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As moléculas de DNA são invariáveis do ponto de vista químico. Variam de um tipo celular para
outro, o numero e o tamanho das moléculas, mas sobretudo a informação que contém.
Nos seres procariontes, o DNA encontra-se no citoplasma como uma molécula circular, não
tendo, em regra, outros constituintes associados. Essa molécula constitui o nucleoide.
Nas células eucarióticas o DNA encontra-se no núcleo. O núcleo possui duas membranas,
membrana nuclear interna e membrana nuclear externa, que constituem o invólucro nuclear,
com inúmeros poros nucleares para que haja comunicação entre o núcleo e o citoplasma.
- Uma base azotada – das quatro bases azotadas do DNA, a timina e a citosina têm anel
simples, a adenina e a guanina têm anel duplo.
A sequência de nucleótidos é muito importante, pois é nessa sequência que está codificada a
informação genética que define as características de cada indivíduo.
Replicação do DNA
Antes de Watson e Crick, não tinha sido questionada a forma como acontecia a replicação do
DNA. No processo de replicação semiconservativa, cada uma das cadeias formadas é uma
réplica de uma das cadeias originais. Assim, as novas moléculas de DNA são idênticas às
moléculas originais, sendo cada uma portadora de uma cadeia antiga e de uma cadeia recém-
formada.
Experiências realizadas por Meselson e Stahl com o isótopo “pesado” de azoto, 15N, não
radioativo, mas torna as moléculas mais densas do que o 14N.
- Experiência:
As bactérias tinham sido cultivadas num meio com 15N, dentro do tubo da centrífuga
migravam para próximo do fundo do mesmo;
Depois de transferidas para um meio com azoto normal, cada molécula de DNA tem
uma cadeia com 15N e outra com 14N, ou seja, densidade intermédia entre o só com 15N
e o só com 14N.
Na 2ª geração obtém-se 50% das moléculas com 15N e 14N e outros 50% só com 15N.
Seguidamente 75%|25%; 87,5%|12,5%; etc.
Consequentemente, os resultados destas experiências apoiam o modelo de replicação
semiconservativa. Os mecanismos subjacentes à autoduplicação da molécula são, no essencial,
idênticos em todos os seres vivos.
Na replicação semiconservativa forma-se uma copia integral de cada uma das cadeias
constituintes da molécula original, através da polimerização ordenada de nucleótidos, segundo
a regra da complementaridade de bases.
Permite que a partir de uma sequência de nucleótidos de uma
cadeia se possa determinar a sequência da outra cadeia.
O modelo da replicação semiconservativa permite explicar a transmissão do programa
genético no decurso das divisões celulares.
Código Genético
A informação contida no DNA é copiada para o mRNA, sendo posteriormente descodificada e
traduzida ao nível dos ribossomas numa sequência de aminoácidos que constituem uma
determinada proteína. Cada grupo de três nucleótidos do mRNA que codifica um determinado
aminoácido, o início ou o fim da síntese de proteínas tem o nome de codão.
AUG – Codão de iniciação, Metionina | UGA, UAA, UAG – Codões de finalização.
Universalidade do código genético – Em todos os seres vivos existe uma linguagem comum a
todas as células, o código genético. A um determinado codão corresponde o mesmo
aminoácido na maioria dos organismos.
O código genético é redundante – existem vários codões que podem codificar o mesmo
aminoácido.
O código genético não é ambíguo – um determinado codão não codifica dois aminoácidos
diferentes, codifica apenas um e um só a.a.
O terceiro nucleótido de cada codão não é tão específico como os dois primeiros – Por
exemplo o a.a. arginina pode ser codificado pelos codões CGU, CGC e CGA.
Ideias-Chave:
1. O fluxo de informação genética na célula é: DNA RNA Proteínas;
2. O código genético é o mesmo para todos os seres vivos, é universal. Esta
universalidade está na base de várias aplicações biotecnológicas;
3. As mutações introduzem variabilidade na informação genética.
2º TESTE
Ciclo Celular
Quando as células se dividem, cada uma, em regra, origina duas células-filhas, geneticamente
iguais à célula mãe.
Nos organismos unicelulares (como as bactérias ou leveduras), cada divisão corresponde à
reprodução, a partir de uma célula formam-se duas ou mais células independentes.
Nos pluricelulares não é assim tão simples. Tanto nos eucariontes como nos procariontes há
uma grande precisão na duplicação da informação genética e na sua divisão pelas células-
filhas.
Interfase
Nesta fase, os cromossomas encontram-se distendidos, não sendo visíveis ao microscópio.
G1 Intensa atividade biossintética (proteínas estruturais, enzimas e RNA), havendo ainda
formação de organelos celulares e, consequentemente, um notório crescimento da célula. É
neste período que são sintetizadas as histonas que são incorporadas no DNA.
