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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 02

SUMÁRIO

DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL).......................................................................................................3


LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO.................................................................................................................................... 3
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO.......................................................................................... 7
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS......................................................................................................................................... 12

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL...............................................................................................................13


LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 13
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO.......................................................................................... 19
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS......................................................................................................................................... 22

DIREITO CIVIL.............................................................................................................................................24
LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 24
LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO.......................................................................................... 28
LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS......................................................................................................................................... 31

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DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL)


PROFESSOR RESPONSÁVEL: MÁRCIO ALBERTO GOMES SILVA

LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO

01

O art. 121, § 2º, do Código Penal, traz em seu bojo as qualificadoras do homicídio. É
relevante destacar, dentre as qualificadoras, o feminicídio (inciso VI):
Para que exista feminicídio é preciso que o homicídio que vitimou a mulher seja praticado
em razão da condição do sexo feminino (é preciso ler o § 2º-A do artigo 121 do Código
Penal, que afirma que há razão da condição do sexo feminino quando o crime envolve: vio-
lência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher).
No § 7º do art. 121 do Código Penal, há causas de aumento que se aplicam ao feminicídio
(alteradas pela edição da Lei n. 13.771/2018) – aumento de 1/3 (um terço) até a metade se
o crime for praticado: I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II –
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou
portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental; III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

02

O art. 122 revela o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, que é


classificado pela doutrina como crime condicionado ao resultado. É importante a lei-
tura do preceito secundário, para notar que só se pune pela prática do delito tipificado
no art. 122 do Código Penal quando o suicídio se consuma ou quando, da tentativa de
suicídio, sobrevém lesão corporal grave:
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a
três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

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É relevante ler as causas de aumento (o Código Penal chama de qualificadoras) do


crime de aborto:
Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço,
se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a morte.

04

É importante diferenciar a lesão corporal de natureza grave da lesão corporal gravís-


sima (leitura do art. 129, §§ 1º e 2º, do Código Penal):

Lesão grave – § 1º Lesão gravíssima – § 2º


Incapacidade para as ocupações Incapacidade permanente para o
habituais, por mais de trinta dias trabalho
Perigo de vida –
– Enfermidade incurável
Debilidade permanente de membro, Perda ou inutilização do membro,
sentido ou função sentido ou função
– Deformidade permanente
Aceleração de parto Aborto

05

Leitura das causas de aumento nos crimes contra a honra (art. 141 do Código Penal):
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no
caso de injúria.
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro.

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06

Leitura dos requisitos do furto privilegiado (art. 155, § 2º, do Código Penal):
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
(...)
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode subs-
tituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente
a pena de multa.

07

Diferenciação do roubo próprio (caput do artigo 157) e do roubo impróprio (§ 1º do


mesmo artigo 157):
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
coisa para si ou para terceiro.

08

Hipóteses de dano qualificado (com especial atenção ao inciso III do parágrafo único
do art. 163):
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou
de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos;
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.

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Leitura das escusas absolutórias nos crimes patrimoniais:


Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
natural.
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave
ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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Leitura do novo crime de registro não autorizado da intimidade sexual:


Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo,
áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual
ou libidinoso de caráter íntimo.

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LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO

01

Informativo n. 648/STJ: não se desconhece o precedente firmado nos autos do RHC n.


62.437/SC, em 2016, em que o Ministro Nefi Cordeiro consigna que a subtração de energia
por alteração de medidor sem o conhecimento da concessionária melhor se amolda ao delito
de furto mediante fraude e não ao de estelionato. Ao que se pode concluir dos estudos dou-
trinários, no furto, a fraude visa diminuir a vigilância da vítima e possibilitar a subtração da res
(inversão da posse). O bem é retirado sem que a vítima perceba que está sendo despojada de
sua posse. Por sua vez, no estelionato, a fraude objetiva faz com que a vítima incida em erro
e voluntariamente entregue o objeto ao agente criminoso, baseada em uma falsa percepção
da realidade. No caso dos autos, verifica-se que as fases "A" e "B" do medidor estavam isola-
das por um material transparente, que permitia a alteração do relógio e, consequentemente,
a obtenção de vantagem ilícita aos acusados pelo menor consumo/pagamento de energia
elétrica – por induzimento em erro da companhia de eletricidade. Assim, não se trata da figura
do "gato" de energia elétrica, em que há subtração e inversão da posse do bem. Trata-se de
serviço lícito, prestado de forma regular e com contraprestação pecuniária, em que a medi-
ção da energia elétrica é alterada, como forma de burla ao sistema de controle de consumo –
fraude – por induzimento em erro, da companhia de eletricidade, que mais se adequa à figura
descrita no tipo elencado no art. 171, do Código Penal (estelionato).

