Sei sulla pagina 1di 64

GUSTAVO CÂMARA LINS

JUDSON TARGINO DOS SANTOS JUNIOR


MATHEUS MONTEIRO VALENTIM
PEDRO ALBANO DE MEDEIROS
THIAGO AUGUSTO ROCHA DANTAS

SEMINÁRIO DE ORIENTAÇÃO DE PROJETO INTEGRADOR/TÉCNICO I

NATAL /RN
1

2017
GUSTAVO CÂMARA LINS
JUDSON TARGINO DOS SANTOS JUNIOR
MATHEUS MONTEIRO VALENTIM
PEDRO ALBANO DE MEDEIROS
THIAGO AUGUSTO ROCHA DANTAS

SEMINÁRIO DE ORIENTAÇÃO DE PROJETO INTEGRADOR/TÉCNICO I

Trabalho de Seminário de Orientação de


Projeto Integrador/Técnico I apresentado
ao Curso Superior de Tecnologia em
Comércio Exterior do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Norte, em cumprimento as
exigências legais como requisito parcial à
obtenção do título de Tecnólogo em
Comércio Exterior.
Orientadora: Erika Araújo da Cunha
Pegado.
2

NATAL /RN
2017
GUSTAVO CÂMARA LINS
JUDSON TARGINO DOS SANTOS JUNIOR
MATHEUS MONTEIRO VALENTIM
PEDRO ALBANO DE MEDEIROS
THIAGO AUGUSTO ROCHA DANTAS

SEMINÁRIO DE ORIENTAÇÃO DE PROJETO INTEGRADOR/TÉCNICO I

Trabalho de Seminário de Orientação de


Projeto Integrador/Técnico I apresentado
ao Curso Superior de Tecnologia em
Comércio Exterior do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Norte, em cumprimento as
exigências legais como requisito parcial à
obtenção do título de Tecnólogo em
Comércio Exterior.
Orientadora: Erika Araújo da Cunha
Pegado.

Trabalho de Seminário de Orientação de Projeto Integrador/Técnico I apresentado e


aprovado em __/__/____, pela Seguinte Banca Examinadora:

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________
Fernando Henrique Dantas de Paiva, Mestre – Examinador
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________________
Jonas Eduardo Gonzales Lemos, Doutor – Examinador
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

__________________________________________________________________
Lerson Fernando dos Santos Maia, Mestre – Examinador
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
3

Dedicamos esse trabalho a nossa


querida, amada e eterna Professora:
Mestra Mônica Almeida, onde a mesma
disse que durante a convivência com
nossa turma não sabe dizer se foi justa
em relação a troca.
Isso, por achar que ela aprendeu muito
mais que ensinou, mas, a nossa turma
tem a certeza que aprendemos muito
mais com ela, do que ela conosco.
Tanto é que o universo vai “conspirar”
para que “Moniquinha” volte ao
4

IFRN/CNAT, dessa vez de forma


definitiva.
AGRADECIMENTOS

Queremos agradecer a todos os professores e professoras que de


alguma forma nos ajudou durante a elaboração do projeto, assim como toda a
equipe da Coopyfrutas que nos recebeu muito bem e com muita boa vontade,
agradecemos principalmente a nossa querida, amada e eterna Professora: Mestra
Mônica Almeida, pois sem o incentivo dela e o apoio, a turma teria desistido da
disciplina, ante os percalços e contratempos que existiram durante o curso por
motivo de Força Maior, os quais os alunos não possuem controle.
5

“Quando o viram semear dinheiro,


disseram: "É um comerciante; Quando o
viram ganhar dinheiro, disseram: "É um
ambicioso"; Quando o viram recusar
honrarias, disseram: "É um aventureiro";
Quando o viram recusar a sociedade,
disseram: "É um bruto"”.

Victor Hugo

“A especulação é no comércio uma


necessidade; é nos abusos, uma
inconveniência; mas entre as
inconveniências dos abusos e a
necessidade do uso, esta, em todos os
casos dessa espécie a liberdade, que
deve ser respeitada, porque se em nome
de abusos possíveis nos quiserem tirar a
liberdade do uso, talvez não nos deixem
água para beber. ”

Rui Barbosa
6

RESUMO

O presente trabalho mostra como a Coopetativa Coopyfrutas, empresa brasileira


localizada na cidade de Mossoró/RN está estruturada, e faz uma análise do
processo de exportação de seus produtos, em particular o melão, e as adequações
internacionais necessárias para entrar no mercado externo, verificando quais as
normas de Direito Internacional que tiveram que seguir para adentrar o mercado
estrangeiro, não só as leis de ordem administrativas concernentes ao ato de
exportar, mas levando em conta as leis referentes ao direito ambiental no âmbito
nacional e internacional. Também trata sobre as adaptações que a cooperativa
sofreu ao longo de sua história levando em conta o seu papel como empresa de
ativa participação no mercado interno especialmente na região de produção e a sua
iniciação no mercado estrangeiro. Apresentamos as estratégias utilizadas pela
empresa ao longo de seu desenvolvimento em território brasileiro e na esfera
internacional e sua posição econômica como Cooperativa ante a situação atual da
economia brasileira e internacional.

Palavras-Chave: Coopyfrutas, organização, exportação, produção, melão.


7

ABSTRACT

This paper aims to show how the Coopyfrutas Cooperative a Brazilian company
located in the city of Mossoró / RN, is structured, and analyzes the export process of
its products, especially melon, and the international adaptations necessary to enter
the foreign market, verifying the norms of international law that had to follow to enter
the foreign Market not only the laws of administrative order concerning to the act of
export, but the laws relating to environmental law at the national and international
level. It also talks about the adaptations that the cooperative has undergone
throughout its history and its role as a company active in the domestic market,
especially in the region of production and its initiation in the foreign market. We
present the strategies used by the company throughout its development in Brazil and
in the international sphere and its economic position as Cooperative in the current
situation of the Brazilian and international economy.

Keywords: Coopyfrutas, organization, exportation, production, melon.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Marca da Coopyfrutas............................................................................19


Figura 02 – Marcas DINA, Agrícola Jardim, NORFRUIT, Agrícola Bom Jesus,
FRUTA VIDA..............................................................................................................19
Figura 03 – Câmara Fria Packing House..................................................................36
Figura 04 – Paletização de Embalagens...................................................................36
Figura 05 – Samba Safra Especial, Samba, Forró ...................................................42
Figura 06 – Programa Social Mesa Brasil.................................................................44
Figura 07 – Medidor temperatura interna dos
melões...............................................50
9

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela de Natureza Jurídica e Qualificação do Representante da


Entidade perante a Receita Federal...........................................................................27
Tabela 2 – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio.............................29
Tabela 3 – Gráfico das Exportações de melão e melancia........................................44
Tabela 4 – Exportação de Melão para UE.................................................................47
Tabela 5 – DIFERENÇA DE TARIFAS SGP..............................................................48
Tabela 6 – PRINCIPAIS MERCADORIAS IMPORTADAS PELA UE........................49
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACC Adiantamento de Contrato de Câmbio


ACE Adiantamento sobre cambiais entregues
Art. artigo
Arts. artigos
CBI Center for the Promotion of Imports from developing countries
CC Código Civil
CC/02 Código Civil de 2002
CFR Cost and Freight
CIF Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete
CNAT Campus Natal Central
CNI Confederação Nacional da Indústria
COMEX Comércio Exterior
COOPYFRUTAS Cooperativa dos Fruticultores da Bacia Potiguar
DAGESC Diretoria Acadêmica de Gestão e Serviços
DDE Declaração para Despacho de Exportação
DIATINF Diretoria Acadêmica de Gestão e Tecnologia da Informação
DSE Declaração Simplificada de Exportação
DTI Department for International Trade (Departamento de Comércio Internacional)
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ETI Ethical Trading Initiative
FOB Free on Board – Livre a Bordo
FPA Free from particular average
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICOTERMS International Commercial Terms
IFRN Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
LC Lei Complementar
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
NF Nota Fiscal
PJ Pessoa Jurídica
11

PJs Pessoas Jurídicas


RAFTD Revised American Foreign Trade Definitions
RE Registro de Exportação
RES Registro de Exportação Simplificado
RN Estado do Rio Grande do Norte
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEDEX Supplier Ethical Data Exchange
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESC Serviço Social do Comércio
SGP Sistema Geral de Preferências
SISCOMEX Sistema Integrado de Comércio Exterior
TUPs Terminais de uso privado
UE União Européia
UFERSA Universidade Federal Rural do Semiárido
12

LISTA DE SÍMBOLOS

$ Moeda
R$ Real
® Marca Registrada
% Porcento
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14
1.1 JUSTIFICATIVA 15
1.2 OBJETIVO GERAL 15
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15
1.4 METODOLOGIA 15
2 HISTÓRICO DA COOPYFRUTAS 16
3 ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO LEGAL DA COOPYFRUTAS 19
4 PROCESSO DE ADEQUAÇÃO ÀS CERTIFICAÇÕES INTERNACIONAIS DA
COOPYFRUTAS 30
5 PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DA COOPYFRUTAS 36
6 PAPEL DA COOPERATIVA NO MERCADO 42
7 A CRISE DE 2008 E A CONSEQUÊNCIA DA EXCLUSÃO DO SGP EUROPEU
PARA COOPYFRUTAS 46
8 ANÁLISE DAS PERSPECTIVAS EM RELAÇÃO A COOPYFRUTAS 50
9 CONSIDERAÕES FINAIS 51
REFERÊNCIAS 52
ANEXOS 55
14

1 INTRODUÇÃO

A hipótese principal do presente relatório de Projeto Integrador é o de


saber quais as regras ou princípios de Direito Internacional que a Coopyfrutas
precisa cumprir para ter seus produtos aceitos no mercado externo. Identificar as
principais exigências legislativas dos mercados consumidores da produção de frutas
tropicais da Coopyfrutas e os aspectos positivos e negativos de sua implementação,
verificando quais as principais normas de Direito Ambiental internacional exigidas
para a produção de frutas tropicais, suas etapas de implementação e principais
impactos na Cooperativa, listando quais os certificados que a mesma possui, como e
por qual motivo adquiriu analisando os principais desafios na adequação às regras
internacionais no comércio de frutas, principalmente nas questões de ordem
ambiental e detalhes contratuais dos requisitos exigidos das empresas
internacionais de exportação e importação de frutas e seus respectivos impactos na
empresa em questão.