S Autorreplicação de cada uma das moléculas de DNA. A estas novas moléculas associam-
se as respetivas proteínas e, a partir desse momento, cada cromossoma passa a ser constituído
por dois cromatídeos ligados pelo centrómero. Nas células animais, fora do núcleo, dá-se ainda
a duplicação dos centríolos, originando-se dois pares.
G2 Decorre entre o final da síntese de DNA e o início da mitose. Neste período dá-se,
sobretudo, a síntese de biomoléculas necessárias à divisão celular, como, p. e., proteínas que
vão ser usadas na fase mitótica.
Fase Mitótica
Apesar de poder variar de organismo para organismo em pormenores, na maior parte das
células eucarióticas o processo é semelhante. Na fase mitótica podem considerar-se duas
etapas: Mitose ou Cariocinese – divisão do núcleo; Citocinese – divisão física do citoplasma.
A mitose é o conjunto das transformações durante as quais o núcleo da célula eucariótica se
divide. Nesta fase, as células reorganizam os seus microtúbulos na forma de um fuso bipolar,
estando o MTOC nos polos do fuso. Embora a mitose seja um processo contínuo, distinguem-
se convencionalmente 4 etapas: Prófase, Metáfase, Anáfase, Telófase.
1. Prófase – Os filamentos de cromatina condensam-se, tornando-se cada vez mais
grossos e mais curtos. Cada cromossoma é constituído por dois cromatídeos unidos
pelo centrómero. Os dois pares de centríolos começam a afastar-se formando-se,
entre eles, o fuso acromático ou mitótico constituído por um sistema de microtúbulos
proteicos. Desorganiza-se o invólucro nuclear e o nucléolo.
2. Metáfase – Os cromossomas atingem o seu máximo encurtamento. Os pares de
centríolos estão nos polos da célula. O fuso acromático completa o seu
desenvolvimento, notando-se que alguns microtúbulos se ligam a cromossomas. Os
cromossomas dispõem-se com os centrómeros no plano equatorial (plano
equidistante entre os dois polos), voltados para o centro desse plano e com os braços
para fora. Imobilizados na placa equatorial e prontos para se dividirem.
3. Anáfase – Dá-se a clivagem de cada u dos centrómeros, separando-se os cromatídeos
que passam a constituir dois cromossomas independentes. Os microtúbulos ligados
aos cromossomas encurtam-se e estes começam a afastar-se, migrando para polos
opostos: ascensão polar dos cromossomas-filhos (1 cromatídeo).
4. Telófase – A membrana nuclear reorganiza-se à volta dos cromossomas de cada célula-
filha. Os nucléolos reaparecem. Dissolve-se o fuso mitótico. Os cromossomas
descondensam-se e alongam-se, tornando-se menos visíveis. A célula fica constituída
por dois núcleos, terminando assim a mitose.
Citocinese – Diz respeito à divisão do citoplasma e, portanto, à consequente individualização
das duas células-filhas.
Em regra, nos dois últimos estádios da mitose, forma-se na zona na zona do placo equatorial
um anel contráctril de filamentos proteicos (actina). Estes contraem-se e puxam a membrana
para dentro, causando um sulco de clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se
separarem as duas célula-filhas.
Diferenciação celular
As células de um organismo, que provieram de uma célula-ovo por divisões mitóticas
sucessivas, contêm, no seu núcleo, exatamente os mesmos cromossomas e, por isso, a mesma
informação genética. No entanto, constituem órgãos e tecidos diferentes, onde assumem
formas e funções diferentes. No corpo humano calcula-se que existam mais de 200 tipos de
células diferentes. As diferentes combinações dessas células especializadas levam à formação
de estruturas complexas, que desempenham funções complexas. Por exemplo, no olho
teremos células especializadas na captação da luz e no cérebro na identificação da imagem. No
entanto, todas as células receberam o mesmo património genético.
Ao longo do desenvolvimento de um indivíduo ocorre, em regra, um conjunto de processos
onde células geneticamente idênticas se diferenciam. Esta especialização bioquímica e
morfológica, chamada diferenciação celular, acarreta alterações não só ao nível da função,
mas também da composição e da estrutura das células. Calcula-se que cada célula diferenciada
possua, num determinado momento, apenas 5% a 10% do seu DNA ativo.
Primeiramente, os biólogos apresentaram uma hipótese onde diziam que a célula perdia parte
dos seus genes, retendo apenas aqueles que eram funcionais num determinado órgão.
