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ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – ESUCRI

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LUCAS BATISTA JUNIOR

ANÁLISE CORRELATIVA DA DUREZA SUPERFICIAL X RESISTÊNCIA À


COMPRESSÃO DO CONCRETO ATRAVÉS DO ENSAIO DE ESCLERÔMETRIA

Criciúma (SC), 06/2018


LUCAS BATISTA JUNIOR

ANÁLISE CORRELATIVA DA DUREZA SUPERFICIAL X RESISTÊNCIA À


COMPRESSÃO DO CONCRETO ATRAVÉS DO ENSAIO DE ESCLERÔMETRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Civil da Escola Superior de Criciúma,
ESUCRI.

Orientador: Prof. Cláudio da Silva

Criciúma (SC), 06/2018


LUCAS BATISTA JUNIOR

ANÁLISE CORRELATIVA DA DUREZA SUPERFICIAL X RESISTÊNCIA À


COMPRESSÃO DO CONCRETO ATRAVÉS DO ENSAIO DE ESCLERÔMETRIA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca


Examinadora para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil da Escola Superior de Criciúma,
ESUCRI.

Criciúma, junho de 2018.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Cláudio Da Silva – Orientador

______________________________________
Prof. César Alexandre Bratti Paixão

______________________________________
Ms. Eng. Tiago Contarato Trés
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me permitir completar mais uma jornada, pela força e
disposição dada nos momentos de fraqueza e desânimo.
Meus pais Lucas Batista e Lurdes Ana Savi Batista que sempre prestaram
apoio aos meus estudos.
Aos colaboradores da ESUCRI por esta longa caminhada que vai se
concretizando com sucesso.
A todos os professores que não pouparam esforços para nos passar seus
conhecimentos com muita dedicação, principalmente aos membros da banca por
acreditarem neste estudo. Ao Eng. laboratorista Tiago Contarato Trés pelo total
auxilio na execução dos ensaios deste trabalho e ao professor orientador Cláudio da
Silva pelas instruções na elaboração deste TCC.

Muito obrigado!
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de curva de correlação para estimar resistência. ................................. 23


Figura 2 – Equipamento de ultra-som. ................................................................................. 25
Figura 3 – Esclerômetro......................................................................................................... 27
Figura 4 – Pistola para penetração dos pinos. ...................................................................... 29
Figura 5 – Esclerômetro tipo N e pedra de carborundo. ....................................................... 31
Figura 6 – Seção longitudinal do Esclerômetro de Schmidt do Tipo N. ................................ 32
Figura 7 – Ilustração esquemática da operação do esclerômetro......................................... 33
Figura 8 – Leitor analógico do IE ........................................................................................... 34
Figura 9 – Execução do teste de aferição em uma bigorna padrão de um esclerômetro do
Tipo N. ................................................................................................................................................... 34
Figura 10 – Área de ensaio de 9cm X 9cm, para 9 impactos, forma confeccionada para o
estudo, sugerida pela NBR 7584. ......................................................................................................... 38
Figura 11 – Área de ensaio de 20cm X 20cm, para 16 impactos, forma confeccionada para o
estudo, sugerida pela NBR 7584. ......................................................................................................... 39
Figura 12 – Correções nas curvas de correlação devido a efeito de gravidade. ....................... 40
Figura 13 – Pesagem de amostra para execução do ensaio. ............................................... 44
Figura 14 – Estufa do laboratório de materiais da ESUCRI. ................................................. 45
Figura 15 – Picnômetro padrão sendo utilizado em ensaio. ................................................. 45
Figura 16 – Peneira mecânica utilizada no ensaio de granulometria. ................................... 46
Figura 17 – Recipiente para ensaio com volume de 19506,33cm³. ...................................... 48
Figura 18 – Agregado graúdo submerso à água por um período de 24 horas. .................... 49
Figura 19 – Pesagem dos materiais para concretagem. ....................................................... 52
Figura 20 – Caixarias para moldagens com suas devidas identificações. ............................ 53
Figura 21 – Caixarias de pinus permeável e forrada com lona plástica (impermeável). ...... 53
Figura 22 – Caixaria do prisma forrado com lona plástica. ................................................... 54
Figura 23 – Temperatura e umidade relativa do ar. .............................................................. 54
Figura 24 – Caixaria armada para concretagem. .................................................................. 55
Figura 25 – Untando a betoneira. .......................................................................................... 56
Figura 26 – Adensamento do concreto no cone. ................................................................... 56
Figura 27 – Abatimento do concreto em um traço................................................................. 57
Figura 28 – Moldagem dos corpos de prova cilíndricos 10x20cm. ....................................... 58
Figura 29 – Moldagem das vigas e prismas. ......................................................................... 58
Figura 30 – Prismas e CP´s desformados 48 horas após moldagem. .................................. 59
Figura 31 – Vigas e CP´s em cura ambiente, situação 2. ..................................................... 60
Figura 32 – Cura normatizada, situação 1 deste estudo. ...................................................... 60
Figura 33 – Viga desformada aos 7 dias. .............................................................................. 61
Figura 34 – Capeamento dos CP´s cilíndricos. ..................................................................... 61
Figura 35 – Prismas com suas demarcações de leitura para execução de ensaio. ............. 65
Figura 36 – Demarcação dos pontos no gabarito de ensaio. ................................................ 66
Figura 37 – Aplicação do ensaio de esclerometria. ............................................................... 66
Figura 38 – Corpo de prova cilíndrico rompido e sua identificação....................................... 67
Figura 39 – Viga csv040-p7 desmoldada aos 7 dias. ............................................................ 72
Figura 40 – Gabarito da execução da esclerometria na face longitudinal da viga. ............... 73
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Crescimento da resistência. ................................................................................ 79


Gráfico 2 – Crescimento dos IE´s. ......................................................................................... 80
Gráfico 3 – Correlação do estudo. ......................................................................................... 82
Gráfico 4 – Tendência de crescimento linear da correlação. ................................................ 82
Gráfico 5 – Crescimento dos IE´s em forma permeável. ....................................................... 84
Gráfico 6 – Crescimento dos IE´s em forma impermeável. ................................................... 85
Gráfico 7 – Crescimento dos IGráfico 8E´s em formas permeáveis desformadas aos 21 dias.
............................................................................................................................................................... 87
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo. ................................ 7


Quadro 2 – Limites da composição granulométrica do agregado graúdo. .............................. 8
Quadro 3 – Composição dos cimentos Portland comuns e compostos. ............................... 10
Quadro 4 – Formação de lotes pela NRB 12655................................................................... 17
Quadro 5 – Comparação entre a resistência em sito e em cubo padrão. ............................. 20
Quadro 6 – Número de medições para cada local de ensaios. ............................................. 24
Quadro 7– Dosagem dos traços em massa conforme método ABCP. ................................. 50
Quadro 8 – Dosagem do volume total a concretar. ............................................................... 51
Quadro 9 – Cronograma de procedimentos e ensaios deste trabalho. ................................. 63
Quadro 10 – Identificação das amostras, idade e resistência do ensaio - Cura úmida - CP´s
cilíndricos............................................................................................................................................... 68
Quadro 11 – Resultados do ensaio a compressão de cura normatizada. ............................ 68
Quadro 12 – Identificação das amostras e índices esclerométricos parciais - Cura úmida - CP´s
prismáticos. ............................................................................................................................................ 70
Quadro 13 – Índices esclerométricos efetivos. ...................................................................... 71
Quadro 14 – Identificação das amostras – IE´s- Cura seca – vigas permeáveis.................. 75
Quadro 15 – Identificação das amostras- IE`s-Cura seca – vigas impermeáveis. ................ 76
Quadro 16 – Identificação das amostras-IE´s- Cura seca – vigas permeáveis, desforma aos
21 dias. .................................................................................................................................................. 77
Quadro 17 – Índices esclerométricos efetivos, vigas permeáveis, desforma aos 7 dias. ..... 78
Quadro 18 – Índices esclerométricos efetivos, vigas impermeáveis, desforma aos 7 dias. . 78
Quadro 19 – Índices esclerométricos efetivos, vigas permeáveis, desforma aos 21 dias. ... 78
Quadro 20 – Dados para correlação. .................................................................................... 81
Quadro 21 – Comparativo entre curva do estudo e do aparelho. ......................................... 83
Quadro 22 – Resistência estimada pelo esclerômetro x resistência a compressão dos CP´s,
vigas com formas impermeáveis. .......................................................................................................... 85
Quadro 23 – Margem erro vigas com formas impermeáveis %. ........................................... 86
Quadro 24 – Resistência estimada pelo esclerômetro x resistência a compressão dos CP´s,
vigas com formas permeáveis. .............................................................................................................. 86
Quadro 25 – Margem erro vigas com formas permeáveis %. ............................................... 86
Quadro 26 – Quadro comparativo, tempo de desforma para todos os traços. ..................... 88
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores para conversão de resistência de corpos de prova cilíndricos. ...................... 12


Tabela 2 – Coeficientes para conversão de resistência de CPs de diversas geometrias. ... 12
Tabela 3 – Relação FCJ/FC28. ............................................................................................. 19
Tabela 4 – Estatística da regressão linear simples. .............................................................. 81
ABREVIATURAS

ABECE – Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CP – Corpo de prova
END – Ensaio Não Destrutivo
ESUCRI – Escola superior de Criciúma
FC28 – Resistência do concreto de 28 dias de idade
FCJ – Resistência do concreto de “j” dias de idade
FCK – Resistência característica do concreto
FCKest – Resistência característica do concreto obtida pela aplicação da NBR
12655
FCKJ – Resistência característica do concreto de “j’ dias de idade
FCM – Resistência média do concreto à compressão obtida a j dias de idade
IE – Índice esclerométrico (número de repique do esclerômetro)
Sc – Desvio-padrão do processo de produção e ensaio do concreto obtido de uma
ou mais amostras, a j dias de idade em Mpa
Vc – Coeficiente de variação do processo de produção e ensaio do concreto obtido
de uma ou mais amostras, a j dias de idade, em %
γc – Coeficiente de minoração da resistência do concreto (gama c)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 2
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 3
1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................. 3
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 4
1.3 ORGANIZAÇÃO.................................................................................................. 4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 5


2.1 PROPRIEDADES DO CONCRETO .................................................................... 5
2.1.1 Agregado miúdo ............................................................................................. 6
2.1.2 Agregado Graúdo ........................................................................................... 7
2.1.3 Cimento Portland ........................................................................................... 8
2.1.4 Controle Tecnológico Do Concreto ............................................................ 10
2.1.5 Resistência A Compressão Axial Do Concreto – FCJ .............................. 11
2.1.6 Geometria Do CP Para Ensaio De Compressão Axial .............................. 11
2.1.7 Moldagem Dos Corpos De Prova ................................................................ 13
2.1.8 Ensaio De Resistência Mecânica A Compressão ...................................... 13
2.1.9 Determinação Do FCK ................................................................................. 14
2.1.10 FCK - Resistência Característica Do Concreto À Compressão ............. 15
2.1.11 FCK Da Estrutura - Resistência Característica Real Do Concreto À
Compressão............................................................................................................. 15
2.1.12 FCK.Est - Resistência Característica Estimada Do Concreto À
Compressão............................................................................................................. 15
2.1.13 Amostragem ............................................................................................... 16
2.1.14 Exemplar ..................................................................................................... 16
2.1.15 Amostra ...................................................................................................... 16
2.1.16 Cálculo Da Resistência Do Concreto ....................................................... 17
2.1.17 Conformidade E Não Conformidade Do Concreto .................................. 18
2.1.18 Avaliação Da Resistência Do Concreto “in loco” ................................... 18
2.1.19 Transformação De FCKJ Para FCK28 ...................................................... 18
2.1.20 Fatores Que Influenciam A Resistência Do Concreto ............................ 19
2.2 MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (END) ................................... 20
2.2.1 Métodos Para Avaliação De Resistência Do Concreto ............................. 22
2.2.2 Correlação Entre A Resistência À Compressão E As Grandezas Medidas
Nos Ensaios Não Destrutivos ................................................................................ 22
2.3 PRINCIPAIS ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS PARA ESTIMATIVA DA
RESISTÊNCIA DO CONCRETO A COMPRESSÃO ................................................. 24
2.3.1 Ultra-Som ...................................................................................................... 25
2.3.2 Esclerometria ............................................................................................... 26
2.3.3 Método Da Maturidade ................................................................................. 27
2.3.4 Método De Penetração De Pinos ................................................................ 29
2.4 MÉTODO DE ENSAIO DO ESTUDO – ENSAIO ESCLEROMÉTRICO............ 30
2.4.1 Equipamentos Para Ensaio ......................................................................... 31
2.4.2 Aferição Do Aparelho De Ensaio ................................................................ 34
2.4.3 Fatores Que Influenciam No Resultado Do Ensaio ................................... 36
2.4.4 Procedimento De Ensaio ............................................................................. 37
2.4.5 Correlações Do IE Com A Resistência A Compressão ............................. 40

3 METODOLOGIA DO TRABALHO ....................................................................... 42


3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 42
3.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS ................................. 42
3.3 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS MIUDOS .................. 43
3.3.1 Determinação Da Massa Unitária Do Agregado Miúdo ............................. 43
3.3.2 Determinação Da Massa Especifica Do Agregado Miúdo ........................ 44
3.3.3 Determinação Da Composição Granulométrica (Módulo De Finura) Do
Agregado Miúdo ...................................................................................................... 46
3.3.4 Ensaios De Caracterização Dos Agregados Graúdos .............................. 47
3.3.5 Determinação Da Massa Unitária Do Agregado Graúdo .......................... 47
3.3.6 Determinação Da Massa Especifica E Absorção Do Agregado Graúdo . 48
3.3.7 Determinação Da Composição Granulométrica (Diâmetro Máximo) Do
Agregado Graúdo .................................................................................................... 49
3.4 DOSAGEM DOS TRAÇOS PROPOSTOS NO ESTUDO ................................. 50
3.5 PROCEDIMENTOS DE MOLDAGEM E CURA DOS MOLDES ....................... 51
3.6 SITUAÇÕES, COMBINAÇÕES E CONTROLE DOS ENSAIOS ....................... 62
3.7 EXECUÇÃO DOS ENSAIOS ............................................................................ 64
3.7.1 Situação 1 – De Laboratório, Cura Normatizada ....................................... 64
3.7.1.1 Identificação das amostras, resultados parciais para a situação 1 ............. 67
3.7.2 Situação 2 – De Obras, Cura Seca .............................................................. 71
3.7.2.1 Identificação das amostras, resultados parciais para a situação 2 ............. 74
3.8 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 79
3.8.1 Situação 1 – De Laboratório, Cura Normatizada ....................................... 79
3.8.1.1 Nova curva de correlação ........................................................................... 79
3.8.2 Situação 2 – De Obras, Cura Seca .............................................................. 83
3.8.2.1 Influência da porosidade nos índices esclerométricos avaliando tempo de
desforma ................................................................................................................... 86

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 89


4.1 CONCLUSÕES ................................................................................................. 89
4.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................... 90

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 92

APÊNDICE A – RELATÓRIO DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇAO,


AGREGADOS MIÚDOS ........................................................................................... 96

APÊNDICE B – RELATÓRIO DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇAO,


AGREGADOS GRAÚDOS........................................................................................ 98

APÊNDICE C – MEMÓRIA DE CÁLCULO PARA DOSAGEM DO CONCRETO .. 100

APÊNDICE D – PLANILHAS DE ENSAIOS ESCLERÔMÉTRICOS DO ESTUDO104

APÊNDICE E – LAUDO DE ENSAIO A COMPRESSÃO DO ESTUDO ................ 133

ANEXO A – CERTIFICADO DE AFERIÇÃO ESCLERÔMETRICA ....................... 137


RESUMO

São muitos os ensaios existentes hoje no mercado para se medir a resistência do


concreto que podem ser empregados no canteiro de obras como em laboratórios de
ensaio, a utilização de métodos de controle tecnológico do concreto é de grande
importância na conformidade das obras para que se tenha a qualidade especificada
em projeto. Este trabalho tem como objetivo analisar o ensaio esclerométrico
aplicado no campo, em obra, quando não há controle normatizado do concreto, em
situações reais, demonstrando os resultados, analisando fatores inerentes ao ensaio
esclerométrico que possam ser influentes nos resultados em uma estimativa da
resistência do concreto, através da correlação com dureza superficial desta
ferramenta que ainda é pouco usada por haver certa desconfiança de profissionais
da área. Para uma análise precisa, serão ensaiados corpos de prova cilíndricos,
prismas e vigas, que serão analisadas em cura normatizada e expostas ao tempo
(sem controle de temperatura), onde será discutido confiabilidade e precisão de
resultados. O ensaio não destrutivo (END) representado pelo ensaio de
esclerômetria tem a promessa de estimar a resistência do concreto de estruturas
sem causar danos e perca de resistência através do esclerômetro padrão,
correlacionando a dureza superficial com a resistência a compressão do concreto.

Palavras-chave: Ensaio destrutivo; Ensaio não destrutivo; Esclerômetria;


Esclerômetro.
2

1 INTRODUÇÃO

Concreto é uma mistura formada por água, cimento, agregado graúdo


(brita) e agregado miúdo (areia) cujo estado fresco possui consistência plástica e o
estado endurecido é caracterizado por uma resistência à compressão elevada,
porém, baixa resistência à tração. Sua durabilidade é alta, pois a sua resistência
mecânica eleva-se com o passar do tempo quando exposto à intempéries (HELENE,
2009).
É frequente a necessidade de avaliar-se a resistência à compressão do
concreto nas primeiras idades, importante para o planejamento de desforma,
protensão e aumento de carga na estrutura, tornando-se comum a necessidade de
sua avaliação in loco. Métodos não destrutivos para avaliação da qualidade do
concreto já executado estão cada vez mais sendo utilizados (CÂMARA, 2006).
Também no que diz respeito da aceitação do concreto, segundo Santiago
(2011), as discussões a respeito da aceitação do concreto devem-se ao fato das
ocorrências de não conformidades resultarem em perdas significativas em termos
econômicos que incluem a necessidade de reavaliação do projeto estrutural,
extração e ensaio de testemunhos, execução de eventuais reforços estruturais e até
mesmo a demolição e reconstrução do elemento.
A necessidade de avaliar o concreto nas primeiras idades, recorrência
dos problemas como não conformidade do concreto e a falta de controle tecnológico,
faz com que sejam necessários ensaios complementares após concretagem, na
estrutura in loco, e este é o objetivo deste trabalho, avaliar a precisão deste ensaio
não destrutivo, o ensaio esclerométrico, analisando fatores que possam induzir ao
erro na estimativa da resistência a compressão.