02

Informativo n. 645/STJ: da leitura do Art. 218-B, § 2º, I, do Código Penal, verifica-se que
são punidos tanto aquele que capta a vítima, inserindo-a na prostituição ou outra forma de
exploração sexual (caput), como também o cliente do menor prostituído ou sexualmente explo-
rado (§ 1º). Sobre o tipo, diferentemente do caput do artigo 218-B da Lei Penal n. 102, que
reclama a habitualidade para a sua configuração, a figura do inciso I do § 2º da aludida norma
incriminadora, cuja caracterização independe da manutenção de relacionamento sexual habi-
tual entre o ofendido e o agente. Sobre o assunto, Cleber Masson leciona a doutrina que, "nos
núcleos 'submeter', 'induzir', 'atrair' e 'facilitar', a consumação se dá no momento em que a
vítima passa a se dedicar com habitualidade ao exercício da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual, ainda que não venha a atender pessoa interessada em seus serviços", ao
passo que o tipo do inciso I do § 1º do artigo 218-B do Código Penal "não reclama a habitua-
lidade no relacionamento sexual entre o agente e a pessoa menor de 18 e maior de 14 anos".

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03

Informativo n. 645/STJ: diferentemente do que ocorre nos arts. 217-A, 218 e 218-A do
Código Penal, nos quais o legislador presumiu de forma absoluta a vulnerabilidade dos meno-
res de 14 (catorze) anos, no art. 218-B não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averi-
guar se o menor de 18 (dezoito) anos não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, ou se, por outra causa, não pode oferecer resistência, o que usualmente ocorre mediante
a comprovação de que se entrega à prostituição devido às suas más condições financeiras.
A doutrina assevera que "a justificativa para se ampliar o conceito, é o fato de que embora
o maior de 14 já esteja apto a manifestar sua vontade sexual, normalmente ele se entrega
à prostituição face à péssima situação econômica", motivo pelo qual "a sua imaturidade em
função da idade associada a sua má situação financeira o torna vulnerável". Assim, não há
falar em atipicidade da conduta sob o argumento de que o adolescente teria consentido com
a prática dos atos libidinosos, quando o agente se aproveita da situação de miserabilidade do
ofendido, atraindo-o a se prostituir.

04

Informativo n. 626/STJ: preliminarmente cumpre salientar que sobreveio à decisão impug-


nada a promulgação da Lei n. 13.654, de 23 de abril de 2018, que modificou o Código Penal
nos dispositivos referentes aos crimes de furto e roubo. Essa alteração legislativa suprimiu a
previsão contida no inciso I do § 2º do art. 157, que apresentava hipótese de causa especial de
aumento de pena relativa ao emprego de arma. Esta Corte possuía entendimento jurispruden-
cial consolidado, reconhecendo que a previsão contida no dispositivo revogado abrangia não
apenas armas de fogo, mas qualquer "artefato que tem por objetivo causar dano, permanente
ou não, a seres vivos e coisas", nos termos do art. 3º, inciso IX, do Decreto n. 3.665/2000. No
entanto, a atual previsão contida no art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código Penal, limita a possibili-
dade de aumento de pena à hipótese de a violência ser cometida mediante emprego de arma de
fogo, assim considerado o instrumento que "(...) arremessa projéteis empregando a força expan-
siva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, nor-
malmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão
do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil", de acordo com o Decreto citado. Por-
tanto, não se está diante de continuidade normativa, mas de abolitio criminis da majorante, na
hipótese de o delito ser praticado com emprego de artefato diverso de arma de fogo. Na hipó-
tese, o réu realizou a subtração fazendo uso de arma branca (faca). Diante desse fato, deve-se
aplicar a lei nova, mais benéfica ao acusado, em consonância com o art. 5º, XL, da Constituição
Federal, afastando-se o aumento de 1/3 aplicado na terceira fase do cálculo da pena.

