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CONEXÃO E TRÍPLICE IDENTIDADE

E. D. Moniz de Aragão

Professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade do Paraná

Escrito para o volume da Revista de Processo em homenagem ao Prof.


Alfredo Buzaid.

1. Precisamente em 1864, há mais de um século, o Comendador Matteo


Pescatore, Professor Emérito de Leis na Real Universidade de Turim e
Conselheiro da Corte de Cassação sediada em Milão, no famoso, e hoje
raro, livro Sposizione Compendiosa della Procedura Civile e Criminale
nelle somme sue ragioni e nel suo ordine naturale com appendici di
complemento sui temi principali di tutto il diritto giudiziario, editado em
Turim pela UTET (Unione Tipografico-Editrice Torinese),divulgou a muito
aludida, mas nem sempre lida, doutrina a propósito della continensa di
causa, cuja reprodução integral afigura-se indispensável (maxime para
tornar-se conhecida de quantos não possam ter acesso ao original) como
antecedente do que será dito em seguida.

2. 'A conexão das causas (continentia causae) é o quarto título


determinante da competência territorial.

'Causas conexas são as que têm alguns elementos comuns e alguns


diversos; se todos os elementos forem comuns, disso resultarão
causas idênticas e não apenas conexas. Se todos os elementos forem
diversos, faltará qualquer vínculo de conexão. Ora, os elementos
constitutivos de todas as causas são: 1.º) as pessoas litigantes; 2.º) o
título do litígio, isto é, aquilo em que se apóiam o pedido e a respectiva
exceção; 3.º) a coisa que se pede (personae, causa petendi e excipiendi,
res); de onde emergem dois sumos gêneros de causas conexas; o
primeiro, das que têm dois elementos comuns e só um diverso; o
segundo, das que têm dois elementos diversos e só um comum. Cada
um desses gêneros se subdivide depois em três espécies, porquanto,
sendo três os elementos, o elemento diverso no primeiro gênero e o
elemento comum no segundo podem variar três vezes.

 
 

Revista da AJURIS - n. 28 - Julho/1983    


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'A — Primeiro
gênero.

'a) Primeira espécie, compreendendo os casos em que nas duas causas


conexas figuram as mesmas pessoas, e ocorre o mesmo título, mas são
diversas as coisas pretendidas (eadem persona, eadem causa petendi ou
excipiendi, diversa res). Pertencem a esta espécie:

'1.°) O caso da reconvenção dependente do mesmo título do autor. O


locador inicia uma causa contra o locatário para o pagamento do aluguel,
e este, alegando não ter a posse da coisa alugada, ou de não a ter em
bom estado consoante o contrato, não somente opõe a exceptio non
impleti contractus (que não impediria a unidade da causa, abrangente
sempre da ação e das respectivas exceções), mas, tornando-se autor,
pede, por via de reconvenção, isto é, de uma sua própria ação
reconvencional, que seu adversário seja condenado a entregar-lhe
efetivamente, e em bom estado, a coisa alugada. Disso resultam, assim,
duas ações (mutuae petitiones), isto é, duas causas, nas quais figuram as
mesmas pessoas e ocorre o mesmo título (o contrato de locação), mas
diverso é o objeto de uma e de outra; o aluguel é o objeto da primeira; a
posse da coisa alugada é o objeto da outra. Por isso, a reconvenção
contra o autor originário constitui uma causa nova mas conexa, e
pertence sempre à jurisdição do mesmo Tribunal, ou antes se propõe no
mesmo juízo, onde quer que seja domiciliado oréu da nova causa (autor
originário).

'2.°) A reconvenção, ainda que dependente de título diverso, quando


tenha por objeto uma quantia compensável com a pretensão do autor.
Quem me chama a juízo (por exemplo) para a restituição de um
empréstimo, deduz na causa a própria pretensão e todas as exceções a
ela oponíveis, quais sejam as exceções de pagamento e de
compensação. Se, portanto, limito-me a opor a compensação de um meu
crédito maior, até o exato limite do valor do crédito do autor, a causa é
uma só. Mas, se, tornando-me autor, de meu lado proponho, por via de
reconvenção, que o próprio autor, feita primeiramente a compensação,
seja, depois, condenado ao pagemento a meu favor da diferença a maior
do meu crédito, disso emerge uma segunda causa (uma nova demanda),
cujo título é o mesmo que já pertence à primeira causa como título da
exceção. Nela figurando, pois, as mesmas pessoas, e ocorrendo o
mesmo título, o conhecimento da causa reconvencional (não obstante a
diversidade das coisas pretendidas) pertence (como a precedente) à
mesma jurisdição e ao mesmo juízo. Assim, a compensabilidade unifica,
faz desaparecer a diversidade originária do título. Se a reconvenção
dependente de um título diverso tivesse por objetivo uma coisa não
compensável, a nova pretensão não seria conexa, não pertenceria ao
mesmo juízo e obedeceria a competência normal do domicílio do réu, ou
da situação da coisa, como se dirá em breve.

