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Em verdade, no Renascimento não houve uma ruptura com a cultura medieval, mas sim uma
transição, de maneira que os diversos elementos da nova cultura e da velha em declínio coexistiram e
interagiram neste período.
A sede inicial das transformações foi a Itália, que reunia mais acentuadamente as condições
propulsoras do Renascimento. A Itália detinha o monopólio sobre o comércio de especiarias com o
Oriente, o que proporcionava um intenso intercâmbio com diferentes culturas, e as cidades italianas
abrigavam uma burguesia extremamente dinâmica e aberta às transformações culturais. Além destes
fatores, os elementos da cultura greco-romana foram melhor preservados do que nas demais
localidades da Europa. Considera-se como escritor precursor do Renascimento o italiano Dante
Alighieri, cuja principal obra (A Divina Comédia) já trazia citações de autores clássicos.
A difusão do Renascimento nos demais países da Europa ocorreu ao lado da consolidação da maioria
dos Estados absolutistas. Nos Países Baixos (Holanda e Flandres), em que havia uma burguesia
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A escultura e a pintura, que passaram a ser tomadas como artes independentes, absorveram grande
influência do naturalismo, de maneira que o corpo humano passou a representar a grande fonte de
inspiração para o ideal estético de beleza. As obras revelavam a humanização das figuras e o cuidado
nas proporções e na perspectiva retratadas. Na arquitetura, as influências do Classicismo e do
Humanismo marcaram a ruptura com o estilo gótico medieval, a partir do resgate do parâmetro de
perfeição calcado nas formas da natureza.
Na Itália, destacaram-se nas letras os autores Francisco Petrarca e Giovanni Boccaccio, autor da
obra Decameron, que expressou a crise dos valores da época com a introdução de elementos eróticos
na prosa. Ainda Nicolau Maquiavel, que na obra O príncipe, reuniu os anseios da burguesia em
torno de um estado centralizado e desvinculado com controle da Igreja através de um manual sobre a
arte de governar. Os principais artistas plásticos da Itália foram Giotto, Masaccio e Boticcelli, além
dos grandes nomes da pintura Leonardo Da Vinci, Rafael e Michelangelo, considerado a maior
expressão da escultura renascentista, cujas principais obras foram Moisés, Davi e Pietá.
Tanto na Espanha, quanto em Portugal, o Renascimento foi dificultado pela Contra-Reforma e pela
descoberta do Novo Mundo. Na Espanha, destaque para o pintor El Greco e para o escritor Miguel
Cervantes, criador da famosa obra Dom Quixote. Em Portugal, destacaram-se o teatrólogo Gil
Vicente e o poeta Luís de Camões, a figura máxima do Renascimento português, que em sua obra
mais marcante, Os Lusíadas, funde elementos épicos e líricos, misturando elementos da cultura
clássica com fatos da própria história portuguesa, exaltando o expansionismo português e o
Humanismo.
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