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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 03

SUMÁRIO

DIREITOS HUMANOS................................................................................................................................3
LEITURA DE VÉSPERA - LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................... 3
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO ......................................................................................... 7
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULA ........................................................................................................................................... 8

DIREITO PROCESSUAL PENAL ...............................................................................................................9


LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 9
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO.......................................................................................... 13
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS......................................................................................................................................... 19

CRIMINOLOGIA..........................................................................................................................................20
1. CRIMINOLOGIA AMBIENTAL.................................................................................................................................................... 20

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DIREITOS HUMANOS
PROFESSOR RESPONSÁVEL: ALICE ROCHA

LEITURA DE VÉSPERA - LEGISLAÇÃO

01

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS

Artigo 5º Direito à integridade pessoal.


(...)
6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a rea-
daptação social dos condenados.

02

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS

Artigo 7º Direito à liberdade pessoal.


(...)
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de
um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de
ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o
processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu compareci-
mento em juízo.

03

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS

Artigo 8º Garantias judiciais.


(...)
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto
não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
(...)
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de
sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor.

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04

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS

Artigo 20. Direito à nacionalidade


1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se
não tiver direito a outra.

05

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS

Artigo 22. Direito de circulação e de residência


(...)
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.

06

ESTATUTO DO IDOSO – Lei n. 10.741/2003

Art. 1º instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pes-


soas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

07

ESTATUTO DO IDOSO – Lei n. 10.741/2003

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.

08

ESTATUTO DO IDOSO – Lei n. 10.741/2003

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA:
STJ. Estabelecendo o art. 12 que a obrigação alimentar é solidária — ou seja, todos os
filhos têm a obrigação – a ação pode ser promovida em face de um deles somente. Se um dos

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filhos se sentir lesado, poderá interpor recurso para tentar dividir as despesas com os outros
dois irmãos. Antes do Estatuto do Idoso, era comum acionar o art. 46 do CPC/1973, relativo
ao litisconsórcio facultativo. O Estatuto do Idoso, cumprindo política pública (art. 3º), assegura
celeridade no processo, impedindo intervenção de outros eventuais devedores de alimentos.
(REsp 775.565 SP 2005/0138767-9, rel. min. Nancy Andrighi, julg. em 13/6/2006)

09

ESTATUTO DO IDOSO – Lei n. 10.741/2003

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema
Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articu-
lado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação
da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
(...)
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores
diferenciados em razão da idade.

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA:
STJ: legitimidade dos reajustes de mensalidades dos planos de saúde conforme a faixa
do usuário, desde que haja previsão contatual e que os percentuais sejam "razoáveis". A tese
foi firmada em julgamento de recurso repetitivo (Tema 952), da seguinte forma:
“O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança
de faixa etária do beneficiário é válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam obser-
vadas as normas expedidas pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam aplica-
dos percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem base atuarial idônea,
onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso.”

Art. 15. (...)


(...)
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos,
hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento:
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com
o idoso em sua residência; ou
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legal-
mente constituído.

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ESTATUTO DO IDOSO – Lei n. 10.741/2003

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão
objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade
sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes
órgãos:
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.

11

ESTATUTO DO IDOSO – Lei n. 10.741/2003

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discrimina-


ção e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em
que a natureza do cargo o exigir.

12

Lei n. 13.146/2015

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais bar-
reiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III – a limitação no desempenho de atividades; e
IV – a restrição de participação.

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13

Lei n. 13.146/2015

Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:


(...)
II – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem
usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
incluindo os recursos de tecnologia assistiva.
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, rela-
cionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

14

Lei n. 13.146/2015

Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção
clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.

15

Lei n. 13.146/2015

Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou criar óbices ou condições
diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de deficiência do solicitante, devendo
reconhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.

LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO

01

Companhia aérea é civilmente responsável por não promover condições dignas de aces-
sibilidade de pessoa cadeirante ao interior da aeronave.
A sociedade empresária atuante no ramo da aviação civil possui a obrigação de providen-
ciar a acessibilidade do cadeirante no processo de embarque, quando indisponível ponte de
conexão ao terminal aeroportuário (“finger”).

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Se não houver meio adequado (com segurança e dignidade) para o acesso do cadeirante
ao interior da aeronave, isso configura defeito na prestação do serviço, ensejando reparação
por danos morais.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.611.915-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 06/12/2018 (Info 642).

LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULA

01

Súmula Vinculante n. 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade de depósito.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL


PROFESSOR RESPONSÁVEL: MÁRCIO ALBERTO GOMES SILVA

LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO

01

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos cri-
minais;
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que
Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu tempe-
ramento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa.

02

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
fiança ou sem ela.

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§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo juiz.

03

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:


I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julga-
mento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.

04

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de


pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática
que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura,
setorização e intensidade de radiofrequência.
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que depen-
derá de autorização judicial, conforme disposto em lei;
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não supe-
rior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresenta-
ção de ordem judicial.
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo
máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade com-
petente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática

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que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e


outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com ime-
diata comunicação ao juiz.

05

Leitura dos dispositivos que tratam sobre arquivamento do inquérito (artigos 17, 18
e 28 do CPP):
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de infor-
mação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério
Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz
obrigado a atender.

06

Leitura artigos que tratam da fixação da competência em razão do lugar (artigos 70,
71, 72 e 73, do CPP):
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato
de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será compe-
tente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir
seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdi-
ções, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domi-
cílio ou residência do réu.
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.

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§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente
o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domi-
cílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

07

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo,
por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e
o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras,
ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares
influir na prova de outra infração.

08

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evi-
denciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato
objeto da prova.
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.

09

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se
tratar de crime que envolva:
I – violência doméstica e familiar contra mulher;
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

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Leitura das modalidades flagranciais do artigo 302 do CPP (flagrante próprio nos inci-
sos I e II, flagrante impróprio ou quase-flagrante no inciso III e flagrante ficto ou presu-
mido no inciso IV):
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração.

LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO

01

Informativo n. 640/STJ: Inicialmente, cumpre salientar que, ao contrário da interceptação


telefônica, no âmbito da qual o investigador de polícia atua como mero observador de conver-
sas empreendidas por terceiros, no espelhamento via WhatsApp Web o investigador de polícia
tem a concreta possibilidade de atuar como participante tanto das conversas que vêm a ser
realizadas quanto das conversas que já estão registradas no aparelho celular, haja vista ter o
poder, conferido pela própria plataforma online, de interagir diretamente com conversas que
estão sendo travadas, de enviar novas mensagens a qualquer contato presente no celular, e
de excluir, com total liberdade, e sem deixar vestígios, qualquer mensagem passada, presente
ou futura. Insta registrar que, por mais que os atos praticados por servidores públicos gozem
de presunção de legitimidade, doutrina e jurisprudência reconhecem que se trata de presun-
ção relativa, que pode ser ilidida por contraprova apresentada pelo particular. Não é o caso,
todavia, do espelhamento: o fato de eventual exclusão de mensagens enviadas (na modali-
dade "Apagar para mim") ou recebidas (em qualquer caso) não deixar absolutamente nenhum
vestígio nem para o usuário nem para o destinatário, e o fato de tais mensagens excluídas,
em razão da criptografia end-to-end, não ficarem armazenadas em nenhum servidor, consti-
tuem fundamentos suficientes para a conclusão de que a admissão de tal meio de obtenção
de prova implicaria indevida presunção absoluta da legitimidade dos atos dos investigadores,
dado que exigir contraposição idônea por parte do investigado seria equivalente a demandar-
-lhe produção de prova diabólica (o que não ocorre em caso de interceptação telefônica, na
qual se oportuniza a realização de perícia). Em segundo lugar, ao contrário da interceptação
telefônica, que tem como objeto a escuta de conversas realizadas apenas depois da autoriza-
ção judicial (ex nunc), o espelhamento via QR Code viabiliza ao investigador de polícia acesso

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amplo e irrestrito a toda e qualquer comunicação realizada antes da mencionada autoriza-


ção, operando efeitos retroativos (ex tunc). Em termos técnico-jurídicos, o espelhamento seria
melhor qualificado como um tipo híbrido de obtenção de prova consistente, a um só tempo,
em interceptação telefônica (quanto às conversas ex nunc) e em quebra de sigilo de e-mail
(quanto às conversas ex tunc). Não há, todavia, ao menos por agora, previsão legal de um tal
meio de obtenção de prova híbrido. Por fim, ao contrário da interceptação telefônica, que é
operacionalizada sem a necessidade simultânea de busca pessoal ou domiciliar para apreen-
são de aparelho telefônico, o espelhamento via QR Code depende da abordagem do indivíduo
ou do vasculhamento de sua residência, com apreensão de seu aparelho telefônico por breve
período de tempo e posterior devolução desacompanhada de qualquer menção, por parte da
autoridade policial, à realização da medida constritiva, ou mesmo, porventura acompanhada
de afirmação falsa de que nada foi feito.