 
 

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'b) Segunda espécie, compreendendo os casos em que a coisa e o título


do litígio são comuns (eadem res, eadem quaestio), e as pessoas
diversas. Pertencem a essa espécie:

'1.º) As obrigações solidárias igualmente principais. O credor cita ambos


os devedores solidários perante o mesmo Tribunal, embora residentes
em comarcas diversas, entre as quais incumbe ao próprio autor
escolher 1.

'2.º) As obrigações solidárias, uma principal e outra acessória. O credor


cita o devedor principal em seu próprio domicílio, e, por conexão de
causas, aí também cita o fiador, embora domiciliado em comarca diversa.
Também aqui as ações e causas são distintas, por diversidade de
pessoas, mas o título da demanda e as coisas pretendidas são comuns a
uma e outra. Mas a jurisdição principal, do domicílio do devedor, atrai a
ação acessória contra o fiador e não permite ao autor escolher. E,
semelhantemente, perante o Tribunal do lugar em que se disputa sobre a
existência e sobre a extensão do débito, será, também, citado, por
conexão e por acessão de causas, o possuidor do imóvel hipotecado,
toda vez que da existência e da extensão do débito se faça depender a
hipoteca.

'3.º) Todas as ações mistas, porquanto (como se discorreu mais acima),


separada em duas a ação mista, o possuidor atual é citado no foro da
ação contratual, ou, vice-versa, a pessoa sujeita à ação contratual é
citada no foro rei sitae: isso porque, nas duas causas distintas por
diversidade de pessoas, o título da demanda (o título da aquisição ou
recuperação do domínio) é o mesmo, sendo, pois, a mesma coisa, que se
pede por ação pessoal e real.

'4.º) As ações de garantia. O réu da causa principal chama, por


conexão, o seu garantidor onde quer que seja domiciliado, isto é, aquele
que o deve garantir ou mantê-lo indene; pois o título produzido, e a
questão promovida pelo molestante principal contra o garantido, reflete
também sobre o garantidor, ao qual o garantido pede, por sua vez, nesta
ou naquela forma, a mesma coisa. Assim, se nas duas causas, de
moléstia e de garantia, as pessoas são diversas, em ambas, porém,
deduzem-seeadem quaestio et eadem res. É verdade que entre o
garantido e garantidor podem intercorrer questões particulares; mas
estas, e singularmente a própria questão preliminar, se o chamado em
garantia a esta esteja realmente sujeito, obedecem, na qualidade de
controvérsias acessórias ou incidentais, à competência da ação principal.

 
 

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'c) Terceira espécie: se, permanecendo nas duas causas a mesma coisa


disputada e as mesmas pessoas litigantes, diversifiquem-se o título ou a
causa petendi. O autor apóia sua pretensão em um título, e o réu,
após negar o direito do autor, inicia nova causa contra o autor
para afirmar um direito próprio sobre a coisa controversa, produzindo o
seu próprio título. Não se duvida da conexão das duas causas, e o juízo
posterior é inadmissível. Qualquer título relativo à mesma coisa e entre as
mesmas pessoas deve propor-se, assim pelo autor como pelo réu, no
mesmo juízo.
'B - Segundo
gênero.

