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questão-chave: quem ora os Salmos? Ele diz que é “Davi” e, em outros, Israel. É
também “a igreja” que ora os Salmos. É também “eu mesmo” que oro os Salmos.
Mas isso é possível porque Jesus Cristo orou e ora os Salmos. Porque Jesus
Cristo ora os Salmos, aqueles que lhe pertencem (a igreja como povo de Deus e
como indivíduos) podem orar na medida em que “participam em Cristo”. Nas
palavras de Bonhoeffer:
Como é possível que uma pessoa humana e Jesus Cristo orem o Saltério
simultaneamente? O Filho de Deus se tornou homem e suportou, na sua própria
carne, toda a fragilidade humana. Aqui ele derrama o coração de toda a
humanidade diante de Deus. Ele assumiu o nosso lugar e intercede por nós.
Jesus conheceu os tormentos e a dor, a culpa e a morte em maior profundidade
do que nós. Por isso, Ele eleva a Deus a oração da natureza humana que Ele
assumiu. É realmente nossa oração. No entanto, como Jesus nos conhece melhor
do que nós mesmos (já que Ele mesmo foi verdadeiro homem em nosso favor), a
oração também é realmente sua oração e só pode tornar-se nossa porque
foi sua¹.
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LecionárioFollow
Feb 21, 2018
J. Todd Billings
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Feb 21, 2018
J. Todd Billings
Foto de Sarah Noltner em Unsplash
Nesta pequena série, explorei alguns dos desafios especiais que encontramos
ao interpretarmos os Salmos de lamento como escritura cristã. Vimos como esta
não é uma tarefa fácil, especialmente se insistimos em orar os Salmos de
lamento, em comunidade e pessoalmente, à luz da regra de fé. Nesta
publicação final, exploro a questão: como avançamos na interpretação dos
Salmos de lamento como filhos adotivos do Pai, unidos a Cristo pelo Espírito?
Dietrich Bonhoeffer aponta para uma maneira útil e não redutora de abordar a
questão-chave: quem ora os Salmos? Ele diz que é “Davi” e, em outros, Israel.
É também “a igreja” que ora os Salmos. É também “eu mesmo” que oro os
Salmos. Mas isso é possível porque Jesus Cristo orou e ora os Salmos. Porque
Jesus Cristo ora os Salmos, aqueles que lhe pertencem (a igreja como povo de
Deus e como indivíduos) podem orar na medida em que “participam em Cristo”.
Nas palavras de Bonhoeffer:
Como é possível que uma pessoa humana e Jesus Cristo orem o Saltério
simultaneamente? O Filho de Deus se tornou homem e suportou, na sua própria
carne, toda a fragilidade humana. Aqui ele derrama o coração de toda a
humanidade diante de Deus. Ele assumiu o nosso lugar e intercede por nós.
Jesus conheceu os tormentos e a dor, a culpa e a morte em maior profundidade
do que nós. Por isso, Ele eleva a Deus a oração da natureza humana que Ele
assumiu. É realmente nossa oração. No entanto, como Jesus nos conhece
melhor do que nós mesmos (já que Ele mesmo foi verdadeiro homem em nosso
favor), a oração também é realmente sua oração e só pode tornar-se nossa
porque foi sua¹.
Em e através e por Jesus Cristo, com quem os cristãos foram unidos pelo
Espírito Santo, podemos louvar, lamentar e peticionar com o salmista.
Descobrimos que este lugar espaçoso — do viver em Cristo — é amplo e
profundo o suficiente para que possamos apresentar uma petição, alegrar-nos e
juntar nossos lamentos aos de Jesus Cristo, que intercede em nosso favor.
Orando lamentos neste sentido, encarnamos a realidade de que nossas vidas
não são nossas, mas pertencem a Jesus Cristo. Se pertencemos a Jesus
Cristo, nos juntamos a ele, através dos Salmos, ao responder ao mal com raiva
e tristeza, e aos dons da criação de Deus e da nova criação com alegria.
O que isso significa em um nível congregacional? Isso significa que, em vez de
nos voltar para o lamento somente quando experimentamos uma crise, esta
abordagem nos dá uma base racional para fazer do lamento uma parte regular
do nosso ritmo de culto, já que representa a nossa identidade em Cristo.
Bonhoeffer interpreta o Salmo “em Cristo” — de tal forma que o próprio Cristo é o
sofredor inocente que ora. Este mesmo Cristo é o único que pode ser o justo
“juiz da terra”. A congregação não deve usar este Salmo para amaldiçoar seus
próprios inimigos, ou para justificar a vingança terrena. Orando, o Salmo move
aqueles que oram para evitarem sentimentalizar o mal: há uma terrível
“injustiça, violência e falsidade” no mundo, como Bonhoeffer sabia bem nos dias
sombrios quando pregava, durante o horrível domínio de Hitler. O mal deve ser
resistido. Mas sempre como aqueles que pertencem ao Senhor crucificado e
ressuscitado. Os cristãos não testemunham para este verdadeiro o reinado do
Senhor buscando vingança, mas esperando no Senhor da aliança que toma a
cruz por pecadores como nós.