1.1 JUSTIFICATIVA

Sabemos que são recorrentes os problemas com a não conformidade do


concreto em ensaios e em muitas vezes a falta do controle tecnológico na estrutura
faz se necessário uma avaliação de perícia, por estes, o trabalho visa dar ênfase
aos ensaios em estruturas in loco, em um ensaio não destrutivo através do
Esclerômetro, um equipamento que mede a compressão pela dureza superficial e
que visa complementar outros ensaios.
3

Para a avaliação da resistência do concreto, o método semi destrutivo


mais comum é o de extração de testemunhos, em que consiste na perfuração de um
elemento estrutural e é extraído um cilindro de concreto que será ensaiado à
compressão, porém este método reduz a capacidade resistente do elemento
estrutural, por isso ele muitas vezes é evitado.
O Ensaio Não Destrutivo justamente tem a vantagem de não produzir
dano, e por esta questão tende de ser aceito cada vez mais na engenharia, porém
suas aplicações merecem estudos mais aprofundados.
O ensaio esclerométrico é um ensaio não destrutivo bastante difundido e
possui muitas vantagens em relação a outros ensaios, pela sua versatilidade e
facilidade de aplicação, porém sua aplicação em concretos de obras parece carecer
de informações técnicas e estudos pouco divulgados. Há hipóteses que as
resistências apresentadas pelo aparelho são superiores que as reais e em busca da
confiabilidade deste método este trabalho faz um estudo experimental simulando
situações reais, com peças a ser ensaiadas, vigas, expostas ao tempo, sem controle
de temperatura, analisando diversos fatores que possam influenciar a precisão da
estimativa da resistência do concreto através da dureza superficial do betão, visando
otimizar o processo de avaliação e de utilização do equipamento.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Esta pesquisa tem por fazer a análise de limitações de aplicação do ensaio


esclerométrico, fatores inerentes ao ensaio que possam interferir na estimativa da
correlação da esclerômetria com a resistência do concreto, quando realizada em
obras.
Foram analisados concretos com relações de água/cimento diferentes,
expondo vigas ao tempo, simulando uma situação de obra e prismas em cura
normatizada, fazendo uma comparação de resultados, analisando a precisão deste
ensaio quando realizado in loco.
4

1.2.2 Objetivos Específicos

 Análise da aplicação do ensaio esclerométrico em 3 teores a/c


diferentes, a/c040, a/c055 e a/c070, visando verificar o quanto a porosidade
superficial do concreto interfere na precisão dos resultados;
 Correlacionar resultados traçando uma nova curva de correlação entre
o índice esclerométrico e a resistência a compressão, própria deste estudo,
comparando com a do próprio aparelho, a fim de dar uma maior precisão as
correlações;
 Verificar se há interferência nos índices esclerométricos, o tempo de
desforma das vigas, as vigas serão desformadas aos 7 e 21 dias;
 Verificar se há dispersão dos índices esclerométricos quando aplicado
em diferentes faces de molde, aplicando o ensaio em vigas com formas
impermeáveis e permeáveis.

1.3 ORGANIZAÇÃO

Este trabalho é composto por 3 capítulos, sendo:


Capítulo 02 – Fundamentação teórica: Conceitos da resistência do
concreto, principais Ensaios, Destrutivos e Não Destrutivos na engenharia e
detalhes de aplicação do Ensaio Esclerométrico.
Capítulo 03 – Metodologia da pesquisa: neste apresento métodos,
avaliações e resultados de todos os ensaios deste estudo.
Capítulo 04 – Considerações finais: Apresenta conclusões dos assuntos
abordados neste trabalho.
5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capitulo é apresentado a introdução, conceitos da resistência do


concreto e procedimentos de ensaio de determinação da sua resistência, também os
principais ensaios destrutivos e não destrutivos na engenharia e detalhes de
aplicação do ensaio esclerométrico, alvo deste estudo, em um capítulo a parte.

2.1 PROPRIEDADES DO CONCRETO

“Concreto é basicamente o resultado da mistura de cimento, água, pedra


e areia, sendo que o cimento ao ser hidratado pela água forma uma
pasta resistente e aderente aos fragmentos de agregados (pedra e areia),
formando um bloco monolítico. No preparo do concreto, um ponto de
atenção é o cuidado que se deve ter com a qualidade e a quantidade da
água utilizada, pois ela é a responsável por ativar a reação química que
transforma o cimento em uma pasta aglomerante. Se sua quantidade for
muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e se for superior a
ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando
este excesso evaporar. A relação entre o peso da água e do cimento
utilizados na dosagem é chamada de fator água/cimento (a/c). O concreto
deve ter uma boa distribuição granulométrica a fim de preencher todos os
vazios, pois a porosidade por sua vez tem influência na permeabilidade e
na resistência das estruturas de concreto. A proporção entre todos os
materiais que fazem parte do concreto é também conhecida por dosagem
ou traço, sendo que podemos obter concretos com características
especiais, ao acrescentarmos à mistura, aditivos, isopor, pigmentos, fibras
ou outros tipos de adições. Cada material a ser utilizado na dosagem deve
ser analisado previamente em laboratório (conforme normas da ABNT), a
fim de verificar a qualidade e para se obter os dados necessários à
elaboração do traço (massa específica, granulometria, etc.)” (PORTAL DO
CONCRETO, 2017).

Agregados são materiais que, no início do desenvolvimento do concreto,


eram adicionados à massa de cimento e água, para dar-lhe “corpo”, tornando-a mais
econômica, hoje eles representam cerca de oitenta por cento do peso do concreto e
sabemos que além de sua influência benéfica quanto à retração e à resistência, o
tamanho, a densidade e a forma dos seus grãos podem definir várias das
características desejadas em um concreto, os agregados, dentro desta filosofia de
custo-benefício, devem ter uma curva granulométrica variada e devem ser
provenientes de jazidas próximas ao local da dosagem, isto implica em uma
regionalização nos tipos de pedras britadas, areias e seixos que podem fazer parte
da composição do traço, com relação ao tamanho dos grãos, os agregados podem
ser divididos em graúdos e miúdos, sendo considerado graúdo, todo o agregado que
6

fica retido na peneira de número 4 (malha quadrada com 4,8 mm de lado) e miúdo o
que consegue passar por esta peneira (PORTAL DO CONCRETO, 2017).
Também conforme o Portal Do Concreto (2017) podem também ser
classificado como artificiais ou naturais, sendo artificiais as areias e pedras
provenientes do britamento de rochas, pois necessitam da atuação do homem para
modificar o tamanho dos seus grãos. Como exemplo de naturais, temos as areias
extraídas de rios ou barrancos e os seixos rolados (pedras do leito dos rios). Outro
fator que define a classificação dos agregados é sua massa específica aparente,
onde podemos dividi-los em leves (argila expandida, pedra-pomes, vermiculita),
normais (pedras britadas, areias, seixos) e pesados (hematita, magnetita, barita),
devido à importância dos agregados dentro da mistura, vários são os ensaios
necessários para sua utilização e servem para definir sua granulometria, massa
especifica real e aparente, módulo de finura, torrões de argila, impurezas orgânicas,
materiais pulverulentos, etc.
Outro componente do concreto, o cimento Portland, “é um pó fino com
propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da
água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da
água, o cimento Portland não se decompõe mais (ABCP, 2002).
Por definição, é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura
homogênea de clínquer Portland, gesso e adições normatizadas finamente moídas,
aglomerante porque tem a propriedade de unir outros materiais. Hidráulico porque
reage (hidrata) ao se misturar com água e depois de endurecido ganha
características de rocha artificial, mantendo suas propriedades, principalmente se
permanecer imerso em água por aproximadamente sete dias” (MARTINS et al.,
2008).
Nos subcapítulos seguintes abordaremos os principais componentes do
concreto, os agregados miúdos (areia), graúdos (pedra) e o cimento Portland.

2.1.1 Agregado miúdo

A NBR7211(2005) define agregado miúdo como “agregado cujos grãos


passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira
com abertura de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT
NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1”.
7

A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR NM


248, deve atender aos limites estabelecidos no Quadro 1. Podem ser utilizados
como agregado miúdo para concreto materiais com distribuição granulométrica
diferente das zonas estabelecidas no Quadro 1, desde que estudos prévios de
dosagem comprovem sua aplicabilidade.

Quadro 1 – Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo.

Fonte: NBR7211 (2005).

2.1.2 Agregado Graúdo

“Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75


mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em
ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras
definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1” (NBR7211, 2005).

A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR NM


248, deve atender aos limites indicados para o agregado graúdo constantes no
Quadro 2.
8

Quadro 2 – Limites da composição granulométrica do agregado graúdo.

Fonte: NBR7211 (2005).

2.1.3 Cimento Portland

Cimento Portland é a denominação convencionada mundialmente para o


material usualmente conhecido na construção civil como cimento.
O cimento Portland, misturado com água e outros materiais de
construção, tais como a areia, a pedra britada, o pó-de-pedra, a cal e outros, resulta
nos concretos e nas argamassas usadas na construção de casas, edifícios, pontes,
barragens etc.

“As características e propriedades desses concretos e argamassas vão


depender da qualidade e proporções dos materiais com que são compostos.
Dentre eles, entretanto, o cimento é o mais ativo, do ponto de vista químico.
Pode-se dizer que o cimento é o principal responsável pela transformação
da mistura dos materiais componentes dos concretos e das argamassas no
produto final desejado (uma laje, uma viga, um revestimento etc.). Portanto,
é de fundamental importância utilizá-lo corretamente. Para isto, é preciso
conhecer bem suas características e propriedades, para poder aproveitá-las
da melhor forma possível na aplicação que se tem em vista. O cimento
Portland foi criado por um construtor inglês, Joseph Aspdin, que o patenteou
em 1824. Nessa época, era comum na Inglaterra construir com pedra de
Portland, uma ilha situada no sul desse país. Como o resultado da invenção
9

de Aspdin se assemelhasse na cor e na dureza a essa pedra de Portland,


ele registrou esse nome em sua patente. É por isso que o cimento é
chamado cimento Portland” (ABCP, 2002).

Ainda segundo a ABCP (2002), uma das melhores maneiras de conhecer


as características e propriedades dos diversos tipos de cimento Portland é estudar
sua composição. O cimento Portland é composto de clínquer e de adições. O
clínquer é o principal componente e está presente em todos os tipos de cimento
Portland. As adições podem variar de um tipo de cimento para outro e são
principalmente elas que definem os diferentes tipos de cimento. Existem no Brasil
vários tipos de cimento Portland, diferentes entre si, principalmente em função de
sua composição, os principais tipos oferecidos no mercado, ou seja, os mais
empregados nas diversas obras de construção civil são:
• Cimento Portland comum;
• Cimento Portland composto;
• Cimento Portland de alto-forno;
• Cimento Portland pozolânico.
Em menor escala são consumidos, seja pela menor oferta, seja pelas
características especiais de aplicação os seguintes tipos de cimento:
• Cimento Portland de alta resistência inicial;
• Cimento Portland resistente aos sulfatos;
• Cimento Portland branco;
• Cimento Portland de baixo calor de hidratação;
• Cimento para poços petrolíferos.

“O primeiro cimento Portland lançado no mercado brasileiro foi o conhecido


CP, correspondendo atualmente ao CP I, um tipo de cimento Portland
comum sem quaisquer adições além do gesso (utilizado como retardador da
pega). Ele acabou sendo considerado na maioria das aplicações usuais
como termo de referência para comparação com as características e
propriedades dos tipos de cimento posteriormente aparecidos. Foi a partir
do amplo domínio científico e tecnológico sobre o cimento Portland comum
que se pôde desenvolver outros tipos de cimento, com o objetivo inicial de
atender a casos especiais. Com o tempo verificou-se que alguns desses
cimentos, inicialmente imaginados como especiais, tinham desempenho
equivalente ao do cimento Portland comum original, atendendo plenamente
às necessidades da maioria das aplicações usuais e apresentando, em
muitos casos, inclusive, alguma vantagem adicional. A partir dos bons
resultados dessas conquistas e a exemplo de países tecnologicamente mais
avançados, como os da União Europeia, surgiu no mercado brasileiro em
1991 um novo tipo de cimento, o cimento Portland composto, cuja
composição é intermediária entre os cimentos Portland comuns e os
cimentos Portland com adições (alto-forno e pozolânico), estes últimos já
disponíveis há algumas décadas” (ABCP, 2002).
10

O Quadro 3 apresenta a composição dos cimentos Portland comuns e


compostos.

Quadro 3 – Composição dos cimentos Portland comuns e compostos.

Fonte: ABCP (2002).

2.1.4 Controle Tecnológico Do Concreto

O controle tecnológico do concreto é um agregado de operações e


verificações que, em conjunto, garantem a qualidade e aceitação do mesmo, em
conformidade com as normas que regem esse processo. A ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) NBR 12655 (2015) regulamenta tal controle
(NASCIMENTO, 2012).
O concreto para fins estruturais deve ter definidas todas as características
e propriedades de maneira explícita antes do início das operações de concretagem,
o proprietário da obra e o responsável técnico por ele designado devem garantir o
cumprimento desta norma e manter documentação que comprove a qualidade do
concreto (NBR 12655, 2015).
Como a resistência característica do concreto à compressão é atingida
aos 28 dias, o controle de lançamento é importante, anotando-se o local onde o
11

caminhão betoneira descarregou, pois caso não seja atingida à resistência desejada
nesse período, o processo pode ser refeito, garantindo as condições de projeto.
Essa resistência, juntamente com a durabilidade do material, são os requisitos mais
solicitados no concreto em seu estado endurecido, onde a cura deve ser executada
de forma a objetivar essas qualidades, ou seja, quanto maior for o controle, maior
será o desempenho do produto final (NEVILLE, 1997).

2.1.5 Resistência A Compressão Axial Do Concreto – FCJ

A resistência à compressão axial do concreto, ou simplesmente FCJ, é a


característica do concreto mais importante para estruturas, pois é a partir dela que
se dá todo o processo do cálculo estrutural de concreto armado.
A eficiência das operações de ensaio é decisiva para a obtenção de um
valor confiável e que possa ser tomado como característico de certo lote de
concreto, um capeamento insatisfatório dos topos dos corpos de prova ou um
adensamento deficiente poderão reduzir em até 50% o valor da resistência à
compressão do concreto de um certo corpo de prova (HELENE, 1987).
As operações de ensaio estão estabelecidas para obter a máxima
resistência potencial daquele concreto. Essas operações são consideradas a melhor
forma de adensar, sazonar e ensaiar um concreto e, portanto, sendo bem realizadas
vão medir a “máxima “ou “potencial” resistência desse volume de concreto que esse
corpo de prova representa. Qualquer falha operacional vai reduzir essa resistência,
advindo desse conceito a importância de operações de ensaio corretamente
executadas (HELENE, 2013).

2.1.6 Geometria Do CP Para Ensaio De Compressão Axial

Atualmente no Brasil, para o ensaio de compressão só existe


normatização para corpos de prova que possuam a forma geométrica cilíndrica, cuja
altura seja o dobro do diâmetro da base. Essa normatização é feita pela NBR 5739
(2007) – Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos (BOTTEGA, 2010).
Em outros países outras formas geométricas são adotadas para o ensaio
de compressão, como por exemplo, a forma cúbica, que tem a vantagem de não
12

necessitar de retificação de nenhuma face para melhorar o acoplamento do CP ao


prato da prensa (GIONGO, 2009).
Quanto a utilização de CPs cilíndricos de geometrias diferentes das
especificadas na NBR 5739 (2007), pode-se utilizar os valores de conversão da
Tabela 1.

Tabela 1 – Valores para conversão de resistência de corpos de prova cilíndricos.

Fonte: CREMONINI (1994).

Para corpos de prova de demais geometrias, pode-se fazer uso da Tabela 2.

Tabela 2 – Coeficientes para conversão de resistência de CPs de diversas geometrias.

Fonte: GIONGO (2009).


13

2.1.7 Moldagem Dos Corpos De Prova

A moldagem ou preenchimento dos moldes deve atender um


procedimento rigoroso que no Brasil está descrito na ABNT NBR 5738:2015
Concreto, procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova.
Para cada molde cilíndrico de 10cm por 20cm deve ser preenchido em
duas camadas, com 12 golpes por camada, quando o adensamento é feito com
soquete manual, ou em uma camada quando se utilizam vibradores eletromecânicos
com diâmetro da agulha de, no máximo, 25mm. Para concretos auto adensáveis
(SCC) é dispensado o adensamento mecânico e o manual pode ser leve. Mantém-se
os corpos de prova em câmara úmida [UR≥95% e q=(23±2)°C] até a idade de
ensaio, devendo ser rompido “saturado”.

