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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

ANA CAROLINE VAZ RIBEIRO RA: 819224592


VICTORIA DE ROSSI FINUCCI RA: 819223047

A1 DIREITO EMPRESARIAL: PROPRIEDADE INDUSTRIAL


Prof. André Lozano

SÃO PAULO
2020
Sêneca Laboratórios Veterinários Ltda., cujos atos constitutivos estão
arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) desde
1989, veicula um comercial televisivo relacionado ao antibiótico de uso
veterinário de largo espectro por ela produzido, sob a marca MIDAS 2000, a
marca está registrada perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI) desde 2015, na Classe 5, número de ordem 050328, “medicamentos
para uso veterinário”.
O comercial televisivo mostra flashes relacionados à criação de gado,
incluindo imagens de tratores derrubando a mata para formar pastos, peões
conduzindo o gado pelas estradas e o curral em que o gado está reunido e
passando por um corredor estreito, no qual funcionários estão aplicando
injeções nos animais. No final do comercial, entra a voz do locutor, que diz:
“Seja um criador consciente e use somente o
antibiótico MIDAS 2000 para combater quaisquer males
de origem bacteriana. O antibiótico MIDAS 2000 não tem
efeitos colaterais, é facilmente absorvido pelo organismo
animal, combatendo e eliminando a infecção em até 24
horas! O antibiótico MIDAS 2000 é o melhor antibiótico de
sua geração! ”
Antônio Monteiro, Diretor-Presidente da Agropecuária MIDAS Ltda.,
registrada na JUCESP desde 1970, vê o anúncio publicitário e fica seriamente
preocupado, não só com as imagens e dizeres do comercial, mas também com
a possibilidade de confusão no mercado, relacionando a marca do antibiótico
aos produtos e serviços desenvolvidos pela sua empresa, já que a Sêneca
Laboratórios Veterinários Ltda. se apropriou do elemento característico do
nome empresarial da empresa agropecuária, bem como reproduziu a própria
marca MIDAS que ela detém desde 1996, mediante registro junto ao INPI, na
Classe 44, que inclui serviços veterinários, agricultura e pecuária. Acrescente-
se que a Agropecuária MIDAS Ltda. é muito conhecida no meio rural em razão
de serviços e cursos oferecidos ao mercado desde os primórdios de sua
criação.
1- Há diferença entre nome empresarial e marca? Justifique.
Sim, nome empresarial é a firma ou a denominação adotada para o
exercício da empresa e a marca é um sinal, uma identidade capaz de
diferenciar um produto ou um serviço.
A marca pode ser nominativa, se composta por palavras, figurativa se
composta por símbolos emblemas ou figuras, ou mista, com a presença de
ambas as características, conforme pode ser observado nos artigos 122 e 123,
inciso I da Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996.
A marca divide-se em: Marca de produto ou serviço: É aquela utilizada
para distinguir produtos ou serviços de outro idêntico.
Marca de certificação: É aquela usada para atestar a conformidade de
um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas,
como por exemplo, INMETRO e ISO e a marca coletiva que é aquela usada
para identificar produtos ou serviços produzidos por associações ou
cooperativas.
Algumas diferenças entre ela podem ser encontradas no registro, forma
de proteção e o prazo de duração. O nome empresarial é registrado na junta
comercial, juntamente com o arquivamento dos atos constitutivos da pessoa
jurídica. Esse registro na junta comercial, conforme artigos 33 e 34 da Lei nº
8.934 de 18 de novembro de 1994, se limita ao estado que ela pertence, exceto
se pedido proteção ao nome nas juntas dos demais estados (Art. 1.166, PU do
CC), já a marca é registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI) o que confere proteção em todo o território nacional, porém se limita a
classes de atividade, podendo se estender a outros países desde que, sejam
signatários da Convenção de Paris.
Outra diferença está relacionada à proteção do nome empresarial e da
marca, conforme a Fábio Ulhoa descreve:

“A proteção da marca se restringe aos produtos e serviços


com os quais o marcado pode ser confundido pelo consumidor. Se
não houver a possibilidade de confusão — isto é, de o consumidor
considerar que o fornecedor de certo produto ou serviço é o mesmo
de outro com marca igual ou semelhante —, não decorrerá do
registro nenhum direito de exclusividade.”1

Além da função da proteção o registro da marca possui validade de 10


(dez) anos, prorrogável por períodos iguais e sucessivos, por meio de
requerimento. Já a proteção do nome empresarial se limita ao território
(princípio da territorialidade) de registro, por exemplo, se uma empresa é
registrada na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais a sua proteção se
limitará a esse Estado, porém a sua proteção não possui um prazo de validade
como no caso da marca.

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ABSTENÇÃO DE USO DE


MARCA. COLIDÊNCIA. NOME EMPRESARIAL. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE.
AUSÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA
284/STF. PRINCÍPIOS MARCÁRIOS. ANTERIORIDADE,
ESPECIFICIDADE E TERRITORIALIDADE. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL. COTEJO ANALÍTICO E SIMILITUDE FÁTICA.
AUSÊNCIA. 1- Ação distribuída em 9/7/2010. Recurso especial
interposto em 12/8/2015 e concluso à Relatora em 27/9/2016. 2- O
propósito recursal, além de definir se houve negativa de prestação
jurisdicional, é dirimir conflito entre marca registrada perante o INPI e
nome empresarial arquivado na Junta Comercial do Estado de Minas
Gerais. 3- Ausentes os vícios do art. 535 do CPC/73, rejeitam-se os
embargos de declaração. 4- A alteração da conclusão do Tribunal de
origem, no sentido de que as empresas litigantes atuam no mesmo
ramo de atividades, exigiria revolvimento do acervo probatório do
processo, o que é vedado pela Súmula 7/STJ. 5- A ausência de
fundamentação ou a sua deficiência implica o não conhecimento do
recurso quanto ao ponto. 6- Tanto o nome comercial quanto a marca
gozam de proteção jurídica com dupla finalidade: por um lado, ambos
são tutelados contra usurpação e proveito econômico indevido; por
outro, busca-se evitar que o público consumidor seja confundido
quanto à procedência do bem ou serviço oferecido no mercado. 7-
Para aferição de colidência entre denominação empresarial e marca,
além de se verificar o preenchimento do critério da anterioridade,
deve se levar em consideração os princípios da territorialidade e da
especificidade. Precedentes. Hipótese concreta em que esses
aspectos forma reconhecidos como preenchidos pelo acórdão
recorrido. 8- O dissídio jurisprudencial deve ser comprovado mediante
o cotejo analítico entre acórdãos que versem sobre situações fáticas
idênticas. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.

(STJ - REsp: 1641906 MG 2016/0249277-4, Relator: Ministra NANCY


ANDRIGHI, Data de Julgamento: 19/09/2017, T3 - TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJe 26/09/2017)

1
Coelho, Fábio Ulhoa, Manual de direito comercial – 23.Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011. pág. 113
A jurisprudência acima se trata de duas empresas do mesmo ramo,
onde a empresa Cetro Indústria e Comércio de Água Mineral LTDA
(recorrente), possui uma marca denominada Acquaset e do outro lado temos o
nome empresarial Aguasete Comércio LTDA (recorrida) e para analisar a
situação foram utilizados o critério da anterioridade e os princípios da
territorialidade e da especificidade para o não provimento do Recurso Especial.

2- Qual o princípio que rege o registro de marcas? Explique-o.


Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), são três
os princípios fundamentais que regem o direito de marcas, são eles:
territorialidade, especialidade e sistema atributivo, porém o princípio que mais
se destaca no registro de marcas é o princípio da especialidade
(especificidade) é a restrição ao direito de uso exclusivo da marca á
determinada classe de atividade definida pelo INPI.
Por exemplo, a marca Atlas, que está associada à editora de livros Atlas
e a marca Atlas de eletrodomésticos, ambas possuem a mesma marca, porém
em classes diferentes. O princípio da especificidade não impede que a marca
seja idêntica ou semelhante à outra já usada para distinguir produtos
diferentes, desde que em classes diferentes.
O princípio tem como regra a novidade, a marca deve ser nova,
diferentes das já existentes, porém não há problema se ambas forem
semelhantes, desde que em ramos e classes diferentes, como pode ser
observado na jurisprudência abaixo, onde as marcas eram semelhantes, porém
de ramos e classes diferentes, o que não impede o uso por nenhuma delas.

REsp: 949514 / RJ
RECURSO ESPECIAL
2007/0103181-2
Relator (a): Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS (1096)
Órgão Julgador: T3 – TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento: 04/10/2007
Data da Publicação / Fonte: DJ 22/10/2007 p. 271
Ementa:
PROPRIEDADE INDUSTRIAL. COLISÃO DE MARCAS. “MOÇA
FIESTA” E “FIESTA”. POSSIBILIDADE DE ERRO, CONFUSÃO OU
DÚVIDA NO CONSUMIDOR. NÃO CARACTERIZAÇÃO. – Para
impedir o registro de determinada marca é necessária a conjunção de
três requisitos: a) imitação ou reprodução, no todo ou em parte, ou
com acréscimo de marca alheia já registrada; b) semelhança ou
afinidade entre os produtos por ela indicados; c) possibilidade de a
coexistência das marcas acarretar confusão ou dúvida no consumidor
(Lei 9.279/96 – Art. 124, XIX). – Afastando o risco de confusão, é
possível a coexistência harmônica das marcas.
Acórdão:
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior
Tribunal de Justiça na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso
especial. Os Srs. Ministros Ari Pargendler e Nancy Andrighi votaram
com o Sr. Ministro Relator.

STJ - REsp: 949514 / RJ 2007/0103181-2, Relator: HUMBERTO


GOMES DE BARROS (1096), Data de Julgamento: 04/10.2007, T3 -
TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/10/2007)

O princípio da especialidade encontra uma exceção, relacionada às


marcas de grande nome, como por exemplo, Coca-cola, McDonald’s, Pepsi,
Burger King, etc.
Fabio Ulhoa, explica que ao se deparar com uma marca de alto renome
essa proteção se estende para todos os ramos.

“Pelo “princípio da especificidade”, a proteção da marca


registrada é limitada aos produtos e serviços a respeito dos quais
podem os consumidores se confundir, salvo quando o INPI reconhece
sua natureza de “marca de alto renome”. Nesta hipótese, a proteção
é ampliada para todos os ramos da atividade econômica”.2

Essa exceção é assegurada pelo artigo 125º da LPI – “À marca


registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção
especial, em todos os ramos de atividade. ”

2
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial – direito da empresa. 16. Ed. V.1. São Paulo: Saraiva:
2012. p.247.
Referências Bibliográficas

COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial – direito da empresa. 16.


Ed. V.1. São Paulo: Saraiva: 2012. p.247 – ISBN 978-85-02-15454-4
COELHO, Fábio Ulhoa, Manual de direito comercial – 23. ed. – São Paulo:
Saraiva, 2011.p. 113 – ISBN 978-85-02-11269-8
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial – 4. ed. – São Paulo: Atlas,
2009. P.295 até 306 – ISBN 978-85-224-5270-5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm Acesso em: 11/03/2020.
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Principio+da+especificidade Acesso em:
20/03/2020.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?processo=949514&b=ACOR
&thesaurus=JURIDICO&p=true Acesso em: 28/03/2020.
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=STJ+-+R
Esp%3A+1641906+MG+2016%2F0249277-4 Acesso: 11/03/2020
http://manualdemarcas.inpi.gov.br/ Acesso: 11/03/2020

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