02

Informativo n. 642/STJ: Cinge-se a controvérsia a definir qual sentença deve prevalecer


na hipótese da existência de duas sentenças definitivas em ações penais distintas pelo mesmo
fato. No caso em exame, a prevalência da primeira decisão imutável é reforçada pela quebra
do dever de lealdade processual por parte da defesa. Ainda que os documentos anexados aos
autos permitam concluir que eles foram assistidos pela Defensoria Pública nas duas ações
penais – possivelmente, por profissionais distintos –, é pouco crível que, quando cientificados
da segunda persecução criminal existente em seu desfavor, não hajam informado a pessoa
responsável pela sua defesa que já estavam sendo processados pelos mesmos fatos. A leitura
da segunda sentença – proferida após o trânsito em julgado da condenação – permite con-
cluir que a duplicidade não foi mencionada sequer nas alegações finais. Tudo leva a crer que,
sabedora da dupla persecução criminal contra os réus, e que já haviam sido condenados no
outro processo a defesa prosseguiu na segunda ação e, ao ser exitosa, buscou a anulação do
primeiro decisum na via mandamental. No ponto, deve-se destacar ser assente nessa Corte
Superior o entendimento de que: "Vige no sistema processual penal o princípio da lealdade, da
boa-fé objetiva e da cooperação entre os sujeitos processuais, não sendo lícito à parte arguir
vício para o qual concorreu em sua produção, sob pena de se violar o princípio de que ninguém
pode se beneficiar da própria torpeza – nemo auditur propriam turpitudinem allegans" (RHC
n. 77.692/BA, Rel. Ministro Felix Fischer, 5ª Turma, DJe 18/10/2017). Ademais, sobre o tema,
o Supremo Tribunal Federal entende que "demonstrado o 'bis in idem', e assim a litispendên-
cia, prevalece a condenação imposta na primeira ação" (HC n. 69.615/SP, Rel. Ministro Carlos
Velloso, 2ª Turma, DJ 19/2/1993) e que "os institutos da litispendência e da coisa julgada dire-
cionam à insubsistência do segundo processo e da segunda sentença proferida, sendo impró-
pria a prevalência do que seja mais favorável ao acusado" (HC n. 101.131/DF, Rel. Ministro
Luiz Fux, Rel. p/ acórdão Ministro Marco Aurélio, 1ª Turma, DJe 10/2/2012). Com base nessas
premissas, reconhece-se a prevalência da primeira sentença transitada em julgado.

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03

Informativo n. 642/STJ: Após minucioso diagnóstico da execução penal brasileira, anali-


sou-se a questão da falta de vagas no sistema carcerário e a consequência jurídica aos ape-
nados, sobretudo o seu direito de não ser submetido a regime mais gravoso daquele imposto
no título condenatório. Daí a Súmula Vinculante n. 56, que dispõe, verbis: "A falta de estabele-
cimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais
gravoso, 143 devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/
RS." Ressalta-se que, na oportunidade, restaram estabelecidos como parâmetros que, previa-
mente à concessão da prisão domiciliar, devem ser observadas outras alternativas ao déficit de
vagas, quais sejam, (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a
liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em
prisão domiciliar por falta de vagas; ou (iii) o cumprimento de penas alternativas de direito e/ou
estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Observa-se, de pronto, que a Súmula
Vinculante n. 56/STF, portanto, destina-se com exclusividade aos casos de efetivo cumpri-
mento de pena. Em outras palavras, aplica-se tão somente ao preso definitivo ou àquele em
cumprimento provisório da condenação. O seu objetivo não é outro senão vedar o resgate da
reprimenda em regime mais gravoso do que teria direito o apenado pela falha do Estado em
oferecer vaga em local apropriado. Não se pode estender a citada súmula vinculante ao preso
provisório, eis que se trata de situação distinta. Por deter caráter cautelar, a prisão preventiva
não se submete a distinção de diferentes regimes. Assim, sequer é possível falar em regime
mais ou menos gravoso ou estabelecer um sistema de progressão ou regressão da prisão.