2.1.8 Ensaio De Resistência Mecânica A Compressão

Para o ensaio de ruptura deve ser atendido, no Brasil, o método ABNT


NBR 5739:2007 Concreto. Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos,
observando-se muito cuidado com a preparação dos topos dos corpos de prova,
sendo ideal a chamada “retificação” dos topos (HELENE, 2013).
Por razões sustentáveis é aconselhável não mais usar pasta de base
enxofre, e, por dificuldades operacionais, também não usar argamassa ou pasta de
cimento, também deve-se evitar usar neoprene, escovas ou outros produtos e
artifícios equivalentes ainda não considerados nas normas e que, via de regra,
reduzem a resistência potencial do concreto, comparativamente ao procedimento
com topo retificado e aderência entre o topo e o prato da prensa, outro cuidado é o
ajuste da velocidade de carga que muda segundo o diâmetro do corpo de prova e
que deve estar dentro dos limites especificados pelo método, sendo que velocidades
muito rápidas podem aumentar falsamente a resistência e velocidades muito lentas
reduzi-las. O resultado do ensaio de compressão axial é indicado com a notação fci,
e normalmente expresso em MPa (cerca de 10 kgf/cm² ou 1 N/mm² ou 145psi)
(HELENE, 2013).
14

2.1.9 Determinação Do FCK

Conforme NBR12655 (2015) é a definição da resistência característica à


compressão do concreto, valor estabelecido no projeto estrutural.
Admite-se, ou melhor, convenciona-se que a função de erro, distribuição
normal ou de Gauss é um modelo matemático que pode representar de maneira
satisfatória a distribuição das resistências à compressão do concreto (fenômeno
físico real) (HELENE, 1981).
A curva densidade de probabilidade das resistências é admitida como
normal e o valor característico é calculado em função da dispersão dos resultados,
originados pelo processo de produção e ensaio (HELENE, 2013).
O valor de resistência à compressão que apresenta uma probabilidade de
5% de não ser alcançado é denominado resistência característica do concreto à
compressão e indica-se com a notação FCK (NBR 12655, 2015).
Esse valor é o adotado no projeto estrutural e também é conhecido por
resistência especificada, característica ou de projeto, indicada por FCK. A estrutura
será moldada com um concreto de resistência característica à compressão, efetiva
ou real, sempre igual ou menor, denominado FCK.ef. cujo valor é complexo e difícil
de ser conhecido, pois envolve muitas variáveis de execução, tais como geometrias,
excentricidades, cura, adensamento, etc. Em outras palavras, a maioria esmagadora
do concreto deve ir para moldar a estrutura e dar origem a uma FCK efetivo ou real,
e somente uma pequena parte deve ir para o controle. Em vista disso há
necessidade a partir de uma pequena amostra representativa, ou seja, uns poucos
corpos de prova com volume menor que 0,01m³ obter uma resistência característica
estimada do concreto à compressão, FCKest daquela população em estudo, em
geral maior que 8m³, normalmente da ordem de 50m³ ou mais. Essa estimativa do
valor real ou efetivo será tanto mais perfeita quanto maior o tamanho da amostra
(quanto mais próxima do tamanho da população ou lote), quanto maior a eficiência
do estimador (fórmula matemática adotada para inferência estatística) e quanto
menor a dispersão dos resultados (ou seja, quanto mais rigoroso e homogêneo o
processo de produção e ensaio do concreto). A principal característica do concreto é
sua resistência à compressão, a qual é determinada pelos ensaios de corpos-de-
prova submetidos à compressão centrada (HELENE, 2013).
15

O cálculo do FCK de um lote de uma estrutura é feito de acordo com o


tipo de controle do concreto, por amostragem parcial, onde algumas betonadas têm
concreto coletado para moldagem de corpos de prova, ou por amostragem total, em
que toda a betonada é coletada concreto. Os procedimentos estatísticos constituem
ferramentas importantes de valor considerável na avaliação dos resultados dos
ensaios de resistência (NBR 12655, 2015).

2.1.10 FCK - Resistência Característica Do Concreto À Compressão

Como vemos acima, é o valor de referência que adota o projetista como


base de cálculo. Está associada a um nível de confiança de 95%. Chama-se
também resistência característica especificada ou de projeto (NBR 12655, 2015).

2.1.11 FCK Da Estrutura - Resistência Característica Real Do Concreto À


Compressão

São os FCKs reais do concreto da estrutura, para o cálculo de seu valor


para um determinado lote devem ser extraídos vários testemunhos da estrutura, os
quais devem ter sua resistência FCJ determinada; de posse desses valores de FCJ
é calculado o FCK (NBR 12655, 2015).

2.1.12 FCK.Est - Resistência Característica Estimada Do Concreto À


Compressão

Correspondente ao concreto de um lote que supõe homogêneo. É o valor


obtido ao ensaiar alguns corpos-de-prova cilíndricos e aplicar aos resultados obtidos
uma fórmula matemática – o estimador. Resulta uma estimativa, feita a partir de uma
amostragem, e não uma certeza absoluta do valor da resistência característica real
do concreto do lote em exame representativo do mesmo. Deve corresponder a uma
unidade uniforme de concreto, ou seja, a uma betonada, a um caminhão-betoneira,
etc. Em geral é composto de dois corpos de prova para ruptura em uma mesma
idade. Resistência do exemplar é a maior dos dois resultados de resistência à
compressão dos corpos de prova. Cada exemplar é constituído de dois corpos de
prova (CP) (NBR 12655, 2015).
16

2.1.13 Amostragem

Cada exemplar é constituído por dois corpos-de-prova, moldados de


acordo com a NBR 5738, para cada idade de rompimento, moldados no mesmo ato.
Define-se como resistência do exemplar a maior dos dois resultados de resistência à
compressão dos corpos de prova, ensaiados de acordo com a NBR 5739. Obs.:
Todo lote de concreto deve estar identificado na estrutura por vigas, lajes, pilares,
andares, blocos ou qualquer outra região ou parte definida da estrutura (NBR 12655,
2015).

2.1.14 Exemplar

É uma parte individualizada do lote que se toma para compor uma


amostra representativa do mesmo. Deve corresponder a uma unidade uniforme de
concreto, ou seja, a uma betonada, a um caminhão-betoneira, etc. Em geral é
composto de dois corpos-de-prova para ruptura em uma mesma idade. Resistência
do exemplar é a maior dos dois resultados de resistência a compressão dos corpos
de prova (NBR 12655, 2015).

2.1.15 Amostra

Conjunto de exemplares que se admitem como representativos de um


lote. A amostragem do concreto para ensaios de resistência à compressão deve ser
feita dividindo-se a estrutura em lotes que atendam a todos os limites do Quadro 4.
De cada lote deve ser retirada uma amostra, com número de exemplares de acordo
com o tipo de controle (NBR 12655, 2015).
17

Quadro 4 – Formação de lotes pela NRB 12655.

Fonte: NRB 12655 (2015).

2.1.16 Cálculo Da Resistência Do Concreto

Segundo Bottega (2010), o cálculo do FCK de um lote de uma estrutura é


feito de acordo com o tipo de controle do concreto, por amostragem parcial, onde
algumas betonadas têm concreto coletado para moldagem de corpos de prova, ou
por amostragem total, em que todas as betonadas são coletadas concreto. O valor
do FCK de uma amostra ou lote de concreto no controle de aceitação do concreto
pode ser calculado, de uma maneira geral, da seguinte forma:
1 – Faz-se a coleta de concreto das betonadas de concreto respeitando a
NBR NM 33;
2 – Moldam-se e curam-se os corpos de prova cilíndricos de concreto de
acordo com a NBR 5738;
3 – Realiza-se o ensaio de compressão em todos os corpos de prova aos
28 dias de idade seguindo a NBR 5739. Cada qual irá fornecer um valor de FCJ
(resistência à compressão individual do corpo de prova).
4 – De posse dos valores de FCJ, calcula-se o valor estatístico de FCK
pela norma NBR 12655. Este valor específico de FCK será tratado de FCKest por
tratar-se de uma estimativa (otimista) do FCK do concreto das estruturas da obra. A
notação FCKest também é a notação adotada pela NBR 12655 (2015).
Esclarece-se aqui que existem dois tipos de controle estatístico da
resistência do concreto, um feito na produção e outro feito na aceitação do mesmo
em obra. Ambos são necessários para que seja alcançado um bom resultado final,
mas suas missões são diferentes (HELENE, 1986).
18

2.1.17 Conformidade E Não Conformidade Do Concreto

Concreto conforme é aquele em que os lotes mantém as mesmas


propriedades. De acordo com a NBR 12655 (2015), o concreto poderá ser
considerado conforme quando o valor estimado da resistência característica à
compressão for superior ao valor da resistência característica à compressão adotada
no projeto, isto é, FCKest > ou = FCK. Um lote de concreto é dito não-conforme
quando o valor estimado da resistência característica à compressão FCKest, for
inferior ao valor da resistência FCK adotado no projeto.

2.1.18 Avaliação Da Resistência Do Concreto “in loco”

A resistência do concreto dos corpos de prova normatizados, para uma


mesma data, geralmente é superior à resistência do concreto da própria estrutura,
pois as condições de lançamento, adensamento e cura do concreto da estrutura são
diferentes e piores do que as dos corpos de prova em laboratório; em obra existe
uma enorme diversidade nos modos de lançamento, adensamento e cura do
concreto enquanto que no laboratório todo esse processo é controlado e sempre
feito da mesma maneira. Apenas em algumas situações pode ocorrer de a
resistência real do concreto na obra se igualar ou superar a obtida dos CPs do
controle de recebimento. Isso significa dizer que o FCK dos corpos de prova de um
lote quase sempre será maior que o FCK do concreto correspondente a esse lote na
própria estrutura. A avaliação da resistência do concreto da estrutura pode ser feita
de modo direto pela extração de testemunhos e compressão dos mesmos ou de
modo indireto, pela medição de alguma propriedade do concreto correlacionando-a
com a resistência do mesmo (que é o procedimento dos ensaios não destrutivos)
(BOTTEGA, 2010).

2.1.19 Transformação De FCKJ Para FCK28

As condições climáticas a que o concreto fica submetida podem ser


variáveis, que é o que ocorre em obras ou fixas (controladas), situação em que
ocorre somente em laboratório. Conhecido o tipo de cimento, é possível estimar o
19

crescimento da resistência para uma cura úmida em uma temperatura entre 20ºC e
30ºC, conforme indica a NBR 6118 (2014) na Equação 1.

Equação 1 – Crescimento da resistência (NBR6118, 2014).

FCK28 = FCKJ / B1
B1 = exp (s ( 1 – (28/t)1/2 ))

Onde:
t é a idade do concreto e s vale:
s = 0,38 para cimento CPIII e CPIV
s = 0,25 para cimento CPI e CPII
s = 0,20 para cimento CPV-ARI.

Da aplicação das fórmulas anteriores, resulta a Tabela 3.

Tabela 3 – Relação FCJ/FC28.

Fonte: Carvalho e Figueiredo (2007).

2.1.20 Fatores Que Influenciam A Resistência Do Concreto

Os principais fatores que influenciam à resistência do concreto são


propriedades dos componentes: cimento, agregados, aditivos químicos e adições
minerais.
Bungey (1989) apresenta no Quadro 5 com valores comparativos entre a
resistência em sito obtida por extração de testemunhos e corrigida para representar
a resistência obtida em cubos, e a resistência de corpos de prova moldados
(cúbicos). O autor cita que, de um modo geral, estes valores podem ser
considerados como típicos, pois existem trabalhos publicados onde verificou-se a
resistência obtida em sito mais próxima da obtida em corpos de prova-padrão.
20

Quadro 5 – Comparação entre a resistência em sito e em cubo padrão.

Fonte: BUNGEY (1989).

Segundo Barlett E MacGregor (1999), as variações da resistência em sito de


uma estrutura de concreto devem-se às: Variações inerentes a cada betonada,
variações entre betonadas, variações próprias de cada elemento estrutural e
variações entre os elementos estruturais. A variação entre betonadas pode
aumentar a variação da resistência do elemento estrutural se cada um for moldado
empregando-se várias betonadas, ou aumentar a variação entre elementos se cada
um for moldado com uma única betonada. Assim, para uma avaliação global da
resistência do concreto numa estrutura é necessário conhecer o número de
betonadas representadas pela amostragem de cada local selecionado.

2.2 MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS (END)

A resistência à compressão do concreto é usualmente avaliada


experimentalmente aos 28 dias. Entretanto, em muitas ocasiões, surge a
necessidade de avaliar-se a resistência à compressão em idades diferentes de 28
dias, para seguimento de algumas atividades construtivas, desta forma, há de se
buscar outros métodos rápidos e seguros de avaliação da resistência do concreto.
Aliado a esta necessidade, desde a década de 60 aumentou
consideravelmente o interesse na avaliação in loco do concreto endurecido, pois um
grande número de estruturas começou a apresentar sinais de deterioração, e as
condições laboratoriais dos corpos-de-prova não representavam precisamente as
condições de obra (MALHOTRA, 1984).
Dentre as propriedades do concreto que podem ser avaliadas por meio de
ensaios não destrutivos, tem-se: massa específica, módulo de elasticidade e
21

resistência. Ainda podem ser investigadas a dureza superficial, absorção,


permeabilidade, condições de umidade, e também a localização das armaduras,
existência de vazios e fissuração (EVANGELISTA, 2002).
Os ensaios considerados não destrutivos são aqueles que não causam
nenhum dano no elemento ensaiado ou deixam pequenos danos para serem
reparados após o ensaio. Eles não provocam perda na capacidade resistente do
elemento. Estes ensaios podem ser utilizados em estruturas novas ou antigas, no
caso de estruturas novas, eles podem ser empregados para monitoramento da
evolução da resistência ou para esclarecer dúvidas sobre a qualidade do concreto.
Os ensaios em estruturas já existentes visam avaliar a sua integridade e capacidade
de resistir às solicitações (EVANGELISTA, 2002).
Os métodos não destrutivos são convenientes para (BS1881:Part201,
1986):
- Controle tecnológico em pré-moldados ou construções em sito;
- Aceitação, ou não, de materiais fornecidos;
- Esclarecimento de dúvidas a respeito da mão de obra envolvida em
mistura, lançamento, compactação ou cura do concreto, transporte;
- Monitoramento do desenvolvimento da resistência visando remoção de
fôrmas, duração da cura, aplicação de protensão ou de cargas, remoção de
escoramento;
- Localização e determinação da extensão de fissuras, vazios e falhas de
concretagem;
- Determinação da posição, diâmetro ou condições das armaduras;
- Determinação da uniformidade do concreto;
- Aumento do nível de confiança de um pequeno número de ensaios
destrutivos;
- Verificar a deterioração do concreto resultante de sobrecarga, fadiga,
fogo, ataque do meio ambiente;
- Avaliação do potencial de durabilidade do concreto;
- Monitoramento de mudanças das propriedades do concreto ao longo do
tempo;
- Fornecimento de informações para que se verifique se é possível mudar
a utilização de uma estrutura.
22

As dificuldades maiores dos ENDs estão na eliminação dos fatores que


causam variação ou distorção nas grandezas medidas e no traçado da melhor curva
de correlação da resistência com a propriedade medida. Cada ensaio tem
sensibilidade variável a certas condições, por exemplo, o Ensaio esclerométrico é
significantemente afetado por uma superfície do concreto muito carbonatada
enquanto que o Ensaio de ultra-som é pouco influenciado por esse fator, já presença
de microfissuras pode influenciar no ensaio de ultra-som e praticamente não serem
detectadas pelo esclerômetro. Por essas diferenças de sensibilidade que alguns
autores recomendam que se aplique em um mesmo elemento dois END distintos
(BOTTEGA, 2010).

2.2.1 Métodos Para Avaliação De Resistência Do Concreto

Para que os métodos de ensaio em sito sejam utilizados para avaliar a


resistência do concreto, são necessárias curvas de correlação entre os resultados
destes ensaios e a resistência à compressão do concreto. Geralmente, os
fabricantes dos equipamentos para estes ensaios fornecem estas curvas, porém
estas são desenvolvidas usando materiais disponíveis no país deste fabricante, e,
ao serem empregadas numa localidade onde há outros tipos de materiais, a
resistência pode ser avaliada com erros consideráveis. O procedimento mais
adequado é determinar curva de calibração própria para o concreto sob
investigação, e a cada mudança no fornecimento de materiais determinar nova
curva, os ensaios não destrutivos não são substitutos dos ensaios de resistência à
compressão em corpos de prova-padrão (MALHOTRA, 1984).

2.2.2 Correlação Entre A Resistência À Compressão E As Grandezas Medidas


Nos Ensaios Não Destrutivos

Para estimar a resistência à compressão do concreto torna-se necessário


conhecer a relação entre os resultados dos ensaios em sito e a resistência do
concreto, obtida a partir de curvas determinadas empiricamente. Um exemplo de
curva de correlação é dado na Figura 1 (EVANGELISTA, 2002).
23

Figura 1 – Exemplo de curva de correlação para estimar resistência.

Fonte: ACI 228.1R (1989).

De acordo com o comitê 228 do ACI (ACI 228.1R, 1989), a curva de


correlação é feita usando-se corpos de prova-padrão (cilindros ou cubos), porém
também pode-se utilizar testemunhos para obtenção da resistência à compressão do
concreto, antes de empregar o ensaio não destrutivo no campo, é recomendável
estabelecer a correlação por meio de um programa de ensaios no laboratório. Este
programa de ensaios envolve a preparação dos corpos de prova, usando os
mesmos materiais do concreto que serão empregados na obra.
Para alguns ensaios não destrutivos é possível realizar no corpo de prova
primeiramente o ensaio não destrutivo e, em seguida, o ensaio para obter a
resistência à compressão. No entanto, na maioria dos casos, os ensaios são
realizados em separado, tendo-se corpos de prova distintos para os ensaios de
resistência à compressão e para os ensaios não destrutivos. É, entretanto,
extremamente importante que ambos os grupos de corpos de prova tenham
mesmas condições de compactação e maturidade. As condições de cura devem
assegurar que a temperatura interna desenvolvida nos corpos de prova seja similar
(ACI 228.1R,1989).
Para interpretar resultados de ensaios não destrutivos, deve-se
considerar a condição dos corpos de provas, se molhados ou secos, pois nos
ensaios em corpos de provas secos a resistência obtida é cerca de 10% a 15%
maior. Assim, é importante que se conheça em que circunstância uma determinada
curva de correlação foi obtida (BUNGEY, 1989).
O comitê 228 do ACI (ACI 228.1R, 1989) recomenda que a curva de
correlação seja feita a partir de no mínimo 6 níveis de resistência, sendo que estes
24

níveis podem ser relativos a um mesmo concreto ensaiado em idades diferentes.


