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APOSTILA
OFICINA DE VÍDEO

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1 – Roteiro
O tema que abordaremos é o coração e o princípio do trabalho audiovisual.
Trata-se do roteiro. É por meio dele que o diretor usa seu talento, ou suposto
talento, para contar, da melhor maneira, uma história.
Podemos fazer uma analogia e imaginar que o roteiro é como uma piada. Às
vezes, sem graça, mas quando uma pessoa que sabe a linguagem certa conta a
piada, ela fica maravilhosa. E quando uma pessoa que não tem o “tom” faz a
narração o resultado é desastroso.
Podemos então perceber que a piada depende de quem conta, ou seja, como é
usada a linguagem do meio. E o roteiro é a mesma coisa, depende às vezes do
como é feito. Lembramos que o roteiro não é literatura, não tem que emocionar
ao ler, não tem que ser maravilhoso ao ler, mas sim ter indícios de que aquela
obra ao ser narrada no meio audiovisual terá sim um crescimento e irá
emocionar, fazer pensar, rir, chorar; ou seja, provocar alguma emoção no leitor.

Apresentaremos algumas técnicas que utilizamos na produção de roteiros e que


têm sido bem recebidas no mercado. Confesso que nada dá mais medo do que
ver o cursor piscando e não saber o que digitar, o que escrever, ou a folha em
branco precisando ser riscada e a idéia não vem. O roteirista, conhecendo
primeiramente o que deseja transmitir, usa a linguagem audiovisual para
transmitir esta mensagem da melhor maneira. Codificador e decodificador são
elementos importantes para que a comunicação se efetive. Imaginem se eu
estivesse escrevendo em Árabe, vocês conseguiriam ler? Pois eu estaria usando
um código lingüístico que vocês não têm informação e a comunicação entre o
que estaria escrevendo, o conteúdo e o que vocês iriam entender não se
realizaria. Mas, como estou escrevendo em português e vocês possuem a
codificação, entendem o que querem dizer as palavras em tais ordenamentos,
então a comunicação se efetiva e vocês me entendem.
Para que o roteirista possa transmitir a informação que deseja ao receptor, deve
entender qual o código que o receptor entende. Por exemplo, para escrever um
roteiro sobre HIV para adolescentes utilizamos uma estrutura, uma linguagem.
Porém se o roteiro, sobre o mesmo tema, se destina à 3ª idade, a linguagem a
ser utilizada será diferente. Mas, espera um pouco: não é tudo mensagem? Sim,
é. Porém o código que o receptor, no caso adolescente ou 3ª idade irão entender
são completamente diferentes, por isso que na minha analogia coloquei que a

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decodificação passa pela experiência de vida, pela classe social do receptor,


etc...

Quanto mais se conhece o receptor, melhor será o desempenho final. Por isso, a
primeira coisa, antes de fazer um roteiro, é conhecer o universo do seu receptor,
como ele vai decodificar a informação e, então, usar a linguagem audiovisual da
melhor maneira para que ele, o receptor, possa entender a idéia, a mensagem
que vocês estão passando.

CRIANDO HISTORIAS
Para criar a história primeiramente vocês têm de ter em mente o que
desejam escrever, o que desejam mostrar com aquela história. Esse é o principal
passo. Tendo isto claro na mente fica mais fácil escrever. Tecnicamente em um
roteiro deve existir:
• Apresentação do problema;
• Desenvolvimento/Complicação;
• Solução do problema/Desenlace;

Parece simples, e é simples de verdade.


Primeiro vocês irão apresentar para o seu público. Qual é o problema da
personagem? Lembrem-se: história sem problema não existe. Pensem comigo:
qual o filme, o curta, a novela que vocês viram que o personagem não tinha
problema?
O que leva a segunda parte, como vocês desenvolverão é fazer o público ir
entendendo o que está sendo narrado. E, finalmente, a solução que vocês
roteiristas estão apresentando, o que o seu personagem sofreu, passou e como
ele ficou depois deste “trabalho”.
Meus amigos, na vida de vocês, eu creio que tenham acontecido varias coisas.
Coisas boas e coisas não tão boas que vocês desejam esquecer. Há momentos
na vida que tudo estava tranquilo, porém, de repente, tudo muda. E assim é um
roteiro, o recorte, ou o que vocês irão apresentar é justamente este momento em
que alguma coisa aconteceu ou acontece na vida de uma pessoa, no caso do
personagem.

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Na prática um roteiro é divido em duas partes: o literário e o técnico. E em cada


momento vocês utilizarão um deles. Vamos comentar o roteiro literário, que será
a base para o trabalho de toda a equipe.

Roteiro Literário
Em um roteiro literário, não devemos nos preocupar com planos ou coisas do
tipo, só com a história, e com o que vocês querem transmitir. Não são colocadas
palavras de sentido duvidoso ou dúbio ou que não se pode ser criado,
representado em forma de imagem. Para não se frustrar com o roteiro, pensem
em coisas simples que vocês possam fazer. Busquem coisas e lugares que são
de fácil acesso. Depois quando estiverem escrevendo outros roteiros vocês
podem ir ampliando e colocando coisas e ações mais difíceis. Não se esqueçam
que roteiro não é literatura, não podemos descrever coisas do tipo “O dia
amanhecia tristemente”. Como o diretor irá gravar esta cena? Pessoas
caminhando, pela manhã, tristes e chorando? A escrita é “realista”, seca, direta.
Amanheceu. Pessoas caminhando na cidade. Pode ser feio em termo de
literatura, mas é o certo em termos de linguagem audiovisual.

