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C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 45

Leis de Newton – Módulos


67 – Trabalho: energia em trânsito 77 – Impulso e quantidade
68 – Teorema da energia cinética de movimento
69 – Método gráfico para 78 – Teorema do impulso
o cálculo do trabalho 79 – Cálculo do impulso
70 – Potência mecânica média pelo método gráfico
71 – Potência mecânica
80 – Sistemas isolados
instantânea
81 – Colisões mecânicas
72 – Energia mecânica
73 – Energia potencial elástica 82 – Exercícios
74 – Sistemas conservativos 83 – Leis de Kepler
75 – Exercícios e suas aplicações
76 – Exercícios 84 – Lei da gravitação universal
Energia,
a matéria-prima da vida.

67 Trabalho: energia em trânsito • Trabalho • Energia

Você já deve ter ouvido a frase: corpo para outro ou transformar energia mecânica de um
tipo para outro.
ENERGIA NÃO PODE SER CRIADA NEM DESTRUÍDA,
MAS APENAS TRANSFORMADA. Assim, se você está segurando um pesadíssimo ob-
jeto sem se deslocar, não haverá realização de trabalho
O conceito de energia é bem intuitivo para nós, po- porque não houve nem transferência nem transforma-
rém muito difícil de ser definido. ção de energia mecânica, não importando o cansaço que
Apenas sabemos que no mundo de alta tecnologia você está sentindo.
em que vivemos a ideia de energia e de suas fontes é de Trabalho e Calor são formas de energia em trânsito
relevante importância. e do ponto de vista físico a diferença está no tipo de
A energia pode estar localizada em um corpo ou em energia que está em trânsito.
trânsito de um corpo para outro. Calor está ligado ao trânsito de energia térmica en-
São exemplos de energia localizada: a energia térmi- tre dois corpos motivado por uma diferença de tempe-
ca, a energia potencial gravitacional, a energia cinética (li- ratura entre eles. Trabalho está ligado ao trânsito de
gada ao movimento), a energia potencial elástica, entre energia mecânica provocado por uma força.
outras.
São três as formas de energia em trânsito: 1. Conceitos de
O calor, estudado na Termologia, o trabalho, estu-
dado na Dinâmica e a energia radiante transportada pe- energia e trabalho
las ondas eletromagnéticas, estudadas na Ondulatória.
Conceitua-se ENERGIA como aquilo que nos capa-
O conceito de trabalho na Física é bem distinto da cita a realizar tarefas, tais como: levantar um corpo, ar-
ideia de trabalho na nossa vida cotidiana. remessar uma pedra, subir uma escada, preparar alimen-
Na Física não existe, por exemplo, a ideia de trabalho tos, movimentar um carro etc.
intelectual. A energia necessária para realizar as tarefas é prove-
A ideia de trabalho na Física pressupõe a presença niente de algum combustível, como, por exemplo: car-
de uma força que vai transferir energia mecânica de um vão, gasolina, alimentos etc.

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A energia pode manifestar-se sob diversas modalida-


des: a energia mecânica (do tipo potencial e do tipo ciné-
2. Trabalho de
tica), a energia elétrica, a energia química, a energia tér- uma força constante
mica, a energia radiante etc. →
Consideremos uma força constante F atuando em
A energia pode transferir-se de um corpo para outro um corpo que se desloca de A para B, conforme a figura.
ou ainda pode transformar-se de uma modalidade em
outra.
Para se medir a energia transferida ou transformada
com o conhecimento da força utilizada e do deslo-
camento do corpo, usamos o conceito de trabalho.
Assim:

Trabalho é uma medida da energia mecânica trans- Admitamos que a força F tenha mesma direção e

ferida ou transformada por uma força. sentido do deslocamento AB.

O trabalho realizado pela força F, ao longo do deslo-

camento AB, é dado pelo produto da intensidade da
Exemplificando
força (F) pela extensão do deslocamento (d).
Quando erguemos um corpo, o trabalho realizado
pelas nossas forças musculares é medido pela ENERGIA τF = F . d
MECÂNICA TRANSFERIDA para o corpo.
Quando um corpo está em queda livre, o trabalho
realizado pelo seu peso é medido pela ENERGIA ME-
CÂNICA TRANSFORMADA, isto é, pela energia mecâ-
nica potencial, que se transforma em energia mecânica
cinética.
Quando a força de atrito é usada para deter um cor-
po em movimento, o trabalho do atrito é medido pela
ENERGIA TRANSFORMADA da forma mecânica para a
forma térmica.
A energia pode, ainda, ser transferida de um corpo
para outro, por outros meios que não o trabalho, como,
por exemplo, pelo calor e por ondas eletromagnéticas.

! O Destaque Se a força constante F tiver direção→diferente da do



deslocamento AB , o trabalho da →
força F corresponderá
JAMES PRESCOTT JOULE ao trabalho da componente de F na direção do desloca-

mento AB. Tal componente é chamada de componente

Muitos homens foram útil ou eficaz: Fútil.
importantes para que se
compreendesse o que é τF = τF = Fútil . d
útil
energia. Um deles nasceu
em 1818 na Inglaterra, Ja- Da figura, tiramos que:
mes Prescott Joule.
Fútil
Rico industrial, Joule ti- cos  = –––– ⇒ Fútil = F cos 
nha a Física como pas- F
satempo, mas era extrema-
mente rigoroso na precisão
Portanto: τF = (F cos ) . d
de suas medidas. Realizou três experiências muito
importantes para demonstrar a conversibilidade das
várias "formas" de energia conhecidas na sua época.
Ou ainda: τF = F . (d . cos )
Determinou, com excelente precisão, com os
recursos de que dispunha em seu tempo, a corres-
pondência entre a energia térmica e a energia me- →
cânica. Mostrou que uma corrente elétrica percor- "O trabalho de uma força constante F, ao longo de

rendo um condutor metálico dissipa calor. um deslocamento AB, é dado pelo produto do
Após sua morte, em 1889, Joule foi homena- módulo da força (F), pelo módulo do desloca-
geado por suas descobertas, sendo atribuído o seu mento (d), pelo cosseno do ângulo () formado
→ →
nome à unidade de energia no Sistema Internacional entre a força F e o deslocamento AB."
de Unidades.

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→ →
3. Notas importantes Assim, a definição de trabalho τF = | F | | AB | cos 
→ pode ser reescrita nas formas que se seguem:
• Se a força F não for constante, a definição de traba-
lho é feita com o uso de Matemática superior, por meio → →
τ = | F | proj (AB )
de uma função chamada integral. F
→ →
• Trabalho é uma grandeza escalar, pois, em sua defi- τ = (AB )proj F
F
nição, não há envolvimento de direção. Observe que,
→ → →
embora a força F e o deslocamento AB sejam grandezas • A componente centrípeta da força resultante (Fcp)
vetoriais, tomamos, na definição de trabalho, apenas os nunca realiza trabalho, pois é continuamente perpen-
seus módulos. dicular à trajetória ( = 90° e cos  = 0).
• O sinal do τ, dado pelo cos , vai indicar se a força
→ A componente centrípeta é usada tão somente para
F favorece o movimento (τ > 0) ou se se opõe ao movi- curvar a trajetória, não fazendo trânsito ou transformação
mento (τ < 0). de energia mecânica.

• O trabalho de uma força constante não depende da • A componente tangencial da força resultante (Ft)
trajetória descrita entre os pontos A e B (partida e che- realiza trabalho positivo quando é usada para acelerar o
gada). corpo (módulo da velocidade aumenta) e realiza trabalho
• Se uma partícula estiver sob a ação simultânea de n negativo quando é usada para frear o corpo (módulo da
forças constantes e se deslocar de A para B, a definição velocidade diminui).
de trabalho pode ser aplicada separadamente para cada
uma das n forças constantes atuantes e também para a
resultante delas.


No deslocamento acima, a força F realiza trabalho motor e a força de

→ → atrito Fr realiza um trabalho resistente.
τF = | F1| | AB | cos 1
1
→ → • Quando o corpo não se desloca, por mais intensa
τF = | F2 | |AB | cos 2 que seja a força aplicada, não há realização de trabalho.
2
→ →
τF = | Fn| | AB | cos n Isto se justifica pelo fato de que, não havendo deslo-
n camento, não há transferência ou transformação de
→ → → →
Sendo F = F1 + F2 + ... + Fn (força resultante), temos: energia mecânica.
• Quando força e deslocamento forem perpendicula-
→ →
τ = | F | | AB | cos  res ( = 90°), o trabalho é nulo.
F

E ainda: τF = τF + τF + ... + τF
1 2 n

• Considere as figuras que se seguem:



Na figura (I), Fútil = | F | cos  representa

a projeção

da força F na direção do deslocamento AB.

Na figura (II), AC = | AB | cos  representa a proje-
→ →
ção do deslocamento AB na direção da força F .

A pá da escavadeira realiza trabalho para elevar a massa de terra e


colocá-la sobre o caminhão. Porém, o peso da massa de terra não
realiza trabalho em um deslocamento horizontal do caminhão.

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4. Unidade de trabalho Portanto:



τP = | P| h = mgh
Da definição de trabalho, temos:
→ →
τ = | F | | d | cos  De A para B, o movimento é de descida, o peso fa-
→ → vorece o deslocamento e o trabalho é positivo, valendo
uni [ τ ] = uni [F] . uni [d ] . uni [cos  ]
+ mgh.
No Sistema Internacional de Unidades, temos:
→ De B para A, o movimento é de subida, o peso se
uni [ F ] = newton (N) opõe ao deslocamento e o trabalho é negativo, valendo

uni [ d ] = metro (m) – mgh.
cos  é adimensional e não tem unidades. Observe que, em qualquer caso (subida ou descida),
o trabalho do peso não depende da trajetória entre os
Portanto, a unidade de trabalho é dada por:
pontos A e B.

uni [ τ ] = newton . metro = N . m Quando o trabalho de uma força não depende da


trajetória, a força é chamada CONSERVATIVA; o peso
é um dos principais exemplos de força conservativa.
A unidade de trabalho no SI recebe o nome de joule
(J): O trabalho realizado sobre um corpo por uma força
conservativa é nulo quando a trajetória do corpo for um
joule (J) = N . m percurso fechado, com o corpo partindo de uma dada
posição e voltando à mesma posição.
5. Trabalho da força peso

Consideremos uma partícula de peso P, deslocando-se
entre os pontos A e B em uma trajetória qualquer:

O trabalho do peso da água, em No movimento de elevação, o


→ queda de uma cachoeira, trans- trabalho do peso da sucata é
Sendo o peso P uma força constante, podemos forma energia potencial em ener- –mgh e na descida é +mgh.
aplicar a definição de trabalho: gia cinética.
→ →
τP = | P | | d | cos  No Portal Objetivo
Da figura anterior, temos:
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
h →
cos  = –––––
→ ⇒ h = | d | cos  OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
|d | digite FIS1M401

? Saiba mais

1. São forças conservativas:


• força peso • força eletrostática
• força elástica • todas as forças constantes

2. Quando τF > 0, dizemos que a força F realiza um trabalho motor.

Quando τF < 0, dizemos que a força F realiza um trabalho resistente.

3. Situações em que não ocorre realização de trabalho por uma força F constante:
→ →
a) quando | F | = 0 b) quando | d | = 0 c) quando  = 90°; isto é, cos  = 0

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1 (UEPB-MODELO ENEM) – Em Física, o III (V) Decorre do próprio conceito do que seja Resolução
conceito de trabalho é diferente daquele que uma força conservativa. Consideremos que a área de 100m2 seja equi-
temos no dia a dia. Nesse caso, trabalho está Resposta: C valente a n faixas de 0,5m de largura e com-
associado ao desempenho de algum serviço ou primento L.
tarefa, que pode ou não exigir força ou 2 (UFABC-SP) Teremos:
deslocamento. (...) Peritos utilizam técnica arqueológica para
(Gaspar, Alberto. Física. 1.a ed.,vol. único. descobrir conexões clandestinas de água
São Paulo: Ática, 2004, p. 140) em postos de gasolina
Usado para descoberta de nichos arqueo-
Observe, nas situações abaixo descritas, a ade- lógicos, o geo-radar prova que é uma excelente
quação ou não do conceito físico de trabalho. tecnologia para detectar conexões clandes-
tinas de água em postos de gasolina.
Situação I: Quando um alpinista sobe uma O aparelho, montado sobre um pequeno carri-
montanha, o trabalho efetuado sobre ele pela nho de quatro rodas, deve ser conduzido sobre
força gravitacional, entre a base e o topo, é o toda a extensão do piso do posto de gasolina.
mesmo, quer o caminho seguido seja íngreme Para tanto, o operador empurra o aparelho com
e curto, quer seja menos íngreme e mais longo. o auxílio de uma haste inclinada a 54° com a
Situação II: Se um criança arrasta um caixote horizontal, tal qual um carrinho de bebê.
em um plano horizontal entre dois pontos A e
B, o trabalho efetuado pela força de atrito que n . 0,5 . L = 100
atua no caixote será o mesmo, quer o caixote
seja arrastado em uma trajetória curvilínea ou O produto n . L representa a distância total
ao longo da trajetória mais curta entre A e B. percorrida.
Situação III: O trabalho realizado sobre um
corpo por uma força conservativa é nulo s = n . L = 200m
quando a trajetória descrita pelo corpo é um
percurso fechado.
Para as situações supracitadas, em relação ao Suponha que um geo-radar, com massa 20 kg, O trabalho será dado por:
conceito físico de trabalho, é(são) correta(s) deva realizar a varredura de um pátio retangular
apenas a(as) proposição(ões) de área 100 m2. Sabendo-se que o aparelho
a) II. b) I. c) I e III. d) III. e) I e II. cobre uma faixa de 0,5 m de largura e que o
Resolução operador empurra o aparelho com força
I (V) Em qualquer dos casos citados o trabalho constante de intensidade 80N, na direção da
do peso será dado por: haste, suficiente para manter um movimento
uniforme, o menor trabalho que o operador po-
derá realizar ao empurrar o aparelho, desconsi-
τP = –mgH
derando-se as manobras de 180° que devem
ser feitas para cobrir completamente a área
prevista, é, em joules,
τF =  F→  d→ cos 54°
II (F) Quanto mais longa for a trajetória maior
será a quantidade de energia mecânica a) 4 000. b) 4 800. c) 8 000. τF = 80 . 200 . 0,6 (J)
transformada em térmica. d) 9 600. e) 22 400.
A força de atrito não é uma força conser- Dados: sen 54° = 0,8 τF = 9600J
vativa e o seu trabalho dependerá da tra- cos 54° = 0,6
jetória. tg 54° = 1,4 Resposta: D

1 Em um piso horizontal, apóia-se um bloco.


Exerce-se no bloco uma força constante (F = 20N), conforme o
esquema
(cos 53° = 0,60 sen 53° = 0,80)
sen 37° = 0,60 cos 37° = 0,80
A força de atrito aplicada pelo piso sobre o bloco tem inten-
sidade 8,0N. O bloco desliza no sentido indicado na figura em
um percurso de 10m. Calcule
a) o trabalho do peso do bloco e da força de reação normal do
piso; →
b) o trabalho da força F e da força de atrito.

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RESOLUÇÃO: 4 (UnB-MODELO ENEM)


a) τP = τN = 0, pois  = 90° e cos  = 0
b) 1) τF = F d cos 53°
τF = 20 . 10 . 0,60 (J) ⇒ τF = 120J
2) τat = Fat . d . cos 180°
τat = 8,0 . 10 . (–1) (J) ⇒ τat = –80J

Respostas:a) zero e zero b) 120J e –80J

Considerando-se a figura acima, que mostra uma ação comum


entre as tarefas de casa e com base nas leis de Newton, julgue
2 (OLIMPÍADA PAULISTA DE FÍSICA-MODELO ENEM) –
os seguintes itens.

(1) A força F1 que o martelo exerce sobre o prego é, em
Milton segura um garrafão com água a 0,8m de altura durante →
módulo, maior que a força F2 de reação do prego sobre o
2 minutos, enquanto sua mãe prepara o local onde o garrafão
martelo.
será colocado. Qual o trabalho, em joules, realizado por Milton → →
(2) A relação entre as forças F1 e F2 pode ser estabelecida pela
enquanto ele segura o garrafão, se a massa total do garrafão
primeira lei de Newton.
for m = 12kg?
(3) O trabalho realizado para deslocar o prego de uma distância
a) zero b) 0,8 c) 9,6 d) 96 e) 120 →
d é igual a F1 d cos 90° com F1 suposto constante.
RESOLUÇÃO: (4) No sistema mostrado, tanto o martelo quanto o prego
O deslocamento é nulo, e o trabalho é nulo. realizam trabalhos positivos.
Resposta: A A sequência correta de itens verdadeiros (V) e falsos (F) é:
a) VVVV b) VFVF c) FFFV
d) FVFF e) FFFF

RESOLUÇÃO:
1 (F) Ação e Reação têm sempre módulos iguais.
2 (F) Pela 3.a Lei de Newton.
3 (F) τF = F1 . d
→ →
4 (F) O trabalho de F1 é positivo e de F2 é negativo.
3 (UFAC) – Uma partícula percorre um arco de circunferên- Resposta: E
cia de 50m de comprimento e raio 25m em movimento unifor-
me. O trabalho da força resultante sobre a partícula, enquanto
ela percorre o arco, é igual a:
a) zero b) 3,0J c) 6,0J d) 150J
e) um valor indeterminado com os dados apresentados.

RESOLUÇÃO:
A força resultante é centrípeta e não realiza trabalho porque é per-
pendicular à trajetória.
Resposta: A

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68 Teorema da energia cinética • Trabalho • Energia Cinética

Imagine que você está em uma estrada dentro de


um automóvel em movimento. τtotal = τF + τF + ... + τF =  Ecin
1 2 n
Você sabe que no combustível usado (gasolina, ál-
cool ou diesel) existe energia armazenada (energia quí- Notas
mica). • O teorema da energia cinética é usado para
Por outro lado, o motor do automóvel foi capaz de calcular o trabalho da força resultante, isto é, o trabalho
transformar essa energia química em energia ligada ao total realizado, não permitindo individualizar os trabalhos
movimento do carro. das n forças atuantes.
O motor é tanto mais eficiente ou mais potente • O teorema da energia cinética vale para qualquer
quanto melhor for sua capacidade ou rapidez em trans- trajetória e para qualquer tipo de resultante: constante
formar energia química em energia de movimento. ou variável, conservativa (não dissipa energia mecânica)
ou dissipativa (ex.: força de atrito).
A energia de movimento do carro é chamada ENER-
GIA CINÉTICA e vai depender do valor de sua massa e • Para o caso de um corpo extenso, o teorema da
do valor de sua velocidade. energia cinética é enunciado da seguinte forma:
É intuitivo que quanto maior a massa do carro e O trabalho total realizado por todas as forças
quanto maior a sua velocidade maior será a sua energia atuantes em um corpo extenso, internas e exter-
de movimento, isto é, a energia cinética é função nas, mede a variação de sua energia cinética.
crescente da massa e da velocidade.
Trabalho interno
O trabalho total, que mede a variação da energia ci-
nética, é a soma dos trabalhos de todas as forças ex-
ternas e internas ligadas ao sistema físico em estudo.
Por vezes, o trabalho da força resultante externa
é nulo e o trabalho interno é responsável pela varia-
ção da energia cinética do sistema estudado.
Considere os seguintes exemplos:
Exemplo 1: um rapaz sobre pa-
tins, em um plano horizontal sem
atrito, aplica sobre a parede
vertical uma força horizontal e
passa a se mover sobre o plano
horizontal.
As forças externas atuantes no ra-
paz, durante a interação com a pa-
rede, são
No momento de sua arremetida, o avião supersônico está dotado de 1) o peso do rapaz;
grande energia cinética, o que permite sua decolagem.
Dada uma partícula de massa m e velocidade escalar 2) as reações normais do chão;
V, para um dado referencial, define-se energia cinética →
da partícula (Ec) pela relação: 3) uma força horizontal F aplicada
pela parede.
mV 2
Ec = ––––– A resultante externa, responsável
2
pela aceleração
→ do rapaz, é a força
Enunciado do TEC horizontal F aplicada pela parede,
porém seu trabalho é nulo,
O teorema da energia cinética, para o caso de uma porque não há deslocamento de seu ponto de aplica-
partícula, pode ser assim enunciado:
ção.
O trabalho total (trabalho da força resultante) de A energia cinética adquirida pela pessoa é provenien-
todas as forças atuantes em uma partícula é igual à te do trabalho interno realizado pelas forças muscu-
variação de sua energia cinética. lares da pessoa.

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Note que

Estas forças internas não têm nenhum papel no


processo de aceleração da pessoa, porém seus
pontos de aplicação deslocam-se de modo a rea-
lizar trabalho e transformar energia interna da pes-
soa em energia cinética.

As forças externas que agem no carro são


Exemplo 2: considere uma pessoa andando com →
movimento acelerado em um plano horizontal, despreze a) o peso P;
o efeito do ar e admita que os pés da pessoa não b) as reações normais do chão;
escorreguem em relação ao chão. c) as forças de atrito que o chão aplica nos pneus.
A resultante externa, responsável pela aceleração do
carro, é a resultante das forças de atrito que o chão
aplicou nos pneus, porém o trabalho dessa resultante
externa é nulo, pois o atrito entre os pneus e o chão é
estático, uma vez que os pontos de contato entre os
pneus e o chão têm velocidade nula como condição para
que os pneus não derrapem.
A variação da energia cinética do carro é pro-
veniente do trabalho interno: a expansão dos gases
nos cilindros do motor originam forças internas, algumas
das quais realizam trabalho.

A força de atrito é a resultante externa responsável


pela aceleração do carro, porém a variação da
energia cinética é proveniente do trabalho interno
As forças externas que agem na pessoa são das forças ligadas à expansão dos gases nos cilin-

a) o peso P; dros do motor.
b) a reação normal do chão;
c) a força de atrito aplicada pelo chão. Demonstração do TEC
A resultante externa, responsável pela aceleração da
• O teorema da energia cinética pode ser demons-
pessoa, é a força de atrito aplicada pelo chão, porém seu
trado de modo bastante simples para o caso de força
trabalho é nulo, pois o atrito entre o pé e o chão é
resultante constante e trajetória retilínea, isto é, o móvel
estático, uma vez que os pontos de contato entre o pé e
em movimento retilíneo e uniformemente variado.
o chão têm velocidade nula como condição para que não
haja escorregamento entre eles.
O trabalho nulo do atrito pode ser interpretado pelo
fato de não haver transferência de energia mecânica do
chão para a pessoa.
A variação da energia cinética da pessoa é prove-
niente do trabalho interno realizado pelas forças mus- → →
culares da pessoa.
τF = | F | | AB| cos  ⇒ τF = m  s (1)
Observe mais uma vez que Usando-se a Equação de Torricelli:
2 2
A força de atrito é a resultante externa responsável V –V
2 2 B A
pela aceleração da pessoa, porém a variação da V = V + 2 s ⇒  s = –––––––– (2)
B A
energia cinética é proveniente do trabalho interno 2
das forças musculares. Substituindo-se (2) em (1), vem:

 
2 2
V –V
B A
τF = m –––––––––
Exemplo 3: considere um automóvel, em movimen- 2
to acelerado, em um plano horizontal, despreze o efeito
mVB2 mVA2
do ar, admita que os pneus não derrapem e que as rodas
traseiras sejam as rodas motrizes.
τF = ––––– – –––––– = EcinB – EcinA ⇒ τF = Ecin
2 2

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TRABALHO NO LEVANTAMENTO DE UM CORPO

Considere um corpo levantado com velocidade escalar constante (ou partindo do


repouso e voltando ao repouso) de uma altura H, sob ação exclusiva de seu peso
→ →
P e de uma força motriz F.
Aplicando-se o TEC, temos:
τF + τP = Ecin
Sendo τP = –m g H (subida) e Ecin = 0 (movimento uniforme ou Vf = V0 = 0),
temos:
τF – m g H = 0 ⇒ τF = m g H = PH

O trabalho de F não dependerá da trajetória ou do tempo de trajeto.

1 (MODELO ENEM) – Um veículo estava V02 = 2 . 0,9 . 10 . 50 (SI) dade com módulo igual a 10 m/s2, pode-se afir-
deslocando-se com velocidade constante em V02 = 900 (SI) mar que o trabalho realizado
um plano horizontal e, ao avistar um obstáculo a) pelo peso da carga é de 3,0 . 103 J.
V0 = 30m/s = 108km/h
na pista, imediatamente os freios foram b) pelo peso da carga é de –3,0 . 103 J.
Resposta: E c) pela força exercida pelo operário é de
fortemente acionados, de maneira que as
rodas do veículo foram travadas e as marcas 1,5 . 103 J.
dos pneus, no asfalto, foram de 50m, desde o 2 (VUNESP-MODELO ENEM) – Um operá- d) pela força exercida pelo operário é de
início da freada até a parada total. rio ergue uma carga de 50 kg de massa tra- –1,5 . 103 J.
Considerando-se o coeficiente de atrito entre zendo-a do chão até uma altura de 6,0 m, onde e) pela força exercida pelo operário depende
os pneus e o solo como sendo 0,9 e a ele se encontra. Para essa tarefa, o operário da velocidade escalar média com que a
aceleração gravitacional, com módulo 10m/s2, utiliza um conjunto de uma roldana fixa e outra carga é erguida.
qual o módulo aproximado, da velocidade do móvel, como ilustra a figura. A carga parte do Resolução
carro no início do acionamento dos freios? repouso e volta ao repouso. 1) Trabalho do peso da carga:
a) 30 km/h b) 45 km/h c) 60 km/h τP = –mg H
d) 75 km/h e) 108 km/h
τP = –50 . 10 . 6,0 (J)
Despreze o efeito do ar e admita que a
trajetória seja retilínea. τP = –3,0 . 103 J
Resolução
TEC : τat = Ecin 2) TEC: τtotal = Ecin
Fat . d . cos 180° = Ecin τ0p + τP = 0
τ0p – 3,0 . 103 J = 0
mV02
µmgd (–1) = 0 – –––––
2 τP = 3,0 . 103 J
Desprezando-se a massa das roldanas e do
V02 = 2 µgd cabo e considerando-se a aceleração da gravi- Resposta: B

1 (UFT-MODELO ENEM) – Dois serventes de pedreiro – Chico e João – erguem baldes de


concreto do solo até o segundo andar de um edifício.
Chico usa um sistema com duas roldanas — uma fixa e a outra móvel —, enquanto João usa
um sistema com uma única roldana fixa, como mostrado na figura.
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que, para erguer baldes de mesma
massa até uma mesma altura, com velocidade constante,
a) Chico faz a mesma força que João, mas realiza trabalho maior que ele.
b) Chico faz a mesma força que João, mas realiza trabalho menor que ele.
c) Chico faz uma força menor que João, mas realiza o mesmo trabalho.
d) Chico faz uma força menor que João, mas realiza trabalho maior que ele.