Para que os ensaios não destrutivos e os de resistência à compressão apresentem o
mesmo grau de confiança, pode-se adotar a seguinte relação conforme Equação 2.

Equação 2 – Relação entre ensaio não destrutivo x resistência a compressão (ACI 228. 1R,1989).

O Quadro 6 apresenta o número de medições individuais a serem


consideradas na obtenção do valor médio do ensaio em sito em cada local a ser
avaliado, segundo diferentes fontes.

Quadro 6 – Número de medições para cada local de ensaios.

Fonte: Evangelista (2002).

2.3 PRINCIPAIS ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS PARA ESTIMATIVA DA


RESISTÊNCIA DO CONCRETO A COMPRESSÃO

Abaixo uma pequena revisão, os prós e contras, dos principais métodos


não destrutivos para avaliar a resistência à compressão do concreto.
25

Dos ensaios não destrutivos, neste TCC vamos dar um maior foco ao
ensaio esclerométrico na qual será o alvo do estudo, sendo em outro subcapitulo
abordado mais detalhadamente.

2.3.1 Ultra-Som

As primeiras publicações sobre medições de velocidade de pulsos


mecanicamente gerados apareceram nos Estados Unidos em meados de 1940,
onde constatou-se que a velocidade depende das propriedades elásticas do material
e quase não depende da sua geometria (BUNGEY,1989).
O método baseia-se no fato de que a velocidade de propagação das
ondas é influenciada pela qualidade do concreto. O ensaio consiste na medição, por
meio eletrônico, do tempo de propagação de ondas ultra-sônicas através do
concreto, entre o emissor e o receptor. O comprimento percorrido entre os
transdutores dividido pelo tempo de propagação resulta na velocidade média de
propagação da onda (MALHOTRA,1984).
A velocidade da onda depende principalmente dos seguintes fatores:
Coeficiente de Poisson, módulo de elasticidade e massa específica do concreto, e
também da presença de armadura (BUNGEY, 1989).

A Figura 2 ilustra um equipamento de ultra-som.

Figura 2 – Equipamento de ultra-som.

Fonte: MALHORTA e CARINO (2004).


26

Entre as vantagens e limitações destaca-se: o equipamento para este


ensaio é de fácil operação e de custo não muito elevado. O ensaio é completamente
não destrutivo, e pode-se avaliar o concreto em toda a espessura do elemento
estrutural, caso seja feita a transmissão direta (PHOON et al., 1999).
A boa ligação entre o concreto e o transdutor é um ponto crítico do
método, assim como a interpretação dos resultados, que pode ser difícil
(MALHOTRA, 1984).
Segundo Phoon e colaboradores (1999), não há uma correlação única
para a relação entre velocidade da onda e a resistência devido à influência de vários
fatores como as propriedades e proporções dos materiais que compõem o concreto,
idade e teor de umidade.

2.3.2 Esclerometria

De acordo com Bungey (1989), em 1930 ocorreram as primeiras


tentativas de medir a dureza superficial do concreto. Eram feitas medições do
retorno de uma bola fixa num pêndulo ou, atirada por meio de uma pistola. O
princípio do ricochete baseia-se no fato de que o retorno de uma massa elástica
depende da dureza da superfície onde ela se choca (teoria de choque elástico).
No ensaio, quando se comprime a barra de percussão contra a superfície
do concreto, uma massa (martelo) com uma mola adquire uma quantidade de
energia devido à extensão da mola até uma determinada posição. Quando a mola se
solta, a massa sofre rebote ao se chocar contra a barra de percussão, ainda em
contato com o concreto. A distância percorrida pela massa no retorno, em
porcentagem da deformação inicial da mola, é denominada índice esclerométrico
(IE) (NEVILLE, 1997).
A Figura 3 apresenta o esclerômetro de reflexão.
27

Figura 3 – Esclerômetro

Fonte: www.patologiasconstruccion.net

Parte da energia cinética é absorvida na fricção mecânica do


equipamento, e outra parte na iteração entre a barra de percussão do esclerômetro
e o concreto. A energia que é absorvida depende da relação tensão-deformação,
portanto, está relacionada à resistência e à rigidez do concreto. Curvas de
calibração são traçadas possibilitando estimar-se a resistência do Concreto. (ACI
228.1R, 2003).
Como vantagem e limitação consideram-se: tem a limitação ocasionada pela
carbonatação do concreto que, com o passar do tempo atinge uma certa camada
superficial da peça, influenciando nos índices esclerométricos (NBR 7584, 2013).
O esclerômetro deve ser usado preferencialmente ortogonalmente na área
de ensaio. Quando o ensaio não for executado na posição horizontal, o índice
esclerométrico deve ser corrigido, pois, os resultados são afetados pela influência da
gravidade sobre a força da mola do esclerômetro. O impacto do esclerômetro não
deve provocar vibração na peça. Peças pequenas devem ser apoiadas ou fixadas
(EVANGELISTA, 2002).
Resultados estão relacionados a uma determinada zona superficial de
concreto (profundidade de cerca de 30mm), sendo que após 3 meses há influência
da carbonatação do concreto (BS1881:Part 202,1986).

2.3.3 Método Da Maturidade

O conceito de maturidade foi estabelecido entre o final da década de 40 e


o início dos anos 50. Este método é diferente dos demais ensaios não destrutivos,
pois o principal fator que a influência é a temperatura do concreto. A resistência do
concreto é uma propriedade mecânica que se desenvolve como consequência das
reações de hidratação do cimento. Como a maioria das reações químicas, a
28

velocidade das reações de hidratação depende diretamente da temperatura. Quanto


mais alta a temperatura do concreto, mais rapidamente ocorrem as reações de
hidratação e como consequência, a pega do concreto acontece mais cedo e a
resistência do concreto é maior nas primeiras idades. Fundamentalmente o conceito
de maturidade está relacionado com desenvolvimento do grau de hidratação do
cimento, e como consequência, além de estimar a resistência à compressão é
possível, a princípio, avaliar qualquer propriedade mecânica ou física ligada ao grau
de hidratação do cimento, entre elas a resistência à tração na flexão e módulo de
elasticidade (PINTO, 2000).
Segundo a BS1881:Part201 (1986), maturidade é uma propriedade
baseada nas medições da temperatura interna de um elemento de concreto, ao
longo da pega, endurecimento e estágios de desenvolvimento da resistência do
concreto.
O conceito básico é que a resistência varia em função do tempo e da
temperatura. A maturidade do concreto em sito pode ser monitorada por termopares
ou instrumentos denominados medidores de maturidade (BUNGEY, 1989).
Além disto, considera-se que entre -12°C e -10°C (temperatura de
origem) se encontra a temperatura limite abaixo da qual o concreto não mostra
sinais de aumento de resistência com o tempo (NEVILLE, 1997).
Neville (1997) cita que a validade da temperatura de origem de -10ºC foi
confirmada para idades até 28 dias e temperatura de cura de 0ºC a 20ºC; e que para
temperaturas mais elevadas pode ser mais adequado uma temperatura de
referência mais alta.
Entre as vantagens e limitações destacam-se: as medições de maturidade
levam em conta o desenvolvimento da temperatura do concreto durante a hidratação
do cimento, o que é importante para o monitoramento do desenvolvimento da sua
resistência, especialmente no caso de construções em condições ambientais
adversas que poderão influenciar as condições de cura do concreto e determinar o
momento de retirada de fôrmas, escoras e aplicação de cargas. Tem como
limitações o fato de que as medições são pontuais dentro da estrutura. A correlação
entre resistência e maturidade é diferente para cada composição e tipo de cura do
concreto (BUNGEY, 1989).
29

Para considerar variações internas do concreto, torna-se necessário uma


grande quantidade de pontos a serem investigados simultaneamente, elevando os
custos do ensaio (EVANGELISTA, 2002).

2.3.4 Método De Penetração De Pinos

Nos anos 60, nos Estados Unidos, desenvolveu-se a técnica de


correlacionar a resistência do concreto e a profundidade de penetração de um pino
ou de um parafuso disparados com uma pistola contra uma superfície de concreto
(GONÇALVES, 1986), então surgiu nos Estados Unidos um aparelho denominado
Windsor probe, com o objetivo de estimar a qualidade e a resistência à compressão
do concreto a partir da medição da profundidade de penetração.
O método consiste na penetração do pino no concreto até que a sua
energia cinética seja totalmente absorvida. Parte desta energia é absorvida pela
fricção do pino no concreto, e outra na fratura do concreto (ACI 228.1R, 2003).
O sistema utilizado internacionalmente denomina-se Windsor Probe, ou
Pistola de Windsor e, através de curvas de correlação, estima-se a resistência do
concreto a partir da profundidade da penetração dos pinos.
No Brasil fez-se uma adaptação do método de penetração de pinos. Esta
adaptação é conhecida como método brasileiro de penetração de pinos, que utiliza
pistola e pinos da marca Walsywa (Figura 4), que foi utilizada pela primeira vez, para
este fim (VIEIRA, 1978).

Figura 4 – Pistola para penetração dos pinos.

Fonte: walsywa.com.br
30

De acordo com a BS 1881: Part 201 (1986), este método pode ser
empregado em concreto com agregado de dimensão máxima de até 50 mm, com a
superfície lisa ou áspera, e através das fôrmas de madeira. Com ele pode-se avaliar
o concreto entre 25 mm a 75 mm abaixo da superfície. O método é influenciado
principalmente pelo tipo de agregado, não sendo sensível a fatores como teor de
umidade, tipo de cimento e cura.
Entre as vantagens e limitações destaca-se: equipamento simples e
durável; e também não muito sensível à experiência do operador. O método é útil no
monitoramento da resistência do concreto, causando danos reduzidos na peça
estrutural. Para realização do ensaio é necessário o acesso apenas a uma face da
estrutura. É necessário evitar as barras de aço, no caso do concreto armado, e
tomar os cuidados inerentes à utilização de uma arma de fogo. Após as medições,
devem ser retirados os pinos, deixando um dano na superfície em torno de 75 mm
de diâmetro (BS1881:Part 201,1986).

2.4 MÉTODO DE ENSAIO DO ESTUDO – ENSAIO ESCLEROMÉTRICO

Após breve revisão dos principais ensaios não destrutivos acima, vamos
abordar de forma mais detalhada o ensaio na qual será utilizado neste estudo, o
ensaio de esclerometria, onde será o alvo do trabalho na faze experimental.
Em 1948, o engenheiro suíço Ernst Schmidt desenvolveu o método de
medição da dureza superficial do concreto. Este então foi então homologado pelo
Instituto Federal Suíço de Testes e Experimentos em Materiais de Zurique, onde o
equipamento foi-se construído e extensivamente testado. Em 1986,
aproximadamente 50.000 Schmidt Rebound Hammer foram vendidos em todo o
mundo (MALHOTRA, 1984).
O princípio de funcionamento mecânico do equipamento consiste na
movimentação de uma mola deslizante associada a uma massa, sendo a mola
movimentada no sentido contrário ao esforço de compressão exercido na estrutura
pelo pistão, de tal forma que quando completamente estendida um gatilho é
acionado liberando-a. A massa então se choca contra a parte traseira do embolo
que atua contra a superfície do concreto, fazendo com que a massa recue e registre
ao longo de uma régua graduada um valor de reflexão indicado por um ponteiro de
arraste (MEHTA; MONTEIRO, 2008).
31

Os procedimentos de avaliação da dureza superficial por esclerômetro


são no Brasil prescritos pela NBR 7584 (ABNT, 2013). Os diferentes tipos de
esclerômetros são classificados de acordo com suas respectivas energias de
percussão. Sendo o de 30 N.m indicado a obras de grandes volumes de concreto,
os de 2,25 N.m direcionados a edifícios e postes, os de 0,90 N.m a concretos de
baixa resistência e os de 0,75 N.m a peças de pequenas dimensões (NOGUEIRA,
2013).

2.4.1 Equipamentos Para Ensaio

O esclerômetro que demonstro na Figura 5 foi o aparelho utilizado na


análise experimental deste trabalho, pela qual adquiri especialmente para este
estudo, devidamente calibrado e aferido em bigorna padrão, acompanhado da pedra
de carborundo, que serve para regularizar quaisquer imperfeições na face do
concreto onde serão tiradas as leituras do IE neste ensaio.

Figura 5 – Esclerômetro tipo N e pedra de carborundo.

Fonte: Do autor (2017).

Na Figura 6 a secção longitudinal detalhada do Esclerômetro de Schmidt


do Tipo N (energia de impacto = 2,207 N.m)
32

Figura 6 – Seção longitudinal do Esclerômetro de Schmidt do Tipo N.

Fonte: Proceq (2011).

A seguir o funcionamento do esclerômetro tendo como referência a Figura 6.


O esclerômetro tipo-N é constituído por uma mola (16) e uma massa (14)
que se deslocam ao longo de uma haste que serve de guia (7). Quando o pistão do
aparelho (1) é pressionado contra a superfície do betão (esta pressão deverá
aumentar de forma lenta e gradual), a garra (13) traciona, por sua vez, a massa (14)
e a mola (16) no interior do aparelho que se liberta automaticamente quando o
pistão se encontra totalmente pressionado. Quando a mola é libertada (16), projeta a
massa do aparelho (14) contra a parte superior do pistão de impacto (próximo do
ponto B da figura) que, por sua vez, está em contato com a superfície do betão (2).
Após o impacto, a massa incidente (14) recua e arrasta consigo um ponteiro (4) que
se encontra inserido numa escala (19) que representa o Índice esclerométrico (IE) e
que é visível na superfície lateral do aparelho (Figura 6).
Enquanto se mantém o aparelho pressionado contra o betão (posição em
que se encontra a figura), o ponteiro permanece fixo na sua posição, permitindo a
leitura. Por não se poder mover o aparelho, a posição do observador não é por
vezes a mais adequada para a realização da leitura. Em alternativa poderá optar-se
por carregar no botão de bloqueio (6), permitindo assim libertar o aparelho e
observar mais atentamente a escala do IE. Alguns aparelhos modernos permitem já
uma leitura e registro automático de um determinado número de leituras num
33

aparelho eletrônico ligado lateralmente ao esclerômetro (p. ex. o esclerômetro Tipo


NR), reduzindo assim o erro inerente à leitura efetuada pelo observador. A Figura 7
ilustra a operação do esclerômetro.

Figura 7 – Ilustração esquemática da operação do esclerômetro.

Fonte: Palácios (2012).

O resultado final fornecido pelo aparelho é expresso diretamente em


termos do índice esclerométrico, IE, que é uma grandeza adimensional. Importa
acrescentar que o IE é também uma grandeza arbitrária, já que depende sobretudo
da energia acumulada uma determinada mola e da massa utilizada, ou seja,
martelos de Schmidt com diferentes energias de impacto conduzem à obtenção de
resultados diferentes quando aplicados numa mesma superfície, que se admite
possuir a mesma dureza. Este fato é de extrema importância e deverá ser tido em
conta sempre que se interpretam correlações existentes. Na Figura 8 segue a
imagem do leitor analógico do IE, índice esclerométrico.
34

Figura 8 – Leitor analógico do IE

Fonte: Do autor (2017).

2.4.2 Aferição Do Aparelho De Ensaio

O esclerômetro é um equipamento robusto que exige pouca manutenção


e se adapta bem a muitas circunstâncias em obra. Porém, como todos os
equipamentos, está sujeito a alterações em consequência da variação das
propriedades dos materiais ao longo do tempo, do próprio desgaste pela utilização,
ou mesmo, devido a uma avaria ocasional, a qual poderá até aparentemente não ser
detectada. Por forma a permitir uma aferição rápida e expedita das condições de
funcionamento dos martelos de ressalto será adequado dispor-se de equipamento
de aferição que, no caso dos martelos de ressalto de mola, é geralmente constituído
por um pequeno, mas pesado, cilindro em aço. Este cilindro de aferição, referido
correntemente na literatura inglesa por “unvil test”, será adiante designado de forma
abreviada por “bigorna”, para maior facilidade de expressão.
A Figura 9 demonstra a bigorna padrão, com uma massa de cerca de 16
kg, adequada para aferir alguns dos aparelhos como o tipo N, na qual será usado.
Esta bigorna foi encontrada no laboratório de Materiais da universidade do extremo
sul catarinense, tendo sido utilizada antes e durante a análise experimental, e
também na Pavimétrica (SP), assistência responsável por aferir e calibrar o
esclerômetro assim que adquirido, emitindo o certificado de calibração da aferição
(Anexo A).
35

Figura 9 – Execução do teste de aferição em uma bigorna padrão de um esclerômetro do Tipo N.

Fonte: Do autor (2018).

Na Figura 9 é ainda possível observar-se a operação de aferição, a qual


consiste unicamente em comparar o resultado do ensaio efetuado na bigorna com o
valor de referência especificado pelo fabricante para o aparelho em questão.
O índice esclerométrico nominal do fabricante do esclerômetro adquirido
é IEnom=80 com variação +ou-2, por tanto para certificar-se que o esclerômetro está
devidamente calibrado o resultado final da aferição em bigorna padronizada não
pode divergir desta variação.
Segundo a NBR7584 (2013), o esclerômetro deve ser aferido antes da
sua utilização ou a cada 300 impactos realizados na mesma inspeção.
Segue procedimentos para aferição:
- Utilizar uma bigorna especial de aço (Figura 9), dotada de guia de aço,
com massa aproximada de 16 kg colocada sobre base rígida e nivelada, sendo que
a superfície destinada ao impacto deve apresentar dureza Brinell de 5000 MPa e
fornecer índices esclerométricos de 80;
- Efetuar no mínimo 10 impactos sobre a bigorna, a cada inspeção;
36

- Quando nesses impactos de aferição for obtido índice esclerométrico


médio menor que 75, o esclerômetro não pode ser empregado, devendo, então, ser
calibrado.
- Nenhum índice esclerométrico individual obtido entre os 10 impactos
deve diferir do índice esclerométrico médio de ± 3. Quando isso ocorrer, o aparelho
não pode ser empregado, devendo, então, ser calibrado.
- O coeficiente de correção (k) é obtido pela seguinte equação:

Equação 3 – Coeficiente de correção K (NBR7584, 2013).