.Dica:Não se preocupe com o plano só com a história neste momento

Por onde começar?


Tudo começa com uma idéia do que se deseja fazer, em cima dela vamos
apresentar as etapas para a produção e, então, a segunda parte.

Historia em linhas1
História em Linhas, como o próprio nome diz, apresenta é literalmente a história
narrada, contada em poucas linhas. De modo geral em 5 linhas, ou seja, a idéia
central da história, o que vocês desejam contar. Neste momento vocês vão
apresentar o conflito, desenvolver e dar uma solução ao conflito apresentado.
Tudo em poucas linhas.

Sinopse
A sinopse também é conhecida como argumento. Nela vocês precisam dar mais
detalhes como o espaço da ação, o tempo e os personagens. O leitor da sinopse

1 também conhecido como Story-line


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já tem noção do que irá encontrar no roteiro. Na prática, vocês desenvolvem um


pouco mais a história e começam a colocar mais detalhes de como e onde a
ação acontecerá, os personagens que irão contracenar e como o conflito será
desenvolvido. Neste momento surge o plot (problema) que é a estrutura
dramática do roteiro, ou qual o conflito, o problema principal que será resolvido
pelos personagens. Como este conflito irá mexer com a moral dos personagens?
É neste plot que o público irá analisar a moral das personagens.

Dica:
Quanto menor o número de diálogo melhor. O vídeo é obra audiovisual e
devemos fazer a imagem contar, vivenciar algo e o espectador irá vivenciar por
meio dele, sofrer, amar, sorrir e chorar e se vocês colocam o personagem falando
muito, perderão um dos elementos principais da obra audiovisual, que é a
contemplação da obra, o analisar, pensar, refletir sobre o assunto.

Tratamento
No tratamento iremos colocar o roteiro em estruturas dentro da linguagem
audiovisual propriamente dita, ou seja, é nele que o roteiro ganha as sequências
e as cenas passo a passo.
Outro ponto que não podemos esquecer é o clímax do roteiro. É o momento mais
importante da história. É quando o personagem deve decidir o que fazer em
determinado momento. O clímax que apresenta o desenlace final. É justamente o
encontro do conflito com a solução deste.

Outro ponto é que assim que terminamos de escrever um roteiro a idéia parece
ótima, por isso é necessário dar um tempo e então depois de uma semana reler.
Vocês vão ler várias coisas sem sentido e ter de reescrever, é o chamado
tratamento. Algumas pessoas fazem até três tratamentos antes de apresentar o
roteiro final.
PLOT Principal
A única maneira de aprender a escrever um roteiro é escrevendo, reescrevendo e
reescrevendo. O plot principal é a coluna dorsal da história, a história principal, a
story line desenvolvida. O conflito resolvido, o problema apresentado. O plot em
vídeo é bem delineado, pois geralmente o tempo destes vídeos varia entre 10 e
20 minutos. Claro que temos longas sendo realizados em vídeos, porém ainda
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não é algo comum. Cremos que em breve será uma realidade. O Plot é o que
moverá o espectador a ver a obra, do que ela irá tratar. Romeu e Julieta, por
exemplo, tem no amor proibido dos dois jovens o plot principal. Este plot tem de
ficar claro para o expectador. No plot já temos a idéia do conflito que a história irá
narrar e já imaginar possíveis ações e qual a moral (ethos) da história.
O sub plot é composto por histórias paralelas que ajudam o autor a narrar a
história principal. No caso de Romeu e Julieta os sub plots são os amigos de
Romeu, a ama de Julieta, entre outros. São os sub plots que ajudam o plot
principal a ganhar vida. Muitas das atitudes do personagem principal são
conhecidas por meio do sub plot.

Ao pensar no plot, imaginem se ele cria uma dúvida, se ele cria uma indagação.
Não se esqueçam que o que move uma história é o desejo de vê-la, é saber o
que o personagem fará em determinada situação.

Resumindo...
Criar um plot, um porquê, um motivo que fará o personagem avançar na sua
trajetória de vida como ser humano. Depois, a partir do plot e da idéia, criar uma
história em linhas, então colocar as ações. Depois, colocar os diálogos em cada
sequência e pronto: vocês já têm um roteiro para ser filmado. Simples não é?
Bem, se este é o padrão? Não, mas é uma maneira que encontramos de
escrever e de lecionar roteiro e vem funcionando com os diversos grupos em que
faço palestras e cursos.
Experimentem!

Criação da personagem
Lembramos ou informamos aos roteiristas iniciantes que tentem escrever coisas
diferentes de suas vidas. No início as pessoas têm mania de escrever a sua vida
ou a de amigos, o que nem sempre gera importância para quem irá assistir, pois
problemas todos têm e resolvem de alguma maneira. Por isso é importante este
desligamento do que você é e criar algo realmente diferente do que você vive ou
vivencia. Uma dica é escrever pelo menos um ou dois roteiros antes de escrever
o que irá realmente gravar, pois estes dois já deram a distância que você precisa
entre o que você é como pessoa e o que você deseja escrever como roteirista.
Se vocês escreverem apenas as suas coisas somente vocês e um grupo de
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amigos irão entender as ações e as piadinhas que estão fechadas em certo


grupo social e bem localizadas. O importante é fazer uma obra aberta, em que as
pessoas que nunca viram vocês possam conhecer e entender, isso é arte e não
apenas um vídeo para os amigos verem, rirem e em seguida esquecerem.

