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A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL


Publicada em 18/04/2008

Em 1808 a Corte lusitana, acompanhada de uma parcela da


nobreza, cruzava o atlântico em fuga para a colônia brasileira
enquanto as tropas de Napoleão Bonaparte batiam às portas do
território metropolitano. A 200 anos de um evento tão
importante na história da formação do nosso Brasil como país
propriamente dito, faz-se mister analisar os pormenores das
profundas e decisivas transformações que fizeram da colônia
um império, a partir da presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro até a efetiva emancipação
política do Brasil em 1822.

A compreensão deste fenômeno histórico tão peculiar requer uma análise da conjuntura política e
econômica vivenciada pelo continente europeu. Então vejamos...

O QUE ACONTECIA NA EUROPA?

Napoleão Bonaparte, feito Imperador da França em 1804, inspirado pelos ideais democráticos da
Revolução Francesa, avançava sobre o continente Europeu a fim de estender o seu domínio. Dentre as
várias inimizades criadas no velho continente, estava a Inglaterra, que resistia às investidas francesas
como a maior potência industrial do continente, dotada de uma posição geográfica privilegiada e de
uma poderosa marinha. Em 1806, Napoleão decreta o Bloqueio Continental, que proibia o comércio
dos outros países da Europa com a Inglaterra, no intuito de sufocá-la economicamente.

No meio de toda esta confusão, estava Portugal, fiel aliado economicamente subordinado à Inglaterra,
sendo pressionado por Bonaparte, sem ter forças para lhe opor resistência. Diante da ameaça sobre a
sua própria soberania, a metrópole lusitana se via diante de restritas opções: ceder ao domínio
napoleônico ou partir para o Brasil. O grupo mais influente de políticos e burocratas, que eram
partidários da Inglaterra, desde 1801 sugeria a mudança provisória da Corte para o Brasil, o que se
coadunava com os interesses britânicos no mercado brasileiro.

Com o perigo da invasão francesa cada vez mais próximo, a tomada da decisão tornou-se inevitável.

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Em novembro de 1807, partiam cerca de 12 mil pessoas entre nobres, magistrados, comerciantes,
oficiais, padres e os membros e serviçais da família real, com destino ao Rio de Janeiro.

QUE BRASIL FOI ENCONTRADO PELA FAMÍLIA DE DOM JOÃO?

Após a longa travessia, a frota lusitana aportava em Salvador em janeiro de 1808, transferindo-se
posteriormente para o Rio de Janeiro. Mesmo fazendo parte do império português, a colônia brasileira
encontrava-se, à época da chegada da família Real, imensamente atrasada com relação à sua
metrópole. O Brasil era constituído por diversas capitanias dotadas de certa autonomia, entre as quais
quase inexistiam relações comerciais, ao passo que sobravam rivalidades. Essa desagregação
territorial provocava a total ausência de identidade nacional na colônia.

A própria política desenvolvida aqui pelo governo


TRÁGICA CURIOSIDADE português acarretava o atraso da região. Para a corte, era
interessante dificultar a comunicação entre as capitanias,
pois evitando a abertura de estradas, era mais fácil
Estima-se que, à época da chegada da combater o contrabando de ouro e diamantes. Medidas de
Corte lusitana ao Brasil, a população manutenção das velhas práticas mercantilistas, como a
indígena somava cerca de 800 mil proibição da instalação de fábricas e manufaturas na
indivíduos, enquanto hoje este número
colônia, só ressaltavam a condição da economia local
é de 460 mil €aproximadamente.
como complementar à economia metropolitana.

A colônia acabara de sofrer uma grande explosão


populacional com a descoberta das minas de ouro e diamantes no fim do século XVII, que provocou
uma migração maciça da Europa para o interior. Além disso, intensificou-se a importação de escravos
negros para suprir a mão-de-obra das minas e lavouras no século XVIII.

A população somava cerca de 3,5 milhões de habitantes (cerca 2% da população atual), dos quais
apenas 1/3 eram brancos. A ocupação, predominantemente agrária, era mais concentrada na região
litorânea com poucas cidades no interior.

E O BRASIL MUDOU DE CARA...

A transferência da sede do governo português para o Brasil, fato inédito na história das colonizações
européias, em que os governos metropolitanos mantinham distância do território colonial, trouxe
inúmeras transformações na cultura e nas estruturas econômicas e políticas do Brasil.

Para obter os recursos financeiros necessários à implantação de um centro administrativo, foi preciso
tomar uma série de medidas que eliminaram as regras impostas pelo pacto colonial à produção e ao
comércio de mercadorias. No arriar das malas, o regente Dom João (que só assumiria o reinado como
D João VI em 1818, após a morte da rainha Dona Maria I) decretou a abertura dos portos às nações
não aliadas da França fixando tarifas de importação em 24% para os produtos estrangeiros e em 16%
para os portugueses. Esta alteração representava o rompimento do monopólio comercial entre a
colônia e a metrópole. Dona Maria I revogou a proibição anterior de instalação de fábricas e
manufaturas na região, o que abriu espaço para o florescimento das práticas industriais no território.

No intuito de recriar o modelo de organização administrativa da metrópole, inúmeros cargos foram


criados, além de diversos órgãos, muitos dos quais prevalecem até os dias atuais. Criou-se o Banco do
Brasil, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, etc. Inúmeras fábricas foram
implantadas, o que, no entanto não garantiu o seu fortalecimento, pois faltavam incentivos
financeiros.

Uma das principais conseqüências de todo este processo foi a exposição da economia brasileira ao
domínio britânico. Acordos como o Tratado de Comércio e Navegação (1810), que estabelecia a
cobrança de taxa de 15% na importação de mercadorias inglesas (taxa inferior à cobrada sobre os

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produtos portugueses), e medidas como a limitação ao tráfico de escravos favoreciam claramente a


dominação inglesa.

A dinâmica da vida urbana e cultural da colônia foi radicalmente transformada. Foram implantadas
escolas de medicina, a Impressão Régia, origem da imprensa oficial do Brasil, que veiculava as
impressões do governo, a Biblioteca Real, O Jardim Botânico, além de museus, teatros e escolas, que
promoveram o desenvolvimento de estudos científicos sobre a região. Para o desenvolvimento das
artes, o governo português convidou um grupo de artistas, arquitetos e professores franceses, que
viriam a influenciar o ambiente cultural brasileiro com a introdução do neoclassicismo nas artes
plásticas em substituição ao Barroco.

Os treze anos que a Corte portuguesa permaneceu no Brasil implicaram profundas mudanças, pois
ocorreu uma aceleração no câmbio dos elementos culturais da Europa para a colônia. A compreensão
deste fenômeno é essencial ao entendimento da formação da identidade nacional, já que interferiu
decisivamente na composição do nosso amálgama cultural junto com os elementos das culturas
africanas e indígenas.

TEXTOS RELACIONADOS:

 Era Napoleônica e Congresso de Viena


 A Crise no Sistema Colonial Brasileiro

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