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Após tantos anos explorando o poder da liderança, aprendi que a

verdadeira expressão da liderança está no serviço. Testemunhei a


incrível história de Dino Rizzo e da igreja Healing Place, e vi o
impacto eterno que o ato de servir exerceu sobre tantas vidas na
comunidade deles e em todo o mundo. Servolution é leitura
obrigatória para qualquer pessoa que queira transformar a sua vida e a
vida de outros, simplesmente escolhendo servir sem restrições.
John C. Maxwell
Escritor, conferencista e fundador da EQUIP
Dino Rizzo é um daqueles sujeitos de quem você não pode deixar
de gostar. Seu amor por Deus e pelas pessoas é contagiante e seu
livro, Servolution, é uma leitura obrigatória. É inspirador. É prático. E
poderá revolucionar a sua vida.
Mark Batterson
Pastor principal da igreja National Community
Em Servolution, Dino Rizzo fez um excelente trabalho revelando o
coração de Deus a um mundo sofredor e o que cada um de nós pode
fazer para trazer cura aos que nos cercam. Ao ler este livro, não
adquirimos apenas riqueza de informações, mas também histórias
verídicas de alguém que vive o que ensina. Dino me inspira como
poucas pessoas que conheço.
Chris Hodges
Pastor presidente da Church of the Highlands
Dino Rizzo atrai milagres! Por quê? Porque serve às pessoas aonde
quer que vá. Sei, por servir às pessoas nas ruas de Nova Iorque, que os
milagres seguem os atos de serviço. Este livro é a história dos
milagres que chegaram até Dino e a igreja Healing Place por causa do
compromisso deles em servir a outras pessoas sem restrições. Leia,
estude e pratique o que o Espírito lhe disser através deste livro, e
prepare-se para ver milagres na sua igreja.
Nelson Searcy
Pastor principal da Journey Church
Nunca conheci ninguém que viva e respire o conceito da
“servolution” tanto quanto Dino Rizzo. Esta ferramenta é uma
tremenda vitória para a Igreja. Durante anos, pedimos a Dino para
dedicar um tempo para explicar esse conceito e escrever os passos
práticos para que todos pudessem explorá-lo. Vamos nessa!
Rick Bezet
New Life Church
Mateus 11:12 diz: “Desde os dias de João Batista até agora, o
Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam
dele.” Dino Rizzo é um dínamo que ajuda o Reino de Deus a avançar.
O seu coração pelos pobres, oprimidos e necessitados é algo precioso.
Este livro estimulará a sua decisão de servir e promover o avanço do
Reino.
Bill McCartney
CEO do ministério Promise Keepers
Dino Rizzo exala a servolution pelos poros, o que é tanto
inspirador quanto contagiante. Quando você tiver se unido a essa
revolução, não haverá como olhar para trás. Servir aos pobres é uma
das maneiras mais poderosas de demonstrar o amor de Cristo, e Dino
faz um trabalho impressionante ao nos mostrar o caminho. Este livro
transformará o mundo.
Anne Jackson
Autora do livro Mad Church Disease [Mal da igreja louca]
A vida, a paixão e o entusiasmo de Dino Rizzo fazem dele alguém
mais do que suficientemente qualificado para falar com influência
sobre o tema do serviço. A Healing Place é um excelente exemplo de
uma igreja cheia de pessoas movidas pela mentalidade do Reino, com
a mente voltada para o serviço e focadas na comunidade — e elas
estão trazendo transformação para a nação de uma maneira
estratégica. Este livro é sobre uma equipe, é sobre uma visão, e ele o
inspirará a ter um modo de vida novo e radical.
Brian Houston
Pastor veterano da Hillsong Church
Dino Rizzo captou com habilidade esta mensagem tão necessária
não apenas com as palavras que escreveu, mas também com a vida
que viveu. Este livro é para todo pastor, para toda igreja e para todo
crente que quer cumprir o mandato de Deus nesta terra. Não leia este
livro apenas com os olhos; deixe que a sua mensagem mergulhe nas
profundezas da sua alma.
Priscilla Shirer
Escritora e professora de ensino bíblico
Servolution
© 2012 Editora Luz às Nações
Copyright © 2009 por Dino Rizzo, todos os direitos reservados
Coordenação Editorial
Equipe Edilan
Tradução e Revisão
Idiomas & Cia

Originalmente publicado nos Estados Unidos, sob o título Servolution,


de Dino Rizzo, por Zondervan, Grand Rapids, Michigan 49530.
Publicado no Brasil por Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62,
parte — Itanhangá — Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel.
(21) 2490-2551 1ª edição brasileira: junho de 2012. Todos os direitos
reservados.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida por qualquer forma,
armazenada em sistema de recuperação de dados, ou transmitida por
qualquer forma ou meio — seja eletrônico, mecânico, fotocópia,
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Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram
extraídas da Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional, Editora Vida,
© 2000.
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não se destinam de forma alguma a ser ou a representar um endosso
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www.edilan.com.br

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
R523s
Rizzo,
Dino,
1964-
Servolution: inspirando uma revolução de
serviço na sua igreja / Dino Rizzo; prefácio
Por Craig Groeshel; [tradução de Idiomas &
CIA). - 1.ed. - Rio de Janeiro: Luz às Nações,
2015.
3082Kb ; ePUB
Tradução de: Servolution
Apêndice
ISBN 978-85-99858-63-9
1. Evangelização. 2. Diaconia. I. Título.
12-
3434.
Este livro é dedicado, em primeiro lugar,
ao meu Senhor e Salvador Jesus Cristo,
o maior servo de todos.
E também à minha esposa, DeLynn, o amor da minha vida.
E aos meus incríveis e lindos filhos,
McCall, Dylan e Isabella.
Em memória de meus pais,
Robert e Gloria Rizzo,
e também aos meus sogros,
Wayne e Dee Austin.
Ao povo da Healing Place Church
e a todos os pastores que ficaram acordados até tarde
e se levantaram cedo para servir e cuidar
das pessoas por quem Jesus morreu.
Prefácio
Agradecimentos

INTRODUÇÃO:
Não Podemos Deixá-la Escapar
1. O INÍCIO DE UMA Servolution:
Quarenta e Cinco Toneladas de Chá

2. Servolution ESTRATÉGICA:
Mata-ratos e Camisolas de Onça
3. A CULTURA DO SERVIÇO:
Uma Oportunidade Inesperada

4. A Servolution TEM TUDO A VER COM


JESUS:
Quatro Paredes e um Escravo
5. O FURACÃO KATRINA:
O Dia em que as Barragens Romperam

6. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE
UMA Servolution:
Uma Lição Aprendida na Sorveteria

7. A ESTRUTURA DE UMA Servolution:


Uma Toalha e uma Bacia
8. DESTRANCANDO A NECESSIDADE:
Há Um Grande Tesouro em Seu Interior

9. PERMANECENDO NA ROTA:
Um Discurso, um Holofote e Um Período

10. O PREÇO DE UMA Servolution:


Mais do que Dinheiro

11. SEM DESCULPAS:


Cento e Sessenta e Cinco Mil Ovos de Páscoa

12. A RUA DA Servolution


O Bairro Onde Jesus Mora

13. MANTENHA ACESA A CHAMA POR


SERVIR:
Evite a Fadiga da Compaixão
14. NUNCA SIRVA SOZINHO:
Onde Está o Meu “Toca Aqui Parceiro”?
CONCLUSÃO:
Pegando a Toalha
Apêndice 1: Kit de Ferramentas Servolution
Apêndice 2: Os Recursos da Servolution
Notas
Alguns líderes me estimulam. Outros me inspiram.
Alguns me desafiam. Mas Dino Rizzo é um líder
que bagunçou a minha vida — da melhor maneira
possível. E é isso que ele está prestes a fazer com a
sua.
Durante vários anos ouvi falar sobre esse Cajun*
descendente de franceses radicalmente generoso,
completamente altruísta e com a mente voltada para
o Reino, originário das florestas da Louisiana. Na
verdade, a maioria dos torcedores da LSU
(Louisiana State University) são um pouco
diferentes (sinto muito, Tigers), mas Dino é muito
diferente!
A primeira vez que passei um tempo prolongado
com Dino e sua família da igreja Healing Place foi
quando eu estava em Baton Rouge dando uma volta
pelas dependências da igreja. Dentro de alguns
minutos após o nosso avião aterrissar, Dino nos
mostrou orgulhosamente o seu campus Dream
Center, um espaço para os cultos e outras atividades.
Seus olhos revelavam claramente o seu coração. Em
um momento, eles saltavam de paixão enquanto ele
explicava como as pessoas da sua igreja estavam
fazendo a diferença ajudando aqueles que tinham
muito menos do que elas. No outro, seus olhos se
enchiam de lágrimas enquanto ele descrevia com
detalhes a mãe solteira com três filhos que havia
sofrido abuso por anos. Dino abraçava todas as
pessoas que encontrávamos, fazia um gesto de
aprovação e seguia em frente, orgulhoso por todas
elas. Raramente vi maior amor de um pastor pelo
seu povo.
Nossa parada seguinte foi uma volta pelas
unidades médicas móveis. Conheci um médico que
trata as pessoas sem cobrar nada nos fins de semana,
um dentista que havia acabado de arrancar quarenta
e um dentes que precisavam sair e várias outras
pessoas que estavam juntas — simplesmente para
demonstrar o amor de Cristo. Conhecemos os líderes
da cidade. Os bombeiros. Os policiais. Os membros
da Câmara Municipal. Todos eles tinham se tornado
parte desta grande igreja depois que haviam sido
servidos por ela.
Aquelas pessoas são diferentes. São obcecadas
por servir sem esperar nada em troca. Não é algo
que elas pensam em fazer; é quem são. Elas
simplesmente não são espectadoras. Elas são servas
com a missão de impactar sua cidade com o amor de
Cristo.
Aquilo me impactou. Estávamos fazendo a
diferença na vida das pessoas dentro da igreja, mas
aquelas pessoas estavam fazendo a diferença na vida
de pessoas fora da igreja. Elas estavam vivendo a
vida sobre a qual eu lia no livro de Atos. E elas
estavam vendo resultados milagrosos semelhantes
aos do Novo Testamento.
É assim que as coisas deveriam ser. Este é o
Reino de Deus.
Se você está procurando um livro com técnicas
para o crescimento de sua igreja, com ideias
brilhantes ou com as últimas teorias, deixe este livro
de lado. Em vez de programas, táticas e estratégias,
você conhecerá histórias que o comoverão, que o
coagirão e que o perturbarão para sair da sua zona
de conforto e entrar em uma vida de serviço radical
para o Reino. Tenho confiança de que a história de
Dino bagunçará a sua vida — da melhor maneira
possível. Em sua vida e em seu ministério, que a
servolution comece!
— Craig Groeshel, Pastor veterano da
LifeChurch.tv

* N.T: No começo do século XVII, colonos da França ocidental


chegaram a uma região do Canadá e fundaram uma colônia batizada
de Acádia. Durante a guerra entre a França e a Inglaterra pelo domínio
da América do Norte, os ingleses ganharam o controle da região. Os
acadianos declararam sua neutralidade, mas os ingleses exigiram
lealdade e os consideraram traidores, passando a persegui-los. Cajun é
como são chamados os descendentes desses acadianos expulsos do
Canadá que se fixaram na Louisiana, um estado do sul dos Estados
Unidos da América. Essa população tem uma cultura própria, em
especial uma variedade de música popular e de culinária que já
ultrapassaram as fronteiras daquele país. Fonte: filologia.org.br e
Wikipédia.
Minha sincera gratidão e meu profundo
reconhecimento àqueles que compartilharam esta
jornada de Servolution comigo:
Greg Ligon, Mark Sweeney e a
equipe da Rede de Líderes: obrigado
pelo privilégio de me permitirem ser
parte da Série Inovação.
Paul Engle, Mike Cook, Chris Fann,
Ryan Pazdur, Brian Phipps e a equipe
da Zondervan: obrigado pela parceria
no Reino e por acreditar em nós.
Dan e Vicki Ohlerking, Molly
Venske e Lance LeBlanc: Vocês são
os maiores! Reconheço o árduo
trabalho e diligência de vocês neste
projeto. Sem esse encorajamento e
essa excelência, isto não teria sido
possível.
Earl Rentz: você acreditou em mim
desde o começo. Você é o melhor!
Mike Haman: você me abençoa
demais para que eu fique deprimido!
Amo você e todos os seus
“hamanismos”!
À equipe, aos líderes e aos
voluntários da igreja Healing Place:
vocês são a melhor igreja do planeta.
É o seu coração desejoso de servir
que realmente acendeu a nossa
servolution, e é por isso que amo
viver a vida com vocês. Sua
humildade, sua extrema generosidade
e sua compaixão pelos pobres e pelos
sofredores me inspiraram, como a
muitos outros em todo o mundo, e
creio que as nossas maiores
oportunidades ainda estão por vir.
E obrigado a DeLynn: obrigado por
sempre acreditar em mim. Juntos,
podemos realizar mais do que jamais
poderíamos sonhar. Eu a amarei para
sempre.
Não Podemos
Deixá-la Escapar

Mostrei a foto dela para o meu pai. Eu tinha vinte e


dois anos e encontrara a garota dos meus sonhos, e
de algum modo havia conseguido que ela
concordasse em se casar comigo. Meu pai olhou
para a foto, depois olhou para mim, depois para a
foto, e depois para mim. Aquilo não parecia fazer
sentido, mas depois de alguns minutos de silêncio,
ele finalmente concluiu que devia ser um ato do
Deus Todo-Poderoso. Só podia ser a bênção de um
Deus misericordioso o fato de uma garota tão linda
em breve se tornar sua nora.
Eu pedira DeLynn em casamento, mas como
ainda não tinha dinheiro para comprar o anel de
noivado, eu tinha ido para casa a fim de falar com
meu pai, com o retrato nas mãos como prova do
milagre. Ele se virou para mim, encheu seu peito e
me disse: “Filho, temos de colocar um anel no dedo
dela imediatamente. Não podemos deixá-la
escapar.”
Ele entrou no outro quarto, voltou com um
envelope nas mãos e o entregou a mim. Para minha
surpresa, ele estava cheio do dinheiro que meu pai
havia separado para mim meses antes. Eu sabia que
o seu sangue italiano puríssimo estava prestes a me
fazer uma oferta que eu não poderia recusar. Ele
sorriu para mim e disse: “Vamos comprar o maior
diamante que possamos encontrar e colocá-lo no
dedo desta garota deslumbrante.” E assim nós
fizemos.
Hoje, mais de vinte anos depois, todas as vezes
que olho para a mão de DeLynn e vejo seu anel,
ainda posso ouvir a voz de meu pai e a intensidade
em seus olhos quando ele me disse: “Não podemos
deixá-la escapar.”
Assim como meu pai não estava disposto a deixar
que a bênção daquela linda nora escapasse, creio que
o nosso Pai celestial sente o mesmo pelos perdidos.
O coração do Deus Todo-Poderoso vê as pessoas em
nossas casas, em nossas cidades, nos apartamentos
ao lado do nosso e ao longo da rua. Ele as valoriza
como se fossem prêmios, e não está disposto a ficar
sem elas. Ele olha atentamente para dentro do nosso
coração e diz: “Vamos fazer tudo que for preciso —
não importa o preço. Não podemos deixá-las
escapar!”
Ao longo da Bíblia, podemos ouvir o grito de
Deus enquanto Ele clama pedindo ao Seu povo para
prestar atenção nos outros. Pessoas que vivem em
asilos, pessoas que não têm um lar, pessoas que não
têm pais, pessoas que vivem vidas disfuncionais,
pessoas que trabalham em boates de strip-tease ou
vendem o corpo; pessoas na porta ao lado e pessoas
em todo o mundo. Por causa do Seu intenso amor
pelo mundo, Ele enviou Seu Filho para morrer por
nós, e todo aquele que crê em Jesus — todo aquele
que crê — será salvo. Em Judas 1:22 e 23, somos
encorajados a ajudar aos que estão em dúvida, a
arrebatar outros do fogo, a demonstrar misericórdia
aos que nos cercam.
Se escutarmos com atenção, ouviremos o nosso
Pai dizer: “Eu os amo, Eu me importo com vocês e
vou mover o céu e a terra por vocês. Mas não vejo
apenas vocês; vejo além de vocês também. Vocês
me pertencem. E porque vocês são tão preciosos
para mim, quero que vocês se juntem a mim na
missão de alcançar outros.” Ele quer que
compartilhemos a Sua alegria de ver outras pessoas
encontrarem esperança e cura em Jesus. Era isso que
Ele estava nos comunicando quando disse: “Vim
para buscar e salvar o que se havia perdido”.1 Não
podemos deixá-los escapar.
Nossa vida representa mais para Deus do que
jamais poderíamos imaginar — muitas vidas e
muitas pessoas a serem levadas a Ele. Assim como a
semente de uma maçã tem dentro dela o potencial
para produzir uma nova árvore, a qual por sua vez
produzirá milhares de outras maçãs, o mesmo
acontece com conosco. Se pudéssemos ver o que
Deus vê em nós e o que cada vida poderia significar
para o Seu Reino, ficaríamos maravilhados. Existem
outros que podem ser alcançados por nosso
intermédio, e, além disso, existem outros dentro dos
outros que alcançarmos. Deus está contando
conosco para nos levantarmos e fazer a diferença.
Tenho a esperança de que por meio da história da
nossa jornada progressiva, os cristãos sejam
despertados para ver o mundo a partir de uma nova
perspectiva; que não acordemos pensando: Como
posso fazer a minha igreja crescer hoje?, mas que o
primeiro pensamento em nosso coração a cada
manhã seja: Como posso servir às pessoas que Deus
colocou em minha vida hoje? Como posso estender
a mão e cuidar daqueles que vivem ao lado ou
trabalham no mesmo escritório que eu?
Até o dia em que formos para o céu, talvez nunca
saibamos como o nosso serviço e os nossos atos
simples de bondade afetaram o curso de uma vida,
de uma comunidade ou de uma nação. Se não
fizermos nada, o resultado será nada! Entretanto,
quando começamos a buscar servir a outros e damos
início a uma servolution para cuidar dos que estão
sofrendo à nossa volta, testemunhamos os resultados
mais surpreendentes. As pessoas encontram a
esperança e a cura que só podem ser encontradas em
Jesus, enquanto nós descobrimos que fazemos parte
de algo muito maior que nós mesmos quando nos
unimos a Ele na edificação do Seu Reino.
Eu o convido a se juntar a um movimento que
está ecoando por todo o corpo de Cristo, um exército
revolucionário de pessoas prontas para assumir este
mandato. Estamos buscando ativamente os perdidos,
os esquecidos e os pobres para mostrar-lhes um
Deus que é tremendamente apaixonado por eles.
Estamos prontos, todos em um só coração, dizendo:
“Estamos aqui para fazer tudo que for necessário,
sempre que for necessário, para que outros não
escapem. Serviremos aos outros e lhes mostraremos
a esperança que só existe em Jesus.”
Esta é uma revolução de servir aos outros, uma
servolution. As tropas são os seguidores de Cristo,
as companhias de soldados são as igrejas, e as armas
são as toalhas para o serviço. Quando você tiver
experimentado a sensação de cumprir um propósito
que se sente quando servimos a outros com cada
centelha de energia, de tempo e de recursos que
temos, desejará servir cada vez mais. E, à medida
que fizer isso, você estará saqueando o inferno e
povoando o céu. Com a nossa vida, por intermédio
das nossas famílias e por meio das nossas igrejas,
Deus está pronto para tocar a vida de outros de uma
maneira que jamais imaginamos ser possível.
O INÍCIO DE UMA
Servolution
Quarenta e cinco
toneladas de chá

