pensamento medieval contam-se os monetários.
A obra de D. Nicolau Oresme (séc. XIV) revela sólidos conhecimentos acerca das funções da
moeda, dos materiais em que deve ser cunhada, da sua forma, do poder de emissão, das
possibilidades de alteração do respectivo valor e dos limites impostos a essas possibilidades.
Desta base concluiu Nicolau Oresme da injustiça das alterações do valor da moeda de que
resultassem rendimentos para o monarca, porque seriam resultantes do empobrecimento dos
súbditos. Tal conclusão levou a uma condenação mais veemente do que a que incidia sobre a
usura porque tal prática seria menos perceptível e por isso mais perigosa. Alterar o valor da
moeda seria no entender de Nicolau Oresme coisa própria de tiranos.
Com este entendimento, Nicolau Oresme rejeitou a concepção nominalista da moeda segundo a
qual o seu valor provém do poder político que envolve o direito de cunhá-la. À moeda
corresponderia um valor intrínseco, correspondente ao da mercadoria nela incorporada (teoria
metalista).
O pensamento económico de IBN KHALDÜN
A literatura árabe não oferece, pelo menos até há relativamente pouco tempo, grande campo de
investigação sobre temas económicos. Mesmo os filósofos árabes que mais se mostraram
influenciados por Aristóteles não se ocuparam de questões económicas. Exceptua-seIbnKhaldün
para quem a sociedade é um fenómeno natural que depende de dois factores determinantes: a
segurança e a economia.
Tendo atribuído tal importância à economia, usou também um critério económico para dividir a
população por três tipos: os artífices – habitando as cidades constituiriam núcleos decadentes,
debilitados pelo sedentarismo e pelas comodidades da vida citadina 5; ii) os agricultores; iii) os
nómadas.
IbnKhaldün mostrou-se favorável a uma estrutura económica estável, defendeu o padrão
metálico da moeda e as restrições ao crédito. Em relação às indústrias preconizou que fossem
rigorosamente regulamentadas, por forma a deixar pequena margem à inciativa privada. Parecia
recear que o progresso económico acarretasse, inevitavelmente, a corrupção e o despotismo, já
que, segundo ele, o homem teria sempre que escolher entre a independência na pobreza e a
abundância na submissão.
Na base da sua concepção sociológica de base económica atribuiu as características psicológicas
dos povos às suas condições materiais de vida e este foi o ponto em que o pensamento
económico de I. Khaldün mais se aproximou do marxismo.
5
- O juízo desfavorável de IbnKhaldün em relação às cidades levou-o a aconselhar aos nobres e aos
guerreiros que não as habitassem, para não perderem nem as suas virtudes nem o respeito da
população.
A evolução dos condicionalismos económicos medievais
A época medieval, principalmente a europeia, é caracterizada pela existência de estruturas
fechadas, de base acentuadamente agrícola. A origem dessas estruturas encontra-se nas invasões
de povos bárbaros e na instabilidade social subsequente. A insegurança conduziu ao
encerramento dos mercados, tornando os movimentos comerciais muito limitados. O
enraizamento dos povos bárbaros e a sua conversão ao cristianismo nas diversas regiões do
império romano não pôs termo à insegurança. Resultam dessa insegurança e instabilidade o
feudalismo e a economia de castelo.
Enquanto os tempos eram extremamente incertos, só as muralhas dos castelos senhoriais
ofereciam às populações vizinhas garantias mínimas. O domínio senhorial constituía um centro
produtor e consumidor.
Mas os tempos melhoraram e os períodos de paz tornaram-se mais longos e estáveis. Com eles a
organização feudal policiou caminhos e aniquilou, ou comprou a paz com povos inimigos.
Nalguma regiões a organização feudal e a acção do cristianismo permitiram a formação de
cidades que já não eram de base militar. Nessas cidades, artesãos e comerciantes alinharam as
suas tendas e oficinas deixando de produzir exclusivamente para o senhor feudal, recebendo
encomendas de diversos consumidores.
As cruzadas abriram novas perspectivas a essas cidades de comerciantes. Tinham dado a
conhecer à Europa os produtos do Oriente. A obtenção desses produtos porém, implicava que se
aumentasse a produção europeia para possibilitar as trocas.
A esta fase de relativa segurança e incremento da produção das trocas e do consumo,
corresponde, no Ocidente, à organização corporativa. A Idade Média não foi favorável a
actividades económicas alheias a regras de disciplina. Pretendia-se que os artífices dessem
garantias de idoneidade profissional e fossem moderados nos ganhos, subordinados ao princípio
do preço justo. Mas nem sempre foi possível assegurar as condições de disciplina corporativa da
produção. Os germes do capitalismo que já tinham abalado a cidade antiga foram conhecidos na
Idade Média. E aqueles mesmos germes capitalistas haviam de contaminar as sociedades cristãs
através da Renascença e da Reforma, nos séculos XV e XVI.