FÍSICA 53
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 54


RESOLUÇÃO: 3 Uma força constante F , de direção vertical e intensidade
1) Cálculo do trabalho realizado:
30N, atua sobre um corpo de massa 1,0kg, inicialmente em
TEC: τtotal = Ec
repouso, elevando-o a uma altura de 3,0m. Nesta posição final,
τH + τP = 0
a energia cinética do corpo é de 40J.
τH – mgH = 0 ⇒ τH = mgH ⇒ τc = τJ Adotando-se g = 10m . s–2, calcule →
2) 2Fc = Pbalde a) o trabalho realizado pela força F neste deslocamento de
3,0m;
FJ = Pbalde b) o trabalho da força de resistência do ar neste deslocamento
de 3,0m.
FJ = 2Fc

RESOLUÇÃO:
→ →
a) τF = . F  d  cos 0°

τF = 30 . 3,0 . 1 (J) ⇒ τF = 90 J
Resposta: C

b) 1) τP = – m g H

τP = – 1,0 . 10 . 3,0 (J) ⇒ τP = – 30 J

2) TEC: τtotal = Ecin


2 (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA-MODELO ENEM) –
Um servente de pedreiro atira um tijolo, com uma pá, verti- τF + τP + τar = Ecin
calmente para cima, para o colega que está em cima da
construção. Inicialmente, ele acelera o tijolo uniformemente de 90 – 30 + τar = 40
A até B, utilizando a pá; a partir de B, o tijolo se desprende da
τar = 40 – 60 (J)
pá, e prossegue de B até C em lançamento vertical, sendo
recebido pelo pedreiro com velocidade nula.
τar = –20J

Respostas:a) 90J b) – 20J

==
4 (UFAL) – Uma partícula de massa 2,0kg em movimento
vertical ascendente passa no nível y1 com velocidade de mó-
dulo 10,0m/s e no nível y2, acima do nível y1, com velocidade
de módulo 2,0m/s. Considerando-se que nesse percurso a
força peso é a única força atuando sobre a partícula, o trabalho
Despreze a resistência do ar. Considerando-se como dados o realizado pela força peso vale, em joules:
módulo da aceleração da gravidade, g, a massa do tijolo, m, as a) −96,0 b) −20,0 c) 2,0 d) 20,0 e) 96,0
distâncias, AB = h e AC = H, a intensidade da força F com a
qual a pá impulsiona o tijolo é igual a RESOLUÇÃO:
mgh mgH mg (H – h) TEC: τpeso = Ecin
a) ––––– b) ––––– c) ––––––––––
H h H m
τpeso = ––– (V22 – V12)
2
mg (H – h) mg (H + h)
d) –––––––––– e) –––––––––– 2,0
h H τpeso = ––– (4,0 – 100) (J)
2

τpeso = –96,0J
RESOLUÇÃO:
Aplicando-se o TEC entre A e C, vem
Resposta: A
τP + τF = Ecin
mgH
–mgH + Fh = 0 ⇒ F = –––––––
h

Resposta: B

54 FÍSICA
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Método gráfico para


69 o cálculo do trabalho • Trabalho • Gráfico força x distância

Para calcularmos o trabalho realizado por uma força,


já temos dois métodos:

(1) aplicação da definição de trabalho


(2) aplicação do teorema da energia cinética

O método (1) tem uma restrição: a força aplicada de-


ve ser constante, pois a definição de trabalho, para uma
força variável, envolve conhecimentos de uma função
chamada integral, que é estudada em uma matéria
chamada cálculo, apenas nas universidades.O método
(2) é usado para calcular o trabalho da força resultante ou
o trabalho total realizado sobre o corpo. N
Para calcularmos o trabalho realizado por uma força
A N
[τ] = A1;
B N
[τ] = –A2; [τ] B = A1 – A2
A O
O
variável (que pode não ser a resultante) que atua em um
corpo, devemos saber como esta força varia ao longo do A propriedade gráfica pode ser facilmente demons-
deslocamento do corpo. trada no caso particular de uma força constante e traje-
tória retilínea:
Como a componente normal à trajetória nunca reali-
za trabalho ( = 90° e cos  = 0), precisamos conhecer
o gráfico da componente tangencial da força em função
do deslocamento do corpo.

Método gráfico
Seja Ft o valor algébrico da componente tangencial
da força resultante e s o espaço do móvel que define sua
posição ao longo da trajetória.

No gráfico da função Ft = f(s), a área sob o gráfico


N
mede o trabalho realizado. A = F . s = τF

1 (VUNESP-MODELO ENEM) – Numa pista a) 34 km/h b) 72 km/h c) 120 km/h 2 (UFPA) – O movimento retilíneo de um
plana e reta, um carro de 2 000 kg, inicialmente d) 150 km/h e) 180 km/h bloco de 0,5 kg sobre um plano horizontal, com
em repouso, é submetido a um conjunto de Resolução atrito e resistências desprezíveis, está mos-
forças cuja resultante tem a mesma direção e 1) τ = área (F x d) trado no gráfico abaixo, no qual F representa o
sentido de seu movimento e intensidade que 50 módulo da força resultante e d, o módulo do
τ = (2400 + 1200) –––– (J) = 90 000 J
varia da forma apresentada a seguir. 2 deslocamento. Ao passar pelo ponto B, a velo-
cidade escalar do bloco é 3,0 m/s.
2) TEC: τ = Ecin

m
τ = ––– (V 2 – V02)
2

2000
90 000 = ––––– V 2
2

V = 
90 m/s = 
90 . 3,6 km/h  34 km/h Sobre o referido movimento, avalie as afirma-
É correto estimar a velocidade escalar do carro, tivas seguintes:
Resposta: A
ao passar pela marca de 3 000 m, em I. A velocidade escalar do móvel em C é 5,0m/s.

FÍSICA 55
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 56

II. No trecho BC, a velocidade escalar média III. (FALSA)


m 2 2
do bloco foi 4,0m/s. 2) τBC = ––– (VC – VB ) (TEC) Nos trechos AB e CD o movimento foi
2
III. O movimento foi uniforme nos trechos AB uniformemente variado.
e CD e acelerado no trecho BC. IV. (VERDADEIRA)
IV. O bloco chega em D com energia cinética 0,5
4,0 = ––– (VC2 – 9,0)
τCD = F . d
igual a 12,25 J. 2 τCD = 6,0 . 1,0 (J) = 6,0 J
Estão corretas apenas as afirmativas
16,0 = VC2 – 9,0 TEC: τCD = Ecin – Ecin
a) I e IV. b) I e III. c) II e IV. D C
Ecin = τCD + Ecin
d) I, II, e III. e) II, III e IV. 2 D C
VC = 25,0 ⇒ VC = 5,0m/s
Resolução
0,5
I. (VERDADEIRA) II. (FALSA) Ecin = 6,0 + ––– . (5,0)2 (J)
D 2
1) τBC = área (F x d) 4,0 m/s é a média aritmética entre vB e vC
e seria a velocidade escalar média se o
1,0 Ecin = 12,25J
τBC = (6,0 + 2,0) ––– (J) = 4,0 J movimento entre B e C fosse uniforme- D
2
mente variado (F = constante). Resposta: A

1 (UNIFESP) – A figura representa o gráfico do módulo F de 2 (OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA-MODELO ENEM) –


uma força que atua sobre um corpo em função do seu Com massa igual a 40,0 kg, o carrinho representado move-se
deslocamento x. Sabe-se que a força atua sempre na mesma para a direita com velocidade escalar V = 4,0 m/s quando passa
direção e sentido do deslocamento. pela posição x = 2,0 m. Ele está submetido a duas forças que
têm a mesma direção do eixo x: FA variável como mostra o
diagrama de sua intensidade em função da posição do carro e
FB, constante e de módulo igual a 150N. A velocidade escalar
que o carrinho terá ao passar pela posição x = 10,0m será, em
m/s, igual a:
a) –2,0 b) 6,0 c) zero d) –4,0 e) 4,0

Pode-se afirmar que o trabalho dessa força no trecho represen-


tado pelo gráfico é, em joules,
a) 0 b) 2,5 c) 5,0 d) 7,5 e) 10,0

RESOLUÇÃO:

RESOLUÇÃO:
1) τF = área (FA x d)
A

τF = 8,0 . 400
––– (J) = 1600J
A
2

2) τF = FB d cos 180º
No gráfico força x deslocamento, a área mede o trabalho realiza- B
do: τF = –150 . 8,0 (J) = –1200J
τ = área (F x d) B

3) TEC: τtotal = Ecin


1,0 . 10,0
τ = ––––––––– (J) τ = 5,0J m
τF + τF = ––– (vf2 – v02)
2 A B 2
Resposta: C
40,0
1600 – 1200 = ––– (vf2 – 16,0)
2

400 = 20,0(vf2 – 16,0)

56 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 57

20,0 = vf2 – 16,0 4 Um bloco de massa 10,0kg está em repouso sobre uma
vf2 = 36,0 superfície horizontal quando passa a atuar sobre este uma
força de direção constante e horizontal, cuja intensidade varia
vf = 6,0 m/s
com a distância, de acordo com o gráfico a seguir.
Resposta: B

3 Em um plano inclinado de 30°, um bloco de →massa 2,0kg


está sendo empurrado para cima por uma força F, paralela ao
plano inclinado, e de intensidade variável com a distância d do
bloco ao ponto A, segundo o gráfico a seguir.

O coeficiente de atrito entre o bloco e a superfície vale 0,50;


adote g = 10,0m/s2 e não considere a resistência do ar.
Pedem-se
a) a intensidade da força de atrito no bloco.
b) o trabalho total realizado sobre o bloco entre d = 0 e d = 2,0m.
c) o módulo da velocidade do bloco para d = 2,0m.

RESOLUÇÃO:
a) A intensidade da força de atrito é dada por:
Fat = µ FN
Fat = 0,50 . 100 (N) ⇒ Fat = 50,0N

b) 1) O trabalho de atrito é dado por:


O bloco parte do repouso em A, o atrito é desprezível, a acele- → →
τat = | Fat | | d | cos 180° ⇒ τat = 50,0 . 2,0 . (–1) (J)
ração da gravidade local tem intensidade g = 10m/s2 e o ponto
B está a uma altura H = 5,0m. τat = –100J
Calcule →
→ 2) O trabalho da força F é medido pela área sob o gráfico (F x d).
a) os trabalhos da força F e do peso do bloco, no deslocamen-
to de A para B. τF =
(150 + 75) 2,0
––––––––––––– (J) ⇒ τF = 225J
b) a intensidade da velocidade do bloco ao atingir o ponto B. 2

3) O trabalho total é dado por:


RESOLUÇÃO:
a) 1) τF = área (F x d) τtotal = τF + τat ⇒ τtotal = 125J
5,0
τF = (20 + 10) –––– + 10 . 5,0 (J) = 125J
2 c) O módulo da velocidade (V) é calculado pelo teorema da ener-
gia cinética.
2) τP = –mgH = –20 . 5,0 (J) = –100J
mV2 mV 2
b) TEC: τtotal = Ecin τtotal = ––––– – –––––
0
2 2

mvB2 mvA 2
10,0
τF + τP = –– ––– – –– ––– 125 = –––– V2 ⇒ V = 5,0m/s
2 2 2

2,0 Respostas:a) 50,0N b) 125J c) 5,0m/s


125 – 100 = –––– vB2 ⇒ vB = 5,0m/s
2

Respostas: a) 125 e –100J b) 5,0m/s

FÍSICA 57
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70 Potência mecânica média • Trabalho • Potência

Imagine que um carro A partindo do repouso atinja a 1. Conceito


velocidade escalar de 100km/h em 10s e outro carro, B,
com a mesma massa total de A, partindo do repouso Quando uma “máquina” ou um “operador” realiza
atinja a mesma velocidade escalar de 100km/h, porém um trabalho sobre um corpo, esse trabalho é medido
em um intervalo de tempo de 5s. pela energia mecânica transferida para o corpo, não de-
Os dois carros sofrerarm a mesma variação de ener- pendendo do tempo gasto na realização desta tarefa.
gia cinética e, portanto, seus motores realizaram traba- Exemplificando: quando levantamos um objeto de
lhos iguais, porém é evidente que o motor do carro B foi peso P a uma altura H, sem acréscimo de energia
mais eficiente ao realizar esse trabalho, pois o fez em cinética, realizamos um trabalho cujo valor é P. H, não im-
um tempo menor. portando o tempo gasto nesta operação de levantar o
A grandeza que mede a eficiência do motor na reali- corpo.
zação de um trabalho, isto é, mede a rapidez com que o Para medirmos a rapidez com que o trabalho é
trabalho está sendo realizado é denominada potência. realizado, isto é, a velocidade com que a energia
Assim, podemos dizer que o motor do carro B tem mecânica está sendo transferida para o corpo, usamos o
potência maior que o do carro A, pois realizou o mesmo conceito de POTÊNCIA MECÂNICA.
trabalho em um tempo menor. Uma máquina opera com grande potência quando
Nas corridas de automóvel em que se pretende atin- trabalha rapidamente, isto é, realiza muito trabalho em
gir velocidades máximas maiores, dois fatores são fun- um pequeno intervalo de tempo.
damentais:
(1)a potência do motor do carro.
2. Potência mecânica média

(2)a aerodinâmica do carro para reduzir o efeito da Considere uma força F realizando um trabalho (τ) em
força de resistência do ar. um intervalo de tempo t. Define-se POTÊNCIA MECÂ-

Quando você observa um chuveiro elétrico e verifica NICA MÉDIA desenvolvida por F pela relação:
que a chave tem uma posição verão e outra inverno, τ
você é capaz de imaginar o que vai mudar quando deslo- Potm = ––––
t
camos a chave de uma posição para outra?

A resposta é a potência elétrica do chuveiro: na posi- Consideremos uma força constante F produzindo


ção inverno, a potência será maior, o que significa que a um deslocamento d que forma um ângulo  com F.
energia elétrica vai ser transformada em térmica mais
rapidamente, esquentando mais a água.

O trabalho realizado por F é dado por:

→ →
τF = | F | | d | cos 
Dividindo-se toda a expressão pelo intervalo de tem-
po t, em que o trabalho foi realizado, temos:
τF → |→ d|
–––– = | F | –––– cos 
t t
τF →
A razão –––– é a potência média desenvolvida por F.
t

|d |
Para a rápida ascensão do elevador, é necessária a implementação de A razão –––
– é o módulo da velocidade vetorial mé-
grande potência por parte dos motores que o tracionam. t
dia.

58 FÍSICA
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Isto posto, escrevemos:


→ →
Potm = | F | . | Vm| . cos 
? Saiba mais
O CAVALO-VAPOR
3. Unidades de potência Quando James Watt apresentou sua máquina a
No Sistema Internacional (SI), o trabalho é medido vapor para os donos das minas de carvão inglesas,
em joules (J) e o intervalo de tempo em segundos (s), em 1774, ele precisou traduzir a potência de sua
portanto, teremos: máquina em termos de quantos cavalos poderiam
ser substituídos por ela, uma vez que eram os ani-
uni[τ] J mais que faziam a maior parte do serviço de tração
uni [Pot] = ––––––– = ––– = watt (W) dos carros transportadores de minério e das
uni[t] s bombas de drenagem de água das minas. Watt
constatou que um cavalo era capaz de erguer uma
massa de aproximadamente 75kg a uma altura de
São também usados múltiplos e submúltiplos do
10m em 10s. Daí surgiu a unidade prática "cavalo-va-
watt:
por", sendo que um cv corresponde, aproximada-
quilowatt (kW) = 103W mente, a 735W.
megawatt (MW) = 106W
miliwatt (mW) = 10–3W
microwatt (∝W) = 10–6W

Na prática, é usual a unidade denominada cavalo-va-


por (cv), que corresponde a 735W.

1 cv = 735W

Existe uma unidade de potência sugerida por James


Watt, o horse-power (hp), que equivale a 746W.

1 hp = 746W Acima, algumas potências expressas em “cavalos-vapor”.

1 (VUNESP-MODELO ENEM) – O verão bra- PotU 12,5 kW


esteira tem comprimento de 12,0m, inclinação
sileiro é um permanente convite ao lazer. Um PotT = –––– = ––––––––– de 30° com a horizontal e move-se com velo-
η 0,80
grupo de amigos passeia numa lancha que, junto cidade constante. As caixas a serem transpor-
com seus tripulantes, tem massa de 2000kg. A tadas já são colocadas com a velocidade da
PotT = 15,625 W
partir do repouso, a lancha atinge a velocidade esteira. Se cada caixa pesa 200N, o motor que
escalar de 36km/h em 8,0s. Sabe-se que a ope- aciona esse mecanismo deve fornecer uma
ração é realizada com rendimento de 80%, uma Pot  16 W potência média igual a
T
vez que a água líquida não permite que toda a a) 20W b) 40W c) 300W
energia gerada pelo motor seja convertida em Resposta: B d) 600W e) 1800W
velocidade. Assim sendo, pode-se afirmar que a
potência nominal do motor é, em kW, mais 2 (UnB-MODELO ENEM) – O progresso da
próxima de ciência e, em consequência, da técnica influen-
a) 12 b) 16 c) 20 d) 24 e) 28 ciou até a arquitetura. Considere um shopping
Resolução moderno, com vários andares. Pode-se ir de
τu mv2/2 um andar até outro por elevadores ou escadas
1) PotU = –––– = –––––– rolantes, o que é muito confortável e acessível
t t
às pessoas. Imagine andar em um shopping
subindo e descendo escadas. As esteiras Resolução
2000 . 100/2
PotU = ––––––––––– (W) rolantes também representam um conforto H
8,0 1) sen 30º = –––
para a classe trabalhadora, que não precisa L
pegar as cargas e carregá-Ias nos ombros. Os
PotU = 12,5 . 103W = 12,5 kW
motores fazem todo o serviço por ela. Nesse
PotU sentido, considere uma esteira rolante que 1 H
2) η = ––––– ––– = –––– ⇒ H = 6,0 m
PotT transporta 15 caixas de bebida por minuto, de 2 12,0
um depósito no subsolo até o andar térreo. A

FÍSICA 59
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2) TEC: τmotor + τP = Ecin características técnicas: Resolução


A potência útil do guindaste é dada por:
τmotor – mgH = 0 ⇒ τmotor = mgH Carga máxima que suporta 12 000 kg
τ mgH
Altura máxima que é
Potmotor = τ
mgH 10 m Potu = ––– = ––––––
3) motor = –––––
––––– capaz de elevar a carga t t
t t

Tempo para elevar a carga 12 000 . 10 . 10


15 . 200 . 6,0 10 s Potu = –––––––––––––– (W)
Potmotor = –––––––––––– (W) = 300W máxima à altura máxima 10
60

Considerando-se a aceleração da gravidade Potu = 120 . 103W


Resposta: C
local com módulo igual a 10m/s2, o guindaste
3 (UNESP-MODELO ENEM) – Um enge- pesquisado tem potência igual a Potu = 120kW

nheiro pretende comprar um guindaste e ob- a) 100 kW. b) 110 kW. c) 120 kW.
tém a tabela seguinte, que relaciona suas d) 130 kW. e) 140 kW. Resposta: C

1 (UNICAMP-SP-MODELO ENEM) – “Era uma vez um 150 = n . 15,0


povo que morava numa montanha onde havia muitas quedas n = 10
d’água. O trabalho era árduo e o grão era moído em pilões. [...]
Um dia, quando um jovem suava ao pilão, seus olhos bateram Resposta: B
na queda-d’água onde se banhava diariamente. [...]
Conhecia a força da água, mais poderosa que o braço de
muitos homens. [...] Uma faísca lhe iluminou a mente: não
seria possível domesticá-la, ligando-a ao pilão?” (Rubem Alves,
Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e suas Regras, São
Paulo, Brasiliense, 1987.)
Essa história ilustra a invenção do pilão-d’água (monjolo).
Podemos comparar o trabalho realizado por um monjolo de 2 (FEI-SP) – Um guindaste necessita levantar na vertical um
massa igual a 30,0kg com aquele realizado por um pilão manual bloco de 600kg a uma altura de 10m em 1,0 minuto. O bloco
de massa igual a 5,0kg. Nessa comparação, desconsidere as parte do repouso e volta ao repouso. Qual deverá ser a potên-
perdas e considere g = 10m/s2. cia média do guindaste, desprezando-se os atritos e adotan-
Um trabalhador ergue o pilão manual e deixa-o cair de uma do-se g = 10m/s2?
altura de 60cm.
RESOLUÇÃO:
O monjolo cai, sobre grãos, de uma altura de 2,0m. O pilão
manual é batido a cada 2,0s, e o monjolo, a cada 4,0s. Quantas 1) TEC: τtotal = Ecin
pessoas seriam necessárias para realizar com o pilão manual o τmotor + τP = 0
mesmo trabalho que o monjolo, no mesmo intervalo de
τmotor – m g H = 0
tempo?
a) 5 b) 10 c) 15 d) 20 e) 25 τmotor = m g H
RESOLUÇÃO:
a) A pergunta refere-se ao trabalho do peso do pilão em uma
τmotor mgH
2) Potm = ––––––– = ––––––––
queda de 60cm. t t
τpilão = m g h
τpilão = 5,0 . 10 . 0,60 (J) 600 . 10 . 10
Potm = ––––––––––––– (W)
τpilão = 30,0J 60

b) Para realizar o mesmo trabalho no mesmo tempo, devemos ter


Potm = 1,0 . 103W = 1,0kW
a potência do monjolo igual à potência de n pessoas acionando
o pilão.
Potmonjolo = n Potpilão
MgH τpilão
–––––– = n –––––
t1 t2

30,0 . 10 . 2,0 30,0


–––––––––––– = n ––––––
4,0 2,0

60 FÍSICA
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3 (UCSA-BA) – Um automóvel, de massa 1,0 . 103kg, ace- 4 (ENEM) – “...o Brasil tem potencial para produzir pelo
lera desde o repouso até 20,0m/s em 4,0s, numa pista retilínea menos 15 mil megawatts por hora de energia a partir de fontes
e horizontal. Despreze o efeito do ar. Nesta operação, a po- alternativas.
tência média útil desenvolvida pelo motor do automóvel é, em Somente nos estados da Região Sul, o potencial de geração de
watts, energia por intermédio das sobras agrícolas e florestais é de
a) 5,0 . 104 b) 2,0 . 104 c) 5,0 . 103 5.000 megawatts por hora.
d) 2,0 . 10 3 e) 5,0 . 10 2 Para se ter uma ideia do que isso representa, a usina hidroelé-
trica de Ita, uma das maiores do País, na divisa entre o Rio
RESOLUÇÃO: Grande do Sul e Santa Catarina, gera 1.450 megawatts de
τtotal = Ecin energia por hora.”
1) TEC:
Esse texto, transcrito de um jornal de grande circulação, con-
mV2 mV02
τP + τN + τat + τmotor = –––– – –––– tém, pelo menos, um erro conceitual ao apresentar valores
2 2
de produção e de potencial de geração de energia. Esse erro
1,0 . 103 consiste em
τmotor = 2
–––––––––– . (20,0) (J)
2 a) apresentar valores muito altos para a grandeza energia.
b) usar unidade megawatt para expressar os valores de potên-
τmotor = 2,0 . 105J cia.
c) usar unidades elétricas para biomassa.
τmotor d) fazer uso da unidade incorreta megawatt por hora.
2) Potm = ––––––– e) apresentar valores numéricos incompatíveis com as unidades.
t

2,0 . 105J RESOLUÇÃO:


Potm = –––––––––– A energia pode ser medida como o produto da potência pelo tem-
4,0s
po.
Portanto, se medirmos a potência em megawatts e o tempo em
Potm = 5,0 . 104W
horas, a energia poderá ser medida na unidade
megawatts x hora (MWh)
Resposta: A
A unidade de energia foi indicada de modo incorreto nas expres-
sões:
15 mil megawatts por h (MW/h)
5000 megawatts por h (MW/h)
1450 megawatts (MW)
Resposta: D

71 Potência mecânica instantânea • Trabalho • Potência


• Força • Velocidade

Quando você está acelerando um carro, será que a potência do motor é mantida constante?
Geralmente, não. Por exemplo, se você está num plano horizontal e de repente começa a subir uma ladeira e quer
manter a velocidade do carro, é claro que você vai precisar de uma força maior e, para tanto, o motor do carro deve
fornecer uma potência maior.
Portanto, no caso descrito do automóvel, a potência fornecida pelo motor está diretamente ligada à força que
acelera o carro e ao valor de sua velocidade.
Na realidade, a potência está ligada ao produto da força pela velocidade.
No caso de uma bicicleta, em que a potência muscular desenvolvida pelo ciclista é praticamente constante,
devemos usar a marcha adequada conforme o objetivo que se pretenda: para se obter velocidade máxima, usamos
uma marcha em que usa força menor; para subirmos uma ladeira íngreme, precisamos de muita força e usamos uma
marcha em que a velocidade é menor.

FÍSICA 61
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 62

1. Potência instantânea A propriedade citada pode ser demonstrada facil-


mente apenas no caso de potência constante.
Vimos que a potência média de uma força pode ser
expressa pela relação:
→ →
Potm = | F | . | Vm| . cos
Quando o intervalo de tempo t tender a zero
(t → 0), os valores médios se transformarão nos
valores instantâneos, e poderemos escrever que a
potência instantânea (Pot) será dada por:
→ →
Pot = | F | | V | cos
Na expressão anterior, o ângulo () é o ângulo forma-
→ →
do entre F e V.
τ
Área (potência x tempo) = P . (t2 – t1) = –––– . t
t

Área (Pot x t) = τ
N

3. Rendimento de uma máquina


Consideremos uma máquina que, para realizar uma
→ → tarefa, desenvolve uma potência total (Pt), porém, devido
• Quando F e V tiverem mesma direção e sentido
( = 0), teremos cos  = 1 e, portanto: a perdas internas ou perdas no ato de transmitir a
energia, só consegue transmitir uma potência útil (Pútil)
Pot = FV menor do que a total desenvolvida.
→ → Define-se rendimento da máquina, na realização da
• Quando F e V forem perpendiculares ( = 90°), tarefa, como sendo o número (η) dado por:
teremos cos  = 0 e Pot = 0.
• A expressão →obtida para a potência instantânea é Pútil
η = –––––
válida mesmo que F seja variável. Pt
2. Método gráfico Em geral, o rendimento vem dado em porcentagem,
Se construirmos um gráfico, representando a multiplicando-se o valor de η por 100.

potência instantânea de uma força F, em função do
Pútil
seu tempo de ação, poderemos calcular o trabalho η% = 100 η = 100 ––––––
realizado pela força, medindo a área sob o gráfico. Pt
Exemplificando
Observe que o rendimento é adimensional, isto é,
não tem unidades.

N
τ = Área (potência x tempo)

Para um mesmo trabalho (arar a terra), teremos uma maior eficiência

τ
(15,0 + 5,0) 30,0
= –––––––––––––––– (J) ⇒ τ = 3,0 . 102J com a utilização do trator, pois a potência colocada em jogo por este é
bem maior que a dos animais.
2

62 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 63


1 (UFPI-MODELO ENEM) – Um elevador atuar sobre o corpo uma força resultante F, transforma em energia elétrica. A usina Ji-Para-
projetado para subir com velocidade escalar horizontal, cuja potência instantânea varia com ná, do Estado de Rondônia, tem potência insta-
constante de 0,8m/s tem potência motora o tempo conforme o gráfico dado. lada de 512 milhões de watts, e a barragem
máxima de 9,0kW. Considere que a massa do tem altura de aproximadamente 120m. A vazão
elevador, quando vazio, é igual a 400kg e a do Rio Ji-Paraná, em litros de água por segun-
aceleração da gravidade tem módulo igual a do, deve ser da ordem de:
10m/s2. Qual o número máximo de pessoas, a) 5 . 101 b) 5 . 102 c) 5 . 103
com 70kg cada uma, que esse elevador pode d) 5 . 104 e) 5 . 105
kg
transportar? Dados: 1) densidade da água: 1,0 . 103 ––––
a) 7 b) 8 c) 9 m3
2) g = 10m/s2
d) 10 e) 11 Resolução
Resolução A potência que podemos retirar de uma queda-d’á-
gua é dada por:

τpeso m g H
Calcule: Pot = –––––– = –––––––
→ t t
a) o trabalho realizado por F no intervalo de 0
a 2,0s. µágua . Vol . g H
m = µágua . Vol ⇒ Pot = ––––––––––––––
b) o módulo da velocidade do móvel no t
instante t = 2,0s.
Vol
Resolução –––– = Z (vazão) ⇒ Pot = µa Z g H
a) τ = área (Pot x t) t

1) F=P τ = (2,0 + 1,0) 10,0


––––– (J) No caso o rendimento da operação, segundo o
2 texto, é 0,9. A potência útil instalada é dada
2) Pot = FV = PV por:
9,0 . 103 = Pmáx. . 0,8 τ = 15,0J Potu = η Pot = 0,9 µa Z g H

Pmáx. = 11250N b) TEC: τ = Ecin Dados: Potu = 512 . 106 W = 5,12 . 108 W
2
mV mV02
τ = –––––– – –––––– H = 120m
2 2 Constantes conhecidas: µa  1,0 . 103 kg/m3
3) Pmáx. ≥ (M + n . m) . g
g  10m/s2
11250 ≥ (400 + n . 70) . 10 1,2
15,0 = –––– V 2 ⇒ V 2 = 25,0 Portanto:
400 + n . 70 ≤ 1125 2

n . 70 ≤ 725 5,12 . 108 = 0,9 . 1,0 . 103 . Z . 10 . 120


V = 5,0m/s
n ≤ 10,4 Z  474 m3/s

Como n é inteiro: nmáx. = 10 Respostas:a) 15,0J Como 1 m3 = 103 ᐉ, vem:


Resposta: D b) 5,0m/s Z  474 . 103ᐉ/s ⇒ Z  4,74 . 105 ᐉ/s

2 Um móvel de massa m = 1,2kg encontra-se 3 (ENEM) – A eficiência de uma usina O valor mais próximo, dentre os apresentados,
inicialmente em repouso sobre uma superfície hidrelétrica, é da ordem de 0,9, ou seja, 90% é 5 . 105ᐉ/s.
plana e horizontal. No instante t = 0 passa a da energia da água no início do processo se Resposta: E

1 (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – Nos manuais de auto-


móveis, a caracterização dos motores é feita em cv (cavalo-va-
por). Essa unidade, proposta no tempo das primeiras máquinas
a vapor, correspondia à capacidade de um cavalo típico, que
conseguia erguer, na vertical, com auxílio de uma roldana, um
bloco de 75kg, com velocidade de módulo 1,0m/s. Para subir
uma ladeira, inclinada como na figura, um carro de 1000kg,
RESOLUÇÃO:
mantendo uma velocidade constante de módulo 15m/s (1) Desprezando-se o efeito do ar, tem-se:
(54km/h), desenvolve uma potência útil que, em cv, é, aproxi- Fmotor = Pt = P sen  = m g sen
madamente, de Fmotor = 1000 . 10 . 0,1 (N)
a) 20 b) 40 c) 50 d) 100 e) 150
Fmotor = 1000N
Despreze o efeito do ar e adote g = 10m/s2.