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05

Informativo n. 622/STJ: de início, quanto à configuração de causa de extinção de puni-


bilidade, ressalta-se que o Superior Tribunal de Justiça se posicionava no sentido de que o
pagamento do débito oriundo do furto de energia elétrica, antes do oferecimento da denúncia,
configurava causa de extinção da punibilidade, pela aplicação analógica do disposto no art. 34
da Lei n. 9.249/1995 e do art. 9º da Lei n. 10.684/2003. Ocorre que a Quinta Turma desta Corte,
no julgamento do AgRg no REsp 1.427.350/RJ, DJe 14/03/2018, modificou a posição anterior,
passando a entender que o furto de energia elétrica não pode receber o mesmo tratamento
dado ao inadimplemento tributário, de modo que o pagamento do débito antes do recebimento
da denúncia não configura causa extintiva de punibilidade, mas causa de redução de pena rela-
tiva ao arrependimento posterior. Isso porque, nos crimes contra a ordem tributária, o legislador
(Leis n. 9.249/1995 e n. 10.684/2003), ao consagrar a possibilidade da extinção da punibilidade
pelo pagamento do débito, adota política que visa a garantir a higidez do patrimônio público,
somente. A sanção penal é invocada pela norma tributária como forma de fortalecer a ideia de
cumprimento da obrigação fiscal. Já nos crimes patrimoniais, como o furto de energia elétrica,
existe previsão legal específica de causa de diminuição da pena para os casos de pagamento
da "dívida" antes do recebimento 228 da denúncia. Em tais hipóteses, o Código Penal, em seu
art. 16, prevê o instituto do arrependimento posterior, que em nada afeta a pretensão puni-
tiva, apenas constitui causa de diminuição da pena. Outrossim, a jurisprudência se consolidou
no sentido de que a natureza jurídica da remuneração pela prestação de serviço público, no
caso de fornecimento de energia elétrica, prestado por concessionária, é de tarifa ou de preço
público, não possuindo caráter tributário. Não há como se atribuir o efeito pretendido aos diver-
sos institutos legais, considerando que os dispostos no art. 34 da Lei n. 9.249/1995 e no art. 9º
da Lei n. 10.684/2003 fazem referência expressa e, por isso, taxativa, aos tributos e contribui-
ções sociais, não dizendo respeito às tarifas ou preços públicos.

06

Informativo n. 635/STJ: De início, cumpre observar que recentes decisões do Supremo


Tribunal Federal a respeito da interpretação do art. 317 do Código Penal são no sentido de
que "se exige, para a configuração do delito (de corrupção passiva), apenas o nexo causal
entre a oferta (ou promessa) de vantagem indevida e a função pública exercida, sem que
necessária a demonstração do mesmo nexo entre a oferta (ou promessa) e o ato de ofício
esperado, seja ele lícito ou ilícito" (Voto da Ministra Rosa Weber no Inq 4.506/DF). Com efeito,
nem a literalidade do art. 317 do CP, nem sua interpretação sistemática, nem a política cri-
minal adotada pelo legislador parecem legitimar a ideia de que a expressão "em razão dela",
presente no tipo de corrupção passiva, deve ser lida no restrito sentido de "ato que está dentro

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das competências formais do agente". A expressão "ato de ofício" aparece apenas no caput
do art. 333 do CP, como um elemento normativo do tipo de corrupção ativa, e não no caput do
art. 317 do CP, como um elemento normativo do tipo de corrupção passiva. Ao contrário, no
que se refere a este último delito, a expressão "ato de ofício" figura apenas na majorante do
art. 317, § 1º, do CP e na modalidade privilegiada do § 2º do mesmo dispositivo. Além disso, a
desnecessidade de que o ato pretendido esteja no âmbito das atribuições formais do funcioná-
rio público fornece uma visão mais coerente e íntegra do sistema jurídico. A um só tempo, são
potencializados os propósitos da incriminação – referentes à otimização da proteção da probi-
dade administrativa, seja em aspectos econômicos, seja em aspectos morais – e os princípios
da proporcionalidade e da isonomia. Conclui-se que o âmbito de aplicação da expressão "em
razão dela", contida no art. 317 do CP, não se esgota em atos ou omissões que detenham
relação direta e imediata com a competência funcional do agente. Assim, o nexo causal a ser
reconhecido é entre a mencionada oferta ou promessa e eventual facilidade ou suscetibilidade
usufruível em razão da função pública exercida pelo agente.

07

Informativo n. 633/STJ: de início, ressalta-se que o art. 291 do Código Penal tipifica,
entre outras condutas, a posse ou guarda de maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. A expressão "especialmente desti-
nado" não se refere a uma característica intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só
a posse ou guarda de maquinário exclusivamente voltado para a fabricação ou falsificação de
moedas consubstanciaria o crime, o que implicaria a inviabilidade de sua consumação (crime
impossível), pois nem mesmo o maquinário e insumos utilizados pela Casa de Moeda são
direcionados exclusivamente para a fabricação de moedas. Tal dicção está relacionada ao
uso que o agente pretende dar a esse objeto, ou seja, a consumação depende da análise do
elemento subjetivo do tipo (dolo), de modo que, se o agente detém a posse de impressora,
ainda que manufaturada visando ao uso doméstico, mas com o propósito de a utilizar precipu-
amente para contrafação de moeda, incorre no referido crime.

