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Índice
1 Etimologia
2 História
o 2.1 Proto-história
o 2.2 Pré-história
2.2.1 Norte de África
o 2.3 Antiguidade
o 2.4 História recente de África
2.4.1 Colonização europeia
2.4.2 Apartheid
2.4.3 Descolonização da África
3 Geografia
o 3.1 Localização
o 3.2 Relevo
o 3.3 Clima
o 3.4 Hidrografia
o 3.5 Vegetação
o 3.6 Regiões
3.6.1 África do Norte
3.6.1.1 Magreb
3.6.1.2 Saara
3.6.1.3 Vale do Nilo
3.6.2 África Ocidental
3.6.3 África Centro-ocidental
3.6.4 África Centro-oriental
3.6.5 África Meridional
4 Demografia
o 4.1 Estatísticas
o 4.2 Densidade demográfica
1
o 4.3 Etnias
o 4.4 Religiões
o 4.5 Línguas
5 Política
6 Subdivisões
o 6.1 África Meridional
o 6.2 África Central
o 6.3 África Ocidental
o 6.4 África Setentrional
o 6.5 África Oriental
o 6.6 Estados não reconhecidos ou em disputa
o 6.7 Dependências
o 6.8 Outros territórios
o 6.9 Outros agrupamentos de países africanos usados frequentemente
7 Economia
o 7.1 Extrativismo
o 7.2 Agropecuária
o 7.3 Indústria e transportes
8 Cultura
o 8.1 Tribos e grupos étnicos
9 Problemas atuais
o 9.1 Fome
o 9.2 Colonização europeia e guerras
10 Ver também
11 Referências
12 Ligações externas
2
A África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e das Américas) com cerca de
30 milhões de quilómetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do
planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 900
milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 53 países
independentes; apesar de existirem colónias pertencentes a outros países fora desse
continente, principalmente ilhas, por exemplo Madeira, pertencente a Portugal, Ilha de
Ascensão pertencente ao Reino Unido entre outras.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural e política. Nesse continente são visíveis as
condições de pobreza, sendo o continente africano o mais pobre de todos; dos trinta países
mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa
expectativa de vida, etc.), pelo menos 21 são africanos.[1] Apesar disso existem alguns
poucos países com um padrão de vida razoável (comparável no máximo ao Brasil ou
Bulgária), assim não existe nenhum país realmente desenvolvido na África.[2] O
subdesenvolvimento, os conflitos entre povos e as enormes desigualdades sociais internas,
são o resultado das grandes modificações introduzidas pelos colonizadores europeus.
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, que valoriza a
localização dos países e os dividem em cinco grupos, que são a África setentrional ou do
Norte, a África Ocidental, a África central, a África Oriental e a África meridional. A
segunda regionalização desse continente, que vem sendo muito utilizada, usa critérios
étnicos e culturais (religião e etnias predominantes em cada região), é dividida em dois
grandes grupos, a África Branca ou setentrional formado pelos oito países da África do
norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana formada
pelos outros 44 países do continente.
Cinco dos países de África foram colónias portuguesas e usam o português como língua
oficial: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; em Cabo
Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são ainda falados crioulos de base portuguesa.
3
Etimologia
Afri era o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago no Norte de África. O seu
nome é geralmente relacionado com os fenícios como afar, que significa "poeira", embora
uma teoria de 1981,[3] tenha afirmado que o nome também deriva de uma palavra de
berbere, ifri, palavra que significa "caverna", em referência à gruta onde residiam.
No tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da Província de África, que incluiu
também a parte costeira da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca" denotando
"país ou território".[4] Mais tarde, o reino muçulmano de Ifriqiya, actualmente Tunísia,
também preservou o nome.