Geralmente, quando estou no processo de criação do personagem, escrevo


como ele é fisicamente e sobre sua vida, pois assim posso criar falas diferentes
para personagens diferentes. Um grande erro é colocar sempre a mesma
maneira de falar em todos os personagens. Temos de ter em mente que cada um
tem um jeito, uma maneira de agir e de falar. A fala é o pensamento em ação e,
se eu tenho uma rápida cognição, rápida maneira de pensar, terei respostas
rápidas, se, por outro lado, eu tenho uma cognição lenta consequentemente terei
dificuldade em entender algumas palavras, não só na velocidade do pensar como
também no significado das palavras usadas. Um personagem mais culto usará
palavras diferenciadas em seu repertorio. Pelo modo como o personagem se
expressa já dará pistas ao espectador de quem é o falante.

Estes pontos são importantes até para que o personagem siga uma linha de
raciocínio e não mude no meio do discurso. Alguns roteiristas se perdem e o
personagem vai mudando sem uma explicação lógica.

A título de exemplo podemos citar o longa “O Rei do Rio”.


Ary – Moreno, formação segundo grau incompleto, idade de 33 anos, idealista,
sofreu na infância, pais severos e temerosos a Deus. Não se apega aos detalhes,
inteligente e meticuloso, usa a lógica para resolver os problemas e sempre
mantém o controle.
Patrícia - Ruiva, 25 anos, culpa o pai pela morte da mãe, porque este tinha uma
amante. O pai é o general de polícia do Rio e se candidatará à prefeitura. Ela
nunca se formou, já fez quatro faculdades e sempre pára no meio; desiludida, se
sente perdida no mundo. Bonita e sensual não sabe o motivo pelo qual desanima
de tudo na vida.
Com essa base eu escrevo os diálogos e as ações e tento manter os
personagens dentro da lógica de cada um. A maneira de agir, a maneira de falar
e de pensar.

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Os Arquétipos
Apresentamos um caminho usado por vários autores para criação de roteiros,
usando a ideia de que o herói / personagem principal, sempre realizará um
trabalho, uma ação dramática. Ressaltamos que há várias teorias e métodos para
criação de roteiros, os arquétipos universais é um deles.

Geralmente usado por roteiristas para criar sua história ou a base desta, usando
a idéia do inconsciente coletivo de Jung2 (2002) e de ações que todos temos idéia
de o que é, mas, não sabemos como funciona. Segundo Campbell (2002), a
tarefa do herói consiste em retirar-se da cena mundana dos efeitos secundários e
iniciar uma jornada pelas regiões causais da psique onde residem efetivamente
as dificuldades para torná-las claras. Assim abordaremos a trajetória do herói,
pois este encarna o lado do cidadão perfeito e, pensando no lado histórico
cultural, este herói espelha os ideais da classe média, é íntegro, bom e honesto,
um cidadão quase perfeito.

1. O Mundo Comum: Geralmente o personagem principal irá vivenciar algo fora


de sua vida cotidiana, algo novo, que requer nova cognição, novos esquemas
mentais. Um universo que ele não se adapta. Ou irá concertar o seu universo que
por algum motivo ficou desarrumado.

2. Chamado à Aventura: O chamado acontece quando o personagem principal é


desafiado. Este chamado faz o personagem sair do seu mundo comum, algo
inesperado acontece. Assim é apresentado ao público quem é o protagonista o
antagonista.

3. Recusa do Chamado: Depois de desafiado, sair da tranquilidade de seu


mundo e ser chamado à aventura, o herói geralmente recusa por vários motivos o
chamado. Esta recusa faz algo acontecer que o obriga a aceitar o chamado.

4. Encontro com o Mentor: na psicologia o vínculo pai e filho é que ajuda o


herói a cumprir o chamado. Em alguns momentos o mentor tem a função de
explicar ao público a diferença entre bem e o mal. O mentor não ajuda o herói a
cumprir a tarefa, só mostra o caminho para o herói alcançá-lo sozinho. Em muitos
momentos o mentor morre ou sai da história para que o herói cumpra seu trajeto.

5. A travessia: O herói depois de aceitar o chamado, passará por alguns

2Estamos usando a definição de arquétipos de Jung do livro “Os arquétipos e o inconsciente coletivo”,
Segundo o autor os arquétipos são o conteúdo psíquico do inconsciente coletivo. São formas de pensamento
universal com carga afetiva que é herdada.
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momentos de dificuldade, ponto de virada, Plot Point, em que pensará em


desistir, porém algo acontecerá para o herói voltar ao chamado. Amigos surgirão
para ajudá-lo a cumprir seu chamado. Ás vezes um amor surge e o ajuda a
completar o caminho. O ideal burguês de que o amor pode tudo e contribui para
as mudanças da pessoa.

6. A Provação Suprema: É o desafio máximo no qual o herói e o anti-herói


brigam e o primeiro vence a luta, deixando o anti-herói “quase morto” ou com
medo do novo conflito que pode ser fatal. O herói não se acha mais digno do
chamado e tem medo de continuar.