Fico me perguntando se eles sabiam que estavam


prestes a desencadear uma revolução. Será que
percebiam que aquela única noite de ação acenderia
o pavio para a explosão da Revolução Americana?
Será que faziam alguma ideia de que aquilo que
estavam fazendo alteraria a história da maneira que
eles a conheciam e transformaria o mundo para
sempre? Em 16 de dezembro de 1773,1 trezentos
filhos da liberdade marcharam em direção a vários
navios carregados de chá, atracados no Porto de
Boston. Como protesto contra os impostos injustos,
eles despejaram quarenta e cinco toneladas de chá
inglês na água, de maneira ordenada, enquanto
milhares de colonos os incentivavam. Pergunto-me
se eles entendiam a importância do seu protesto.
A Festa do Chá de Boston é um ótimo exemplo
do que é necessário para uma revolução começar:
uma missão clara na qual todos acreditem, pessoas
que não apoiarão a opressão e líderes que estejam
dispostos a entregar a vida para iniciar uma
mudança. Vemos exemplos de revoluções ao longo
de toda a história do mundo e ouvimos os
testemunhos dos bravos heróis que deram a vida por
uma causa.
Este livro é sobre revolução. Mas um tipo
diferente de revolução — não é uma revolução
alimentada pela raiva, pela violência ou pela revolta,
mas uma revolução de compaixão, amor e serviço.
Essa revolução tem a missão clara de atender ao
clamor do pobre, do sofredor e do esquecido, e é
feita de revolucionários dispostos a entregar a vida
para estender a mão às pessoas de suas cidades, de
suas nações e ao redor de todo o mundo. É uma
revolução cujo objetivo é dar início a uma mudança,
mas não por meio da deposição de um governo; essa
mudança acontecerá quando levarmos cura a um
mundo sofredor e amarmos as pessoas até conduzi-
las a Cristo.
Podemos chamá-la de servolution: uma mudança
expressiva no curso da história deflagrada por atos
simples de bondade.

O que é
uma
Servolution?
1. Uma
mudança
completa e
radical na
vida de uma
pessoa,
causada por
atos simples
de bondade
para a
glória de
Deus.
2. O Reino
de Deus na
terra assim
como no
céu.
3. Uma
revolução
na igreja
por meio do
serviço.

Não posso falar pelos filhos da liberdade


responsáveis por dar início à Revolução Americana,
mas quando a nossa servolution começou, DeLynn e
eu não sabíamos que tipo de impacto ela exerceria
nem a quantidade de pessoas que seriam afetadas.
Ela não tinha um nome, e certamente não havia
milhares de espectadores nos incentivando. Éramos
apenas dois jovens com um desejo intenso em nosso
coração de demonstrar o amor de Cristo às pessoas e
de servir às famílias sofredoras da nossa
comunidade. Acreditávamos que se pudéssemos
liderar uma igreja com um coração voltado para
alcançar o mundo pelo serviço, servindo uma pessoa
de cada vez, algo impressionante aconteceria,2 mas
não fazíamos ideia do quão longe Deus nos levaria.
O propósito deste livro não é apresentar uma
fórmula para que os pastores façam suas igrejas
crescerem ou para demonstrar como um cristão pode
revolucionar sua vida. Não descreveremos um
programa fácil de dez passos para iniciar a sua
servolution. O caminho de cada indivíduo será
único. E embora tenhamos feito muitas coisas certas
na igreja Healing Place até este momento, também
experimentamos a nossa cota de momentos do tipo
faça-agora-e-descubra-o-resultado-depois. Em
outras palavras, queremos dizer que não existe uma
equação perfeita para nada que Deus nos chama para
fazer, mas é sempre empolgante perseguir o destino
que Ele preparou para nós!

AS FAGULHAS VOAM
Uma das fagulhas iniciais desta servolution também
foi uma das experiências mais humilhantes da minha
vida. DeLynn e eu estávamos casados há apenas
alguns anos e visitávamos Houston durante um
importante momento de decisão em nossa vida.
Havíamos pedido demissão recentemente do nosso
cargo como pastores de jovens na igreja onde nos
conhecemos e passáramos vários meses palestrando
em igrejas e em acampamentos para jovens por todo
o país. Embora tivéssemos recebido alguns convites
de outros ministérios, não estávamos seguros de
onde exatamente Deus queria que estivéssemos.
Em outubro de 1993, estávamos na sala de visitas
do pastor John Osteen, fundador da igreja
Lakewood.3 O pastor Osteen era uma lenda para
muitas pessoas — inclusive para DeLynn e eu — e
ali estávamos nós, sentindo-nos privilegiados por
visitá-lo em sua casa com a família a quem ele tanto
amava. Eu estava fazendo todo o tipo de perguntas,
querendo aprender com aquele homem a quem tanto
respeitava quando, de repente, ele me surpreendeu
com a pergunta que me fez: “Filho, o que você quer
fazer? O que Deus colocou em seu coração e você
sente que deve fazer?”
Havia tantos pensamentos e sonhos que DeLynn e
eu estávamos tentando processar! A princípio, não
soube o que dizer. Não tínhamos tudo definido em
nossa mente, mas eu queria desesperadamente
conseguir explicar o que estávamos sentindo em
nossos corações. Então, quando comecei a
responder, tudo simplesmente jorrou do meu
interior. Foi um daqueles momentos em que você
nem sabe o que está dizendo; está tão cheio de
sonhos, de ideias e de perguntas, que não consegue
reter, e como uma represa que arrebenta, as palavras
fluem continuamente. Finalmente, fiquei sem
palavras para dizer. Havia colocado todas as cartas
na mesa.
Não sei como eu realmente esperava que ele
reagisse. Sinceramente não estava certo do que
havia acabado de dizer, mas de alguma maneira eu
esperava que ele tivesse algum grande conselho para
compartilhar comigo. Em vez disso, o Pastor Osteen
simplesmente olhou para mim. O silêncio foi
“ensurdecedor”, então comecei a repetir tudo que
havia dito na minha mente. Eu disse tudo aquilo em
voz alta? De repente, tive a sensação de um sonho
ruim, como se eu estivesse debaixo de um holofote
bem no meio da quadra de basquete, na abertura das
finais da NBA, usando apenas cuecas samba-canção.
Ah, cara, não quero nem imaginar o que o pastor
Osteen está pensando agora.
Então ele se levantou e saiu da sala.
Simplesmente se levantou e saiu! E eu fiz o que
qualquer bom marido faria naquela situação: passei
a responsabilidade para minha mulher. “DeLynn,
por que você não me interrompeu? Por que não me
deu aquela olhada, chutou minha canela, derramou
bebida em mim — qualquer coisa?”
Cara.
Depois de uma eternidade que durou três minutos,
ele voltou e me surpreendeu entregando-me um
cheque de quatrocentos dólares. Ele disse: “Eis o
que você precisa fazer. Você precisa abrir uma
igreja em Baton Rouge para alcançar os pobres e
sofredores. Eis o primeiro dízimo: estou lhe dando a
sua primeira oferta.” Ele havia ouvido os nossos
corações e teve a sabedoria de nos dizer o que
DeLynn e eu sabíamos dentro de nós que era o
desejo de Deus para a nossa vida.
E então, com seu jeito brincalhão, mas nem tanto,
ele me disse: “Agora, se você não abrir essa igreja,
vou fazer com que você vá para a cadeia por roubar
meu dinheiro.” Levei essas palavras muito a sério
enquanto levava comigo aquele cheque amarelo de
quatrocentos dólares assinado por John Osteen de
volta para Baton Rouge.
E foi assim. DeLynn e eu voltamos para casa para
fundar uma igreja, não porque John Osteen nos disse
para fazê-lo, mas porque ele tinha nos ajudado a
reconhecer o que Deus já havia colocado em nosso
coração, e ele nos ajudou a reunir a coragem para
nos levantarmos e fazer isso.
Aquele simples ato de nos entregar um cheque
mudou o rumo da nossa história. Olhando para trás,
foi uma das centelhas que deram início à nossa
servolution. Foi um momento de Deus para nós.
Conhecíamos a nossa missão. Tínhamos o nosso
mandato.
Sabíamos que tínhamos alguns desafios enormes
à frente, mas estávamos decididos a ter êxito. Baton
Rouge era uma comunidade com inúmeras pessoas
sofredoras. Era 1993, e a cidade ainda estava
cambaleando após diversos escândalos ministeriais
de amplo conhecimento público.4 Muitas pessoas
haviam aberto mão da igreja, e, o que é pior, haviam
desistido de Deus. Além disso, o estado da
Louisiana costuma figurar como um dos principais
estados com quase todas as categorias negativas:
pobreza, analfabetismo, desemprego e qualidade de
vida.
Nosso primeiro desafio aconteceu na primeira
reunião que ministrei em nossa nova igreja, e doze
pessoas compareceram. Depois que preguei, cinco
delas foram embora. Fiz as contas e calculei que se
minha pregação continuasse a fazer a nossa
frequência cair 42% a cada culto, eu teria apenas
mais duas semanas até que o lugar ficasse vazio.
Que ótimo.
É desnecessário dizer que ficamos muito
desanimados, então DeLynn e eu decidimos afogar
as nossas mágoas provando cada um dos trinta e um
sabores de sorvetes de uma famosa sorveteria da
cidade. Entretanto, nosso desânimo não durou
muito, porque em algum momento por volta do
sabor vinte e sete, nós lembramos por que havíamos
entrado naquilo, para início de conversa. Sabíamos
que Deus tinha nos chamado para amar e ajudar os
pobres e os sofredores, e decidimos que,
independentemente de quantas pessoas fossem à
igreja (ou a deixassem), não jogaríamos a toalha.
Não íamos nos importar com a quantidade; íamos
simplesmente fazer a nossa parte para amar e servir
as pessoas, e deixar o crescimento da igreja com
Deus.
Preparamos uma tática para a semana seguinte
que consistia de uma jogada estratégica: fazer tudo
que pudéssemos para ajudar as pessoas da nossa
comunidade. Parece bastante simples, mas como se
começa com algo assim? Começamos a vasculhar os
jornais para descobrir o que estava acontecendo na
comunidade. Tentamos identificar as pessoas a
quem ninguém mais estava servindo, em quem
ninguém mais estava pensando. Quais eram as
necessidades? Quem estava sendo ignorado? A
quem os outros não estavam querendo servir ou
simplesmente não podiam ajudar? Logo que
começamos a procurar, foi fácil encontrar pessoas
que estavam prontas para uma servolution, e
começamos a servi-las de todas as maneiras que
podíamos. Entramos em contato com as
organizações que estavam realizando grandes
eventos e perguntamos se podíamos ajudá-las na
limpeza após o evento. Encontramos casais que
haviam acabado de se tornar pais e levamos fraldas e
latas de leite especial para recém-nascido. Visitamos
pessoas idosas que estavam doentes e cozinhamos
para as famílias das pessoas que estavam
hospitalizadas. E logo uma coisa começou a levar a
outra.

SIRVA A ALGUÉM
Por se tratar de uma igreja nova e muito pequena,
não havia muito trabalho administrativo a ser feito.
Certo dia, eram apenas dez da manhã e os dois itens
da lista de tarefas do dia já estavam realizados: eu
havia cortado a grama da igreja e ligado o aparador
de relva. Em vez de ficar simplesmente sentado ali,
decidi colocar mãos à obra servindo alguém. Li
alguns cartões que os visitantes da igreja haviam
preenchido e soube que uma das senhoras era viúva
e estava morrendo de câncer.
Fui ao mercado, comprei um buquê de flores por
sete dólares, e depois um casal do nosso ministério
foi até lá e disse a ela que nós a amávamos. Não era
nada sofisticado, mas aquele simples ato de bondade
significava muito para ela. Ficamos sentados
conversando por um bom tempo e quando
estávamos saindo, ela disse: “Tenho algumas amigas
que também são viúvas. Vocês poderiam visitá-las
também?” Assim, na semana seguinte visitamos
quatro viúvas, depois dez viúvas na semana
posterior, e a quantidade de viúvas que receberam
visita começou a aumentar desde então.5
E logo descobrimos algo: cada uma daquelas
senhoras tinha uma família com necessidades,
pronta para ser ajudada. “Vocês poderiam ligar para
o meu filho? Ele precisa vir para a igreja.” “Vocês
poderiam ligar para as minhas filhas? Elas amariam
fazer parte de uma igreja como esta.” À medida que
servíamos, abrindo caminho para entrar na vida
daquelas viúvas, o mundo delas se abria para nós,
juntamente com mais pessoas e mais oportunidades
de demonstrar o amor de Jesus. Quando nos demos
conta, notamos que havia cem pessoas na nossa
igreja, depois duzentas, e o número continua
crescendo. A pregação, a música e os cânticos eram
os mesmos, mas crescemos porque estávamos
comprometidos em servir às pessoas da nossa
comunidade uma a uma. A nossa atitude era “tudo
que for preciso, sempre que for preciso”. Agora sei
que esse tipo de coração disposto a abençoar outros
generosamente é o catalisador perfeito para uma
servolution. Jesus também disse isso da seguinte
maneira: “Mais abençoado é dar do que receber.”6
À medida que novas pessoas vinham à igreja,
novas necessidades e novas oportunidades de servir
vinham junto com elas. Eu estava em uma reunião
de oração certa noite, quando uma mulher levantou a
mão e disse: “Meu namorado acaba de me deixar.
Preciso me mudar do nosso apartamento amanhã e
não tenho um caminhão ou qualquer tipo de ajuda.”
O líder disse: “Bem, estaremos orando por você.”
Eu estava sentado nos fundos da sala pensando: Esta
mulher precisa de mais que uma oração; ela
também precisa de uma caminhonete. Como
podemos conseguir um caminhão para ela e alguns
voluntários que tenham braços fortes?
No dia seguinte, reuni alguns homens e
aparecemos no apartamento dela com um caminhão
pronto para ajudá-la a se mudar. Dentro de duas
horas havíamos empacotado tudo e, antes da hora do
almoço, tínhamos mudado aquela mulher com seu
bebê para a casa de seus pais. Ela ficou tão grata e
tocada com aquele ato tão simples, que começou a
frequentar nossos cultos fielmente. E quando sua
família soube que uma igreja havia cuidado de sua
filha e sua neta sem pedir nada em troca, eles
começaram a vir à igreja. Então a ficha caiu:
podíamos realmente alcançar muitas pessoas assim!
Certamente, as notícias se espalharam e acabamos
ajudando uma grande quantidade de mães solteiras
durante os meses que se seguiram.
Outra maneira pela qual começamos a ajudar as
pessoas da nossa comunidade foi realizando
casamentos para pessoas que não eram da nossa
igreja e até mesmo para aquelas que ainda não eram
crentes. A nossa ideia foi que faríamos os
casamentos desde que eles concordassem em
frequentar determinada quantidade de horas de
aconselhamento pré-nupcial, durante as quais
deixaríamos a mensagem do Evangelho muito clara.
O resultado foi que muitos dos casais acabaram
entregando suas vidas a Cristo durante o processo, e,
por causa disso, ainda usamos essa abordagem hoje
como uma maneira de alcançar a nossa comunidade.
Certamente recebemos alguns ataques por sermos
tão “pouco espirituais a ponto de permitir que
pagãos se casem na nossa igreja”, mas nunca
lamentamos ter feito isso nem mesmo por um
instante.
Um dos casais que casamos foi um jogador de
futebol da universidade da Louisiana (LSU)
chamado Kevin e uma garota chamada Tracy, que
havia sido colega de DeLynn no colegial. Tracy
vinha de uma família cristã muito forte, mas estava
tendo dificuldades na sua caminhada com Cristo, e
Kevin não estava sequer pretendendo ser um cristão.
Mas quando eles nos pediram para casá-los, nós o
fizemos. Eles participaram das sessões, mas não
estavam prontos para entregar suas vidas a Cristo.
Depois do casamento, raramente ouvimos falar
deles. Kevin continuou jogando futebol na liga
nacional de futebol americano, e eles moravam fora
da cidade na maior parte do tempo. Até que um dia,
Kevin telefonou e disse que precisava falar comigo.
Seu irmão havia morrido em um acidente de carro, e
Kevin tinha várias perguntas sobre Deus que ele
queria me fazer. Ele disse que eu era a única pessoa
em quem ele conseguia pensar que poderia ajudá-lo.
Quando nos encontramos, Kevin começou a ler
em um caderno cheio de perguntas sinceras e
difíceis que ele havia anotado. Depois de alguns
minutos, interrompi-o e disse: “Kevin, não consigo
nem começar a responder a todas as perguntas que
você tem, mas creio que você já entendeu muitas
dessas coisas. Parece que o que está lhe faltando é
exatamente a disposição de colocar a sua fé em Deus
e de confiar sua vida a Ele.” Alguns minutos depois,
estávamos orando juntos enquanto ele entregava sua
vida a Jesus.
O que teria acontecido se tivéssemos dito a Kevin
e a Tracy que não os casaríamos porque eles não
faziam parte da nossa igreja ou não estavam vivendo
uma vida dedicada a Deus? Não haveria como eles
virem até nós quando estavam enfrentando uma
crise em suas vidas. Mas graças a Deus, eles o
fizeram. Hoje, Kevin joga para os Titãs do
Tennessee e é presidente da associação dos
jogadores da liga nacional. E o que é mais
importante, Tracy e ele estão vivendo um
testemunho fantástico da graça e da misericórdia de
Deus.7
Parecia que quanto mais servíamos de diversas
maneiras, mais as pessoas da igreja começavam a
trazer ideias criativas para alcançarmos nossa
comunidade. Uma das senhoras da igreja mencionou
que ela achava que seria bom se fizéssemos uma
refeição para todos depois do culto de domingo. Ela
tinha em mente um jantar tipo comida caseira, para
o qual cada família traria um prato. Mas você e eu
sabemos que muitas pessoas usam esse tipo de jantar
como uma oportunidade para experimentar novas
receitas, coisas do tipo sopa de carne enlatada, torta
de feijão preto com manteiga de amendoim etc. E na
Louisiana, as coisas podem ficar ainda mais
assustadoras; já vi pratos ainda mais malucos, como
molho de cabeça de esquilo, bolo de sobras da Nana
Thibordeaux e chouriço po-boys. Não, um jantar
Cajun típico da Louisiana em que cada um levaria
um prato não estava me parecendo uma boa ideia.
Entretanto, eu era a favor de servir uma refeição,
porque, afinal, nós estávamos na Louisiana, onde as
pessoas simplesmente não sabem se reunir sem
comer.
Então, fomos em frente com o plano de um jantar
para toda a igreja, mas decidimos dar uma direção
ligeiramente diferente ao conceito. Nossa ideia era
abençoar as pessoas com um bom jantar gratuito.
Dissemos a todos que deixassem suas receitas de
cabeça de porco com queijo em casa e que
simplesmente aparecessem; a refeição ficaria por
nossa conta. Compramos o que parecia ser uma
tonelada de comida, e três sujeitos da igreja serviram
como nossos chefs de cozinha. Foi um tremendo
sucesso. As pessoas ficaram empolgadas em vir à
igreja e receber uma refeição gratuita (e deliciosa).8
Estávamos aprendendo que sempre que você
descobre alguma coisa que supre uma necessidade e
faz com que as pessoas fiquem empolgadas em vir à
igreja, provavelmente é algo que vale a pena fazer.