08

Informativo n. 631/STJ: a questão de direito delimitada na controvérsia trata da inter-


pretação dada ao artigo 229 do Código Penal. Registre-se que, mesmo após a alteração
legislativa introduzida pela Lei n. 12.015/2009, a conduta consistente em manter Casa de
Prostituição segue sendo crime. Todavia, com a novel legislação, passou-se a exigir a 232
"exploração sexual" como elemento normativo do tipo, de modo que a conduta consistente
em manter casa para fins libidinosos, por si só, não mais caracteriza crime, sendo necessário,
para a configuração do delito, que haja exploração sexual, assim entendida como a violação

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à liberdade das pessoas que ali exercem a mercancia carnal. Dessa forma, crime é manter
pessoa em condição de explorada, obrigada, coagida, não raro em más condições, ou mesmo
em condição análoga à de escravidão, impondo-lhe a prática de sexo sem liberdade de esco-
lha, ou seja, com tolhimento de sua liberdade sexual e em violação de sua dignidade sexual.
Nesse sentido, o bem jurídico tutelado não é a moral pública, mas sim a dignidade sexual,
como, aliás, o é em todos os crimes constantes do Título VI da Parte Especial do Código
Penal, dentre os quais o do artigo 229. E o sujeito passivo do delito não é a sociedade, mas
sim a pessoa explorada, vítima da exploração sexual. Assim, se não se trata de estabeleci-
mento voltado exclusivamente para a prática de mercancia sexual, tampouco há notícia de
envolvimento de menores de idade, nem comprovação de que o recorrido tirava proveito,
auferindo lucros da atividade sexual alheia mediante ameaça, coerção, violência ou qualquer
outra forma de violação ou tolhimento à liberdade das pessoas, não há falar em fato típico a
ser punido na seara penal.

09

Informativo n. 625/STJ: observe-se, inicialmente, que, conforme determina o art. 121, §


2º-A, I, do CP, a qualificadora do feminicídio deve ser reconhecida nos casos em que o delito
é cometido em face de mulher em violência doméstica e familiar. Assim, "considerando as
circunstâncias subjetivas e objetivas, temos a possibilidade de coexistência entre as qualifi-
cadoras do motivo torpe e do feminicídio. Isso porque a natureza do motivo torpe é subjetiva,
porquanto de caráter pessoal, enquanto o feminicídio possui natureza objetiva, pois incide nos
crimes praticados contra a mulher por razão do seu gênero feminino e/ou sempre que o crime
estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente dita, assim o animus do agente
não é objeto de análise" (Ministro Felix Fischer, REsp 1.707.113-MG, publicado em 07/12/2017.)

10

Informativo n. 622/STJ: No caso em análise, teria a paciente, segundo a denúncia, subtra-


ído um cofrinho contendo R$ 4,80 (quatro reais e oitenta centavos) da Associação dos Volun-
tários de Combate ao Câncer – AVCC, induzindo seu filho de apenas 9 anos a pegar o objeto
e colocá-lo na sua bolsa. Nesse contexto, verifica-se que o princípio da insignificância não se
aplica ao caso, porquanto, as características dos fatos revelam reprovabilidade suficiente para
a consumação do delito, embora o ínfimo valor da coisa subtraída. O referido princípio se aplica
a fatos dotados de mínima ofensividade, desprovidos de periculosidade social, de reduzido
grau de reprovabilidade do comportamento e que a lesão jurídica provocada seja inexpressiva.
(STF, HC n. 84.412-0/SP, Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJU de 19/11/2004). Observa-
-se, assim, que não há falar em mínima ofensividade e nem reduzido grau de reprovabilidade
do comportamento, porquanto, foi subtraído o bem com o induzimento do próprio filho menor

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da ora paciente a pegá-lo e, lamentavelmente, contra uma instituição sem fins lucrativos que
dá amparo a crianças com câncer. Ainda que irrelevante a lesão pecuniária provocada, porque
inexpressivo o valor do bem, a repulsa social do comportamento é evidente. Viável, por conse-
guinte, o reconhecimento da tipicidade conglobante do comportamento irrogado.

LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS

01

Súmula n. 567/STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por


existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impos-
sível a configuração do crime de furto.

02

Súmula n. 593/STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção


carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consen-
timento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de rela-
cionamento amoroso com o agente.

03

Súmula n. 554/STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o


recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.