7. Recompensa: Após a batalha final o herói tem a recompensa que é a volta


para o seu mundo ou viver bem no novo mundo.

Analisaremos um filme para ver como funciona esta idéia dos arquétipos, o
“inédito”, Karatê Kid. Escolhemos por ser um filme que todos já vimos em algum
momento. No filme, o personagem Daniel San vive no seu mundo, não gosta
muito da mudança que a mãe o fez realizar, ele é meio rebelde, mas vive no seu
mundo, então ele é chamado para aventura, no caso desafiado a lutar, porém ele
recusa este chamado. E encontra o mentor, senhor Miyagi, que o ajuda, lhe
ensina as técnicas e a sabedoria para enfrentar o seu destino e aceitar o
chamado. Com a ajuda do mentor ele faz a travessia, vence a luta e recebe a
recompensa. Acha que foi sorte minha? Então analisem outros filmes com a ideia
do arquétipo para vocês perceberem que é tudo igual! Se escolhermos outros
filmes será da mesma forma, pode mudar a estrutura, mas a forma é sempre
essa. Caso vocês estejam curiosos, podem realizar este raciocínio com as
novelas. Será ainda mais fácil. Vejam que filmes como: Mad Max (1979), Rambo,
(1982),Karate Kid (1986), Duro de Matar (1988), Missão Impossível (1996), Matrix
(1999), Minority Report (2002), Homem de Ferro (2008), dentre outros, mantém a
mesma estrutura narrativa.

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Capitulo II
Produção de Vídeo
Costumamos falar que a produção é a mente de uma obra audiovisual, enquanto
o diretor viaja e sonha com os planos ideais, a interpretação memorável do ator
ou da atriz preferida, enquanto ele vive no mundo das idéias, o produtor não; tem
de viver no mundo real e analisa as coisas pela ótica do dia a dia e da viabilidade
econômica da cena.
Comentaremos sobre a produção de baixo custo e como diminuir mais ainda os
custos, mas sem perder a qualidade. É a produção que organiza tudo para a
realização do vídeo. Alguns brincam e falam que a produção arma o circo para
poder haver o espetáculo. Os maldosos falam que a produção arma o circo para
o palhaço (diretor) brincar. Que maldade!
Depois do roteiro finalizado, o produtor e o diretor começam a trabalhar. O diretor
será o responsável pela parte artística do filme.
A produção se divide em três fases:
• Pré-produção,
• Produção
• Pós-produção.

Algumas pessoas comentam que “a fase mais importante da produção é a pré-


produção”. Concordamos com esta frase. Se começamos de forma organizada, a
continuidade se tornará mais fácil.

A Fase de Pré-Produção
Na fase de pré-produção o roteiro já está definido e o produtor escolherá a
equipe. É nesta fase de definições e planejamento que a produção toma um
rumo: qual o equipamento será utilizado, escolha dos atores, da equipe técnica, o
tipo de cenário, iluminação e sonorização etc.
Dica. Gastem tempo com a pré-produção, pois é quando vocês verão a
viabilidade do vídeo e escolherão as pessoas certas. Em uma equipe, como em
um namoro, tem de ter química, se não... Por isso a escolha das pessoas é
importante. Já realizei vídeos com equipes maravilhosas que sinto saudades e
com outras que eu contava a hora de acabar logo. Pensem com calma em quem
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vocês vão convidar, façam uma entrevista e não confundam amizade com
trabalho para não correr o risco de perder o amigo.

A produção e a direção trabalham ao mesmo tempo, enquanto a produção


organiza a filmagem, o diretor define a equipe que geralmente é o Diretor de
Fotografia e o Diretor de Arte que começam a conceber artisticamente o vídeo.
Claro que a concepção vai ter de estar dentro do orçamento proposto ou sem
orçamento. Na prática, é o diretor e o produtor que financiam o vídeo, pois apoio
é difícil. Há empresas que apóiam com alimentação, logística, empréstimo de
espaço para ensaiar ou para gravação, o que já ajuda muito.

Como será o quarto de Patrícia?


Para o público, todos os elementos apresentados são codificados e interpretados
dando vida à personagem e à sua base psicológica e social. O espectador ao
assistir ao vídeo, procurará estas marcas, onde o diretor e a equipe deixaram
dicas para que o público entenda aquela cena ou personagem em questão. Por
isso, é importante analisar a base de cada personagem e ver como o quarto, a
roupa e o modo de falar irão contribuir para esta decodificação que o público faz
sem querer. É o mesmo que fazemos quando conhecemos uma pessoa, olhamos
como ela está vestida e a roupa já mostra qual o grupo social ou qual “tribo” ela
pertence. No exemplo do roteiro dado, “O Rei do Rio” como deve ser o quarto de
Patrícia? Patrícia é uma garota independente, portanto seu quarto tem de ter
esse ar de independência e sua roupa também precisa mostrar isso. Até a luz do
quarto irá reforçar ou não este ar da personagem, por isso é importante a direção
de arte e a direção de fotografia trabalharem em conjunto para criar a concepção
artística.