FÍSICA 63
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 64

(2) Potmotor = Fmotor . V . cos 0° 3 (UnB-MODELO ENEM)


Potmotor = 1000 . 15 (W) = 15 . 103W

mgH
(3) Pot = –––––– = mg V
t

1cv = 75 . 10 . 1,0 (W) = 750W


15 . 103
(4) Potmotor = ––––––– (cv)
750

Potmotor = 20cv

Resposta: A

2 (UEPB-MODELO ENEM) – Uma empresa de geração de


energia construiu uma usina hidroelétrica em que a queda-d’á-
gua, com vazão de 3,6 . 105m3/h, encontra-se 60m acima do
ponto onde se localiza a turbina, conforme se observa na figura
abaixo.

A figura I mostra um gerador eólico, no qual o vento põe em mo-


vimento uma hélice que está acoplada ao eixo de um gerador
elétrico. De um modo geral, a quantidade de energia convertida
com esse tipo de gerador cresce com a velocidade do vento, até
uma velocidade crítica em que surge turbulência em torno das
pás da hélice, provocando uma queda abrupta de rendimento.
A figura II mostra o gráfico da potência fornecida por um gera-
dor eólico, em função da velocidade do vento.
Com base no gráfico apresentado, considere as proposições
que se seguem:
(1) Para velocidades do vento inferiores a 4m/s, o gerador
Considerando-se a aceleração da gravidade com módulo eólico não funciona.
g = 10m/s2, a densidade da água de 1,0 . 103kg/m3 e despre- (2) A potência máxima desse gerador eólico ocorre para uma
zando-se as perdas de energia, é correto afirmar que a potência velocidade do vento da ordem de 14m/s.
média, em kW (quilowatts), a ser gerada por esta usina, vale (3) Não existem duas velocidades distintas do vento para as
a) 6,0 . 102 b) 6,0 . 103 c) 6,0 . 104 quais a potência eólica seja a mesma.
d) 6,0 . 105 e) 6,0 . 106
Responda mediante o código:
a) apenas (1) está correta.
RESOLUÇÃO: b) apenas (2)está correta.
τP = m g H = µ Vol g H
Potm = ––––
c) apenas (3)está correta.
–––––– ––––
t t t d) apenas (1) e (3) estão corretas.
Potm = µ Z g H e) apenas (1) e (2) estão corretas.
m3 3,6 . 105
Z = 3,6 . 105 –––– = –––––––––– = 1,0 . 102m3/s RESOLUÇÃO:
h 3,6 . 103 (1) Correta. De acordo com o gráfico, para V ≤ 4m/s a potência do
gerador eólico é nula.
Potm = 1,0 . 103 . 1,0 . 102 . 10 . 60 (W) (2) Correta. De acordo com o gráfico, a potência máxima ocorre
para V em torno de 14m/s.
Potm = 6,0 . 107 W = 6,0 . 104 kW (3) Falsa. Existem velocidades acima e abaixo da crítica que
produzem a mesma potência eólica.
Resposta: C Resposta: E

64 FÍSICA
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72 Energia mecânica • Energia cinética


• Energia potencial

Todas as atividades e tarefas que surgem em nossa Uma pedra, suspensa a uma certa altura do chão,
vida cotidiana estão ligadas ao conceito de energia. possui energia mecânica em relação ao chão, pois, ao
Embora seja um conceito intuitivo e difícil de definir, ser abandonada, em sua queda espontânea, ela pode
o que nos interessa, em realidade, é saber as formas nas acionar um dispositivo qualquer, realizando trabalho.
quais a energia se apresenta, como transformar uma for- Quando um carro está em movimento, ele possui
ma em outra e onde buscar as fontes de energia. energia mecânica, pois é capaz de realizar trabalho, por
Em geral, a energia provém de algum combustível, exemplo, deformando um obstáculo qualquer.
como gasolina, álcool, diesel, carvão, alimentos, com- Quando um estilingue está armado, com seu elás-
bustível nuclear, entre outros. tico esticado, ele tem energia mecânica, pois é capaz
A energia pode ser mecânica (objeto de estudo de realizar trabalho, por exemplo, arremessando uma
deste capítulo), elétrica (consumida por exemplo nas pedra à distância.
lâmpadas e motores elétricos), química (encontrada na Nota: Como a energia mecânica é medida pelo
gasolina, álcool, diesel, baterias e pilhas), térmica, nu- trabalho realizado, podemos concluir que a unidade de
clear etc. energia mecânica é a mesma de trabalho.
O fundamental no estudo da energia é a sua conser-
vação, isto é, a energia pode ser transformada de uma No SI, a unidade de energia é o joule.
forma em outra, porém a sua quantidade total perma-
nece constante.
No presente capítulo, vamos estudar as formas em
2. Modalidades
que a energia mecânica pode apresentar-se e como uma A energia mecânica pode apresentar-se sob duas
forma pode transformar-se em outra. formas:
No caso de um automóvel, a fonte de energia é a (1)Energia Cinética: é a energia mecânica ligada ao
energia química existente no combustível usado e na ba- movimento do corpo ou das partes que constituem o
teria. sistema físico.
Esta energia química vai ser transformada em ener- A energia mecânica associada ao carro, que desen-
gia cinética (movimento do carro), em energia sonora volve uma certa velocidade, é do tipo cinética.
(buzina), em energia luminosa (faróis) e em energia
térmica (aquecimentos).
Para os seres humanos, a energia utilizada em nos-
sas atividades provém dos alimentos que ingerimos.
Para a Terra como um todo, a principal fonte de ener-
gia é o Sol.

Em uma corrida de 100m rasos, o brutal esforço muscular dos atletas


confere-lhes grande energia mecânica do tipo cinética.

Energia, a matéria-prima da vida. No Portal Objetivo


1. Conceito
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
Dizemos que um corpo ou sistema físico possui OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
energia mecânica quando é capaz de se modificar, es- digite FIS1M402
pontaneamente, realizando trabalho.

FÍSICA 65
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 66

(2)Energia Potencial: é a energia mecânica ligada à


posição do corpo ou das partes que compõem o
sistema físico.
A energia mecânica associada à pedra suspensa é
do tipo potencial e motivada pelo campo gravitacional
gerado pela Terra.

A energia mecânica associada ao estilingue armado


é do tipo potencial e motivada pela força ligada à defor-
mação do elástico.

3. Energia cinética
Consideremos uma partícula de massa m e
velocidade escalar v em relação a um referencial R. A energia cinética é grandeza física exclusivamente positiva.
(3)A energia cinética depende do referencial ado-
A energia cinética da partícula, em relação a R, é tado, pois a velocidade depende do referencial
dada por:
(4)Os gráficos da energia cinética em função de v e
mv2 em função de v2 são apresentados a seguir:
Ecin = –––––
2

4. Energia potencial de gravidade


O planeta Terra cria em torno de si um campo de
forças atrativo, denominado campo de gravidade. A força
de atração que a Terra exerce em um corpo é chamada
peso do corpo (não se consideram efeitos ligados à rota-
ção da Terra).
Quando um corpo está posicionado no campo de
gravidade da Terra, ele possui uma energia potencial de
gravidade que é medida pelo trabalho realizado pelo seu
peso.
O trabalho muscular interno Apesar de não possuir grande velo-
Para calcularmos a energia potencial de gravidade, é
confere a energia cinética cidade de movimentação, a embarca- preciso adotar um plano de referência, isto é, um plano
necessária para o ágil salto ção possui grande energia cinética horizontal onde convencionamos que a energia potencial
da rã. devido à sua massa. de gravidade é nula.

Notas
(1)Para um corpo extenso de massa M e cujo centro
de massa tem velocidade escalar VCM, a energia
cinética é dada por:
2
mvCM
Ecin = ––––––
2

(2)Como a massa m é estritamente positiva e V2 ≥ 0,


concluímos que a energia cinética nunca será nega- Consideremos um corpo de massa m num local
tiva. onde a aceleração da gravidade tem módulo igual a g e
Ecin ≥ 0 a uma altura h acima do plano de referência.

66 FÍSICA
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A energia potencial de Epot = Epot – Epot = m g (hB – hA)


B A
gravidade associada ao cor-
po é medida pelo trabalho
de seu peso quando o corpo Epot = m g h
cai até o plano de referên-
cia.
Observe que hA e hB dependem da posição do plano
de referência, porém h é a distância entre os pontos A
Epot = τp = m g h = P h e B e não dependerá da posição do plano de referência.

A erosão sofrida pelas rochas da


foto fez com que se formasse um
sistema mecânico em que existe
uma certa quantidade de energia
mecânica “guardada” na forma de
energia potencial gravitacional em
relação ao solo.

Em relação ao solo, os operários possuem grande energia potencial


gravitacional.
A variação da energia potencial durante a queda da água em uma bar-
• Se o corpo estiver abaixo do plano de referência, ragem pode ser convertida em energia elétrica em uma hidroelétrica.
sua energia potencial é considerada negativa, pois um
operador externo precisaria realizar trabalho para levá-lo
ao nível zero de energia potencial.
• Se o corpo em estudo for um corpo extenso, a al-
tura h é medida a partir do centro de gravidade do corpo.
• Observe que o valor da energia potencial de
gravidade depende da posição do plano de referência,
que é escolhido de modo arbitrário, porém, o importante
não é o valor da energia potencial de gravidade, mas sim
o valor da variação de energia potencial entre dois
pontos A e B, e esta variação não dependerá da
posição do plano de referência.
Esquematizando o que foi exposto:

Epot = m g hA’
A
O alpinista, ao subir a montanha, transforma parte de sua energia
Epot = m g hB interna em energia potencial gravitacional.
B

FÍSICA 67
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1 (MODELO ENEM) – Um meteorito tem E1 = 54,6 . 1012 J = 5,46 . 1013 J Adotando-se g = 10 m/s2 e 1 cal = 4J, em quan-
massa M = 4,0 . 106 kg e velocidade com mó- 3) Ec = n E1 tas horas o atleta conseguirá realizar seu obje-
dulo v = 15,0 km/s. A energia decorrente da 4,5 .1014 = n . 5,46 . 1013 tivo?
explosão de 1 megaton de TNT é de 4,2 . 1015J. a) 1h b) 2h c) 5h
n8
A bomba atômica que explodiu em Hiroshima d) 10h e) 11h
foi equivalente a 13 quilotons de TNT. A ener- Resposta: C Resolução
gia cinética do meteorito equivale aproxima- 1) E = 2,0 . 106 . 4 (J) = 8,0 . 106 J
damente a energia liberada por quantas bom- 2 (OLIMPÍADA PAULISTA DE FÍSICA-MO- 2) E = n m g H
bas iguais aquela que explodiu em Hiroshima? DELO ENEM) – Um atleta faz um lanche não 8,0 . 106 = n . 500 . 2,0
a) 4 b) 6 c) 8 d) 10 e) 12 programado cujo conteúdo energético é de n = 8,0 . 103
Resolução 2,0 . 106 cal. Para compensar este excesso ali- 3) 1 ...... 5,0s
M V2 4,0 . 106 mentar ele decide fazer levantamento de peso 8,0 . 103 ...... t
1) Ec = ––––– = ––––––– (15,0 .103)2 J para “queimar” aquelas calorias indesejáveis. 40,0 . 103
2 2 t = 40,0 . 103s = ––––––––– (h)
Ele ergue um corpo de massa 50 kg a uma 3,6 . 103
Ec = 450 .1012 J = 4,5 . 1014 J altura de 2,0 m um número n de vezes. Não há
t  11 h
2) 106 toneladas TNT ..... 4,2 . 1015 J trabalho muscular no ato de abaixar o corpo.
13 . 103 toneladas TNT ..... E1 Cada operação de levantar o corpo dura 5,0s. Resposta: E

1 (UERJ-MODELO ENEM) – Considere um recordista da c) o gato é magro, o guarda-roupas é baixo e o fenômeno ocor-
corrida de 800m com massa corporal igual a 70kg e tempo de re na Terra;
percurso de 100s. Durante a corrida, sua energia cinética d) o gato é gordo, o guarda-roupas é alto e o fenômeno ocorre
média, em joules, seria de, aproximadamente na Terra;
a) 1120 b) 1680 c) 1820 d) 2240 e) o gato é magro, o guarda-roupas é baixo e o fenômeno ocor-
re na Lua.
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO:
s 800m
1) Vm = ––– = –––––– = 8,0m/s A energia potencial gravitacional é dada por:
t 100s
Ep = mgH
mV2 Como gT é maior que gL, temos:
2) EC = –––––
2 o gato é gordo (maior m)
o guarda-roupas é alto (maior H)
70
EC = ––– (8,0)2 (J) = 35 . 64,0 (J) o fenômeno ocorre na Terra (maior g)
(m) 2
Resposta: D

EC = 2240 J
(m)

3 (PUC-SP)
Resposta: D O coqueiro da figura tem 5,0m de
altura em relação ao chão e a
cabeça do macaco está a 0,5m
do solo. Cada coco, que se des-
2 (INATEL-MODELO ENEM) – Os gatos são mestres em prende do coqueiro, tem massa
acumular energia potencial sobre os guarda-roupas, subindo 2,0 . 102g e atinge a cabeça do
neles. Durante o salto para cima, sua energia cinética se macaco com 7,0J de energia
converte em energia potencial. Essa energia vai depender do cinética. A quantidade de energia
gato (gordo ou magro) do guarda-roupas (alto ou baixo) e do mecânica dissipada na queda é
planeta onde o fenômeno se dá. (GREF 1991 (v.1), p.95) a) 2,0J
b) 7,0J
O valor da energia potencial acumulada pelo gato sobre o guar- c) 9,0J
da-roupas será maior quando d) 2,0kJ
a) o gato é gordo, o guarda-roupas é baixo e o fenômeno ocor- e) 9,0kJ
re na Terra; Dado: g = 10m/s2
b) o gato é gordo, o guarda-roupas é alto e o fenômeno ocorre
na Lua;

68 FÍSICA
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RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
Para um referencial na cabeça do macaco: a) τP = –mgH
Ep = m g H
i WA mA
Ep = 0,20 . 10 . 4,5 (J) = 9,0J –––– = –––– = 1
i WB mB
Ed = Ep – Ec
i f

Ed = 9,0J – 7,0J ⇒ Ed = 2,0J b) Em = mgH


Em = 50 . 10 . 16,0 (J)
Resposta: A
Em = 8,0 . 103J = 8,0kJ

Respostas: a) 1
b) 8,0 . 103J ou 8,0kJ

4 (UFRJ) – Dois jovens, cada um com 50kg de massa, so-


bem quatro andares de um edifício. A primeira jovem, Heloísa,
sobe de elevador, enquanto o segundo, Abelardo, vai pela es-
cada, que tem dois lances por andar, cada um com 2,0m de
altura.
a) Denotando por WA o trabalho realizado pelo peso de
Abelardo e por WH o trabalho realizado pelo peso de
Heloísa, determine a razão WA / WH. No Portal Objetivo
b) Supondo-se que são nulas suas velocidades inicial e final,
calcule a variação de energia mecânica de cada jovem ao Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
realizar o deslocamento indicado. OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
Adote g = 10m/s2 digite FIS1M403

73 Energia potencial elástica • Energia potencial


• Energia elástica

Quando você comprime uma mola, você está realizando trabalho e, portanto, transferindo energia mecânica para a mola.
Quando você estica o elástico de um estilingue, você está realizando trabalho e, portanto, transferindo energia mecânica
para o elástico.
Esta energia mecânica ligada à mola deformada ou ao estilingue deformado é chamada de ENERGIA POTENCIAL
ELÁSTICA.

Na figura 1, a mola se encontra comprimida somente pelo peso da “cabeça” do boneco. Quando Quanto maior a deformação provocada,
um operador comprime a mola, esta passa a acumular energia potencial elástica, que pode ser maior será a energia potencial elástica arma-
restituída na forma de energia cinética. (fig. 2) zenada.

FÍSICA 69
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1. Conceito 3. Medida da energia


Quando um sistema elástico (como, por exemplo, potencial elástica
uma mola ou um estilingue) está deformado, torna-se ca-
paz de realizar trabalho e, portanto, possui energia me-
cânica.
Esta energia mecânica, que está ligada à deforma-
ção do sistema, é denominada energia potencial elás-
tica ou energia de deformação.

2. Lei de Hooke
Uma deformação é dita elástica quando, retirada a
força deformadora, desaparece a deformação e o
sistema readquire suas dimensões naturais.
A energia mecânica é dada pela capacidade do siste-
Consideremos uma mola (ou um elástico) deforma- ma em realizar trabalho. A medida da energia mecânica
da elasticamente de um comprimento L por uma força é a medida do trabalho realizado.
deformadora de intensidade F.
A energia potencial elástica armazenada é medida
A Lei de Hooke estabelece que: pelo trabalho de um operador para provocar a deforma-
A intensidade da força deformadora (F) é propor- ção elástica do sistema e pode ser calculada por meio da
cional à deformação (L). área sob o gráfico F = f(L).
O gráfico da função F = f(L) é uma semirreta, Para L = x, temos F = kx, e a área sob o gráfico é
partindo da origem. dada por:
x . kx
τoperador =N Área (F x L) = ––––––
2
kx2
Eelástica = τoperador = ––––
2

A expressão matemática da Lei de Hooke é:

F = k L

em que k é uma constante característica do sistema


elástico e é denominada constante elástica do sistema.
Quanto maior a deformação
da mola, maior a energia po-
tencial elástica nela armaze-
A unidade de k no SI é newton/metro nada.

1 (UFU-MG) – Um recipiente cilíndrico vazio a) 0,4 kg e 500 N/m


foi pendurado em uma mola de massa b) 1,0 kg e 250 N/m
desprezível. Diferentes quantidades de água c) 0,4 kg e 250 N/m
foram sendo colocadas nesse cilindro para a d) 1,0 kg e 500 N/m
determinação da constante elástica da mola. Resolução
1) F = k x
O gráfico ao lado mostra a intensidade da força 50,0 = k . 20,0 .10–2
F aplicada à mola pelo peso do cilindro com
k = 2,5 . 102 N/m
água como função da deformação (x) da mola.
Quando havia 2,1 kg de água no cilindro, a mola Considerando-se g = 10,0 m/s2, a alternativa
2) Para x = 10,0 cm temos:
apresentava 10,0 cm de deformação. que fornece a massa do cilindro (vazio) e a
P = kx = 2,5 . 102 . 10,0 .10–2 (N)
constante elástica da mola, respectivamente, é

70 FÍSICA
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Quando um ciclista de 80kg de massa senta k = 500 .102 N


P = 25,0N
sobre o selim, provoca uma deformação de
1,6cm na mola. A aceleração da gravidade local kx2
3) P = (m0 + ma) g tem módulo igual a 10m/s2; assim, o valor 2) τmola = – ––––
2
25,0 = (m0 + 2,1) 10,0 absoluto do trabalho realizado pela força
2,5 = m0 + 2,1 elástica da mola nessa deformação vale, em J 500 . 102
a) 12,8 b) 6,4 c) 6,4 . 10–2 τmola = – ––––––––– . (1,6 . 10–2)2 (J)
2
m0 = 0,4kg d) 3,2 e) 3,2 . 10 –2

Resolução τmola = –6,4 J


Resposta: C 1) Para o equilíbrio do ciclista:
τmola = 6,4 J
2 (VUNESP-MODELO ENEM) – O selim de
Felástica = P

uma bicicleta tem uma mola helicoidal para k x = mg


oferecer maior conforto ao ciclista que a utiliza. k . 1,6 . 10–2 = 800 Resposta: B

1 (UDESC-MODELO ENEM) – Um paciente é submetido a 2 Considere uma mola cuja constante elástica vale k = 100N/m.
um teste, sob orientação de um fisioterapeuta, para verificar a Um bloco é preso à extremidade da mola que fica
força máxima do seu braço lesionado. O protocolo consiste em deformada de 0,10m na situação de equilíbrio.
alongar uma fita elástica de constante elástica k = 4,5.103 N/m. Determine
Para simplificar, pode-se representar a fita elástica por uma a) o peso do bloco.
mola presa a uma parede, conforme mostra a figura abaixo. b) a energia elástica armazenada na mola.

RESOLUÇÃO:
a) Para o equilíbrio do bloco, temos:
Fmola = P
kx = P
Qual é a energia potencial elástica armazenada pela mola, se o P = 100 . 0,10 (N)
deslocamento efetuado pelo paciente for de 2,0cm? P = 10N
a) 9,0 . 10–3J b) 9,0 . 10–2J c) 9,0 . 10–1J
d) 9,0J e) 90J

RESOLUÇÃO:
k x2
k x2 b) Ee = –––––
Ee = ––––– 2
2

100
4,5 . 103 2 Ee = ––––– (0,10)2 (J)
Ee = ––––––––– . (2,0 . 10–2) (J) 2
2

Ee = 0,50J
Ee = 9,0 . 10–1J

Respostas: a) 10N b) 0,50J


Resposta: C

FÍSICA 71
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3 O gráfico a seguir representa a intensidade da força aplica- 4 (MODELO ENEM) – Duas molas elásticas, A e B, têm o
da em uma mola em função da sua deformação. mesmo tamanho natural (não deformadas), porém a mola A é
mais rígida, isto é, tem constante elástica maior (kA > kB).
Numa experiência I, as duas molas são igualmente deformadas
(xA = xB).
Numa experiência II, as duas molas são deformadas por forças
de mesma intensidade (FA = FB).
Sejam τA e τB os trabalhos realizados para deformar as molas
A e B em cada uma das experiências.

Analise as proposições a seguir:


Determine 1) Na experiência I, temos τA > τB
a) a constante elástica da mola. 2) Na experiência II, temos τA < τB
b) a energia elástica armazenada na mola para x = 1,0m. 3) Nas duas experiências, temos τA = τB
RESOLUÇÃO: Responda mediante o código:
a) Lei de Hooke: F = kx
a) apenas (1) está correta.
100 = k . 2,0 ⇒ k = 50N/m b) apenas (2) está correta.
c) apenas (3) está correta.
k x2 d) apenas (1) e (2) estão corretas.
b) Ee = –––––
2 e) os dados são insuficientes para compararmos τA e τB.
50 2
Ee = –––– . (1,0) (J) ⇒ Ee = 25J RESOLUÇÃO:
2 O trabalho realizado para deformar a mola é igual à energia
elástica por ela armazenada:
Respostas: a) 50N/m b) 25J
k x2
τ = Ee = –––––
2

F
Sendo F = kx (Lei de Hooke), temos x = ––––
k

k F2 F2
τ= –––– . –––– ⇒ τ = –––––
2 k2 2k

Na experiência I, para o mesmo valor de x, temos:


kA > kB ⇒ τA > τB

Na experiência II, para o mesmo valor de F, temos:


kA > kB ⇒ τA < τB

Resposta: D

72 FÍSICA
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74 Sistemas conservativos • Conservação de energia mecânica

Energia não pode ser criada e nem destruída, 2. Sistema de


mas apenas transformada de um tipo em outro.
Esta frase tem sido repetida tantas vezes e é de vital forças conservativo
importância em nosso cotidiano, pois nossas ações e Quando a energia mecânica, associada a um corpo
atividades envolvem sempre a utilização de energia ou a ou sistema, não se altera, dizemos que o sistema de
conversão de energia de uma forma para outra. forças aplicado é conservativo.
O objeto de nosso estudo é a energia mecânica nas É importante salientar que, em geral, as energias
suas formas potencial (ou de posição) e cinética (ou de potencial e cinética variam e apenas a sua soma é que
movimento). permanece constante.
Vamos estudar fenômenos em que a energia mecâ- Em = Ecin + Epot
nica se conserva, isto é, energia potencial se transforma ↓ ↓ ↓
em cinética ou vice-versa, mas a quantidade total de constante varia varia
energia mecânica não se altera.
É evidente que para que isto ocorra, não pode haver
transformação de energia mecânica em térmica, o que
significa, em muitos casos, condições ideais, como au-
sência de atrito e de resistência do ar, o que, na prática,
é apenas uma aproximação.
Nos casos em que a energia mecânica se conserva,
um aumento de energia cinética (movimento acelerado)
implica uma redução equivalente de energia potencial
(movimento de descida), e uma redução de energia
cinética (movimento retardado) implica um acréscimo
equivalente de energia potencial (movimento de subida).
Em uma situação de energia potencial máxima, a
respectiva energia cinética será mínima e vice-versa.
Nas montanhas-russas de um parque de diversões,
Nas duas fotos, temos situações em que se converte energia potencial
ignorando os atritos e o efeito do ar, a energia mecânica gravitacional em energia cinética.
do carrinho e de seu conteúdo, ao deslizarem livremen-
te, vai conservar-se.

A energia cinética adquirida na corrida para o salto transforma-se em


energia potencial.
São exemplos importantes de sistemas conservati-
1. Energia mecânica vos:
(I) Um corpo se movendo sob a ação exclusiva
A energia mecânica (Em) de um corpo ou de um de seu peso.
sistema físico é dada pela soma das energias cinética e Na subida, a energia potencial aumenta, a energia ci-
potencial. nética diminui e a soma permanece constante. Na des-
cida, a energia potencial diminui, a energia cinética au-
Em = Ecin + Epot
menta e a soma permanece constante.