Outras etimologias têm sido apontadas como originárias para a antiga denominação
"África":
No século I, o historiador judeu Flavius Josephus (Ant. 1.15) afirmou ter sido
nomeado para Epher, neto de Abraão, segundo o Génesis (25:4), cujos
descendentes, segundo ele, tinha invadido a Líbia.
aprica, palavra latina que significa "ensolarados", mencionada por Isidoro de
Sevilha (século VI), em Etymologiae XIV.5.2
aphrike, palavra grega que significa "sem frio". Esta foi proposta pelo historiador
Leo Áfricanus (1488-1554), que sugeriu a palavra grega phrike (φρίκη, significando
"frio e horror"), combinado com o prefixo privativo "-um", indicando assim um
terreno livre de frio e de horror.
Massey, em 1881, afirmou que o nome deriva do egípcio af-rui-ka, que significa
"para virar em direção a abertura do Ka." O Ka é o dobro energético de cada pessoa
e de "abertura do Ka" remete para o útero ou berço. África seria, para os egípcios,
"o berço."[5]
História
Ver artigo principal: História da África
4
África, o primeiro estado do Zimbabwe e o reino do Congo que, aparentemente floresceram
entre os séculos X e XV.
Proto-história
De acordo com as descobertas mais recentes de fósseis de hominídeos, a África parece ter
sido o "berço da humanidade", não só onde, pela primeira vez, apareceu a espécie Homo
sapiens, mas também grande parte dos seus antepassados, os Australopithecus (que
significa "macacos do sul"), os Pithecanthropus (que significa "macaco-homem") e,
finalmente, o género Homo (ver Swartkrans, por exemplo).[6]
Pré-história
Norte de África
Pode dizer-se que a história recente ou "moderna" da África, no sentido do seu registro
escrito, começou quando povos de outros continentes começaram a registrar o seu
conhecimento sobre os povos africanos – com excepção do Egito e provavelmente dos
antigos reinos de Axum e Meroe, que tiveram fortes relações com o Egito.
As línguas bantu só começaram a ter a sua escrita própria, quando os missionários europeus
decidiram publicar a Bíblia e outros documentos religiosos naquelas línguas, ou seja,
durante a colonização do continente, pelo menos, da sua parte subsaariana.
5
As primeiras civilizações surgiram na África na Antigüidade:
História do Egipto
História da Etiópia
Fenícia
Axum
Meroe
Grande Zimbabwe
Paisagem Cultural de Mapungubwe
África Subsaariana
Pode dizer-se que a história recente ou "moderna" de África, no sentido do seu registo
escrito, começou quando povos de outros continentes começaram a registar o seu
conhecimento sobre os povos africanos – com excepção do Egipto e dos antigos reinos de
Axum e Meroe, que tiveram fortes relações com o Egipto e já tinham a sua escrita própria.
As línguas bantu só começaram a ter a sua escrita própria, quando os missionários europeus
decidiram publicar a Bíblia e outros documentos religiosos naquelas línguas, ou seja,
durante a colonização do continente, pelo menos, da sua parte subsaariana.
Colonização europeia
6
Na África existiam muitas tribos primitivas (segundo a visão etnocentrista europeia) que
viviam em contato com a natureza e não tinham tecnologia avançada. Havia guerras entre
tribos diferentes, a tribo derrotada na guerra se tornava escrava da tribo vencedora.
Na colonização, a África foi dividida de acordo com os interesses europeus, que culminou
com a partilha do continente pelos estados europeus na Conferência de Berlim, em 1885.
Tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas unidas. Após a Segunda Guerra Mundial,
as colônias na África começaram a conquistar a independência, formando os atuais países
africanos.
Apartheid
Placa na praia em Durban que indica "área de banho para integrantes do grupo branco", em
Inglês, em Africaner e Zulu (1989).
7
A questão racial assumiu uma forma radical na África do Sul: embora os negros, mestiços e
descendentes de indianos constituíssem 86% da população, eram os brancos que detinham
todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), partido político
contrário ao apartheid na África do Sul. Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu líder
Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. De 1958 a 1976, a política do apartheid se
fortaleceu com a criação dos bantustões, apesar dos protestos da maioria negra (vide
Massacre de Soweto).
Descolonização da África
8
As duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século XX
deixaram aqueles países sem condições para manterem um domínio econômico e militar
nas suas colônias. Estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou
uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, levou as antigas potências
coloniais a negociarem a independência das colônias, iniciando-se a descolonização.