É importante também a direção contar com pessoas de outras áreas para que
elas possam contribuir com um novo ou diferenciado olhar em uma obra. Elas
indicarão, mas a responsabilidade final é do diretor. É ele quem guia o filme e dá
a cara final. Por isso, ele tem que saber o que deseja mostrar e a equipe tem de
ver a melhor maneira de fazer a ideia do diretor ser mostrada por meio das
diversas áreas técnicas e artísticas.

Produção e Direção
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Para exemplificar e ficar mais fácil o entendimento, comentarei outro roteiro meu
chamado “MBA para camelô”, que é um curso em que os camelôs aprendem a
vender com táticas psicológicas e altas armações. Os alunos se reciclam para
poderem vender mais balas e coisas do tipo. Bem, um professor fala e 15 alunos
assistem à aula, Porém, apenas seis alunos falam com o professor. Então, o
diretor irá escolher os sete atores, o professor e os seis alunos. Os outros nove
alunos a produção ou o assistente de direção podem escolher, não é o diretor
quem escolhe. Será também a produção que providenciará a sala para ser feita
a gravação, ou uma escola que empreste uma sala para a gravação, o que é
mais fácil. Pela minha experiência, arrumar uma escola dará um ar mais real, de
verossimilhança, o que é importante para o público, pois no teatro o público
compra o sonho e a idéia de que um pente é uma arma, o mundo é do irreal, mas
no vídeo, tem de ter a arma, pois o vídeo trabalha com elementos da realidade.
Só se o diretor quiser brincar realmente. A produção, depois de escolher a
locação e ver os dias de gravação, decidirá se a gravação será feita em um ou
mais dias. Isso será levado em conta pelo diretor em função do número de planos
de cada sequência e a complexidade de cada cena. Há sequências complexas
que duram meio dia e sequências simples que são feitas em um dia. Se forem
duas locações, a produção verá qual o melhor dia para cada uma. Depois deste
mínimo planejamento montaremos a decupagem de produção.

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Equipe
Outro ponto importante e que deve ser analisado é a equipe técnica. Na prática
uma equipe mínima em vídeo como já falamos é composta por:
1 - Câmera man
2 – Operador de áudio
3 - Diretor de fotografia
4 – Diretor de arte
5 - Produção
6 – Diretor

Claro que pode ser feita uma equipe mais completa, mas essa seria uma mínima
para que o trabalho possa fluir com mais tranquilidade.
Prazos
Cumprir prazos é outro ponto importante para a produção e direção. A data
contribui para que toda a equipe possa ficar livre nos dias e é feita pelo diretor e
pela produção depois de conversar com a equipe técnica e com os atores. Há
momentos que tem que escolher entre uma boa locação gratuita, um ator ou
outro, alguém da equipe técnica ou algo do tipo. Estamos analisando uma
produção gratuita ou sem recursos, mas quando há verba é feito um contrato e
que tem que ser cumprido. Esta mecânica entre dias que atores podem gravar e
a locação conseguida ou o dia que alguém da equipe técnica pode estar presente
é delicada e deve ser feito com calma e com antecedência para não mudar em
cima da hora a gravação. Conversar com a equipe e apresentar a realidade é a
melhor maneira de se ter credibilidade com a equipe, sempre jogar “limpo”, ter
parceiros.
Quando a direção não apresenta à equipe segurança e datas pré-estabelecidas
para ensaio, a gravação começa a perder a credibilidade e a minar a confiança
no trabalho, antes de começar. O ideal é na primeira reunião com a equipe de
atores e técnica, já indicar onde e quando serão as gravações.

Locações
No roteiro são definidas quais as locações que serão necessárias para a
realização do vídeo. Geralmente é o produtor e o diretor que escolhem as
locações. O uso de locações reais confere ao vídeo uma “alma do espaço”. A
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utilização de estúdio se não for bem feita fica com cara de artificial, fake.
Cuidado com estúdio, às vezes conseguir uma casa, um escritório, uma locação
real é mais fácil e melhor. Pensem nisso.
O vídeo trabalha com o realismo/naturalismo e a locação contribui para passar a
mensagem que se deseja. Um exemplo é um escritório montado em um estúdio e
um escritório real. No estúdio haverá o controle de luz e de áudio, o que já é por
si só uma vantagem. Já no escritório nem sempre o áudio e a luz podem ser
controlados, porém o uso do escritório real fica mais natural para a gravação. Até
a bagunça e a desordem fazem parte, é a tal “alma da locação”.
Permissões
Outro ponto importante é a autorização. Para gravar na rua geralmente é bom
avisar a polícia que haverá uma gravação. É necessário enviar um ofício. Ainda
que a polícia não envie ninguém, o que geralmente acontece, pelo menos sabe o
que está acontecendo.
Lembramos que para fechar a rua ou o trânsito só com a permissão da polícia ou
de órgãos competentes. Geralmente sugiro ir a bairros afastados do centro para
cenas deste tipo. Na rua é bom ter cuidado e gravar em espaços que não há
problemas de segurança, ter pessoas, amigos que fiquem assistindo a gravação,
pois o volume neste momento ignora os que desejam fazer algo errado. É
importante que se conheça alguém do bairro em que vai gravar, no centro
geralmente não há problemas, mas nos bairros conversar com um morador,
conhecer o presidente da associação de moradores e com ele fazer a gravação é
importante. Já gravei em algumas favelas no Rio de Janeiro e, nessas ocasiões,
sempre conversava com moradores ou com o presidente da associação para
gravar sem problemas. Recomendo que, ainda que trabalhe com amigo ou atores
é importante a autorização de imagem. Ode uso da imagem por troca financeira
ou apenas a pessoa abrir mão de cobrar pela utilização da imagem em um vídeo
de baixo orçamento. Assim, este documento pode ser importante em um
momento futuro, tanto para os atores, para o diretor não vender a obra, quanto
para o diretor, para o ator não proibir a exibição da obra. No anexo 2
apresentamos alguns exemplos de autorização.
Em algumas cidades do Brasil as pessoas são sempre receptivas às gravações e
até ajudam. Realizei algumas oficinas de vídeo pelo Brasil e sempre
conseguimos casas, lojas cujos proprietários desejavam apenas ver e contribuir.
Não custa nada pedir o espaço emprestado.
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Dica
Casa de amigo, namorada, a escola que estuda ou estudou, a padaria da
esquina, a praça da cidade, sempre procurem ver com os amigos as locações
que vocês precisam e gravem nos dias que a pessoa dispõe, ou fim de semana.
O que não pode é atrapalhar o trabalho das pessoas. E o brasileiro é um povo
amistoso e gosta de ajudar. Nos lugares do Brasil que gravei sempre tivemos
apoio dos moradores. Tente, vocês vão se surpreender, até figurantes
conseguimos entre os moradores.