Estávamos
aprendendo
que sempre
que você
descobre
alguma coisa
que supre uma
necessidade e
faz com que as
pessoas
fiquem
empolgadas
em vir à
igreja,
provavelmente
é algo que vale
a pena fazer.

A notícia se espalhou pela comunidade. Todos


estavam falando de uma espécie de igreja diferente
que gostava de recolher lixo, cuidar de mães
solteiras e fazer refeições gratuitas. Estávamos
ganhando impulso em alcançar a nossa comunidade,
e, como resultado, a nossa servolution estava sendo
colocada em plena execução.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
De modo geral, uma
servolution requer
inovação. Isso significa
pensar em quem não está
sendo considerado como
alvo e em quem está caindo
e se perdendo por entre as
rachaduras, e depois ser
criativo em suprir essas
necessidades. Significa
observar quem está no fim
da lista e colocá-los no topo
da sua lista. É dar e servir
sem reservas. E, sim,
significa servir-lhes ainda
que eles nunca coloquem
os pés na sua igreja. Se
você concentrar suas
energias em simplesmente
suprir as necessidades do
povo de Deus, nunca
precisará se preocupar com
o crescimento de sua igreja.
Deus abençoará aqueles
que abençoam o Seu povo.
Veja a seguir algumas
sugestões para ajudá-lo a
começar:

• Ore. Peça a Deus


para abrir seus olhos
para as necessidades
de todos os que o
cercam e para ajudar
você a ver o Seu povo
como Ele o vê.
• Ouça. Descubra o
que Deus está fazendo
e suba a bordo.
• Creia. Mesmo que
você não tenha
dinheiro suficiente
para fazer tudo que
precisa ser feito, você
ainda pode começar
com o que Deus lhe
deu.
• Aja. Arregace as
mangas e ponha mãos
à obra. Não assine o
cheque simplesmente
e fuja. Esteja próximo
o bastante da
necessidade a ponto de
poder tocá-la, senti-la,
cheirá-la.
• Dê. Dê coisas —
tanto quanto puder,
com tanta frequên-
cia quanto possível.
Seja o que for em que
você possa colocar as
mãos, dê aos outros.
Dar coisas pode ser
muito interessante.
1. Onde Deus está lhe
pedindo para começar
hoje? Qual dessas
sugestões poderia ser
um próximo passo
para você ou uma área
em que você precisa
crescer?
2. Atitude de serviço.
Em nossa igreja, a
atitude de serviço é
revelada na frase:
“Tudo que for preciso,
sempre que for
preciso.” Queremos
estar dispostos a fazer
o que for preciso,
sempre que formos
necessários. Que frase
descreve a sua atitude
de serviço?
3. Identifique
necessidades. A nossa
servolution começou
com o processo de
identificar as
necessidades da nossa
comunidade.
Vasculhamos os
jornais, contatamos
organizações
comunitárias e
fizemos muitas
perguntas. Quais são
alguns dos passos que
você pode dar para
identificar as
necessidades da sua
comunidade?
Servolution
ESTRATÉGICA
MATA-RATOS E
CAMISOLAS
DE ONÇA

Estávamos desfrutando o enorme privilégio de ser


parte de uma mudança na vida das pessoas através
do simples ato de atender às necessidades delas.
Éramos como crianças a quem havia sido permitido
apenas provar o melhor sorvete do mundo e que
estavam desesperadamente decididas a voltar para
conseguir mais. Uma paixão por servir aos outros
estava ardendo nos corações de todos nós.
Estávamos fazendo qualquer coisa que
conseguíssemos encontrar para fazer, fossem quais
fossem as oportunidades que Deus nos desse e por
menores que parecessem. Não se esqueça do
princípio do Reino de Deus: aqueles que forem fiéis
nas pequenas coisas receberão muito. Não sabíamos
disso, mas a nossa servolution estava se preparando
para explodir.
Ela começou com uma reação em cadeia que foi
deflagrada quando o nosso sistema de som sofreu
uma pane. Precisávamos de um novo sistema de
som, mas sendo ainda uma igreja muito jovem, não
tínhamos orçamento para simplesmente sair e
comprar um. Então, decidimos fazer um grande
bazar para levantar fundos. Pedimos às pessoas para
doar artigos para venda, e logo o nosso
estacionamento estava cheio com os objetos usados
dos membros da nossa congregação e que seriam
jogados fora. Havia torradeiras, sofás, pula-pulas,
toca-fitas, galos de cerâmica, conjuntos de facas
Ginsu, e outros tesouros como os que se veem na
tevê. Tenho certeza de que havia até uma daquelas
coisas para cortar cabelo que parecem um aspirador
de pó e cortam os fios por meio de sucção.1
Horas antes da venda, recebi um telefonema de
um homem que queria dar uma oferta para pagar
integralmente pelo novo sistema de som. Que legal!
A necessidade de um novo sistema de som estava
atendida e não tínhamos vendido nem um objeto
ainda!
Mas agora tínhamos todas aquelas coisas no
estacionamento. Como tudo já estava pronto mesmo,
decidimos seguir em frente com a venda,
imaginando que talvez pudéssemos comprar alguns
microfones e instrumentos novos também.
Quero lembrar-lhe de que a minha intenção aqui
não é oferecer uma fórmula para começar uma
servolution. Grande parte da nossa jornada de
servolution tem acontecido simplesmente porque
decidimos seguir o fluxo das circunstâncias e
aproveitar as oportunidades inesperadas que não
percebemos de início, mas que Deus estava
preparando para nós. O que aconteceu no dia da
venda de garagem não foi planejado, mas acidental.
Olhando para trás, porém, é fácil ver que foi
claramente o plano de Deus para nós o tempo todo.
Começamos a venda de manhã cedo,
complementando-a com comida, bebidas e outros
petiscos. Eu estava aguardando ansiosamente para
conhecer todas as pessoas novas que viriam ao
nosso pequeno espaço naquele dia. Também estava
aguardando ansiosamente a oportunidade de ajudá-
las a encher seus porta-malas com grandes tesouros
de bazar. Não demorou muito para que eu já não
estivesse mais feliz por ver aquelas pessoas. Mais ou
menos depois que a décima quinta mulher tentou me
pedir um desconto de vinte e cinco centavos por um
penduricalho que tilinta ao vento e custava
cinquenta centavos, finalmente cheguei ao meu
limite. Dirigi-me a uma das voluntárias e disse:
“Não consigo mais suportar essa gente
pechinchando!” Então, tive uma ideia. “Vamos
simplesmente dar tudo — comida, bebidas, tudo. O
que vocês acham? Podemos fazer isso?” Eu sabia
que isso poderia provocar uma cena maluca e fora
do controle sem um plano decente, então deixei o
local a fim de planejar uma estratégia para evitar
uma baderna.
Dez minutos depois, a equipe da voluntária havia
concebido o plano perfeito. Quando as pessoas
apareciam, dizíamos a elas que elas tinham certo
limite de coisas que podiam levar gratuitamente: até
cinco itens ou até determinado montante em
dinheiro. Não apenas demos tudo, mas deixamos
uma ótima impressão na comunidade. Além disso,
fizemos tudo isso sem que eu acabasse na primeira
página do jornal local por gritar com uma velhinha
que estava simplesmente tentando conseguir um
bom desconto em um penduricalho bobo.
E isso foi o que aconteceu como resultado
daquele dia: todos ficaram empolgados por irem a
um bazar esperando pagar, mas saírem com a mala
cheia de mercadorias gratuitas. A notícia de que
havia uma igreja dando coisas se espalhou depressa,
e um sujeito chegou a telefonar para a estação de
rádio para contar a eles sobre “aquela igreja maluca
que estava fazendo um bazar e dando tudo”. Além
disso, nossos membros estavam se divertindo ao
fazer aquele primeiro bazar gratuito. Era um
conceito revolucionário, por isso foi algo renovador
para a nossa comunidade. Os voluntários adoravam
ver a expressão de empolgação e surpresa no rosto
das pessoas quando eles conseguiam abençoá-las, e
não podiam esperar até poder fazer aquilo de novo.
A reação em cadeia à nossa servolution continuou à
medida que as pessoas da nossa comunidade
começavam a ver a igreja sob uma luz
completamente nova, e começaram a comparecer
aos cultos porque queriam fazer parte dela.
Jesus desencadeava reações em cadeia o tempo
todo quando curava os enfermos e ministrava vida
às pessoas. Por exemplo, em Marcos 1, a Bíblia diz
que um homem a quem Jesus curou “saiu e começou
a falar livremente, espalhando a notícia. O resultado
foi que Jesus já não podia mais entrar em uma
cidade abertamente, mas ficava fora, em lugares
solitários. Mas as pessoas ainda vinham até Ele de
todos os lugares”. Um ato de bondade empurrou o
primeiro dominó, que derrubou outro, e, no fim, as
pessoas vinham de toda parte para se encontrarem
com Jesus.

DOE
Nossa reação em cadeia continuou depois que a
estação de rádio nos rotulou como “a igreja que dá
coisas” e recebemos uma ligação de um empresário
local cuja empresa trabalha com fornecimento de
pesticidas. Ele tinha dois paletes extras de mata-
ratos no seu depósito e queria saber se queríamos
doá-los. Doar veneno para ratos?, pensei. Mas antes
que me desse conta, eu me ouvi dizendo: “É claro,
por que não? Obrigado!”, ainda sem entender direito
onde estava me metendo.
Tínhamos um voluntário fiel chamado Mark
Stermer2 que sempre aparecia na igreja nos seus dias
de folga, dirigindo uma enorme caminhonete. Assim
que ele chegou, fomos até o depósito e enchemos a
carroceria da caminhonete com os dois paletes de
mata-ratos. Ora, talvez você não saiba disso, mas
aqueles venenos tipo iscas não são muito leves, e a
caminhonete de Mark quase se arrastava no chão
com tanto peso. Começamos levando um pouco para
a igreja porque, para ser sincero, precisávamos de
mata-ratos por lá tanto quanto qualquer pessoa.
Tínhamos muitos ratos de igreja naquela época, e
ainda temos hoje.
Depois, começamos um evangelismo que teria
deixado o Flautista de Hamelin de fora do negócio.
Visitamos os bairros, os estacionamentos de trailers,
as empresas, alguns lagos, indo de porta em porta
oferecendo veneno para ratos grátis. Dizíamos:
“Olá, somos da igreja Healing Place. Uma empresa
nos deu este mata-ratos gratuitamente e queríamos
abençoar você com um pouco caso você necessite.”
Demorou muito, muito tempo para doar todas
aquelas iscas, mas fizemos isso. Aqueles que
precisavam delas ficaram empolgados em aceitar um
pouco. Os que não precisavam ficaram com uma boa
impressão com respeito ao coração daquela igreja
local.
Cada um dos voluntários ficou animado!
Descobrimos que quanto mais dávamos coisas, mais
coisas recebíamos para doar. Que tal? Quem teria
imaginado que distribuir todo aquele mata-ratos era
apenas o começo da distribuição de muitos outros
bens gratuitos?
Temos um amigo3 que naquela época estava
trabalhando para um ministério que servia como um
enorme refeitório às cidades do interior de todo o
país. Ele conhecia pessoas que lhe forneciam
carregamentos de uma grande variedade de bens:
exatamente os mesmos tipos de coisas que você
poderia escolher em um supermer-
cado. Ele ouviu falar sobre as doações que
estávamos fazendo, então telefonou e perguntou se
queríamos distribuir carregamentos desses itens à
medida que eles se tornassem disponíveis.
Pensei: Bem, se podemos doar veneno para ratos,
certamente podemos doar alimentos e artigos de uso
doméstico diário. Ele nos levou a sério e logo nos
enviou um caminhão carregado de bananas. Você já
calculou quantos cachos de bananas podem caber
dentro de um pequeno caminhão? Eu contei. Um
caminhão pequeno pode comportar, exatamente,
uma quantidade enorme!
Enchemos os nossos carros de bananas e as
levamos para pessoas que precisavam de alimento,
mas mesmo depois de horas fazendo isso, ainda
havia mais bananas para serem doadas. Telefonamos
para todos os nossos amigos e pedimos a eles que
viessem e enchessem seus carros para que pudessem
distribuir algumas. Ainda havia mais bananas para
serem doadas. Comecei a pensar que talvez não
fosse uma boa ideia, pois um caminhão de bananas
parado por alguns dias no calor da Louisiana não
seria uma visão (ou um cheiro) muito agradável.
Então, fizemos algo que naquele momento foi
inovador. No calor do momento, telefonamos para
tantas igrejas e organizações quantas conhecíamos e
pedimos a elas que levassem algumas das bananas a
fim de colocá-las nas mãos das pessoas que
precisavam de uma bênção. Finalmente,
descarregamos o equivalente a uma floresta de
bananas, e muitas pessoas da nossa comunidade
receberam sua dose diária de potássio naquele dia.
Por mais êxito que esse serviço de assistência
tenha tido, decidimos que se quiséssemos continuar
com projetos de doações daquele gênero e aumentá-
los para poder lidar com quantidades ainda maiores
de produtos, precisávamos ter um plano:

• Organização.
Precisávamos que as
doações fossem
focadas e organizadas,
e não aleatórias e
descuidadas. Não
queríamos lançar
produtos gratuitos
distraidamente para as
pessoas enquanto elas
estivessem passando
por acaso e ver os
produtos acabarem no
lixo. Queríamos ter
como alvo as áreas e
os grupos de pessoas
que se beneficiariam
ao máximo dos
produtos.
• Inclusão.
Reconhecíamos o
valor de ter
relacionamentos
saudáveis com outras
igrejas e organizações,
e aprendemos muito
depressa que incluí-las
nos nossos planos para
essas doações era uma
excelente maneira de
iniciar
relacionamentos com
muitas delas. Então
desenvolvemos uma
lista de contatos em
vários lugares, para
quem poderíamos
ligar quando
precisássemos de
ajuda com a
distribuição.
• Doações sem
restrições. O objetivo
da nossa servolution
sempre foi demonstrar
o amor de Jesus, e não
fazer com que as
pessoas achassem que
agora nos deviam
alguma coisa e
precisavam ir a um
culto. Não me entenda
mal, tentamos ao
máximo deixar bem
claro de onde éramos
para que elas
soubessem que, na
realidade, era Deus
quem as estava
abençoando. Mas,
independentemente do
fato de algum dia
virem a entrar na
nossa igreja,
queríamos que elas
entendessem que tanto
Deus quanto a nossa
igreja as amavam e
acreditavam nelas.

Então, os caminhões continuaram chegando.