Os referenciais teóricos mais utilizados para a elaboração deste projeto é


a legislação internacional concernente às questões relativas ao Comércio Exterior
que envolve os processos de exportação de frutas tropicais, principalmente melão.
Assim como a legislação brasileira referente à constituição de Cooperativas e
empresas, aliada à análise do ambiente econômico, político, jurídico, fiscal, para
saber quais meios ou estratégias a Coopyfrutas se utiliza para manter-se no
mercado. As principais referências utilizadas foi a própria visita ao escritório da
Coopyfrutas em Mossoró/RN, em particular, a sede de uma das fazendas
associadas à Cooperativa, a fazenda Dinamarca, com o objetivo de coletar as
informações necessárias para a elaboração do projeto e integrar as disciplinas:
Comércio Internacional II, Direito Internacional, Direito de Empresa, Estratégia
Empresarial e Economia Brasileira, que fazem parte do escopo do Seminário de
Orientação de Projeto Integrador/Técnico I, do Curso Superior de Tecnologia em
Comércio Exterior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
15

Grande do Norte no Campus Natal Central, devido este ser um requisito de


cumprimento as exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de
Tecnólogo em Comércio Exterior.

1.1 Justificativa

A justificativa para a elaboração e apresentação do presente trabalho, é


aliar e/ou integrar à teoria a pratica nas atividades ligadas ao Comércio
Internacional. Segundo a professora Elisângela Meireles atual Coordenadora do
Curso Superior de Tecnologia em Comércio Exterior, essa integração das disciplinas
bases do curso iniciou-se aproximadamente 15 anos atrás no próprio curso e
continua até hoje com êxito, estendendo-se a todos os cursos de Tecnologia da
Instituição.

1.2 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o processo de


exportação da empresa Coopyfrutas com relação às adequações às normas de
Direito Internacional e os principais desafios para implementá-las sabendo como ela
está constituída formalmente de modo a atender as exigências e requisitos legais
para o seu funcionamento.

1.3 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são: Identificar quais as normas de Direito


Internacional que a Coopyfrutas precisa cumprir, e/ou saber se a há normas
internacionais específicas que regem ou regulam a exportação de frutas tropicais,
em particular o melão.

1.4 Metodologia

A metodologia de pesquisa utilizada foi o método exploratório-descritivo,


com o objetivo de confrontar a realidade em que a Coopyfrutas está inserida com a
teoria que nos foi passada em sala de aula, principalmente as disciplinas de
16

Comércio Internacional II, Direito Internacional, Direito de Empresa, Estratégia


Empresarial e Economia Brasileira, vinculadas ao Projeto Integrador.

2 HISTÓRICO DA COOPYFRUTAS

A história da Coopyfrutas se inicia ao final da década de 90, quando ex-


funcionários da desativada MAISA, gigante do ramo da fruticultura no RN, decidem
obter pequenas fazendas e cultivar melão em suas unidades produtivas. Com solo
favorável, tecnologia e profissionais experientes na região, a exploração da atividade
se inicia em um curto prazo. Em pouco tempo, os proprietários perceberam a
necessidade de comercializar a produção diretamente com seus clientes, evitando
atravessadores. Dessa forma, optaram pelo associativismo, permitindo aos
produtores uma participação de mercado em melhores condições de concorrência,
além da construção de uma estrutura coletiva de produção.

Assim, foi constituída, em 2001, a Associação dos Fruticultores da Bacia


Potiguar, POTYFRUTAS, visando principalmente unir produtores da região e
fortalecer a categoria, possibilitando a venda direta da produção e a inserção no
mercado exterior. Em 2005, nasce a COOPYFRUTAS - Cooperativa dos
Fruticultores da Bacia Potiguar, com a finalidade de tornar o grupo competitivo no
mercado internacional de frutas, localizada na BR 304, Km 38, no município de
Mossoró/RN. Na primeira Assembleia Geral de constituição, foi eleito o cooperado
Francisco Vieira da Costa como primeiro presidente, com mandato de 03 anos de
duração, iniciando as atividades comerciais de compra e venda da cooperativa.
Atualmente, o quadro organizacional da Coopyfrutas é dividido em Conselho
Administrativo, Conselho Comercial e Conselho Financeiro. Que hoje tem como
Presidente o Sr., José Heliton Severo Almeida; como Vice, o Sr., Ajax Dantas de
Góis Filho; como Conselheiros o Sr., João Manoel Lopez Lima e a Sra., Ivanosca
Martins de Oliveira Cunha. Além de contar com cinco fazendas independentes,
gerenciadas por seus proprietários.
17

A estrutura das cinco fazendas se dá da seguinte forma: quatro são


gerenciadas pelos seus respectivos proprietários, cujos nomes já foram
mencionados no parágrafo anterior, e uma pertence a todos os produtores.
Totalizando, assim, cinco Packing Houses, duas câmaras frias e uma estação
meteorológica. Onde, essa estrutura beneficia todas as fazendas cooperadas.
Assim, permite-se um rigoroso controle de qualidade durante todo o processo da
produção, desde a seleção dos melões até o seu transporte ao porto. Os Packings
Houses são equipados com modernas máquinas de classificação e lavagem da
empresa Prodol, que proporciona uma maior eficiência e segurança nos
procedimentos realizados durante a preparação das frutas para serem exportadas.

Devido a necessidade de algumas variedades de melões serem


estocados em temperatura específica diferenciada, a partir de entre 4 e 6 graus
Celsius, com as câmaras frias tendo capacidade de armazenamento de 300 pallets
no total. Já a estação meteorológica, esta fica localizada em uma das propriedades
e possui um projeto junto à Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA,
localizada em Mossoró/RN, mantendo as fazendas do grupo informadas das
possíveis variações climáticas da região nos municípios de Mossoró e Baraúnas/RN.
Essa estrutura é necessária para que possam desenvolver um trabalho de controle
de um total de aproximadamente 1500 hectares plantados, onde aproximadamente
60% da produção é destinada ao mercado de exportação, com crescimento de cerca
de 10% ao ano, nos últimos anos. Tudo é voltado para a produção de frutas, tanto
do mercado interno, com a marca Forró; como para o mercado externo, com a
marca Samba. Chegando a empregar aproximadamente 1.400 pessoas nos
períodos de safra do melão.

A filosofia de trabalho da Cooperativa é primar por atender bem os seus


clientes através de sua missão de seguir os princípios da ética e da moral,
exportando produtos de excelente qualidade atendendo as boas práticas agrícolas,
empresariais e comerciais, respeitando as normas legais e o meio ambiente, sendo
digna com seus funcionários e fiel às exigências de seus clientes, garantindo assim
a segurança alimentar. Pois, a Coopyfrutas almeja ser uma referência nacional e
internacional em qualidade e exportação, de forma ética e responsável,
comprometida com os princípios do cooperativismo. Contudo, para que todo esse
18

processo se torne eficaz, é necessário a observância das normas trabalhistas


brasileiras e em alguns casos até mesmos dos países importadores dos melões,
além das exigências do mercado consumidor nacional e do exterior. Por isso, a
Coopyfrutas conta com certificações internacionais que foram adquiridas, tais como:
Global GAP, Tesco Nurture, Sedex, F2F e ETI. Onde graças a obtenção desses
certificados internacionais, o volume atualmente exportado é de aproximadamente
1.100 containers por ano.

Não obstante, a estrutura da Cooperativa, ainda há o know-how 1 referente


à Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental. Na esfera social, é
apoiado o projeto Mesa Brasil, do SESC, onde todas as fazendas da Coopyfrutas
fazem doações semanais de frutas. O que acaba por fomentar a economia com a
geração de empregos na região contribuindo assim ainda mais para o crescimento e
desenvolvimento da atividade fruticultora na região. Já no âmbito ambiental, a
Coopyfrutas mantém projetos ambientais em todas as fazendas cooperadas, pois
estão cientes da importância da preservação do meio ambiente onde todo lixo
gerado no processamento das frutas, desde o plantio até o embarque, é todo
reciclado. Ficando assim em conformidade com a Legislação Ambiental Brasileira,
preservando 20% da área total da vegetação nativa local. Também há o estímulo ao
repovoamento da vida selvagem por alimentadores colocados ao longo das áreas
preservadas das fazendas. Onde todas possuem licença para a exploração da terra
e água em todas as regiões/locais das fazendas, tudo isso, aliado ao
desenvolvimento de um programa de controle biológico em parceria com a UFERSA
e a EMBRAPA. Como é o caso e o exemplo das abelhas que fazem a polinização
controlada pela equipe que trabalha nas lavouras de frutas, de melões
principalmente, conforme falado durante a visita técnica, tais informações podem ser
conferida no site da cooperativa.

1
Know-how é uma expressão da Língua Inglesa que significa conhecimento de normas, métodos e
procedimentos em atividades profissionais.
19

3 ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO LEGAL DA COOPYFRUTAS

Como já exposto anteriormente, sabemos que a Coopyfrutas está


constituída sob a forma de Cooperativa – Cooperativa dos Fruticultores da Bacia
Potiguar, com a seguinte logomarca:

Figura 01

Logomarca da Coopyfrutas. Disponível em http://coopyfrutas.com/

Formada por cinco fazendas, a saber: DINA – Dinamarca Industrial


Agrícola LTDA; Agrícola Jardim; NORFRUIT – Nordeste Frutas LTDA; Agrícola Bom
Jesus e Fruta Vida, produção, importação e exportação LTDA, com os seguintes
layouts:

Figura 02

Layouts fazendas cooperadas. Disponível em http://coopyfrutas.com/

Ante, tal formação, composição e estruturação da Coopyfrutas, vem a


seguinte questão: A legislação pátria em vigor permite a existência formal de uma
20

Cooperativa formada por Pessoas Jurídicas? A resposta é sim, mas como exceção.
Em princípio as Cooperativas eram regidas somente pelo que está disposto na Lei
5.764/71, que instituiu a Política Nacional de Cooperativismo e o regime jurídico das
sociedades cooperativas. Todavia, com o advento do novo Código Civil Brasileiro,
(CC/02), Lei 10.406/02, também passou a regulamentar alguns dispositivos
referentes às cooperativas, ou seja, após o advento do C.C/02, as cooperativas
passaram a ser regidas por ele e pela Lei das Cooperativas. Não obstante, o novo
C.C., deu status de Sociedade Simples a todas as Cooperativas, conforme
Parágrafo Único do Artigo 982, verbis: Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a


sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário
sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. (grifo nosso)

Sendo a parte do Código Civil que rege as Cooperativas, a seguinte.