04

Súmula n. 511/STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art.


155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do
agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

05

Súmula n. 599/STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a admi-


nistração pública.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL


PROFESSOR RESPONSÁVEL: SÉRGIO BAUTZER

LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO

01

ABUSO DE AUTORIDADE – Lei n. 4.898/1965

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:


a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil
ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-
-crime contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato
constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acu-
sado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.

02

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Digni-


dade Sexual de Criança e de Adolescente
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes
previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A,
218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obe-
decerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada,
que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado
de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais,
os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão
ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017)

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III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renova-
ções, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua
efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da
operação de infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se: (Incluído pela
Lei nº 13.441, de 2017)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, ende-
reço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei
nº 13.441, de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usu-
ário registrado ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário
ou código de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser
obtida por outros meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente
ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei
nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo
de garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da inter-
net, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A,
241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da
investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados
próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações
necessárias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tom-
bado em livro específico. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a ope-
ração deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministé-
rio Público, juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 02

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reu-
nidos em autos apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito poli-
cial, assegurando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade
das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

03

LEI MARIA DA PENHA

Deferimento de medidas protetivas por Delegado de Polícia ou Policial


Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física
da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Inclu-
ído pela Lei nº 13.827, de 2019)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou (Incluído
pela Lei nº 13.827, de 2019)
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado dis-
ponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no
prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção
ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitante-
mente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de
urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

04

LEI MARIA DA PENHA

Depoimento Especial da Mulher Vítima de Violência Doméstica


Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento
policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores – preferencialmente do
sexo feminino – previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemu-
nha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguin-
tes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

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I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a


sua condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica
e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pes-
soas a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato
nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada.
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemu-
nha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá
os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência domés-
tica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
II – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em
violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)
III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degrava-
ção e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

05

Alterações recentes na Lei de Drogas promovidas pela Lei n. 13.840/2019

“Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de acusação, ou


mediante representação da autoridade de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do
inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em que
haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produto do crime ou constituam pro-
veito dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código
de Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos necessários à conservação dos
bens, direitos ou valores.

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§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa


pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as
investigações.” (NR)

06

CRIMES HEDIONDOS – Lei n. 8.072/1990

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei


no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, consumados ou tentados: (Redação
dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III,
IV, V, VI e VII);
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida
de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído
pela Lei nº 13.142, de 2015)
II – latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ l°, 2° e 3°);
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei
nº 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de
1994)
VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins tera-
pêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no
9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou ado-
lescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)

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Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos


arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma
de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos
tentados ou consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)

07

Alterações recentes na Lei de Drogas promovidas pela Lei n. 13.840/2019

“Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante
será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão,
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.”

08

LEI MARIA DA PENHA – Lei n. 11.340/2006

Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência Descumprimento de


Medidas Protetivas de Urgência
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previs-
tas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu
as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder
fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído
pela Lei nº 13.641, de 2018)

09

TORTURA – Lei n. 9.455/1997

Art. 1º Constitui crime de tortura:


I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofri-
mento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

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II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

10

ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito


Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma
de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autoriza-
ção ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca
ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, muni-
ção ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer
forma, munição ou explosivo.

LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO

01

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
Para a configuração do delito de tráfico de drogas previsto no caput do artigo 33 da Lei
n. 11.343/2006, é desnecessária a aferição do grau de pureza da substância apreendida.

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02

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
Para fins de fixação da pena, não há necessidade de se aferir o grau de pureza da
substância apreendida uma vez que o artigo 42 da Lei de Drogas estabelece como cri-
térios “a natureza e a quantidade da substância”.

03

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
É imprescindível a confecção do laudo toxicológico para comprovar a materialidade
da infração disciplinar e a natureza da substância encontrada com o apenado no inte-
rior de estabelecimento prisional.

04

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
A falta da assinatura do perito criminal no laudo toxicológico é mera irregularidade
que não tem o condão de anular o referido exame.

05

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:

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É possível a aplicação do princípio da consunção entre os crimes previstos no § 1º


do artigo 33 e/ou no artigo 34 pelo tipificado no caput do artigo 33 da Lei n. 11. 343/2006,
desde que não caracterizada a existência de contextos autônomos e coexistentes, aptos
a vulnerar o bem jurídico tutelado de forma distinta.

06

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
Quando o agente no exercício irregular da medicina prescreve substância caracte-
rizada como droga, resta configurado, em tese, o delito do artigo 282 do Código Penal
(CP), em concurso formal com o do artigo 33, caput, da Lei n. 11. 343/2006.