Começamos a receber entregas duas a três vezes
todas as semanas. Quanto mais fazíamos isso, mais
estratégicos nos tornávamos. Na primeira vez que
recebemos uma ligação sobre um carregamento de
garrafas de sucos e chás que estava sendo mandado
para nós, sabíamos exatamente o que fazer. Quando
o caminhão parou ao lado da igreja, nosso
estacionamento estava cheio de carros, não apenas
dos nossos voluntários, mas também de líderes de
muitas outras igrejas e grupos — todos prontos e
desejosos de carregar e partir. Carros, caminhonetes,
minivans e até ônibus estavam alinhados, fazendo
com que a igreja parecesse um centro de distribuição
de bebidas.
Naquele verão, doamos duzentas e cinquenta mil
garrafas de suco e chá e mais de quarenta toneladas
de bananas. E a melhor parte de tudo foi que
ninguém se preocupou com quem levou o crédito.
Não insistimos para que ninguém que ganhou
alguma coisa viesse à igreja no fim de semana
seguinte. Não exigimos que nenhuma das outras
organizações que ajudaram a distribuir coisas
mencionasse a nossa igreja quando faziam as
entregas. Tudo tinha a ver apenas com ajudar os
outros. Era o corpo de Cristo em Baton Rouge
trabalhando em conjunto para abençoar as pessoas.
Outro objetivo importante que tínhamos era que
toda a nossa congregação estivesse ligada com o que
estava acontecendo. Então, quando os caminhões
chegavam, costumávamos descarregar as caixas de
mercadorias e armazená-las dentro do nosso
auditório. Assim, as pessoas não podiam deixar de
vê-las quando entravam na igreja. Havia pilhas de
caixas de três metros de altura ao longo das paredes
do santuário. Eu achava que as pessoas precisavam
ver tudo que estava acontecendo. No fim de um
culto, eu dizia às pessoas: “Estão vendo todas
aquelas caixas? Vamos doar tudo aquilo esta semana
e precisamos da sua ajuda na assistência às pessoas
carentes. Mas se você tem uma necessidade hoje,
pegue o que precisar lá nos fundos; temos algumas
pessoas prontas para servi-lo. E enquanto você está
pegando o que precisa, certifique-se de se inscrever
para o programa de assistência deste fim de semana.
Volte e ajude-nos a doar a outros que também
necessitam.” Foi uma espécie de loucura fazer isso.
Os caminhões continham praticamente tudo que
você possa imaginar. Abríamos a traseira deles e às
vezes havia quarenta paletes com quarenta produtos
diferentes: calças jeans, biscoitos, desodorante,
enxaguante bucal, chaves de fenda, coelhinhos de
Páscoa de chocolate, brinquedos, bolsas, sapatos,
meias — falando sério, tudo que você possa
imaginar. Com uma lista como essa, sabíamos que
precisávamos ser criativos para determinar os locais
mais estratégicos como alvo para que nada fosse
desperdiçado. “Chaves de fenda? Vamos até uma
escola vocacional. Jeans? Vamos até alguns
colégios. Brinquedos? Vamos para a ala infantil de
um hospital.”
Houve apenas uma vez em que abrimos uma
caixa e o conteúdo nos deixou sem fala. Estávamos
esvaziando um caminhão e quando chegamos à
última caixa, vi que ela era enorme e que mal se
aguentava de pé. Depois de alguma dificuldade,
finalmente conseguimos manobrá-la e colocá-la no
santuário. Eu estava ali com cerca de sete ou oito
das nossas mulheres quando puxei a aba superior e
um lado da caixa caiu, abrindo-se.
Peças de cetim estampado com textura de pele de
animais saltaram para todos os lados. Todos
começaram a rir. Aquela era uma caixa de roupas de
dormir com estampas de onça! Minha mente
começou a correr velozmente. Uau! O que vamos
fazer com isto? Temos de nos livrar disto antes de
domingo; Deus vai nos matar se deixarmos isso na
igreja! Uma mulher disse: “Não podemos dar isto.”
Outra disse: “Por que não? É grátis. Tenho certeza
de que alguém precisa disto.”
Então, diversas das nossas mulheres separaram
aquela coleção de camisolas estampadas de todos os
tamanhos. Depois levamos uma equipe ao centro da
cidade, montamos mesas de dois metros e meio,
batemos nas portas dos bairros vizinhos e
entregamos folhetos. As mulheres começaram a
aparecer, e logo a área parecia um supermercado na
manhã do dia 24 de dezembro. Em questão de
segundos, cada peça de roupa de dormir havia
desaparecido. Digamos que havia muitos sorrisos
nas preciosas mulheres que conseguimos abençoar
naquele dia especial! Durante anos depois disso,
DeLynn e eu encontrávamos algumas dessas
mulheres e os olhos delas se iluminavam, e elas
diziam: “Você é aquele pastor maluco que me deu
aquela camisola estampada de oncinha!” E se o
marido dela estivesse junto, eu invariavelmente
recebia aquele sorriso e aquele aceno com a cabeça
dizendo “É sim.”
Estávamos nos divertindo muito. Trabalhar juntos
para descarregar caminhões, distribuir garrafas de
suco e ir de porta em porta entregando alimentos
grátis para os pobres — tudo isso no clima da
Louisiana, no qual a umidade do ar chega a 150%.
Mas o calor importava pouco para nós em face da
empolgação de atender às necessidades de pessoas
que estavam tão gratas por serem lembradas. Todos
estavam envolvidos por causa da sua paixão por
servir aos outros, e isso gerou uma energia
contagiosa. Quando as pessoas descobrem a bênção
de servir juntas, você atingiu os requisitos de uma
servolution.
Quanto mais nós, como igreja, nos uníamos nessa
missão em comum, mais outros queriam vir e fazer
parte daquele movimento. A igreja estava crescendo
tão depressa que em menos de dois anos tínhamos
excedido a capacidade das nossas instalações.
Havíamos sido fiéis no pouco, e agora Deus estava
nos confiando muito. Nossos cultos estavam indo
maravilhosamente bem, todos os domingos
tínhamos visitantes e novas pessoas realmente
voltavam para um segundo culto, e um terceiro, e
um quarto. E o que é mais importante, a cultura da
nossa igreja estava ficando profundamente enraizada
no coração de todos os nossos membros. Sabíamos
que Deus havia nos abençoado com um mandato de
ser um lugar de cura para um mundo sofredor, e a
nossa servolution estava nos fazendo crescer em um
ritmo que nenhum de nós poderia ter previsto.
Obrigado, Jesus!
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
À medida que a nossa
servolution crescia,
também crescia a
importância de sermos
estratégicos na assistência
que prestávamos aos
necessitados. Mas o inverso
também era verdade:
quanto mais estratégicos
nos tornávamos, mais a
nossa servolution crescia.
Planejar, estar preparado
para lidar com o
crescimento e aprender
onde focar a sua energia e
os seus recursos são
elementos cruciais para ser
um bom mordomo da
bênção que Deus envia na
sua direção.

1. Motivo para o
serviço. Quando
doamos sem
restrições, isso
demonstra que o nosso
amor é autêntico e não
motivado pelas nossas
necessidades, mas
pelo desejo de suprir
as necessidades de
outros. Qual é a
motivação para o seu
serviço?
2. Recursos não
utilizados. Se nossa
igreja pode doar
veneno para ratos, isso
prova que você pode
doar praticamente
qualquer coisa. Que
recursos a sua igreja
ou alguém da sua
igreja pode ter que
esteja disposto a
oferecer? Quais são os
recursos que você tem
na sua igreja que não
estão sendo
utilizados? Que
talentos, dons e
recursos você pode
começar a doar?
3. Parcerias
eclesiásticas.
Trabalhar com outras
igrejas é uma parte
essencial da
servolution
estratégica. Quais são
algumas das igrejas e
ministérios com os
quais você poderia
entrar em parceria
para servir?
A CULTURA DO
SERVIÇO
UMA OPORTUNIDADE
INESPERADA

A servolution — como qualquer revolução


estratégica — não é apenas algo que se faz. Embora
possa começar como um evento ou um
acontecimento, depois que os efeitos de servir a
outros começam a envolver sua congregação, sua
igreja ou sua família, rapidamente a servolution se
torna quem você é. Ela o define e molda a sua
cultura. Em uma servolution, você descobre muito
mais sobre si mesmo e sobre “o material do qual
você é feito”, e se você permitir, Deus transformará
o seu mundo usando-o para abençoar outros. Além
disso, muito frequentemente o seu futuro depende
disso porque existem lições a serem aprendidas
antes que Deus possa usá-lo de uma maneira ainda
maior. As oportunidades de servir que aparecerão
para você amanhã podem depender da servolution
que você começar hoje.
Quase todo norte-americano pode lembrar
exatamente o que estava fazendo na terça-feira de
manhã, no dia 11 de setembro de 2001. Eu estava
em um restaurante chamado Sophie’s, em Baton
Rouge. Estava sentado na segunda mesa, junto à
janela, de frente para uma das pessoas da nossa
equipe que havia acabado de voltar de uma missão
no exterior.1 Estávamos discutindo os planos para o
que estava por vir nas nossas parcerias na África e
falando sobre alguns trabalhos assistenciais locais
que estávamos iniciando. O favorecimento da nossa
igreja na comunidade era alto, Deus estava nos
abençoando, a servolution estava crescendo e a vida
estava navegando mansamente.
Então, a notícia sobre o primeiro avião atingindo
uma das torres do World Trade Center foi ao ar.
Nossos telefones celulares tocaram quase
simultaneamente quando nossas esposas nos
ligaram, comunicando a mesma mensagem: “Não
posso acreditar no que estou vendo no noticiário!
Um avião bateu em uma das Torres Gêmeas em
Nova York e ela está incendiando. É uma cena
terrível! Não consigo acreditar nisto.” Eu podia
ouvir as emoções de DeLynn se derramando em
suas palavras.
Nos instantes que se seguiram, o país percebeu
que o que estávamos testemunhando não era um
acidente. Ao vivo na tevê, os Estados Unidos viram
quando um segundo avião atingiu a segunda torre.
Enquanto estávamos sentados em estado de choque,
nossas esposas tentavam descrever aquele terrível
ataque terrorista pelo telefone. Em meio à confusão
de pensamentos que percorriam minha mente,
comecei a entender que durante os últimos minutos,
o nosso mundo havia acabado de mudar.
Naquele dia, quatro aviões bateram, dois arranha-
céus desabaram, uma seção enorme do Pentágono
foi destruída e milhares de vidas se perderam. A
minha mente girava diante do pensamento de
quantas famílias, filhos, amigos, colegas de trabalho
e entes queridos estavam sofrendo terríveis perdas
naquele dia.
Decidimos naquele instante que, como igreja, nós
simplesmente tínhamos de reagir, e tínhamos de
reagir imediatamente.

Não demorou muito para que entendêssemos que


iríamos precisar ser agressivos na nossa reação.
Porque toda a nossa nação estava de cabeça para
baixo, os aeroportos haviam sido fechados e o
acesso a algumas partes da cidade havia sido
impedido. Tínhamos de ser criativos no nosso plano.
A primeira coisa que a nossa equipe fez foi divulgar
a notícia de que faríamos uma reunião para orar pelo
nosso país naquela noite. Um chamado para orar é
sempre um ótimo ponto para se começar quando
estamos reagindo a uma crise. Uma grande
quantidade de pessoas apareceu, todas famintas por
fazer alguma coisa para ajudar, e encorajamos todos
dizendo que estávamos confiando em Deus para
cuidar de tudo, inclusive da nossa segurança. A
reação da nossa servolution diante daquela tragédia
nacional começou com uma noite de intensa oração.
Apesar de a Agência Federal de Aviação ter
suspendido os voos, conseguimos fretar um avião
particular para colocar dois dos nossos pastores no
chão de Nova Jersey apenas quarenta e oito horas
depois dos ataques. Mark Stermer2 e Ken Spivey3 se
encontraram com algumas das pessoas com quem
tínhamos contato ali, e por volta da quinta-feira à
tarde, eles estavam no Marco Zero, onde as torres
haviam caído. Entramos em contato com cerca de
trinta agências em Nova York que eram
responsáveis por levar os artigos para as pessoas e
até os locais onde eram necessários.
Centenas de pessoas comuns em Baton Rouge
assumiram suas responsabilidades e serviram com
sua vida. As pessoas tiraram licenças de trabalho
para ajudar a carregar suprimentos em pequenos
caminhões doados, e motoristas de caminhão
ofereceram o seu tempo para transportar os
carregamentos até Nova York. Dezenas de milhares
de pessoas na nossa comunidade dirigiram até o
estacionamento da igreja com sacolas de materiais
doados. Foi uma impressionante reunião de pessoas
correndo para suprir uma gigantesca necessidade. Se
você pudesse olhar para a nossa igreja do alto, tenho
certeza de que de lá parecíamos um formigueiro em
plena operação — com fileiras de pessoas
carregando coisas de um lado para outro, preparando
os suprimentos para partir. Havia pessoas por toda a
parte, trabalhando de maneira incansável,
simplesmente fazendo o que podiam para ser parte
da servolution.
Mark e Ken descobriram que uma grande igreja
episcopal perto do Marco Zero estava preparando
refeições para as equipes de resgate e para as
equipes de socorro. Enviamos várias de nossas
cozinheiras, juntamente com muitos suprimentos de
cozinha, para ajudar nesse esforço. Depois dos
primeiros dias de caos, quando a cidade começou a
voltar a se pôr de pé, nós nos unimos a diversas
igrejas da região que estavam oferecendo
aconselhamento para moradores traumatizados. O
trabalho dessas igrejas e o nosso apoio a elas
continuou por quase dois anos. Além disso,
ajudamos a construir um centro de aconselhamento
que era compartilhado por muitas agências de
aconselhamento diferentes.
Uma das maneiras encontradas por nós para
deixar uma impressão exclusiva do estilo da
Louisiana de ajudar aos outros foi por meio de um
ministério chamado Cozinhando para Cristo, um
dos primeiros ministérios4 que iniciamos e que serve
milhares de refeições por ano para os pobres e
sofredores. Nós enviamos os membros do ministério
para o Pentágono durante duas semanas para
cozinhar para todos os funcionários e autoridades do
governo durante o período de limpeza e
reconstrução. Havia vários outros pontos de
distribuição de alimentos estabelecidos ali, mas as
filas mais longas eram do lado de fora do nosso
espaço, onde cozinheiros da Louisiana com suas
panelas de ferro estavam preparando pratos incríveis
de jambalaya (um cozido típico da região), sopa de
hibisco, feijão vermelho e arroz, e até um pouco de
étouffée, outro prato típico da culinária Cajun. Ah,
oui, ça c’est bon!5
A servolution na igreja Healing Place havia
simplesmente entrado em outra dimensão. Muitas
pessoas que nunca haviam saído do banco para o
campo de serviço se viram bem no meio da ação.
Centenas de voluntários doaram milhares de horas
para realizar o trabalho. Se não soubéssemos de
nada, pareceria que os ataques haviam acontecido na
nossa cidade. As pessoas reagiram como se
realmente tivesse sido assim.
Sempre tentamos aprender com as experiências
que passamos. A reação à tragédia do 11 de
setembro nos deu muitas lições importantes que nos
serviriam de base futura. Eis algumas delas.
1. Servir ajuda a ganhar a confiança da
comunidade. Muitas vezes os líderes me
perguntam: “Como posso atrair a atenção da
comunidade? Como podemos mostrar a eles que
estamos aqui?” Fizemos isso simplesmente
servindo. Tudo começou com uma “venda” de bazar
gratuita, depois com mata-ratos, sucos em garrafa e
bananas e, por fim, carregamentos em pequenos
caminhões.
Antes do 11 de setembro, tínhamos sido um ponto
de distribuição de alimentos e recursos para outras
igrejas, mas agora havíamos nos tornado um ponto
de distribuição para toda a nossa comunidade. Por
causa da influência que havíamos adquirido por
termos distribuído tantos produtos gratuitos aos
pobres da nossa cidade, agora ganhávamos
credibilidade e a confiança da nossa comunidade.
Durante essa crise nacional, nós nos tornamos um
dos maiores pontos de reunião de produtos do local;
havia a Cruz Vermelha, e havia a igreja Healing
Place. Todas as estações de rádio e de tevê
anunciavam: “Você pode deixar as suas doações no
Shopping Cortana Mall ou na igreja Healing Place.”
A nossa servolution havia crescido a ponto de
afetar a nossa comunidade de uma maneira
grandiosa. Pessoas que não eram salvas, que não
iam à nossa igreja nem sabiam quem éramos,
estacionaram no nosso pátio com um carregamento
de fraldas confiando que as levaríamos até os bebês
de Nova York. Um homem que acabava de sair do
trabalho em uma indústria química próxima parou
no posto de gasolina e comprou seis garrafas de
cerveja e dois engradados de água. Ele veio ao nosso
estacionamento para nos entregar os engradados de
água e quando entrou no carro para partir, baixou a
sua última garrafa de cerveja e gritou: “Agora digam
àqueles bombeiros: ‘Deus os abençoe’”, e foi
embora. Foi ali que percebemos que havíamos
começado a ganhar a confiança de uma parte da
nossa comunidade diferente da que tínhamos antes.
2. Podemos exercer um impacto em muito maior
escala do que podemos imaginar. O 11 de
setembro era significativo para nós porque
entendíamos que poderíamos efetivamente começar
a fazer a diferença não apenas na nossa cidade como
também na nossa nação. As estratégias de
assistência aos necessitados que estávamos
desenvolvendo poderiam ser aplicadas em uma
escala maior se ampliássemos o nosso foco para
incluir outros estados e até outros países. Tínhamos
uma esperança e um sonho de alcançar o mundo, e
agora podíamos ver como isso podia acontecer.
3. Devemos sempre esperar pelo inesperado. Pode
parecer um pouco tolo agora, mas quando a nossa
nação estava passando pela loucura generalizada do
Bug do Milênio,6 havíamos nos unido como uma
equipe para planejar estratégias caso realmente
ocorresse uma crise relacionada com a virada do
milênio. Olhando para trás, creio que fomos levados
a fazer isso porque esses planos eram cruciais para a
nossa capacidade de reagir durante o 11 de
setembro. Já havíamos dedicado tempo a mapear
cenários de crises e definir quais seriam as reações
adequadas antes da tragédia, então, quando o 11 de
setembro aconteceu, realmente estávamos
preparados. Isso foi de um valor inestimável porque
significava que não precisávamos elaborar uma
estratégia no meio de todo aquele caos que
acompanha uma crise para conceber um plano; nós
já tínhamos calculado as diretrizes básicas de muitas
estratégias de socorro e reação.
É imperativo para nós entendermos o valor de
estarmos prontos para lidar com a crise. Que
maneira melhor de transmitir o amor do nosso
Salvador do que estarmos preparados para responder
com esperança sempre que as pessoas estão
sofrendo? Pode ser tão fácil — quer essa esperança
venha na forma de uma garrafa de água, de um prato
quente de comida, de um ouvido pronto para ouvir
ou de uma oração. Mas se nunca pararmos para
considerar os desastres em potencial e para
desenvolver pelo menos uma estratégia simples de
como reagir, as nossas habilidades como corpo de
Cristo serão impedidas. Em tempos de tragédia, a
Igreja deve ser a primeira a responder, e isso requer
um alto nível de prontidão.
4. Quanto mais parcerias estabelecemos, maior
impacto podemos ter. As necessidades que
surgiram do 11 de setembro estavam muito além do
que uma organização podia suprir. Mesmo quando
essas necessidades eram atendidas individualmente,
elas ainda tinham de ser tratadas por muitos
caminhos diferentes. Aprendemos o quanto havia
sido vital nunca andarmos sozinhos na nossa
servolution. Se não tivéssemos aberto livremente as
nossas instalações e entrado em contato com os
empresários locais e com outras igrejas para
coordenar a nossa reação e os nossos esforços de
socorro, teria sido uma enorme perda de tempo e de
esforço. Certamente teríamos sido capazes de fazer
alguma coisa, mas teria sido bem pouco em
comparação com o que realmente foi realizado
quando pessoas de todos os tipos de organizações
uniram forças e serviram juntas.
5. Os líderes precisam confiar nos voluntários. À
medida que o alcance da nossa servolution ia
aumentando, também aumentava o exército de
servolucionários necessários para mantê-la em
andamento de maneira eficaz. Tive de entender que
eu não iria mais poder dirigir aquele ônibus sozinho;
eu teria de acreditar nos nossos maravilhosos
voluntários. Pelo fato de que havia tanto a ser feito
em um tempo relativamente curto, tínhamos de
permitir que uma grande quantidade de voluntários
assumisse a direção, e confiar que eles haviam sido
bem treinados e que representariam o coração e a
paixão da igreja Healing Place. Eu estava tão
orgulhoso das pessoas da nossa igreja; elas haviam
se superado! Essa situação colocou na linha de
frente os voluntários que eram capazes de liderar
muitos outros. Revelou dons e talentos de indivíduos
que eu nem sabia que existiam e, de um modo geral,
isso nos reanimou.
6. As pessoas precisam entrar em contato com a
necessidade. Creio que quanto mais nos
aproximarmos do coração de Deus, maior será o
desejo que teremos de alcançar os que sofrem.
Servir às pessoas não é apenas algo que queremos
fazer; é algo que precisamos fazer. As pessoas
encontram cura em sua vida ajudando aos outros.
Quando a tragédia as atinge, servir ajuda a aliviar a
nossa dor, tira o foco dos nossos problemas e traz
cura à nossa alma. É muito importante não
enviarmos apenas um cheque; sempre que possível,
também precisamos nos envolver com aqueles que
estão sofrendo. Quando você faz isso, não apenas
ajuda as pessoas que estão necessitadas, como
também fortalece aqueles que se juntam a você para
servir.