LIVRO II
Do Direito de Empresa

 TÍTULO II
Da Sociedade

 SUBTÍTULO II
Da Sociedade Personificada

 CAPÍTULO VII
Da Sociedade Cooperativa

Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no


presente Capítulo, ressalvada a legislação especial.

Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:

I - variabilidade, ou dispensa do capital social;

II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a


administração da sociedade, sem limitação de número máximo;

III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada


sócio poderá tomar;

IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à


sociedade, ainda que por herança;
21

V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no


número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;

VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou


não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;

VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das


operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído
juro fixo ao capital realizado;

VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que


em caso de dissolução da sociedade.

Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios


pode ser limitada ou ilimitada.

§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio


responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas
operações sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas
operações.

§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio


responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.

Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições


referentes à sociedade simples, resguardadas as características
estabelecidas no art. 1.094.

Agora, o motivo da legalidade da existência de uma cooperativa formada


por Pessoas Jurídicas, artigos 6º,I e 29, §2º, Lei 5764/71, verbis, disponível em
http://www.planalto.gov.br:

Art. 6º As sociedades cooperativas são consideradas:

I - singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas


físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas
jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades
econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;
(grifo nosso)

Art. 29. O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar
os serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos propósitos
sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto, ressalvado o
disposto no artigo 4º, item I, desta Lei.

§ 2° Poderão ingressar nas cooperativas de pesca e nas constituídas por


produtores rurais ou extrativistas, as pessoas jurídicas que pratiquem
as mesmas atividades econômicas das pessoas físicas associadas. (grifo
nosso)
22

Ou seja, a existência formal e regular da Coopyfrutas só é possível devido


uma exceção legal que autoriza as atividades de pesca, produtores rurais ou
extrativistas serem exercidas por Pessoas Jurídicas, sem a qual, não poderia haver
a formação pelas empresas que a compõe, somente por Pessoas Físicas, que é a
regra geral de formação das Cooperativas. Esclarecida como se dá a existência
legal e formal da Coopyfrutas, é mostrado agora a constituição do seu quadro social:

Coopyfrutas-Cooperativa Dos Fruticultores da Bacia Potiguar (nome


fantasia: Potyfrutas)2

CNPJ 07.497.139/0001-31

Nome fantasia Potyfrutas

Razão social Coopyfrutas-Cooperativa Dos Fruticultores da Bacia Potiguar

Data de abertura 13/7/2005

Endereço R Francisco Bessa, 13, Nova Betania, Mossoro, RN, CEP 59612-207,
Brasil

Telefone (84) 3314-4248 / (84) 9188-5416

Email erisbertocchaves@hotmail.com

Natureza jurídica Cooperativa - Código 2143

Status da empresa Ativa

Atividade econômica principal Cultivo de melão - CNAE 0119907

Quadro Societário

Joao Manoel Lopez Lima

Ajax Dantas de Gois Filho

Jose Nailson Da Cunha

Fernando Rangel Galhardo

Francisco Caninde Dos Santos Neto

Demonstrada a formalização e a regularização da Coopyfrutas, através da


composição social do seu quadro societário, CNPJ, Razão Social, Nome Fantasia,
2
Disponível em http://www.empresascnpj.com/s/empresa/coopyfrutas-cooperativa-dos-fruticultores-da-bacia-
potiguar-nome-fantasia-potyfrutas/07497139000131
23

Data de Abertura, Atividade Econômica, etc, passa agora em apertada síntese a


discorrer sobre a constituição as Pessoas Jurídicas que a compõe.

Dinamarca Industrial Agrícola Ltda:

Dina Dinamarca Industrial Agricola Ltda (nome fantasia: Dina


Dinamarca Industrial Agricola)3

CNPJ 00.900.625/0001-00

Nome fantasia Dina Dinamarca Industrial Agricola

Razão social Dina Dinamarca Industrial Agricola Ltda

Capital Social R$ 1.170.000,00 (Hum milhão, cento e setenta mil reais)

Data de abertura 9/11/1995

Endereço Sit Pau Branco, S/N, Terreo, Zona Rural, Mossoro, RN, CEP 59600-970,
Brasil

Telefone (84) 3316-2884 / (84) 3316-2884

Email ajaxdgfilho@uol.com.br

Natureza jurídica Sociedade Empresária Limitada - Código 2062

Status da empresa Ativa

Atividade econômica principal Cultivo de melão - CNAE 0119907

Quadro Societário

Itala Lana Rocha Santos Gois

Ajax Dantas de Gois Filho

Agrícola Jardim:

J. M. Lopez Lima (nome fantasia: Agricola Jardim)4

CNPJ 11.922.335/0001-83

Nome fantasia Agricola Jardim

Razão social J. M. Lopez Lima

3
Disponível em http://www.empresascnpj.com/s/empresa/dina-dinamarca-industrial-agricola/00900625000100
4
Disponível em http://www.empresascnpj.com/s/empresa/agricola-jardim/11922335000183
24

Capital Social R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais)

Data de abertura 9/3/2010

Endereço Sit Jardim, 0, Loc Pau Branco, Zona Rural, Mossoro, RN, CEP 59600-
971, Brasil

Telefone (84) 3318-3898 / (84) 9411-6850

Email jmanoellopez@uol.com.br

Natureza jurídica Empresário Individual - Código 2135

Status da empresa Ativa

Atividade econômica principal Cultivo de melão - CNAE 0119907

Nordeste Frutas Ltda:

Norfruit Nordeste Frutas Ltda (nome fantasia: Norfruit) 5

CNPJ 04.835.429/0001-50

Nome fantasia Norfruit

Razão social Norfruit Nordeste Frutas Ltda

Data de abertura 27/12/2001

Endereço Sit Aroeira, Sn, Caixa Postal 12, Zona Rural, Mossoro, RN, CEP 59600-
970, Brasil

Telefone (84) 3316-2097

Natureza jurídica Sociedade Empresária Limitada - Código 2062

Status da empresa Ativa

Atividade econômica principal Cultivo de melão - CNAE 0119907

Quadro Societário

Jose Heliton Severo Almeida

Eliane Nogueira Almeida

5
Disponível em http://www.empresascnpj.com/s/empresa/norfruit-nordeste-frutas-ltda-nome-fantasia-
norfruit/04835429000150
25

Agrícola Bom Jesus:

Agricola Bom Jesus Ltda - Epp (nome fantasia: Agricola Bj)6

CNPJ 08.061.652/0001-48

Nome fantasia Agricola Bj

Razão social Agricola Bom Jesus Ltda - Epp

Capital Social R$ 1.200.000,00 (Hum milhão, duzentos mil reais)

Data de abertura 5/6/2006

Endereço Faz Toca Da Raposa, Sn, Localidade Barauna, Zona Rural, Barauna, RN,
CEP 59695-000, Brasil

Telefone (84) 3318-3898 / (84) 9424-0818

Email ivanoscacunha@hotmail.com

Natureza jurídica Sociedade Empresária Limitada - Código 2062

Status da empresa Ativa

Atividade econômica principal Cultivo de melão - CNAE 0119907

Quadro Societário

Ivanosca Martins de Oliveira Cunha

Jose Nailson Da Cunha

Fruta Vida Produção, Importação e Exportação Ltda:

Fruta Vida Producao Importacao e Exportacao Ltda (nome fantasia:


Fruta Vida)7

CNPJ 10.731.217/0001-25

Nome fantasia Fruta Vida

Razão social Fruta Vida Producao Importacao e Exportacao Ltda

Capital Social R$ 561.245,00 (Quinhentos e sessenta e um mil e duzentos e quarenta


e cinco reais)

6
Disponível em http://www.empresascnpj.com/s/empresa/agricola-bom-jesus-ltda-epp-nome-fantasia-agricola-
bj/08061652000148
7
Disponível em http://www.empresascnpj.com/s/empresa/fruta-vida-producao-importacao-e-exportacao-ltda-
nome-fantasia-fruta-vida/10731217000125
26

Data de abertura 18/3/2009

Endereço Rod Br 304, Km 13, 0, Zona Rural, Mossoro, RN, CEP 59600-970, Brasil

Telefone (84) 3318-3898 / (84) 9411-6850

Email coopyfrutas@microcenter.com.br

Natureza jurídica Sociedade Empresária Limitada - Código 2062

Status da empresa Ativa

Atividade econômica principal Cultivo de melão - CNAE 0119907

Quadro Societário

Joao Manoel Lopez Lima

Jose Heliton Severo Almeida

Francisco Vieira Da Costa

Ajax Dantas de Gois Filho

Ivanosca Martins de Oliveira Cunha

Diante, dos quadros societários, foi possível ver qual a natureza jurídica
das empresas/fazendas individualmente que compõe a Coopyfrutas, sendo regidas
pelo que dispõe o C.C/02, em seu Livro II, arts., 966 a 1.195, C.C.