'a) Espécie primeira: diverso é o título, diversa é a coisa em litígio, mas


figuram nas duas causas as mesmas pessoas. Poderá o réu de uma
ação de cobrança, ele mesmo, perante a mesma jurisdição e no mesmo
juízo, propor, mediante reconvenção, contra o autor, a restituição de
coisas móveis ou imóveis; ou, por sua vez, estará sujeito a citar o
adversário perante seu juiz natural? Falta (na hipótese)
a compensabilidade, que unifica as causas; a condição dos litigantes
deve ser sempre igual; as demandas não são intrinsecamente conexas
pela qualidade. Diríamos, pois, ex juris ratione, que as duas causas
obedecem cada qual a sua respectiva competência originária. Mas o
legislador, confrontando a utilitas com a juris ratio, cede a considerações
de vários gêneros. De um lado a economia poderá aconselhar que, já
iniciado um processo, neste sejam deduzidas todas as pretensões, de
qualquer natureza, entre as mesmas pessoas, sem multiplicar os
processos e as despesas; de outro lado, se pela reconvenção se mover
uma ação real imobiliária, exsurgem aquelas considerações de todo
especiais, que vinculam tal gênero de controvérsias ao juízo do foro rei
sitae: e mesmo tratando-se de valores mobiliários, a reconvenção pode
ser de tal forma despropositada e complicada, que acarrete confusão,
maior dispêndio e retardamento indevido do processo originário, se se
quiser discuti-la no mesmo processo. Ademais, nenhum litígio deve ser
admitido em juízo se primeiramente não for citada a parte interessada em
contestá-lo. Por essas reflexões, conquanto neguemos ex juris rationis a
conexão de causas nas espécies propostas, cremos poder sugerir em
sede legislativa:

'Que a reconvenção não possa jamais subtrair as ações reais


imobiliárias à jurisdição do lugar em que os imóveis estejam situados.

 
 

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'Que por coisas e valores mobiliários, apesar de não compensáveis, seja
admitida a reconvenção, no mesmo juízo, até mesmo pelo efeito
atributivo da jurisdição, desde que, porém, da respectiva demanda seja
citada a parte e não apenas intimado o advogado, para tanto desprovido
de mandato, e, além disso, se atribua ao Tribunal a faculdade de,
conforme as circunstâncias, desentranhar a reconvenção e remetê-la a
um processo separado, assim como está previsto para as próprias
causas de garantia, que, no entanto, são verdadeiramente conexas 2.

'b) Segunda espécie, abrangendo os casos nos quais, nas duas causas,


são diversas as pessoas e as coisas e idêntico o título da pretensão.
Pertencem a essa espécie:

'1.º) O caso de uma obrigação não solidária assumida no mesmo contrato


por diversas pessoas domiciliadas em comarcas diversas para com um
só credor. Poderia este estipular a solidariedade; e, consentindo em
dividir os débitos, poderá exigir que os devedores de somas distintas por
força de um mesmo título elegessem um foro comum, renunciando assim
cada qual ao seu juiz natural, mas, na espécie, não o fez. Deverá a lei
suprir isso? E facultar ao autor a escolha do Tribunal entre aqueles a que
estejam sujeitos os devedores?

'2.º) O caso de vários herdeiros domiciliados em comarcas diversas,


sucedendo a um só devedor, entre os quais o débito se divide de pleno
direito. A lei, porém, já prevê o caso e declara que a ação do credor deve
ser ajuizada integralmente contra todos os herdeiros em um único foro,
isto é, no foro do inventário, ou seja, o do último domicílio do devedor
defunto, contanto, porém, que o credor aja enquanto dura a indivisão, e,
no caso de herdeiro único, dentro de um ano de abertura da sucessão 3.

'Todavia, sendo inconveniente que a mesma questão (embora por


quantias diversas e contra pessoas diversas) seja tratada em vários
juízos, com maior dispêndio e com perigo de julgamentos contraditórios,
não censuraríamos a lei que,expressamente, se contente, em todos os
casos, com a identidade do título ou do fato constitutivo da causa
petendi, embora sejam distintos os devedores e distintas as somas
devidas 4.

 
 
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'c) Terceira espécie: diversos os títulos, diversas as pessoas, todas,


porém, pretendendo a mesma coisa (eadem res). Somente a identidade
da coisa não basta para tornar conexas duas causas. Por isso, na
reivindicação de uma propriedade pode ocorrer, sem ofensa à verdade,
que o vencedor de uma causa por um título sucumba em outra causa por
um título diverso contra outro adversário.

'Advertimos, todavia, que nas ações imobiliárias o interessado sempre


pode encontrar um foro comum a todos os pretendentes, valendo-se do
foro da situação da coisa. Para as ações mobiliárias não cremos,
verdadeiramente, que apenas a identidade do objeto deva derrogar, de
modo absoluto e imperativo para todos os casos, as normas da
competência ordinária; que, se o legislador na infinita variedade dos
casos contingentes crê dever outorgar aos Tribunais um poder
discricionário para ser por eles usado segundo as circunstâncias, deve
declará-lo com exatidão e claramente e não de forma hipotética, geral e
incidente 5.