07

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
É cabível a aplicação cumulativa das causas de aumento relativas à transnacionali-
dade e à interestadualidade do delito, previstas nos incisos I e V do artigo 40 da Lei de
Drogas, quando evidenciado que a droga proveniente do exterior se destina a mais de
um estado da federação, sendo o intuito dos agentes distribuir o entorpecente estran-
geiro por mais de uma localidade do país.

08

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
Para a configuração do crime de associação para o tráfico de drogas, previsto no artigo
35 da Lei n. 11.343/2006, é irrelevante a apreensão de drogas na posse direta do agente.

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09

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
Em se tratando de condenado pelo delito previsto no artigo 14 da Lei n. 6.368/1976,
deve-se observar as reprimendas mínima e máxima estabelecidas pelo artigo 8º da Lei n.
8.072/1990 (3 a 6 anos de reclusão), por ser norma penal mais benéfica ao réu, impondo-
-se, inclusive, se for o caso, a exclusão da pena de multa.

10

Em 3 de junho de 2019, o Superior Tribunal de Justiça lançou outra edição do Jurisprudên-


cia em Teses com entendimentos consolidados na Corte sobre a Lei de Drogas. Na 4ª edição
da ferramenta sobre o tema, 11 teses sobre a Lei n. 11.343/2006 foram incorporadas ao sis-
tema jurisprudencial pátrio:
a) A expropriação de bens em favor da União, decorrente da prática de crime de tráfico
ilícito de entorpecentes, constitui efeito automático da sentença penal condenatória.
b) Não viola o princípio da dignidade da pessoa humana a revista íntima realizada con-
forme as normas administrativas que disciplinam a atividade fiscalizatória, quando houver fun-
dada suspeita de que o visitante esteja transportando drogas ou outros itens proibidos para o
interior do estabelecimento prisional.

LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS

01

Súmula n. 265: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regres-


são da medida socioeducativa. (Súmula 265, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/05/2002, DJ
29/05/2002 p. 135.)

02

Súmula n. 337: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do


crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. (Súmula 337, TERCEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 09/05/2007, DJ 16/05/2007 p. 201.)

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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 02

03

Súmula n. 513: A 'abolitio criminis' temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao


crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.
(Súmula 513, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/06/2014, DJe 16/06/2014.)

04

Súmula n. 562: É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o


condenado, em regime fechado ou semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que
extramuros. (Súmula 562, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 29/02/2016.)

05

Súmula n. 589: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções


penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. (Súmula 589, TER-
CEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.)

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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 02

DIREITO CIVIL
PROFESSOR RESPONSÁVEL: ROBERTA QUEIROZ

LEITURA DE VÉSPERA – LEGISLAÇÃO

01

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se
inicia três meses depois de oficialmente publicada
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a cor-
reção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique
ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (EXPRESSA),
quando seja com ela incompatível (TÁCITA) ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior (TÁCITA).
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência. (REPRISTINAÇÃO SÓ SE CONSTAR EXPRESSAMENTE)

02

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intrans-
missíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

ATENÇÃO
Enunciado 4° JDC: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária,
desde que não seja permanente nem geral. Enunciado 139 JDC: Os direitos da personalidade
podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser
exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons
costumes.

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ESTUDO DIRIGIDO DELTA 2020 – VOLUME 02

03

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finali-
dade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Minis-
tério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determina-
das relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou
sócios da pessoa jurídica.
(A alteração deste artigo ocorreu após o edital, assim a redação antiga se faz pertinente.)

04

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testa-
mento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando,
se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvi-
mento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sis-
temas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão,
se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha
a fim igual ou semelhante.

05

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

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II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;


III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se
válido for na substância e na forma.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.

06

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. (RESPON-
SABILIDADE SUBJETIVA)
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede mani-
festamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes. (RESPONSABILIDADE OBJETIVA)
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente. (ESTADO DE NECESSIDADE)
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstân-
cias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra
este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o
dano (art. 188, inciso I).

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07

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: (RESPONSABILIDADE OBJE-
TIVA / REFLEXA/ ATO DE TERCEIRO)
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente
quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou
relativamente incapaz. (PAI NÃO PODE COBRAR DO FILHO EM REGRESSO)

08

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao DEVEDOR, se outra coisa não
se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá
o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá
ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

09

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em
que executou o ato de que se devia abster.

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10

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente,
deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obriga-
ção principal.