Por fim, como é algo que talvez seja um pouco desconhecido pela maioria
da sociedade, é de bom alvitre expor a tabela abaixo que mostra os códigos da
natureza jurídica da Coopyfrutas e suas integrantes, pois se trata de um controle de
atividade feita pela Receita Federal, principalmente das entidades que tem como sua
principal atividade, a importação ou exportação de mercadorias ou serviços que
circulem no território brasileiro, ou que recebam ou enviem algo para fora do Brasil:
27

Tabela de Natureza Jurídica e Qualificação do Representante da Entidade 8


Código Natureza Jurídica Representante da Entidade Qualificação
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
101-5 Órgão Público do Poder Executivo Federal Administrador 05
102-3 Órgão Público do Poder Executivo Estadual Administrador 05
ou do Distrito Federal
103-1 Órgão Público do Poder Executivo Municipal Administrador 05
104-0 Órgão Público do Poder Legislativo Federal Administrador 05
105-8 Órgão Público do Poder Legislativo Estadual Administrador 05
ou do Distrito Federal
106-6 Órgão Público do Poder Legislativo Municipal Administrador 05
107-4 Órgão Público do Poder Judiciário Federal Administrador 05
108-2 Órgão Público do Poder Judiciário Estadual Administrador 05
110-4 Autarquia Federal Administrador ou Presidente 05 ou 16
111-2 Autarquia Estadual ou do Distrito Federal Administrador ou Presidente 05 ou 16
112-0 Autarquia Municipal Administrador ou Presidente 05 ou 16
113-9 Fundação Federal Presidente 16
114-7 Fundação Estadual ou do Distrito Federal Presidente 16
115-5 Fundação Municipal Presidente 16
116-3 Órgão Público Autônomo Federal Administrador 05
117-1 Órgão Público Autônomo Estadual ou do Distrito Federal
Administrador 05
118-0 Órgão Público Autônomo Municipal Administrador 05
119-8 Comissão Polinacional Administrador 05
120-1 Fundo Público Administrador 05
121-0 Associação Pública Presidente 16
2. ENTIDADES EMPRESARIAIS
201-1 Empresa Pública Administrador, Diretor ou Presidente
05, 10 ou 16
203-8 Sociedade de Economia Mista Diretor ou Presidente 10 ou 16
204-6 Sociedade Anônima Aberta Administrador, Diretor ou Presidente
05, 10 ou 16
205-4 Sociedade Anônima Fechada Administrador, Diretor ou Presidente
05, 10 ou 16
206-2 Sociedade Empresária Limitada 05 ou 499
Administrador ou Sócio-Administrador
207-0 Sociedade Empresária em Nome Coletivo Sócio-Administrador 49
208-9 Sociedade Empresária em Comandita Simples Sócio Comanditado 24
209-7 Sociedade Empresária em Comandita por Ações Diretor ou Presidente 10 ou 16
212-7 Sociedade em Conta de Participação Procurador ou Sócio Ostensivo 17 ou 31
213-5 Empresário (Individual) Empresário 5010
214-3 Cooperativa Diretor ou Presidente 10 ou 1611
215-1 Consórcio de Sociedades Administrador 05
216-0 Grupo de Sociedades Administrador 05
217-8 Estabelecimento, no Brasil, de Sociedade EstrangeiraProcurador 17
219-4 Estabelecimento, no Brasil, de Empresa Procurador 17
Binacional Argentino-Brasileira
221-6 Empresa Domiciliada no Exterior Procurador 17
222-4 Clube/Fundo de Investimento Responsável 43
223-2 Sociedade Simples Pura Administrador ou Sócio-Administrador
05 ou 49
8
Disponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/cnpj/tabelas/natjurqualificaresponsavel.htm
9
Grifo nosso
10
Grifo nosso
11
Grifo nosso
28

224-0 Sociedade Simples Limitada Administrador ou Sócio-Administrador


05 ou 49

Código Natureza Jurídica Representante da Entidade Qualificação


225-9 Sociedade Simples em Nome ColetivoSócio-Administrador 49
226-7 Sociedade Simples em Comandita Simples Sócio Comanditado 24
227-5 Empresa Binacional Diretor 10
228-3 Consórcio de Empregadores Administrador 05
229-1 Consórcio Simples Administrador 05
230-5 Empresa Individual de Responsabilidade Administrador, Procurador ou Titular Pessoa Física05, 17 ou 65
Limitada (de Natureza Empresária) Residente ou Domiciliado no Brasil
231-3 Empresa Individual de Responsabilidade Administrador, Procurador ou Titular Pessoa Física05,17 ou 65
Limitada (de Natureza Simples) Residente ou Domiciliado no Brasil
3. ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS
303-4 Serviço Notarial e Registral (Cartório)Tabelião ou Oficial de Registro 32 ou 42
306-9 Fundação Privada Administrador, Diretor, Presidente ou Fundador 05, 10, 16 ou 54
307-7 Serviço Social Autônomo Administrador 05
308-5 Condomínio Edilício Administrador ou Síndico (Condomínio) 05 ou 19
310-7 Comissão de Conciliação Prévia Administrador 05
311-5 Entidade de Mediação e Arbitragem Administrador 05
312-3 Partido Político Administrador ou Presidente 05 ou 16
313-1 Entidade Sindical Administrador ou Presidente 05 ou 16
320-4 Estabelecimento, no Brasil, de FundaçãoProcurador
ou 17
Associação Estrangeiras
321-2 Fundação ou Associação domiciliada no Procurador 17
exterior
322-0 Organização Religiosa Administrador, Diretor ou Presidente 05, 10 ou 16
323-9 Comunidade Indígena Responsável Indígena 61
324-7 Fundo Privado Administrador 05
399-9 Associação Privada Administrador, Diretor ou Presidente 05, 10 ou 16
4. PESSOAS FÍSICAS
401-4 Empresa Individual Imobiliária Titular 34
408-1 Contribuinte Individual Produtor Rural 59
409-0 Candidato a Cargo Político Eletivo Candidato a Cargo Político Eletivo 51
5. INSTITUIÇÕES EXTRATERRITORIAIS
501-0 Organização Internacional Representante de Organização Internacional 41
502-9 Representação Diplomática EstrangeiraDiplomata, Cônsul, Ministro de Estado das Relações 39, 40, 46 ou 60
Exteriores ou Cônsul Honorário
503-7 Outras Instituições Extraterritoriais Representante da Instituição Extraterritorial 62

De igual forma, também é mostrado o anexo logo abaixo da LC 123/06,


que dispões sobre as atividades do Simples Nacional, que foi mostrada em sala de
aula, já que quase todas as PJs do quadro societário da Coopyfrutas se enquadram
no requisito econômico do SuperSimples.
29

ANEXO I DA LEI COMPLEMENTAR No 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 200612 (Vide Lei Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito

(vigência: 01/01/2012)
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio 

Todavia, é importante lembrar, que, o atual quadro social da Coopyfrutas


não é o mesmo desde o da sua criação, tanto é que, algumas de suas atuais
integrantes foram criadas após o ano de 2005, ou seja, o seu quadro social passou
por algumas alterações, o que será justificado nos tópicos seguintes.

4 PROCESSO DE ADEQUAÇÃO ÀS CERTIFICAÇÕES INTERNACIONAIS DA


COOPYFRUTAS

Para que a Cooperativa pudesse adquirir condições para que suas frutas
ingressassem no mercado externo, principalmente os melões, seria necessário a
obtenção de certificados ou certificações internacionais, onde será mostrado quais
12
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm
30

as adequações que os seus possuidores precisam ter assim como as dificuldades


para se obtê-las no âmbito internacional.
Com o intuito de expandir as vendas e abrir novas rotas para a
comercialização dos seus produtos principalmente o melão a Coopyfrutas viu na
exportação uma forma de fazer com que seus produtos ganhassem conhecimento e
reconhecimento não só na região em que produzia e comercializava inicialmente,
mas também, em outros países, ou seja, ela decidiu diversificar seu mercado
deixando de atuar apenas no mercado interno e investir no mercado exterior até
para aumentar seu leque de opções no que diz respeito novos compradores e
reduzindo possíveis riscos em que a empresa pudesse ser prejudicada como em
momentos de crise econômica no país ou, até mesmo, em casos de queda de
produção e outros problemas causados pelas questões climáticas também.
A associação viu na exportação uma forma de expandir seus negócios
analisando a possibilidade de crescimento organizacional, levando seus produtos
para fora do país sem ignorar os possíveis percalços que poderiam surgir no que diz
respeito à relação com o cliente estrangeiro e suas peculiaridades, também descrito
como uma aventura na visão de acordo com o objetivo proposto que seria levar seus
produtos para fora do país, conforme descrito na visão de Keedi, (2008.P.81):

“A aventura do comércio exterior deve levar em conta que quando se trata


com países estrangeiros é preciso considerar as diferenças entre eles e
suas peculiaridades. Cada um deles tem seus próprios costumes e
maneiras de fazer negócio, e isso pode implicar problemas ou dificuldades
para o entendimento entre as partes. A paciência pode ser uma delas, e a
pressão sobre um comprador pode levar a deterioração do relacionamento.

Os administradores tiveram sucesso no quesito negociação, com os


países que tiveram contato, e os acordos de venda de seus produtos foram
firmados. Conhecer seu cliente é um dos maiores trunfos para uma boa negociação,
saber o que ele quer e se adequar as exigências dos mesmos é o mais importante
de início, em seguida, vem a fidelização dos compradores e isso é possível através
da manutenção da qualidade do produto, cumprimento dos prazos e tudo que foi
determinado durante o fechamento do acordo.
Com a exportação de seus produtos a empresa poderia também
minimizar os problemas econômicos que viessem a atingir o Brasil, a região
produtora ou a empresa em si devido ao alto lucro que essa atividade geraria para a
31