04

Informativo n. 647/STJ: Acerca da prisão domiciliar, o Colegiado da Suprema Corte, por


ocasião do julgamento do Habeas Corpus coletivo n. 143.641/SP, concluiu que a norma pro-
cessual (art. 318, IV e V) alcança a todas as mulheres presas, gestantes, puérperas, ou mães
de crianças e deficientes sob sua guarda, relacionadas naquele writ, bem ainda todas as
outras em idêntica condição no território nacional. No referido julgado determinou-se a subs-
tituição da prisão preventiva por domiciliar de mulheres presas, em todo o território nacional,
que sejam gestantes ou mães de crianças de até 12 anos ou responsável por pessoas com
deficiência, sem prejuízo da aplicação das medidas alternativas previstas no artigo 319 do
Código de Processo Penal (CPP). No caso, a ré havia sido beneficiada com a conversão da
prisão preventiva em domiciliar, mas, diante da confirmação da condenação, foi determinada a
expedição do mandado de prisão, para se dar início à execução provisória da pena. Há prece-
dentes desta Corte, contudo, autorizando a concessão de prisão domiciliar mesmo em execu-
ção provisória da pena, não se podendo descurar, ademais, que a prisão domiciliar é instituto
previsto tanto no art. 318, inciso V, do Código de Processo Penal, para substituir a prisão pre-
ventiva de mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos, quanto no art. 117,

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inciso III, da Lei de Execuções Penais, que se refere à execução provisória ou definitiva da
pena, para condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental. Nesse encadeamento
de ideias, uma interpretação teleológica da Lei n. 13.257/2016, em conjunto com as disposi-
ções da Lei de Execução Penal, e à luz do constitucionalismo fraterno, previsto no art. 3º, bem
como no preâmbulo da Constituição Federal, revela ser possível se inferir que as inovações
trazidas pelo novo regramento podem ser aplicadas também à fase de execução da pena.

05

Informativo n. 629/STJ: Cinge-se a controvérsia a analisar pedido de conversão de prisão


preventiva em domiciliar para que paciente possa cuidar de pessoa absolutamente incapaz.
O Tribunal de origem, ao analisar a questão, considerando o recente precedente do STF, no
julgamento do HC n. 143.641, apresentou fundamento válido para afastar a substituição da
prisão preventiva da paciente por domiciliar, ao destacar laudo pericial do assistente social, no
qual consta que a paciente usava de sua própria residência para a prática delituosa. Assim,
o local não apenas se mostraria inadequado para os cuidados de um incapaz, como também
remeteria à conclusão de possibilidade de reiteração criminosa. Registra-se que a Quinta
Turma já entendeu que a substituição do encarceramento preventivo pelo domiciliar não res-
guarda o interesse dos filhos menores de 12 anos de idade, quando o crime é praticado na
própria residência da agente, onde convive com os infantes.

06

Informativo n. 620/STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de vio-


lação de direito autoral e contra a lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de
sinal de TV por assinatura, via satélite ou cabo, por meio de serviços de card sharing. 309 –
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR – A conduta assinalada consiste no compartilhamento
ilícito de sinal de TV, por meio de um cartão no qual são armazenadas chaves criptografadas
que carregam, de forma cifrada, o conteúdo audiovisual. Tais cartões são inseridos em equi-
pamentos que viabilizam a captação do sinal, via cabo ou satélite, e sua adequada decodifi-
cação, conhecidos como AZBox, Duosat, AzAmérica, entre outros. Ao que consta dos autos,
uma das formas de quebra das chaves criptográficas é feita por fornecedores situados na Ásia
e Leste Europeu, que enviam, via internet, a pessoas que as distribuem, também via internet,
aos usuários dos decodificadores ilegais, assim permitindo que o sinal de TV seja irregular-
mente captado. Nesse sentido, de acordo com o art. 109, V, da Constituição Federal, a compe-
tência da jurisdição federal se dá pela presença concomitante da transnacionalidade do delito
e da assunção de compromisso internacional de repressão, constante de tratados ou conven-
ções internacionais. A previsão normativa internacional, na hipótese, é a Convenção de Berna,
integrada ao ordenamento jurídico nacional através do Decreto n. 75.699/1975, e reiterada na
Organização Mundial do Comércio – OMC por acordos como o TRIPS (Trade-Related Aspects