LEITURA DE VÉSPERA – JURISPRUDÊNCIA/INFORMATIVO

01

INFORMATIVO n. 554/STJ: O encerramento das atividades ou dissolução da sociedade,


ainda que irregulares, não é causa, por si só, para a desconsideração da personalidade jurí-
dica prevista no Código Civil. EREsp 1.306.553-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
10/12/2014.

02

INFORMATIVO n. 509/STJ: Ainda que se trate de pessoa pública, o uso não autorizado da
sua imagem, com fins exclusivamente econômicos e publicitários, gera danos morais. Assim,
a obrigação de indenizar, tratando-se de direito à imagem, decorre do próprio uso indevido
desse direito, não sendo necessário provar a existência de prejuízo. Trata-se de dano in re
ipsa. REsp 1.102.756-SP, Rel. Min. Nancy Andrigui, julgado em 20/11/2012.

03

INFORMATIVO n. 610/STJ: A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em


cassino que funciona legalmente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem
pública, os bons costumes e a soberania nacional. REsp 1.628.974-SP, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017.

04

INFORMATIVO n. 573/STJ: Os pais de portador de esquizofrenia paranoide que seja


solteiro, maior de idade e more sozinho, têm responsabilidade civil pelos danos causados
durante os recorrentes surtos agressivos de seu filho, no caso em que eles, plenamente cien-
tes dessa situação, tenham sido omissos na adoção de quaisquer medidas com o propósito

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de evitar a repetição desses fatos, deixando de tomar qualquer atitude para interditá-lo ou
mantê-lo sob sua guarda e companhia. REsp 1.101.324-RJ, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira,
julgado em 13/10/2015.

05

INFORMATIVO n. 647/STJ: O companheiro que com seu comportamento assume o risco


de transmissão do vírus HIV à parceira responde civilmente pelo dano.
REsp 1.760.943-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 19/03/2019.

06

INFORMATIVO n. 645/STJ: Não há exigência de formalidade específica acerca da mani-


festação de última vontade do indivíduo sobre a destinação de seu corpo após a morte, sendo
possível a submissão do cadáver ao procedimento de criogenia em atenção à vontade mani-
festada em vida. REsp 1.693.718-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, jul-
gado em 26/03/2019.

07

INFORMATIVO n. 644/STJ: Em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decor-


rente de acidente de trânsito, presume-se culpado o condutor de veículo automotor que se
encontra em estado de embriaguez, cabendo-lhe o ônus de comprovar a ocorrência de alguma
excludente do nexo de causalidade. REsp 1.749.954-RO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por
unanimidade, julgado em 26/02/2019.

08

INFORMATIVO n. 642/STJ: O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui


previsão na Constituição da República e na Lei Civil, não tendo sido afastado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADPF n. 130/DF. REsp 1.771.866-DF, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 12/02/2019.
Inicialmente cumpre salientar que a partir do julgamento da ADPF n. 130/DF, pelo Supremo
Tribunal Federal, a Lei n. 5.250/1967 (Lei de Imprensa) foi considerada, em sua integralidade,
não recepcionada pela Constituição da República de 1988. Contudo, os direitos ao esclare-
cimento da verdade, à retificação da informação inverídica ou à retratação não foram bani-
dos do ordenamento jurídico brasileiro, pois eles ainda encontram amparo na legislação civil
vigente. O art. 927 do Código Civil impõe àquele que, cometendo ato ilícito, causar dano a

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outrem, a obrigação de repará-lo, ao passo que o art. 944 do mesmo diploma legal determina
que a indenização seja medida pela extensão do dano. Isso significa que a principal função
da indenização é promover a reparação da vítima, anulando, ao máximo, os efeitos do dano.
Nessa linha, o Poder Judiciário deve reformular sua visão e dar um passo à frente, abran-
dando a natureza essencialmente patrimonialista da responsabilidade civil e buscando a repa-
ração do dano, em toda a sua extensão. Assim, imperativo o reconhecimento da subsistência
do direito de retratação fundamentado na legislação civil (arts. 927 e 944 do CC), mesmo após
o julgamento da ADPF n. 130/DF, preservando-se a finalidade e a efetividade da responsabili-
dade civil, notadamente nos casos em que o magistrado, sopesando a necessidade de impor
a condenação de publicação da decisão condenatória, vislumbre que a medida é proporcio-
nal e razoável no caso concreto. Portanto, na hipótese, a publicação da petição inicial e do
acórdão condenatório nas próximas edições do livro não impõe, de um lado, uma obrigação
excessiva, onerosa, desarrazoada ou desproporcional aos réus, pois tal publicação deverá se
dar nas edições que vierem a ser editadas. Não se trata, ainda, de censura ou controle prévio
dos meios de comunicação social e da liberdade de expressão, pois não se está impondo
nenhuma proibição de comercialização da obra literária, nem mesmo se determinando que as
edições até então produzidas sejam recolhidas ou destruídas, o que seria de todo contrário
ao ordenamento jurídico, mas satisfaz aos anseios da vítima, que terá a certeza de que os
leitores da obra literária terão consciência de que os trechos que a ele se referem foram con-
siderados ofensivos à sua honra.