A iniciativa Crianças Consolando Crianças foi


uma das maneiras de fazermos isso durante a reação
ao 11 de setembro. Ajudamos a unir uma estação de
tevê local com a agência missionária Children’s
Cup7 para oferecer um programa para crianças da
nossa comunidade para encher caixas de sapatos
com brinquedos, material escolar e bilhetes de
encorajamento destinados às crianças de Nova York.
Uma rede internacional de fast-food acrescentou o
seu apoio disponibilizando locais de entrega em
cada uma de suas lanchonetes da área. Professores
envolveram suas turmas, e algumas escolas inteiras
fizeram com que cada aluno enchesse uma caixa.
Recolhemos mais de mil caixas, e quando elas foram
enviadas, encheram um caminhão inteiro. Foi uma
reação impressionante que fez cada criança sentir
compaixão por outras crianças e uma conexão com a
situação e com as pessoas daquela cidade. Mais de
mil crianças em Nova York foram encorajadas pelos
presentes, e muitas crianças da nossa comunidade
foram abençoadas ao se tornarem uma bênção.
7. Enquanto reage, não se esqueça de “casa”. É
fácil sermos levados pela energia intensa de ajudar
as pessoas em grande escala — além dos limites da
nossa cidade. Mas, no fim do dia, você não pode se
esquecer da própria comunidade, da própria igreja,
da própria equipe e da própria família. Embora a
necessidade em Nova York fosse enorme, ainda
havia pessoas em Baton Rouge que precisavam de
Jesus, que precisavam ser servidas de mil maneiras
diferentes. Nós nos certificamos de continuar com
todos os nossos programas de assistência local.
Também continuamos a fazer cultos e falamos
abertamente sobre a crise, sendo fiéis em orar, como
congregação, por todos os envolvidos. Nossos cultos
estavam lotados durante essas primeiras semanas
depois dos ataques — lotados de pessoas da nossa
comunidade que estavam lidando com o medo,
querendo fazer alguma coisa para ajudar ou em
busca de consolo e respostas.
Com a reação ao 11 de setembro ainda em plena
atividade, nós realmente demos ênfase à nossa
servolution dentro da nossa cidade porque o coração
das pessoas estava aberto com a tragédia nacional.
Preparamos uma versão móvel da produção teatral
Heaven’s Gates and Hell’s Flames (Os portões do
céu e as chamas do inferno)8 e a levamos aos
campos e parques no centro de Baton Rouge.
Colocamos todo o cenário em um caminhão de
reboque e apresentamos o evangelho de uma
maneira que ninguém na nossa região havia visto
antes. O resultado foi que centenas de pessoas
cruzaram a linha da fé. Foi incrível.
As muitas coisas que aprendemos durante esse
período na história da nossa nação foram cruciais
para lidarmos com o que estava para cruzar o nosso
caminho. Nossa igreja estava prestes a experimentar
o seu pior desafio até o momento na jornada da
nossa servolution, e se não tivéssemos sido tão
determinados em servir durante a crise do 11 de
setembro, não teríamos tido a capacidade crescente
de lidar com o que estava por vir. O nosso coração
foi ampliado, o nosso povo recebeu mais poder, os
nossos processos foram aperfeiçoados e as nossas
tropas estavam prontas para serem mobilizadas outra
vez. Mas o que estava por vir estava além do que
qualquer pessoa poderia imaginar.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Acreditamos que, como
integrantes do corpo de
Cristo, servir não é apenas
algo que devemos fazer,
mas algo inerente a quem
somos. Faz todo o sentido
que a Igreja deva ser a
primeira a reagir à crise e à
tragédia quando ela
acontece nas nossas
comunidades. E se
pudermos estar na linha de
frente da reação em nível
local, por que não em nível
nacional e global?

1. Reputação na
comunidade. Servir
com consistência
edifica sua confiança e
sua credibilidade para
com a sua comunidade
local. Como você
caracterizaria a
reputação da sua igreja
ou do seu ministério
na comunidade?
2. Visão global. Toda
servolution destina-se
a ter um impacto em
larga escala. Até que
distância a sua visão
alcança? Onde você
está servindo local,
nacional e
internacionalmente?
Para onde Deus o está
desafiando a expandir
a sua visão?
3. Preparado para
uma crise. Nunca
sabemos quando
podemos ser
chamados para servir
em uma situação de
crise. Você tem um
plano de reação
preparado para ser
colocado em prática
em uma crise? Que
produtos você tem que
ajudariam em uma
crise na sua
comunidade
(instalações de
cozinha, área para
abrigo, depósito,
serviços de
aconselhamento, base
para voluntários)?
A Servolution TEM TUDO
A VER COM JESUS
QUATRO PAREDES
E UM ESCRAVO

Quando DeLynn e eu nos dispusemos a iniciar uma


igreja, há mais de dezesseis anos, não estávamos
tentando nos tornar uma igreja com milhares de
pessoas vindas de diferentes lugares todos os fins de
semana. Não estávamos pensando em fazer negócios
com livros, vendas de produtos ou em apresentar
esquetes teatrais nas igrejas de todo o mundo.
Éramos apenas um casal que tinha o desejo de
ajudar as pessoas sofredoras da nossa comunidade e
de servir àqueles que não estavam sendo servidos:
os esquecidos, os rejeitados, os pobres e os perdidos.
Realmente não sabíamos muito sobre estratégias de
assistência aos necessitados, não tínhamos nenhum
dos recursos úteis que agora estão disponíveis, e
tínhamos muito pouco relacionamento com outros
plantadores de igrejas que pudessem nos dar
conselhos ao longo do caminho. Sabíamos que
precisávamos servir, então simplesmente
começamos a fazer o que pudéssemos encontrar para
ser feito.
Não tínhamos ideia de que a nossa servolution (eu
lhe garanto, isso foi antes que ela tivesse um nome)
cresceria a ponto de ser o que se tornou hoje. Os
programas de assistência aos necessitados que
iniciamos na nossa comunidade para viúvas e mães
solteiras foram os catalisadores para muitos dos
projetos maiores em que estamos envolvidos hoje.
Os bazares gratuitos levaram a doações maciças,
depois a centros de distribuição, até que a nossa
influência nessa área começou a alcançar outras
partes da nossa nação e do mundo. A nossa
servolution pareceu assumir vida própria (como
acontece com a maioria das ideias de Deus) e
crescer além de qualquer coisa que pudéssemos ter
imaginado.
O nosso foco sempre foi aqueles que ainda não
haviam sido alcançados, e à medida que
estendíamos as nossas mãos sem reservas, cada
aspecto da nossa igreja crescia rapidamente. Nossa
equipe, nossa liderança, nossos voluntários, nossa
audiência — todos continuaram a aumentar em
quantidade e a ficar mais saudáveis a cada dia.
DeLynn e eu agradecemos a Deus continuamente
por sermos tão incrivelmente abençoados, sabendo
que tudo que fizemos foi apenas tentar fazer o nosso
melhor para obedecer ao chamado de Deus em
nossas vidas e sermos um lugar de cura para um
mundo sofredor. É difícil acreditar que a nossa
igreja já inaugurou dois institutos Dream Centers
(centros de sonhos), ajudou a plantar muitas outras
igrejas e hoje tem programas de assistência aos
necessitados muito eficazes como clínicas médicas e
dentárias móveis, assistência aos órfãos na África,
aulas preparatórias de direção para mães solteiras,
igrejas nas prisões, distribuição de alimentos, cafés
da manhã para os desabrigados, juntamente com
assistência em clubes de strip-tease, bares, campus
de faculdades e escolas.

A servolution faz as igrejas crescerem. Como isso


acontece? Como é possível uma igreja cujo foco
principal é servir e dar aos pobres, aos sofredores e
às pessoas que não conhecem Jesus crescer a ponto
de ter milhares de membros em um tempo
relativamente tão curto? Não estávamos nem sequer
seguindo uma estratégia específica de crescimento
de igrejas. Estávamos preocupados simplesmente
em ajudar as pessoas. Creio que existem diversos
fatores envolvidos na resposta.
1. Quando nos concentramos em cuidar das
pessoas, Deus cuida da igreja. Nos primeiros anos
da igreja Healing Place, quando estávamos apenas
começando a fazer as nossas doações em nossa
comunidade, meu sogro Wayne Austin1 veio falar
comigo durante um dos trabalhos assistenciais e me
disse: “Se você mantiver a igreja fazendo coisas
como essas pela comunidade, nunca conseguirá
construir prédios com a rapidez suficiente para
abrigar todas as pessoas que virão até ela.” Bem lá
no fundo eu sabia que ele estava certo. Mas naquela
época, não tínhamos sequer pensado no nosso
primeiro projeto de construção, muito menos em
muitos prédios.
Alguns anos depois, tive um momento com Deus
que me transformou para sempre, quando Deus me
disse isso novamente. Estávamos fazendo uma
reunião de oração na igreja, pedindo a Deus para
encher o lugar com as pessoas da nossa cidade.
Depois de orarmos por algum tempo, Deus falou
suavemente dentro do meu coração. Ele disse:
“Dino, se você cuidar das pessoas fora das paredes
desta igreja, Eu cuidarei de enchê-la.” Dedicamos o
nosso melhor a fazer apenas isso, e Ele sempre
cumpriu a Sua promessa.
2. Uma servolution sempre tem a ver com
expandir o Reino, e não apenas a nossa igreja. A
segunda parte da resposta à pergunta “Como o
crescimento de uma igreja é afetado pela
servolution?” é que não se trata realmente de fazer a
nossa igreja crescer. Eis como Jesus explicou as
coisas: “A minha comida é fazer a vontade daquele
que me enviou e concluir a sua obra. Vocês não
dizem: ‘Daqui a quatro meses haverá a colheita’? Eu
lhes digo: Abram os olhos e vejam os campos! Eles
estão maduros para a colheita. Aquele que colhe já
recebe o seu salário e colhe fruto para a vida eterna,
de forma que se alegram juntos o que semeia e o que
colhe. Assim é verdadeiro o ditado: ‘Um semeia, e
outro colhe.’ Eu os enviei para colherem o que
vocês não cultivaram. Outros realizaram o trabalho
árduo, e vocês vieram a usufruir do trabalho deles”
(João 4:34-38, ênfase do autor).
Vimos essa verdade espiritual em operação na
nossa servolution mais vezes do que posso contar.
Então, embora possamos estender a mão para um
bairro, varrer todas as folhas do quintal deles, e
nenhuma dessas pessoas jamais entrar na nossa
igreja, existem famílias que chegam e que nunca
estiveram em contato com nenhum dos nossos
programas assistenciais. Elas nos escolhem entre as
outras centenas de igrejas relacionadas nas páginas
amarelas. Não investimos muita energia tentando
calcular quais programas assistenciais podemos
organizar que trará a maior porcentagem de retorno
em forma de pessoas nos bancos; simplesmente nos
certificamos de estarmos trabalhando ativamente na
parte que nos cabe: a semeadura. Entendemos que a
marca de uma grande igreja é o seu desejo de
edificar a igreja de todos. Muitas vezes faremos o
trabalho árduo e outra pessoa terá a oportunidade de
colher. Porém, da mesma maneira, haverá vezes em
que poderemos ter uma colheita maravilhosa que
não semeamos. É isso que possibilita que aquele que
semeia e aquele que colhe se alegrem juntos.
Isto é evangelismo indireto: se cuidarmos
daqueles que ninguém quer, Deus cuidará daqueles
que amaríamos ter. Se focarmos a nossa visão na
edificação do Reino de Deus, Ele garantirá que os
nossos sonhos e desejos se realizem.2
3. Todo cristão precisa servir. Há uma terceira
parte da resposta à pergunta sobre como a
servolution afeta o crescimento e o desenvolvimento
de sua igreja. O crescimento que Deus trouxe à
igreja Healing Place foi visto não apenas na
frequência. À medida que fomos fiéis ao nosso
mandato de sermos um lugar de cura para um
mundo sofredor, Ele nos fez crescer de uma maneira
que jamais poderíamos imaginar.
Uma servolution não é apenas para as pessoas que
estão sendo servidas; todo cristão precisa servir.
Agora, não estou dizendo que todo cristão é
obrigado a atingir uma cota ou que Deus diz:
“Sirva... se não...!” Absolutamente! Estou
simplesmente dizendo isto: assim como o corpo
físico precisa de exercício para ser saudável, todo
cristão precisa servir para ser saudável na sua alma.
Através do serviço, nossa equipe, nossos líderes e
nossa congregação amadureceram profundamente na
sua caminhada espiritual, nos seus casamentos, nas
suas finanças, nos seus relacionamentos, nas suas
emoções e em sua vida pessoal. Além disso, a nossa
influência em toda a comunidade aumentou à
medida que a servolution derrubou muitas muralhas
de preconceito religioso, racial e econômico.
Por esse motivo, grande parte da nossa estratégia
para cumprir a Grande Comissão — ir por todo o
mundo e fazer discípulos3 — é envolver toda a
nossa congregação, incluindo novos crentes, em
algum tipo de trabalho assistencial. Sabemos que à
medida que as pessoas dão de si mesmas para servir
a outros, elas estão aprendendo, crescendo e sendo
curadas.
Jesus utilizou essa mesma estratégia com os doze
discípulos. Muitos dos princípios e verdades que Ele
lhes ensinou foram comunicados em ambientes em
que eles estavam todos servindo juntos. Na verdade,
tudo sobre Deus e o Cristianismo tem a ver com
servir e dar. No Novo Testamento, nunca vemos
Jesus à toa, relaxando em uma cadeira de balanço,
enquanto Mateus o abana com folhas de palmeira e
Pedro o alimenta com uvas descascadas. Todos os
relatos descrevem Jesus vivendo de uma maneira
extraordinariamente generosa no que se refere a
tempo, presença, sabedoria, recursos, compaixão e, é
claro, serviço. Ele procurava servir à humanidade
com determinação, até mesmo a ponto de suportar a
cruz.

Todos os relatos
descrevem Jesus
vivendo de uma
maneira
extraordinariamente
generosa no que se
refere a tempo,
presença, sabedoria,
recursos, compaixão
e, é claro, serviço.
Ele procurava servir
à humanidade com
determinação, até
mesmo a ponto de
suportar a cruz.
Tudo começou com Jesus deixando a glória do
céu para vir à terra e entregar Sua vida por aqueles
que Ele criou. Verifique o que Paulo escreveu aos
Filipenses: “[...] mas Jesus pôs de lado seu imenso
poder e sua glória, ocultando-se sob a forma de
escravo e tornando-se como os homens.” 4 Se Ele
demonstrou amor por você e por mim de uma
maneira tão irrestrita, quanto mais não deveríamos
nós permitir que nossa vida seja um reflexo do Seu
amor por todas as pessoas do nosso mundo,
inclusive os esquecidos, os rejeitados, os solitários,
os pobres e os que sofrem?
Não somos nada. Ele é tudo. Ele se tornou nada e
nos serviu como se fossemos alguma coisa. Ele
entregou o Seu tudo pelo nosso nada. Quanto mais
não deveríamos nós, sendo nada, servir aqueles que
Ele considera ser alguma coisa que vale tudo?
Quando entregamos nossa vida como seguidores
de Jesus, recebemos não apenas vida verdadeira e
eterna, mas também o próprio coração de Deus
dentro de nós. Essa é a troca que Deus realiza dentro
de todas as pessoas. Com toda a Sua vida, Jesus
demonstrou esse coração de servo. Ele expressou
esse coração da seguinte maneira em Mateus 20:28:
“Como o Filho do homem, que não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate
por muitos.” Quando Ele entra na nossa vida, servir
se torna parte do nosso DNA. Realmente não
podemos ignorar isso ou colocar essa ideia de lado;
fazer isso seria negar o nosso próprio coração,
porque agora é parte de quem somos. Ser um cristão
que não ama servir é como fazer uma moqueca de
camarão sem o camarão. Que graça tem?
Quando olho em volta, para a congregação da
igreja Healing Place, sou abençoado ao ver o
crescimento e a maturidade do povo. Posso ver a
verdadeira prosperidade de Deus, não apenas em
termos financeiros, mas em termos de família, saúde
e amizades também. Isso é evidente na vida deles.
Creio que isso acontece porque eles se envolveram
pessoalmente em uma servolution. Eles não ficaram
satisfeitos em ver uma necessidade e esperar que
alguém fizesse alguma coisa a respeito, e porque se
alistaram nessa servolution, eles passaram a se sentir
energizados e edificados interiormente. Quando nós,
como corpo de Cristo, servimos juntos, nós
crescemos juntos. Quando expressamos o amor de
Cristo aos outros, nós mesmos somos renovados e
fortalecidos.5
4. A servolution nos lembra de que tudo se
resume a Ele, e não a nós. A última parte da
resposta à pergunta de como a servolution afeta o
crescimento de uma igreja é que ela nos lembra de
que nada disso tem a ver conosco; tudo se resume a
Jesus.
Não creio que Jesus tenha deixado uma cidade no
mesmo estado em que ela estava quando Ele chegou.
Estou certo de que houve momentos em que Ele foi
capaz de entrar em uma nova aldeia relativamente
sem ser percebido, mas assim que Ele começava a
fazer o que havia ido fazer — amar as pessoas,
servir às pessoas — era deflagrada uma servolution,
e Ele e todos os Seus discípulos eram cercados por
enormes multidões. O mundo esteve e sempre estará
faminto por uma demonstração de doação sincera.
Se o serviço for puro e autêntico, muitas pessoas
serão atraídas a ele.
A igreja Healing Place nunca se resumiu a receber
elogios ou a manter uma sala de troféus bem ao lado
do salão principal para expor as placas e
recompensas por seus serviços. Na verdade, é
provavelmente por isso que recebemos alguma
atenção às vezes — porque não saímos procurando
por isso. Descobrimos que se focarmos
simplesmente na parte do serviço e deixarmos os
resultados com Deus, o impacto sobre todos os
envolvidos será sempre o melhor. Além disso, houve
vezes em que Deus nos posicionou sabiamente para
estarmos no lugar certo para o próximo passo no
nosso destino. Creio que isso aconteceu porque
nossos olhos estavam inteiramente voltados para
servir às pessoas que nos cercam.
Há alguns anos, um homem que era membro da
nossa igreja e também detetive do Departamento de
Polícia de Baton Rouge foi morto tragicamente no
exercício do dever durante uma incursão contra as
drogas. Toda a nossa cidade ficou em choque.
Estávamos em Baton Rouge, um lugar onde esse
tipo de coisa não é comum.6 Tive a honra de
ministrar no funeral do Detetive Terry Melancon7
em nossa igreja, e as nossas equipes de funcionários
e voluntários estavam preparadas e dispostas a
ajudar de todas as maneiras possíveis. Sabíamos que
uma grande multidão de pessoas que amavam Terry
estaria presente, todos eles sofrendo terrivelmente
com a perda, e estávamos decididos a oferecer um
serviço “cinco estrelas” em todas as áreas.
Por causa das centenas de policiais, bombeiros,
socorristas, médicos de emergência e autoridades
municipais que estariam presentes, percebemos que
aquela ocasião iria ministrar a muito mais pessoas
do que havíamos imaginado anteriormente. Além
disso, muitas pessoas da comunidade queriam
demonstrar o seu apoio sincero à família de Terry e
aos nossos policiais que garantem o cumprimento da
lei. O resultado foi que o funeral logo se
transformou em uma reunião de toda a cidade, que
seria transmitida ao vivo pela tevê. De repente, nos
havia sido dada uma oportunidade incrível não
apenas de ministrar à família de Terry, mas também
de compartilhar o amor de Jesus com uma
comunidade que estava sofrendo.
Eu estava tão nervoso quando cheguei à igreja
naquela manhã de sábado que minhas mãos não
paravam de tremer. Senti o peso da responsabilidade
da parte de Deus de ministrar naquela situação, e eu
sabia que o culto estaria sendo transmitido em toda a
nossa mídia local. Eu tinha total confiança na
capacidade de toda a nossa equipe de amar e servir
às muitas pessoas que estariam vindo, mas eu estava
começando a ficar inseguro quanto a mim mesmo.
Pensei: Nunca poderei fazer isto direito. Vou
gaguejar e confundir as palavras. Vou sufocar e
decepcionar a todos, e vou ficar constrangido.
Lembro-me de colocar a cabeça em minhas mãos
logo antes do funeral e de pedir a Deus coragem e
força. Senti Jesus falando estas duas coisas comigo:
“Vá e apenas ministre à família de Terry; mostre o
Meu amor a eles. E não me decepcione; certifique-se
de entregar o evangelho simples enquanto fala,
porque, no fim das contas, é isso que importa.”
Ah, sim... isto não tem a ver comigo, pensei, tem a
ver com Jesus. (Às vezes temos de lembrar a nós
mesmos o propósito principal do que fazemos.)