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of Intellectual Property Rights) – Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelec-
tual Relacionados ao Comércio (AADPIC), incorporado pelo Decreto n. 1.355/1994, com a
previsão dos princípios de proteção aos direitos dos criadores. O outro requisito constitucio-
nal, de tratar-se de crime à distância, com parcela do crime no Brasil e outra parcela do iter
criminis fora do país, é constatado pela inicial prova da atuação transnacional dos agentes,
por meio da internet. Nesse contexto, tem-se por evidenciados os requisitos da previsão das
condutas criminosas em tratado ou convenção internacional e do caráter de internacionali-
dade dos delitos objeto de investigação, constatando-se, à luz do normativo constitucional, a
competência da jurisdição federal para o processamento do feito.

07

Informativo n. 636/STJ: Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida prote-


tiva de urgência decorrente de crime de ameaça contra a mulher cometido, por meio de rede
social de grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil.
222 –INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR – Inicialmente, cumpre salientar que, segundo o
art. 109, V, da Constituição Federal, aos juízes federais compete processar e julgar "os crimes
previstos em tratado ou convenção internacional, quando iniciada a execução no País, o resul-
tado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente". Encontrando-se o
suposto autor das ameaças em território estrangeiro, uma vez que não se tem notícia do seu
ingresso no país, tem-se um possível crime à distância, tendo em vista que as ameaças foram
praticadas nos EUA, mas a suposta vítima teria tomado conhecimento do seu teor no Brasil.
Observe-se que, de fato, não se tem, propriamente, crime previsto em tratado ou conven-
ção internacional. Isto porque, embora o Brasil seja signatário de acordos internacionais que
asseguram os direitos das mulheres, tais convenções não descrevem tipos penais. Em outras
palavras, referidas convenções apenas apresentam conceitos e recomendações sobre a erra-
dicação de qualquer forma de discriminação e violência contra as mulheres. Entretanto, em
situação semelhante ao caso concreto, o argumento de ausência de tipificação em convenção
internacional foi derrubado pelo Supremo quando da análise de crimes de pedofilia na Internet
(RE 628.624). Segundo a tese vencedora, o Estatuto da Criança e do Adolescente é produto
de tratado e convenção internacional subscritos pelo Brasil. Dessarte, à luz do entendimento
firmado pelo Supremo Tribunal Federal, embora as convenções internacionais firmadas pelo
Brasil não tipifiquem ameaças à mulher, a Lei Maria da Penha, que prevê medidas protetivas,
veio concretizar o dever assumido pelo Estado Brasileiro de proteção à mulher. Assim, é evi-
dente a internacionalidade das ameaças que tiveram início nos EUA, por meio de rede social
de grande alcance, o que resulta na competência da Justiça Federal.

08

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Informativo n. 632/STJ: Inicialmente cumpre destacar que a prática de vias de fato é


hipótese de contravenção penal (art. 21 do Decreto-Lei n. 3.688/1941), e não crime, o que
contraria o disposto no art. 313, II, do Código de Processo Penal. Deste modo, em se tratando
de aplicação da cautela extrema, não há campo para interpretação diversa da literal, uma vez
que não há previsão legal que autorize a prisão preventiva contra autor de uma contravenção,
mesmo na hipótese específica de transgressão das cautelas de urgência já aplicadas.

09

Informativo n. 623/STJ: Na hipótese, verifica-se ofensa ao direito fundamental da inviola-


bilidade do domicílio, determinado no art. 5°, inc. XI, da Constituição da República, pois, não
há referência à prévia investigação policial para verificar a possível veracidade das informa-
ções recebidas, não se tratando de averiguação de informações concretas e robustas acerca
da traficância naquele local. Ainda que o tráfico ilícito de drogas seja um tipo penal com vários
verbos nucleares, e de caráter permanente em alguns destes verbos, como por exemplo "ter
em depósito", não se pode ignorar o inciso XI do artigo 5º da Constituição Federal e esta
garantia constitucional não pode ser banalizada, em face de tentativas policiais aleatórias de
encontrar algum ilícito em residências. Conforme entendimento da Suprema Corte e da Sexta
Turma deste STJ, a entrada forçada em domicílio, sem uma justificativa prévia conforme o
direito, é arbitrária, e não será a constatação de situação de flagrância, posterior ao ingresso,
que justificará a medida, pois os agentes estatais devem demonstrar que havia elemento
mínimo a caracterizar fundadas razões (justa causa).