cooperativa e é o que acontece atualmente segundo relato dos administradores da


Coopyfrutas que afirmam ter na exportação um escape para possíveis problemas
que venham a assolar o país como um todo ou na região de produção, pois como já
dito anteriormente, o montante que compõe a receita total da empresa é em maior
parte, advindo das vendas internacionais compondo 60% da produção das cinco
fazendas destinada para exportação e segundo alguns gestores poderia ser bem
maior, porém há certo receio por parte dos donos do negócio já que há um bom
lucro registrado atualmente, conforme dito por um dos representantes da
CoopyFrutas na palestra no Garbus Trade Hotel em Mossoró/RN: “Eles veem mais
investimento ou uma busca de novos investimentos exteriores algo muito arriscado
ou desnecessários já que há um excelente lucro na forma como o processo está
acontecendo no momento.”
Segundo apresentado em conversa acerca dos objetivos da empresa e
questionado no dia da visita à Dinamarca, uma das fazendas da Coopyfrutas, foi
demonstrado que para os proprietários do negócio o importante agora é manter a
qualidade dos produtos e a fidelização dos clientes estrangeiros atuais, sempre
pensando no investimento em melhorias tecnológicas como a compra de novas
máquinas que pudessem auxiliar nas fazendas ou aperfeiçoamento de técnicas para
o desenvolvimento das atividades de produção e redução de custos, claro, e que
pensar em investir em outros mercados lá fora com novos clientes seria algo que
ficaria em segundo plano, seria um risco que eles não têm interesse em correr no
momento.
O início não foi muito fácil já que estavam entrando em um negócio novo
e de grandes possibilidades, mas que poderia gerar grandes prejuízos caso o
investimento não desse certo. Uma das grandes dificuldades da empresa foi em
achar os meios de fazer com que o processo de negociação acontecesse da forma
mais assertiva possível então os gestores buscaram ajuda a partir de um advogado
holandês conhecido dos sócios da empresa. Assim, foi através dele que os produtos
foram apresentados para os clientes europeus, os gerentes também buscaram
auxílio junto ao SEBRAE para ajudar no processo de exportação que se iniciava e
segundo relatos durante a visita, muitos dos procedimentos e documentos
necessários para que realmente acontecesse a venda internacional foi buscado
pelos próprios administradores do negócio na internet ou com pessoas que já
conhecessem os procedimentos, foi uma maneira até de diminuir os gastos com
32

consultoria mais aprofundada, eles buscaram os melhores caminhos para realizar


todo o processo de exportação por conta própria, inclusive em visitas ao site do
MDIC.
A forma direta de exportar seus produtos fez com que a transação
ocorresse de forma mais tranquila devido à facilidade de comunicação entre as
partes apesar dos intervenientes utilizados, ou seja, a intermediação entre o
advogado e os clientes europeus com a própria associação. A partir do interesse
demonstrado pelos compradores europeus a empresa começou a buscar
informações acerca dos requisitos necessários para fazer o processo de exportação
atendendo todas as exigências legais e fitossanitárias para que os seus produtos
saíssem do país e chegassem em perfeito estado de conservação no destino final,
cumprindo todas as leis comuns ou não aos países em que os produtos seriam
comercializados para que não houvesse nenhuma infração nas leis nacionais e
internacionais e as exigências específicas de cada país fosse rigorosamente
atendida com o intuito de fidelizar os clientes estrangeiros e consolidar a marca
diante dos parceiros internacionais.
Carente de profissionais com conhecimento suficiente dentro da
cooperativa para cuidar das questões internacionais no âmbito legal ou mesmo na
melhoria da produção agrícola das fazendas que compunham a associação, os
administradores decidiram enviar alguns funcionários para o exterior para fazer uma
capacitação em busca de conhecimentos e tecnologias que pudessem trazer cada
vez mais benefícios para a empresa, ou seja, buscavam alguém capacitado na área
em que estavam inserindo seus produtos. No âmbito cultural, econômico, social e
tecnológico, conhecendo os seus clientes e a cultura dos mesmos para que
pudessem oferecer um produto com maior valor agregado. Não seria comercializado
apenas mais um bom melão, mas seria entregue uma mercadoria que fosse
produzida respeitando desde os produtores do campo como o próprio solo, a região
em que o produto era desenvolvido. Seriam tomados os cuidados necessários para
que o solo não fosse contaminado com produtos químicos tóxicos e que os
trabalhadores tivessem os cuidados adequados no manuseio, higiene, conservação
e que esses funcionários que de certa forma tinha o primeiro contato com as frutas
fossem respeitados e reconhecidos como parte do “Produto final”, que o melão em
questão não fosse apenas mais uma fruta, mas que fosse parte de um conjunto de
33

medidas e ações de produção que fizessem com que a mercadoria chegasse com
um valor bem maior que apenas econômico.
Um dos principais certificados internacionais que a Coopyfrutas teve que
se adequar foi o Global G.A.P. – Global Good Agricultural Practice um certificado
com o objetivo de padronizar os meios de produção agrícola respeitando o meio
ambiente e os cuidados com os produtos que circulam ao redor do mundo, descrito
em um dos objetivos verificados direto no site do certificador, verbis: Disponível em
http://www.globalgap.org/uk

“We’re a global organization with a crucial objective: safe, sustainable


agriculture worldwide. We set voluntary standards for the certification of
agricultural products around the globe–and more and more producers,
suppliers and buyers are harmonizing their certification standards to
match.”13

Esse certificado é exigido nos países em que a Coopyfrutas tem parceria


firmada para exportação de seus produtos que são os mercados inglês, norte-
europeu e mediterrâneo. Possuir esse selo de qualidade advindo do Global GAP é
de extrema importância para as empresas que desejam atuar junto a esses
mercados acima citados, pois fica evidente o interesse e cuidado que a empresa
demonstra acerca de sua produção agrícola e o produto final. As atribuições do
certificado dizem respeito à forma como a produção se dá, desde cuidados com a
higiene dos trabalhadores do campo até os setores de triagem e embalagens das
frutas, aponta cuidados com o solo, uso de agrotóxicos, aproveitamento dos refugos
de produção e outros itens de extrema importância para manter e assegurar a
qualidade das frutas.
A associação também possui outros certificados que completam o quadro
de documentos de adequação internacional a produção agrícola, questões
trabalhistas, transporte dos produtos para que cheguem em perfeito estado no
destino final e até acerca do uso de pesticidas. Entre eles podemos citar:
MARKS AND SPENCER'S "FIELD TO FORK" que tem por objetivo
reduzir o nível de pesticidas utilizados nos alimentos e sua possível contaminação.
Consoante com o certificado M&S está o TESCO, BRC (British Retail Consortium),
certificado da TESCO Nurture que atua desde 1992 e é exigido pelo Reino Unido

13
Tradução dos Autores: Uma organização global com um objetivo crucial: agricultura segura e sustentável em
todo o mundo. Nós estabelecemos padrões voluntários para a certificação de produtos agrícolas ao redor do
mundo e cada vez mais produtores, fornecedores e compradores estão harmonizando seus padrões de certificação
para se adequar a esse modelo.
34

pois nele conta a averiguação constatada do cuidado com o solo em que os


produtos agrícolas são desenvolvidos desde a prevenção de doenças causadas pelo
uso de produtos que agridam as frutas como é o caso da Coopyfrutas, e o cuidado
com a contaminação do ambiente em que são cultivadas dando base também para a
contenção de algum dano causado, evitando a propagação e averiguando o
tratamento do refugo durante todo o processo de produção.
Um dos certificados exigidos entres os clientes estrangeiros que a
Coopyfrutas também se adequou e é citado no site da própria empresa que trata das
questões trabalhistas dos funcionários das empresas parceiras na exportação de
produtos sejam eles de ordem agrícola ou não é o ETI – Ethical Trading Initiative
(Respect for Workers Worldwide), esse certificado é de grande importância para as
empresas que querem levar seus produtos para fora do país, pois com ele é
demonstrado à seriedade no trato dos funcionários nas empresas parceiras,
respeitando os direitos humanos e trabalhistas, combatendo a discriminação e
exploração do trabalho. Frisando a segurança dos trabalhadores durante a produção
no campo ou dentro dos celeiros de triagem e armazenamento, conforme mostrado
no site http://www.ethicaltrade.org/: “Our vision is a world where all workers are free
from exploitation and discrimination, and enjoy conditions of freedom, security and
equity.”14
Outro certificado que é citado no site institucional da Associação em
análise é o SEDEX – Supplier Ethical Data Exchange, a Sedex tem o objetivo de ser
reconhecida ao longo das cadeias globais de fornecimento como a primeira escolha
para a coleta, gerenciamento, análise e comunicação de dados éticos acerca do
comprometimento com o suprimento e distribuição de alimentos de forma ética no
comércio internacional, nas medidas de saúde e segurança, meio ambiente e no
respeito às normas trabalhistas internacionais, conforme visto no site da certificadora
citado abaixo, disponível em www.sedexglobal.com/pt-br:
“A Sedex oferece uma maneira eficiente e de boa relação custo-benefício de
compartilhar informações éticas com diversos clientes, o que ajuda a reduzir
a burocracia desnecessária e poupar tempo e dinheiro. Os fornecedores
preenchem um questionário de auto avaliação e podem optar por
compartilhá-lo com vários clientes no sistema Sedex, juntamente com
qualquer outra informação ética relevante, como relatórios de auditoria e
certificações. O sistema Sedex é seguro e confidencial, e os fornecedores
têm pleno controle de quem pode ter acesso aos dados. Ao permitir aos
fornecedores compartilhar os mesmos dados com vários clientes, a Sedex

14
Tradução dos Autores: Nossa visão é um mundo onde todos os trabalhadores estão livres de exploração e
discriminação, e gozam de condições de liberdade, segurança e igualdade.
35

contribui para reduzir a necessidade de várias auditorias e questionários,


possibilitando que as duas partes se concentrem na realização de melhorias
tangíveis.”

Todos os certificados acima citados estão normatizados de acordo com


as leis que regem o Direito internacional, principalmente as leis que vigoram no
bloco econômico europeu. No site do governo do Reino Unido, (https://www.gov.uk),
também contém alguns procedimentos para exportação, bem como os documentos
exigidos pela União Europeia para os mais diversos tipos de produtos que entram
nos países membros, os dados publicados têm como referência o mês de novembro
de 2016. O site também apresenta ferramentas de pesquisa para conhecer as
exigências de outros mercados através do DTI - Department for International Trade
(Departamento de Comércio Internacional) dispondo de guias para as empresas do
Reino Unido que querem levar seus produtos aos quatro cantos da terra, porém
podem ser utilizados por qualquer empresa que tenha interesse em vender seus
produtos para países em todo o mundo, explanando acerca dos documentos
exigidos para cada país.

5 PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DA COOPYFRUTAS

O processo de exportação da CoopyFrutas propriamente dito, se inicia


com a paletização das frutas, conforme fotos abaixo.