'Encerra-se aqui o discurso sobre a conexão de causas, consideradas


como título determinativo da competência territorial, isto
é, derrogativo das normas mais gerais em tal gênero de competência' (p.
168 a 175).

3. De um balanço nas opiniões, entre críticas e elogiosas, conclui-se que


a tese de PESCATORE ainda prepondera, assim na Itália como no Brasil.

Nela inspirou-se, evidentemente, o C.P.C. de 1973, ao cuidar de institutos


que envolvem a 'identificação' ou 'semelhança' de 'ações', como a coisa
julgada e a litispendência 6, continência 7 e conexão 8.

 
 

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Em sua caracterização o legislador valeu-se dos elementos apontados


por PESCATORE: pessoas, causa de pedir e objeto.

Mas é preciso entender essa lição cum grano salis, pois a intensidade


com que tais elementos repercutem nos casos de conexão é menor do
que em se tratando de continência, litispendência e coisa julgada.

Note-se que, ao tratar de continência, o Código exige identidade (art.


104), ao passo que, ao falar de conexão, contenta-se com o
elemento comum (art. 103). Para a caracterização da litispendência e da
coisa julgada a identidade decorre de o elemento ser o mesmo (art. 300,
§ 2.º).

É visível a distinção de significados que esses vocábulos refletem;


'comum' não é sinônimo de 'idêntico', no entanto, 'mesmo' significa
'idêntico'. Disso resulta, sem sombra de dúvida, que a lei subordina a
admissão da litispendência e da coisa julgada à ocorrência
de identidade de partes, de pedido e de causa de pedir, o que também
sucede relativamente à continência quanto às partes e à causa de pedir,
visto como essa identidade será tão-só parcial no que tange ao pedido,
que em uma causa é mais amplo e por isso contém o outro (ou outros),
não havendo identidade, portanto, naquilo em que o maior excede o
menor.

No que concerne à conexão, porém, não se dá o mesmo. A seu respeito


a lei fala em elemento comum a ambas as causas; não fala em
elemento idêntico. A distinção entre conexão, de um lado, continência,
litispendência e coisa julgada, de outro, é essencial à compreensão do
assunto e é perfeitamente fiel ao pensamento do autor da famosa teoria.

4. Realmente, tanto na litispendência quanto na coisa julgada tem de


ocorrer, necessariamente, a identidade entre as 'ações' (na verdade entre
as pretensões). Somente porque idênticas é que se torna impossível
reproduzi-las, pois em tal caso não háduas, mas uma única, apresentada
em juízo duas vezes, seja enquanto pende o processo em que formulada
pela primeira vez (litispendência), seja depois de transitada em julgado a
sentença que a apreciara em processo anterior (coisa julgada). Ora,bis
de eadem re ne sit actio.

No caso da continência ocorre o mesmíssimo fenômeno. A pretensão


menos ampla fica abrangida pela mais ampla. Dessarte, se a primeira a
ser formulada em juízo for a maior, nela estará contida a menor e não
será possível reproduzi-la enquanto pender o processo (litispendência),
tampouco depois de encerrado por sentença que Ihe tenha apreciado o
mérito (coisa julgada). Se a pretensão formulada em primeiro lugar,
porém, for a menor, a maior poderá ser formulada subseqüentemente,
tanto durante a pendência, quanto após o encerramento do processo
anterior, mas tão-só no que concirna à porção excedente, isto é, a porção
do objeto que, por ser mais amplo, não está contida na pretensão já
ajuizada. Neste caso, se o processo alusivo à primeira causa ainda está
pendente, a ele deverá ser reunido o novo, no qual será apreciada a
parcela excedente, que ultrapassa o objeto da primeira causa. Se o
processo em que foi apreciada a primeira já se encerrou com julgamento
de mérito e a sentença passou em julgado, no segundo processo só será
possível examinar a porção excedente, não alcançada pela sentença
anteriormente prolatada. Por isso é corrente a opinião que considera a
continência um caso de litispendência parcial (é possível,
analogicamente, falar em coisa julgada parcial). Nada disso ocorre,
todavia, com a conexão.