FÍSICA 73
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O lançamento pode ser vertical (trajetória reta) ou H Epot Ecin Em


oblíquo (trajetória parabólica). (metros) (joules) (joules) (joules)
10,0 100 0 100
8,0 80 20 100
6,0 60 40 100
4,0 40 60 100
2,0 20 80 100
0 0 100 100
Observe que, durante a queda, a energia potencial
EA = EB = EC vai diminuindo, porém a energia cinética vai aumen-
tando, de modo que a soma das duas permanece cons-
Consideremos um exemplo numérico, para um cor- tante.
po de massa 1,0kg, abandonado em queda livre, a partir (II) Um corpo se movendo livremente em uma tra-
do repouso, de uma altura de 10,0m, em um local onde jetória sem atrito, não se considerando o efeito do ar.
a aceleração da gravidade tem módulo constante e igual
a 10,0m/s2.
A expressão da energia mecânica do corpo é:
mV 2
Em = Epot + Ecin = m g H + –––––
2

m = massa do corpo
H = altura em relação ao solo, adotado como refe-
rência Nos trechos de descida (A para B e C para D), a
V = módulo da velocidade na altura H energia cinética aumenta e a potencial diminui, permane-
cendo constante a soma das duas.
Na posição de partida, temos: H = 10,0m e V = 0
No trecho de subida (B para C), a energia potencial
Em = 1,0 . 10,0 . 10,0(J) = 100J
aumenta e a cinética diminui, permanecendo constante
Fazendo-se uma tabela com valores de H, Ecin, Epot a soma das duas.
e Em, temos:

1 Um garoto está deslizando livremente Resolução se mantém constante durante a descida. Em


num tobogã, sem atrito, cujo perfil vertical é Fazendo a tabela de energias: relação às suas energias, pode-se afirmar que
aqui mostrado. Não se considera o efeito do ar, a) a cinética aumenta, a potencial diminui e a
adota-se g = 10 m/s2 e as energias potenciais (SI) mecânica se mantém constante.
são medidas em relação ao solo horizontal. Ponto Ep Ec Em b) a cinética aumenta, a potencial e a mecâ-
nica diminuem.
A 1500 0 1500
c) a cinética e a mecânica se mantêm cons-
B 0 1500 1500 tantes e a potencial diminui.
C 500 1000 1500 d) a cinética se mantém constante, a potencial
D 750 750 1500 e a mecânica diminuem.
e) a cinética, a potencial e a mecânica se
HA = 3 HC ⇒ EpotA = 3 EpotC mantêm constantes.
Sabe-se que a energia potencial em C vale HA 1 Resolução
500J, a velocidade em B tem módulo igual a HD = –––– ⇒ EpotD = ––– EpotA 1) Sendo a velocidade constante, a energia
2 2
10m/s e o garoto parte do repouso em A. cinética permanece constante.
Assinale a alternativa correta. 2) Como o esqueitista está descendo a
2
m VB m ladeira, a energia potencial diminui.
Energia Energia EcinB = –––––– ⇒ 1500 = –– . 100
Massa 2 2 3) A energia mecânica vai diminuir porque
Potencial Potencial
do garoto uma das parcelas é constante e a outra
em A em D
m = 30 kg diminui:
a) 1500J 750J 30 kg
b) 1500J 300J 30 kg Em = Ep + Ec
Resposta: A
c) 1000J 500J 20 kg
d) 1000J 500J 30 kg 2 (VUNESP-MODELO ENEM) – Um es- diminui diminui constante
queitista desce uma ladeira com forte vento
e) 1500J 750J 20 kg
contrário ao seu movimento. A sua velocidade Resposta: D

74 FÍSICA
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3 (UFSCar-SP-MODELO ENEM) – Ideia pa- EB = EA


ra a campanha de redução de acidentes:
enquanto um narrador exporia fatores de risco (referência em B)
nas estradas, uma câmera mostraria o trajeto
de um sabonete que, a partir do repouso em m VB2
um ponto sobre a borda de uma banheira, –––––––– = mg H
2
escorregaria para o interior dela, sofrendo um
forte impacto contra a parede vertical oposta.
VB = 
2 g H = 
2 . 10 . 0,60 (m/s)
Supondo-se desprezível o efeito de qualquer
espécie de atrito, o módulo da velocidade que
VB = 2,0 
3 m/s
o carro adquire após soltar-se da mola vale
a)  2 m/s b) 2,0m/s
Para a realização da filmagem, a equipe téc- VB  3,4m/s c) 2,0km/h d) 3,6km/h
nica, conhecendo o módulo da aceleração da e) 5,4km/h
Resposta: E
gravidade (10 m/s2) e desconsiderando-se Resolução
qualquer atuação de forças contrárias ao
movimento, estimou que o módulo da
4 (VUNESP-MODELO ENEM) – Num par- 1)
1,0 . 100
Ee = τF = –––––––– (J) = 50 J
que de diversões, há um brinquedo original que 2
velocidade do sabonete, momentos antes de
consta de um carro impulsionado por uma mola
seu impacto contra a parede da banheira, 2) Ee = EC
elástica, a partir do repouso, como na figura I.
deveria ser um valor, em m/s, mais próximo de
O gráfico da figura II ilustra a intensidade dessa
a) 1,5 b) 2,0 c) 2,5 mV2
força elástica que a mola exerce no carro Ee = ––––
d) 3,0 e) 3,4 2
quando for por ele comprimida. Considere a
Adote 3 = 1,7
massa da criança mais a do carro igual a 25kg
Resolução 25
e a deformação da mola igual a 1,0m no 50 = –––– V2
Conservação da energia mecânica: instante em que é liberada empurrando o carro. 2

V2 = 4,0 (SI)

V = 2,0m/s

Resposta: B

1 (UFES) – Um corpo é arremessado para cima, ao longo de 1 1


hB = –– hC, portanto, Epot = –– Epot
um plano inclinado, sem atrito, como mostra a figura. Sua 5 B 5 C

energia cinética no ponto A é 1000J e é suficiente para que ele Resposta: D


atinja o ponto C com velocidade nula. A energia cinética do
corpo, quando passa por B, é: As questões 2 e 3 referem-se ao gráfico a seguir, da ener-
a) 200J b) 400J c) 600J d) 800J e) 1000J gia potencial de uma partícula em função de uma coordenada
horizontal x que define sua posição.
A partícula está submetida a um sistema de forças conserva-
tivo e na posição x = 1,0m a velocidade da partícula é nula.

RESOLUÇÃO:
Faça uma tabela de energia.
(J)
Pto Ep Ec Em
A 0 1000 1000
B 200 800 1000
C 1000 0 1000

FÍSICA 75
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2 Complete a tabela (ENEM) – Questões 4 e 5


Na figura abaixo, está esquematizado um tipo de usina utilizada
(UNIDADES DO SI) na geração de eletricidade.
x Ep Ec Em

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0
4 Analisando-se o esquema, é possível identificar que se tra-
ta de uma usina
6,0 a) hidroelétrica, porque a água corrente baixa a temperatura da
turbina.
RESOLUÇÃO: b) hidroelétrica, porque a usina faz uso da energia cinética da
água.
x Ep Ec Em
c) termoelétrica, porque no movimento das turbinas ocorre
0 0 100 100 aquecimento.
d) eólica, porque a turbina é movida pelo movimento da água.
1,0 100 0 100 e) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo das moléculas
2,0 0 100 100 de água.

3,0 –50 150 100 RESOLUÇÃO:


Trata-se de uma usina hidroelétrica, que transforma, por proces-
4,0 0 100 100 sos sucessivos, energia potencial da água represada em energia
elétrica.
5,0 50 50 100 Resposta: B
6,0 0 100 100

5 No processo de obtenção de eletricidade, ocorrem várias


3 Construa na figura dada o gráfico da energia cinética da
transformações de energia. Considere duas delas:
I. cinética em elétrica
partícula em função da coordenada x.
II. potencial gravitacional em cinética
Analisando-se o esquema, é possível identificar que elas se en-
contram, respectivamente, entre:
a) I – a água no nível h e a turbina, II – o gerador e a torre de
distribuição.
b) I – a água no nível h e a turbina, II – a turbina e o gerador.
c) I – a turbina e o gerador, II – a turbina e o gerador.
d) I – a turbina e o gerador, II – a água no nível h e a turbina.
e) I – o gerador e a torre de distribuição,II – a água no nível h e
a turbina.

RESOLUÇÃO:
Na usina hidroelétrica, a energia potencial gravitacional da água é
RESOLUÇÃO:
transformada em energia cinética antes de chegar às turbinas; as
turbinas recebem energia cinética da água e, por um processo
eletromagnético ocorrido nos geradores, a energia mecânica é
transformada em elétrica e, em seguida, enviada às torres de
distribuição.
Resposta: D

76 FÍSICA
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6 (UFCG-PB) – Um bloco de massa igual a 0,125 kg colide RESOLUÇÃO:


EC = EE
com uma mola presa a uma parede, conforme mostra a figura.
Sabe-se que a mola tem uma constante de elasticidade igual a mv2 kx2
50,0N/m e que sua deformação máxima devido à colisão foi de –––– = ––––
2 2
0,10m. Com essas informações, pode-se afirmar que o módulo
da velocidade do bloco imediatamente antes da colisão com a k 50,0
V= ––– . x ⇒ V = ––––– . 0,10 (m/s)
mola era igual a m 0,125
a) 1,0 m/s b) 2,0 m/s c) 3,0 m/s
d) 3,6 m/s e) 4,0 m/s V = 2,0m/s

Resposta: B

75 Exercícios

1 Ecin máxima ⇒ Vmáxima 3


(UFMG-MODELO ENEM) – Rita está es-
quiando numa montanha dos Andes. A energia
R Epot mínima ⇒ Hmínima
(MODELO ENEM) – Ao saltar com vara,
um atleta corre e atinge uma velocidade de
cinética dela em função do tempo, durante par- módulo 10m/s. Verifica-se que o centro de gra-
Resposta: B
te do trajeto, está representada neste gráfico: vidade do atleta teve uma elevação de 5,2m.
Adote g = 10m/s2. Pode-se afirmar que o atle-
2 (FATEC-SP-MODELO ENEM) – Uma cai-
ta
xa de clipes para prender papéis, de massa
a) utilizou exclusivamente a energia cinética ad-
50g, caiu de uma mesa de 1,0 m de altura.
quirida na corrida, e conseguiu aproveitá-la
Sabendo-se que ao atingir o piso o módulo da
integralmente.
velocidade da caixa era de 4,0 m/s, pode-se
b) utilizou exclusivamente a energia cinética
concluir que a energia mecânica perdida na
adquirida na corrida, e só conseguiu apro-
queda, em joules, foi igual a
veitá-la parcialmente.
a) 0,010 b) 0,040 c) 0,050
Os pontos Q e R, indicados nesse gráfico, c) utilizou exclusivamente a energia cinética
d) 0,10 e) 0,50
correspondem a dois instantes diferentes do adquirida na corrida, mas obteve um rendi-
Dado: g = 10m/s2
movimento de Rita. mento maior graças ao uso da vara.
Resolução
Despreze todas as formas de atrito. d) acrescentou à energia cinética adquirida na
Para um referencial fixo
Com base nessas informações, é correto afir- corrida mais energia mecânica, resultante
no solo terrestre, temos:
mar que Rita atinge de sua própria força muscular.
a) velocidade máxima em Q e altura mínima EA = m g H e) não utilizou a energia cinética adquirida na
em R . EA = 50 . 10–3 . 10 . 1,0 (J) corrida, mas a sua própria força muscular
b) velocidade máxima em R e altura máxima obtida do envergamento da vara.
em Q. EA = 0,50J Resolução
c) velocidade máxima em Q e altura máxima m V 20 m
em R. mVB2 1) Ecin = ––––– = ––– (10)2 (SI)
i 2 2
d) velocidade máxima em R e altura mínima EB = ––––––
em Q. 2 Ecin = 50m (SI)
i
e) velocidade mínima em Q e altura máxima
50 . 10 –3 2) Epot = m g H = m . 10 . 5,2 (SI)
em R. EB = ––––––––– . (4,0)2 (J)
2
Resolução Epot = 52m (SI)
Desprezando-se os atritos, a energia mecânica
EB = 0,40J 3) Como Epot > Ecini, concluímos que as
de Rita permanece constante (sistema conser-
vativo) forças musculares do atleta realizaram um
A energia mecânica dissipada na queda, em trabalho interno transformando energia
Em = Ep + Ec = constante virtude da força de resistência do ar, é dada por: armazenada nos músculos em energia
Ecin mínima ⇒ Vmínima
E Ed = EA – EB = 0,10J mecânica.
Q
pot máxima ⇒ Hmáxima Resposta: D
Resposta: D

FÍSICA 77
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1 (UFPB) – Três corpos (1, 2 e 3) são abandonados de uma RESOLUÇÃO:


altura h com velocidade inicial nula e chegam ao solo com Efinal = Einicial
velocidades de módulos V1, V2 e V3, respectivamente. O corpo
mV02
1 sofre uma queda livre, enquanto os corpos 2 e 3 deslizam mgH = –––––
sobre superfícies planas, inclinadas e sem atrito, conforme a 2
figura abaixo.
V0 = 
2gH

V0 = 
2

. 10,0 . 2,45 (m/s)

V0 = 7,0m/s

Resposta: E

Considerando-se a situação descrita, é correto afirmar:


a) V1 > V2 > V3 b) V1 > V2 = V3 c) V1 = V2 = V3
d) V1 = V2 > V3 e) V1 < V2 < V3

RESOLUÇÃO:
Como não há atrito nem efeito do ar, a energia mecânica per-
manece constante nos três casos e, portanto,
3 (VUNESP) – Um bloco de massa m desce um plano incli-
Ef = Ei nado com 10m de comprimento e que forma um ângulo de 30°
(ref. no solo) com a horizontal. Despreze os atritos e considere g = 10m/s2.
Se o bloco partir do repouso, ao chegar ao fim da rampa, o
mV2
módulo de sua velocidade será, em m/s, igual a:
––––– = mgh a) 5 b) 10 c) 15 d) 20 e) 25
2

RESOLUÇÃO:
V= 
2gh
1) Cálculo de H:
H 1
V1 = V2 = V3 sen 30° = ––– = ––
10 2

H = 5m
Resposta: C

2) Conservação da energia mecânica:

EB = EA (ref. em B)

mVB2
––––– = mgH
2 (UDESC-MODELO ENEM) – O recorde mundial de salto 2
em altura foi conseguido pelo atleta cubano Javier Sotomayor,
em 27 de julho de 1993, em Salamanca, Espanha, com a marca VB = 
2gH ⇒ VB = 
2 . 10 . 5 (m/s) ⇒ VB = 10m/s
de 2,45 m. (Fonte: International Olympic Comitee).
Considere os seguintes dados:
Resposta: B
(1) g = 10,0m/s2
(2) o efeito do ar é desprezível
(3) a velocidade do atleta no ponto mais alto de sua trajetória
é praticamente nula.
O módulo da velocidade que o atleta tinha ao deixar o solo e
iniciar o salto que o consagrou vale:
a) 3,0m/s b) 4,0m/s c) 5,0m/s
d) 6,0m/s e) 7,0m/s

78 FÍSICA
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4 (UNICAMP) – Que altura é possível atingir em um salto RESOLUÇÃO:


a) A energia cinética adquirida pelo atleta é transformada, de
com vara? Essa pergunta retorna sempre que ocorre um gran-
acordo com o texto, em energia potencial gravitacional:
de evento esportivo, como os jogos olímpicos em Sydney. No
m V02
salto com vara, um atleta converte sua energia cinética obtida
Ep = m g H = ––––––
na corrida em energia potencial elástica (flexão da vara), que 2
por sua vez se converte em energia potencial gravitacional.
V02 (10) 2
Imagine um atleta com massa de 80kg que atinge uma velo-
H = –––– = –––––– (m) ⇒ H = 5,0m
cidade horizontal de módulo 10m/s no instante em que a vara 2g 2 . 10
começa a ser flexionada para o salto.
a) Qual é a máxima variação possível da altura do centro de
massa do atleta, supondo-se que, ao transpor a barra, sua b) Admitindo-se que o centro de massa do atleta esteja inicial-
mente a 1,0m do chão (metade de sua altura), a altura máxima
velocidade é praticamente nula?
atingida pelo atleta será dada por:
b) Considerando-se que o atleta inicia o salto em pé e ultrapas- Hmáx = H + H0
sa a barra com o corpo na horizontal, devemos somar a altu-
Hmáx = 5,0m + 1,0m ⇒ Hmáx = 6,0m
ra do centro de massa do atleta à altura obtida no item
anterior para obtermos o limite de altura de um salto. Faça
uma estimativa desse limite para um atleta de 2,0m de Respostas: a) 5,0m b) 6,0m
altura.

76 Exercícios

(PISA-MODELO ENEM) – Enunciado para as exercícios de 1 4


a . Resolução
Muitas pessoas consideram que a energia eólica é uma fonte de O local mais adequado é aquele em que a velocidade escalar média do
energia que pode substituir os geradores de eletricidade alimentados vento é praticamente constante e de intensidade elevada.
pela queima de carvão ou de petróleo. As estruturas visíveis na foto- Resposta: C
grafia seguinte são moinhos de vento cujas pás são postas em 2 Quanto mais forte for o vento, mais depressa giram as pás do
movimento pelo vento. A rotação das pás permite que os geradores moinho de vento e, por isso, mais energia elétrica é produzida. No
instalados nos moinhos produzam energia elétrica. entanto, numa situação real, não há uma relação direta entre a
velocidade do vento e a quantidade de eletricidade produzida. Apre-
sentam-se, em seguida, quatro exemplos de condições reais de
funcionamento de uma central eólica.
• As pás começam a girar quando o vento atinge a velocidade
escalar V1.
• Por razões de segurança, a rotação das pás não acelera mais

1 Os gráficos seguintes apresentam a velocidade escalar média do



quando a velocidade escalar do vento ultrapassa o valor V2.
A potência elétrica gerada atinge um valor máximo (W) quando a
vento ao longo do ano, em quatro locais diferentes. Qual dos gráficos se
velocidade escalar do vento é V2.
refere ao local mais apropriado para a instalação de moinhos de vento?
• As pás cessam de girar quando a velocidade escalar do vento
atinge o valor V3.
Qual dos gráficos seguintes representa melhor a relação entre a veloci-
dade escalar do vento e a potência elétrica gerada nestas condições de
funcionamento?

FÍSICA 79
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 80

Resolução c) A gravidade diminui à medida que a altitude energia a partir de combustíveis fósseis como
1) Para V  V1, temos Pot = 0 (b, c e e) aumenta. o carvão e o petróleo, assinale a opção correta.
2) Para V2  V  V3 a potência permanece d) Chove com mais frequência à medida que a a) A energia gerada pelo carvão e pelo
constante (b e e) altitude aumenta. petróleo polui menos o ambiente.
3) Para V > V3, temos Pot = 0 (b) e) O ar é mais denso à medida que altitude b) A energia eólica é uma energia limpa (não
Resposta: B aumenta. polui o ambiente) e é inesgotável.
Resolução c) A energia gerada pelo carvão e pelo
3 Para uma mesma velocidade escalar do A energia cinética associada ao vento, além de petróleo é inesgotável.
vento, quanto maior for a altitude mais devagar depender de sua velocidade, depende de sua d) A quantidade de energia fornecida por um
rodam as pás dos moinhos de vento. densidade. Quanto mais denso for o ar, maior a gerador eólico é muito maior que a
Qual das razões seguintes explica melhor o massa de ar que aciona as pás dos moinhos e fornecida a partir do petróleo.
motivo pelo qual as pás dos moinhos de vento e) A energia fornecida por um gerador eólico é

.
mV2
giram mais devagar, em lugares elevados, para maior a respectiva energia cinética Ec = –––– a mesma durante todo o ano.
a mesma velocidade escalar do vento? 2 Resolução
Resposta: A
a) O ar é menos denso à medida que a altitude O único inconveniente de um gerador eólico,
aumenta.
b) A temperatura é mais baixa à medida que a
4 Em relação a vantagens e desvantagens
em relação ao meio ambiente, é a poluição
sonora.
da produção de energia pelos moinhos de
altitude aumenta. Resposta: B
vento, quando comparada com a produção de

1 (UNIRIO) – Dois corpos, A (mA = 3,0kg) e B (mB = 2,0kg), 5,0 V2


possuem dimensões desprezíveis. Os corpos A e B estão 30 = 2,0 . 10 . 1,0 + –––––––
2
interligados por uma corda inextensível e de massa desprezível
que passa por uma polia ideal, como mostra a figura abaixo.
5,0
10 = ––––– V2
2

V2 = 4,0

| V | = 2,0m/s

Respostas:a) 30J b) 2,0m/s

2 (UnB-MODELO ENEM)

Os corpos inicialmente estão em repouso. Considerando-se


g = 10m/s2 e que não existam forças dissipativas, determine
a) a energia mecânica inicial do sistema, para um referencial
fixo no solo.
b) o módulo da velocidade com que o corpo A chega ao solo.

RESOLUÇÃO:
a) Ei = mA g HA

Ei = 3,0 . 10 . 1,0 (J) ⇒ Ei = 30J

b) A energia potencial perdida por A é transformada em Em uma apresentação de circo, em 1901, AlIo Diavolo intro-
1) energia potencial ganha por B; duziu a acrobacia de bicicletas em pistas com loops. Ele
2) energia cinética ganha pelo conjunto. observou que, se partisse de uma altura mínima, poderia, em
um desafio às leis da gravidade, percorrer, sem cair, todo o
(mA + mB) V2
mAgH = mBgH + ––––––––––––– trajeto, passando inclusive pelo loop. A figura acima ilustra um
2 momento dessa situação em que um ciclista desce uma rampa
com velocidade suficiente para completar o loop.

80 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 81

Considere que, na situação mostrada na figura, o ciclista parta 3 (UNIFOR-CE) – Uma esfera de massa m = 1,0kg está pre-
do repouso e desça a rampa sem pedalar; m seja a massa do sa numa das extremidades de um fio ideal de comprimento
sistema acrobata-bicicleta; não existam forças dissipativas; a ᐉ = 1,0 m, que tem a outra extremidade fixa num ponto O. A
bicicleta não seja impulsionada pelo acrobata em nenhum ins- esfera descreve um movimento circular, num plano vertical,
tante da trajetória; apenas o centro de massa do acrobata seja sob a ação exclusiva do campo gravitacional.
analisado; o loop tenha forma de um circulo de raio R = 2,5m;
o módulo da aceleração da gravidade seja g = 10 m/s2.
Com base nessas informações, julgue os itens a seguir.
(1) Para que seja realizado o loop, a altura mínima do ponto de
partida na rampa deve ser igual a 2R.
(2) A energia mecânica total mínima do sistema ciclista-acroba-
ta no ponto mais baixo do loop é igual a mgR, para um
referencial fixo no solo.
(3) O peso do ciclista somado ao da bicicleta, no ponto mais
alto do loop, é igual a mg.
(4) A soma das energias cinética e potencial, associadas ao Sabendo-se que o módulo da velocidade da esfera no ponto
movimento do sistema acrobata-bicicleta, para um referen- mais alto da trajetória é 4,0m/s e que g = 10m/s2, a intensidade
cial fixo no solo, em cada instante do movimento é uma da força de tração no fio quando a esfera passa pelo ponto
constante. mais baixo vale, em newtons,
(5) A velocidade escalar mínima do ciclista no topo do loop é a) 66,0 b) 56,0 c) 48,0 d) 36,0 e) 16,0
igual a 5 m/s.
A sequência correta de itens verdadeiros (V) e falsos (V) é: RESOLUÇÃO:
a) FFVVF b) FFFVV c) FFVVV 1) Conservação da energia mecâni-
d) VVFFV e) FVFVF ca entre A e B:
EB = EA
RESOLUÇÃO:
(ref. em B)
1) (F)
m VB2 m VA2
–––––– = –––––– + mg 2R
2 2

m VB2 m VA2
–––––– = –––––– + 4mg
R R
m VB2 1,0 . 16,0
–––––– = ––––––––– + 4 . 10,0 (N)
R 1,0
m VB2
–––––– = 56,0N
Na condição de altura mínima, a força normal em B se anula: R
P = Fcp
B

2) No ponto B, a força resultante é centrípeta:


mVB2
mg = –––––– ⇒ VB2 = gR TB – P = Fcp
R B

De A para B: EB = EA (ref. em B) TB – 10,0 = 56,0

mVB2 TB = 66,0N
–––––– = mg (H – 2R)
2
Resposta: A

gR
––––– = g (H – 2R)
2

H = 2,5R

2) (F) Em = EA = mg . 2,5R
3) (V) P = mg
4) (V) O sistema é conservativo

5) (V) VB = 
gR = 

10. 2,5 (m/s)

VB = 5m/s

Resposta: C

FÍSICA 81
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 82

Impulso e
77 quantidade de movimento
• Grandeza vetorial • Momento linear
• Quantidade de movimento • Impulso

Quando você arremessa uma bola em um jogo de 1. Impulso de


basquete, chuta uma bola em um jogo de futebol, dá
uma raquetada em um jogo de tênis ou dá uma tacada uma força constante
na bola em um jogo de sinuca, o efeito produzido na bola →
→ Consideremos uma força F, constante, atuando so-
vai depender de duas coisas: a força F que você aplica e
o intervalo de tempo em que esta força atuou. bre um corpo durante um intervalo de tempo t.

O efeito produzido na bola está ligado à sua massa e O impulso que →
a força F transmite ao corpo é uma
à velocidade que ela vai adquirir. grandeza vetorial I, definida a partir da relação:
Se quisermos estudar o fenômeno do ponto de vista → →
escalar, verificamos a energia cinética que a bola adquiriu I = Ft


mV2

Ec = –––––– e o respectivo trabalho realizado pela for-
2
ça aplicada (TEC).
Se quisermos estudar o fenômeno do ponto de vista
vetorial, verificamos a velocidade vetorial que a bola ad-
quiriu (módulo, direção e sentido) e definimos →
duas
grandezas vetoriais importantes: o impulso ( I ) aplicado
pela força e a quantidade de movimento adquirida pe-
la bola.
O impulso está ligado à intensidade da força e ao in- Quando um taco de golfe atinge A força aplicada ao prego em um
tervalo de tempo em que ela age. uma bola, a deformação produ- curto intervalo de tempo confere
zida é provocada por uma força impulso suficiente para introduzi-lo
Em geral, a interação em uma colisão (o chute, o sa- de grande intensidade aplicada na madeira.
que, a tacada mencionados são colisões) tem uma du- pelo taco, atuando durante um
ração muito pequena, de ordem de centésimo de se- curto intervalo de tempo.
gundo e, portanto, a força aplicada deve ser intensa para
Como o intervalo de tempo (t) é uma grandeza
se produzir um efeito razoável. →
escalar e positiva, o impulso ( I ) terá a mesma direção e
Por outro lado, quando você vai empurrar um carro →
enguiçado e já engrenado para acionar o motor, a força o mesmo sentido da força F.
aplicada é relativamente pequena e o intervalo de tempo Exemplificando: o impulso do peso será sempre ver-
deverá ser maior para conseguir um efeito razoável. tical e dirigido para baixo, pois o peso é um força vertical
e dirigida para baixo.
Quando a força não for constante, a definição de
impulso é complicada, usando conceitos de Matemática
que só são aprendidos nas universidades.
Podemos, contudo, usar a ideia de força média. A

força média Fm é uma força constante capaz de produzir
o mesmo efeito da força variável.
Isto posto, escrevemos o impulso de uma força co-
mo sendo:
→ →
I = Fm t

2. Unidade de impulso

No Sistema Internacional de Unidades (SIU), a força
( F ) é medida em newtons (N) e o intervalo de tempo (t)
é medido em segundos (s) e, portanto, a unidade de
O pé do atleta aplica na bola, durante A fotografia estroboscópica impulso será dada por:
um certo intervalo de tempo t, mostra com detalhes a colisão →
uma força de intensidade variável. entre a bola e a raquete. uni [ I ] = newton . segundo (N . s)

82 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 83

3. Quantidade de movimento Observe que, neste movimento circular e uniforme, a


quantidade de movimento tem módulo constante (no
Consideremos um partícula

de massa (m) e animada movimento uniforme, a velocidade vetorial tem módulo
de velocidade vetorial ( V ). constante), porém a direção é variável e, portanto, a quan-

Define-se quantidade de movimento (Q) da partícula tidade de movimento é uma grandeza vetorial variável.

como sendo a grandeza vetorial dada pela relação: A quantidade de movimento (Q) só será vetorial-
→ →
mente constante em dois casos:
→ →
Q = mV (I) partícula em repouso: Q = constante = 0
(II) partícula em movimento retilíneo e unifor-
Como a massa m é uma grandeza escalar e positiva, → →
→ me: Q = constante ≠ 0
a quantidade de movimento ( Q) terá a mes→
ma direção e
o mesmo sentido da velocidade vetorial ( V ), isto é, será
sempre tangente à trajetória e terá o mesmo sentido do
4. Unidade de
movimento. quantidade de movimento
No Sistema Internacional de Unidades (SIU), a
massa m é medida em quilogramas (kg) e a velocidade
vetorial é medida em metros por segundo (m/s) e, por-
tanto, a unidade de quantidade de movimento será dada
A quantidade de movimen- por:
to de um veículo é uma
grandeza vetorial que de- →
pende da massa do veículo
uni [ Q ] = quilograma . metro/segundo (kg.m/s)
e de sua velocidade ve- → →
torial. Veículos de massas Procure verificar que uni [ Q ] = uni [ I ], isto é, o
diferentes com velocida- impulso e a quantidade de movimento têm as mesmas
des diferentes podem ter unidades (grandezas físicas de mesma espécie).
quantidades de movimen-
tos iguais.
5. Nomenclatura
A título de exemplo, consideremos uma partícula em A grandeza quantidade de movimento é também
movimento circular e uniforme no sentido horário. chamada de momento linear ou simplesmente mo-
Na figura, representamos a quantidade de mo- mento.
vimento da partícula nos pontos A, B, C e D. Também é usada a expressão latina momentum
como sinônimo de quantidade de movimento e, neste
caso, o plural é momenta (palavras latinas de gênero
neutro terminadas em um fazem plural em a).