Ah,
sim...
isto não
tem a
ver
comigo,
pensei,
tem a
ver
com
Jesus.
Houve uma poderosa presença de Deus durante
todo o funeral, e a igreja Healing Place pôde
oferecer o nosso amor às centenas de pessoas
presentes fazendo o que fazemos melhor: servindo
com uma extrema generosidade. Pudemos construir
confiança e relacionamentos com as autoridades da
nossa cidade de uma maneira muito pessoal, e
fizemos o nosso melhor para que cada um deles
sentisse o amor de Deus, enquanto nós os
honrávamos e servíamos.
Quando nos lembramos de que servir não tem a
ver conosco, mas com Ele, Jesus usou a nossa
servolution para nos fazer crescer. Mais uma vez, o
que não sabíamos era como, simplesmente nos
envolvendo na nossa servolution, cuidando dos
nossos servos civis e autoridades do governo durante
esse tempo de luto, Deus estava construindo as
pontes necessárias para que passássemos para o
próximo nível no nosso destino. Nós não
pretendíamos alcançar isso, mas a cobertura positiva
da mídia, o reconhecimento do nosso serviço e os
novos relacionamentos que formamos com policiais,
bombeiros e técnicos em emergências médicas
estavam nos posicionando exatamente onde
precisávamos estar para servir durante o tempo de
maior necessidade da Louisiana. Apenas uma
semana após o funeral de Terry, nosso estado foi
atingido pela crise mais devastadora da história e,
pela graça de Deus, a igreja Healing Place
desempenhou um papel-chave na reação imediata a
essa devastação.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Como líderes, nunca
precisaremos nos preocupar
em fazer nossas
organizações crescerem se
tivermos nos envolvido em
um estilo de vida voltado
para dar e servir às pessoas
que nos cercam.
Portanto, não se
preocupem, dizendo:
“Que vamos comer?”
ou “Que vamos
beber?” ou “Que
vamos vestir?” Pois os
pagãos é que correm
atrás dessas coisas;
mas o Pai celestial
sabe que vocês
precisam delas.
Busquem, pois, em
primeiro lugar o Reino
de Deus e a sua
justiça, e todas essas
coisas lhes serão
acrescentadas.
Portanto, não se
preocupem com o
amanhã, pois o
amanhã trará as suas
próprias
preocupações. Basta a
cada dia o seu próprio
mal.
— Mateus 6:31-34

1 Tomada de decisões.
Quando você decide
sobre as ações ou
projetos nos quais sua
igreja irá se envolver,
qual nível de
importância você dá
ao potencial de cada
projeto para exercer
um impacto direto na
frequência de sua
igreja?
2 Cultivar uma
mentalidade de Reino.
Como você está
cultivando uma
mentalidade de Reino
na sua servolution?
Você estaria disposto
a investir recursos em
um evento se ele
ocasionasse o
crescimento de outra
igreja? Por que sim ou
por que não?
3 Dar glória a Deus.
O que significa para
você “dar glória a
Deus” em cada evento
assistencial que
financia?
4 Celebrar. Como a
sua organização
dedica tempo para
celebrar e agradecer a
Deus pela cura e pelo
crescimento que
ocorrem durante os
eventos?
O FURACÃO KATRINA
O DIA EM QUE
AS BARRAGENS
ROMPERAM

— Acabo de ouvir que as barragens romperam e


Nova Orleans está inundada — disse-me pelo
celular o Pastor Steve Robinson da Igreja do Rei, em
Mandeville.1
— Bem, já passamos por inundações antes. Estou
certo de que as autoridades estão preparadas para o
que quer que aconteça — respondi.
— Não, Dino, você não está entendendo. É uma
inundação maciça. As barragens se romperam em
muitas áreas e a cidade está em meio ao caos. O
bairro 9th Ward está debaixo de três metros e meio
de água, e o centro de Nova Orleans está quase
completamente coberto!
Levei alguns minutos para captar o que aquele
pastor estava dizendo. O furacão Katrina havia
tocado a terra por volta das seis da manhã daquela
segunda-feira, e embora a tempestade fosse intensa e
tivesse havido muitos danos, ela não fora tão ruim
quanto havia sido previsto. Em Baton Rouge, a
apenas nove quilômetros e meio de Nova Orleans,
havíamos sofrido algumas interrupções de energia
bastante significativas e certa destruição em razão da
tempestade, mas agora estávamos achando que
havíamos suportado tudo bastante bem.
Então liguei a televisão.
A cobertura da mídia era chocante: barragens
rompidas; invasão de águas a diversos metros de
altura inundando bairros; animais mortos flutuando
nos detritos; pessoas presas nos telhados e outras
fugindo por toda parte.
Vi destruições graves enquanto fazia viagens
missionárias à Índia e a partes da África, mas nunca
pensei que os Estados Unidos passariam pelo tipo de
devastação que todos nós estávamos testemunhando
naquele momento: perda de vidas, de lares, de
empregos, de dignidade humana, de esperança e de
paz.
Nada poderia ter nos preparado para as terríveis
imagens que inundavam as transmissões de rádio e
televisão, mas havia uma coisa que estávamos
preparados para fazer: reagir. Por causa das
experiências que havíamos tido na nossa servolution
antes do furacão Katrina, a Igreja Healing Place
estava em posição de servir às enormes necessidades
das centenas de milhares de pessoas cujas vidas
haviam sido viradas de cabeça para baixo em apenas
algumas horas.

Durante uma semana, fomos informados de que


aquele grande furacão no Golfo do México estava
vindo em nossa direção. A natureza dos furacões,
assim como a dos tornados, é muito imprevisível, de
modo que as pessoas desta região sabem que até que
ocorra a aproximação do continente, você realmente
não sabe como será afetado, se é que será. Mas o
Katrina foi um dos maiores furacões a ameaçarem a
nossa costa em muitos anos, e entendemos que, no
mínimo, ele iria causar sérios danos. Assim, logo
que a sua presença foi confirmada pelo Serviço
Nacional de Meteorologia, tivemos reuniões de
prontidão com a nossa equipe de liderança para
rever os nossos planos de ação para vários cenários
em potencial. Telefonamos e enviamos e-mails aos
nossos voluntários para informar-lhes sobre o nosso
plano de reação e onde e quando eles deveriam se
apresentar para servir. Estávamos em contato com as
autoridades, informando que estávamos dispostos a
trabalhar em conjunto em caso de um desastre.
Também telefonei para o líder da nossa equipe
Cozinhando para Cristo e pedi a ele que
encomendasse alimentos suficientes para alimentar
oito mil pessoas, mas que não levassem nada que
pudesse estragar, caso o furacão se desviasse.
Além disso, entrei em contato com diversos
pastores a fim de planejar a nossa estratégia de
parceria caso a situação ficasse ruim. Estávamos
cientes de que nenhuma organização isolada seria
eficaz trabalhando sozinha, e queríamos nos unir
para sermos tão fortes quanto possível. Embarcamos
no poder da parceria, com cada um de nós
posicionado para fazer o que precisasse ser feito.
Os relatórios do tempo estavam prevendo que em
algum momento na segunda-feira o Katrina se
aproximaria do continente, próximo a Nova Orleans,
como um furacão histórico de categoria 5. Então,
dois dias antes que ele se aproximasse do continente,
houve evacuações tanto voluntárias quanto
obrigatórias por toda a cidade de Nova Orleans.
Quase um milhão de pessoas deixou a cidade e os
subúrbios que a cercavam, lotando a principal
estrada de saída com um trânsito congestionado por
quilômetros. E pelo fato de que a nossa igreja fica
bem depois da primeira saída na primeira cidade
grande ao longo dessa rota de evacuação, estávamos
em um local excelente para oferecer ajuda a essas
pessoas.
Durante uma ameaça de furacão no ano anterior,
abrimos o nosso estacionamento como área de
descanso para milhares de pessoas que se dirigiam
para o oeste. Fornecemos lanches e preparamos
nosso ar-condicionado para oferecer alívio contra o
calor sufocante e a umidade da Louisiana. Também
alocamos equipes de voluntários por toda a região
para distribuírem garrafas de água nos postos de
gasolina e estacionamentos a centenas de pessoas
que estavam enchendo os tanques ou fazendo um
intervalo para descansar da viagem. Então dessa vez,
com o Katrina, com ainda mais pessoas sendo
retiradas da cidade, fizemos a mesma coisa.
Passamos pelo fim de semana normalmente;
tivemos cultos no domingo, mantendo os olhos bem
de perto no avanço da tempestade no radar do
tempo. Havíamos planejado cozinhar e oferecer
refeições grátis depois dos nossos cultos da igreja,
mas àquela altura as coisas estavam bastante quietas
e realmente não havia pessoas por ali que
precisassem de uma refeição. Fomos todos para casa
e mantivemos os olhos atentos para a tempestade
enquanto as suas faixas externas começavam a bater
na porta do nosso estado.
Então, bem cedo na manhã de segunda-feira, 29
de agosto de 2005, a tempestade nos atingiu, e o sul
da Louisiana foi golpeado com pouco mais de vinte
e cinco centímetros de precipitação pluviométrica e
cheias que chegavam a mais de quatro metros. Os
danos causados pelos ventos foram graves — com
árvores derrubadas, janelas arrancadas de prédios
altos no centro de Nova Orleans, e praticamente
tudo danificado de uma maneira ou outra. Isso
realmente não era surpresa; a tempestade era intensa
demais para se esperar qualquer coisa menos que
isso. Sabíamos que haveria danos causados pelo
vento e inundações em virtude das pancadas da
tempestade e das chuvas fortíssimas. Mas não
tínhamos como saber que as barragens
desmoronariam. E certamente não previmos a
magnitude do desastre que estava se desenrolando.
Em questão de horas depois do telefonema de
Steve, soubemos da destruição sem precedentes que
o Katrina havia infligido por toda a Louisiana e o
Mississipi. Mais de 80% de Nova Orleans estava
debaixo d’água — em alguns lugares, a quatro
metros e meio de profundidade.

As vidas de dezenas de milhares de pessoas que


não haviam sido retiradas da região agora estavam
sendo ameaçadas pela inundação. As pessoas
estavam correndo (e nadando) para salvar suas
vidas. Muitas estavam presas em sótãos e em
telhados, esperando que alguém as resgatasse, e
outras morreram no calor de desidratação. Além
disso, mais de vinte e cinco mil pessoas que não
tinham meios para sair da cidade agora estavam
presas no estádio Superdome, um local que a cidade
havia disponibilizado como último recurso para os
moradores. Por volta de segunda-feira à noite,
saques e revoltas generalizados haviam varrido
Nova Orleans, e parecia que tudo e todos estavam
no meio do caos.
Na terça-feira de manhã, às seis horas, o povo da
Healing Place compareceu ao prédio da igreja —
nossa equipe, nossos líderes e nossos voluntários,
todos prontos para fazer o que fosse necessário.
Tudo que posso dizer é que todos fizeram o que
fazem melhor. Os líderes começaram a organizar
centenas de voluntários, e a nossa equipe
Cozinhando para Cristo começou a preparar
quantidades enormes de alimentos. Os grupos foram
para as estradas (agora congestionadas com uma
segunda onda de pessoas que deixavam a cidade) e
serviram alimentos aos que estavam presos ali.
Outras equipes foram trabalhar preparando dois de
nossos locais para servirem como abrigos.
Alguns líderes ajudaram a coordenar uma equipe
de mais de quatrocentos voluntários para
trabalharem com as motosserras, enviada para as
áreas mais atingidas a fim de que pudessem limpar
árvores e detritos das estradas e casas.
Nos primeiros dias após a tempestade, havia
muitas áreas que ainda não estavam abertas para as
pessoas ou outras organizações entrarem. Mas as
nossas equipes se dirigiram até os delegados e
policiais no comando e mencionaram que eram da
igreja Healing Place. Por termos conquistado a
confiança deles servindo-os no momento de
necessidade, eles permitiram que a equipe de
motosserras identificada com a camiseta laranja da
igreja passasse pelo posto de controle. Foi
impressionante ver como Deus havia usado um
acontecimento tão triste como o funeral de Terry
para providenciar o acesso que precisávamos para
demonstrar o Seu amor para ainda mais pessoas
durante as consequências do Katrina.
Uma das nossas primeiras prioridades foi liberar
as casas das autoridades municipais e as estradas.
Eles tinham mais do que o suficiente para analisar
durante essa crise, e queríamos facilitar as coisas ao
máximo para que eles fizessem o seu trabalho. O
Aeroporto de Nova Orleans foi transformado em um
centro provisório de triagem médica, e centenas de
pessoas estavam sendo tratadas ali. Mais uma vez,
por causa da nossa reputação positiva e dos nossos
bons relacionamentos, nossa equipe de camiseta
laranja foi convidada para servir ao lado dos
médicos militares quando até a Agência Norte-
americana de Gerenciamento de Emergências e a
Cruz Vermelha não haviam obtido liberação.
Durante três a quatro dias, tivemos equipes da igreja
Healing Place servindo como pastores, capelães e
apenas simples equipes de trabalhadores comuns
que estavam fazendo turnos de doze horas no centro
de triagem. O nosso povo limpou lixo, serviu às
pessoas, consolou e orou com as pessoas, e até
carregou as pessoas que estavam sendo trazidas
pelos helicópteros de resgate. Esses voluntários
serviram incansavelmente, e foram uma luz que
brilhou por Cristo em um ambiente muito triste e
intenso.

CPR COMPAIXÃO
Como eu disse antes, é impressionante o que pode
ser realizado quando ninguém se importa com quem
vai levar o crédito.2 Creio que essa atitude foi o que
permitiu que o corpo de Cristo se levantasse para um
de seus melhores momentos diante do furacão
Katrina. Pelo fato de a equipe e os líderes da igreja
Healing Place serem tão bem equipados para lidar
com os seus planos imediatos de socorro depois da
tempestade, decidi ficar fora do caminho deles e
concentrar minhas energias em manter os pastores e
as igrejas em comunicação e bem coordenados.
Estava claro para todos que o trabalho que tínhamos
diante de nós exigiria muito mais do que um único
governo, cidade ou organização ministerial poderia
lidar isoladamente. Todos nós precisaríamos
trabalhar juntos.
Mais de quatrocentas e cinquenta igrejas da
Louisiana já estavam em contato pelo CPR
(Conselho Pastoral de Recursos), uma coalizão de
igrejas e ministérios que havíamos ajudado a formar
vários anos antes de lidarmos com os desafios
sociais e econômicos em todo o estado. Na manhã
de terça-feira depois do rompimento das barragens,
eu estava em contato com diversas igrejas-chave do
CPR, e juntos decidimos ligar para todos os pastores
que conhecíamos, independentemente da
denominação ou afiliação, e convidar todos eles para
se unirem para trabalhar no nosso plano de socorro.
Na quinta-feira (apenas três dias depois que o
furacão atingiu Nova Orleans) mais de quatrocentos
pastores atenderam ao chamado, deixaram tudo e
compareceram para atuar em nossa estratégia de
reação abrangente.