FIGURA 03 Câmara Fria Packing House


36

Foto autoria própria do grupo

Onde é obedecido um rigoroso processo no cuidado com a paletização


dos melões, como mostrado a seguir.

FIGURA 04 Paletização de Embalagens

Foto autoria própria do grupo


Todavia, antes da parte operacional fica pronta, é dado início a parte
burocrática do processo de exportação em que uma das cinco fazendas
exportadoras tem que cumprir ou obedecer a seguinte ordem de formalização, em
apertada síntese se dá da seguinte forma:
37

Primeiramente a Empresa Exportadora tem que estar credenciada na


Receita Federal para poder operar o SISCOMEX; Em seguida é formado o preço de
exportação, juntamente com a negociação do contrato de venda da mercadoria;
após ocorre a produção direta da mercadoria para exportação ou a contração de
câmbio caracterizado pela venda das divisas e ACC; e caso exista ou se faça
necessário, a contratação de frete e/ou seguro internacional, com emissão da NF e
remessa da mercadoria para o local de embarque em que será exportada com a
emissão na respectiva ordem do RE ou RES e DDE ou DSE no SISCOMEX para
que possa ser autorizado o embarque da mercadoria.
Em uma segunda etapa, ocorre a preparação dos Documentos de
Exportação, em seguida ocorre a entrega dos documentos de exportação a um
Banco no Brasil, ou pode-se optar também pela Contratação de Câmbio para venda
de divisas, e ainda, caso exista ACE, um Banco libera um valor em R$ como
adiantamento para o exportador. Recebidos os documentos, o Banco Brasileiro
envia os documentos de exportação ao Banco no Exterior; O Banco do Exterior
apresenta documentos ao Importador; O Importador paga ao Banco no Exterior;
após, o Banco no Exterior envia o pagamento ao Banco no Brasil que contratou ou
que irá contratar o câmbio; onde ocorre o seguinte: caso exista uma ACE, o Banco
liberará o valor em R$ ao exportador para que receba a $, caso contrário, nem ACC
nem ACE, o exportador contrata o câmbio e recebe o valor da operação em R$.
Dessa forma conclui-se em linhas gerais o processo de exportação. A modalidade
de pagamento utilizada nas exportações é a Remessa Antecipada ou Pagamento
antecipado, a depender do Autor que se tenha como base referencial, contudo sem
o uso de Carta de Crédito. A Remessa ou Pagamento Antecipado pode ser de 50%
ou 100% da safra dependendo do grau de confiabilidade ou confiança com o
Importador. Se utilizam de CIF ou FOB, contudo sendo o FOB mais utilizado.
Possui como principais portas de entrada no mercado Europeu o porto de
Roterdã na Holanda e a Inglaterra. O destaque no setor primário de Mossoró é a
fruticultura irrigada, o polo Mossoró/Baraúna/Assu é o maior produtor de melão do
Brasil e, segundo dados do IBGE, a cidade de Mossoró produziu sozinha 187 600
toneladas de melão em 2015, cujo principal destino é a exportação, feita por modal
marítimo através do porto de Pecém, no Ceará. Com relação à exportação, é
necessário levar vários fatores em consideração, pois o comércio internacional é
bastante complexo devido aos costumes e cultura de cada país, que devem ser
38

respeitados e todos os envolvidos devem adequar-se às normas internacionais.


Conforme fala o professor Keedir, (2008, P.97): “em virtude dos vários usos e das
diferentes formas de entrega de uma mercadoria em cada país, constatou-se a
necessidade da criação de conjuntos de termos padronizados internacionais.”
Foram criados, em virtude do exposto acima, dois instrumentos que
internacionalizaram o uso do comércio entre países. O primeiro foi o RAFTD 1941,
nos EUA e após os Incoterms, sendo originado da Câmara de Comércio
Internacional. A exportação de bens se subdivide em dois modelos distintos, que são
as modalidades direta e indireta. No caso da Coopyfrutas, como eles além de
exportadores são os produtores da matéria exportada, podem ser considerados
exportadores diretos. Então basicamente não há intermediários, digamos, entre as
fazendas e o porto de Pecém.mUm efeito notável na visita técnica diz respeito aos
constantes aprimoramentos, pois o mercado europeu é notavelmente exigente e isso
demanda esforços tecnológicos e humanos, a fim de manter um excelente padrão
de qualidade e técnico.
Não Obstante, o MDIC em seu site, http://www.mdic.gov.br/sistemas,
onde foi acessado em 7 de Fevereiro de 2017, informa:
“As cooperativas respondem por quase metade da produção do
agronegócio brasileiro, mas apenas por cerca de 6% das exportações
diretas do setor. Essa diferença mostra que ainda há necessidade de
profissionalização da gestão e de capacitação em tecnologias de acesso a
mercado. ”

Existem quatro principais modalidades de pagamento no âmbito do


comércio internacional, são eles: Remessa Antecipada; Remessa sem Saque;
Cobrança; e Crédito Documentário. A cooperativa em estudo, Coopyfrutas, optou
pela modalidade Remessa Antecipada, que segundo Ratti, (2015, P.77):
“a remessa antecipada é empregada principalmente nos casos em que
aja necessidade de o importador fornecer ao exportador os meios financeiros
necessários para o atendimento do pedido de compra. ”
Os Incoterms: International Commercial Terms (Termos de Comércio
Internacional), são um instrumento muito valioso utilizado no comércio internacional
por vários motivos. Apesar dos fenômenos de mundialização e globalização, é
inevitável pensar, em termos de transações internacionais, em uma cartilha que
sirva de guia para essas negociações e é para isso que ferramentas como os
Incoterms foram criadas. Os Incoterms têm uma longa história, tendo sido criado em
39

Paris pela Câmara de Comércio Internacional, onde foi publicado pela primeira vez
no ano de 1936. Desde então teve várias versões com atualizações e correções. A
versão Incoterms 2010 entrou em vigor em 1º de janeiro de 2011 e trouxe consigo
uma mudança importante com relação à fórmula FOB, utilizada pela Coopyfrutas,
onde o local de entrega da mercadoria (quando a mesma passa a ser de
responsabilidade do importador) deixa de ser na amurada do navio e passa a ser a
bordo do navio. Os Incoterms servem para a exportação em geral como uma
maneira de facilitar a negociação entre importador e exportador, guiando os termos
dos contratos internacionais de maneira que seja de benefício mútuo. As regras são
mundialmente aceitas independentemente das leis locais dos países.
Com relação aos Incoterms no Brasil, as fórmulas CFR, FOB e CIF são as
mais utilizadas pela exportação, já na importação utilizam-se mais o CFR e FOB. A
Coopyfrutas utiliza as fórmulas FOB, na maior parte de suas operações, e CIF em
menor quantidade. A fórmula FOB (Free on Board), usada na Coopyfrutas é
responsável por todas as despesas e riscos por perdas e danos da mercadoria, seja
no processo de produção, manuseio ou transporte rodoviário até o porto de PECÉM.
Mas a partir do momento que a mercadoria é colocada a bordo do navio, a despesa
e risco eventual passa a ser do comprador, conforme explicado em palestra: “Nós
fazemos todo o processo de logística até o porto, uma vez que a mercadoria esteja
dentro do navio a responsabilidade é do importador.” Onde nesse sentido, o
professor Ratti, (2015, P.350), afirma:
“Ao comprador compete contratar e pagar o valor do frete, dando aviso ao
vendedor do nome do navio, local de atracação e época em que a
mercadoria deverá ser entregue para embarque, bem como contratar e
pagar o valor do seguro e arcar com todas as despesas e riscos a partir do
momento em que a mercadoria transpõe a amurada do navio transportador
(ship’s rail) no porto de embarque. Isso significa que o comprador tem de
pagar o preço da venda independentemente do que possa ocorrer à
mercadoria...”

Apesar de que a partir do embarque a responsabilidade passe ao


importador, este ainda pode atribuir culpa ao exportador em caso de embalagem
inadequada ou qualquer outra irregularidade feita pelo exportador durante o
transporte ou produção do produto. Novamente o professor Ratti, (2015, P.351),
ressalta:
“Deve-se ressaltar que, no caso de atrasos na chegada do navio ou no seu
carregamento, todas as despesas e riscos passam a correr por conta do
comprador, a partir do momento em que o vendedor colocou à mercadoria à
sua disposição. ”
40

A fórmula CIF possui importantes diferenças com relação à FOB. Nesse


caso, cabe ao vendedor (Coopyfrutas) arcar com todas as despesas, incluindo
seguro marítimo e frete até que sua mercadoria seja recebida no porto destino. Com
relação ao seguro deve-se tomar um cuidado especial, pois deve ser contratado nos
termos Livre de Avaria Particular (free from particular average – FPA). O FPA deve
cobrir o custo do CIF adicionados 10%. Também é possível que a empresa
exportadora também seja responsável pelas despesas de descarregamento, que
seriam incluídas no valor do frete. É notável que ocorre fragilização da empresa
brasileira quando comparada as concorrentes do âmbito internacional, que dispõem
de condições melhores para o escoamento de cargas.
Visto que, uma cooperativa como a Coopyfrutas que depende
exclusivamente do modal rodoviário para deslocar suas mercadorias até os Portos
para que possam ser exportados, possui a infraestrutura de vias tão precária que em
alguns pontos a estrada é de terra. Sem contar que o transporte rodoviário é mais
caro se comparado a ferrovias e hidrovias. Ou seja, infraestrutura é um dos
principais fatores de exclusão no contexto do comércio exterior, pois esses custos
interferem na lucratividade da empresa. O que, na visão do professor Lopez,(2005,
P.67):
“A incidência da burocracia nas atividades de comércio exterior afeta,
sobretudo, as pequenas e médias empresas exportadoras, que não dispões
de condições de acompanhar e de entender todo o arcabouço legal,
premidas que são pela necessidade de se dedicar mais intensamente à sua
atividade-fim, nem de contratar terceiros para fazê-lo. A relação custo contra
benefício deste tipo de medida é inadequada para a empresa de menor
porte, ao retomar proporção relevante sobre seus custos unitários, tendendo
a inviabilizar vendas.”