09

INFORMATIVO n. 640/STJ: Concessionária de rodovia não responde por roubo e seques-


tro ocorridos nas dependências de estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuá-
rios. REsp 1.749.941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 04/12/2018

10

INFORMATIVO n. 911/STF: O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração


de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto,
nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto
pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser averbada à
margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”. Nas certidões
do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de
certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judi-
cial. Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício
ou a requerimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos

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demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o
sigilo sobre a origem dos atos. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018
(repercussão geral).

LEITURA DE VÉSPERA – SÚMULAS

01

Súmula n. 195/STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra
credores.

02

Súmula n. 43/STJ: Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data
do efetivo prejuízo.
Súmula n. 362/STJ: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide
desde a data do arbitramento.
Súmula n. 54/STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de res-
ponsabilidade extracontratual.

03

Súmula n. 221/STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de


publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação.

04

Súmula n. 227/STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

ATENÇÃO
• Pessoa Jurídica de Direito Público não sofre dano moral.
• Pessoa jurídica pode sofrer dano moral desde que haja um ferimento de sua honra
objetiva (imagem, conceito e boa fama), de forma a abalar sua credibilidade, com
repercussão econômica. Não é possível presumir a existência de dano moral pelo
simples corte de energia elétrica por parte da concessionária de serviço público, sendo
necessária a comprovação da empresa afetada de prejuízo à sua honra objetiva. REsp
1.298.689-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 23/10/2012.

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05

Súmula n. 37/STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriun-
dos do mesmo fato.
Súmula n. 387/STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

ATENÇÃO
É nula, por configurar julgamento extra petita, a decisão que condena a parte ré, de ofício, em
ação individual, ao pagamento de indenização a título de danos sociais em favor de terceiro
estranho à lide. Inicialmente, cumpre registrar que o dano social vem sendo reconhecido pela
doutrina como uma nova espécie de dano reparável, decorrente de comportamentos socialmente
reprováveis, pois diminuem o nível social de tranquilidade, tendo como fundamento legal o art.
944 do CC. Desse modo, diante da ocorrência de ato ilícito, a doutrina moderna tem admitido
a possibilidade de condenação ao pagamento de indenização por dano social, como categoria
inerente ao instituto da responsabilidade civil, além dos danos materiais, morais e estéticos.
Registre-se, ainda, que na V Jornada de Direito Civil do CJF foi aprovado o Enunciado 455,
reconhecendo a existência do denominado dano social: "A expressão dano no art. 944 abrange
não só os danos individuais, materiais ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos,
coletivos e individuais homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para propor ações
coletivas". A par disso, importa esclarecer que a condenação à indenização por dano social
reclama interpretação envolvendo os princípios da demanda, da inércia e, fundamentalmente,
da adstrição/congruência, o qual exige a correlação entre o pedido e o provimento judicial a ser
exarado pelo Poder Judiciário, sob pena da ocorrência de julgamento extra petita. Na hipótese em
foco, em sede de ação individual, houve condenação da parte ré ao pagamento de indenização
por danos sociais em favor de terceiro estranho à lide, sem que houvesse pedido nesse sentido
ou sem que essa questão fosse levada a juízo por qualquer das partes. Nessa medida, a decisão
condenatória extrapolou os limites objetivos e subjetivos da demanda, uma vez que conferiu
provimento jurisdicional diverso daquele delineado na petição inicial, beneficiando terceiro alheio
à relação jurídica processual posta em juízo. Impende ressaltar que, mesmo que houvesse pedido
de condenação em danos sociais na demanda em exame, o pleito não poderia ter sido julgado
procedente, pois esbarraria na ausência de legitimidade para postulá-lo. Isso porque, os danos
sociais são admitidos somente em demandas coletivas e, portanto, somente os legitimados para
propositura de ações coletivas têm legitimidade para reclamar acerca de supostos danos sociais
decorrentes de ato ilícito, motivo por que não poderiam ser objeto de ação individual. Rcl 12.062-
GO, Rel. Ministro Raul Araújo, julgado em 12/11/2014.

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