Capitulo III - Direção


Direção
Chegamos à parte que todos gostam, onde pulsa a gênese do filme e da parte
artística. É aqui, na direção, que o filme nasce como obra ou se perde no campo
comum das idéias repetidas. A responsabilidade da direção é muito grande, pois
a escolha dos atores é de uma responsabilidade gigantesca e quando se erra na
escolha dos atores, há como consertar depois.
Alguns diretores fazem laboratório com o elenco principal, outros já arriscam e
alguns pedem ajuda. Acho que todas as alternativas são válidas, pois a escolha
do elenco realmente é o momento delicado do filme. Sempre arrisquei, em
algumas vezes fui feliz e em outras preferi ouvir a opinião das pessoas. Tive sorte
de trabalhar com atores de primeira linha e muitos se tornaram amigos, alguns
iniciantes, outros experientes, mas todos com vontade de fazer, experimentar.
Tive o privilégio de trabalhar com atores no início da carreira, como Cláudio
Garcia, Nando Cunha, Thais Pacholeck, Mel Lisboa, Helena Borchiver, Camila
Morgado, Paulo Hamilton, Cláudio Lins, dentre outros que tive o prazer de
conviver e aprender.
Como já dirigi alguns curtas e a média é de quatro atores por curta, já trabalhei,
em média, com mais de 500 atores, seja de início de carreira, já profissionais ou
amadores e um momento que eu gosto e prezo muito é a parte do ensaio dos
atores.

Além da escolha dos atores o diretor escolhe a equipe que fica mais próxima
dele, que são: o diretor de fotografia, o câmera e a direção de arte e o assistente

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de direção. Estes são elementos que vão contribuir para a concepção do vídeo. É
um momento também de briga, pois o diretor apresenta um ponto de vista, o ator
outro e ficam às vezes em um bom debate para ver qual o melhor ponto de vista
para o público poder entender a história, às vezes a briga fica quente, mas é
sempre animada. Quando ensaiava com Nando Cunha brigávamos muito,
debatíamos, e as pessoas até pensavam que eu não gostava dele ou vice-versa,
mas no outro trabalho lá estava ele. Admirava e admiro o ponto de vista dele de
defender o personagem, e nossa briga era por isso, aprendi muito com ele.
Fizemos vários trabalhos juntos, resultado de vários debates!

Na gravação
Sempre ensaiar primeiro, para que o ator se acostume com o texto e relembre.
No dia da gravação não se dirige ator, só ver alguns detalhes, vocês não podem
parar a equipe para dirigir o ator. Para isso que existe o ensaio. A idéia é
relembrar, e sempre deixar o ator se sentindo bem e seguro do que ira fazer. O
ensaio é para o ator e também para a equipe técnica, pois o câmera já irá ver o
enquadramento e a equipe entender o que vai ser feito. Outra coisa é deixar a
equipe saber o que vai acontecer, todos devem saber para que se sintam no
vídeo, pois o filme é de “todos”, de toda a equipe, e o diretor é o maestro, o
regente. Então depois de tudo, depois do ok, só fazer a gravação e boa sorte!

CAPITULO IV – Direção Decupagem –


Decupagem de Direção - Planos
Na decupagem de direção encontraremos o conceito de planos e de
enquadramento, por isso antes de continuarmos devemos definir o que é
enquadramento, que nada mais é do que a imagem que o público verá, ou seja, a
moldura da imagem. É como um quadro em que se recorta o espaço para ver
apenas uma parte dele. Um dos erros dos “amadores’ é sempre deixar a câmera
registrando em plano geral, imitando o que Griffith fez há mais de 100 anos. A
câmera, que é a responsável pelo enquadramento, geralmente apresenta uma
lente que é cambiável, ou seja, ela pode ir da grande angular até a teleobjetiva.
Estas duas lentes é que vão fazer os enquadramentos. A lente grande angular,
como o nome diz, mostra a imagem aberta e a teleobjetiva mostra os detalhes da
imagem, imagens mais próximas.