 
 

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Para que esta se caracterize é indiferente que os elementos 'comuns'


sejam, ou não, idênticos. Tanto poderá ocorrer identidade entre um, ou
dois, deles, como poderá dar-se de serem 'comuns', isto é, semelhantes.
A comunhão, ou semelhança, pode levar à identidade parcial. Assim é
que são 'comuns' as 'ações' se em uma delas a causa petendi mediata
for a mesma, embora seja diversa a causa petendi imediata. O mesmo
acontecerá se o pedido mediato for idêntico, conquanto o pedido imediato
seja diverso. Nesses casos haverá identidade, em parte, e semelhança
ocorrerá quanto ao todo.
5. É irrelevante haver o autor iniciado sua lição dizendo que, 'se todos os
elementos forem comuns, disso resultarão causas idênticas e não
apenas conexas'. Tais palavras não devem ser tomadas ao pé da letra; a
exegese meramente literal não merece primazia na hermenêutica jurídica
porque nem sempre conduz a resultado satisfatório.

O adjetivo 'comum', empregado na primeira oração, deve ser tido como


sinônimo de 'idêntico'. Na segunda oração porém - 'causas conexas são
as que têm alguns elementos comuns e alguns diversos' - o adjetivo
'comum' não pode ser aceito como sinônimo de idêntico. Estas
afirmações encontram amparo nos exemplos que o próprio PESCATORE
concebeu (ninguém melhor do que ele poderia, ou poderá, fazê-lo) e não
custa reconferir, por isso seu ensinamento foi reproduzido na íntegra.

É assaz significativo que a generalidade dos tratadistas exponha e


aplique a tese em conformidade com as conclusões proporcionadas pelos
exemplos por ele elaborados.

6. Casos figurados pelo jurisconsulto mostram a adequação do art. 103,


do C.P.C. (ao qual se liga o art. 315), em confronto com o texto dos arts.
104 e 300, § 2.º, ao pensamento exposto em sua obra.

No primeiro exemplo, sobre 'contrato de locação', a reconvenção é dita


cabível porque ricorre lo stesso títolo (il contratto di locazione).

 
 

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No segundo, em torno de 'compensação', o cabimento da reconvenção é


justificado porque il títolo della quale è quel medesimo che già appartiene
alla prima causa qual títolo di eccezione... Ia compensabilità unifica; fa
scomparire la diversità originaria del títolo.
No terceiro, a propósito de 'obrigações solidárias' assim egualmente
principali como una principale e I'altra accessoria, explica que la
giurisdizione principale nella sede del debitore attrae l'azione accessoria
contro il fideiussore.

No quarto, 'ações mistas', conquanto diversas as pessoas, il titolo della


domanda (il titolo di acquisto o di recupero del dominio) è lo stesso.

No quinto, 'ações de garantia', nas quais posto que diversas as


pessoas nelle due cause, di molestia, e di garantia, in entrambe però si
deducono 'eadem quaestio, et eadem res'.

No sexto, pretensões sobre a mesma coisa, no caso de o réu ter negado


o título invocado pelo autor e invocar seu próprio título, afirma: qualunque
titolo relativo alla stessa cosa e tra le stesse persone deve proporsi (por
ambas as partes) nello stesso giudizio.

Esses exemplos - interpretação autêntica da teoria - demonstram que a


conexão decorre de laço menos forte do que o da identidade, motivo pelo
qual este vocábulo não figura no art. 104 e sim nos outros (arts. 103 e
300, § 2.º).

Realmente, para que se admita a ocorrência da coisa julgada, ou da


litispendência (assim como da continência), é natural que se deve tratar
de uma só pretensão; se fossem duas, embora conexas, e uma ficasse
subtraída à apreciação do Poder Judiciário, estaria infringida a norma
constitucional do art. 153, § 4.º. O mesmo não ocorre no que tange à
conexão, que somente proporciona a reunião de processos, sua
cumulação ou o cabimento da reconvenção, sem que disso resulte
impedimento à apreciação de todas as pretensões submetidas aos
órgãos jurisdicionais.

6. Em suma, o C.P.C. é perfeitamente fiel à lição de PESCATORE, que


abona as disposições inscritas em seus arts. 104 e 300, § 2º, nos quais
está bem delineada a exigência da tríplice identidade para caracterizar a
coisa julgada e a litispendência, enquanto que para a conexão, afastada
a identidade, basta a existência de elementos comuns, como
acertadamente dispõe o art. 103.

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