2.4.3 Fatores Que Influenciam No Resultado Do Ensaio

Existem alguns fatores que interferem nos resultados dos ensaios de


esclerometria.
De acordo com o ACI 228.IR89 (1989), visto somente o concreto
superficial influenciar no índice esclerométrico, o teste fica suscetível ao ponto onde
o disparo é efetuado, e não representa necessariamente toda a massa de concreto.
Apesar de ser um teste de execução muito simples, há muitos fatores, além da
resistência à compressão, que influenciam no resultado do ensaio. Se o êmbolo do
equipamento for locado, por exemplo, sobre um agregado, o aparelho retornará um
índice esclerométrico mais alto do que o real. Se, por outro lado, for locado sobre um
vazio, o índice esclerométrico de retorno será menor.
Outro fator que influencia os resultados do teste é a profundidade de
carbonatação, a presença de uma camada de carbonatação superficial pode resultar
em leituras mais elevadas do que se fossem feitas no interior do concreto (ACI
228.IR89,1989).
Da mesma forma, superfícies secas oferecem valores de reflexão maiores
do que superfícies úmidas ou molhadas. O mesmo ocorre quando a superfície
possui uma textura áspera, a qual induz a resultados menores do que se fosse
37

polida, ainda de acordo com o instituto, quando se utiliza fôrmas de madeira


compensada, ocorre uma absorção da umidade do concreto, produzindo uma
camada superficial mais dura do que se fossem utilizadas formas de aço, ou outros
materiais semelhantes. Essa camada endurecida fornece índices de reflexão
maiores, do mesmo modo, as condições de cura afetam significativamente a dureza
do concreto, vários centímetros além da superfície (ACI 228.IR89,1989).
Superfícies endurecidas, como as produzidas quando ocorre acabamento
com colheres de pedreiro, também elevam os valores de rebote. O último fator
citado pelo (ACI 228.IR89,1989) é a orientação do instrumento no momento do
ensaio, que também influencia o índice de reflexão.

2.4.4 Procedimento De Ensaio

Procedimentos e recomendações para alcançar resultados confiáveis em


um ensaio esclerométrico:
Em relação as fôrmas, a norma brasileira do Ensaio Esclerométrico NBR
7584 (2013) em seu item 4.1.2 recomenda que se utilize nos moldes dos CPs o
mesmo tipo de material utilizado na estrutura a ser ensaiada: Nepomuceno (1999),
afirma que o IE de concretos moldados em fôrmas metálicas é entre 5% e 35%
maior do que em moldes de madeira. Já em Machado (2005), cita-se que as fôrmas
de madeira compensada absorvem a umidade do concreto, provocando maiores IE.
Por sua vez, o tamanho e geometria dos CPs, de acordo com a norma
brasileira NBR 7584 (2013) recomenda que as peças a serem ensaiadas devam ter
no mínimo 10cm na direção do impacto, e caso isso não seja possível, um apoio
deve ser colocado na superfície oposta ao impacto para dar maior rigidez à peça e
evitar a dissipação da energia por vibração.
O tipo de esclerômetro segundo a NBR 7584 (2013), tipo de esclerômetro
indicado para casos normais, de edifícios e postes, é o de energia de percussão de
2,25 N.m, que comercialmente equivaleria ao esclerômetro tipo N na qual será
usado neste estudo.
As superfícies de ensaios devem ser secas ao ar, limpas e
preferencialmente planas. O tipo de fôrma indicada é a não-absorvente. Devem-se
evitar superfícies horizontais, úmidas, carbonatadas, irregulares, ásperas, curvas ou
talhadas. A norma recomenda que a superfície seja polida com prisma ou disco de
38

carborundum. Também se deve evitar o impacto diretamente nos agregados, dando


preferência ao impacto na matriz de concreto. Não é permitido o impacto em um
ponto já ensaiado, caso isso ocorra, segundo valor deve ser descartado (NBR 7584,
2013).
As áreas de ensaio devem estar afastadas das regiões afetadas por
segregação, exsudação, concentração excessiva de armadura, juntas de
concretagem, cantos, arestas, etc. Dessa maneira, é conveniente evitar bases e
topos de pilares, regiões inferiores de vigas, quando no meio do vão, e regiões
próximas dos apoios, os impactos do esclerômetro devem estar distantes de no
mínimo 3 cm um do outro e 5cm de arestas e cantos. Deve-se delimitar a área de
ensaio entre 80 cm² e 400 cm², para executar de 9 a 16 impactos. A essa área
corresponderá um único valor de IE, que por sua vez, corresponderá a um único
valor de FCJ, NBR7584 (2013). As Figuras 10 e 11 demonstram as formas
confeccionadas para este estudo.

Figura 10 – Área de ensaio de 9cm X 9cm, para 9 impactos, forma confeccionada para o estudo,
sugerida pela NBR 7584.

Fonte: Do autor (2017).


39

Figura 11 – Área de ensaio de 20cm X 20cm, para 16 impactos, forma confeccionada para o estudo,
sugerida pela NBR 7584.

Fonte: Do autor (2017).

A posição do esclerômetro deve ser aplicado preferencialmente na


posição horizontal, ou seja, em superfícies verticais. Sendo necessário aplicar em
outras posições, o IE deve ser corrigido com os coeficientes fornecidos pelo
fabricante do esclerômetro.
Esses coeficientes levam em consideração a ação da gravidade e são
específicos para cada tipo de esclerômetro, NBR7584 (2013).
Abaixo na Figura 12 as curvas de correlações do aparelho adquirido com
as correções das posições a ser aplicadas devido a efeitos de gravidade, nota-se
considerável influência.
40

Figura 12 – Correções nas curvas de correlação devido a efeito de gravidade.

Fonte: Do fabricante (2017).

Em relação ao tratamento dos resultados, para a determinação do IE para


uma área deve-se proceder o cálculo da média aritmética dos IE individuais dessa
área, achando IEm. Deve-se desprezar os IE que estejam afastados (para mais ou
para menos) em mais de 10% da média do IEm e calcular novo IEm. O IE final deve
ser obtido com, no mínimo, 5 valores válidos. Caso isso não seja possível, o ensaio
nessa área deve ser descartado (NBR7584, 2013).

2.4.5 Correlações Do IE Com A Resistência A Compressão

As curvas de correlação correlacionam graficamente o IE (Índice


Esclerométrico) com a respectiva resistência. A curva de correlação do fabricante do
esclerômetro adquirido para o estudo pode ser visto na Figura 12, a correlação é
obtida com concretos de traço conhecido, mantido em condições ambientais
conhecidas. Aplica-se o Ensaio Esclerométrico no concreto desconhecido, obtendo o
IE, que na curva de correlação irá indicar a resistência à compressão estimada do
mesmo.
Segundo Bungey e Millard (1996) a curva de correlação deve considerar
os fatores desconhecidos do concreto a ser ensaiado, que podem influenciar na
resistência e no IE. Por exemplo, ao ensaiar vários pilares de uma obra de concreto
41

usinado, concretados com betonadas diferentes, em dias diferentes, pode-se ter


como principais fatores desconhecidos:
- Idade;
- Histórico de temperatura;
- Cura;
- Forma;
- Variação do traço e das propriedades dos materiais
Bungey e Millard (1996) referem que, mesmo para provetes de ensaio
realizados em laboratório, curados e ensaiados em condições idênticas aos provetes
utilizados para calibração é pouco provável que a resistência possa ser estimada
com um erro inferior a ± 15%, em betões até três meses de idade. No caso da
avaliação da resistência de um betão “in-loco”, mesmo que se proceda à correção
de algumas variáveis que possam ser diferentes das condições de calibração, é
pouco provável que o valor médio da resistência possa ser estimado com um erro
inferior a ± 25%.
Segundo Malhotra (1984), desde que os corpos-de-prova sejam
moldados, curados e ensaiados sob condições idênticas às usadas para estabelecer
as curvas de correlação, a estimativa de resistência terá uma precisão em torno de
15 a 20%. Caso o ensaio seja feito diretamente na estrutura, a estimativa da
resistência à compressão do concreto apresenta uma acurácia em torno de 25%.
Segundo Evangelista (2002), a precisão do método esclerométrico é a
seguinte:
- 12 a 18% - quando há corpos-de-prova ou testemunhos disponíveis, e
se conhece a composição do concreto;
- 15 a 20% - quando há apenas corpos-de-prova ou testemunhos;
- 18 a 28% - quando se conhece apenas a composição do concreto;
- acima de 30 % - quando apenas se conhecem dados auxiliares e que a
idade do concreto não seja superior a um ano.
São diversas as variáveis que podem interferir na precisão da correlação
entre o IE e a resistência do concreto, uso de correlações “universais”, tais como
aquelas produzidas pelos fabricantes dos esclerômetros, não é em geral
recomendado, porque o material e as condições de ensaio podem não ser similares
àquelas que efetivamente se verificaram durante a calibração do aparelho (BS
1881:Part 202, 1986).
42

3 METODOLOGIA DO TRABALHO

3.1 INTRODUÇÃO

Segundo a NBR7584 (2013) ela não apresenta procedimentos para


obtenção da curva de correlação entre o índice esclerométrico e a resistência a
compressão do concreto, porem ela recomenda a utilização de curvas de correlação
adequadas quando se deseja avaliar a resistência a compressão por meio de
esclerometria, analisando fatores que possam influenciar.
Sabemos que muitos profissionais carentes de informações técnicas
utilizam as curvas próprias do aparelho sem saber a procedência do mesmo e
fatores que possam camuflar os resultados dos índices esclerométricos induzem a
uma correlação errada, vamos analisar alguns fatores influentes nas primeiras
idades do concreto inerentes ao ensaio esclerométrico ensaiando amostras em
laboratório e em campo e também introduzir uma nova curva através de métodos
estatísticos correlacionando resultados obtidos nos ensaios.
Foram ensaiados corpos de provas cilíndricos (10x20cm), prismas
(25x30x15cm), vigas (15x30x100cm) em concretos moldados “in loco” com teores de
cimentos diversos (teor a/c 0,40 – 0,55 – 0,70), em formas diferentes (madeira seca,
impermeável) e datas de desforma diferentes (7 e 21 dias), dividindo o programa
experimental em 2 situações distintas, de laboratório e campo.

3.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS

Como um dos objetivos do trabalho foi avaliar o ensaio esclerométrico em


traços diferentes de concreto, em laboratório, foi feito todo o processo de
caracterização dos agregados para assim poder dosar o traço corretamente de
acordo com os procedimentos da associação brasileira de cimento Portland (ABCP,
1984).
Foram dosados traços para 3 teores de a/c diferentes, 040, 055 e 070
utilizando os mesmos agregados e tipo de cimento para todos os traços, afim, de
evitar qualquer fator característico dos materiais que possa influenciar nos
resultados de ensaio.
43

3.3 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS MIUDOS

Para dosar os traços de concreto de forma coerente com o método


aplicado (ABCP, 1984), foi feito ensaios de caracterização do material, areia grossa,
extraída de jazida da região sul de Santa Catarina, criteriosamente de acordo com
suas normas vigentes.
Para cálculo do método precisou-se de 3 ensaios fundamentais para
chegarmos nos resultados precisos de dosagens, foram eles:
- Determinação da massa unitária (NBR NM45, 2006)
- Determinação da massa específica (NBR NM52, 2003)
- Determinação da composição granulométrica – Módulo de finura (NBR
NM248, 2003)

3.3.1 Determinação Da Massa Unitária Do Agregado Miúdo

Como procedimento genérico de todos ensaios de caracterização, foi


secar todo o material utilizado em ensaio na estufa à temperatura constante de 105º
célsius, conforme norma, seguindo criteriosamente procedimentos de ensaio da
NBR NM45 (2006).
Explicando de uma maneira rápida, o ensaio consiste em encher 2
amostras, em recipientes conforme Figura 13, com areia seca, respeitando os
procedimentos de adensamento da NBR NM45 (2006) relação entre o peso pelo
volume da areia.
44

Figura 13 – Pesagem de amostra para execução do ensaio.

Fonte: Do autor (2018).

A média do resultado das duas amostras, os dados e resultados parciais


você pode ver no Apêndice A deste trabalho.
A massa unitária do agregado miúdo foi a média das duas amostras e
resultou em 1278,72 kg/m³, este dado foi usado para fins de cálculo na nossa
dosagem.

3.3.2 Determinação Da Massa Especifica Do Agregado Miúdo

Como procedimento genérico de todos ensaios de caracterização, foi


secar todo o material utilizado em ensaio na estufa à temperatura constante de 105º
célsius, conforme norma, vide Figura 14, seguindo criteriosamente procedimentos de
ensaio da NBR NM52 (2003).
45

Figura 14 – Estufa do laboratório de materiais da ESUCRI.

Fonte: Do autor (2018).

Foi coletado 1 kg de areia, dividindo em 500 gramas para duas amostras,


as mesmas colocadas em um frasco, picnômetro (Figura 15), com capacidade de
500 cm³ de volume, preenchendo com água até a marca de 500 mls.

Figura 15 – Picnômetro padrão sendo utilizado em ensaio.

Fonte: Do autor (2018).


46

Todo o procedimento de ensaio foi realizado criteriosamente dentro da


sua norma vigente, NBR NM52 (2003).
A média do resultado das duas amostras, os dados e resultados parciais
você pode ver no Apêndice A deste trabalho.
A massa específica do agregado miúdo foi a média das duas amostras e
resultou em 2440 kg/m³, este dado foi usado para fins de cálculo na nossa
dosagem.

3.3.3 Determinação Da Composição Granulométrica (Módulo De Finura) Do


Agregado Miúdo

Como procedimento genérico de todos os ensaios de caracterização, o


primeiro passo foi secar todo o material utilizado em ensaio na estufa à temperatura
constante de 105º célsius, conforme norma, seguindo criteriosamente procedimentos
de ensaio da NBR NM248 (2003). A Figura 16 ilustra a peneira mecânica do
laboratório de materiais e solos da ESUCRI utilizada no ensaio de granulometria.

Figura 16 – Peneira mecânica utilizada no ensaio de granulometria.

Fonte: Do autor (2018).


47

Todo o procedimento de ensaio foi realizado criteriosamente dentro da


sua norma vigente, NBR NM248 (2003).
Foram coletadas 2 amostras de 1 kg para executar o ensaio das mesmas.
O resultado das duas amostras, a massa retida nas peneiras e resultados
parciais você pode ver no Apêndice A deste trabalho.
O módulo de finura médio do agregado miúdo foi a média das duas
amostras e resultou em MF= 3,25. Este dado foi usado para fins de cálculo na
dosagem.

3.3.4 Ensaios De Caracterização Dos Agregados Graúdos

Como já mencionado acima, para dosar os traços de concreto de forma


coerente com o método aplicado (ABCP, 1984), foi feito ensaios de caracterização
dos materiais, ensaios físicos e granulometria foram feitos criteriosamente de acordo
com suas normas vigentes no agregado graúdo, brita 1 de basalto, diâmetro máximo
19 mm, extraída de jazida da região sul de Santa Catarina.
Para cálculo do método precisou se de 3 ensaios fundamentais para
chegarmos nos resultados precisos de dosagens, foram eles:
- Determinação da massa unitária (NBR NM45, 2006)
- Determinação da massa específica e absorção (NBR NM53, 2003)
- Determinação da composição granulométrica – Diâmetro máximo do
agregado (NBR NM248, 2003).

3.3.5 Determinação Da Massa Unitária Do Agregado Graúdo

Como procedimento genérico de todos os ensaios de caracterização, foi


secar todo o material utilizado em ensaio na estufa à temperatura constante de 105º
célsius, conforme norma, seguindo criteriosamente procedimentos de ensaio da
NBR NM45 (2006).
Explicando uma maneira rápida, o ensaio consiste em preencher 2
amostras, em recipientes conforme Figura 17, com brita seca, livre de umidade,
respeitando os procedimentos de adensamento e cálculo da NBR NM45 (2006).
48

Figura 17 – Recipiente para ensaio com volume de 19506,33cm³.

Fonte: Do autor (2018).

A média do resultado das duas amostras, os dados e resultados parciais


você pode ver no Apêndice B deste trabalho.
A massa unitária do agregado miúdo foi a média das duas amostras e
resultou em 1554,21 kg/m³, este dado foi usado para fins de cálculo na dosagem.

3.3.6 Determinação Da Massa Especifica E Absorção Do Agregado Graúdo

Como procedimento genérico de todos os ensaios de caracterização, foi


secar todo o material utilizado em ensaio na estufa à temperatura constante de 105º
célsius, conforme norma, seguindo criteriosamente procedimentos de ensaio da
NBR NM53, 2003.
O ensaio consiste em pesar 2 amostras secas de agregado graúdo de no
mínimo 2 kg e em seguida submergir cada amostra em água na temperatura
ambiente por um período de 24 horas conforme Figura 18.
49

Figura 18 – Agregado graúdo submerso à água por um período de 24 horas.

Fonte: Do autor (2018).

A seguir retirar a amostra da água e envolvê-la em um pano absorvente


até que toda água visível seja eliminada, imediatamente após enxugada pesar a
amostra com a superfície seca, para após colocar em um cesto conforme norma e
submergi-la em água, pesando em água.
Todo o procedimento e cálculos de ensaio foi realizado criteriosamente
dentro da sua norma vigente, NBR NM53, 2003.
A média do resultado das duas amostras, os dados e resultados parciais
você pode ver no Apêndice B deste trabalho.
A massa específica do agregado graúdo foi a média das duas amostras
e resultou em 2910 kg/m³, a absorção do agregado resultou em 0,46%, estes dados
foram usados para fins de cálculo na dosagem.