10

Informativo n. 623/STJ: Observe-se, inicialmente a indagação a respeito da presença do


dolo eventual: se o conceito jurídico-penal acerca do que é dolo eventual já produz enormes
dificuldades ao julgador togado, que emite juízos técnicos, apoiados em séculos de estudos
das ciências penais, o que se pode esperar de um julgamento realizado por pessoas que
não possuem esse saber e que julgam a partir de suas íntimas convicções, sem explicitação
dos fundamentos e razões que definem seus julgamentos? O legislador criou um procedi-
mento bifásico para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, em que a primeira fase
se encerra com uma avaliação técnica, empreendida por um juiz togado, o qual se socorre da
dogmática penal e da prova dos autos, e mediante devida fundamentação, portanto, não se
pode desprezar esse "filtro de proteção para o acusado" e submetê-lo ao julgamento popular
sem que se façam presentes as condições necessárias e suficientes para tanto. Note-se que
a primeira etapa do procedimento bifásico do Tribunal do Júri tem o objetivo principal de ava-
liar a suficiência ou não de razões (justa causa) para levar o acusado ao seu juízo natural. O
juízo da acusação (iudicium accusationis) funciona como um filtro pelo qual somente passam

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as acusações fundadas, viáveis, plausíveis e idôneas a serem objeto de decisão pelo juízo da
causa (iudicium causae). Deste modo, não é consentâneo, aos objetivos a que representa na
dinâmica do procedimento bifásico do Tribunal do Júri, a decisão de pronúncia relegar a juízes
leigos, com a cômoda invocação da questionável regra do in dubio pro societate, a tarefa de
decidir sobre a ocorrência de um estado anímico cuja verificação demanda complexo e téc-
nico exame de conceitos jurídico-penais.

LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS

01

Súmula Vinculante n. 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fun-


dado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade discipli-
nar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

02

Súmula Vinculante n. 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso


amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

03

Súmula n. 542/STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violên-
cia doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

04

Súmula n. 244/STJ: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de


estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.

05

Súmula n. 122/STJ: Compete a justiça federal o processo e julgamento unificado dos


crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a",
do Código de Processo Penal.

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CRIMINOLOGIA
PROFESSOR RESPONSÁVEL: HUMBERTO BRANDÃO

1. CRIMINOLOGIA AMBIENTAL

Quero chamar a atenção para um ponto específico do edital que é menos comum que os
demais, porém tão importante quanto. Trata-se do item 3.6 – Criminologia Ambiental.
Criminologia Ambiental é o estudo da ecologia do crime, isto é, o aspecto urbano das cida-
des que influencia o infrator quando da escolha do momento mais adequado para a prática
criminosa.
A Criminologia Ambiental orienta seus estudos para o fenômeno criminal com foco na
prevenção do delito. Trata-se, portanto, de uma teoria que não se ocupa com os aspectos da
recuperação ou ressocialização do criminoso.
Veremos a partir de agora as principais teorias da Criminologia Ambiental, cujo corpo teó-
rico recebe a denominação de Conjunto Teórico da Prevenção Situacional do Crime.

1.1. Teoria das Zonas Concêntricas

A Criminologia Ambiental nos remete à ecologia urbana e à análise dos novos modos de
vida. R. Park e E. W. Burgess desenvolveram a "teoria das zonas concêntricas" com base no
fenômeno da competição pelo terreno que relacionava o crescimento espacial da cidade com
a sua segmentação social.
A Teoria das Zonas Concêntricas funciona da seguinte maneira: o centro cívico está no
meio (normalmente onde as pessoas trabalham); é a zona que tem o maior policiamento e
menor índice de criminalidade. O segundo círculo é o subúrbio, onde as pessoas residem. Tem
menos policiamento que o centro e mais crime. O terceiro círculo é a periferia (gueto), onde
existe menos policiamento ainda e maiores índices de criminalidade. Vejamos a representação:

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1.2. Teoria das Atividades Rotineiras

A Teoria das Atividades Rotineiras estabelece que o crime predatório ocorre quando um
potencial infrator e um alvo adequado convergem no mesmo tempo e lugar, sem a presença
de um guardião capacitado para evitar a ação criminosa. Trata-se de uma teoria proposta por
Lawrence Cohen e Marcus Felson e que deu origem ao triângulo de análise do crime em que
cada lado representa o infrator, o alvo e o ambiente.