No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
digite FIS1M404

1 (UNIMONTES-MG-MODELO ENEM) – O a) o mesmo impulso. 4000


Ec(ônibus) = –––– (0,4)2 (J) = 320 J
senso comum faz uma pessoa normal temer b) igual energia cinética. 2
permanecer diante de um ônibus em movi- c) acelerações diferentes.
mento, mesmo quando ele vem com baixa d) a mesma quantidade de movimento. 80
e) o mesmo trabalho. Ec(bicicleta) = ––– (20)2 (J) = 16000 J
velocidade, porque consideramos sua massa 2
muito grande. Do mesmo modo, teme-se per- Resolução
1) Q = m V Ec(bicicleta) = 50 Ec(ônibus)
manecer diante de um ciclista em alta velo-
cidade. Considerando-se um conjunto ciclista Qônibus = 4000 . 0,4 (SI) = 1600 kg . m/s
3) Não há dados para compararmos acelera-
mais bicicleta, com massa total igual a 80kg, Qbicicleta = 80 . 20 (SI) = 1600 kg . m/s ções.
→ →
movendo-se a 20m/s, e um ônibus de 4000kg, Q ônibus = Q bicicleta 4) Impulso e trabalho não são grandezas físi-
movendo-se a 0,4m/s, ambos na mesma linha cas associadas a um corpo.
reta e no mesmo sentido, pode-se afirmar cor- mV2
2) Ec = –––– Resposta: D
retamente que os dois têm 2

FÍSICA 83
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 84

2 (FMTM-MG-MODELO ENEM) – O folhe- Resolução Resolução


to promocional de um fabricante de com- I) Falsa: Se a aceleração escalar fosse cons-
bustíveis apresenta em forma gráfica como tante o gráfico V = f(t) seria retilíneo (função
seriam os comportamentos de dois auto- do 1.o grau).
móveis idênticos no momento em que iniciam II) Correta: O trabalho total é dado pela varia-
uma ultrapassagem sob as mesmas condições ção de energia cinética, que é maior em A
de uso. Um dos automóveis utiliza gasolina pois VA > VC a partir do momento de
comum (curva C) e outro utiliza a nova fórmula aceleração.
de gasolina aditivada (curva A) que tem a
mV2 mV02
propriedade de diminuir o atrito entre as peças τ = Ecin = –––– – ––––
2 2
do motor.
III) Falsa: Se a força fosse constante a acelera-
ção também seria constante.

IV) Correta
Q = mV
VA > VC ⇒ QA > QC
A intensidade da variação da quantidade de
Resposta: D movimento da bolinha é Q, dada por:
Q = m (V2 + V1) (I)

3 (UFSCar-SP) – Um estudante deixa cair


onde V1 e V2 são os módulos das velocidades
→ →
V1 e V2.
Considerando-se insignificante a variação da várias vezes uma bolinha de pingue-pongue
massa de combustível utilizado durante uma A subida da bolinha ocorre com conservação
verticalmente, da mesma altura, sobre o piso
ultrapassagem, analise as afirmativas com de energia mecânica.
de uma sala. Depois de cada choque, ele nota
base nas informações das curvas A e C. que a bolinha sempre volta verticalmente, mas mV22
Despreze o efeito do ar. atinge alturas diferentes. Suponha a resistência Logo: –––––– = mgh2 ⇒ V2 = 2
2gh (II)
2
I. Em A, a aceleração proporcionada é cons- do ar desprezível. Essa observação permite
tante enquanto que em C, ela é variável. afirmar que a variação da quantidade de A descida da bolinha também ocorre com
II. Em C, o trabalho total realizado é menor movimento da bolinha ocorrida nos seus conservação de energia mecânica . Logo:
que em A, num mesmo intervalo de tempo. diferentes choques com o piso mV12
III. Em A, a força comunicada pelo motor às a) é sempre a mesma, qualquer que seja a –––––– = mgh1 ⇒ V1 = 1
2gh (III)
rodas é constante enquanto que em C, ela 2
altura atingida pela bolinha na volta.
é variável. b) é maior quando a altura atingida pela bolinha
Substituindo-se (II) e (III) em (I), vem:
IV. Em C, a quantidade de movimento é menor na volta for maior.
que em A, para qualquer instante do inter- c) é maior quando a altura atingida pela bolinha
valo de tempo que se inicia no momento da na volta for menor.
Q = m (
2gh
2 +  1 )
2gh
aceleração. d) é menor quando a altura atingida pela Observando a expressão final de Q, notamos
Está correto o contido apenas em bolinha na volta for maior. que, sendo h1 e g constantes, Q cresce com
a) I e II. b) I e II. c) II e III. e) não tem relação com a altura atingida pela h2.
d) II e IV. e) III e IV. bolinha na volta. Resposta: B


1 (UERJ-MODELO ENEM) – Uma funcionária, de massa 2) | I | = F t
→ →
50kg, utiliza patins para se movimentar no interior do | I | = 160 . 0,5 (SI) ⇒ | I | = 80N . s
supermercado. Ela se desloca de um caixa a outro, sob a ação
→ b) 1) V = V0 +  t (MUV)
de uma força resultante F, durante um intervalo de tempo de
0,5 s, com aceleração constante de módulo igual a 3,2 m/s2, V = 0 + 3,2 . 0,5 (m/s) ⇒ V = 1,6m/s
partindo do repouso. Determine o módulo do impulso I pro-

duzido por essa força F e a energia cinética Ec adquirida pela mV2 50
2) Ec = –––– ⇒ Ec = –––– (1,6)2 (J) ⇒ Ec = 64J
funcionária. 2 2
Os valores de I e Ec são, em unidades do SI, respectivamente
Resposta: A
iguais a:
a) 80 e 64 b) 80 e 70 c) 70 e 64
d) 0 e 80 e) 80 e 80

RESOLUÇÃO:
a) 1) PFD:F = m a
F = 50 . 3,2 (N) = 160N

84 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 85

2 (CEFET-PR) – Analise as afirmativas a seguir com relação



–––32 V
m 2 m 4 2
2 2
a um corpo de massa (m), percorrendo uma circunferência de Ecin = –– . 0 = –– . –– V0 = –– m V0
f 2 2 9 9
raio (R), com movimento uniforme.
I) O corpo possui aceleração de módulo constante e diferente Ecin = Ecin – Ecin
f i
de zero.
2
II) A quantidade de movimento do corpo é constante durante 2 m V0
2
todo o movimento. Ecin = –– m V0 – ––––––
9 2
III) A energia cinética permanece constante durante todo o
movimento. 2
2 m V0 – 4,5 m V0
2
–2,5 2
Sobre elas, podemos concluir que Ecin = ––––––––––––––––––– = –––––– m V0
a) somente as afirmativas I e II são corretas; 9 9
b) somente as afirmativas I e III são corretas;
–5
c) somente as afirmativas II e III são corretas; Ecin = –––– m V0
2

d) todas as afirmativas são corretas; 18


e) todas as afirmativas são incorretas.

RESOLUÇÃO:
I) Verdadeira: No MCU, a aceleração vetorial é centrípeta e tem


––VR–– constante.
2
módulo

II) Falsa: A quantidade de movimento (grandeza vetorial) no MCU


tem módulo constante, porém varia em direção.
III)Verdadeira: A energia cinética (grandeza escalar) é constante
em qualquer movimento uniforme, não importando a traje-
tória. 4 (FUNDAÇÃO CESGRANRIO) – Em uma partida de
Resposta: B futebol, a bola é lançada na grande área e desviada por um
jogador da defesa. Nesse desvio, a bola passa a se mover per-
pendicularmente à direção da velocidade com que a bola
atingiu o jogador. Sabe-se que as quantidades de movimento
imediatamente antes e imediatamente depois do desvio têm o
mesmo módulo p.
a) Qual o módulo do vetor variação da quantidade de movi-
mento da bola, durante o referido desvio?
b) Sendo E a energia cinética da bola imediatamente antes do
3 (UFRJ) – Uma bola de tênis de massa m colide contra uma desvio, qual a variação da energia cinética da bola, ao ser
parede fixa, conforme é mos- desviada?
trado na figura ao lado. A velo-
cidade da bola imediatamente RESOLUÇÃO:
→ →
a) Q i = Q f = p
antes do choque é perpendicu-
lar à parede e seu módulo vale →
| Q |2 = p2 + p2 = 2p2
V0. Imediatamente após o
choque, a velocidade continua →
| Q| = 
2 p
perpendicular à parede e seu
módulo passa a valer (2/3)V0.
Calcule em função de m e V0: Q2
b) EC = –––––––
a) o módulo da variação do momento linear da bola; 2m
b) a variação da energia cinética da bola. → →
Como Q f = Q i, então Ef = Ei = E
RESOLUÇÃO: E = 0
a) Q = m V

 –––3 V 
2 Respostas: a) 2 p
Q = m 0 – (–V0)
b) zero

5
Q = ––– m V0
3

2
m V0
b) Ecin = ––––––
i 2

FÍSICA 85
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78 Teorema do impulso • Impulso • Variação


da Quantidade de movimento

Imagine que você vai empurrar um carro (evidente-


mente desbrecado) em um plano horizontal.
O carro vai adquirir uma certa velocidade e, portanto,
uma certa quantidade de movimento.

A força F (suposta constante) que você está apli-
cando age durante um certo tempo t e, portanto, você
→ →
aplicou sobre o carro um certo impulso I = F . t.
Este impulso atua como causa e tem como efeito a

variação da quantidade de movimento do carro, Q.

É intuitivo que se você aumentar a causa I, também

aumentará o efeito Q.

O teorema do impulso vai relacionar a causa I com

o efeito Q e tem uma grande relevância histórica, pois
foi na forma do enunciado do teorema do impulso que
Newton enunciou a sua 2a. Lei de Movimento.
Em um jogo de vôlei, o impulso aplicado pela mão
é responsável pela variação de quantidade de
Teorema do impulso (TI)
movimento da bola. Consideremos uma partícula de massa m submetida

a uma força resultante constante (F ), durante um inter-
valo de tempo (t), que faz sua velocidade vetorial
→ →
variar de (Vi) para (Vf).
De acordo com a 2.a Lei de Newton, temos:
→ → →
→ → V ( Vf – Vi )
F = m a = m –––– = m ––––––––––
t t
→ → →
daí: F. t = m Vf – m Vi
→ →
sendo: F t = IR (impulso da força resultante)
→ →
m Vf = Qf (quantidade de movimento final)
Quando um carro freia, o impulso da força de → →
m Vi = Qi (quantidade de movimento inicial)
atrito é responsável pela variação da quantidade de
movimento do carro. → → → →
vem: IR = Q – Q = Q
f i

O teorema do impulso pode ser aplicado mesmo


que a força resultante não seja constante, e pode ser
enunciado como se segue:

O impulso total sobre uma partícula (ou sistema


de corpos) mede a variação da quantidade de
movimento da partícula (ou sistema de corpos)
no intervalo de tempo considerado.
Quando uma nave espacial está acelerando, o im-
pulso da força dos jatos é responsável pela variação Na aplicação do teorema do impulso, é importante

da quantidade de movimento da nave. observar que Q é uma diferença de vetores.

86 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 87

→ → →
Os vetores Qi e Qf devem ser representados com a Neste caso, o módulo do vetor ( I ) é dado pelo
→ →
mesma origem, e o vetor I vai da “extremidade” de Qi Teorema de Pitágoras:

para a “extremidade” de Qf , como se representa na
figura:

I 2 = Q 2 + Q2
f i
Para obtermos o módulo do impulso, conhecidos os
→ →
módulo de Qi, de Qf e o ângulo , basta resolver o triân-
gulo da figura.

O chute do atleta provoca uma variação da quantidade de movimento


da bola. O impulso da força aplicada é igual à variação da quantidade
de movimento da bola.

→ →
IF = Q

São importantes os seguintes casos particulares:


→ →
(I)  = 0° : os vetores Qi e Qf têm mesma direção A variação da quantidade de movimento é uma grandeza física vetorial
e sentido. e, portanto, deve ser analisada em intensidade, direção e sentido.

Quando Newton formulou suas três leis de movi-


mento, a 2a. Lei foi enunciada em termos do teorema do
impulso:
→ →
FR t = Q


→ Q
Neste caso, o módulo do vetor impulso ( I )→é dado FR = –––––
→ t
pelo módulo da diferença entre os módulos de Qf e Qi.
Enunciado original da 2a. Lei de Newton:
I = | Qf – Qi |
A força resultante em um corpo é igual à taxa de
→ →
(II)  = 90° : os vetores Qi e Qf têm direções perpen- variação de sua quantidade de movimento.
diculares.

FÍSICA 87
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 88

1 (VUNESP-MODELO ENEM) – João esta- →


Qcabeça é a mesma com ou sem airbag
O que se pretende dizer é que se você colidir a
va dentro de um carro que colidiu frontalmente 90 km/h a força média para levá-lo ao repouso
com uma árvore e, devido à existência do F1 . t1 = F2 t2 tem intensidade igual ao peso de um corpo de
airbag, a colisão de sua cabeça com o para- massa 3000 kg.
t1 = 0,5 s
brisa demorou um intervalo de tempo de 0,5 s. Se sua massa for de 60 kg os dados apresen-
t2 = 0,05 s tados no anúncio estão supondo que o tempo
Se considerarmos que, sem o uso do airbag, a
colisão da cabeça com o para-brisa teria durado F1 . 0,5 = F2 . 0,05 de freada até o repouso é um valor mais pró-
um intervalo de tempo igual a 0,05 s, é correto ximo de:
F2
afirmar que a força média exercida sobre a F1 = ––– a) 1,0 . 10–2 s b) 2,0 . 10–2 s
10 –2
c) 3,0 . 10 s d) 4,0 . 10–2 s
cabeça de João, na situação com airbag, é
a) cerca de um décimo da força média exer- –2
e) 5,0 . 10 s
Resposta: A
cida sobre sua cabeça sem airbag. (adote g = 10m/s2)
b) cerca de um vigésimo da força média 2 (MODELO ENEM) – Um anúncio em uma Resolução
exercida sobre sua cabeça sem airbag. rodovia na Espanha, para alertar a respeito dos TI: I = Q
c) cerca de 10 vezes maior que a força média riscos de uma velocidade excessiva apresenta
exercida sobre sua cabeça sem airbag. Fm . t = mV0
os seguintes dizeres:
d) cerca de 20 vezes maior que a força média 90
3,0 . 104 . t = 60 . ––––
exercida sobre sua cabeça sem airbag. A 90km/h você pesa 3000 kg portanto use 3,6
e) a mesma que sem airbag. o cinto de segurança
t = 5,0 . 10–2s
Resolução
→ →
É evidente que a afirmação, do ponto de vista
TI: Icabeça= Qcabeça da Física, está incorreta. Resposta: E

1 (VUNESP-MODELO ENEM) – Um motociclista bate vio- 2 (5th INTERNACIONAL JUNIOR SCIENCE OLYMPIAD –
lentamente contra um carro estacionado e sobrevoa o veículo COREIA-MODELO ENEM) – Um carro A de massa 500kg está
atingido batendo com seu capacete contra um muro. trafegando a 100km/h e outro carro B de massa 1000kg está
Graças ao uso obrigatório dos capacetes, a velocidade escalar trafegando a 50km/h em uma estrada horizontal. Quando os
de 24 m/s com que a cabeça do motociclista se chocou contra motoristas pisaram nos freios de maneira forte o suficiente
o muro, foi reduzida para zero, em um tempo de 0,6 s, maior para que as rodas travassem imediatamente, os dois carros
do que seria sem o uso desse equipamento. moveram-se com as rodas travadas até parar. Qual é a razão
Se a massa do motociclista é de 65 kg, a intensidade da força entre os tempos de parada dos carros A e B? Qual a razão
média aplicada sobre ele foi de: entre as distâncias percorridas até a parada dos carros A e B?
a) 1200N b) 1400N c) 1800N Assuma que ambos os carros se movam em linha reta, os
d) 2400N e) 2600N coeficientes de atrito entre os pneus e a estrada são os
mesmos para ambos os carros e a resistência do ar possa ser
RESOLUÇÃO: desprezada.
TI: I = Qpessoa
Tempo de parada Distância percorrida até a
–Fm . t = 0 – mV0 (Carro A: Carro B) parada (Carro A: Carro B)

mV0 65 . 24 a) 1:1 2:1


Fm = ––––– = –––––– (N)
t 0,6 b) 2:1 2:1

Fm = 2600 N
c) 2:1 4:1
d) 4:1 4:1
Resposta: E
e) 1:4 1:4

RESOLUÇÃO:
→ →
I) TI: Iat = Q
V0
–µmgT = –mV0 ⇒ T = –––
µg

II) TEC: τat = Ecin

88 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 89

mV02 V02 4 (UNIFESP) – Uma xícara vazia cai de cima da mesa de


µmgd(–1) = 0 – ––––– ⇒ d = ––––
2 2µg uma cozinha e quebra-se ao chocar-se com o piso rígido. Se
essa mesma xícara caísse, da mesma altura, da mesa da sala
TA V0A 100 e, ao atingir o piso, se chocasse com um tapete felpudo, ela
––– = ––– = ––– = 2
TB V0B 50 não se quebraria.
2 2 a) Por que no choque com o piso rígido a xícara se quebra e no




dA V0A 100
––– = –––– = –––– =4 choque com o piso fofo do tapete, não?
dB V0B 50 b) Suponha que a xícara caia sobre o tapete e pare, sem
quebrar-se. Admita que a massa da xícara seja 0,10kg, que
Resposta: C
ela atinja o solo com velocidade de módulo 2,0m/s e que o
tempo de interação do choque seja de 0,50s. Qual a
intensidade média da força exercida pelo tapete sobre a
xícara? Qual seria a intensidade dessa força, se o tempo de
interação fosse 0,010s? Adote g = 10,0m/s2.

RESOLUÇÃO:

a) A xícara, ao atingir o piso, tem uma velocidade V e uma quan-

3 Uma bola de massa 1,0kg cai verticalmente e atinge o solo tidade de movimento Q .
horizontal com velocidade de módulo 25m/s. Imediatamente Durante a interação com o piso, a xícara fica sob ação de seu
→ →
após a colisão com o solo, a bola tem velocidade vertical de mó- peso P e da força F recebida do piso.
dulo 10m/s. A interação entre a bola e o solo durou 5,0 . 10–2s. Aplicando-se o teorema do impulso, vem:
A força média que a bola exerceu sobre o solo tem intensidade → → → →
I xícara = Q xícara = 0 – Q
igual a
a) 35N b) 70N c) 6,9 . 102N (Fm – P) t = Q
2
d) 7,0 . 10 N 2
e) 7,1 . 10 N Q
Fm = ––– + P
t
RESOLUÇÃO:

Nesta expressão, os valores de Q e P são fixos e o valor de Fm


(força média aplicada pelo piso) vai depender de t, que é o
tempo de interação entre a xícara e o piso.
No piso fofo, t é maior que no piso rígido e, portanto:
Fpiso fofo < Fpiso rígido

O fato de a força de interação ser menos intensa no piso fofo


justifica o fato de a xícara não se quebrar.
V = V2 – V1 = 35m/s
TI:(Fm – P) t = m V b) De acordo com o exposto no item (a), vem:
(Fm – 10) 5,0 . 10–2 = 1,0 . 35 Q
Fm = ––– + P
Fm – 10 = 7,0 . 102 t

Fm = 7,1 . 102N 0,10 . 2,0


1) Fm = –––––––––– + 0,10 . 10 (N)
0,50
Resposta: E

O exercício tem duas “pegadinhas”: Fm = 0,4 + 1,0 (N) ⇒ Fm = 1,4N


(1)Perceber que, ao inverter o sentido, a velocidade troca de sinal
e, portanto, V = 35m/s e não 15m/s.
0,10 . 2,0
(2)Perceber que, durante a colisão com o chão, o peso continua 2) F’m = –––––––––– + 0,10 . 10 (N)
atuando e o TI se aplica à resultante entre a força do chão e o 0,010
peso.
F’m = 20,0 + 1,0 (N) ⇒ F’m = 21,0N

Respostas:a) Porque o tempo de interação entre a xícara e o piso


é maior quando o piso é fofo.
b) 1,4N e 21,0N

FÍSICA 89
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 90

Cálculo do impulso
79 pelo método gráfico
• Impulso
• Área do gráfico força x tempo

Quando a força aplicada em um corpo tem direção A área sob o gráfico F =



f(t) mede o valor algé-
constante (por exemplo, a força resultante em um corpo brico do impulso da força F, no intervalo de tempo
que descreve uma trajetória retilínea), porém com considerado.
intensidade variável, o impulso aplicado sobre o corpo e,
portanto, a variação de sua quantidade de movimento N
podem ser calculados por um método gráfico. I = Área (F x t)
Um exemplo da situação apresentada é o caso em
que você empurra um carro numa estrada retilínea ou Esta propriedade é demonstrada facilmente no caso

quando você lança um corpo verticalmente. de F ser constante.

Método gráfico
Consideremos o gráfico do valor algébrico de uma

força F, com direção constante, em função do tempo de
ação t.

N
Área (F x t) = Ft = I

1 (UFRN-MODELO ENEM) – O teste de Resolução



2 (MODELO ENEM) – Um jogador de vôlei
salto vertical fornece uma indicação da força 1) Cálculo do módulo do impulso da força F levanta a bola verticalmente, junto à rede, para
muscular de um atleta. Nesse tipo de teste, o aplicada pela plataforma: seu companheiro executar uma violenta
atleta salta sobre uma “plataforma de força”, cortada.
que registra, em função do tempo, a → Quando a bola atinge sua altura máxima (velo-
 I F  = área (F x t)
intensidade da força exercida durante o salto. cidade nula) ela é atingida pela mão do jogador
Em um teste de força muscular, realizado por que lhe aplica uma força horizontal que atua
→ 1200
um atleta, foi registrado o gráfico abaixo.  I F  = (300 + 200) –––– 10–3 (N.s) = 300N . s durante um intervalo de tempo de 4,0 . 10–2 s.
2 A bola tem massa de 0,25 kg

2) Cálculo do módulo do impulso do peso: O gráfico a seguir representa a variação da


intensidade F da força aplicada pelo jogador em
→ →
 I P  =  P t = 600 . 300 . 10–3 (N . s) = 180N . s função do tempo t.

3) Aplicação do Teorema do Impulso:


→ → → →
Itotal = I F + I P =  Q

Como o impulso do peso é dirigido para


baixo e a trajetória vai ser orientada para
cima, vem:
Supondo-se que o atleta tenha massa de 60kg
→ →
e adotando-se g = 10m/s2, o módulo de sua  I F  –  I P  = m V1 – m V0 A velocidade horizontal adquirida pela bola,
velocidade imediatamente após sua saída da imediatamente após o impacto com a mão do
plataforma vale: 300 – 180 = 60 . V1 – 0 jogador, tem módulo igual a:
a) 1,0 m/s b) 2,0 m/s c) 3,0 m/s a) 10,0 m/s b) 20,0 m/s c) 40,0 m/s
d) 4,0 m/s e) 5,0 m/s V1 = 2,0m/s d) 50,0 m/s e) 80,0 m/s

90 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 91

Resolução 3 (VUNESP) – Uma partícula de massa Resolução


1) I = área (força x tempo): 4,0kg, inicialmente em repouso, é submetida a 1) I = área (F x t)
uma força resultante de direção e sentido
5,0 . 8,0
4,0 . 10–2 . 5,0 . 102 (N . s) invariáveis, e cuja intensidade varia com o I = –––––––––– (SI) = 20,0N . s
I = ____________________ 2
tempo, de acordo com o gráfico abaixo.
2 2) TI: I = Q
I = mVf – mV0

I = 10,0 N . s
20,0 = 4,0 Vf ⇒ Vf = 5,0m/s

3) TEC: τ = Ecin
2) Teorema do Impulso:
m m
I = Q ⇒ I = mV ⇒ 10,0 = 0,25 V τ = ––– V 2 – ––– V02
2 f 2

V = 40,0 m/s O trabalho realizado sobre a partícula entre os


4,0
instantes zero e 5,0s vale: τ = ––– (5,0)2 (J) ⇒ τ = 50,0J
2
Resposta: C a) 50,0J b) 30,0J c) 20,0J
d) 10,0J e) 0 Resposta: A

1 (VUNESP-MODELO ENEM) – O encarregado da seguran- Os dois gráficos foram registrados em duas colisões de testes
ça da linha de produção antecipa um acidente e golpeia o botão de segurança. A única diferença entre essas colisões é que, na
de desligamento geral das máquinas. A força de interação ente colisão I, se usou a bolsa e, na colisão II, ela não foi usada.
a mão desse funcionário e o botão está representada no
gráfico.

Ao fim do golpe, o módulo do impulso aplicado ao botão, em


N.s, vale: Da análise desses gráficos, conclui-se que a explicação para o
a) 0,02 b) 0,04 c) 0,08 d) 2,00 e) 4,00 sucesso da bolsa como equipamento de proteção é:
a) A bolsa diminui o intervalo de tempo da desaceleração da
RESOLUÇÃO: cabeça do motorista, diminuindo, portanto, a intensidade da
I = área (F x t) força média que atua sobre a cabeça.
0,08 . 50,00 b) A bolsa aumenta o intervalo de tempo da desaceleração da
I = ––––––––––– (N.s) ⇒ I = 2,00 N.s
2 cabeça do motorista, diminuindo, portanto, a intensidade da
força média que atua sobre a cabeça.
Resposta: D c) A bolsa diminui o módulo do impulso total transferido para a
cabeça do motorista, diminuindo, portanto, a intensidade da
força máxima que atua sobre a cabeça.
d) A bolsa diminui a variação total do momento linear da
2 (UFRN-MODELO ENEM) – Alguns automóveis dispõem cabeça do motorista, diminuindo, portanto, a intensidade da
de um eficiente sistema de proteção para o motorista, que força média que atua sobre a cabeça.
consiste de uma bolsa inflável de ar. Essa bolsa é e) Com a bolsa ou sem a bolsa, a intensidade da força média
automaticamente inflada, do centro do volante, quando o que atua sobre a cabeça é a mesma, porém com a bolsa o
automóvel sofre uma desaceleração súbita, de modo que a impulso aplicado na cabeça é menor.
cabeça e o tórax do motorista, em vez de colidirem com o
volante, colidem com a bolsa. RESOLUÇÃO:
A figura a seguir mostra dois gráficos da variação temporal da → →
TI: I cabeça = Qcabeça
intensidade da força que age sobre a cabeça de um boneco

que foi colocado no lugar do motorista. Área (F x t) = |Q 0|

FÍSICA 91
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 92

Fmáx t 4 Considere uma partícula de massa 2,0kg que descreve


–––––––– = mV0 = constante uma trajetória retilínea, partindo do repouso no instante t = 0.
2
Aumentando t, reduzimos Fmáx
O gráfico a seguir representa a intensidade da força resultante

F, associada

ao movimento da partícula.
Resposta: B
A força F tem sempre o mesmo sentido.