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Ao mesmo tempo em que o diretor faz os ensaios com o ator, deve ir pensando
na decupagem de direção. Em que consiste a decupagem de direção? É já ir
imaginando como o público verá as cenas. Podemos fazer um paralelo com a
revista em quadrinhos, os quadros, as imagens são parecidas com o
enquadramento.
A primeira coisa que se deve saber é os principais planos.
Existe uma diferença entre os planos do cinema e os planos da TV. Vamos
apresentar os principais e qual lente faz qual tipo de enquadramento:
• Super Plano geral
• Plano Geral
• Plano Americano
Plano Conjunto

• Plano Médio
• Primeiríssimo Plano

• Close
• Detalhe

Geralmente, cada lente faz certo plano até em função de sua especificidade
ótica, o que não impede de fazer experiências ou gravar uma única lente todos os
planos apenas afastando ou aproximando a câmera do objeto.

Grande angular
Faz os planos mais abertos (Super Plano Geral, Plano Geral, Plano Americano)
Os planos médios podem ser feitos pela grande angular ou pela tele (Plano
Médio, Primeiríssimo Plano).

• Teleobjetiva
Faz os planos Close e Detalhe, mas também pode fazer o Primeiríssimo Plano.
Depende do que o diretor deseja passar na cena.

Os planos
A decupagem clássica determina alguns enquadramentos padrão em relação à
figura humana, existe uma diferença entre cinema e TV. O vídeo se aproxima
mais do cinema neste momento do que da TV.

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• Super Plano Geral é mais usado no cinema, devido à tela de cinema ser
maior do que a tela da TV; este plano é usado para apresentar as imagens
e os espaços. O espectador vê onde está se passando a ação, vê todo o
cenário.

Plano Geral é o enquadramento onde é focalizado mais o cenário do que o


personagem, em que pode se ver o personagem inteiro na tela.

Plano de Conjunto é o enquadramento da pessoa por inteiro, o cenário já não


tem tanta importância. Existem algumas confusões entre o plano conjunto e o
plano geral, uns chamam o plano geral quando aparece a pessoa de corpo inteiro
e plano conjunto quanto tem mais de uma pessoa na cena. Outras pessoas
chamam de plano geral a pessoa de corpo inteiro. O importante é a equipe saber
o significado certo do plano que o diretor quer ao falar.
Plano Americano criado para poder apresentar o ator de western sacando a
arma. O corte do quadro é feito até a altura do joelho. Este plano é muito usado
em TV em função do tamanho da tela da TV ser de dimensão menor. Foi o plano
criado pelos americanos.

Plano Médio é o enquadramento da pessoa na altura da cintura.


Primeiro Plano é o corte da imagem na linha do peito. Alguns câmeras
apelidaram este enquadramento de ¾, é o plano mais usado em telejornalismo e
dramaturgia, já que evidencia a emoção do ator e do apresentador.

Close-up é o plano de aproximação do rosto no seu limite. O rosto do


personagem ocupa toda a tela

Lembramos que close é para pessoa, objeto é animais geralmente se fala


detalhe, hoje esta diferença já está em desuso, graças à ação dos adestrados
tecnológicos que confundem o uso padrão e criam uma nova linguagem que vai
se perpetuando.
Subjetiva é quando o púbico vê a imagem que o ator está vendo, ou seja, a cena
vira os olhos do personagem e o público sabe o que ele viu naquele momento.
Exemplo: um personagem conversa com outro e de repente ele olha para o lado,
fica mudo e sorri. O público só vê a cara do personagem sorrindo, mas não sabe
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quem ele viu, então é feito uma subjetiva e o público vê o que o ator está vendo e
então entende o sorriso, pois ele vê a menina da escola, que ele é apaixonado,
sozinha, sem as amigas (já reparou que meninas em época escolar só andam em
bando?).

Câmera, ação
Vocês sabem por que quando o seu amigo ou amiga o convida para ver o
vídeo do casamento ou do aniversário, você dorme? Calma não é só você que
foge destas armadilhas sempre regadas a guaraná e pipoca, pois a pessoa que
gravou, o câmera / diretor, não tinha a linguagem cinematográfica e foi gravando
toda a ação em um único plano, ou seja, gravou como vemos, em plano geral.
Geralmente as pessoas quando iniciam o seu trabalho de câmera desejam
apenas gravar e ficam felizes de ver que conseguiram gravar, que a imagem
apareceu na fita. É o momento de deslumbramento com a tecnologia como uma
criança se descobrindo. Depois vem o momento que ele se acha o melhor
câmera do mundo e começa a querer inventar planos e linguagem. É como um
jogador que nunca jogou bola na vida e chuta a bola em um gol vazio, ele marca
o gol, a rede balança e já se acha o novo Pelé! É preciso ser humilde e aprender
com os outros e saber que uma coisa é a técnica, outra é a linguagem. O que se
aprende em pouco tempo é a técnica, não a linguagem. Isso que falta em grande
parte dos câmeras de evento social. Prefiro chamá-los operadores de câmera,
que apresentam a falta de uma linguagem e excesso de técnica, só operam a
máquina. É um estagio superior ao adestrado tecnológico, que só usa a
tecnologia para gravar o básico do básico.