No entanto, o site da CNI (http://www.portaldaindustria.com.br), aponta


que o Brasil avançou nos últimos anos no setor portuário, mas apesar disso o maior
porto brasileiro, o Porto de Santos, aparece na 38ª posição no mundo no quesito
movimentação de contêineres. E em relação à qualidade da infraestrutura portuária,
o Brasil aparece apenas na 123ª colocação no ranking de infraestrutura geral e
portuária do Fórum Econômico Mundial, que avalia 140 países. Igualmente segundo
sua agência, (http://www.portaldaindustria.com.br), entre os anos 2001 e 2015, a
quantidade de cargas movimentadas nos portos do Brasil dobrou, indo de 506
milhões de toneladas/ano para 1,08 bilhão de toneladas/ano. Todos os terminais
41

portuários no Brasil são operados pela iniciativa privada. Totalizam 237 áreas
arrendadas em portos públicos e 154 terminais de uso privado (TUPs).

6 PAPEL DA COOPERATIVA NO MERCADO

A Coopyfrutas desenvolveu as marcas Samba, Samba Safra Especial,


Forró e Poty Doce, segundo o que consta em seu site, mas, durante visita à
42

fazenda Dinamarca, foram observadas outras marcas como INDUFARM,


KEELINGS, FLLI ORSERO, entre outras. Contudo, as marcas mais conhecidas e
economicamente rentáveis são a Samba e Forró (imagem abaixo):

FIGURA 05: Samba Safra Especial, Samba, Forró.

FOTO MONTAGEM AUTORIA PRÓPRIA

A cooperativa surgiu a partir da observação dos cooperados que, juntos,


possuíam uma maior força na compra de insumos e nitratos de exportação, que tem
o Brasil como terceiro maior exportador da América do Sul. Disponível no site atlas
legacy em: atlaslegacy.media.mit.edu/pt/explore.
Possui um viés de Holding e até mesmo de Joint Venture para a atuação
no mercado externo.Todavia, qual a estratégia por trás da criação de diferentes
marcas para um mesmo melão produzido nas mesmas propriedades?
Conforme falado por um dos representantes da CoopyFrutas no Hotel
Garbus em Mossoró/RN, o mercado Europeu é muito ligado a produtos de acordo
com a marca, inclusive para alimentos naturais. Dessa forma, apesar de parecer
estranho para os padrões de mercado brasileiro, essa estratégia é bastante comum
no mercado europeu. Inclusive, durante visita técnica, observou-se que a Samba é a
única marca da cooperativa devidamente registrada, pois possui o símbolo ® em sua
embalagem. O que não foi visto nas demais marcas, conforme fotos acima.
No tocante ao mercado europeu de frutas tropicais, além de apresentar-
se como uma grande oportunidade no volume de vendas e geração de divisas,
possui também um alto padrão de exigência, o que requer, adicionalmente, a
formulação de estratégias empresarias robustas, além de uma análise de ambiente
43

que atendam as determinações e requisitos ambientais, sanitários e de qualidade


em um dos mercados de frutas tropicais mais disputados do mundo. Segundo
Pearson (2010, p. 28), o propósito da Análise de Ambiente é "avaliar o ambiente
organizacional de modo que a administração possa reagir adequadamente e
intensificar o sucesso organizacional", além de servir de base na formulação de
estratégias por parte da empresa. Na busca da compreensão do Ambiente
Organizacional da Coopyfrutas, delimitam-se os ambientes em quatro grandes
esferas: Geral, Operacional, Organizacional e Ambiente Interno. Focando-se nos
principais pontos de cada uma dessas esferas, seus principais desafios e a
congruência da formulação de suas estratégias são compreendidas a seguir:
Tanto na esfera do cliente e dos componentes internacionais, a CBI
(Centre for the Promotion of Imports from developing countries) exige que as
exportações de produtos na categoria dos melões (incluindo melancias) passem por
rigorosos controles de pesticidas: a União Europeia estipulou um nível máximo de
uso destes; restringe o uso de diversos produtos químicos. Além dos altos padrões
de exigência do mercado europeu, como a cobrança de diversos certificados de
qualidade e procedência (Global GAP, Tesco Nurture, entre outros).
No ambiente interno, a Coopyfrutas implementa uma administração
voltada à eficácia, afim de diminuir a rotatividade de funcionários e investimentos em
capacitação. A adoção de processos produtivos mais econômicos e investimentos
em maquinários que garantam uma produção menos custosa e que atinjam os
padrões de qualidades exigidos entram na esfera tecnológica da empresa.
No componente social, a Coopyfrutas participa de diversos programas
sociais, como o Projeto Mesa Brasil, foto mostrada abaixo, com doações semanais
de melão, melancia, caju, entre outros, exercendo a “Função Social da Empresa”,
não apenas trazendo lucro para os seus proprietários e/ou associados, mas também
a missão de trazer e levar desenvolvimento principalmente as regiões dos
municípios de Mossoró e Baraúnas, e até para todo o estado do Rio Grande do
Norte.

FIGURA 06: Programa Social Mesa Brasil


44

Disponível em http://coopyfrutas.com/responsabilidades

Segundo dados do Eurostat (statistical office of the European Union), os


países em desenvolvimento são os maiores exportadores de melões e melancias
para a União Europeia (gráfico a seguir), sendo o Brasil o quarto maior produtor
mundial nessa categoria, com um volume de exportações de aproximadamente
6,6% do consumo de frutas tropicais no continente europeu, ficando atrás da China,
Irã e Turquia. O maior desafio na inserção desse mercado são o alto nível de
exigência na qualidade das frutas e a alta competitividade, fatores que norteiam as
formulações estratégicas e tomadas de decisões administrativas da Coopyfrutas.

TABELA 3 Gráfico das Exportações de melão

Disponível em Market Access Database (Comext): https://www.cbi.eu/market-information

A coopyfrutas implementa estratégias empresariais combinadas para


aumentar sua competitividade, principalmente diversificação e cooperativismo
(integração horizontal). Apesar do foco no mercado estrangeiro, 40% da produção
45

da Coopyfrutas é destinada ao mercado doméstico, dessa forma, a cooperativa


investe numa maior diversificação dos produtos, produzindo, além dos melões e
melancias, mamão, caju, banana, coco, tomate, Sapota 15, entre outras frutas. Além
disso, a Coopyfrutas consegue diminuir custos de produção para o mercado
nacional, pois os níveis de exigência de qualidade são menores.
Segundo Pearson (2010, p. 80), a integração horizontal, "promove o
crescimento por meio da aquisição de empresas concorrentes em uma mesma linha
de negócios" e é implementada para aumentar vendas, porte, lucros e participação
no mercado, entretanto, por se tratar de produtores locais de médio porte que
continuaram a produção de melão mesmo após a desativação da MAISA, o
cooperativismo apresenta uma série de vantagens estratégicas, segundo
CARDOSO, (2014, P.05):
"Cooperação entre as empresas tem se destacado como um meio capaz de
torná-las mais competitivas. Fortalecer o poder de compras, compartilhar
recursos, combinar competências, dividir o ônus de realizar pesquisas
tecnológicas, partilhar riscos e custos para explorar novas oportunidades,
oferecer produtos com qualidade superior e diversificada são estratégias
cooperativas que têm sido utilizadas com mais frequência, anunciando
novas possibilidades de atuação no mercado."

Dessa forma, a Coopyfrutas, através do cooperativismo, agrega em si as


vantagens dessa forma de fusão, dividindo os ônus dos custos de produção,
dinamizando sua linha produtiva, além de vantagens legislativas já abordadas.

7 A CRISE DE 2008 E A CONSEQUÊNCIA DA EXCLUSÃO DO SGP EUROPEU


PARA COOPYFRUTAS

15
O grupo, em discussão achou que na verdade a fruta é Sapoti, mas como estava grafado Sapota, foi mantido o
texto original.
46

Por incrível que pareça, segundo os palestrantes da CoopyFrutas, no dia


do evento realizado no Hotel Garbus, eles não sentiram o impacto da crise de 2008,
já que na visão deles, afetou mais os Estados Unidos e as empresas e os países
que dele dependem. Então, como a principal clientela da CoopyFrutas é o mercado
Europeu, houve pouco impacto econômico nas exportações das frutas nos períodos
da suposta crise econômica. Não obstante, conforme dito na palestra, a cooperativa
trabalha com alimentos, ou seja, mesmo com a crise, a população não deixa de
comprar bens de primeira necessidade como são os gêneros alimentícios, onde o
melão, que é o produto mais exportado está inserido. Isso, sem contar, a forte
tradição que os países Europeus têm em consumir melão, principalmente a
Espanha.
O que impactou bastante as exportações da CoopyFrutas, foi a exclusão
do Brasil do SGP – Sistema Geral de Preferencias Europeu, em 2014. Pois, com
isso o produto brasileiro passou a sofrer uma taxação maior ao entrar no mercado
Europeu. A decisão de excluir o Brasil do SGP europeu se deu em 2012, quando a
União Europeia, influenciada supostamente pela França, não se possui esse dado
oficial, definiu que o Brasil sairia do SGP (Sistema Geral de Preferências) europeu
em janeiro de 2014, sobre o pretexto de que o subsidio era dado para países
pobres, e o país sul-americano, mesmo com altos índices de pessoas pobres, era
economicamente rico, principalmente pelo fato do mesmo vir a sediar uma Copa do
Mundo. A produção de frutas, mais precisamente o melão, era um dos bens
exportados que recebia isenção tributária por parte dos países da UE. A perda do
subsídio leva a balança comercial que já está em declínio a patamares piores que os
de 2000. Porém, mesmo sem o subsidio e sofrendo com o aumento de custos, as
exportações de melão nos últimos anos, mantiveram-se num patamar relativamente
elevado, principalmente em detrimento de uma desvalorização cambial local e uma
elevação nos preços de outros câmbios como o Euro e o Dólar.

TABELA 4 EXPORTAÇÃO DE MELÃO para UE


47

Exportação de melão
140,000

120,000 120,363

100,000 99,194
84,458
80,552
80,000
75,318

60,000 60,054 63,204


58,230

40,000

20,000

0
2013 2014 2015 2016

US$ FOB Peso/t

Disponível MDIC http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior

Não obstante, em seu site a FIESP – Federação das Indústrias do estado


de São Paulo, disponibilizou um estudo sobre o impacto da retirada do Brasil do
sistema de preferências Europeu mostrado na tabela abaixo:
48

TABELA 5 DIFERENÇA DE TARIFAS SGP

Disponível em www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=10541.