3 (VUNESP) – Um móvel de massa 5,0kg, em trajetória


retilínea, desloca-se com velocidade escalar de 2,0m/s quando
passa a sofrer a ação de uma força resultante F, na mesma
direção e sentido de sua velocidade. O gráfico mostra a
intensidade da força F no decorrer do tempo. A velocidade
escalar do móvel, em m/s, no instante t = 10,0s, é
a) 8,0 b) 10,0 c) 12,0 d) 16,0 e) 22,0
Determine

a) o módulo do impulso de F entre os instantes t0 = 0 e t1 = 10,0s.
b) o módulo da velocidade da partícula no instante t1.

c) a potência de F no instante t1.

RESOLUÇÃO:
10,0 . 4,0
a) I = área (F x t) = –––––––––– (SI)
2

RESOLUÇÃO: I = 20,0 N . s
1) I = área (F x t)
b) TI: I = Q
10,0 . 10,0 I = mVf – mV0
I = –––––––––– (SI) = 50,0N.s
2
20,0 = 2,0V1 ⇒ V1 = 10,0m/s
2) TI: I = Q
I = mVf – mV0 c) PotF = F V cos 0°
I = m (Vf – V0)
50,0 = 5,0 (Vf – 2,0) Pot1 = 4,0 . 10,0 . 1 (N)

Vf – 2,0 = 10,0

Vf = 12,0m/s Pot1 = 40,0W

Resposta: C
Respostas:a) 20,0 N . s b) 10,0m/s c) 40,0W

80 Sistemas isolados • Conservação de


Quantidade de movimento

Imagine um corpo inicialmente parado. Se você apli- Portanto, a resultante das forças externas no siste-
car sobre ele uma força, ele vai adquirir uma certa velo- ma formado por A e B é nula. Dizemos então que A e B
cidade e, portanto, uma certa quantidade de movimen- formam um “sistema isolado”.
to. Se você suprimir a força aplicada (corpo isolado de Considere agora que A aplica sobre B uma força
forças externas), é compreensível, pela 1.a Lei de →
constante F durante um intervalo de tempo t. Isto pro-
Newton, que a sua velocidade vai permanecer constante → →
→ → voca em B um impulso I = F . t e sua quantidade de
e, portanto, a sua quantidade de movimento (Q = mV) → →
movimento sofrerá uma variação QB = F t.
também vai permancer constante.
Imagine agora duas pessoas, A e B, com patins em De acordo com a 3.a Lei de Newton, a pessoa B

um plano horizontal sem atrito. Despreze o efeito do ar. reage e aplica em A uma força – F e portanto A sofre um
→ →
Em cada pessoa, atuam seu peso e a força de reação impulso IA = – F . t que provoca em A uma variação de
→ →
normal do chão, que vão equilibrar-se. quantidade de movimento QA = – F t.

92 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 93

→ → →
A soma vetorial  QA + QB = 0 significa que o
sistema formado por A e B não sofreu variação de quan-
tidade de movimento.

Isto significa que as “forças internas” trocadas en-


tre A e B variam as quantidades de movimento in-
dividuais de A e B, mas não alteram a quantidade
de movimento total do sistema formado por A e B.

Sistema isolado
A variação da quantidade de movimento do foguete é, em módulo,
Um corpo ou um sistema de corpos é dito ISOLADO igual à variação da quantidade de movimento dos gases por ele
quando está livre de forças externas, isto é, a resultante expelidos.
das forças externas é nula.
Em um sistema isolado, as partes que compõem o
sistema podem trocar forças entre si, do tipo ação-reação;
tais forças são chamadas de forças internas ao sistema.

Como a resultante externa (FR) é nula, o impulso re-
→ → →
sultante ( IR) sobre o sistema também é nulo ( IR = FR t)
→ →
e, aplicando-se o teorema do impulso ( IR = Q), con-
cluímos que a variação de quantidade de movimento do

sistema (Q) é nula, ou ainda:

Em um sistema isolado, a quantidade de movi-


mento total do sistema permanece constante.

O astronauta consegue mover-se arremessando um corpo no espaço.

Cumpre salientar que, se existirem forças internas


(ação e reação), as quantidades de movimento das par-
tes que compõem o sistema variam e apenas a sua
soma vetorial permanece constante.

A título de exemplo, consideremos um sistema


Podemos observar a conservação da quantidade de movimento de um constituído por três corpos, A, B e C.
sistema na movimentação de alguns animais aquáticos.

FÍSICA 93
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 94

No ato da explosão, as quantidades de movimento


das partes da granada variam, porém a sua soma vetorial
permanece constante.
Considere o caso de uma granada lançada vertical-
mente para cima e que explode, no ponto mais alto de
sua trajetória, em três fragmentos, A, B e C.
No instante imediatamente anterior à explosão, a
quantidade de movimento da granada é nula e, portanto,
imediatamente após a explosão, a soma vetorial das
quantidades de movimento dos fragmentos A, B e C
também será nula.

Admitamos que os corpos A e B troquem, entre si,


forças de ação e reação:
→ →
FAB = – FBA

Em virtude da ação da força FBA, a quantidade de

movimento do corpo A (QA) varia.

Em virtude da ação →da força FAB, a quantidade de
movimento do corpo B (QB) varia.
O corpo C está livre de

forças externas e a sua
quantidade de movimento (QC) permanece constante.
A quantidade
→ →
de

movimento do sistema é a soma
vetorial QA + QB + QC e será constante porque o sistema
está isolado de forças externas.

→ → → →
Qsistema = QA + QB + QC
↓ ↓ ↓ ↓
constante varia varia constante

O fato de Qsistema permanecer constante é facil-
mente compreensível se lembrarmos que, sendo
→ →
FBA = – FAB (lei da ação e reação), os impulsos sobre A
→ →
e sobre B serão opostos: IA = –IB e, de acordo com o
teorema do impulso, as variações de quantidade de mo-
vimento de A e de B também serão opostas e vão com-
pensar-se, isto é:

→ → → →
 QA = – QB e  Qsistema = 0

Exemplos de sistemas isolados Durante uma explosão, há conservação da quantidade de movimento.


(1)Em uma colisão entre dois corpos, A e B, há troca
de forças de grande intensidade entre A e B, de modo
que, mesmo que existam forças externas, elas são
consideradas desprezíveis e o sistema constituído por A
e B é considerado

isolado;

as quantidades de movimento
de A e de B ( QA e QB) variam no ato da colisão, porém a
→ →
sua soma vetorial ( QA + QB) permanece constante.
(2)Na explosão de uma granada, as forças internas
desenvolvidas são de grande intensidade, de modo que Nas colisões das bolas de bi- A famosa "paradinha" do jogo de bi-
as forças externas são consideradas desprezíveis e a lhar, há conservação da quan- lhar é um exemplo de como se con-
granada, no ato da explosão, é considerada um sistema tidade de movimento. serva a quantidade de movimento de
um sistema durante um choque.
isolado.

94 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 95

1 (UNIFEI-MG) – Um carrinho de massa c) afasta-se 1,0 m da margem. A nave de comprimento 30m possui uma velo-
igual a 250g move-se numa superfície lisa, sem d) afasta-se 1,2 m da margem. cidade constante de módulo v = 5,0m/s, no
atrito, com uma velocidade escalar de 1,2m/s. e) afasta-se 2,0 m da margem. sentido contrário ao do eixo y da figura e, no
Ele colide e gruda num outro carrinho de massa Resolução instante t = 0s, o bico da nave possui coorde-
500g, que se movia na mesma direção e em nadas (10m, 30m), conforme representadas na
sentido contrário ao primeiro carrinho. Saben- figura. O astronauta, para tentar alcançar a nave
do-se que o módulo da velocidade desse de volta, lança o equipamento paralelamente ao
segundo carrinho antes da colisão era de eixo x, com velocidade escalar Vx = –4,0 m/s.
0,80m/s, qual é a velocidade escalar dos Desprezando-se as forças que os planetas
carrinhos após a colisão? exercem sobre o astronauta e sobre a nave
Resolução espacial, marque para as alternativas abaixo (V)
Verdadeira ou (F) Falsa.
1 ( ) O astronauta não alcançará a nave,
pois ele continuará em repouso após arre-
messar o equipamento.
2 ( ) Após arremessar o equipamento, o
astronauta alcançará uma velocidade de
módulo igual a 4,0 m/s no sentido do eixo x.
→ → → 3 ( ) Após 6,0s, o bico da nave espacial
QG + QB = 0
→ →
estará na posição (10m, 0m).
QG = QB 4 ( ) O astronauta irá se deslocar no sentido
positivo de x, mas não conseguirá alcançar
mGVG = mBVB
No ato da colisão, os carrinhos formam um a nave.
sistema isolado e haverá conservação da A sequência correta de V e F é:
dG x
quantidade de movimento total mG –––– = mB ––– a) VVFF b) VFVF c) FVFV
t t
d) FFVF e) FFFF
Qapós = Qantes 60 . (2,0 – x) = 40 . x Resolução
1 (FALSA) O astronauta e o equipamento for-
(MA + MB) Vf = MAVA + MBVB 12,0 – 6x = 4x
mam um sistema isolado:
→ →
750Vf = 250 . 1,2 + 500 (–0,80) 12,0 = 10x ⇒ x = 1,2 m Qtotal = 0
→ → →
QA + QE = 0
3Vf = 1,2 – 1,6 Resposta: D
→ →
QA = Q
QE
0,4
Vf = – ––– m/s 3 (UFU-MG-MODELO ENEM) – Um astro-
mAVA = mEVE
3 nauta de massa 100kg carrega um equipa-
Vf  – 0,13m/s mento de massa igual a 5,0 kg para tentar 100VA = 5,0 . 4,0 ⇒ VA = 0,20 m/s
consertar um satélite, em órbita ao redor da
2 (FALSA)
2 (VUNESP-MODELO ENEM) – Um garoto
Terra. Em determinado momento, esse
3 (VERDADEIRA)
astronauta se solta da nave espacial, perma-
de 60 kg está parado em pé na posição
necendo em repouso em relação ao sistema de sN
indicada na figura, sobre um bote inflável de VN = ––––
massa 40 kg que flutua nas águas de uma
referência mostrado na figura abaixo. t
lagoa que não impõe nenhuma resistência ao 30
5,0 = –––– ⇒ T = 6,0 s
deslocamento do bote. Inicialmente o bote TN N

está encostado na margem da lagoa e em


4 (FALSA)
repouso em relação a ela.
sA
VA = ––––
TA

1,5
0,20 = –––– ⇒ TA = 7,5 s
TA
Em 7,5s a nave percorreu uma distância:
sN = vN . t = 5,0 . 7,5 (m) = 37,5 m
Se o menino caminhar 2,0m em relação ao bo- O bico da nave estará 7,5 m abaixo do eixo
te no sentido de se aproximar da margem, o x porém como seu comprimento total é de
bote 30 m o astronauta atingirá uma posição da
a) permanece encostado na margem da lagoa. nave a 7,5 m de seu bico.
b) afasta-se 0,8 m da margem. Resposta: D

FÍSICA 95
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 96

1 (FATEC-SP) – Uma rocha em repouso é quebrada, com o RESOLUÇÃO:


uso de dinamite, em três partes, de mas-
sas

aproximadamente

iguais. Os vetores
V1 e V2 representam as velocidades ad-
quiridas por dois dos pedaços da rocha. Qantes = Qapós
O vetor que representa a velocidade do
m1 V1 = (m1 + m2) V2
pedaço restante é
1,0 . V1 = 60,0 . 0,3

V1 = 18,0m/s

RESOLUÇÃO:
No ato da explosão, a rocha é um sistema isolado. A quantidade
de movimento total, imediatamente após a explosão, deve ser
nula, pois a rocha estava inicialmente em repouso.
→ →
Qapós = Qantes
→ → → →
m V1 + m V2 + m V3 = 0 3 (UFPE-MODELO ENEM) – Um casal de patinadores pe-
→ → → → sando 80 kg e 60 kg, parados um de frente para o outro, em-
V1 + V2 + V3 = 0
purram-se bruscamente de modo a se movimentarem em sen-
→ → → tidos opostos sobre uma superfície horizontal sem atrito. Num
V3 = –( V1 + V2) determinado instante, o patinador mais pesado encontra-se a
12 m do ponto onde os dois se empurraram. A distância que
separa os dois patinadores, neste instante, vale:
a) 4m b) 12m c) 18m d) 20m e) 28m

RESOLUÇÃO:

Resposta: A

O sistema é isolado e haverá conservação da quantidade de


movimento total:
→ → → → → → → → →
Qtotal = 0 ⇒ QA + QB = 0 ⇒ QA = –QB ⇒ | QA | = | QB |
mA VA = mB VB
12 dB
80 . –––– = 60 –––– ⇒ dB = 16m
t t
A distância d entre A e B é dada por:

2 (UFPE) – Um rapaz de 59,0kg está parado sobre um par de d = dA + dB ⇒ d = 12 + 16 (m) ⇒ d = 28m


patins, no instante em que ele pega um pacote de 1,0kg que
foi jogado em sua direção. Depois de apanhar o pacote, o rapaz Resposta: E
recua com uma velocidade de módulo igual a 0,3m/s. Qual o
módulo da velocidade horizontal do pacote, em m/s, imediata-
mente antes de ele ser apanhado? Despreze o pequeno atrito
do solo com as rodas dos patins.

96 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 97

4 (UFES-MODELO ENEM) – Um pequeno vagão de massa m



1 – ––– V


1 + ––– V
→ m →
M trafega com velocidade constante V0 numa trajetória reta e a) 0 b) 0
M M
horizontal entre um alto-forno e um depósito. No caminho, uma
pedra de massa m cai verticalmente dentro do vagão. Após a m –1

1 – –––
M →

V

pedra ter caído, desprezando-se o atrito, a nova velocidade do c) ––––––– 0 d) V0
M+m M
conjunto é


1 + –––
m
M →
e) V0

RESOLUÇÃO:
O sistema vagão-pedra é isolado de forças horizontais e a quan-
tidade de movimento horizontal vai permanecer constante:
→ M →
→ → → →
Qh = Qh ⇒ (M + m) Vf = M V0 ⇒ Vf = ––––––– V0
f i M+m
Resposta: C

81 Colisões mecânicas • Elástica • Inelástica


• Coeficiente de restituição

Imagine que você esteja jogando bilhar e observan- 1. Fases de uma colisão
do uma bolinha colidindo com a outra.
Se não houvesse perda de energia mecânica, a Fase de deformação
colisão seria totalmente silenciosa, não haveria nenhum
A fase de deformação começa quando os corpos
tipo de deformação permanente e a temperatura das
entram em contato e termina quando suas velocidades
bolinhas não se alteraria.
tornam-se iguais.
Esta colisão ideal é chamada colisão elástica ou
Na fase de deformação, a energia mecânica do sis-
perfeitamente elástica.
tema pode transformar-se em outras formas de energia:
Se você escutar um barulho na colisão entre as bo-
(l) energia potencial elástica: ligada às deforma-
las, é porque uma parte da energia mecânica foi transfor-
ções elásticas;
mada em sonora e a colisão é chamada parcialmente
elástica. (2) energia térmica: provocando aquecimento nos
corpos que colidem;
Imagine agora que você coloque um chiclete preso
numa das bolas de modo que após a colisão as bolas (3) energia sonora: produzindo "barulho" durante a
fiquem grudadas. colisão;
Esta colisão, em que os corpos ficam unidos após a (4) trabalho: usado para produzir deformações
colisão, é chamada perfeitamente inelástica. permanentes.
Porém, nos três tipos de colisão, as forças de atrito
e de resistência do ar são muito menores do que as for-
ças internas de interação entre as bolas e o sistema
formado pelas duas bolas será considerado isolado e
haverá conservação da quantidade de movimento do
sistema formado pelas duas bolas.
Imagine agora que você abandona do repouso, uma
bolinha de borracha de uma altura H acima do solo ho-
rizontal e que após a colisão a bolinha atinge uma altura
máxima h. Ignore o efeito do ar. Se H = h, é porque não
houve perda de energia mecânica no ato da colisão, que
será do tipo elástica.
Na colisão dos corpos, a ener- A foto mostra o exato instante do
Se h = 0, a bolinha ficará grudada no chão e a colisão gia mecânica do sistema trans- choque entre uma bola e uma raquete
será do tipo perfeitamente inelástica. forma-se em energia térmica, de tênis. Observe a deformação
energia sonora e trabalho para sofrida por ambas: é o que chamamos
Se 0 < h < H, a colisão será do tipo parcialmente produzir deformações. de fase de deformação.
elástica.

FÍSICA 97
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 98

Fase de restituição 3. Tipos de colisão


A fase de restituição tem início quando as velocida-
des dos corpos se igualam, e termina com a separação Colisão elástica
dos corpos. Quando e = 1, a colisão é dita COLISÃO PERFEITA-
Durante a fase de restituição, desaparecem as MENTE ELÁSTICA ou simplesmente COLISÃO ELÁS-
deformações elásticas e a energia potencial elástica, TICA.
armazenada durante a deformação, é retransformada em Na colisão elástica, não há dissipação de energia me-
energia cinética. cânica.
2. Coeficiente de restituição Na fase de deformação, a energia cinética se
transforma exclusivamente em energia potencial elástica
Considere uma colisão unidimensional entre duas
e, na fase de restituição, a energia potencial elástica se
partículas, isto é, antes e após a colisão as partículas só
retransforma totalmente em energia cinética.
podem mover-se ao longo de uma mesma reta.
No fim da fase de deformação, a energia cinética é
mínima (podendo ser zero ou não) e a energia elástica é
máxima.

FASE DE FIM DA FASE DE


DEFORMAÇÃO DEFORMAÇÃO RESTITUIÇÃO
Ecin mínima
Ecin ⇒ Eelástica Eelástica ⇒ Ecin
A velocidade relativa entre os corpos, antes da Eelástica máxima
colisão, é chamada velocidade de aproximação, e sua
intensidade é dada por: Colisão inelástica
Quando 0 ≤ e < 1, a colisão é dita COLISÃO INE-
Vap = VA – VB LÁSTICA e pode, ainda, ser subdividida em dois tipos:
A velocidade relativa entre os corpos, após a colisão, • 0 < e < 1: a colisão é chamada PARCIALMENTE
é chamada velocidade de afastamento, e sua ELÁSTICA ou PARCIALMENTE INELÁSTICA.
intensidade é dada por: Nesse caso, existem as duas fases da colisão (defor-
mação e restituição), os corpos se separam, porém há
Vaf = VB' – VA' dissipação de energia mecânica. A porcentagem de
energia mecânica dissipada depende do valor do
O coeficiente de restituição é um número (e) que coeficiente de restituição.
mede a magnitude da fase de restituição e é definido e próximo de 1 ⇔ pouca dissipação
pela relação: e próximo de 0 ⇔ muita dissipação
Vaf
e = ––––– • e = 0: a colisão é chamada PERFEITAMENTE
Vap
INELÁSTICA.
Notas Nesse caso, não há fase de restituição e os corpos
• O coeficiente de restituição é adimensional, isto permanecem unidos após a colisão. Corresponde ao ca-
é, não tem unidades. so em que há maior dissipação de energia mecânica.
• Em nossos estudos, o coeficiente de restituição
varia no intervalo fechado de 0 a 1.
0≤e≤1

Alguns veículos possuem uma grande área frontal, que pode ser No caso em que os corpos permanecem unidos após a colisão, há
amassada em uma colisão, amenizando a desaceleração e podendo grande dissipação de energia mecânica.
salvar vidas.

98 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 99

Na colisão-teste observada, No impacto, o “airbag” é acio-


grande parte da energia cinética nado e a energia cinética do mo-
é utilizada na deformação do torista provoca a deformação do
veículo. dispositivo de segurança.

Na colisão ilustrada, a conservação da quantidade de movimento deve


ser analisada vetorialmente.

5. Problemas-modelo
Nota: o termo “inelástica” pode ser substituído por
“anelástica”. Colisão unidimensional
4. Conservação da
quantidade de movimento
Em qualquer dos modelos citados de colisão, os
corpos que colidem constituem um sistema isolado,
pois, no ato da colisão, desprezamos as forças externas
em comparação com as forças internas ligadas à colisão.
O fato de os corpos constituírem um sistema isolado
implica a conservação da quantidade de movimento total
do sistema. Equações:
Nas colisões, há conservação da quantidade de (1)Qf = Qi
movimento total do sistema constituído pelos
corpos que colidem.
mAVA’ + mBVB’ = mAVA + mBVB

Vaf
(2)e = ––––
Vap

VB’ – VA’
e = ––––––––––
VA – VB

As relações (1) e (2) traduzem o equacionamento do


problema.
Em toda colisão, as forças trocadas entre os corpos têm mesma
intensidade, mesma direção e sentidos opostos, de acordo com a lei Um caso particular importante é aquele em que
da ação e reação. e = 1 e mA = mB.

FÍSICA 99
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Em (1): Colisão com o chão (desprezando-se


mVA' + mVB' = mVA + mVB o efeito da resistência do ar)
VA' + VB' = VA + VB

Em (2):
VB' – VA' = VA – VB

Resolvendo o sistema de equações:

VA’ = VB

VB’ = VA
Durante a queda livre de A para B, temos:
Ecin = Epot
B A
Em uma colisão unidimensional, elástica, entre
dois corpos de massas iguais, há troca de 2
m VB
velocidade entre os corpos. –––––– = m g H ⇒ VB = 
2gH
2

Durante a subida de B para C, temos:


E’cin = Epot
B C

m (V’B)2
––––––– = m g h ⇒ VB’ = 
2gh
2

O coeficiente de restituição na colisão é dado por:


Vaf VB’ h
e = –––– = –––– ⇒ e= ––––
Vap VB H
A altura atingida após n colisões é calculada como se
segue:
h1 = e2H
h2 = e2h1 = e2 . e2H = e4H
h3 = e2h2 = e2 . e4H = e6H
As fotos mostram um choque unidimensional entre corpos idênticos.
É um exemplo de uma situação física em que os corpos "trocam" de Genericamente: hn = e2n . H
velocidade.

1 (VUNESP-MODELO ENEM) – Em uma b) colisão, sendo perfeitamente inelástica, fará Resolução


pista de patinação no gelo, um garoto de com que a quantidade de movimento do sis- a) (FALSA) Qapós = Qantes
tema mãe-filho não se conserve e os dois (M + m) V = mV0
massa 30,0kg brinca com sua mãe, de massa
cairão sobre a pista, considerando-se que a
igual a 70 kg. A criança aproxima-se de sua 100 V = 30,0 . 10,0 ⇒ V = 3,0m/s
massa da mãe é muito maior que a da criança.
mãe, que está em repouso, com velocidade de
c) quantidade de movimento do sistema b) (FALSA) Sendo o sistema isolado a quan-
módulo 10,0m/s e, ao colidir com ela, abraça-a
mãe-filho é conservada e a velocidade da tidade de movimento do sistema perma-
fortemente. Considerando-se que a força resul-
mãe e filho juntos terá módulo de 3,0m/s, necerá constante.
tante externa do sistema mãe-filho é nula no
na mesma direção e sentido do movimento
momento da colisão, pode-se afirmar que a c) (VERDADEIRA)
inicial da criança.
a) quantidade de movimento do sistema d) energia cinética e a quantidade de movi- d) (FALSA) A energia cinética total vai diminuir
mãe-filho é conservada, e a velocidade da mento do sistema mãe-filho não se conser- e a quantidade de movimento total perma-
mãe e filho juntos terá módulo de 10,0m/s, vam, pois a colisão é totalmente inelástica.
na direção e sentido do movimento inicial necerá constante.
e) energia cinética e a quantidade de movi-
da criança, devido à inexistência da força de mento se conservam, pois a força resul- e) (FALSA)
atrito com a pista. tante é nula. Resposta: C

100 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 101

2 (MODELO ENEM) – Considere uma coli- Resolução


são unidimensional (ao longo de uma mesma (I) VERDADEIRA.
reta) entre duas bolas A e B de massas iguais. V’B – V’A 20 – 10 10
e = –––––––– = ––––––––– = –––
O gráfico a seguir representa as velocidades VA – VB 40 – (–10) 50
escalares das bolas antes, durante e após a
colisão.
e = 0,2

(II) VERDADEIRA.
Qantes = mAVA + mBVB
Qantes = m40 + m (–10) = 30m

Qapós = mAV’A + mBV’B = m10 + m20 = 30m


Analise as proposições que se seguem:
Qapós = Qantes
A colisão começa no instante t1 e termina no (1) No esquema I a energia cinética se
instante t3. conservou e a colisão é elástica.
No estudo de uma colisão usamos duas gran- (2) No esquema II, a energia cinética diminuiu
(III) FALSA.
e a colisão é inelástica.
mV2 2 2



mAVA mBVB (3) No esquema III a energia cinética se
dezas físicas: a energia cinética Ec = –––– Ec = ––––––– + –––––––
2 antes
2 2 conservou e a colisão é elástica.
que é uma grandeza escalar e a quantidade de (4) O esquema IV não traduz uma realidade
→ → física (é impossível) porque a energia
movimento (Q = m V) que é uma grandeza
m cinética aumentou.
vetorial. Ec = –– [(40)2 + (10)2] = 850m
antes 2
Definimos ainda uma grandeza adimensional
chamada coeficiente de restituição que é a Somente está correto o que se afirma em:
razão entre a velocidade relativa com que as 2 2 a) (1) b) (1); (2) e (3)
mAV’A mBV’B c) (1); (3) e (4) d) (2) e (4)
bolas se afastam e a velocidade relativa com Ec = ––––––– + –––––––
após e) (3) e (4)
que as bolas se aproximam. 2 2
Resolução

m (1) VERDADEIRA.
V’B – V’A
e = ––––––––– Ec = –– [(20)2 + (10)2] = 250m
após
2 Ecin = Ecin + Ecin = 5U + 0 = 5U
VA – VB i A B
Ecin = E’cin + E’cin = 1U + 4U = 5U
f A B
V’B = velocidade escalar de B após a colisão (2) FALSA.
Ec < Ec
V’A = velocidade escalar de A após a colisão após antes
Ecin = Ecin + Ecin = 5U + 0 = 5U
i A B
VA = velocidade escalar de A antes da colisão
Resposta: D Ecin = E’cin + E’cin = 4U + 2U = 6U
f A B
VB = velocidade escalar de B antes da colisão
Como Ecin > Ecin a situação proposta é
f i
A situação problema consiste em analisar o que 3 (MODELO ENEM) – Duas pessoas A e B impossível
ocorre com a quantidade de movimento e com estão patinando em uma pista de gelo suposta
a energia cinética do sistema formado pelas sem atrito. (3) VERDADEIRA.
duas bolas antes e após a colisão e calcular o A situação problema consiste em estudar o
coeficiente de restituição nesta colisão. Ecin = Ecin + Ecin = 2U + 5U = 7U
comportamento da energia cinética do sistema i A B
Considere as proposições a seguir: formado pelas duas pessoas A e B em uma Ecin = E’cin + E’cin = 6U + 1U = 7U
f A B
I) O coeficiente de restituição vale 0,2. colisão entre elas.
II) A quantidade de movimento do sistema Sabe-se que quando a colisão é elástica há (4) VERDADEIRA.
formado pelas bolas A e B antes e após a conservação da energia cinética do sistema e Ecin = Ecin + Ecin = 0 + 3U = 3U
colisão é a mesma. quando a colisão é inelástica a energia cinética
i A B

III) A energia cinética do sistema formado Ecin = E’cin + E’cin = 4U + U = 5U


do sistema vai diminuir. f A B
pelas bolas A e B é a mesma antes e após Os gráficos a seguir pretendem representar as Como Ecin > Ecin a situação proposta é
a colisão energias cinéticas de A e B nesta colisão em f i
Somente está correto o que se afirma em: função do tempo. A colisão é suposta impossível
a) I b) II c) III instantânea, isto é, a sua duração é
d) I e II e) I e III Resposta: C
desprezível.

FÍSICA 101
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1 (FUVEST-MODELO ENEM) – Uma pequena esfera de Sendo m1 = 10 kg, determine


massa de modelar está presa na extremidade de um fio a) a massa m2.
formando um pêndulo de comprimento L. b) o coeficiente de restituição nessa colisão.