Este processo foi geralmente antecedido por um conflito entre as "forças vivas" da colônia
e a administração colonial, que pode tomar a forma duma guerra de libertação (como foi o
caso de algumas colônias portuguesas e da Argélia). No entanto, houve casos em que a
potência colonial, quer por pressões internas ou internacionais, quer por verificar que a
manutenção de colônias lhe traz mais prejuízos que benefícios, decide por sua iniciativa
conceder a independência às suas colônias, como aconteceu com várias das ex-colônias
francesas e britânicas. Nestes casos, foi frequente o estabelecimento de acordos em que a
potência colonial tem privilégios no comércio e noutros aspectos da economia e política.
Geografia
Ver artigo principal: Geografia da África
A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua
extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa
tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21′ N, até ao ponto
mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51′15″ S, vai uma distância
de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no
Senegal, à longitude 17°33′22″ W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27′52″ E, vai
uma distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano Atlântico na sua
costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de
26 000 km.
Localização
9
A África apresenta litoral pouco recortado e é banhada, a oeste, pelo oceano Atlântico; a
leste, pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar
Vermelho.
A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-se algumas,
formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias e a Ilha da Madeira, bem como os
arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontram-se
uma grande ilha — a de Madagáscar — e outras de extensão reduzida, entre as quais
Comores, Maurício e Seychelles.
Relevo
Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se encontram lagos
e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger, do
Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-
se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para o interior. As planícies
ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do
Congo.
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul do
continente:
10
4000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de
petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato.
a Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando nos Montes
Drakensberg, com mais de 3400 metros de altura.
O Planalto dos Grandes Lagos assinala o início de inclinação do relevo africano, do leste
para o continente, que favorece a drenagem de bacias fluviais interiores, como as dos rios
Congo, Zambeze e Orange.
Clima
A linha do Equador divide a África em duas partes distintas: o norte é bastante extenso no
sentido leste-oeste; o sul, mais estreito, afunila-se onde as águas do Índico se encontram
com as do Atlântico. Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical
da Terra, apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do
continente; o tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras
africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez,
compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de
Calaari.
11
Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do
continente. Situam-se tanto ao norte (Dyif, Iguidi, da Líbia - nomes regionais do Saara)
quanto ao sul (da Namíbia - denominação local do Deserto de Calaari).
Hidrografia
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui
relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem
localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando
a vida possível ao longo de suas margens.
A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-
Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 quilômetros. Nasce nas proximidades do
Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com
seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados, cinco vezes
mais extensa que o estado de Minas Gerais. O vale do rio Nilo, abaixo da confluência entre
o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica
intensamente a agricultura, onde as principais culturas são o algodão e o trigo. As grandes
civilizações egípcia e de Meroé, na Antiguidade existiram, em parte, em função de seu
ciclo anual de cheias.
Além do Nilo, outros rios importantes para a África são o Congo, o Níger e o Zambeze.
Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, a maioria
situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica. Este último, com
quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica
na qual se alojaram os lagos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.
Vegetação
Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à
pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e
ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está sujeita às influências
marítimas, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no
continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a
pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à
medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se
transformarem em regiões desérticas.
12
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação
mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área concentra-se a maior parte da
população branca do continente.
Como parte significativa de sua vegetação está preservada, a África conserva ainda
numerosos espécimes de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo, principalmente,
para aves e macacos; as savanas e estepes reúnem antílopes, zebras, girafas, leões,
leopardos, elefantes, avestruzes e animais de grande porte em geral.
Regiões
Por isso, agrupar os países da África em conjuntos homogéneos não constitui tarefa
simples. Entretanto, por razões didácticas, vamos dividir o continente em cinco regiões
principais: África do Norte, África Ocidental, África Centro-ocidental, África Centro-
oriental e África Meridional.
África do Norte
Magreb
palavra maghreb, de origem árabe, significa "onde o Sol se põe", ou seja, o ocidente. Essa
sub-região corresponde ao noroeste africano e engloba o Marrocos, a Argélia e a Tunísia.