3.3.7 Determinação Da Composição Granulométrica (Diâmetro Máximo) Do


Agregado Graúdo

Como procedimento genérico de todos os ensaios de caracterização, o


primeiro passo foi secar todo o material utilizado em ensaio na estufa à temperatura
constante de 105º célsius, conforme norma, seguindo criteriosamente procedimentos
de ensaio da NBR NM248, 2003.
Foram coletadas 2 amostras de 2,5 kg para executar o ensaio das
mesmas.
50

O resultado das duas amostras, a massa retida nas peneiras e resultados


parciais você pode ver no Apêndice B deste trabalho.
O ensaio demonstrou má graduação nas massas retidas nas peneiras,
porém respeitou seu diâmetro máximo, acumulando em apenas 1 ensaio, uma
pedra, que possa ter sido de própria contaminação no armazenamento.
O diâmetro máximo do agregado graúdo foi 19 mm, brita n°1 de basalto.
Este dado foi usado para fins de cálculo na dosagem.

3.4 DOSAGEM DOS TRAÇOS PROPOSTOS NO ESTUDO

Com o estudo de caracterização dos agregados, como visto no capítulo


anterior, tem-se parâmetros para fazer a dosagem dos traços propostos nesta
pesquisa de forma racional, que são traços com fatores de a/c 040, 055 e 070.
O roteiro de cálculo foi seguido pelo método de dosagem da Associação
brasileira de cimento Portland (ABCP, 1984) e se encontra na memória de cálculo no
Apêndice C deste trabalho.
No Quadro 7 você vê o resultado dos cálculos de dosagens em massa
dos traços propostos neste trabalho, os agregados como já mencionado foram, areia
grossa, pedra britada de basalto n°1 e o cimento Portland CP-4.

Quadro 7– Dosagem dos traços em massa conforme método ABCP.

Fonte: Do autor (2018).

O volume de concreto para suprir a moldagem dos corpos de prova para


cada traço:
- 1 Prisma (0,25 x 0,30 x 0,15 metros): 0,01125 m³
- 3 Vigas (0,15 x 0,30 x 1,00 metros): 0,13500 m³
- 12 CPs cilíndricos (0,10 x 0,20 metros): 0,01885 m³
51

Totalizando 0,1651 m³ de concreto para moldagem de cada traço.


Para dar uma folga no volume de concreto e não correr risco de acabar
faltando concreto na moldagem foi dosado o volume de materiais para preparar 0,18
m³ de concreto para cada traço. De posse dos traços do Quadro 7, e o roteiro de
cálculo do Apêndice D temos condições de calcular a dosagem para tal volume,
sabendo que o método ABCP,1984 nos fornece resultados para 1 m³ de concreto,
sendo assim bastou multiplicar por 0,18 m³. No Quadro abaixo segue o volume final
de materiais usados para o preparo da massa de concreto para cada traço.

Quadro 8 – Dosagem do volume total a concretar.

Fonte: Do autor (2018).

3.5 PROCEDIMENTOS DE MOLDAGEM E CURA DOS MOLDES

Com o cálculo do volume total de materiais dosados para a concretagem


dos moldes, iniciou se a secagem de todo o volume de materiais, para anular a
umidade dos agregados na qual foram armazenadas em bambonas e seguido de
pesagem, separando em bags o volume para cada betonada conforme Figura 19.
52

Figura 19 – Pesagem dos materiais para concretagem.

Fonte: Do autor (2018).

Foi calculado para cada traço conforme o capítulo anterior, 0,18 m³ de


concreto na qual foram divididos em 3 betonadas 0,06 m³ de concreto, pelo fato de
não haver capacidade na betoneira para concretar o volume total em apenas uma
betonada, e pela melhor uniformidade da massa e manuseio da mesma usando de
apenas 1/3 de sua capacidade.
Após todo processo de secagem e armazenamento do volume total deu
se início a concretagem, os moldes de todas as situações, como caixarias de vigas e
prismas, já haviam sido produzidos conforme apresento nas Figuras 20, 21 e 22
abaixo.
53

Figura 20 – Caixarias para moldagens com suas devidas identificações.

Fonte: Do autor (2018).

Figura 21 – Caixarias de pinus permeável e forrada com lona plástica (impermeável).

Fonte: Do autor (2018).


54

Figura 22 – Caixaria do prisma forrado com lona plástica.

Fonte: Do autor (2018).

Deu se início então a concretagem, no dia 25-04-2018, quarta-feira, foi


concretado todo o volume de concreto para abastecer os moldes de todas as
situações e combinações, este dia foi a data 0.
Foi iniciada a concretagem as 9:00 da manhã, com a dosagem para o
concreto fator a/c 040, o termômetro neste horário registrava 22,9° e a umidade do
ar 87% conforme Figura 23 abaixo.

Figura 23 – Temperatura e umidade relativa do ar.

Fonte: Do autor (2018).


55

Antes do preenchimento das vigas, elas foram armadas, com 4 barras de


10mm, respeitando o cobrimento com espaçadores de 2,5 cm, para evitar que a
ferragem se aproximasse da superfície e evitar erros nas leituras dos índices
esclerométricos, apenas para evitar qualquer desagregação na desforma ou algum
impacto que poderia ocorrer, conforme Figura 24.

Figura 24 – Caixaria armada para concretagem.

Fonte: Do autor (2018).

Após todos estes procedimentos prévios ao início, iniciou-se a concretagem,


todo o volume de materiais e do concreto para os 3 traços do estudo vimos no
capítulo anterior, foram divididos materiais para fazer o concreto em 3 betonadas por
traço, sempre untando a betoneira com pasta de cimento, para evitar que os
agregados miúdos ficassem depositados nas face interna da betoneira, veja na
Figura 25.
56

Figura 25 – Untando a betoneira.

Fonte: Do autor (2018).

Antes dos preenchimentos dos moldes, em todos os traços foram feitos o


slump-test na primeira betonada, seguindo criteriosamente seus procedimentos
conforme sua norma NBR NM67, 1998, como vemos nas Figuras 26 e 27.

Figura 26 – Adensamento do concreto no cone.

Fonte: Do autor (2018).


57

Figura 27 – Abatimento do concreto em um traço.

Fonte: Do autor (2018).

Para todos os traços, foi parâmetro nos cálculos a consistência do


concreto bem mole, segue abaixo o abatimento nos 3 traços dosados para este
estudo:
- Fator a/c 040 - Abatimento foi de 85 mm.
- Fator a/c 055 - Abatimento de foi 130 mm.
- Fator a/c 070 – Abatimento de foi 165 mm.
Após o Slump-test em todas as ocasiões foram dadas o início do
preenchimento de concreto dos moldes, sempre iniciando pelos corpos de prova
cilíndricos, seguido dos prismas na primeira betonada, para depois o preenchimento
das vigas no restante das betonadas.
Os CP´s cilíndricos foram untados com óleo diesel e as formas de prisma
e vigas foram untadas com desmoldante.
Abaixo na Figura 28, os primeiros CP´s cilíndricos moldados devidamente
seguindo os procedimentos de moldagem da sua norma NBR 5738, 2015,
devidamente identificados.
58

Figura 28 – Moldagem dos corpos de prova cilíndricos 10x20cm.

Fonte: Do autor (2018).

Na Figura 29 vemos o preenchimento de uma viga e um prisma, vibrados


com uma haste de metal para melhor adensamento e uniformidade do betão.

Figura 29 – Moldagem das vigas e prismas.

Fonte: Do autor (2018).


59

Após concretado todos os moldes, esperamos curar 48 horas para


desmoldar prismas e CP´s cilíndricos (Figura 30), na qual 18 CP´s cilíndricos foram
transportados junto as vigas para um ambiente externo ao laboratório, expostas ao
tempo (Figura 31), em cura seca, conforme situação 2 deste estudo. Outros 18 CP´s
cilíndricos e os 3 prismas foram submersos ao tanque do laboratório da ESUCRI,
respeitando uma das situações deste trabalho, situação 1, cura normatizada,
conforme NBR 5738, 2015, procedimentos de moldagem e cura de corpos de prova
(Figura 32).

Figura 30 – Prismas e CP´s desformados 48 horas após moldagem.

Fonte: Do autor (2018).


60

Figura 31 – Vigas e CP´s em cura ambiente, situação 2.

Fonte: Do autor (2018).

Figura 32 – Cura normatizada, situação 1 deste estudo.

Fonte: Do autor (2018).


61

Como uma das propostas deste trabalho também foi analisar a influência
do tempo de desforma no índice esclerométrico, foram desformadas 3 vigas aos 7
dias e outras 3 aos 21 dias, todas as 6 formas de pinus permeáveis (Figura 33),
vamos ver detalhadamente no próximo subcapítulo.

Figura 33 – Viga desformada aos 7 dias.

Fonte: Do autor (2018).

Após todos estes procedimentos prévios as execuções dos ensaios, no 7°


e 8° dia, foram capeados todos os CP´s cilíndricos com pasta de cimento, para
melhor adesão dos CP´s a prensa no ensaio de compressão axial (Figura 34).

Figura 34 – Capeamento dos CP´s cilíndricos.

Fonte: Do autor (2018).


62

Em seguida ao capeamento os CP´s cilíndricos voltaram para suas


condições, 18 permaneceram saturados e 18 em cura ambiente, saturando apenas
24 horas antes do ensaio, conforme situações propostas neste trabalho.
Os prismas saturados em tanque desde 48 horas após a concretagem
foram retirados do tanque 48 horas antes dos ensaios de esclerometria, para que
sua superfície secasse, ficando livre de umidade em sua face, segundo a norma da
esclerometria NBR7584 (2013) a face deve estar livre de umidade para coletar
resultados confiáveis.

3.6 SITUAÇÕES, COMBINAÇÕES E CONTROLE DOS ENSAIOS

Para executar os objetivos desta pesquisa analisando a curva de


correlação entre a resistência à compressão e a grandeza do ensaio não destrutivo
de esclerometria do concreto, a dureza superficial, o programa experimental
combinou ensaios de concretos moldados in loco, produzidos em laboratório.
São duas situações distintas onde será combinada e ensaiada a
esclerometria x compressão axial:
Situação 1 - De laboratório, cura normatizada. As amostras a ensaiar
serão curadas em tanque com temperatura controlada;
Situação 2 - De obras, cura seca. As amostras a ensaiar serão expostas
ao tempo, não haverá controle de temperatura e cura.
Foram feitos ensaios de compressão axial em conjunto com o ensaio de
esclerometria, todos os traços foram retirados na primeira betonada 1 exemplar
(duas amostras) para cada data de ensaio, totalizando 6 para cada situação e 12 no
total para cada traço, sendo o valor de resistência do exemplar o maior valor entre
as duas amostras.
Dos CP´s cilíndricos, 6 CP´s para cada teor a/c, da situação de cura não
normatizada, totalizando 18, foram descartados por não apresentaram resultados
confiáveis no ensaio de compressão, afim de ter uma correlação precisa.
Nos ensaios de esclerometria foram tiradas as leituras com 9 e 16
impactos conforme a NBR7584,2013 e respeitando limitações em pontos diferentes
nas faces das vigas e prismas.
Foram ensaiados a esclerometria e compressão axial aos 14,21 e 28 dias
com 3 combinações de fator a/c (040, 055 e 070), a esclerometria executada em
63

vigas moldadas em formas diferentes e também alternando datas com desforma aos
7 e 21 dias, também em prismas com cura normatizada.
Foram moldadas amostras em um total de 36 corpos de prova cilíndricos
(10x20cm), 18 deles descartados pelos motivos citados acima, 9 vigas
(15x30x100cm), 3 prismas (25x30x15cm), os subcapítulos a seguir dos
procedimentos dos ensaios detalhamos mais as situações.
Para fechar este subcapítulo, no Quadro 9, o cronograma dos
procedimentos de moldagem e ensaios, detalhados, para melhor entendimento:

Quadro 9 – Cronograma de procedimentos e ensaios deste trabalho.

Fonte: Do autor (2018).


64

3.7 EXECUÇÃO DOS ENSAIOS

3.7.1 Situação 1 – De Laboratório, Cura Normatizada

O objetivo desta situação é avaliar o ensaio de esclerometria em


amostras exatamente nas mesmas condições de cura, temperatura e moldagem das
amostras que serão comprimidas axialmente, para que com estes dados possamos
através de regressão linear simples, ter uma correlação dos resultados e traçar uma
curva para o aparelho. Nesta primeira situação deverá ser avaliada a resistência
potencial do concreto, os CP´s ficaram submersos no tanque, curados de forma
normatizada, no comportamento natural serão as amostras com maior resistência
aos 28 dias.
Nesta situação as leituras do ensaio de esclerometria serão tiradas de
CP´s prismáticos saturados, retirados do tanque com 2 dias de antecipação aos
ensaios para que seja seco ao ar livre, na qual foram moldados respeitando
dimensões mínimas para que seja feito a aplicação da esclerometria, nesta etapa
como não terá fatores que possa influenciar na resistência potencial do concreto,
será a situação que naturalmente deve apresentar resultados com maior precisão e
poderemos fazer uma correlação precisa entre os resultados.
Para que os CP´s prismáticos estivessem nas mesmas condições de cura
e os moldes não fossem um fator que influenciassem nesta situação 1, na qual a
influência da forma no índice esclerométrico não é o objetivo, foi preparado moldes
prismáticos revestidos com lona plástica para não haver absorção de água no
momento da moldagem, simulando um material metálico como os moldes de CP´s
cilíndricos, conforme a Figura 22 do subcapitulo 3.5, procedimentos de moldagem e
cura.
Todos os CP´s foram desmoldados e imersos ao tanque 48 horas após
moldagem.
Os CP´s prismáticos foram retirados do tanque 48 horas antes dos
ensaios de esclerometria, seguindo cronograma de procedimentos e recolocados em
seguida da execução dos ensaios, isso porque a umidade na face do corpo de prova
influência nos índices esclerométricos, conforme norma NBR7584, 2013, o ensaio
deve ser aplicado em face seca, livre de umidade, dentro dos espaçamentos
normatizados do ensaio, como vimos no subcapitulo 2.5, os CP´s cilíndricos serão
65

rompidos saturados.
Vale salientar que como eram peças menores que as vigas e mais leves,
mesmo respeitando dimensões mínimas para executar a esclerometria, colocamos
na prensa com uma carga aplicada, unicamente para deixar a peça rígida e evitar
qualquer efeito de ressonância ou vibração, na qual faz dissipar energia dos
impactos e consequentemente tirarmos leituras erradas no ensaio, vide Figura 35.

Figura 35 – Prismas com suas demarcações de leitura para execução de ensaio.

Fonte: Do autor (2018).

Nesta etapa foram moldados 18CP´s cilíndricos rompidos a compressão


axial e 3 CP´s prismáticos onde foram retiradas as leituras do ensaio esclerométrico
em 2 pontos, frente e verso do prisma. De posse de 2 resultados, foi feito a média
destes dois resultados considerando o IE efetivo a média entre o resultado das duas
faces.
Foram moldados com concretos de 3 diferentes teores de cimento (fator
a/c 0,40 – 0,55 – 0,70), em 3 idades, aos 14, 21 e 28 dias. Abaixo nas Figuras 36 e
37, vemos a demarcação do gabarito com os espaçamentos para 16 leituras e a
aplicação do ensaio sempre na horizontal, 90° da face.
66

Figura 36 – Demarcação dos pontos no gabarito de ensaio.

Fonte: Do autor (2018).

Figura 37 – Aplicação do ensaio de esclerometria.

Fonte: Do autor (2018).


67

3.7.1.1 Identificação das amostras, resultados parciais para a situação 1

Todos os CP´s cilíndricos foram identificados com as iniciais CU,


indicando cura úmida, seguido da letra C para CP´s cilíndricos (ex: CUC) e letra P
para CP´s prismáticos, “prismas” (ex: CUP), na sequencia adotamos o teor de
cimento e o número do corpo de prova a romper, no caso dos cilíndricos (ex: as 14
dias será a primeira idade a ensaiar, logo número da idade é 1), estabelecido pelas
datas, no caso dos corpos de provas prismáticos na qual apenas serão ensaiados a
esclerometria e não haverá descarte (os mesmos serão usados em todas as idades)
será apenas adotado o prefixo CUP seguido do teor do cimento.
Como exemplo, o primeiro corpo de prova cilíndrico com o fator a/c 0,40
que será rompido aos 14 dias será o CUC040-1 e o segundo CUC040-2.
Na Figura 38 vemos o corpo de prova CUC055-1 sendo rompido, ele foi o
primeiro a ser rompido das amostras com fator a/c 055, aos 14 dias.

Figura 38 – Corpo de prova cilíndrico rompido e sua identificação.

Fonte: Do autor (2018).


68

Abaixo no Quadro 10, segue a identificação dos CP´s cilíndricos usados


nesta situação 1, as datas respeitando o cronograma de ensaios, e os resultados do
ensaio de compressão axial para cada corpo de prova, foram moldados 18CP´s
cilíndricos rompidos a compressão, foram extraídos 6 a cada primeira betonada para
cada teor a/c, dividindo 2 para cada idade de rompimento, sendo o valor da amostra
o corpo de prova com maior resistência conforme norma NBR5739, 2007.

Quadro 10 – Identificação das amostras, idade e resistência do ensaio - Cura úmida - CP´s
cilíndricos.

Cura úmida – corpos de prova cilíndricos (10x20cm) – Ensaio de compressão axial

Fator a/c Identificação / Idade 14 dias 21 dias 28 dias


de rompimento

0,40 CUC040 CUC040-1 – 29,7 MPa CUC040-3 –17,0 MPa CUC040-5 – 30,3 MPa

CUC040-2 – 17,2 MPa CUC040-4 – 19,2 MPa CUC040-6 – 23,3 MPa

0,55 CUC055 CUC055-1 – 17,2 MPa CUC055-3 – 15,7 MPa CUC055-5 – 21,5 MPa

CUC055-2 – 20,1 MPa CUC055-4 – 16,5 MPa CUC055-6 – 15,4 MPa

0,70 CUC070 CUC070-1 – 11,3 MPa CUC070-3 – 9,0 MPa CUC070-5 – 17,6 MPa

CUC070-2 – 9,74 MPa CUC070-4 – 10,3 MPa CUC070-6 – 9,69 MPa

Fonte: Do autor (2018).

No Quadro 11 abaixo apresento as resistências de cada lote.

Quadro 11 – Resultados do ensaio a compressão de cura normatizada.