Estava claro
para todos
que o
trabalho que
tínhamos
diante de nós
exigiria muito
mais do que
um único
governo,
cidade ou
organização
ministerial
poderia lidar
isoladamente.
Todos nós
precisaríamos
trabalhar
juntos.
Os pastores Larry Stockstill3, Jacob Aranza4 e eu
nos unimos para dirigir a reunião, e dissemos ao
grupo de pastores: “Há uma tragédia no nosso
estado. Não vamos nos preocupar com a nossa
logomarca, com o nosso ego, com o nosso estilo de
adoração ou com quaisquer das nossas diferenças.
Vamos nos unir como o corpo de Cristo para ajudar
e amar as pessoas.” Todos subiram a bordo. A partir
daquela reunião, formamos a CPR Compaixão, e
com a ajuda de um empresário local, ela recebeu o
status de não lucrativa, dando-nos a capacidade de
receber e distribuir recursos para servir ao nosso
estado nos dias após o Katrina. Diversas igrejas
representadas naquele dia alocaram um ou mais
membros da sua equipe para ajudar a coordenar os
esforços do CPR Compaixão, e todos nós unimos
nossos recursos e trabalhamos como uma unidade.
Com tantas igrejas envolvidas, queríamos garantir
que não estávamos duplicando os esforços uns dos
outros e que nada nem ninguém estava sendo
negligenciado. E-mails diários eram enviados para
todos, trocando informações sobre as necessidades
que estavam sendo atendidas pelas igrejas e pelos
ministérios em particular. Foi verdadeiramente um
ótimo exemplo de cada membro do corpo de Cristo
trabalhando como uma parte vital do todo. Quase
noventa igrejas de Baton Rouge abriram suas
instalações para se tornarem abrigos para as dezenas
de milhares de vítimas desabrigadas do furacão,
algumas (como a Bethany World Prayer Center)
abrigando até oitocentas pessoas de uma vez, e
outras abrigando grupos que variavam de vinte a
trezentas e cinquenta pessoas. Todas as igrejas
desempenharam o seu papel: algumas cozinhavam
para os trabalhadores da cidade; outras
concentravam seus esforços ficando nas docas com
cobertores e alimentos para as pessoas que estavam
sendo resgatadas de suas casas. Algumas se
juntaram à Cruz Vermelha e forneciam serviços de
saúde, exames e raios-X, enquanto outras ajudavam
as pessoas recentemente desabrigadas a se
reencontrarem com os membros de suas famílias que
haviam se espalhado em meio ao caos. Havia
vítimas que tinham perdido bolsas ou carteiras e que
precisavam de novos documentos; algumas
precisavam de aconselhamento em meio às emoções
da perda de seus entes queridos e de suas
propriedades, e outras simplesmente estavam
precisando desesperadamente de um banho. Fosse
qual fosse o caso, o CPR Compaixão estava pronto
para encontrar uma maneira de suprir as
necessidades das pessoas pela vasta gama de
relacionamentos que ele representava. Foi lindo!
Já que a minha responsabilidade era manter
informações detalhadas fluindo entre todos esses
pastores, eu estava me encontrando diariamente com
diversas pessoas. Eu as mantinha atualizadas acerca
do que os outros estavam fazendo, e depois
transmitia as informações deles. Isso ajudou a
coordenar organizações que precisavam umas das
outras a fim de ter êxito na sua missão. Algumas
vezes, eu me sentia como um controlador de tráfego
aéreo, tendo de administrar tantas dinâmicas e
necessidades e quais deveriam ser as reações
adequadas a elas. Além disso, eu queria me
certificar de que não houvesse pastores que estavam
sendo deixados de fora da sequência de
comunicação ou que precisavam de recursos, mas
não estavam sendo ouvidos.
O CPR
Compaixão
conseguiu
canalizar um
volume
extraordinário
de recursos e
voluntários nas
áreas mais
atingidas da
região e vimos
resultados
surpreendentes.
Começando em
29 de agosto de
2005, e nos
duzentos dias
seguintes, o
CPR
Compaixão
pôde realizar o
seguinte:
15 igrejas
foram
reabertas em
Nova Orleans
42 igrejas
estavam sendo
reformadas
500
organizações
ligadas à fé
foram
associadas em
uma rede
684
conselheiros e
capelães foram
treinados e
colocados na
obra
1.587
caminhões de
entregas foram
enviados
5.952 consultas
médicas foram
facilitadas
14.092
voluntários
foram
destacados
490.379 horas
de voluntários
foram
catalogadas
2.853.100
pessoas foram
servidas nos
locais de
socorro
27.787
toneladas em
recursos foram
distribuídas
Enquanto o CPR Compaixão estava ajudando a
coordenar o esforço combinado, a igreja Healing
Place estava a pleno vapor para realizar a nossa
parte. Todos os nossos espaços e ministérios
estavam intensamente envolvidos. O espaço do
nosso anexo5 não apenas se tornou o quartel-general
do CPR Compaixão, como também serviu como
uma clínica médica temporária em pleno serviço.
Dois dos nossos centros serviram como abrigos,
hospedando trezentas pessoas por quase trinta dias,
enquanto outro espaço servia como um consulado
para esforços de socorro para a nossa comunidade
de língua espanhola.
O nosso maior centro (conhecido como campus
Highland) se tornou um dos três pontos principais
do CPR Compaixão de nossa região para a
distribuição de alimento, água e de outros
suprimentos de socorro necessários em Nova
Orleans. Em apenas três meses, o campus Highland
distribuiu quatrocentos e dezoito carregamentos
cheios de todo tipo de produtos que você possa
imaginar. A nossa equipe Cozinhando para Cristo
também fez um trabalho tremendamente árduo ao
distribuir mais de quarenta mil refeições gratuitas
nos primeiros vinte e um dias. De uma maneira
geral, servimos mais de cem mil refeições, e
também fornecemos alimentos para outras
organizações e abrigos que não tinham instalações
para cozinhar, mas precisavam alimentar as pessoas
que estavam vivendo ali.
O nosso campus Highland foi preparado
estrategicamente para lidar com as necessidades das
pessoas tão eficientemente quanto possível. Em uma
área do nosso campus de sessenta acres, estávamos
servindo comida quente o dia inteiro para centenas
de pessoas a qualquer hora. Havia mesas e cadeiras
montadas e muitos cobertores para as pessoas se
sentarem na grama e comer. Em outro canto do
nosso campus localizava-se o centro de distribuição,
no qual cerca de vinte a cinquenta caminhões cheios
de produtos estavam prontos para serem
distribuídos: fraldas, assentos de carro para crianças,
roupas, sapatos, artigos de higiene, toalhas,
ferramentas, brinquedos, pequenos utensílios,
muletas, andadores, cadeiras de rodas — e a lista
não termina. As pessoas que precisavam de ajuda
chegavam, se registravam e explicavam as suas
necessidades. Um voluntário as conduzia pelo centro
de distribuição e lhes dava o que quer que
necessitassem. Começávamos às seis da manhã e
terminávamos depois da meia-noite, e durante todo
o tempo havia um fluxo constante de pessoas
preciosas que estavam em grande necessidade em
meio a uma terrível tragédia.
Palavras não podem descrever como me senti
quando vi a nossa igreja — toda a nossa igreja —
servindo a tantas pessoas por tantos dias com tanto
amor e graça. A nossa equipe e nossos voluntários
trabalharam incansável e generosamente apesar do
fato de terem suas famílias para sustentar e cuidar.
Todos tinham uma mentalidade de “custe o que
custar” à medida que perseguiam com determinação
a oportunidade de cuidar de pessoas que haviam
perdido tanto no Katrina. Eles não iam deixar essa
oportunidade de fazer uma servolution escorregar
por entre seus dedos, e trataram de todos que vieram
em busca de ajuda com o máximo respeito e honra.
Veja a seguir o que foi publicado em meu blog
três semanas depois que o furacão Katrina atingiu a
cidade:6
Vi algumas coisas
tremendas resultarem
da tragédia do furacão
Katrina. Não quero
minimizar a dor e o
sofrimento de modo
algum, mas vi o povo
da igreja Healing
Place reunir centenas
de voluntários e
centenas de milhares
de quilos de roupas,
alimentos não
perecíveis, litros de
água e de tudo o mais
que você possa
imaginar. Vi centenas
de igrejas locais em
parceria com o CPR
Compaixão para
enviar milhares de
voluntários e milhões
de quilos de doações
para a área a ser
socorrida. Por meio de
equipamentos
médicos, geradores,
motosserras, milhares
e milhares de
refeições, horas de
reuniões, dúzias de
capelães e de
conselheiros para
situações traumáticas,
camas portáteis,
roupas de cama,
orações, sorrisos e
abraços, o corpo de
Cristo esteve na
vanguarda desde o
primeiro dia.
Nenhuma igreja
isolada poderia ter
feito isto — foi apenas
a Igreja. A Deus seja a
glória!
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Quando olhamos para trás,
para os efeitos do Katrina,
vimos muitas pessoas com
muitas necessidades. Desde
o rico, passando pela classe
média e até o Zé Ninguém,
cada uma dessas pessoas
precisava do amor de Jesus,
e fomos muito abençoados
por sermos parte da
resposta avassaladora para
suprir essa necessidade.
Madre Teresa disse certa
vez: “O amor tem uma
bainha em suas vestes que
alcança até o próprio pó,
ele varre as manchas das
ruas, e os becos, e porque
ele pode fazer isso, ele
deve fazê-lo.”
A centelha de uma
verdadeira servolution é o
simples desejo de alcançar
o mundo servindo uma
pessoa de cada vez. Jesus
nos ensinou: “O que vocês
fizeram a algum dos meus
menores irmãos, a mim o
fizeram.”7
Eis algumas ideias para
ajudá-lo a estar preparado
para responder a uma crise
na sua comunidade ou
apenas para demonstrar o
amor de Jesus a ela:

1. Lembre-se de que
você não tem de
esperar por uma crise
para responder a uma
necessidade. Se você
nunca envolveu a sua
igreja nas menores
necessidades da
comunidade que o
cerca, você nunca
poderá lidar com a
oportunidade de suprir
essas necessidades em
uma escala muito
maior.
2. Sirva aos que
respondem primeiro
(escritório do xerife,
departamento de
polícia, bombeiros).
Estenda a mão para
ajudá-los agora.
Construa e desenvolva
relacionamentos com
aqueles que servem à
sua comunidade.
3. Construa uma
equipe de capelães e
líderes que estejam
prontos para responder
a situações de crise.
4. Colabore com
outras igrejas da sua
região e aprenda quais
são as especialidades
delas.
5. Identifique os
líderes emergentes
que influenciarão os
esforços com uma
mentalidade de reino.
6. Pratique a
prontidão. Por
exemplo:

• Comece a servir
imediatamente nos
eventos ou situações
que acontecem na sua
comunidade, seja em
momentos dolorosos
ou em comemorações.
• Identifique e
alavanque os dons que
o cercam; eles existem
mais do que você pode
imaginar.
• Mantenha a cabeça
atenta, o coração
sensível e a mão
aberta para dar.

Existem oportunidades
de responder a uma crise
que nos cerca todos os dias
— pessoas lidando com a
aids, com o divórcio, o
câncer, a morte, a ruína
financeira, a gravidez na
adolescência, o abuso
infantil, a raiva, a perda —
a lista é longa demais. Peça
a Deus para deixá-lo ver as
necessidades que o cercam
e para abençoá-lo com a
graça e o favor para supri-
las. Incluí também o
apêndice 1 no fim deste
livro para ajudá-lo com
ideias de programas
assistenciais específicos e
como fazê-los acontecer,
assim como o apêndice 2
para ajudá-lo a entrar em
contato com organizações
que estão plenamente
engajadas nas próprias
servoluções.

1. Os que respondem
primeiro. Que tipo de
relacionamento o seu
ministério tem com os
que “respondem
primeiro” na sua
comunidade? Como
você pode estender a
mão para servi-los
com o amor de Deus?
2. Colaboração.
Considere duas ou três
igrejas da sua
comunidade. Quais
são as especialidades
delas, as maneiras
com as quais elas
servem com mais
eficácia? Como você
poderia colaborar com
elas para ministrar à
sua comunidade?
3. Momentos
comunitários. Quais
são alguns dos
“momentos
comunitários” que
você viu no último
ano? Como você
poderia ter servido à
sua comunidade
durante esses
momentos? Como
você pode se preparar
para eles?
PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DE
UMA Servolution
UMA LIÇÃO APRENDIDA
NA SORVETERIA

Cada revolução tem seus momentos de decisão.


Como mencionei no primeiro capítulo, a Festa do
Chá de Boston foi um dos momentos de decisão
para a Revolução Americana. Naquela noite
incrível, os cidadãos das colônias tomaram uma
posição determinada e proativa contra a tirania que
lhes estava sendo imposta. Eles não se viam mais
como um conjunto de pessoas incapazes de tomar
uma atitude ou fracas demais para efetuar uma
mudança. Perceberam que se eles se unissem, teriam
a capacidade de se libertar da opressão e do
cativeiro. Embora tenha levado vários anos — e
dezenas de milhares de vidas sacrificadas —,
aqueles revolucionários finalmente ganharam sua
independência. Mas foi na noite da Festa do Chá de
Boston que eles começaram a tomar posse da sua
independência.
Na nossa servolution, o furacão Katrina foi um
momento de decisão para nós. E creio que foi um
momento de decisão para centenas de igrejas da
nossa região também. À medida que agarramos a
iniciativa, nos juntamos como um exército unificado
e respondemos imediatamente à incrível
necessidade, tivemos uma prévia das possibilidades
que estão à disposição da igreja. Percebemos que
quando trabalhamos juntos, Deus dá ao Seu povo
uma incrível capacidade de executar um trabalho
enorme. Nosso coração foi alargado para entender
mais sobre a importância vital da igreja local em
cada comunidade, e como a nossa influência e o
nosso serviço podem se tornar uma voz inegável por
toda a nação e por todo o mundo. Creio que havia
igrejas que já não se viam mais como um corpo de
pessoas, mas que se sentiam incapazes de tomar uma
atitude ou fracas demais para realizar mudanças.
Com a experiência do Katrina, a igreja Healing
Place e muitas outras igrejas começaram a tomar
posse do mandato de Deus para a igreja ser as mãos
e pés do corpo de Cristo. Isso nos uniu e mais uma
vez despertou e incentivou toda a nossa congregação
para abraçar a servolution que estava em andamento.
O resultado foi que vimos claramente que o
Katrina não era o ápice da nossa servolution e que
ele não era o auge da nossa igreja. Em vez disso,
aquela experiência foi um canhão que nos atirou
para frente no nosso destino como igreja. Não
dissemos: “Cara, nós realmente fizemos um trabalho
excelente ali. Mas agora o Katrina praticamente
terminou, então vamos nos sentar e descansar e falar
sobre como somos tremendos durante alguns anos.”
Em vez disso, dissemos: “Uau! Isso foi tremendo!
Se podemos fazer tanta diferença hoje, vamos nos
preparar ainda mais para a próxima vez que
tivermos uma oportunidade de servir.” Essa
experiência só aumentou a nossa paixão por servir a
outros, e nós nos tornamos um grupo de pessoas que
ama completamente servir.
Realmente dedicamos algum tempo para renovar
as nossas forças — o nosso povo precisava disso.
Mas embora descansar depois de um serviço tão
intenso fosse necessário, o povo da igreja Healing
Place simplesmente não ia montar acampamento ali.
Estávamos empolgados para ver o que Deus tinha
para nós fazermos em seguida para causar tanto
impacto quanto possível para o Reino.
Refletindo nesses vários meses, descobrimos
algumas coisas sobre a cultura que Deus nos deu em
nossa igreja. Agora transmitimos constantemente
essas definições culturais à nossa equipe, aos nossos
líderes de voluntários e à nossa congregação como
um todo. Entretanto, creio que elas não são apenas
para a igreja Healing Place, mas que se aplicam a
todas as igrejas e a todo crente que queira causar um
impacto no mundo com o amor de Deus.

A CULTURA DE UMA Servolution


1. ESTE É O NOSSO MANDATO
O nome da nossa igreja é Healing Place: Um Lugar
de Cura para um Mundo Sofredor. Essa é uma
grande afirmação para se colocar em todas as nossas
placas. Então, se vamos dizer isso, vamos ter de
fazer isso. Mas sabemos que é por isso que estamos
aqui e que é isso que fomos chamados para fazer.
Seja qual for o nome que está na sua placa, seja qual
for o nome da sua família, seja você de onde for, se
você é um seguidor de Cristo, o seu mandato é
“amar uns aos outros”1 para “amar o seu próximo
como a si mesmo”,2 e “levar boas notícias aos
pobres”, “cuidar dos que estão com o coração
quebrantado” e “anunciar liberdade aos cativos”.3
Isso não é apenas para a igreja Healing Place.
Deus chamou a Sua Igreja (incluindo todos os
crentes de todo o mundo) para ser um lugar de cura
para um mundo sofredor. Esse é o motivo pelo qual
fundamos a igreja Healing Place, e DeLynn e eu
fizemos o nosso melhor para nunca nos desviarmos
desse chamado. Essa é a vibração de tudo que
fazemos, e quase todas as lições que ensino ecoam
com ela. Não abordamos uma necessidade com a
ideia de que esse, na verdade, deveria ser o trabalho
de outra pessoa qualquer. Se alguém está sofrendo,
então a igreja deve ser a primeira a oferecer ajuda.
Quando eu era garoto, queimei a perna
gravemente. O médico aplicou sobre a grande ferida
aberta uma bandagem com o objetivo de aderir à
pele queimada. A bandagem era feita de um material
que tinha um unguento curativo, e à medida que a
queimadura era curada e a pele começava a crescer,
a bandagem e a pele se fundiam. Funcionava quase
como um implante de pele, e era muito eficaz no
processo da cura.
Essa é uma imagem do que deveria ser a igreja
local. Não devemos ser um curativo que oferece
pequena quantidade de cura e proteção para as
pessoas sofredoras que nos cercam, apenas para
sermos retirados e nos separarmos novamente. A
igreja e a comunidade devem se fundir, trabalhando
como uma unidade para gerar cura. Parte da nossa
estratégia é nos tornarmos vitais para a vida na nossa
região, não apenas para sermos um lugar para as
pessoas visitarem nos fins de semana, mas realmente
sermos um lugar de cura para um mundo sofredor.
Queremos estar envolvidos, ser parte da cura e ser
um recurso para a reabilitação e a restauração.