Na paisagem, os traços físicos mais marcantes são a Cadeia do Atlas, junto ao Mar
Mediterrâneo, e o grande Deserto do Saara em que se distinguem dois trechos: um
dominado por dunas arenosas, conhecido por Erg, e outro bastante pedregoso, denominado
Hamadas.
13
Em virtude de condições naturais desfavoráveis, a agropecuária é pouco desenvolvida,
embora empregue grande parte da população activa desses países. Destaca-se a agricultura
mediterrânea, em que se cultivam vinhas, oliveiras, cítricos e tâmaras. Pratica-se a pecuária
extensiva nas áreas semiáridas e a pecuária nómada no deserto.
A Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo também membro da OPEP. Marrocos e
Tunísia são grandes exportadoras de fosfatos, matéria-prima para a indústria de
fertilizantes.
Saara
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos
permite agrupar Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Líbia na mesma sub-região. A aridez do
solo e a predominância do clima desértico não favorecem as actividades económicas; os
obstáculos para a implantação de indústrias são muitos, e a agricultura só é possível junto
aos oásis e em curtos trechos do litoral.
Tais restrições do meio conduzem ao nomadismo grande parte da população, que, formada
basicamente por negros e árabes, tem a pecuária como principal actividade económica.
Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro e
urânio.
A Líbia é o país mais importante desse grupo, tanto pela produção petrolífera quanto pela
controvertida política externa, que tem chamado a atenção do mundo, em diversas ocasiões.
Inclui-se ainda nessa sub-região o território do Saara Ocidental, que até 1976 pertenceu à
Espanha e ainda não conseguiu tornar-se uma nação independente, pois é disputado pelo
Marrocos, pela Mauritânia e pela Argélia, que pretendem anexá-lo ao seu território. Isso
porque, entre outras razões, essa é uma região muito rica em fosfato.
Vale do Nilo
Apesar de Egipto e Sudão também se encontrarem em meio ao Deserto do Saara, a
presença do rio Nilo permite que os agrupemos em outra sub-região. Formado pelos rios
Nilo Branco e Nilo Azul, o Nilo atravessa todo o território desses países, proporcionando
melhores condições de vida para suas populações.
O vale por onde corre apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica
intensamente a agricultura. Em consequência desse fato, Egipto e Sudão contam com uma
população numericamente superior à dos outros países em que o deserto se faz presente. O
Cairo é, aliás, a mais populosa cidade africana e uma das maiores do mundo, com mais de
11 milhões de habitantes.
14
Há predominância de brancos, principalmente árabes e berberes, mas é grande a presença
de negros na parte meridional do Sudão.
Sustentáculo da economia local, a actividade agrícola responde por uma grande produção
de algodão, à qual se seguem as colheitas de milho, trigo e arroz. O cultivo não ocorre
apenas nas terras próximas às margens do Nilo, pois foram construídas várias barragens que
possibilitam a irrigação de áreas desérticas relativamente distantes do leito.
Esse quadro, aliado à posição estratégica, confere ao Egipto o título de país mais importante
da sub-região, cujas cidades principais são Cairo, Alexandria ambas egípcias e Cartum (no
Sudão).
África Ocidental
Essa região situa-se entre o Deserto do Saara e o Golfo da Guiné e abrange 17 países
independentes, alguns de reduzida área territorial.
Os terrenos são antigos e, por essa razão, bastante erodidos, verificando-se a presença de
formações rochosas cristalinas. Devido à sua posição geográfica, a região apresenta clima
equatorial, com áreas de savanas ao norte e densas florestas ao sul, onde os índices de
pluviosidade são mais elevados.
África Centro-ocidental
15
O clima é quente e húmido nos países mais ao norte, verificando-se aí a presença de
florestas equatoriais. Mais ao sul da região predominam o clima tropical e a formação
vegetal das savanas.
Como em quase todo o continente, as indústrias são escassas, mas as descobertas de lençóis
petrolíferos na faixa litorânea e o grande potencial hidroeléctrico desses países oferecem-
lhes perspectivas de progresso.