RESOLUÇÃO:
a) No ato da colisão, os móveis formam um sistema isolado e
haverá conservação da quantidade de movimento total.
Qapós = Qantes
m1V’1 + m2V’2 = m1V1 + m2V2
m1 . 8 + m2 6 = m1 2 + m2 10
6m1 = 4 m2
m2 = 1,5 m1
m2 = 1,5 . 10 (kg)

A esfera é abandonada na posição I e, ao atingir o ponto infe- m2 = 15 kg


rior II de sua trajetória, choca-se com outra esfera igual, ficando
grudadas uma na outra e depois prosseguindo juntas até Vaf V’1 – V’2
atingirem uma altura máxima h = L/4. Considere a hipótese de b) e = –––– = –––––––
Vap V2 – V1
que as três grandezas físicas dadas na tabela abaixo se
conservem. Com relação a essa hipótese, a única alternativa de
acordo com o que aconteceu durante a colisão é: 8–6 2
e = ––––– = –– ⇒ e = 0,25
10 – 2 8
Energia Quantidade Energia
cinética de movimento mecânica A colisão é inelástica do tipo parcialmente elástica.
total
a) Falsa Verdadeira Verdadeira
b) Verdadeira Falsa Verdadeira
c) Verdadeira Verdadeira Verdadeira
d) Falsa Falsa Falsa
e) Falsa Verdadeira Falsa
3 (UNIP-SP) – Duas esferas, A e B, realizam uma colisão uni-
dimensional em um plano horizontal sem atrito. Não considere
RESOLUÇÃO: rotação das esferas.
No ato da colisão, as esferas constituem um sistema isolado e, Antes da colisão, a esfera A, de massa m, tinha velocidade de
portanto, haverá conservação da quantidade de movimento total
módulo VA e a esfera B, de massa M, estava em repouso.
do sistema.
A colisão entre as esferas é perfeitamente inelástica e, portanto, Após a colisão, a esfera A fica em repouso e a esfera B adquire
há dissipação de energia mecânica com a transformação de uma velocidade de módulo VB.
energia cinética em outras formas de energia: térmica, sonora e
trabalho de deformação.
Resposta: E

2 (VUNESP-modificado) – No gráfico, estão representadas


as velocidades escalares de dois móveis de massas m1 e m2
em uma colisão em um plano horizontal sem atrito. A colisão é Sabendo-se que M > m, considere as proposições que se
suposta ser unidimensional. seguem:
m
(I) O coeficiente de restituição, nesta colisão, vale –––
M
(II) Vale a relação: M VB = m VA
2 2
M VB m VA
(III) Vale a relação: –––––– = ––––––
2 2
Responda mediante o código:
a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta.
c) Apenas III está correta. d) Apenas I e II estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.

102 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 103

RESOLUÇÃO: c) a velocidade do conjunto imediatamente após o choque não


O sistema formado por A e B é isolado e, portanto: pode ser determinada.
Qapós = Qantes ⇒ M VB = m VA d) nada se conserva em um choque dessa magnitude.
e) a energia total envolvida, nas suas diferentes formas,
sempre se conserva.
O coeficiente de restituição é dado por:
RESOLUÇÃO:
Vaf VB m a) (FALSA) A colisão é perfeitamente inelástica.
e = –––– = –––– = ––––
Vap VA M
b) (FALSA) A energia mecânica diminui sendo transformada em
térmica, sonora e trabalho de deformação.
Sendo M > m, resulta e < 1 e a colisão não é elástica, portanto:
c) (FALSA) Na colisão os carros formam um sistema isolado (as
MV2 mV2
B A forças de colisão são muito mais intensas que as forças
–––––– < ––––––
2 2 externas de atrito e resistência do ar) e há conservação da
Quantidade de Movimento total:
Qapós = Qantes
(I) CORRETA.
(II) CORRETA. (M + m) V = M V0
(III) FALSA.
Resposta: D 2000 V = 1200 . 72 ⇒ V = 43,2 km/h
d) (FALSA) A quantidade de movimento do sistema se conserva
no ato da colisão.

e) (VERDADEIRA) Princípio da Conservação da Energia.

Resposta: E

4 (UnB-MODELO ENEM) – Acidentes entre veículos, quan-


do um deles é obrigado a parar repentinamente, são comuns
nas cidades. Esse tipo de choque produz deformações nos
veículos, barulho e, em alguns casos, até vítimas. A Física aju-
da a esclarecer as circunstâncias do acidente, como a velo-
cidade com que os veículos se moviam, já que as leis que re-
gem as colisões são universais. Considere que um veículo de
800kg, parado em um sinal vermelho, seja abalroado por trás
por outro veÌculo, de 1.200kg, deslocando-se com uma veloci-
dade de módulo 72km/h e que, imediatamente após o choque,
os dois veículos se movam juntos até que venham a parar.
Nessas circunstâncias,
a) o choque é perfeitamente elástico.
b) o choque não é elástico, porém há conservação da energia
mecânica.

82 Exercícios

1 (MODELO ENEM) – Uma espaçonave de Analise o problema como sendo uma colisão
massa m e velocidade com módulo VE = 12km/s elástica e a velocidade de Júpiter constante por
(relativa ao Sol) aproxima-se do planeta Júpiter ser a massa da espaçonave desprezível em
de massa M (muito maior que m) que tem comparação com a sua. O valor de V’E, em
velocidade com módulo VJ = 13km/s (relativa ao km/s, é:
Sol). A espaçonave contorna o planeta Júpiter e a) 13 b) 18 c) 20
inverte o sentido de seu movimento (efeito d) 25 e) 38
estilingue), adquirindo uma velocidade de
módulo V’E (relativa ao Sol).

FÍSICA 103
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 104

Resolução 3 (UELON-PR-MODELO ENEM) – O obje- a) o módulo da velocidade da esfera m do


Vaf = Vap tivo no jogo de boliche é derrubar o maior pêndulo imediatamente antes da colisão.
número de pinos com uma bola de madeira ou b) o módulo da velocidade do bloco
VE’ – VJ = VE + VJ
de outro material, através de uma pista imediatamente após a colisão.
VE’ – 13 = 12 + 13 c) a distância percorrida pelo bloco, sobre a
estreita. Para tanto, 10 pinos são dispostos em
repouso, sobre o piso, em disposição superfície horizontal, supondo-se que o
VE’ = 38 km/s coeficiente de atrito cinético entre o bloco e
triangular. Considere uma jogada em que uma
bola de boliche, de 3,0kg de massa, com essa superfície seja µ = 0,20 e verifique se
Resposta: E velocidade constante de módulo 2,0m/s se o bloco atinge a caçapa.
choca com apenas um dos pinos, que possui Resolução
2 (UFF-RJ-MODELO ENEM) – Um brasi- 1,0kg de massa. Suponha que a colisão seja a) Antes da colisão, a energia potencial da
leiro, programador de jogos eletrônicos, criou o frontal e perfeitamente elástica, que os centros esfera pendular se transforma em energia
jogo “Bola de Gude” para computador, que de massas dos dois corpos (bola e pino) cinética:
simula na tela as emoções das disputas com as estejam situados no mesmo nível em relação
pequenas esferas. Suponha que uma jogada ao solo e que após a colisão os corpos se mV02
conhecida como “teco parado” seja simulada. movimentem na mesma direção. Dadas essas mgh = –––––
Nessa jogada, uma bola 2
condições, pode-se afirmar que após a colisão
A, de massa mA, colide os módulos das velocidades da bola e do pino
frontalmente, num cho- serão, respectivamente, iguais a: V0 = 
2gh = 
2 . 10 . 0,20 (m/s)
que perfeitamente elás- a) 2,0m/s e 1,0m/s. b) 1,0m/s e 2,0m/s.
tico, com uma bola B, c) 1,0m/s e 3,0m/s. d) 1,5m/s e 1,5m/s. V0 = 2,0m/s
de massa mB, que se e) 3,0m/s e 1,0m/s.
encontra em repouso. Resolução
Após a colisão, a bola A
b) 1) Qapós = Qantes (Sistema Isolado)
fica parada e a bola B
entra em movimento.
As figuras abaixo ilustram essa situação, em

que VA é a velocidade da bola A imediatamente

antes da colisão e VB, a velocidade da bola B
imediatamente após a colisão.

m V1 + m V2 = m V0
1) Qfinal = Qinicial
V1 + V2 = V0 (1)
Identifique a opção que apresenta uma con- 3,0VA + 1,0VB = 6,0 (1)
dição necessária para que o “teco parado” 2) Vaf = Vap 2) Vaf = Vap (colisão elástica)
ocorra.
VB – VA = 2,0 (2) V2 – V1 = V0 (2)
a) A massa mA deve ser muito menor que a
massa mB. Fazendo-se (1) – (2), vem:
(1) + (2): 2V2 = 2V0
b) A massa mA deve ser muito maior que a
massa mB. 4,0VA = 4,0 ⇒ VA = 1,0m/s
V2 = V0 = 2,0m/s
c) As bolas A e B têm de ter a mesma massa.
→ Em (2): V1 = 0
d) O módulo da velocidade VA deve ser muito
grande, independentemente das massas VB – 1,0 = 2,0 ⇒ VB = 3,0m/s
mA e mB. c)
→ Resposta: C
e) O módulo da velocidade VA deve ser muito
pequeno, independentemente das massas
mA e mB. 4 (UFF-RJ) – No brinquedo ilustrado na
Resolução figura, o bloco de massa m encontra-se em
repouso sobre uma superfície horizontal e deve
1) No ato da colisão, o sistema formado pelas
ser impulsionado para tentar atingir a caçapa,
bolas A e B é isolado e haverá conservação
situada a uma distância x = 1,5 m do bloco.
da quantidade de movimento total. TEC: τat = Ecin
Para impulsioná-lo, utiliza-se um pêndulo de
→ → mV22
Qapós = Qantes mesma massa m. O pêndulo é abandonado de
µmg d cos 180° = – –––––
uma altura h = 20cm em relação à sua posição 2
mBVB = mAVA (1) de equilíbrio e colide elasticamente com o
bloco no instante em que passa pela posição
2) Sendo a colisão elástica, vem: V22 (2,0)2
vertical. Considerando-se a aceleração da
Vaf = Vap d = ––––– = ––––––––––– (m)
gravidade com módulo g = 10 m/s2, calcule: 2µg 2 . 0,20 . 10
VB = VA (2)

Substituindo-se (2) em (1), vem: d = 1,0m


mB = mA
Como d < x, o bloco não atinge a caçapa.
Resposta: C

104 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:24 Página 105

1 (UNICAMP-SP) – Um objeto de massa m1= 4,0kg e


velocidade escalar v1 = 3,0m/s choca-se com um objeto em
repouso, de massa m2 = 2,0kg em um plano horizontal sem
atrito. A colisão ocorre de forma que a perda de energia
cinética é máxima, mas consistente com o princípio de
conservação da quantidade de movimento. Qapós = Qantes
a) Quais as velocidades escalares dos objetos imediatamente
mV’2 + mV’1 = mV1
após a colisão?
b) Qual a variação da energia cinética do sistema? V’2 + V’1 = V1

RESOLUÇÃO: 1,0 + V’1 = 1,0


a) A perda de energia cinética é máxima quando a colisão for
perfeitamente inelástica. V’1 = 0
Usando-se a conservação da quantidade de movimento total
do sistema, vem:
Resposta: B

3 (E. NAVAL) – Uma partícula A, de massa mA, colide com


uma partícula B, de massa mB, inicialmente em repouso. Sabe-se
que
1) a colisão é unidimensional;
2) o coeficiente de restituição, na colisão, vale 0,80;
3) mB = 2mA;
Qapós = Qantes 4) a velocidade escalar da partícula A, imediatamente antes
(m1 + m2) Vf = m1V1 da colisão, é 10,0m/s.
6,0 Vf = 4,0 . 3,0 ⇒ Vf = 2,0m/s Calcule as velocidades escalares de A e B imediatamente
após a colisão.
b) Ecin = Ecin – Ecin
f i
RESOLUÇÃO:
Ecin (m1 + m2) 6,0
f = ––––––––– V2f = –––– (2,0)2 (J) = 12,0J
2 2

2 2
Ecin = m1 V1 = 4,0 . (3,0) (J) = 18,0J
i ––––– –––––––––
2 2
Ecin = Ecin – Ecin = 12,0J – 18,0J
f i

Ecin = –6,0J

Respostas: a) 2,0m/s b) –6,0J

2 (INEP-MODELO ENEM) – Num jogo de “bolas de gude”


uma bola verde com massa de 10g e velocidade com módulo 1) Qapós = Qantes (Sistema Isolado)
de 1,0m/s, colide frontalmente com uma bola azul, de mesma
massa, que está parada sobre uma superfície sem atrito. Sa- mV’ B = m . 10,0 ⇒ V’
A + 2mV’ A + 2V’
B = 10,0 (I)
bendo-se que a bola azul avançou com uma velocidade de
módulo 1,0m/s, podemos concluir que a bola verde 2) Vaf = 0,8 Vap (e = 0,8)
a) recuou com a mesma velocidade da bola azul.
b) parou por possuir a mesma massa da bola azul. V’
B – V’
A = 0,8 . 10,0 = 8,0 (II)
c) reduziu sua velocidade pela metade.
d) duplicou sua velocidade. (I) + (II): 3V’B = 18,0 ⇒ V’B = 6,0m/s
e) manteve sua velocidade.
Em (I): V’A + 12,0 = 10,0 ⇒ V’A = –2,0m/s
RESOLUÇÃO:
Na colisão as bolas formam um sistema isolado e haverá Resposta: V’A = –2,0m/s e V’B = 6,0m/s
conservação da quantidade de movimento total do sistema

FÍSICA 105
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:25 Página 106

4 (MODELO ENEM) – O pêndulo balístico é um dispositivo 1) Conservação de energia mecânica após a colisão:
Epot = Ecin
utilizado para medir a velocidade de balas de armas de fogo. f i
(M + m) 2
Considere o caso em que uma bala de massa 16g é disparada (M + m) gh = –––––––––– V1
contra um bloco de 4984g suspenso por fios ideais. Em uma 2
colisão considerada instantânea e totalmente inelástica, a bala V1 = 
 = 
2gh 2 . 10 . 3,2 .10–2 (m/s) = 0,80 m/s
aloja-se no bloco e o centro de massa do conjunto formado 2) Conservação da quantidade de movimento no ato da colisão:
pelo bloco e a bala sobe a uma altura máxima de 3,2cm (com
Qapós = Qantes
relação à posição inicial, antes da colisão).
(M + m) V1 = mV0
Considerando-se g = 10m/s2, o módulo da velocidade da bala,
imediatamente antes de atingir o bloco é: 5000 . 0,80 = 16 . V0 V0 = 250 m/s
a) 120m/s b) 180m/s c) 200m/s Resposta: E
d) 210m/s e) 250m/s

RESOLUÇÃO:

Leis de
83 Kepler e suas aplicações
• Raio médio de órbita
• Período de translação

Desde a mais remota antiguidade, os grandes pensa- Muito mais tarde, Nicolau Copérnico (1473-1543)
dores tentaram explicar como funciona o sistema solar. propôs o sistema heliocêntrico, em que os seis planetas
No Ocidente, as primeiras ideias sobre o assunto fo- conhecidos na sua época: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte,
ram formuladas por Platão (427aC-347aC) e Aristóteles Júpiter e Saturno descreveriam órbitas circulares em tor-
(384aC-322aC) que admitiam ser a Terra o centro imóvel no do Sol.
do sistema solar, com o Sol e os demais planetas gravi- Copérnico
tando em órbitas circulares em torno da Terra: era o sis-
tema denominado geocêntrico (Terra no centro).
Ilustres astrônomos como Ptolomeu (127-151) e
Tycho Brahe (1546-1601) também aceitaram e defen-
deram o sistema geocêntrico.
Porém, Ptolomeu propôs um sistema geocêntrico
um pouco mais complicado: a Lua e o Sol descreveriam
órbitas circulares em torno da Terra, mas cada planeta
descreveria órbita circular em torno de um centro C que,
por sua vez, descreveria órbita circular em torno da Terra.
Ptolomeu

Devido à Santa Inquisição, Copérnico hesitou e demorou alguns anos


até divulgar seu sistema, colocando o Sol e não a Terra como o centro
das órbitas dos planetas conhecidos até então.

Galileu Galilei (1564-1642), já usando lunetas para


observar o céu, foi um ardoroso defensor do sistema
heliocêntrico e apresentou como forte evidência desse
fato a descoberta de satélites de Júpiter, mostrando que
a Terra não poderia ser o centro do sistema solar.
Posteriormente, Johannes Kepler (1571-1643) con-
firmou, usando os dados astronômicos de Tycho Brahe,

106 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:25 Página 107

o sistema heliocêntrico, porém com uma correção: as ór- 3) ser o corpo celeste dominante, como fonte de cam-
bitas dos planetas não eram circulares como pensavam po gravitacional, em suas vizinhanças, traduzido como:
Galileu e Copérnico; na realidade, as órbitas tinham a “limpar gravitacionalmente a vizinhança de sua órbita”.
forma de elipses.
Plutão satisfaz as duas primeiras condições, porém
Kepler formulou três leis sobre os movimentos dos foi rebaixado a planeta-anão porque não respeitou a
planetas que, posteriormente, foram demonstradas, terceira condição. De fato: sua órbita se aproxima da de
matematicamente, por Isaac Newton (1642-1727). Netuno, que é o dominante em suas vizinhanças, pois a
massa de Netuno é cerca de 8600 vezes maior que a de
Em 24/08/2006 na reunião da IAU (União Astronômica
Plutão.
Internacional), os 2500 cientistas e astrônomos presentes
decidiram que Plutão não é mais um “planeta do sistema
solar”, sendo rebaixado para uma nova categoria de 1. Leis de Kepler (1571-1630)
corpos celestes: os denominados “planetas-anões”. As leis de Kepler descrevem os movimentos dos
Outros corpos celestes que farão companhia a Plu- planetas em torno do Sol.
tão: 1.a Lei de Kepler ou lei das órbitas
1) CERES que era considerado um asteróide, com O que é uma elipse?
órbita elíptica entre Marte e Júpiter, com raio médio de
414 . 106 km (2,8 unidades astronômicas), período de A elipse é uma curva que corresponde ao lugar
translação de 1680 dias (4,6 anos) e diâmetro de 930 km. geométrico dos pontos de um plano, cujas distâncias, a
dois pontos fixos do plano, têm soma constante.
2) Corpo celeste 2003 UB 313 (nome atual, ÉRIS), Os pontos fixos são chamados de focos da elipse.
descoberto em julho de 2005 por uma equipe de pesqui-
sadores norte-americanos, com órbita elíptica, muito
além de Plutão, com raio médio da ordem de 102 . 108km
(68 unidades astronômicas), período de translação de
561 anos e diâmetro de 3000 km.
Nota: 1 ua (unidade astronômica) = 1,5 . 1011 m (dis-
tância média da Terra ao Sol)
Os astrônomos postularam que para ser classificado
como um planeta do sistema solar um corpo celeste
deve respeitar três condições:
1) gravitar em torno do Sol; Para qualquer ponto P da elipse, temos:
2) ter massa suficiente para assumir a forma
geométrica de uma esfera; d1 + d2 = k (constante)

? Saiba mais

SISTEMA SOLAR: O SOBE-E-DESCE NO COSMO

PLUTÃO NÃO É MAIS PLANETA


O sistema solar tem agora 8 e não mais 9 planetas. Plutão, que nos últimos 76 anos foi considerado um astro
da mesma categoria de Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, foi rebaixado. Por decisão
da União Astronômica Internacional, ele passa a ser um planeta-anão, como Ceres e Xena – este, apelido de seu
vizinho 2003 UB313 (nome atual, Éris).
(O Estado de S. Paulo, 25/08/2006)

FÍSICA 107
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:25 Página 108

Cumpre ressaltar que, teoricamente, a órbita de um


planeta, em torno de uma estrela, pode ser circular, no
entanto, a órbita elíptica é muito mais provável.
2.a Lei de Kepler ou lei das áreas
Raio vetor de um planeta

Para estudar o movimento de um planeta, em torno


do Sol, tomamos um vetor com origem no centro de
A ilustração mostra como se pode desenhar uma elipse. Fixamos um massa do Sol e extremidade no centro de massa do
barbante frouxamente em dois pontos numa folha de papel (focos). Em planeta. Tal vetor é chamado de RAIO VETOR ou VE-
seguida, tensionamos com um lápis o barbante, fazendo o lápis des- TOR POSIÇÃO do planeta.
lizar sobre o papel.
A distância entre os pontos A e A' (ver figura) é a A 2.a Lei de Kepler vai referir-se à área "varrida" pelo
medida do eixo maior da elipse. raio vetor de um planeta durante um certo intervalo de
tempo.
Sendo a a medida do semieixo maior e f a medida da
semidistância focal, define-se excentricidade da elipse Admitamos que, quando o planeta se deslocou de A
como sendo o número e dado por: para B (ver figura), em um intervalo de tempo t1, o seu
raio vetor varreu uma área A1, e quando o planeta se
f deslocou de C para D, em um intervalo de tempo t2, o
e = –– 0<e<1 seu raio vetor varreu uma área A2.
a
Enunciados da 2.a Lei de Kepler
Quando e = 0, a elipse "degenera" em uma 1.o enunciado
circunferência (os pontos F1 e F2 coincidem com 0).
Quanto maior o valor de e, mais alongada é a elipse. O raio vetor que liga um planeta ao Sol varre
Quando e = 1, a elipse "degenera" em um segmento áreas iguais em intervalos de tempo iguais.
de reta.
Enunciado da 1a. Lei de Kepler Isso significa que: t1 = t2 ⇔ A1 = A2

As órbitas descritas pelos planetas, em torno do 2.o enunciado


Sol, são elipses com o Sol localizado em um dos
focos. A área varrida pelo raio vetor de um planeta é
proporcional ao intervalo de tempo gasto.
A tabela a seguir mostra que apenas Mercúrio e Plu-
tão (atualmente, planeta-anão) descrevem elipses alon-
gadas (maior excentricidade); os demais planetas des- Isso significa que: A=kt
crevem elipses muito próximas de circunferências (ex- k = constante de proporcionalidade, que é denomi-
centricidade muito pequena). nada velocidade areolar do planeta.
Planeta Excentricidade
3.o Enunciado
Mercúrio 0,206
A velocidade areolar (razão entre a área varrida
Vênus 0,007 pelo raio vetor e o intervalo de tempo gasto) de
Terra 0,017 cada planeta é constante.
Marte 0,093 Nota: a velocidade areolar varia de um planeta para
Júpiter 0,048 outro, aumentando com a distância média do planeta ao
Sol, isto é, é mínima para Mercúrio e máxima para Plutão.
Saturno 0,056 Consequências da 2.a Lei de Kepler
Urano 0,047 O fato de a velocidade areolar de um planeta ser
Netuno 0,009 constante implica que a velocidade de translação (razão
entre distância percorrida e intervalo de tempo gasto)
Plutão (planeta-anão) 0,25 seja variável.

108 FÍSICA
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De fato, a igualdade das áreas A1 e A2 (ver figura Período de translação ou ano de um planeta
anterior) implica que a medida do arco AB seja maior que Define-se período de translação (ou período de revo-
a do arco CD e, como o intervalo de tempo é o mesmo, lução ou ano) de um planeta como sendo o intervalo de
concluímos que a velocidade de translação em AB é tempo (T) para dar uma volta completa em torno do Sol.
maior do que em CD.
A1 = A2 ⇒ med(AB) > med(CD) Enunciado da 3.a Lei de Kepler

VAB > VCD Para todos os planetas do sistema solar, é cons-


tante a razão entre o cubo do raio médio da ór-
Isso significa que, à medida que o planeta vai apro- bita e o quadrado do período de translação.
ximando-se do Sol, em sua órbita elíptica, a sua velocida-
de de translação vai aumentando. Isso se torna evidente R3
se observarmos que, com a aproximação do Sol, o raio ––––– = constante
vetor vai diminuindo e, para varrer a mesma área, o T2
planeta deve mover-se mais rapidamente.
A velocidade de translação será máxima no ponto A tabela a seguir representa a variação do período
mais próximo do Sol, chamado periélio, e será mínima dos planetas com a distância média ao Sol, medida em
no ponto mais afastado do Sol, chamado afélio. ua.
Raio médio Período em
Planeta
da órbita (ua) anos terrestres
Mercúrio 0,39 0,24
Vênus 0,72 0,61
Terra 1,0 1,0
Marte 1,5 1,9
Júpiter 5,2 12
Saturno 9,5 29
Urano 19 84
Verifica-se, portanto, que o movimento de translação Netuno 30 165
do planeta não é uniforme, sendo sucessivamente ace-
lerado (do afélio para o periélio) e retardado (do periélio ua = unidade astronômica é a distância média da Terra ao
para o afélio). Sol = 1,5 . 1011m.
O planeta-anão Plu-
O movimento de translação somente seria tão tem raio médio de
uniforme se a órbita do planeta fosse circular. órbita de 39ua e pe-
Velocidade escalar média de translação ríodo de translação de
248 anos.
A velocidade escalar média de translação de um
planeta é função decrescente da distância média do
planeta ao Sol. Quanto mais afastado se
encontra o planeta do Sol,
O planeta mais veloz é Mercúrio (para os gregos, era maior será seu período de
o deus mensageiro: o carteiro do Olimpo), com velocida- translação, ou seja, seu ano
solar.
de escalar média de valor 50km/s e o mais lento é o pla-
neta-anão Plutão, com velocidade escalar média de valor Para dois planetas, A e B, temos:
5,0km/s. A velocidade escalar média da Terra tem valor
aproximado de 30km/s.
RA3 RB3 3 2




RA TA
3.a Lei de Kepler ou Lei dos Períodos –––– = –––– ou –––– = ––––
TA2 TB2 RB TB
Raio médio de uma órbita elíptica
Seja dmáx a distância máxima do planeta ao Sol e
dmín, a distância mínima. Demonstra-se que a constante de proporcionalidade
da 3.a Lei de Kepler é dada por:
Define-se raio médio da órbita elíptica como sen-
do a média aritmética entre as distâncias do periélio e do R3 GM
afélio até o Sol. –––– = –––– em que:
T2 4π2
dmín + dmáx
R = –––––––––––––– G = constante de gravitação universal
2 M = massa do Sol

FÍSICA 109
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Notas 4. As três leis de Kepler não valem apenas para


1. A rigor, a expressão da 3a. Lei de Kepler é: planetas do nosso sistema solar; elas valem para corpos
que gravitam em tor-
R3 G(M + m) no de uma grande
––––– = –––––––––– massa central: plane-
T2 4π2 tas em torno de qual-
quer estrela, satélites
em que m é a massa do planeta. Porém, como M >> m, naturais ou artificiais
desprezamos m em comparação com M e chegamos à em torno de um pla-
equação apresentada. neta, corpos celestes
2. A 3a. Lei de Kepler mostra que quanto mais próxi- em torno da Lua etc.
mo do Sol (menor R), menor é o período de translação do As leis de Kepler não valem apenas para planetas do sistema solar, elas
planeta. À medida que nos afastamos do Sol, a também valem para corpos que gravitam em torno de uma grande
massa central.
velocidade escalar média do planeta vai diminuindo e a
5. Em se tratando de satélites da Terra, é importante
extensão de sua órbita vai aumentando, o que implica
salientar que
um período de translação crescente.
a) a órbita pode ser circular ou elíptica;
3. A velocidade areolar, a velocidade escalar média
de translação e o período de translação são funções de b) o ponto mais próximo da Terra é chamado de
órbita, isto é, só dependem da massa do Sol e do raio perigeu e o mais afastado é chamado de apogeu;
médio da órbita, porém não dependem das caracte- c) a velocidade areolar, a velocidade escalar média
rísticas do planeta ou corpo celeste que está gravitando. de translação e o período de translação só dependem da
Isso significa que, se um cometa gravitar em torno massa da Terra e do raio médio da órbita; não dependem
do Sol, na mesma órbita da Terra, ele vai ter a mesma da massa ou de outras características do satélite;
velocidade areolar da Terra, a mesma velocidade escalar d) a velocidade escalar média de translação da Lua é
média de translação (30km/s) e o mesmo período de da ordem de 1,0km/s e de um satélite estacionário é da
translação (1 ano). ordem de 3,0km/s.