Cura úmida – corpos de prova cilíndricos (10x20cm) – Ensaio de compressão axial

Fator a/c Identificação / Idade 14 dias 21 dias 28 dias


de rompimento

0,40 CUC040 29,7 MPa 19,2 MPa 30,3 MPa

0,55 CUC055 20,1 MPa 16,5 MPa 21,5 MPa

0,70 CUC070 11,3 MPa 10,3 MPa 17,6 MPa

Fonte: Do autor (2018).


69

Os resultados aos 28 dias apresentaram resistências conforme abaixo:


-A/c 040 – 30,3 MPa
-A/c 055 – 21,5 MPa
-A/c 070 – 17,6 MPa
Percebesse no Quadro 8 que não houve crescimento aos 21 dias, ficarão
próximos ou abaixo dos 14 dias, o estudo de traço e roteiro foi seguido
criteriosamente pela ABCP, 2002, concretos dosados para resistência de:
-A/c 040 – 41 MPa
-A/c 055 – 27 MPa
-A/c 070 – 19 MPa
Os resultados apresentaram valores abaixo dos dosados, quanto maior
teor de água no traço, mais preciso foram os resultados.
O teor a/c 040 apresentou a resistência 26% mais baixa, o teor a/c 055
cerca de 20% enquanto o teor a/c 070 chegou muito próximo, apenas 7% abaixo do
valor dosado.
Uma série de fatores como moldagem nos corpos de prova, capeamento,
secagem dos materiais, que em alguns casos não foi possível secar em estufa pelo
grande volume de concreto a rodar para suprir a moldagem dos moldes possa ter
interferido na umidade do agregado principalmente o miúdo, levanto a aumentar o
teor de água no traço, salientasse que a temperatura de 22° no início da
concretagem subiu bastante, chegando próximo aos 35° nas ultimas betonadas,
talvez até justificando o motivo de quanto menor o teor de água no traço mais
preciso foram os resultados.
Vamos lembrar que o estudo de traço e fatores que possa interferir na
resistência do betão não é o foco deste estudo, os resultados obtidos servirão
apenas para fazer a correlação do índice esclerométrico, dureza superficial do
concreto com a resistência obtida nos ensaios de compressão.
Nos ensaios de esclerometria nos prismas, foram retiradas 16 leituras, na
face da frente e de traz do bloco, como vimos na Figura 28 nos subcapítulos
anteriores, apresentando dos IE médios.
Na identificação dos ensaios apenas adotamos para melhor organização
o prefixo CUP (cura úmida prisma) seguido do teor do cimento, e o número da
leitura, sendo 2 por idade e teor a/c.
No Quadro 12 abaixo, segue a identificação dos prismas usados nesta
70

situação 1, as datas respeitando o cronograma de ensaios, e os resultados do


ensaio de esclerometria para cada corpo de prova, foram moldados 3 prismas, todos
a cada primeira betonada para cada teor a/c.
Todos os ensaios esclerométricos foram criteriosamente seguidos
conforme NBR7584,2013, os ensaios de todos os pontos identificados e detalhados
você vê no Apêndice D deste trabalho.

Quadro 12 – Identificação das amostras e índices esclerométricos parciais - Cura úmida - CP´s
prismáticos.

Cura úmida – corpos de prova prismáticos (25x30x15cm) – Ensaio esclerometrico

Fator a/c Idade / Identificação 14 dias 21 dias 28 dias


e leituras do IE
médio ID / IE médios ID / IE médios ID / IE médios

0,40 CUP040 CUP040-1 / 33,39 CUP040-3 / 37,33 CUP040-5 / 37,04

CUP040-2 / 33,61 CUP040-4 / 37,45 CUP040-6 / 36,10

0,55 CUP055 CUP055-1 / 29,64 CUP055-3 / 32,17 CUP055-5 / 33,23

CUP055-2 / 29,61 CUP055-4 / 30,51 CUP055-6 / 33,00

0,70 CUP070 CUP070-1 / 25,22 CUP070-3 / 29,04 CUP070-5 / 31,01

CUP070-2 / 25,01 CUP070-4 / 28,76 CUP070-6 / 30,08

Fonte: Do autor (2018).

Para traçar uma curva de correlação foi correlacionado todos os índices


esclerométricos aos 28 dias com os resultados do ensaio de compressão axial aos
28 dias, através de regressão linear simples, no próximo capítulos detalhamos mais.
Para tratamento dos resultados, e maior facilidade para análise em
gráficos no próximo capitulo de resultados e considerações, em função dos índices
esclerométricos médios acima, arbitrariamente foi tirada a média dos resultados das
duas faces até para maior precisão, esses foram os IE efetivos, como vemos no
Quadro 13.
71

Quadro 13 – Índices esclerométricos efetivos.


Cura úmida – corpos de prova prismáticos (25x30x15cm) – Ensaio esclerométrico

Fator a/c Idade / Identificação 14 dias 21 dias 28 dias


/ IE efetivos.

0,40 CUP040 33,50 IE efet. 37,39 IE efet. 36,57 IE efet.

0,55 CUP055 29,62 IE efet. 31,31 IE efet. 33,11 IE efet.

0,70 CUP070 25,11 IE efet. 28,90 IE efet. 30,54 IE efet.

Fonte: Do autor (2018).

3.7.2 Situação 2 – De Obras, Cura Seca

Nesta situação foram expostas vigas, a temperatura ambiente, não


controlada, cura seca, simulando situações normais de obra.
Tendo como parâmetro a situação 1, na qual foram feitos ensaios em
CP´s com mesmas condições de cura e desmolde (cura normatizada), na qual foi
traçada uma nova curva para o aparelho através de regressão linear simples, nesta
situação foi avaliado alguns fatores que possam influenciar nos resultados de
esclerômetria, além da influência do fator a/c no índice esclerométrico, foi analisado
também tipos de formas diferentes, madeira seca de pinus e impermeável, forrada
com lona plástica e idades de desforma diferentes, desforma aos 7 e 21 dias.
As vigas foram desmoldadas em duas idades, aos 7 dias e aos 21 dias,
sendo expostas ao tempo até a última leitura dos ensaios de esclerômetria aos 28
dias. Conforme mostra na Figura 39, uma das vigas desformadas aos 7 dias e outra
aguardando desforma aos 21 dias.
72

Figura 39 – Viga csv040-p7 desmoldada aos 7 dias.

Fonte: Do autor (2018).

Nesta etapa foram retiradas leituras do ensaio esclerométrico em 9 vigas


e em 4 pontos cada, 2 pontos na face longitudinal uma em cada lado, frente e verso
da viga (Figura 40), e 2 pontos na seção transversal, de maior inércia, nos 2
extremos, totalizando 4 pontos de 9 impactos para cada ensaio.
No caso das vigas, diferente dos prismas, como foi optado por também
retirar leituras em região de maior inércia, rigidez da peça, a seção transversal,
possibilitou o ensaio com espaçamento apenas para 9 impactos, sendo assim para
não haver diferenças de leituras nos pontos optou-se por 9 impactos em todas as 4
faces, mesmo a seção longitudinal possibilitando leituras de mais impactos.
Foram moldadas vigas com 3 diferentes traços de concreto, como na
situação anterior (fator a/c 0,40 – 0,55 – 0,70), ensaiados a esclerômetria em 3
idades, aos 14, 21 e 28 dias.
Como segundo norma NBR7584 (2013) as faces a ensaiar esclerômetria
devem estar secas ao ar, livre de umidade, por motivos de mal tempo, correndo risco
de ter que adiar o segundo ensaio aos 21 dias, no 19° dia as vigas foram deslocadas
para o interior do laboratório, para assegurarmos plenas condições de executar os
ensaios sem contratempos, como vemos também na Figura 40.
73

Figura 40 – Gabarito da execução da esclerometria na face longitudinal da viga.

Fonte: Do autor (2018).

Nesta fase como também foi avaliado a idade de desforma, 3 das 9 vigas
foram apenas desformadas aos 21 dias, as formas para esta análise da idade de
desforma foi também de madeira seca, pinus, para termos condições similares para
fazer algum tipo de análise da influência do tempo de desforma, para este caso
apenas iremos retirar leituras esclerométricas aos 21 e 28 dias, após desforma,
seguindo cronograma dos procedimentos de ensaios.
A outra análise, 6 vigas foram desformadas aos 7 dias e foram moldadas
também em madeira seca de pinus e em formas impermeabilizadas com lona
plástica, como vimos na Figura 22, simulando uma forma metálica, uma de cada
para cada um dos 3 traços, totalizando 6 vigas, além de termos parâmetros para
comparar a mesma forma desformada aos 7 e 21 dias (de pinus seca) a forma
impermeável foi um outro fator a discutir neste programa experimental, desformada
aos 7 dias também para podermos ter comparações de resultados.
74

3.7.2.1 Identificação das amostras, resultados parciais para a situação 2

Todos os corpos de prova e de vigas têm suas iniciais CS, indicando cura
seca, seguido da letra V para vigas (ex: CSV), na sequencia adoto o teor de cimento
e o número do corpo de prova a ensaiar, estabelecido pelas datas.
As vigas na qual apenas foram ensaiadas a esclerometria e não houve
descarte (os mesmos foram usados em todas as idades) foi adotado o prefixo CSV
seguido do teor do cimento, o tipo de forma, foi adotado P (permeável) para forma
de madeira pinus e I (impermeável) para forma forrada com lona, impermeável, e a
data de desforma, 7 para vigas desformadas aos 7 dias e 21 para vigas
desformadas aos 21 dias.
Como exemplo para melhor entendimento da identificação dos ensaios, a
viga concretada em forma de madeira seca desformada aos 7 dias, com o fator a/c
0,55 que será tirada a leitura no primeiro ponto aos 28 dias será a CSV055-P7-9 (9
pois aos 14 foram tiradas leituras em 4 pontos, aos 21 mais 4 leituras, este será o
primeiro aos 28, logo 4+4+1= 9).
Abaixo nos Quadros 14,15 e 16 segue a identificação das vigas e dos
pontos de ensaios, idade de ensaios, respeitando o cronograma de procedimentos
adotado para este estudo e resultados dos índices esclerométricos médios de cada
ponto.
Nesta fase foram moldadas 9 vigas (15x30x100cm).
Todos os ensaios esclerométricos foram criteriosamente seguidos
conforme NBR7584,2013, os ensaios de todos os pontos identificados e detalhados
você vê no Apêndice D deste trabalho.
75

Quadro 14 – Identificação das amostras – IE´s- Cura seca – vigas permeáveis.


Cura seca – vigas permeáveis (15x30x100cm) – Ensaio esclerométrico – desforma aos 7 dias

Fator a/c Identificação/ Idade/ 14 dias 21 dias 28 dias


leituras do IE médios
cada ponto. ID / IE médios ID / IE médios ID / IE médios

0,40 CSV040 CSV040-P7-1 / 37,9 CSV040-P7-5/ 39,8 CSV040-P7-9/ 39,6

CSV040-P7-2 / 36,1 CSV040-P7-6/ 37,9 CSV040-P7-10/ 38,0

CSV040-P7-3 / 35,6 CSV040-P7-7/ 37,2 CSV040-P7-11/ 35,6

CSV040-P7-4 / 35,8 CSV040-P7-8/ 36,0 CSV040-P7-12/ 38,7

0,55 CSV055 CSV055-P7-1/ 37,3 CSV055-P7-5/ 36,3 CSV055-P7-9/ 39,4

CSV055-P7-2/ 34,9 CSV055-P7-6/ 37,0 CSV055-P7-10/ 37,9

CSV055-P7-3/ 35,2 CSV055-P7-7/ 37,8 CSV055-P7-11/ 37,7

CSV055-P7-4/ 35,6 CSV055-P7-8/ 34,8 CSV055-P7-12/ 36,5

0,70 CSV070 CSV070-P7-1/ 28,7 CSV070-P7-5/ 30,4 CSV070-P7-9/ 33,4

CSV070-P7-2/ 29,9 CSV070-P7-6/ 30,0 CSV070-P7-10/ 32,3

CSV070-P7-3/ 29,4 CSV070-P7-7/ 29,9 CSV070-P7-11/ 31,2

CSV070-P7-4/ 29,2 CSV070-P7-8/ 30,1 CSV070-P7-12/ 31,0

Fonte: Do autor (2018).


76

Quadro 15 – Identificação das amostras- IE`s-Cura seca – vigas impermeáveis.


Cura seca – vigas impermeáveis (15x30x100cm) – Ensaio esclerométrico – desforma aos 7 dias

Fator a/c Identificação/ Idade/ 14 dias 21 dias 28 dias


leituras do IE
médios cada ponto. ID / IE médios ID / IE médios ID / IE médios

0,40 CSV040 CSV040-I7-1/ 37,2 CSV040-I7-5/ 37,2 CSV040-I7-9/ 37,2

CSV040-I7-2/ 36,3 CSV040-I7-6/ 36,8 CSV040-I7-10/ 37,8

CSV040-I7-3 / 40,6 CSV040-I7-7/ 37,6 CSV040-I7-11/ 40,4

CSV040-I7-4 / 36,2 CSV040-I7-8/ 43,3 CSV040-I7-12/ 40,9

0,55 CSV055 CSV055-I7-1/ 31,9 CSV055-I7-5/ 37,5 CSV055-I7-9/ 35,1

CSV055-I7-2/ 31,6 CSV055-I7-6/ 34,9 CSV055-I7-10/ 36,0

CSV055-I7-3/ 33,4 CSV055-I7-7/ 35,6 CSV055-I7-11/ 40,8

CSV055-I7-4/ 31,8 CSV055-I7-8/ ERRO CSV055-I7-12/ 38,6

0,70 CSV070 CSV070-I7-1/ 29,0 CSV070-I7-5/ 30,9 CSV070-I7-9/ 31,6

CSV070-I7-2/ 28,3 CSV070-I7-6/ 32,0 CSV070-I7-10/ 31,0


CSV070-I7-7/ 32,5
CSV070-I7-3/ 32,4 CSV070-I7-11/ 36,2
CSV070-I7-8/ 35,4
CSV070-I7-4/ 32,4 CSV070-I7-12/ 36,7

Fonte: Do autor (2018).


77

Quadro 16 – Identificação das amostras-IE´s- Cura seca – vigas permeáveis, desforma aos 21 dias.
Cura seca – vigas permeáveis (15x30x100cm) – Ensaio esclerométrico – desforma aos 21 dias.

Fator a/c Identificação/ Idade/ 14 dias 21 dias 28 dias


leituras do IE médios
cada ponto. ID / IE médios ID / IE médios ID / IE médios

0,40 CSV040 CSV040-P21-5/ 36,7 CSV040-P21-9/ 39,2

CSV040-P21-6/ 37,9 CSV040-P21-10/ 36,8


x
CSV040-P21-7/ 36,6 CSV040-P21-11/ 36,1

CSV040-P21-8/ 36,7 CSV040-P21-12/ 34,0

0,55 CSV055 CSV055-P21-5/ 29,2 CSV055-P21-9/ 31,55


x
CSV055-P21-6/ 33,7 CSV055-P21-10/ 36,8

CSV055-P21-7/ 32,8 CSV055-P21-11/ 35,5

CSV055-P21-8/ 32,3 CSV055-P21-12/ 35,7

0,70 CSV070 CSV070-P21-5/ 32,5 CSV070-P21-9/ 36,0


x
CSV070-P21-6/ 26,3 CSV070-P21-10/ 34,1

CSV070-P21-7/ 29,4 CSV070-P21-11/ 31,7

CSV070-P21-8/ 28,1 CSV070-P21-12/ 29,6

Fonte: Do autor (2018).

Para tratamento dos resultados, e maior facilidade para análise em


gráficos do capitulo a seguir, resultados e considerações, em função dos índices
esclerométricos médios dos quadros acima, arbitrariamente foi tirada a média dos
resultados dos 4 pontos, para maior precisão, foram descartados índices médios
(em vermelho) que resultasse em 10% para mais ou menos da média dos 4
resultados, segundo norma, isso aplicamos nas leituras individuais, porem
arbitrariamente para deixar resultados mais precisos foi excluído estes índices
esclerométricos médios com maior discrepância dos resultados reais.
A média dos índices esclerométricos médios foram denominados IE
efetivos, como vemos nos Quadros 17, 18 e 19.
78

Quadro 17 – Índices esclerométricos efetivos, vigas permeáveis, desforma aos 7 dias.


Cura seca – vigas permeáveis (15x30x100cm) – Ensaio esclerométrico – desforma aos 7 dias.

Fator a/c Idade/ Identificação/ 14 dias 21 dias 28 dias


IE efetivos

IE efet. IE efet. IE efet.

0,40 CSV040-P7 36,39 37,77 38,03

0,55 CSV055-P7 35,79 36,53 37,91

0,70 CSV070-P7 29,35 30,13 32,02

Fonte: Do autor (2018).

Quadro 18 – Índices esclerométricos efetivos, vigas impermeáveis, desforma aos 7 dias.


Cura seca – vigas impermeáveis (15x30x100cm) – Ensaio esclerométrico – desforma aos 7 dias.

Fator a/c Idade/ Identificação/ 14 dias 21 dias 28 dias


IE efetivos

IE efet. IE efet. IE efet.

0,40 CSV040-I7 37,64 37,27 39,15

0,55 CSV055-I7 32,24 36,03 37,66

0,70 CSV070-I7 30,59 32,75 33,91

Fonte: Do autor (2018).

Quadro 19 – Índices esclerométricos efetivos, vigas permeáveis, desforma aos 21 dias.


Cura seca – vigas permeáveis (15x30x100cm) – Ensaio esclerométrico – desforma aos 21 dias.

Fator a/c Idade/ Identificação/ 14 dias 21 dias 28 dias


IE efetivos

IE efet. IE efet. IE efet.

0,40 CSV040-P21 x 37,03 36,56

0,55 CSV055-P21 x 32,04 36,02

0,70 CSV070-P21 x 29,11 32,87

Fonte: Do autor (2018).