África Centro-oriental
A África Centro-oriental é uma das regiões mais pobres e conflituadas do continente e tem
vivido crises de seca e fome (Somália e Etiópia) e sangrentos conflitos étnicos, como entre
hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.
16
África Meridional
A Namíbia - país independente desde 1990 - esteve subordinada à África do Sul por 70
anos. Originalmente colonizada por alemães, passou para o controle sul-africano após a
Primeira Guerra Mundial. O primeiro governante eleito da Namíbia independente foi Sam
Nujoma, líder do movimento guerrilheiro por 30 anos.
Demografia
Ver artigo principal: Demografia da África
Cidades mais populosas da África ver • editar
17
do
Cong
o
3 Cairo E 8 105 07 13 Nairóbi Quê 3 246 38
gito 1 nia 4
4 Ibadan Ni 5 175 22 14 Dar es Tanz 3 212 04
géria 3 Salaam ânia 0 Kinshasa
5 Alexandri E 4 388 21 15 Luanda Ang 2 644 31
a gito 9 ola 8
6 Abidjã Co 4 123 20 16 Dacar Sene 2 583 02
sta do 8 gal 8
Marfi Cairo
m
7 Joanesbur Áf 3 859 81 17 Omdurm Sudã 2 568 59
go rica 6 an o 0
do
Sul
8 Cidade do Áf 3 648 80 18 Acra Gan 2 449 92
Cabo rica 7 a 2
do
Sul
9 Durban Áf 3 512 24 19 Cartum Sudã 2 431 32
rica 3 o 3
do
Sul
10 Giza E 3 438 40 20 Benin Nigé 2 406 69
gito 1 City ria 7
Estatísticas
Área Popul Densida Popul Popul Taxa Analfa Natal Morta PIB PI Religi Médi
total ação de ação ação de betism idade lidade Total B ões a de
em (habitan urban rural cresci o (% (% per princi idade
km² tes/km²) a mento hab) hab) cap pais da
urban ita popul
o ação
(1995-
18
2000)
Muçul
manos
(310,5
milhõe
s-
US 39,6%
783.7 289.9 493.7 US$ $ )e 18,3
30.2 37%
00.00 25,88 64.00 31.00 40,3% 13% 517,104 693 Católi anos
72.9 4,3% (1998
0 (2000) 0 0 (2000) (1998) ,000.00 .00 cos (1998
22 )
(2000) (37%) (63%) (1998) (19 roman )
98) os
(117,2
milhõe
s-
14,9%
)
Densidade demográfica
A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O vale do Nilo, por
exemplo, possui densidade demográfica de 500 habitantes por quilómetro quadrado,
enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta
densidade são o Golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos
19
no extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral,
são áreas de densidades demográficas médias.
Etnias
A maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, teoria que
implica manifestações de preconceito racial em outros continentes como América e Europa,
por exemplo, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na
porção setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara - por isso mesmo
denominada África Branca. São principalmente árabes, egípcios e bérberes, entre os quais
se incluem os etíopes e os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus
e descendentes de europeus. Estes últimos estão presentes também, na África do Sul e são
em sua maioria originários das Ilhas Britânicas e dos Países Baixos.
Ao sul do Saara temos a chamada África Negra, povoada por grande variedade de grupos
negróides que se diferenciam entre si principalmente pelo aspecto físico, mas também por
diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que
falam. Os grupos mais importantes são:
Além dos negros e dos brancos, encontramos na África os malgaxes, povo de origem
malaia que habitou a ilha de Madagáscar, os indianos trazidos pelos colonizadores ingleses
para a África Oriental, além de um pequeno número de imigrantes chineses.
20
Religiões
Línguas
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas no continente: várias línguas
de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os
principais são: árabe, inglês, francês, português, espanhol e africâner, língua oriunda do
neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandeses, alemães e franceses da África do
Sul e da Namíbia.
Política
Ver artigo principal: Política da África
No entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas como sujas por fraude, tanto
internamente, como pela comunidade internacional. Por outro lado, ainda subsistem
situações em que o presidente ou o partido governamental se encontram no poder há
dezenas de anos, como são os casos da Líbia e do Zimbabwe.