! Os Destaques quências de tal acusação poderiam ser pre- já houvesse mostrado que o Sol era o
NICHOLAS KOPPERNIGK judiciais à integridade física do acusado. Sob centro do nosso sistema planetário, estas
este temor, Copérnico demorou muitos anos ideias eram consideradas mais como
Entre os ilustres filhos da
para tornar públicas suas ideias. Na verdade, conjecturas teóricas do que uma verdade
Polônia, figura o astrôno-
Copérnico nunca chegou a ver seu grande científica, devido certamente ao fato de que
mo, jurista, estadista e
livro. Quando a obra foi editada, Copérnico já a Igreja Católica pregava o modelo
clérigo Nicolaus Coper-
estava com idade bem avançada e já sem lu- geocêntrico para a Criação. Munido das ob-
nicus, ou simplesmente
cidez, devido a uma hemorragia cerebral. Co- servações do astrônomo, seu contempo-
Copérnico.
pérnico veio a morrer como cônego na Cate- râneo, Tycho Brahe, Kepler provou inapela-
Nascido em janeiro de dral de Frauenburg, na Prússia, em 1543. velmente o modelo heliocêntrico. Brahe fez
1473, de família abastada e influente, Co- as melhores e mais numerosas observa-
pérnico pôde estudar nas melhores Universi- JOHANNES KEPLER ções astronômicas de seu tempo.
dades da Europa até os 33 anos. Versado em Em 1571, na cidade alemã
várias disciplinas, entre as quais Astronomia, de Weil, nasceu Johannes
Copérnico resolveu dois problemas muito Kepler, filho de um merce-
importantes de sua época. No século XVI, as nário, famoso em sua
Grandes Navegações estavam em pleno cidade por suas bebedei-
desenvolvimento, e a orientação pelas estre- ras, e de uma senhora
las era vital para frotas comerciais. Copérnico emocionalmente abalada
foi importante no aperfeiçoamento desta que, mais tarde, seria acusada de bruxa e
técnica. A Igreja também precisava de um perseguida por conta disso. O pequeno
calendário mais exato para suas co- Kepler sofreu um ataque de varíola aos
memorações e foi graças a Copérnico que se quatro anos que prejudicou muito a sua
criou o Calendário Gregoriano. visão e o movimento de suas mãos. Como
Mas foi na sua obra De Revolutionibus Or- se vê, Kepler desde cedo teve uma vida di-
bium Coelestium que Copérnico atingiu seu fícil. Mesmo assim, mostrou-se logo um es-
maior feito. Neste tratado de Astronomia, ele tudante de brilho, sendo levado por um tio
demonstrou, contra os dogmas acadêmicos para um seminário, onde tomou o primeiro
de sua época, que era o Sol, e não a Terra, o contato com as ciências. Porém, Kepler
centro das órbitas dos planetas conhecidos sentiu que sua verdadeira vocação era para
em seu tempo. Tal postura era temerária até a Astronomia e a Matemática. Mesmo com
então. Diante da Santa Inquisição, qualquer problemas financeiros e perseguido como O desenho representa o astrônomo Tycho
ideia que contestasse a "ciência católica" protestante, revolucionou a concepção de Brahe em seu observatório, o melhor do
poderia ser taxada de heresia, e as conse- Universo do seu tempo. Embora Copérnico mundo na sua época.

110 FÍSICA
C4_1a_Fis_Alelex_2013 23/05/13 15:25 Página 111

Kepler foi realmente um personagem histórico fascinante. Ao mesmo tempo em que demoliu as ideias preconcebidas de sua época,
procurou obsessivamente relações geométricas clássicas entre os movimentos dos planetas, num retorno aos conceitos dos antigos
filósofos gregos, e foi também mais famoso durante sua vida como astrólogo que como astrônomo. Mas os fatos falaram mais alto e
Kepler se rendeu aos argumentos científicos de suas próprias descobertas.
Morreu na cidade de Ratisbona, em 1630, de uma forte febre, durante uma longa e penosa viagem que fazia para tentar publicar um de
seus livros.

1 (UnB-MODELO ENEM) Resolução Se compararmos o raio da órbita do referido


1) (F) A massa do corpo é a mesma na Terra e satélite meteorológico com o raio da órbita de
em Marte. um satélite de comunicação geoestacionário,
2) (V) A expressão apresentada traduz a 3.a lei considerando, para simplificar o problema, que
de Kepler. ambos os satélites se movam em movimento
3 circular uniforme, em torno do planeta Terra, no
R permanece constante para
3) (F) A razão ––– plano do equador, girando no mesmo sentido
T2
da rotação da Terra, então podemos afirmar
satélites de um mesmo planeta. que o raio da órbita do satélite meteorológico é
Resposta: B aproximadamente:

2 (UNESP-MODELO ENEM) – A tabela


a) 50% do raio da órbita do satélite de comu-
nicação.
apresenta as características de dois planetas
A figura acima apresenta algumas informações b) 20% do raio da órbita do satélite de comu-
que giram ao redor de uma mesma estrela, tal
a respeito de Marte, planeta que mais se nicação.
como os planetas do sistema solar giram em
assemelha à Terra no sistema solar. Dados c) 80% do raio da órbita do satélite de comu-
torno do Sol.
recentes obtidos pela NASA confirmam a nicação.
Características Planeta 1 Planeta 2 d) 30% do raio da órbita do satélite de comu-
existência de água na forma de gelo nesse pla-
Período (s) T1 3 . 107 nicação.
neta. Considerando-se, além dessas informa-
ções, que a pressão atmosférica na superfície Distância média e) 40% do raio da órbita do satélite de comu-
de Marte seja de 0,006 atm, que as órbitas da do planeta à 1 . 1013 1 . 1011 nicação.
3 ––
Terra e de Marte sejam circulares, que a estrela (m) Dado 25  2,9
constante de gravitação universal seja igual a Sabendo-se que a 3.a Lei de Kepler afirma que Resolução
6,67 .10–11N . m2 . kg–2 e que a aceleração gra- o quadrado do período de revolução (T2) de 3.a Lei de kepler
vitacional na Terra tenha módulo igual a cada planeta em torno de uma estrela é
10m/s2, julgue os itens de 1 a 3. R3M R3E
diretamente proporcional ao cubo da distância –––– = ––––
2
1) Sabendo-se que a intensidade da acelera- média (d3) desse planeta à estrela, determine o TM TE2
ção da gravidade em Marte é igual a 38% período de revolução T1 do planeta 1, em
da intensidade da aceleração da gravidade TM = 4,8h TE = 24 h TE = 5 TM
segundos, em torno da estrela.
na Terra, é correto afirmar que qualquer a) 3 . 108 b) 3 . 109 c) 3 . 1010
R3M R3E
medida de massa realizada em Marte d) 3 . 10 11 e) 3 . 10 12 –––– = ––––––
2 2
resultará em valor igual a 38% do valor Resolução TM 25TM
medido na Terra. 3.a Lei de Kepler:




T1
2
d1
3
RE3 = 25 R3M
2) A razão entre os raios das órbitas da Terra e ––– = ––– 3 ––
de Marte em torno do Sol elevada ao cubo T2 d2 RE = 25 RM
é igual à razão entre os períodos de
T2 = 3 . 107; d1 = 1 . 1013m; d2 = 1 . 1011m RE
translação da Terra e de Marte elevada ao RM = ––– = 0,34 RE ⇒ RM  34% RE
quadrado: 2 3 2,9




3 2 T1 1. 1013




RT TT ––––––– = –––––––
––– = ––– 3 . 107 1 . 1011 Resposta: D
RM TM
2 4 (ITA) – O primeiro planeta descoberto fora
3) A razão entre os raios médios das órbitas de
Deimos (em torno de Marte) e da Lua (em

T1
–––––––
3 . 107
= 106 do sistema solar, 51 Pegasi B, descreve uma
órbita circular em torno da estrela 51 Pegasi,
torno da Terra) elevada ao cubo é igual à com período de translação de 4,2 dias terres-
razão entre os períodos de translação de T1 tres e com velocidade de translação de módulo
––––––– = 103 ⇒ T1 = 3 . 1010s
Deimos e da Lua elevada ao quadrado: 3 . 107 igual a 1,2 . 105m/s.
3 2
Imagine que existe um outro planeta, 51 Pe-



RDeimos TDeimos
––––––– = –––––– Resposta: C gasi C, em órbita circular, de raio quatro vezes
RLua TLua
maior que o de 51 Pegasi B.
Somente está correto o que se afirma em: 3 (UECE-MODELO ENEM) – Considere que O período de translação TC e o módulo da velo-
a) 1 b) 2 c) 3 um satélite meteorológico, passe exatamente cidade de translação VC do planeta 51 Pegasi C
d) 1 e 2 e) 1 e 3 acima de uma dada floresta a cada 4,8 horas. serão dados por:

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a) TC = 33,6 dias terrestres Resolução


2πR
VC = 6,0 . 104m/s RB
3 3
RC (2) V = ––––
T
b) TC = 33,6 dias terrestres (1) ––––
2
= ––––
2
TB TC
VC = 2,4 . 105m/s
3
c) TC = 16,8 dias terrestres RB (4RB)3


RC = 4 RB
–––– = –––––– VB
VC = 6,0 . 104m/s 2
TB
2
TC VC = –––– = 6,0 . 104 m/s
d) TC = 16,8 dias terrestres TC = 8 TB 2
VC = 2,4 . 105m/s 2 2
TC = 64 TB
e) TC = 4,2 dias terrestres
VC = 1,2 . 105m/s TC = 8 TB = 33,6 dias Resposta: A

1 Na figura abaixo, está representada a órbita elíptica de um T 2P  314 432


planeta em torno do Sol.
TP = 314 432 anos terrestres
Os arcos AB e A’B’ são per-
corridos em iguais intervalos de TP  561a
tempo.
a) Compare as áreas S e S’. Resposta: D
b) Compare os comprimentos
dos arcos AB e A’B’.
3 Seja R o raio da Terra.
RESOLUÇÃO:
Considere a órbita da Lua, em torno do centro da Terra, como
a) De acordo com a 2.a Lei de Kepler, se os tempos são iguais, as
áreas varridas também serão iguais: circular, de raio 60R, e período de 27 dias.
Considere um satélite estacionário da Terra, utilizado em
S’ = S
telecomunicações.
b) Quanto mais próximo do Sol, mais veloz é o planeta. Julgue os itens a seguir.
Portanto: Vm(AB) > Vm(A’B’)
1) O satélite pode estar acima da cidade de Macapá.
AB A’B’ 2) A órbita do satélite é circular.
–––– > ––––
t t 3) O período do satélite é de 1d.
4) O raio de órbita do satélite é aproximadamente igual a 6,7R.
AB > A’B’
Responda mediante o código:
a) Todos os itens estão corretos.
Respostas:a) S’ = S b) AB > A’B’
b) Estão corretos apenas os itens (1), (2) e (3).
c) Apenas o item (4) é falso.
d) Estão corretos apenas os itens (4) e (5).
2 (MODELO ENEM) – Em julho de 2005, uma equipe de e) Todos os itens são falsos.
pesquisadores norte-americanos anunciou a descoberta de um
corpo celeste que seria o décimo planeta do sistema solar e re- RESOLUÇÃO:
cebeu o nome provisório de 2003 UB 313 (nome atual: Éris), 1. CORRETO. Órbita contida no plano equatorial da Terra: pode
ficar acima de Macapá porque esta cidade está situada na linha
sendo que, em 24/08/2006, foi classificado pelos astrônomos
do Equador terrestre.
como planeta-anão.
2. CORRETO. Órbita circular para que o movimento de translação
O raio médio da órbita do referido planeta-anão é da ordem de seja uniforme.
68 ua, em que ua é o raio médio da órbita terrestre, em torno 3. CORRETO. Período de translação igual ao período de rotação da
do Sol. Terra (1d = 24h).
O período de translação de Éris, em seu movimento orbital em 4. CORRETO. O raio de órbita é dado pela 3a. Lei de Kepler:


torno do Sol, medido em anos terrestres, é um valor mais RS3 R3L R L = 60R
próximo de: –––– = –––– , em que
T L = 27d
a) 248 b) 300 c) 360 d) 560 e) 580 TS2 T2L
T S = 1d
RESOLUÇÃO:
R 3T R 3P RS3 (60R)3
3.a Lei de Kepler: –––– = –––– –––– = –––––––
T2T T2P 1 36
60R 20
RT = 1ua; TT = 1a; RP = 68ua RS = ––––– = –––– R ⇒ RS  6,7R
9 3
13 (68) 3
––– = ––––– Resposta: A
12 T 2P

112 FÍSICA
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84 Lei da gravitação universal • Força gravitacional


• Constante de gravitação universal

Você já pensou o que nos mantém presos à Terra? Um astronauta no interior de uma nave em órbita
O que mantém a Lua gravitando em torno da Terra? fica flutuando com gravidade aparente nula tendo a fa-
mosa sensação de imponderabilidade (ausência de
Porque os planetas gravitam em torno do Sol?
peso). Isto afeta de-
A resposta a todas estas indagações é a mesma: mais o organismo hu-
existe uma força aplicada pela Terra que nos mantém mano: em seis meses,
presos a ela e que mantém a Lua gravitando em torno os nossos ossos são
dela; existe uma força que o Sol aplica nos planetas para regenerados e se isso
mantê-los em órbita. ocorrer com o astro-
Todas estas forças têm a mesma natureza: são for- nauta em órbita, seus
ças gravitacionais. ossos serão muito frá-
A força gravitacional entre dois corpos resulta do geis porque foram re-
simples fato de os corpos terem massa. generados com gra-
vidade zero e no retor-
Todo corpo cria em torno de si, pelo fato de ter mas-
no à Terra haverá gran-
sa, o que chamamos de campo gravitacional, que será
de possibilidade de
tanto mais intenso quanto maior for a massa do corpo.
fratura óssea.
Quando outro corpo está dentro desse campo A imponderabilidade ocorre devido à “gravidade aparente” ser nula.
gravitacional, ele vai ser atraído pelo primeiro e a força Note que para o satélite orbitar em torno da Terra, a força gravitacional
de atração é chamada de força gravitacional. não pode ser nula.
É claro que a força gravitacional obedece à 3a. Lei de
Newton e, portanto, os corpos atraídos se atraem 1. Lei da gravitação universal
mutuamente.
O seu peso é resultado da força gravitacional que
de Newton (1642-1727)
você recebe da Terra, porém você também atrai a Terra Apoiado nos estudos de Galileu, Copérnico e Kepler,
com uma força gravitacional de mesma intensidade e Isaac Newton apresentou a lei da gravitação universal.
aplicada no centro da Terra. Entre dois corpos quaisquer, pelo simples fato de
O que aconteceria se, repentinamente, a força gra- terem massa, existe uma força de atração, denominada
vitacional deixasse de existir? força gravitacional.
Os planetas não mais gravitariam em torno do Sol, A medida da força gravitacional é traduzida na
os satélites não mais gravitariam em torno de seus apresentação da lei:
planetas, você não teria mais peso e seria lançado para Enunciado da Lei de Newton
o espaço sideral com a velocidade com que você girava
em torno do eixo na Terra, que, na linha do Equador
A força gravitacional entre duas partículas tem in-
terrestre, é da ordem de 1600 km/h.
tensidade diretamente proporcional ao produto
E se você fosse para outro local onde a aceleração de suas massas e inversamente proporcional ao
da gravidade fosse menor? Quais os efeitos que seriam quadrado da distância que as separa.
sentidos?
Na Lua, o seu peso é, aproximadamente, um sexto
do respectivo valor na Terra: você se sentiria mais leve e
passaria a andar em câmera lenta, pois o tempo gasto
para levantar o pé e trazê-lo de volta ao solo seria maior
(seis vezes maior partindo com a mesma velocidade
inicial).
A redução do peso implicaria a redução da força de
atrito máxima que receberíamos do solo e com isso nos-
sa movimentação seria mais complicada e a aceleração GM m
máxima que um carro poderia ter seria menor (um sexto F = –––––––
do respectivo valor na Terra). d2
Supondo-se que um atleta pudesse partir do solo
lunar com a mesma velocidade inicial que na Terra, as A constante de proporcionalidade G é denominada
marcas conferidas nas competições como salto em constante de gravitação universal ou constante de
altura e salto em extensão seriam multiplicadas por seis. Gauss, e seu valor, obtido por Cavendish, é:

FÍSICA 113
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g = módulo da aceleração da gravidade nas pro-


0
G = 6,7 . 10–11 unidades do S.I. ximidades da Terra = 10m/s2
R = raio da Terra = 6,4 . 106m
G é uma constante universal que não depende dos
corpos que se atraem, da distância ou do meio V0 = 
10 . 6,4 . 106 (m/s)
interposto entre eles.
m km
V0 = 8,0 . 103 ––– = 8,0 ––––
s s

A velocidade do satélite rasante corresponde à


velocidade de lançamento horizontal de um corpo para
transformá-lo em um satélite da Terra (desprezando-se o
efeito do ar) e é chamada de VELOCIDADE CÓSMICA
PRIMEIRA ou VELOCIDADE DE SATELIZAÇÃO.

Variação da aceleração da
gravidade com a altitude h
Para um ponto material de massa m colocado em
um ponto A, a uma altitude h, temos:

PA = FG

GMm
mgA = ––––––––
(R + h)2
As forças de interação gravitacio- As posições relativas entre o
nal trocadas entre os planetas e o Sol, a Terra e a Lua provocam o
Sol aparecem sempre aos pares e fenômeno das marés. As forças GM
possuem mesma intensidade, gravitacionais combinadas do gA = ––––––––
mesma direção e sentidos opos- Sol e da Lua sobre as massas (R + h)2
tos. de água da Terra ora elevam,
ora abaixam o nível da água.

Velocidade orbital GM
Para h = 0, temos g0 = ––––––––
Consideremos um saté- R2
lite em órbita circular de raio r
em torno do centro da Terra. Portanto, a gravidade na superfície de um planeta só
O satélite vai descrever depende da massa do planeta (diretamente proporcional
um movimento circular uni- à massa) e do raio do planeta (inversamente proporcional
forme e a força gravitacional ao quadrado do raio).
aplicada pela Terra faz o papel
de resultante centrípeta.
! Os Destaques
FG = Fcp
Os três primeiros seres humanos a deixarem a Ter-
ra e a chegarem a outro corpo celeste. Os oficiais


GMm mV2 Armstrong e Aldrin desceram na Lua em julho de
GM
––––– = ––––– ⇒ V= –––– 1969, a bordo do módulo lunar “Eagle”, enquanto
r2 r r o oficial Collins controlava a nave-mãe em órbita.

Para um satélite rasante (junto à superfície terres-


tre), desprezando-se o efeito do ar, temos:

FG = Fcp

mV 2
V0 = 
0
mg0 = ––––– ⇒ g0 . R
R

114 FÍSICA
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1 (VUNESP-MODELO ENEM) – Diante de o cometa atinge o afélio onde F é mínimo e no força de atração gravitacional exercida sobre
todos os equívocos que permeiam o tema T esses corpos pela Terra (o peso P desses
intervalo de ––– a T o cometa se aproxima do
gravitação, é fundamental garantir que os 2 corpos) e pela Lua, que chamaremos FL.
alunos assimilem corretamente esse conceito. Sendo g = 9,8 m/s2 o módulo da aceleração da
Sol e a força gravitacional aumenta.
Sobre esse tema, é correto dizer que N. m2
a) a força de atração gravitacional da Terra gravidade terrestre, G = 6,7 . 10–11 –––––
(kg)2 a cons-
representa, para corpos em órbita circular,
tante gravitacional universal, M = 7,4 . 1022 kg
uma força da natureza centrífuga.
a massa da Lua e r = 3,8 . 108m a distância
b) em órbita, um astronauta fica ausente da
ação da força de atração da gravidade da P
média da Lua à Terra, a razão ––– é, aproxi-
Terra. FL
Resposta: A madamente, igual a:
c) na Terra, desprezando-se os efeitos ligados
a sua rotação, a força associada ao campo 3 (UESPI) – Considere que as massas da Ter-
a) 28
d) 60000
b) 100
e) 280000
c) 2000
gravitacional é conhecida como peso. ra e do Sol sejam respectivamente iguais a
d) a força gravitacional é diretamente Resolução
6,0 . 1024 kg e 2,0 . 1030 kg. Considere, ainda,
proporcional à distância entre os corpos que P = mg
que as distâncias medias da Terra à Lua e do Sol
participam da interação. GMLm
à Lua sejam respectivamente iguais a 4,0 . 108 m FL = –––––––
e) a aceleração da gravidade é a mesma em e 1,5 . 1011 m. Com base nesses dados, pode-se d 2L
qualquer planeta do Sistema Solar. concluir que, a força gravitacional que o Sol
Resolução exerce sobre a Lua é: P g . d 2L 9,8 . (3,8 . 108)2
––– = –––––– = –––––––––––––––––––
a) (F) Se a órbita for circular a força gravitacio- a) maior que a força gravitacional que a Terra FL GML 6,7 . 10–11 . 7,4 . 1022
nal fará o papel de resultante centrípeta. exerce sobre a Lua por um fator de cerca de
b) (F) A força gravitacional aplicada pela Terra é 20. P 9,8 . 14,4 1016
––– = ––––––––– . ––––
que mantém o astronauta em órbita. O que b) maior que a força gravitacional que a Terra FL 6,7 . 7,4 1011
se anula é o peso aparente do astronauta exerce sobre a Lua por um fator de cerca de
que flutua dentro da nave em órbita (queda P 9,8 . 14,4 P
2,4.
––– = –––––––––– . 10 ⇒ ––––
5 =  2,8 . 105
livre). c) igual à força gravitacional que a Terra exerce FL 6,7 . 7,4 FL
c) (V) Ignorando-se os efeitos de rotação a sobre a Lua.
força gravitacional corresponde ao peso do Resposta: E
d) menor que a força gravitacional que a Terra
corpo na superfície terrestre. exerce sobre a Lua por um fator de cerca de
2,4.
5 (GAVE-MODELO ENEM) – Leia com
GMm GM atenção o pequeno texto atribuído a Newton:
d) (F) FG = ––––– e) (F) g = ––––– e) menor que a força gravitacional que a Terra
d2 R2 Comecei a pensar que a gravidade se estendia
exerce sobre a Lua por um fator de cerca de
até à órbita da Lua e... deduzi que as forças que
Resposta: C 20.
conservam os planetas nas suas órbitas devem
Resolução
ser inversamente proporcionais aos quadrados
2 (UFV-MG) – Seja F o módulo da força gra- GMm das suas distâncias aos centros em torno dos
F = –––––
vitacional que o Sol faz sobre um cometa, de d2 quais revolucionam: e assim comparei a força
massa constante, cujo período orbital é T (em necessária para conservar a Lua na sua órbita
anos). Dos gráficos abaixo, aquele que repre- GMT mL GMS mL com a força da gravidade à superfície da Terra.
FTL = ––––––– FSL = ––––––––
senta corretamente a variação de F com o d 2TL d 2SL In Projecto Física Unidade 2, Fundação Calouste
tempo t é: Gulbenkian, 1979, pp. 94-95
2 2
FSL MS dTL 2,0 . 1030 4,0 . 108


Os satélites artificiais da Terra estão também
FTL MT

–––– = –––– . ––––
dSL
= ––––––––– ––––––––
6,0 . 1024 1,5 . 1011 sujeitos à força da gravidade.
Selecione a alternativa que contém os termos que
FSL 2,0 16,0 preenchem, sequencialmente, os espaços se-
–––– = –––– . 106 . –––– .10–6
FTL 6,0 2,25 guintes, de modo a obter uma afirmação correta.
A intensidade da força que atua sobre esses
FSL 32,0 satélites __________ quando a sua distância ao
––––– = –––––  2,4
FTL 13,5 centro da Terra ________________.
a) … quadruplica … se reduz à metade.
Resposta: B
b) … quadruplica … duplica.
Resolução 4 (VUNESP-MODELO ENEM) – É comum c) … duplica … duplica.
justificar-se a influência da Lua em aconteci- d) … duplica … se reduz à metade.
GMm mentos na Terra pela ação gravitacional que a e) … quadruplica … quadruplica.
F = –––––
d2 Lua exerce em corpos na superfície terrestre. Resolução
Para avaliar a validade desse argumento, pode-se Mm
Partindo do periélio (dmin) a força gravitacional FG = G –––––
verificar se essa ação é relevante em relação à d2
T ação gravitacional da própria Terra. Isso pode ser Quando d se reduz à metade FG quadruplica.
parte com valor máximo; no instante t = –––
2 feito determinando a razão entre os módulos da Resposta: A

FÍSICA 115
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1 (UEM-PR-MODELO ENEM) – O ônibus espacial realiza suas 4π2


viagens ao redor da Terra a uma altura de cerca de 600km da K = ––––––
GM
superfície. Por que os astronautas flutuam no interior da nave?
a) Porque há falta de gravidade na cabine da nave.


b) Porque a nave, em sua órbita, está constantemente em G M 4π2
Respostas:a) V = –––––– b) K = ––––
queda livre. R GM
c) Porque existe uma força centrífuga armazenada na cabine
da nave.
d) Porque existe vácuo na cabine da nave.
3 (UFPR-MODELO ENEM) – Os astrônomos têm anunciado
com frequência a descoberta de novos sistemas planetários.
e) Porque existe um campo eletromagnético que anula a força
Observações preliminares em um desses sistemas consta-
centrípeta no interior da cabine.
taram a existência de um planeta com massa 50 vezes maior
que a massa da Terra e com diâmetro 5 vezes maior que o da
RESOLUÇÃO:
Um corpo é dito em queda livre quando está sob ação exclusiva Terra. Sabendo-se que o peso de uma pessoa é igual à força
da força gravitacional aplicada pela Terra. gravitacional exercida sobre ela, determine o módulo da
Todo corpo em órbita, circular ou elíptica, está em uma eterna aceleração da gravidade a que uma pessoa estaria sujeita na
queda livre e, por isso, os corpos ficam flutuando no interior do superfície desse planeta, em m/s2. Dado: a aceleração da
ônibus espacial. Dizemos que o peso aparente é nulo.
gravidade na superfície da Terra tem módulo igual a 10m/s2.
Resposta: B
a) 5m/s2 b) 10m/s2 c) 15m/s2
2 2
2 (UNESP) – Um satélite com massa m gira em torno da d) 20m/s e) 25m/s
Terra com velocidade escalar constante, em uma órbita circular RESOLUÇÃO:
de raio R, em relação ao centro da Terra. Represente a massa FG = P
da Terra por M e a constante gravitacional por G. Utilizando-se
GMm
dos conceitos de forças centrípeta e gravitacional, calcule, em –––––––– = m g
R2
função de m, M, R e G,
a) a velocidade do satélite; GM
g = –––––
b) a constante K que aparece na terceira Lei de Kepler, T2 = KR3, R2
em que T é o período do movimento.
G MP
gP = ––––––
RESOLUÇÃO: RP2
a) Sendo a órbita circular, o movimento orbital é uniforme e a
força gravitacional que a Terra aplica no satélite faz o papel de G MT
gT = ––––––
resultante centrípeta:
RT2
FG = Fcp
2
G M m mV2 gP MP RT
––––––––
R2
= ––––––
R
––– = ––––
gT MT
––––
RP


2




G M MP RT
V= –––––– gP = gT –––– ––––
R MT RP

⇒g
b) A velocidade escalar V também é dada por: MP = x MT x
P = gT . –––
s 2πR RP = y RT
y2
V= –––– = –––––
t T 50
gP = 10 . –––– (m/s2) ⇒ gP = 20m/s2
25


2πR GM
Portanto: –––– = –––– Resposta: D
T R

4 π 2R 2 GM
––––––– = ––––
T2 R No Portal Objetivo
4π2
T2 = –––– . R3
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
GM OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
digite FIS1M405
Sendo T2 = K R3, vem:

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