Em 1950, Steward, a partir de cenouras, obteve plantas completas através de células
diferenciadas da raiz (???). Estavam dados os primeiros passos da clonagem. Os clones podem
ser definidos ao nível dos genes, das células ou mesmo dos indivíduos. Também Briggs,
transplantado núcleos de células especializadas de um girino para óvulos cujo núcleo tinha
sido destruído, conseguiram girinos.
A partir destes resultados, verifica-se que, em determinadas circunstâncias, as células
diferenciadas podem perder a sua especialização, transformando-se em células
indiferenciadas. Readquirem a capacidade de originar um indivíduo complexo e dizem-se
totipotentes, pois conservam todas as potencialidades genéticas do núcleo inicial.
Assim conclui-se que as células conservam todo o DNA embora apenas uma parte esteja ativa.
Totipotentes, pluripotentes, multipotentes, unipotentes, especializadas.
Metaplasias – Mudanças reversíveis num determinado tipo de células que são substituídas por
células de outro tipo. Por exemplo, as células que revestem as paredes da traqueia e dos
brônquios têm uma forma colunar e apresentam cílios à superfície. Nos fumadores, essas
células vão sendo substituídas por outras desprovidas de cílios e com forma paralelepipédica.
Provavelmente, este tipo de tecido resiste melhor às agressões causadas pelo fumo; contudo,
perdem-se importantes mecanismos de defesa como o muco e os cílios existentes nas células.
Reprodução assexuada
Os seres procariontes e a maioria dos seres unicelulares eucariontes podem reproduzir-se
assexuadamente. Também ocorre em muitos seres multicelulares.
Neste tipo de reprodução verificam-se multiplicações celulares em que o núcleo se divide por
mitose e, por isso, os indivíduos das sucessivas gerações são, em geral, idênticos
geneticamente entre si e também idênticos ao respetivo progenitor, do qual recebemos todos
os genes.
A produção de indivíduos geneticamente iguais chama-se clonagem. Esta designação pode ser
atribuída a qualquer processo de reprodução assexuada e os indivíduos originados constituem
clones.
Vantagens Desvantagens
É utilizado um só indivíduo selecionado Requer uma técnica especializada.
pelos seus caracteres. Equipamentos sofisticados.
Pessoal qualificado
Os caracteres pretendidos permanecem em Aumenta a probabilidade de uma vasta
todos os indivíduos. plantação ser totalmente dizimada por
As plantas obtidas são robustas e saudáveis. parasitas, uma vez que os indivíduos são
geneticamente iguais.
Clonagem em animais
É pouco comum nos animais complexos. No entanto, surgem, por vezes, os chamados gémeos
verdadeiros, mesmo na espécie humana.
Dolly é um clone de uma ovelha de onde foi retirado o núcleo de uma célula diferenciada e
introduzido num oócito já sem núcleo. Foram necessárias muitas tentativas. A taxa de sucesso
é pequena, nascendo muitas vezes seres vivo com deformações.
A possibilidade de clonar um animal, utilizando a transferência de um núcleo de uma célula
especializada pode perder a sua especificidade, comportando-se como o núcleo de um ovo.
Fecundação e meiose
A reprodução sexuada implica que ocorra a fusão de dois gâmetas, o gâmeta masculino e o
gâmeta feminino, ou seja, é necessário que se verifique fecundação. A célula resultante (ovo)
tem um conjunto de cromossomas que provêm de cada um dos gâmetas. Cada par de
cromossomas, um de origem materna e outro de origem paterna, são chamados homólogos.
Têm a forma e estrutura semelhantes e são portadores de genes para os mesmo caracteres. As
células que os possuem chamam-se células diploides (2n).
Em alguns casos, na parte final da divisão I, efetua-se uma citocinese, formando-se duas
células haploides.
Mutações estruturais:
a) Deleção Perde um segmento;
b) Duplicação Duplicação de um segmento;
c) Inversão Um segmento troca de posição, inversão de 180º;
d) Translocação Transferência de um segmento entre cromossomas não-homólogos.
As mutações podem ser espontâneas ou induzidas por agentes exteriores como raios X ou
certos agentes químicos. A maioria das mutações cromossómicas são prejudiciais para o
indivíduo que é portador ou para os seus descentes.
3º TESTE
PARADA NUPCIAL – Normalmente é o macho que, pelo seu comportamento, tenta atrair a
fêmea através de um complexo ritual.
Unicelularidade e multicelularidade
Dos seres procariontes aos seres eucariontes
As células procarióticas são estruturalmente simples, mas possuem grande diversidade
metabólica, apesar de não terem quaisquer organelos, como mitocôndrias e cloroplastos;
apresentam ribossomas de dimensões inferiores aos das células eucarióticas. Podem ser
fotoautotróficas, tendo os pigmentos fotossintéticos na membrana celular.