Ou seja, como pode ser visto na Tabela acima, o capítulo 08, o Brasil
está sendo taxado em 3,6% a mais, o que dá quase cento e cinquenta mil em Euros,
moeda da União Européia. Já em outra análise, é mostrado o impacto econômico
dos produtos importados pela EU, e o valor das exportações para o Brasil, no
49

período em que o nosso pais se beneficiava do Sistema Geral de Preferências


Europeu.
Contudo, com a retirada do benefício aos produtos brasileiros, e a
consequente taxação maior, a margem de lucro das exportações, tanto na Balança
Comercial Brasileira, como no caixa das próprias empresas, irá diminuir, visto a
maior taxação sobre Importação pela Europa.

TABELA 6 PRINCIPAIS MERCADORIAS IMPORTADAS PELA UE

Disponível em www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=146684

Ou seja, o Brasil, exportava só em frutas a cifra de 165,5 milhões de


Euros quando estava incluído no Sistema Geral de Preferências. Portanto, a retirada
desse benefício do Brasil, gerou grandes perdas comerciais e competitivas.
50

8 ANÁLISE DAS PERSPECTIVAS EM RELAÇÃO A COOPY FRUTAS

Diante do que foi visto e coletado durante a visita técnica, percebe-se


claramente que a Coopyfrutas é um “case” de sucesso não só para o RN, como
também para todo o Brasil. Contudo, não é utilizado todos os recursos disponíveis
no mercado para que se obtenha um crescimento com uma segurança ainda maior.
Talvez pelo seguinte fato, como foi dito na palestra, a Coopyfrutas está
sofrendo com algumas ações judicias ou disputas comerciais, onde foi citado um
processo por um suposto uso de marca de forma indevida; e no exterior foi acionada
por um Importador, por supostamente um dos melões ter chegado ao local de
consumo final já estragado, o que em tese fez mal a uma cliente estrangeira, onde
através da cadeia de responsabilidade, a Coopyfrutas teve que pagar uma
indenização pelo suposto melão que estava estragado. No entanto, o problema do
melão estragado, em tese, poderia ser resolvido com a contratação de serviços de
uma empresa especializada em Factoring Internacional, onde passaria a gerenciar
os riscos, e servir como uma preposta da Coopyfrutas nos portos destinos das
exportações. Outro ponto que deve ser citado é a preocupação com o controle de
qualidade das frutas destinadas à exportação, pois, são usados instrumentos in loco
para medir o “grau de doçura” e a temperatura interna dos melões colhidos, esse
último podemos observar na figura a seguir, e essa rigorosa verificação e cuidado
fazem a diferença no produto final da empresa, sempre mantendo o padrão de
qualidade tornando a Coopyfrutas competitiva diante do forte e já estabelecido
mercado europeu.

FIGURA 07 Medidor temperatura interna dos melões


51

Foto autoria própria do grupo

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim, chegando a parte final do presente trabalho de Seminário de


Projeto integrador I, após a visita técnica realizada em outubro de 2016, pudemos
alcançar no decorrer do trabalho o objetivo geral e os objetivos específicos do
mesmo. Concluímos que a Coopyfrutas, possui realmente uma visão conservadora a
respeito do mercado internacional e de investimentos. Um ex-cooperado deixou a
Cooperativa por ter uma visão empresarial mais ambiciosa e na época que se
desfiliou da cooperativa produzia 300 hectares de frutas, hoje sozinho, produz 1.200
hectares, quase a mesma quantidade que as fazendas da Coopyfrutas produzem
juntas, ou seja, se a Cooperativa adotasse uma estratégia mais agressiva, com
certeza poderia conquistar novos mercados, mas como a atual conjuntura é
considerada confortável para os atuais cooperados, pelo menos nessa atual
conjuntura a ideia de expansão para novo mercados fica descartada. Foram
mostrados todos o requisito que a Coopyfrutas precisou se adequar para sua
regularização perante a legislação brasileira, e como a cooperativa e suas
integrantes estão organizadas e as normas de Direito Internacional que a
cooperativa teve que se adequar para poder ter os seus produtos aceitos no
mercado externo, bem como, a sistemática do processo de exportação, quais os
mecanismos utilizados para embarque de carga e a forma de pagamento, as
estratégias utilizadas para entrada no mercado pela segmentação de marcas com o
intuito de atender vários públicos de poder aquisitivo e econômico diferentes,
contribuindo para fidelização da clientela, mostramos também qual a situação e
posição econômica da Cooperativa ante a situação atual da Economia Brasileira e
Internacional.
52

REFERÊNCIAS

CARDOSO, Univaldo Coelho. CARNEIRO, Vânia Lúcia Nogueira. RODRIGUES,


Rabêlo Quirino. Cooperativa. Brasília. Sebrae, 2014.

CASTRO, José Augusto de. Exportação Aspectos práticos e operacionais.7ª


Edição. São Paulo. Aduaneiras, 2007.

CERTO, Samuel C. PETER, J.P. MARCONDES, Reynaldo Cavalheiro. CESAR, Ana


Maria Roux. Administração Estratégica planejamento e implantação de
estratégias. 3ª Edição. São Paulo. Pearson, 2010

CURIA, Luiz Roberto. CÉSPEDES, Lívia. Nicoletti, Juliana. Vade Mecum Saraiva
2015. 19ª edição. São Paulo. Saraiva, 2015.

FREITAS, Vladimir Passos de. Importação e Exportação no Direito Brasileiro.


São Paulo. Revista dos Tribunais, 2004.

GIAMBIAGI, Fábio. CASTRO, Lavinia Barros de. VILLELA, André Arruda.


HERMANN, Jennifer. Economia Brasileira Contemporânea (1945-2015). 3ª
Edição. Rio de Janeiro. Elsevier, 2016.

KEEDI, Samir. A B C do Comércio Exterior. Abrindo as Primeiras Páginas. 3ª ed.


São Paulo: Aduaneiras, 2008.

LOPEZ, José Manuel Cortiñas. Exportação Brasileira: a real participação das


empresas. São Paulo. Lex Editora/Aduaneiras, 2005

RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. 11ª Edição. São Paulo. Lex
Editora/Aduaneiras, 2015.

http://atlaslegacy.media.mit.edu/pt/explore/tree_map/hs/export/show/all/2834/2012/

http://coopyfrutas.com/
53

http://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php/Agricultural_production_-
_crops acessado em 29/01/2017 às 18h.

http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2015/12/com-dolar-em-alta-cresce-
lucro-de-exportadores-de-melao-do-rn.html

http://web.archive.org/web/20161202124105/http:/cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.ph
p?lang=&codmun=240800&idtema=158 «Rio Grande do Norte » Mossoró »
Produção Agrícola Municipal - Lavoura Temporária - 2015». Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Cópia arquivada desde o original em 2 de dezembro de
2016. Consultado em 2 de dezembro de 2016

http://www.abratec-terminais.org.br/estatisticas acesso em: 01 de dezembro 2016

http://www.aprendendoaexportar.gov.br/simuladores/fluxograma/popup_fluxograma.
htm acesso em: 25 de Janeiro de 2017

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/10/121031_brasil_comercio_ue_mb.sh
tml

http://www.ethicaltrade.org/

http://www.frupor.com/en/74577130c1799b02c58cd5fae9c4cef00d08748d.html

http://www.globalgap.org/uk_en/

http://www.globalgap.org/uk_en/who-we-are/about-us/

http://www.ictsd.org/bridges-news/pontes/news/a-exclus%C3%A3o-do-brasil-
do-sgp-europeu-e-seus-impactos-sobre-a-fruticultura-de

http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/balanca-
comercial-brasileira-unidades-da-federacao?layout=edit&id=2206

http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/cooperativismo/index/conteudo/id/30
7. Exportação: Cooperativas e Mercado Internacional. Acessado em 7 de Fevereiro
de 2017.

http://www.normaslegais.com.br/legislacao/in-drei-10-2013.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.htm

http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2016/09/burocracia-no-setor-
portuario-custa-ate-r-43-bilhoes-por-ano-para-o-brasil/ acesso em: 07 de Janeiro de
2017

http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2016/09/burocracia-no-setor-
portuario-custa-ate-r-43-bilhoes-por-ano-para-o-brasil/.Burocracia no setor portuário
54

custa até R$ 4,3 bilhões por ano para o Brasil. Acessado em 15 de Novembro de
2016.

http://www.sedexglobal.com/

http://www.sedexglobal.com/pt-br/sobre-a-sedex-2/nosso-trabalho/

https://www.cbi.eu/market-information/fresh-fruit-vegetables/buyer-requirements/
acessado em 29/01/2017 às 18h.

https://www.gov.uk/ acesso em: 05 de Fevereiro de 2017

https://www.gov.uk/government/collections/exporting-country-guides

https://www.gov.uk/government/collections/exporting-country-guides acesso em: 06


de Fevereiro de 2017

https://www.gov.uk/guidance/export-food-and-agricultural-products-special-
rules#plants

https://www.gov.uk/guidance/export-food-and-agricultural-products-special-
rules#plants acesso em: 06 de Fevereiro de 2017

www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=10541

www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=146684
55

ANEXOS
56

16

16
Foto DANFE EXPORTAÇÂO, Documento auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica, Autoria Própria.
57

17

17
Foto Certificado Field to Fork, Autoria Própria.
58

18

18
Foto Certificado Eurepgap, Autoria Própria.
59

19

19
Foto Certificado GLOBALGAP, Autoria Própria.
60

20

20
Foto Certificado GLOBALGAP Fruit and Vegetables Option 2, Autoria Própria
61

21

21
Foto Certificado GLOBALGAP Fruit and Vegetables Option 2, Autoria Própria
62

22

22
Foto Certificado Eurepgap Option 2 Grower Group, Autoria Própria.
63

23

23
Foto autoria própria

Potrebbero piacerti anche