Subdivisões
21
Abaixo indicam-se as principais regiões da África e os países que as compõem.
Dependências
22
França
o Maiote
Noruega
o Ilha Bouvet (normalmente considerada ilha da Antárctida)
Reino Unido
o Santa Helena
o Ascensão
o Ilha de Tristão da Cunha
o Ilha Gough
Outros territórios
Espanha
o Ilha de Alborão
o Penedo de Alhucemas
o Ilhas Canárias
o Ceuta
o Ilhas Chafarinas
o Melilha
o Ilha de Perejil
o Penedo de Vélez de la Gomera
França
o Reunião
Itália Itália
o Pantelária[carece de fontes?]
o Ilhas Pelágias[carece de fontes?]
Portugal
o Madeira
Terras Austrais e Antárticas Francesas (dependência antárctica de França)
o Bassas da Índia
o Ilha Europa
o Ilhas Gloriosas
o Ilha de João da Nova
o Ilha Tromelin
África subsaariana
Corno de África (no Brasil, Chifre da África)
23
Guiné
Magrebe (ou Magreb)
Noroeste da África
Economia
Ver artigo principal: Economia da África
Ver página anexa: Lista de países africanos por PIB nominal
A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores
do vírus HIV do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o
agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações
alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui
sozinho um quinto do PIB de toda a África.
A incipiente industrialização do continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos do
território. Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as
indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao sector industrial altamente
desenvolvido de países do Primeiro Mundo, ou mesmo de países subdesenvolvidos, mas
industrializados, como o Brasil.
Extractivismo
24
A caça, a pesca e a colecta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de
renda para a grande parcela da população africana. No extrativismo animal, figuram em
primeiro plano o comércio de couro e de peles em Burkina Fasso, Botsuana e Djibuti, e o
de marfim na África do Sul, Congo, Moçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece
como principais produtos: madeiras, resinas e especiarias, nos países cobertos parcialmente
pela floresta equatorial; óleo de palmeira, no Benin e na Costa do Marfim; tâmaras, nos
países desérticos.
Agropecuária
Devido às condições naturais pouco propícias à criação de gado bovino, a África tem na
pecuária uma actividade económica de limitado alcance, em geral praticada de forma
nómada ou extensiva. O maior destaque é para a criação de carneiros na África do Sul e na
Etiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nómadas nas regiões de estepes. Nos
países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários, animais de grande porte
utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhos caprino e ovino também são
significativos.
Indústria e transportes
Todos os países do continente, excepto a África do Sul, fazem parte do Terceiro Mundo e,
como não poderia deixar de ser, exibem os mesmos problemas que caracterizam os
integrantes desse bloco, agravados ainda pelo fato de que em boa parte da África a
descolonização ocorreu recentemente.
Assim, toda a sua estrutura económica é extremamente frágil e dependente, fato que se
torna mais evidente no sector industrial: a escassez de capitais, a falta de mão-de-obra
técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder
aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício ao desenvolvimento. Mesmo a
25
grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para
promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.
Cultura
Ver artigo principal: Cultura da África
A cultura da África reflecte a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu
ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o território terrestre habitado há mais
tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie humana surgiu; os mais antigos
fósseis de hominídeos encontrados na África (Tanzânia e Quénia) têm cerca de cinco
milhões de anos. O Egipto foi provavelmente o primeiro estado a constituir-se na África, há
cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estado se foram sucedendo neste
continente, ao longo dos séculos (por exemplo, Axum, o Grande Zimbabwe). Para além
disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que
buscavam as suas riquezas.
26
Como a natureza, os actuais 800 milhões de habitantes da África evoluíram um ambiente
cultural cheio de contrastes e que possui várias dimensões. As pessoas através do
continente possuem diferenças marcantes sob qualquer comparação: falam um vasto
número de diferentes línguas, praticam diferentes religiões, vivem em uma variedade de
tipos de habitações e se envolvem em um amplo leque de actividades económicas.