É importante ter noção de que os planos são como a palavra e não podemos
escrever um texto só com as palavras, tem que colocar-se a vírgula, o ponto etc.
e etc. Criar linguagem é a maneira como se conta a história para o público.
Faremos uma analogia com uma piada já conhecida, se uma pessoa que sabe
narrar a piada você morre de rir, mesmo conhecendo a piada. E uma excelente
piada sendo contada por uma pessoa que não sabe contar, não tem a linguagem,
não tem o “jeitinho”, você não ri, ainda que a piada seja ótima, pois falta
justamente a linguagem.

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A ação deve ser recortada para os diversos planos existentes, contribuindo,


assim, na criação de uma linguagem variada. E o diretor deve criar a emoção, ou
acompanhar a emoção por meio dos planos, isso é criar a linguagem. Só colocar
a câmera no tripé e filmar é o início do fracasso e ter seus espectadores
bocejando.

Continuidade
A continuidade pode ser analisada de duas maneiras, uma delas é a utilização da
continuidade da cena, isso é continuidade de ação e de roupa etc. Já a outra é a
continuidade de planos e nela encontramos a regra dos 30º. As duas são
importantes e cada qual dos problemas na tela e perda de confiança no que o
espectador está vendo.

Continuidade de ação
É a continuidade da cena, como o próprio nome diz. Apresenta uma
continuidade na ação que está sendo feita pelo ator, em função do ambiente que
ele está e dos assessórios que este apresenta. Exemplificando, imagine um ator
que entra na sala, senta, depois levanta e vai à cozinha, pega uma água e depois
volta para sala e senta, Tudo isso falando ao celular. Imagine que é gravada a
parte do sofá em uma casa (cenário) e a cozinha em outra casa (outro cenário) e
no dia da gravação da cozinha esquecem o celular e entregam ao ator outro
celular, algumas pessoas vão ver a diferença entre os celulares. Ou se a blusa
estava fechada e na cozinha a blusa aparece aberta e coisas do tipo. Essa é a
continuidade lógica, a lógica da cena anterior. Alguns continuistas tiram foto no
fim da cena e depois antes de iniciar veem como estava a pessoa, a roupa, o
cenário.

SISTEMAS DIGITAIS DV
O formato DV (Digital Vídeo) foi um grande debate entre a Panasonic e a
Sony dentre outras empresas, mas principalmente destas que monopolizavam o
mercado de câmera consumer. De um consórcio onde entraram outras
empresas como a Hitachi, JVC, Mitsubishi, Sanyo, Sharp, Thompson, Toshiba,
Philips dentre outras surgiu o formato que invadiu o mercado amador, caseiro e
semi-profissional, o formato DV e MiniDV.

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Este formato teve na globalização o apoio para que os preços dos equipamentos
baixassem, assim aconteceu com as câmeras de vídeo e com os computadores.
A vantagem do sistema DV em comparação com o antológico VHS é muito
grande, dentre eles o sistema DV já apresenta uma qualidade de imagem em
torno de 500 linhas de resolução contra 300 linhas de resolução das câmeras
VHS, além do áudio digital, dentre outros. Mas um ponto foi crucial para este
desenvolvimento, a evolução dos computadores e o surgimento da placa firewire,
onde o que era gravado poderia ser “passado” para o computador. Essa
vantagem aliada ao preço baixo trouxe uma grande revolução social.

REFERÊNCIAS:

AUMONT, Jacques. A Estética do filme. São Paulo: Papirus Editora, 1994.


BAZIN, André. O Cinema. São Paulo: Brasiliense, 1991.
CARRIÉRE, Jean Claude. A Linguagem Secreta do Cinema. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira , 1994.
_________, & BONITZER, Pascal. Prática do roteiro cinematográfico. JSN
CHION, Michel. O Roteiro Cinematográfico. Martins Fontes, São Paulo, 1989.
COMPARATO, Doc. Da criação ao roteiro. Rocco, Rio de Janeiro, 1995.
EISENSTEIN, Serguei. A Forma do Filme.
ESCUDERO, Garcia. Vamos Falar de Cinema. Lisboa: Livros RTP, 1971.
ESPINAL, Luís. Consciência critica Diante do Cinema. São Paulo: Lic estudante do
Brasil, 1956.
KANIN, Garson. O Refúgio dos Deuses. Rio de Janeiro: Novo Tempo, Editora, São
Paulo, 1996.
FIELD, Syd. 4 Roteiros. Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 1997.
__________Como resolver problemas de roteiro. Objetiva: Rio de Janeiro, 2002.
_________ Manual do roteiro. Objetiva: Rio de Janeiro, 1995.
_________. Os Exercícios do roteirista. Objetiva: Rio de Janeiro, 1996.
HOWARD, David & MABLEY, Edward. Teoria e prática do roteiro. Ed. Globo, São
Paulo, 1996.
MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. Como contar um conto. Casa Jorge Editorial, Rio de
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MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. Me alugo para sonhar. Casa Jorge Editorial, Rio de
Janeiro, 1997.
PUDOVKIN, Vsevolod. O Ator no Cinema. Rio de Janeiro: Editora casa do REY,
Marcos. O Roteirista profissional de cinema e televisão. Ática, São Paulo, 1988.
SADOUL, George. O Cinema. Rio de Janeiro: Editora casa do estudante do
VOGLER, Christopher. A Jornada do escritor. Ampersand Editora, Rio de Janeiro,
1997.

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