As células eucarióticas apresentam uma constituição bem mais complexa, nomeadamente no
que respeita ao matéria genético que se encontra organizado no núcleo, e à grande
abundância de estruturas membranares.
De acordo com os fósseis, os procariontes estão na origem da vida e os eucariontes
apareceram há cerca de 1500 anos, cerca de 2 milhões de anos após os procariontes.
Há várias hipóteses para explicar o aparecimento dos eucariontes.
O modelo autogenético admite que a célula eucariótica terá surgido a partir de organismos
procariontes por invaginações sucessivas de zonas da membrana plasmática seguidas de
especialização. Uma dessas invaginações terá cercado o material genético, DNA, o que terá
dado origem ao núcleo individualizado. Alguns fragmentos de DNA teriam posteriormente
abandonado o núcleo e originado as mitocôndrias e cloroplastos, ao serem alojados noutros
sistemas membranares no interior da célula. Segundo esta hipótese todo o DNA presente na
célula tem uma origem comum. Pouco apoiada, não esclareceu a causa dos fenómenos que
descreve.
No entanto, esta teoria não explica, por exemplo, a origem do núcleo da célula eucariótica.
Alguns cientistas admitem que pode ter aparecido a partir de invaginações da membrana p.
que envolveram o DNA, conciliando assim os dois modelos.
Origem da multicelularidade
COLÓNIAS
Evolucionismo e fixismo
Quando observamos as várias gerações de indivíduos e visto que o tempo de vida humana é
insignificante comparado com o tempo geológico, parece-nos evidente que do acasalamento
de lobos tenham surgido sempre lobos. Durante séculos, admitiu-se que as espécies surgiram
como se encontram hoje e se mantiveram imutáveis ao longo do tempo. Esta visão, conhecida
como fixismo, prevaleceu, e em alguns casos, ainda prevalece fortemente apoiada por
princípios religiosos.
O fixismo é muitas vezes confundido com o criacionismo. Mas uma visão estática não implica
que tenham surgido de um ato divino.
No entanto, no século XIX, vai transitar-se para uma visão evolucionista, admitindo-se que as
espécies se alteram de forma lenta e progressiva ao longo do tempo, originando outras
espécies. O aparecimento de fósseis de espécies muito diferentes das atuais abalou as ideias
fixistas.
Mecanismos da evolução
A primeira teoria explicativa acerca dos mecanismos da evolução dos seres vivos surgiu por
Lamarck.
Lamarckismo
As ideias de Lamarck podem resumir-se em dois princípios fundamentais:
-Lei do uso e do desuso;
-Lei da herança dos caracteres adquiridos.
O ambiente condiciona a evolução! A adaptação, segundo o lamarckismo, representa a
faculdade que os seres vivos possuiriam de desenvolver características estruturais ou
funcionais que lhes permitissem sobreviver e reproduzir-se num determinado ambiente. Essas
modificações que levam à adaptação são explicadas pela lei do uso e do desuso. Segundo esta
lei, a necessidade de um órgão em determinado ambiente cria-o e a função modifica-o,
tornando-o mais forte; pelo contrário, se não forem usados, degeneram e atrofiam.
Segundo a lei da herança dos caracteres adquiridos, as modificações que se produzem nos
indivíduos ao longo da sua vida, como consequência do uso ou desuso dos órgãos, são
hereditárias, originando mudanças morfológicas no conjunto da população.
De acordo com esta lei, os organismos, pela necessidade de se adaptarem ao ambiente,
adquirem modificações durante a sua vida que passam aos descendentes. Com estas
modificações, as espécies caminham para a perfeição.
O modelo de Lamarck foi muito contestado, pois fornece uma explicação sobre a evolução
que tem um carácter animista; existe uma intenção e uma finalidade na evolução, de tal forma
que as evoluções surgem das espécies procurarem o “melhor”.
Por outro lado, a herança dos caracteres adquiridos não se verifica experimentalmente.
Atualmente admite-se que nos organismos com reprodução sexuada, apenas alterações do
DNA nos gâmetas são transmitidas à descendência.
Darwinismo
Dados principais que influenciaram Darwin:
Dados da Geologia – A personalidade que mais o afetou foi Charles Lyell, que estabeleceu
vários princípios que muito influenciaram Darwin:
As leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
Deve explicar-se o passado a partir dos dados do presente;
Na longa história da Terra ocorreram mudanças geológicas lentas e graduais.
Dados da Biogeografia – A grande diversidade de seres vivos e o aspeto exótico que, por
vezes, algumas espécies assumem, bem como a constatação de que a fauna e a flora diferem
de continente para continente e das montanhas para os desertos, constituem elementos
relevantes na formulação da teoria de Darwin.