Estas tribos e grupos étnico/social incluem os Afar, Éwés, Amhara, Árabes, Ashantis,
Bacongos, Bambaras, Bembas, Berberes, Bobo, Bubis, Bosquímanos, Chewas, Dogons,
Fangs, Fons, Fulas, Hútus, Ibos, Iorubás, Kykuyus, Masais, Mandingos, Pigmeus,
Samburus, Senufos, Tuaregues, Tútsis, Wolofes e Zulus.
Problemas atuais
Fome
Crianças somalis esperando pela ajuda americana da Operação Good Relief em 1992
Várias regiões de África são assoladas com frequência por crises de falta de alimentos,
principalmente nas zonas rurais. Destacam-se as zonas subáridas do Sahel, desde a
Mauritânia até ao Corno de África, e as que se encontram à volta do Deserto do Kalahari.
Nestas áreas sucedem-se anos de seca, por vezes alternando com inundações que também
destroem culturas, para além de obrigarem as populações a deslocar-se das suas zonas
habituais.
Para além do factor climático, que alguns cientistas afirmam estar a agravar-se com o
aquecimento global, existem ainda causas culturais, que se podem associar à colonização
do continente pelas potências europeias no final do século XIX. Por um lado, a urbanização
associada ao abandono das zonas rurais, onde não se promoveu o desenvolvimento
económico e social, diminuiu a capacidade de produção agrícola, que era
fundamentalmente de subsistência; por outro lado, os governos coloniais introduziram no
campo a obrigatoriedade das culturas de produtos para exportação, que contribuíram, não
27
só para a diminuição das áreas e da capacidade de cultivo de produtos alimentares, mas
também para o empobrecimento dos solos.
Por outro lado, com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o
deserto avança. A necessidade de produzir para exportação impede que se pratique o
sistema de descanso da terra, que se esgota rapidamente e nem mesmo o uso de fertilizantes
consegue recuperar. A pecuária extensiva e o nomadismo, tradicionalmente praticadas no
continente, também causam danos às paisagens africanas, pois os rebanhos acabam com as
já reduzidas pastagens, sendo atingidos pela fome, da mesma forma que a população.
A actual divisão política da África somente se configurou nas décadas de 60 e 70. Durante
séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias - Reino Unido, França,
Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha -, que o dividiram em zonas de influência
adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem a independência, os países africanos
tiveram de se moldar às fronteiras definidas pelos colonizadores. Estas, por um lado,
separavam de modo artificial grupos humanos pertencentes às mesmas tribos, falantes dos
mesmos dialectos e praticantes dos mesmos costumes e submetia-os, por outro lado, à
influência de valores europeus.
Em grande parte dos casos, a independência política não foi total, pois geralmente os novos
países mantiveram laços económicos com as ex-metrópoles e, durante a Guerra Fria, alguns
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ligaram-se às grandes potências (Estados Unidos e extinta União Soviética) em busca de
assistência militar e económica.
Ver também
Referências
1. ↑ Geografia Crítica - Geografia do Mundo Subdesenvolvido, 7ª Série, pág.165
2. ↑ Geografia Crítica - Geografia do Mundo Subdesenvolvido, 7ª Série, pág. 178
3. ↑ Names of countries, Decret & Fantar, 1981
4. ↑ Consultos.com etymology.
5. ↑ 'Nile Genesis: the opus of Gerald Massey'
6. ↑ Foley, Jim (2004) "Hominid species" no site The TalkOrigins Archive (em inglês)
acessado a 30 de julho de 2009
7. ↑ Subdivisões dos continentes para fins estatísticos usada pela ONU acessado a 20 de junho
de 2009
8. ↑ Parte do território do Egito (Península do Sinai), encontra-se na Ásia.
Ligações externas
ODP - África (em inglês)
Os Pigmeus Áfricanos (em inglês) Cultura e música dos primeiros habitantes da
África
Departamento da África - Itamaraty (em português) Sítio do Departamento da
África do Ministério das Relações Exteriores do Brasil
Traditional Áfrican Drumming Festivals (em inglês)
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