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DESAFIOS DA RELAÇAO
MUSEU-ESCOLA
Educaqão em museus, além de complementar o curLiculo formal, é
exercício de afetividade e preservação da memória e do
patrimônio cuItural
Essa foi a conclusão de um cuidadoso ca, muitas vezes porque as expectativas dos
estudo realizado sobre a aprendizagem de alunos e dos professores são diferentes das
conceitos físicos (movimento e astronomia) propostas pela equipe do museu. Os brin-
em dois museus de ciencia norte-america- quedos montados ao ar livre, que possibili-
nos. Ele indicou que a visita ao museu pro- tariam a percepção de leis naturais vividas
duz aprendizagem (çognitiva), porém tanto fisicamente, perderam-se na extrema des-
quanto uma aula do mesmo assunto. A dife- contração dos alunos e/ou no rigor dos pro-
rença está no ganho afedvo, pois a visita h fessores. Os monitores, que só deveriam
exposição gerou maior interesse dos alunos intervir quando solicitados pelos alunos,
em aprender mais e foi considerada mais foram transformados em dernonstrado-
divertida por eles3. resloperadores de brinquedos, fazendo
explicações sistemáticas sobre seu funcio-
namento e princípios físicos.
EDUCADORES DE MUSEUS E Depois de realizar avaliações com pro-
PROFESSORES: DESAFIOS fessores e algumas atividades externas ao
DA INTEGRAÇÃO MAST, elaborou-se um novo projeto
museológico (1990) no qual se incorporava
Para percebermos os ganhos (sejam o acervo histórico 5 exposição. Propunha-se
afetivos dou cognitivos) de uma visita de o atendimento ao público, especialmente
escolares ao museu precisamos conhecer escolar; observação do céu e eventos astro-
como se dá esse processo na prática. Quan- nômicos; laboratórios didáticos de ciência;
do nos deparamos com a realidade da visita projeto brincando com a ciência, cursos e
escolar ao museu, começamos a visualizar seminários.
várias dificuldades para a realização deste Para a equipe do MAST era fundamen-
processo educativo. Citaremos a. seguir três tal a preparação da visita em conjunto com o
pesquisas, feitas em museus brasileiros, que professor. Foi estabelecido o atendimento a
evidenciaram a distância entre aquilo que o professores, quando eram mostrados videos,
professor e o educador de museu propõem e realizadas discussões e visita a laboratório,
o que ocorre objetivamente no desenrolar orienaaçno para preparação dos alunos, além
das visitas. de definição dos objetivos e roteiros das visi-
tas. Cazelli verificou que poucos professores
Museu de Astronomia e Ciências afins: utilizavam o material cedido pelo MAST
Ciências Exatas para preparar seus alunos.
S. FREIRE. Beatri7. M. O encontro museulescola: o que \e diz e o que se faz. Rio de Janeim, PUC-RI. 1992. p.50-51. (Dis-
hertaçio de Mesimdo).
6. FREIRE. Beatriz M. op. rir.
7. AI-MEIDA. A. M. A relaqgo do p6blico com o Museu do Instituto ButantZc análise da exposição "Na naturpza não exis-
tem tilíws". São Paulo. LCA-'USP. 1995. (Dissertaqáode Me~tradnj.
54 Desafios da relação museu-escola
8.GRUNBERG, E. Edura@o Patrimonial - Utilimç5o dos bens culturais como recursos educacionais. (Apreentada no En-
contra de Museus do Mercosul), São Miguel, RS, 1995.
9.ALENCAR, V. Museu-FAuca@o: se faz caminho ao andar. .. Rio de Janeiro, Faculdade de Educaçfio da PUC-RJ, 1987.
p.3 1. (Dissenação de Mestrado).
Comunicação 81 EducaçZio, São Paulo,I 101: 50 a 56,set./dez. 1997 55
que eles possam aproveitar ao máximo o lazer", criar uma relação de simpatia (afe-
potencial pedagógico dos museus. O ideal tiva) entre o público e o museu, alem de
seria ter programas para os diferentes tipos levar esses visitantes a estabelecer urna
de grupos de escolares, ou seja, para aqueles postura de reconhecimento e preservação
que estão estudando temáticas apresentadas do patrimônio. Acreditamos que a metodo-
no museu, para aqueles que estão de passa- logia mais apropriada para tal ernpreendi-
gem, para aqueles que vão iniciar o estudo mento seja aquela proposta pela Educação
de temas apresentados na exposição e para htrimonial, pois proporciona ao educan-
aqueles que vêm fazer uma pesquisa solici- do uma experiência que pode levar h
tada pelo professor. Para isso seriam neçes- aprendizagem, com ganhos cognitivos e
sários mais funcionários, espaço e verbas afetivos, aproveitando a especificidade do
para material. museu.
Entretanto, devemos estar atentos para
não valorizarmos demais os currículos esco-
lares e os procedimentos da escola, para não Agradecimentos
escolarizamios os museus.
Attaves da açso educativa para esco- Gostaria de agradecer as sugestões de
lares, o museu pode cumprir a sua função Maria Helena Pires Martins, Marilúçia Bot-
de çomunicação para "fins de educação e tallo e Cláudio Aguiar Almeida.
Resumo: O artigo discute a relação museu/ Rbstract: The article discusses the museuml-
escola e as questões decorrentes do grau de school relationship and the queçtions res-
aproveitamento das informaçfies do acervo ulting problemç insofar as the actual usage of
pelos professores e alunos visitantes. Relata the information eirtant in the collection by
experiencias de educadores de museus que viçiting teachers and students. It reports on
desenvolveram projetos de integração para the experientes of museum educators who
visitantes de escolas. Propõe a rnetodologia developed integration prejects for çchool visi-
da Educaçáo Patrimonial como alternativa tors. It proposeç an Asset Patrimonial Educa-
mais efetiva para a aç5o educativa em tion methodology as a more effective altern-
museus. ative for educational action in muçeums.