Triângulo do Crime

Portanto, para que um crime ocorra, devem convergir no TEMPO e no ESPAÇO pelo menos
três elementos: um provável AGRESSOR (infrator motivo), um ALVO adequado (vítima), e
AUSÊNCIA DE UM GUARDIÃO capaz de impedir o crime.

• Infrator motivado

A motivação para o infrator deliberar pela prática criminosa pode ser de vários matizes.
Vejamos:
a) Patologia individual;
b) Maximização do lucro;
c) Subproduto de um sistema social perverso ou deficiente;
d) Desorganização social; e
e) Oportunidade.

• Guardião capaz

Guardião capaz é uma pessoa ou um equipamento que inibe a prática do delito. Esse
guardião pode ser formal ou informal:

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a) Policiais;
b) Vigilantes;
c) Sistemas de segurança;
d) Testemunhas etc.

• Vítima/Alvo adequado

O termo “vítima/alvo adequado” pode se referir a uma pessoa ou a um local ou, ainda, a
um produto. Assim, por exemplo, se o crime é um arrombamento de comércio, o alvo ade-
quado será um local em que se acredita haver dinheiro ou um produto com valor de revenda.
Por outro lado, se o delito é um roubo em via pública, então o alvo adequado será uma pessoa
que é identificada portando objetos de valor para o agressor, desprotegida e, provavelmente,
sem condições de reagir.

1.3. Teoria da Escolha Racional (Rational Choice Theory)

A Teoria da Escolha Racional parte da premissa de que os criminosos tomam decisões


através de um processo racional, pesando os custos ou as consequências da prática delitiva
em relação aos respectivos ganhos possíveis.
Neste processo decisório que envolve o custo/benefício do crime, são levados em conta
os benefícios líquidos esperados e os custos implícitos da ação, entre os quais a probabili-
dade de prisão e condenação.

1.4. Teoria do Padrão Criminal (Crime Pattern Theory)

A Teoria do Padrão Criminal afirma que o crime não é um evento aleatório, eis que a expe-
riência demonstra que as práticas criminais decorrem de um padrão, um modelo comporta-
mental, normalmente ligado a uma área geográfica específica, com características próprias e
facilitadoras para a prática criminosa. Ex.: uma Universidade Pública que não possui controle
de acesso de pessoas e nem sistema de vigilância de câmeras nas salas de aula é um local
onde se registram inúmeros casos de furto de equipamentos de informática e eletrônicos.
O Padrão Criminal estabelece que os infratores agem, via de regra, com o mesmo modus
operandi, o que representa economicidade para os criminosos, influenciado por ausência de
ônus na prática delitiva, resultando a reincidência criminal.

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1.5. Teoria da Oportunidade (Crime Opportunity Theory)

O evento criminal é o resultado de um somatório de circunstâncias que concorrem para a


ocorrência do crime. Assim, por exemplo, sair de casa e deixar a porta aberta cria uma opor-
tunidade para um potencial criminoso que passe eventualmente pelo local realizar o furto
residencial. As oportunidades são circunstâncias que contribuem para a fragilidade da pró-
pria vítima e aumentam o sucesso dos criminosos. Trata-se de uma teoria relacionada com a
Teoria das Atividades Rotineiras, e dela podemos extrair dez princípios básicos relacionados
à equação crime x oportunidade:
1. Oportunidades desempenham um papel causal em todos os crimes;
2. Oportunidades de crime são altamente específicas;
3. Oportunidades de crime estão concentradas no tempo e no espaço;
4. Oportunidades de crime dependem dos movimentos diários;
5. Um crime produz oportunidades para outro;
6. Alguns produtos oferecem oportunidades de crime mais tentadores;
7. Mudanças sociais e tecnológicas produzem novas oportunidades de crime;
8. Oportunidades para o crime podem ser reduzidas;
9. Redução das oportunidades não costuma deslocar crime;
10. Focar na redução das oportunidades pode produzir quedas na prática de crime.

Com estes apontamentos, acredito que você terá condições de acertar todas as ques-
tões da prova de Criminologia envolvendo a temática Criminologia Ambiental.

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