79

3.8 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.8.1 Situação 1 – De Laboratório, Cura Normatizada

3.8.1.1 Nova curva de correlação

Nesta situação foram analisados corpos de provas cilíndricos rompidos a


compressão e prismas ensaiados a esclerometria, em cura normatizada, nas
mesmas condições de temperatura para podermos traçar uma nova curva de
correlação entre o índice esclerométrico e a resistência a compressão,
correlacionando resultados obtidos, a fim de dar uma maior precisão as estimativas
de resistência pela dureza superficial do concreto no uso deste aparelho.
Abaixo no Gráfico 1, vemos o crescimento da resistência do concreto para
cada teor de a/c, no ensaio de compressão axial. Percebesse que aos 21 dias os
resultados não apresentaram crescimento, inclusive no caso do fator a/c 040 houve
uma queda, tal fato pode ter ocorrido por falha na moldagem dos corpos de prova, já
que seguiu em um comportamento normal, de crescimento, aos 28 dias.

Gráfico 1 – Crescimento da resistência.

Fonte: Do autor (2018).

No Gráfico 2, vemos o crescimento da dureza superficial do concreto para


cada teor de a/c, no ensaio de esclerometria.
80

Gráfico 2 – Crescimento dos IE´s.

Fonte: Do autor (2018).

Para fazer a correlação dos resultados obtidos, foi coletado 6 resultados


aos 28 dias de cada ensaio, a resistência a compressão efetiva aos 28 dias no
ensaio a compressão axial, este dobramos, mais os 6 IE médios do ensaio de
esclerometria, precisão neste caso não usamos o efetivo que foi a média.
Estes dados já vimos no capítulo anterior e vemos abaixo no Quadro 20,
foram usados para traçarmos a nova curva por regressão linear simples, usando 6
dados.
Não se optou por usar mais dados em função dos comportamentos das
resistências nos ensaios de compressão aos 21 dias, na qual não houve
crescimento significativo da resistência embora a dureza superficial crescesse
gradativamente, nos levando a uma correlação errada. Para maior precisão usou-se
dados de apenas uma data, aos 28 dias.
81

Quadro 20 – Dados para correlação.

Fonte: Do autor (2018).

Na Tabela 4 a estatística da regressão linear simples foi aplicada para


traçarmos a nova curva.

Tabela 4 – Estatística da regressão linear simples.

Fonte: Do autor (2018).

Na equação que tende a curva, perceba no Gráfico 3 que o coeficiente


interseção é a variável “B”, e o variável x1 é a variável “M” da Tabela 4, na qual
chegamos pela regressão linear simples.
Abaixo no Gráfico 3, apresento a correlação chegada, representada por
uma curva exponencial, analisado por dados extraídos deste trabalho, e a tendência
de crescimento linear da correlação no Gráfico 4, há de considerar que a coleta das
leituras pelo esclerômetros foram todos na horizontal, sem qualquer coeficiente de
reajuste em função gravitacional, portanto, está curva deve ser apenas utilizada para
uma correlação na aplicação do aparelho na horizontal.
82

Gráfico 3 – Correlação do estudo.

Fonte: Do autor (2018).

Gráfico 4 – Tendência de crescimento linear da correlação.

Fonte: Do autor (2018).

Fazendo uma comparação com a curva do aparelho na qual vimos na


Figura 13 deste trabalho, houve uma significativa precisão nos resultados.
Citando como exemplo a viga CSV040-P7, aos 28 dias que apresentou o
IE efetivo de 38,03, correlacionando com a curva do aparelho obtemos uma
correlação de +- 37 MPa, aplicando em nossa curva chegamos a 32,77 MPa de
estimativa, um erro de apenas 8% e muito mais próximo da resistência do ensaio de
compressão axial nesta data na qual resultou em 30,3 MPa.
Um outro exemplo a aplicarmos a nova curva, a viga CSV070-P7, aos 14
83

dias apresentou IE efetivo de 29,35, correlacionando com a curva do aparelho


obtemos uma correlação de +- 23 MPa, resultado este com um erro maior que o
dobro na estimativa, aplicando em nossa curva chegamos a 14,69 MPa de
estimativa, cerca de 30% de erro, resultado este, muito mais próximo da resistência
do ensaio de compressão axial na qual resultou em 11,3 MPa.
Abaixo no Quadro 21, um comparativo entre a estimativa usada entre a
nova curva e a fornecida pelo aparelho, nas vigas de desforma aos 7 dias
permeáveis.

Quadro 21 – Comparativo entre curva do estudo e do aparelho.


14 dias 28 dias
Identificação/ idade res.estimada Curva do Compressão res.estimada Curva do Compressão
res. Estimada pela nova aparelho (MPA) / axial FCJ pela nova curva aparelho (MPA) axial FCJ
curva (MPa) dispersão % (MPa) (MPa) / dispersão % (MPa)

CSV040-P7 29,36 34,00 >15% 29,7 32,78 37>12% 30,3


CSV055-P7 28,11 33,00 >17% 20,1 32,53 36,5>12% 21,5
CSV070-P7 14,69 22,00 >50% 11,3 20,25 26,5>25% 17,6

Fonte: Do autor (2018).

Percebeu-se que a nova curva do estudo tem uma maior precisão que a
curva de correlação do aparelho, onde em média as curvas do aparelho elevaram os
índices esclerométricos de 15 a 25%. A curva do estudo na qual foi traçada,
apresentaram índices que levaram a uma estimativa da resistência a compressão do
concreto mais coerente em todas as situações.

3.8.2 Situação 2 – De Obras, Cura Seca

A influência da porosidade nos índices esclerométricos avaliando tipos de


forma e traços de concreto diferentes, situação de laboratório, exclusivamente foi
desenvolvida para traçarmos a curva do aparelho, tendo parâmetros precisos,
curados nas mesmas condições com os traços estabelecidos na qual chegamos a
uma curva mais coerente e precisa que a do aparelho.
Neste subcapitulo foram avaliados fatores que possam influenciar na
precisão da leitura e consequentemente levando ao erro no momento de estimar a
resistência através de correlações, lembrando que mesmo a curva de correlação
84

mais precisa não apresentará resultados confiáveis se a leitura dos índices


esclerométricos apresente índices falhos.
Abaixo nos Gráficos 5 e 6 é apresentado o comportamento do
crescimento da dureza superficial nas formas permeáveis e impermeáveis para
todos os 3 traços.

Gráfico 5 – Crescimento dos IE´s em forma permeável.

Fonte: Do autor (2018).


85

Gráfico 6 – Crescimento dos IE´s em forma impermeável.

Fonte: Do autor (2018).

Dos gráficos acima foram desenvolvidos os Quadros 22, 23, 24 e 25 abaixo,


com comparações entre a resistência a compressão dos CP´s cilindricos x estimativa
da resistência do concreto atravéz da esclerômetria, aplicando a nova curva e a
margem de erro do ensaio, como visto no subcapitulo anterior, a nova curva
apresenta uma margem de erro consideravelmente menor que a do aparelho.

Quadro 22 – Resistência estimada pelo esclerômetro x resistência a compressão dos CP´s, vigas
com formas impermeáveis.
14 dias 21 dias 28 dias
Idade/
Identificação/ res. res. estimada Compressão res. estimada Compressão res. estimada Compressão

Estimada pela nova curva axial FCJ pela nova curva axial FCJ pela nova curva axial FCJ
(MPA) (MPA) (MPA) (MPA) (MPA) (MPA)

CSV040-I7 31,96 29,7 31,19 19,2 35,11 30,3


CSV055-I7 20,71 20,1 28,61 16,5 32,00 21,5
CSV070-I7 17,27 11,3 21,77 10,3 24,19 17,6

Fonte: Do autor (2018).


86

Quadro 23 – Margem erro vigas com formas impermeáveis %.


Idade/ Identificação/ % 14 dias 21 dias 28 dias
erro % erro estimativa % erro estimativa % erro estimativa

CSV040-I7 7% 62% 15%


CSV055-I7 2% 72% 48%
CSV070-I7 52% 111% 37%

Fonte: Do autor (2018).

Quadro 24 – Resistência estimada pelo esclerômetro x resistência a compressão dos CP´s, vigas
com formas permeáveis.

14 dias 21 dias 28 dias


Idade/ Identificação/ res. estimada Compressão res. estimada Compressão res. estimada Compressão
res. Estimada pela nova curva axial FCJ pela nova curva axial FCJ pela nova curva axial FCJ
(MPA) (MPA) (MPA) (MPA) (MPA) (MPA)

CSV040-P7 29,36 29,7 32,23 19,2 32,78 30,3

CSV055-P7 28,11 20,1 29,65 16,5 32,53 21,5

CSV070-P7 14,69 11,3 16,31 10,3 20,25 17,6

Fonte: Do autor (2018).

Quadro 25 – Margem erro vigas com formas permeáveis %.


Idade/ Identificação/ % 14 dias 21 dias 28 dias
erro % erro estimativa % erro estimativa % erro estimativa

CSV040-P7 -1% 67% 8%


CSV055-P7 39% 79% 51%
CSV070-P7 30% 58% 15%

Fonte: Do autor (2018).

3.8.2.1 Influência da porosidade nos índices esclerométricos avaliando tempo


de desforma

Nesta proposta, foi analisar a influência do tempo de desforma nos


índices esclerométricos, se haveria diferenças significativas na dureza e
consequentemente na leitura dos índices esclerométricos.
87

Abaixo no Gráfico 7 abaixo, é apresentado o comportamento do


crescimento da dureza superficial na desforma aos 21 dias, neste caso foi usado
formas permeáveis, de madeira seca, pinus, tendo como parâmetro de comparação
as vigas com formas permeáveis desformadas aos 7 dias, que vimos no subcapitulo
anterior, também em 3 traços diferentes.

Gráfico 7 – Crescimento dos IGráfico 8E´s em formas permeáveis desformadas aos 21 dias.

Fonte: Do autor (2018).

No Quadro 26 e no Gráfico 8, você percebe as comparações entre os


índices esclerométricos entre o tempo de desforma para todos os 3 traços deste
estudo.
88

Quadro 26 – Quadro comparativo, tempo de desforma para todos os traços.


21 dias 28 dias
Identificação/ idade IE médios IE médios

CSV040-P7 37,77 38,03


CSV040-P21 37,03 36,56
CSV055-P7 36,53 37,91
CSV055-P21 32,04 36,02
CSV070-P7 30,13 32,02
CSV070-P21 29,11 32,87

Fonte: Do autor (2018).

Gráfico 8 – Gráfico comparativo, tempo de desforma para todos os traços.

Fonte: Do autor (2018).

Percebesse pelos dados e melhor no gráfico acima que não houve


diferenças expressivas no tempo de desforma de 7 para 21 dias, a desforma aos 21
dias apresentou resultados levemente menores, salvo a primeira leitura aos 21 dias
do traço com fator a/c 055, desforma aos 21 (CSV055-P21), que apresentou índices
esclerométricos bem menores.
89

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo serão apresentadas as conclusões e recomendações para


trabalhos futuros.

4.1 CONCLUSÕES

O ensaio esclerométrico tem uma boa precisão para aplicação em obras,


desde que a curva de correlação utilizada seja traçada através de estudos
considerando diferentes traços e condições de cura, uma série de fatores pode
interferir na precisão deste ensaio, desde fatores acima citados como erro na
aplicação, erros nas leituras em caso de aparelhos analógicos etc.
Como a curva de correlação proposta neste trabalho foi obtida com
poucos dados, não foi possível realizar um estudo estatístico mais amplo, mesmo
assim a precisão na correlação da curva do estudo foi consideravelmente mais
coerente que a correlação com a curva do aparelho, isso foi demonstrado em
gráficos e quadros.
Percebeu-se pelos resultados do capitulo anterior, que a resistencia do
concreto a compressão cresce muito pouco no intervalo de 14 aos 21 dias, quase
que há uma estabilização, porém a dureza superficial do betão continua crescendo
linearmente mesmo que a resistência sofra um “repouso” nesta idade, levando a
fazer leituras de falsos indices esclerômétricos.
Todos índices esclerômétricos médios apresentaram comportamento de
crescimento da dureza superficial até sua ultima data de ensaio aos 28 dias.
Em praticamente todos os ensaios as estimativas da resistência a
compressão foram maiores que os ensaios de compressão axial.
As formas impermeáveis apresentaram índices esclerométricos maiores,
elas oferecem um melhor acabamento que a forma permeável de pinús, essa
camada endurecida fornece índices de reflexão maiores, este comportamento segue
o que vimos na revisão bibliográfica, conforme ACI 228.IR89 (1989) o mesmo ocorre
quando a superfície possui uma textura áspera, a qual induz a resultados menores
do que se fosse polida.
O tempo de desforma demonstrou que não houve diferenças expressivas
no intervalo de desforma de 7 para 21 dias, a desforma aos 21 dias forneceu índices
90

esclerométricos um pouco menores.


Se tratando dos traços, percebesse nos quadros acima que o fator de
menor consumo de água, fator a/c 040, ofereceu os resultados mais precisos, mas
os demais teores não apresentaram o mesmo comportamento nesta ordem, tanto o
teor a/c 055 quanto o 070, obtiveram margens de erros próximas, levando a
considerar que quanto mais consistente e menor for o fator a/c, menos água sera
absorvida por quaisquer formas permeáveis levando a deixar uma superficie menos
porosa, consequentemente levando a correlações mais coerentes.
Vimos na revisão bibliográfica, Bungey e Millard (1996) referem que
mesmo para provetes de ensaio realizados em laboratório, curados e ensaiados em
condições idênticas aos provetes utilizados para calibração é pouco provável que a
resistência possa ser estimada com um erro inferior a 15%, em betões até três
meses de idade. No caso da avaliação da resistência de um betão “in-loco”, mesmo
que se proceda à correção de algumas variáveis que possam ser diferentes das
condições de calibração, é pouco provável que o valor médio da resistência possa
ser estimado com um erro inferior a ± 25%.
Foi visto no trabalho que as margens do estudo ficaram dentro da
bibliografia de Bungey e Millard (1996), salvo o fator de a/c 040 que ficou com uma
margem de erro bem pequena, as demais ultrapassaram 25% de erro.
Como descrito na NBR7584 (2013), ela recomenda o uso de curvas
coerentes para a correlação entre a dureza superficial x resistência a compressão do
concreto, vimos estatisticamente que houve diferenças entre 15 a 25 % da curva do
estudo pela fornecida do aparelho, sendo a do estudo a com maior acurácia na
estimativa.

4.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

 Realizar ensaios a compressão em testemunhos extraídos da própria


peça a ser analisada a esclerometria.
 Expor as peças a ensaiar a esclerometria a variadas temperaturas de
cura, em estufa, simulando situações de temperaturas mais extremas.
 Estudo estatístico para plotagem de curva com mais teores de a/c a ser
analisado, obtendo mais dados será mais precisa a curva, e se possível,
combinando com variações de temperatura conforme mencionado acima.
91

 Ensaiar peças em outras idades, ex., 60, 90 dias, analisando o


comportamento da dureza x resistência e outras idades.
92

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96

APÊNDICE A – RELATÓRIO DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇAO,


AGREGADOS MIÚDOS
97
98

APÊNDICE B – RELATÓRIO DE ENSAIOS DE CARACTERIZAÇAO,


AGREGADOS GRAÚDOS
99
100

APÊNDICE C – MEMÓRIA DE CÁLCULO PARA DOSAGEM DO


CONCRETO
101

CONCRETO FATOR A/C 040

- Dosagem por m³ de concreto:


- Fator= a/c 0,40
- Ca= 205 l/m³

 Consumo cimento
Cc=Ca/ac
Cc=205/0,40 = 512 kg/m³

 MF areia = 3,25 / Vc=0,630

 Consumo brita
Cb= Vc x Massa unit. Brita
Cb= 0,630 x 1554,20= 979,15 kg/m³

 Volume de areia
Vm= 1-((Cc/dens.cimento)+(Cb/dens.brita)+(Ca/dens.água))
Vm= 0,293 kg/m³

 Consumo de areia
CA = Vm x dens. Areia
CA = 0,293 x 2440 = 714,92 kg/m³
102

CONCRETO FATOR A/C 055

- Dosagem por m³ de concreto:


- Fator= a/c 0,55
- Ca= 205 l/m³

 Consumo cimento
Cc=Ca/ac
Cc=205/0,55 = 372,72 kg/m³

 MF areia = 3,25 / Vc=0,630

 Consumo brita
Cb= Vc x Massa unit. Brita
Cb= 0,630 x 1554,20= 979,15 kg/m³

 Volume de areia
Vm= 1-((Cc/dens.cimento)+(Cb/dens.brita)+(Ca/dens.água))
Vm= 0,338 kg/m³

 Consumo de areia
CA = Vm x dens. Areia
CA = 0,338 x 2440 = 824,72 kg/m³
103

CONCRETO FATOR A/C 070

- Dosagem por m³ de concreto:


- Fator= a/c 0,70
- Ca= 205 l/m³

 Consumo cimento
Cc=Ca/ac
Cc=205/0,70 = 292,85 kg/m³

 MF areia = 3,25 / Vc=0,630

 Consumo brita
Cb= Vc x Massa unit. Brita
Cb= 0,630 x 1554,20= 979,15 kg/m³

 Volume de areia
Vm= 1-((Cc/dens.cimento)+(Cb/dens.brita)+(Ca/dens.água))
Vm= 0,364 kg/m³

 Consumo de areia
CA = Vm x dens. Areia
CA = 0,364 x 2440 = 888,16 kg/m³
104

APÊNDICE D – PLANILHAS DE ENSAIOS ESCLERÔMÉTRICOS DO


ESTUDO
105

ESCLERÔMETRIA - PRISMAS
106
107
108
109

ESCLERÔMETRIA – VIGAS DESFORMADAS AOS 7 DIAS


110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127

ESCLERÔMETRIA – VIGAS DESFORMADAS AOS 21 DIAS


128
129
130
131
132
133

APÊNDICE E – LAUDO DE ENSAIO A COMPRESSÃO DO ESTUDO


134
135
136
137

ANEXO A – CERTIFICADO DE AFERIÇÃO ESCLERÔMETRICA


138

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