A igreja e a
comunidade
devem se
fundir,
trabalhando
como uma
unidade
para gerar
cura.
2. NÃO ESTAMOS ATRÁS DE UM
DISTINTIVO
Estamos decididos a nunca permitir que as
dificuldades daqueles com quem trabalhamos se
tornem um distintivo que usamos, ou a adotar uma
atitude orgulhosa que diz: “Somos os verdadeiros
servos; é melhor todo mundo ir abrindo espaço.”
Esse sentimento elitista não é saudável, e
simplesmente não é o modo de pensar de Jesus.
Pensar por um segundo que somos melhores que
outra igreja ou outro ministério por causa da
maneira como trabalhamos com os pobres seria
ridículo! Não precisamos ser reconhecidos, e não
precisamos de um prêmio. Fazemos o que fazemos
porque amamos as pessoas e porque é a coisa certa a
fazer. Somos apenas pessoas a quem Deus ama e
estamos andando juntos ao longo desse caminho
chamado vida.
3. SEM DESCULPAS
“O problema é grande demais.”
“Há pessoas demais.”
“Jamais poderemos fazer a diferença.”
“Não temos dinheiro.”
“Isso não vai trazer para a nossa igreja as pessoas
que queremos ter aqui.”
“Não temos nada a oferecer.”
Todas essas afirmações são pretextos. Pense
simplesmente se as igrejas da nossa região tivessem
tido essa mentalidade quando o Katrina atingiu a
área. Ninguém teria respondido. O problema era
grande demais para qualquer igreja resolver, e
nenhum de nós tinha dinheiro suficiente para suprir
as necessidades de todas as pessoas. Mas o nosso
estado estava um desastre, e todos nós sabíamos que
precisávamos fazer tudo que pudéssemos. Se
tivéssemos nos escondido atrás dessas desculpas, a
igreja não teria sido a primeira a responder, e muito
mais vidas teriam se perdido. Além disso, o
processo de recuperação teria sido muito mais difícil
e levado muito mais tempo.
É verdade que não podemos fazer tudo. Mas não
podemos absolutamente deixar que esse pensamento
nos impeça de fazer o que podemos fazer. Todos nós
temos dons e talentos a oferecer, e todos nós
podemos fazer alguma coisa para suprir as
necessidades dos que estão sofrendo ao nosso redor
se estivermos dispostos a deixar Deus nos usar.
Vamos parar de dar desculpas!
4. DAR SEM RESERVAS
Nunca queremos que aqueles a quem servimos
sintam que nos devem alguma coisa. Se os deixamos
com esse sentimento, então não fizemos o nosso
trabalho. Estamos decididos a ser como Jesus, que ia
por toda parte abençoando e curando as pessoas
gratuitamente. De graça recebemos, e de graça
queremos dar. Chegamos até ao ponto de lembrar a
nós mesmos que às vezes precisamos abençoar
alguém sem permitir que essa pessoa saiba quem a
abençoou.
Esse é um princípio que Deus me ensinou
enquanto eu estava na fila de uma sorveteria no
aeroporto de Atlanta. Eu estava atrás de um
marinheiro uniformizado, e por algum motivo, o
cartão de crédito dele havia sido recusado.
Constrangido, ele correu até seu assento para pegar
algum dinheiro na sua mala. Então, enquanto ele
estava fora da fila, paguei pelo seu sorvete. Quando
ele voltou, a garota do outro lado do balcão já havia
anotado o meu pedido e o estava entregando a mim.
Ora, eu realmente queria ficar por ali e vê-lo
descobrir que alguém havia pagado pelo seu pedido.
E, bem, para ser transparente aqui, devo dizer que eu
realmente queria ficar por perto e vê-lo descobrir
que eu havia pagado pelo pedido.
Deus me deu uma daquelas sensações na boca do
estômago que ameaçaram arruinar a minha
experiência com o meu sorvete de chocolate. Deus
costuma falar comigo na linguagem da náusea. Eu
sabia que precisava simplesmente me afastar e
deixar que tudo terminasse ali. E assim o fiz. Talvez
a minha saída tenha sido somente porque o meu
desejo de desfrutar meu sorvete era maior que o meu
desejo de me deleitar na glória do meu ato de
bondade, mas espero que tenha sido porque eu havia
aprendido que meu motivo para dar precisa ter a ver
com a pessoa a quem estou dando e não comigo
mesmo.
Dê sem olhar para o crédito. Espere, em vez
disso, a eterna recompensa!
5. SEJA EXAGERADAMENTE
GENEROSO
A maioria das pessoas conhece o velho provérbio
chinês: “Dê um peixe a uma pessoa e você o
alimentará por um dia. Ensine-a a pescar e você a
alimentará por toda a vida.” Por mais verdadeiro que
isso seja, às vezes precisamos apenas fritar um
peixe, jogar pimenta e um pouco de molho, e deixar
a pessoa comer! Ser exageradamente generoso é
uma das coisas mais contagiosas que pode percorrer
uma igreja. Não queremos ser conhecidos pela nossa
generosidade mediana; queremos ser uma igreja que
dá com extrema generosidade.

Uma generosidade extrema é exatamente o que


recebemos de Deus. Ele é o exemplo perfeito de
doação máxima. Veja que troca incrível Deus fez
conosco: recebemos Cristo, o perdão, e uma vida
extraordinária; em troca, Ele nos recebeu.
Obviamente, nós acabamos ficando com a melhor
parte do acordo, porém o mais surpreendente é que
Deus não vê assim. Então, no Seu amor incrível, Ele
nos desejou a tal ponto que deu o Seu único Filho
para morrer em uma cruz por você e por mim. Isso é
uma generosidade bastante exagerada se for medida
pelos padrões de qualquer pessoa. O meu desejo é
que a igreja veja o mundo que a cerca com esses
mesmos olhos de amor e graça incondicional e que
estenda as mãos com o mesmo nível de
generosidade. É ir muito além do esperado; é um
nível extremo; é caminhar a segunda milha —
exatamente como Jesus fez.
Generosidade regular é dar o dízimo;
generosidade extrema é dar ofertas e depois comprar
a refeição da pessoa que está na sua frente na
lanchonete.
Generosidade regular é servir como introdutor
uma vez por mês; generosidade extrema é ficar
depois do culto e trocar o pneu furado de alguém na
chuva.
Generosidade regular é comprar um peru para
alguém no dia de Natal; generosidade extrema é
cozinhar e servir toda a refeição para uma pessoa
que está fazendo quimioterapia e lavar a louça
depois.
6. FAÇA JUSTIÇA
INTENCIONALMENTE
A justiça social é um tema recorrente na nossa
cultura atual; está se tornando algo “legal” para se
falar em Hollywood e no mundo da música, e não
tenho problemas com isso. Mas eu realmente
gostaria de ver a igreja na liderança dos esforços
relativos à justiça social. Temos a chave da
verdadeira esperança e da salvação eterna, e
precisamos ser aquela luz que brilha neste mundo
em trevas. Além disso, combater a injustiça social
tem de ser mais do que um sermão de domingo ou
simplesmente alguma coisa que dizemos que vamos
fazer; temos de realmente fazer!
É aí que se torna vital permanecermos focados,
agarrados ao nosso plano de jogo e sermos
intencionais. Temos de seguir até o fim e terminar
os projetos que começamos. Apenas sendo bons
mordomos dos nossos recursos e das oportunidades
que nos são dadas poderemos exercer um impacto
de longo prazo em favor da justiça.
7. AJUDE AS PESSOAS A SE
TORNAREM VENCEDORAS
Ao mesmo tempo em que estamos doando com uma
generosidade extrema, estamos continuamente
procurando promover um coração de vencedor
naqueles a quem servimos. Acreditamos que quando
Jesus disse que Ele veio para dar vida — vida
abundante4 — Ele queria dizer exatamente isso.
Vários anos depois de Jesus ter dito isso, o apóstolo
João orou “que você tenha boa saúde e tudo lhe
corra bem, assim como vai bem a sua alma.”5
Queremos ajudar as pessoas a prosperar em sua
alma — ir além de uma cultura de colocar a culpa no
mundo, tendo uma mentalidade de vítima e sendo
viciadas em esmolas. Queremos vê-las substituir
tudo isso pela vida abundante que Jesus nos dá.
Queremos construir um ministério de apoio que
edifica as pessoas interiormente, um ministério que
as convença de que o ambiente delas não tem de
derrotá-las e que com a graça de Deus elas podem
vencer.
Toda pessoa quer ser valorizada e sentir que foi
notada. Quando servimos às pessoas, sempre
tentamos transmitir o quanto elas são importantes
para Deus e para nós. Servir às pessoas significa
entrar e colocar um ombro debaixo da cabeça delas e
dizer: “Pode contar comigo; Deus se importa com
você, e você não está só.” É ajudá-las a entender que
Deus tem um plano para a vida delas e que elas
importam. Quando alguém que está sofrendo sente
uma graça genuína vindo da pessoa que a está
servindo, o resultado pode ser milagroso. Elas
começam a vencer as suas circunstâncias e a sua
mágoa à medida que veem o valor que Deus deu a
elas.

8. AUMENTE A SUA CAPACIDADE


Na igreja Healing Place estamos continuamente
encorajando nossa equipe e nossos voluntários a sair
da zona de conforto e olhar para dentro do próprio
coração a fim de encontrar novos sonhos e novas
paixões. Não queremos parar de crescer e de
aumentar a nossa capacidade de servir, de amar e de
poder colocar os nossos braços em torno das
necessidades da nossa comunidade. Se nos firmamos
no pensamento de que quem somos hoje é tudo que
seremos sempre, ou seja, que isso é tudo que somos
e seremos sempre, então nunca seremos capazes de
aumentar a nossa esfera de influência e o nosso
impacto. Novas habilidades significam maneiras
novas e estimulantes de servir. Novos sonhos
significam novas oportunidades de exercer impacto
na vida de outra pessoa. Uma das maneiras mais
tremendas de cada um de nós fazer parte do mandato
de ser um lugar de cura para um mundo sofredor é
dedicar tempo para crescer nos nossos dons,
descobrir novos talentos e aprofundar a nossa
caminhada e o nosso relacionamento com Deus.
Quanto mais fortes formos, uma ajuda melhor
seremos para aqueles a quem servimos. Se continuar
aumentando a sua capacidade, você continuará
aumentando a sua servolution.
9. EDIFIQUE A IGREJA LOCAL
Tudo o que fazemos aponta de volta para a
edificação da igreja local, porque é ali que os
cristãos são fortalecidos em seu espírito, sua alma e
seu corpo. É onde nos reunimos para dar energia e
força um ao outro pelo louvor e pela adoração
coletivos; pela doação dos nossos recursos e pelo
ensino da Palavra de Deus. É um lugar em que a
cura e a restauração podem acontecer, famílias
fortes são edificadas e relacionamentos
extraordinários vindos de Deus são construídos.
Estamos comprometidos em fazer crescer uma igreja
local saudável, em nos preocuparmos em edificar o
que Jesus veio edificar. Nossa estratégia de
assistência aos necessitados, nossos Dream Centers,
nossos projetos de missões globais e tudo o mais que
fazemos tem a ver com estabelecer ou fortalecer a
capacidade da igreja local de glorificar a Deus sendo
uma influência doadora na vida das pessoas.
10. LEMBRE-SE DOS POBRES
O Salmo 41:1 diz: “Como é feliz aquele que se
interessa pelo pobre!” Esse é o nosso tema. Ele é um
filtro para tudo que fazemos e como fazemos. Ele
permeia tudo que dizemos e como dizemos. Quando
estamos tomando decisões relativas ao nosso
ministério, tentando formular uma nova série de
ensinamentos, considerando a hipótese de expandir
o espaço da igreja, planejando como empregar o
dinheiro do nosso orçamento, sinto fortemente que
Deus quer que mantenhamos esta pergunta na frente
de tudo: Como isto alcançará os pobres? E
regularmente avaliamos a nós mesmos usando estas
diretrizes: Como estamos nos saindo ao
considerarmos os pobres? O que fizemos
ultimamente para ajudá-los?
Esses dez princípios definem a nossa cultura e nos
mantêm no caminho. Avaliando a nós mesmos de
acordo com eles continuamente, ajudamos a
assegurar que a cultura da servolution esteja sendo
transmitida — e vivida — por nossa equipe, nossos
líderes e nossos voluntários. Se você adaptar esses
princípios de servolution à sua igreja, eles podem
ajudá-lo a desencadear uma servolution na sua
comunidade.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Toda igreja necessita ter
uma cultura forte que
reflita as paixões da equipe
e da liderança. As dez
afirmações deste capítulo
nos ajudaram a definir e
expressar a nossa cultura na
igreja Healing Place.
Dedique algum tempo para
considerar a cultura da sua
igreja ou do seu ministério.
Como paixões e interesses
da liderança da sua igreja
definiram a sua cultura?

1. Definindo a cultura.
Qual das dez
afirmações que
definem a cultura da
igreja Healing Place
ardem mais no seu
coração neste
momento? Por quê?
2. Sem desculpas.
Quais são algumas das
desculpas comuns que
você ouviu por não
responderem às
necessidades da sua
comunidade? Essas
desculpas são
legítimas? Por que sim
ou por que não?
3. Aumentando a
nossa capacidade.
Como você pode
encorajar seus
voluntários a crescer e
descobrir talentos e
dons? Como você está
ajudando as pessoas a
identificarem as áreas
de serviço delas? Que
tipo de treinamento
você oferece para
elas?
A ESTRUTURA
DE UMA Servolution
UMA TOALHA E UMA
BACIA

No dia em que o pastor John Osteen entregou a


DeLynn e a mim aquele cheque de quatrocentos
dólares para nos ajudar a começar a igreja Healing
Place, nós havíamos participado do culto matinal de
domingo na igreja dele. O prédio estava lotado com
cerca de sete mil pessoas, o louvor foi extraordinário
e DeLynn e eu havíamos comparecido esperando
uma mensagem maravilhosa de um de nossos
pastores favoritos.
Ele mal tinha começado a ensinar quando fez algo
que eu definitivamente não previa: ele parou de
pregar, desceu da plataforma, andou até um jovem
casal sentado na congregação e simplesmente
começou a ter uma conversa pessoal e silenciosa
com eles.
Eu soube mais tarde que aquele jovem casal havia
perdido um filho recentemente, e o pastor Osteen
tinha acabado de perceber que eles estavam sentados
no culto. Ele parou tudo simplesmente para ir até
eles e amá-los por alguns minutos. “Dodie, venha
ver, os Espinosas estão aqui”, disse ele à sua esposa;
e, juntos, eles abraçaram silenciosamente aquele
casal ferido, oraram por eles e até permaneceram ali
por alguns instantes, enquanto falavam com eles.
Enquanto isso, os outros seis mil novecentos e
noventa e oito ouvintes estavam simplesmente
sentados ali em compasso de espera, assistindo.
Parecia o intervalo de um jogo de futebol. Foi como
se o pastor Osteen não se importasse se havia mais
alguém no local naquele momento a não ser aquele
casal ferido. Eu nunca tinha visto nada assim antes
na igreja. Quero dizer, ali estava um pastor de sete
mil pessoas dedicando tempo para interromper tudo
para ministrar a um jovem casal.
Algo despertou em mim naquele momento; um
novo pensamento, um novo sonho. Percebi que é
possível ser um pastor de um grande ministério e
ainda ter a capacidade de cuidar de uma pessoa.
Essa compaixão periférica — a capacidade de
estender a mão e envolver as multidões enquanto se
observa a mínima necessidade — é uma das
qualidades favoritas que vejo em Jesus, a qual
sempre quis imitar. Ela é o caráter e a essência que
iniciam e sustentam qualquer servolution. Mas foi
apenas quando testemunhei o exemplo do pastor
John Osteen que pude ver como ela se apresentaria
no mundo de hoje.

Percebi
que é
possível
ser um
pastor de
um grande
ministério
e ainda ter
a
capacidade
de cuidar
de uma
pessoa.

COMPAIXÃO PERIFÉRICA
Posso imaginar como os doze discípulos se sentiam
enquanto andavam com Jesus por três anos e meio,
assistindo todos os dias ao tipo de servolution que o
pastor Osteen demonstrou naquele domingo
específico. Jesus tinha a capacidade de estar em uma
multidão de pessoas e sentir a necessidade de uma
única pessoa que estava desesperada por ser curada,
como a mulher com o fluxo de sangue ou o homem
deitado ao lado do tanque de Betesda. Com Seus
olhos compassivos, Ele via coisas nas quais os
outros não prestavam atenção, e dava respostas
milagrosas a perguntas que ninguém mais sabia
como responder.
Marcos 3:1-3 fala sobre um homem com uma
mão ressequida que estava na sinagoga em um dia
no qual Jesus estava ensinando. Todos o viam
apenas como o sujeito com a mão ressequida, mas
Jesus não estava disposto a deixar as coisas daquele
jeito. Na Sua compaixão, Ele não pôde evitar
chamar o homem e curá-lo. Mas observe isto: o
homem não havia pedido um milagre a Jesus. Jesus
simplesmente liberou um milagre porque o poço
profundo do Seu coração estava cheio de
compaixão.
Outro exemplo está em Lucas 7:11-17, quando
Jesus estava passando pela cidade de Naim e
atravessou o caminho de uma procissão funerária.
Ele percebeu que o enterro era de um jovem, o filho
único de uma viúva. Ele sabia que sem seu filho,
aquela viúva não tinha meios de sobrevivência e de
segurança, e provavelmente seria expulsa da aldeia.
Ele disse à mulher: “Não chore”, mas Ele não estava
apenas tentando consolá-la um pouco. Aquele poço
profundo de compaixão transbordou outra vez,
enquanto Ele se voltou para o jovem e mandou que
ele despertasse.
Há algo a mais nessa história que eu amo. A
Bíblia diz que o homem imediatamente se sentou e
Jesus “apresentou-o à sua mãe”. Que tal? Jesus
apresentou aquele jovem à sua mãe (cujo queixo,
tenho certeza, naquele momento estava no chão), e
Ele entregou de uma só vez o seu filho amado de
volta a ela e restaurou a sua esperança no futuro.
Deve ter sido algo tremendo de se ver!
Mais uma vez, observe que a mulher não tinha se
agarrado aos pés de Jesus, implorando que Ele
ressuscitasse seu filho. Ela não estava sequer a par
de que Jesus estava ali. Que ela soubesse, Ele era
simplesmente parte da multidão pela qual ela estava
passando durante o seu luto. Mas, para Jesus, aquele
era um encontro divino. Ele viu uma oportunidade
de ajudar uma preciosa viúva, e estendeu as mãos
para suprir a sua necessidade. O Seu ato de serviço
naquele dia revolucionou a vida da mulher,
mudando a sua espiritualidade, emocional e
fisicamente, para sempre. E pense nos momentos em
que ela passou contando a história para seus netos
nos anos que se seguiram — que maneira
espetacular de plantar em suas jovens vidas as
sementes da fé em Deus e do Seu amor por eles.
Jesus viveu procurando oportunidades de
transformar o Seu amor pelas pessoas em ação —
tudo em que consiste uma servolution. Para nós, é
ver nosso mundo, nossa comunidade, nosso
ambiente de trabalho e nossa família através dos
olhos compassivos de Jesus. É permitir que Ele nos
mostre onde as pessoas realmente estão e as
dificuldades pelas quais elas estão passando, e nos
motive a agir. É dedicar tempo para interromper as
nossas atividades por tempo suficiente para observar
as necessidades que Jesus anseia que possamos
suprir. O céu vê tudo isso, e quando nos ligarmos
com Cristo, que está vivendo dentro de nós, seremos
capazes de ver também. Então, como Jesus,
poderemos ver além das multidões e abraçar a
necessidade de uma única pessoa.

Tudo sempre nos leva de volta à visão que


DeLynn e eu tivemos quando iniciamos a igreja;
nossos corações ardem por alcançar o mundo
servindo a uma pessoa de cada vez.

A FERRAMENTA MAIS
PODEROSA DE UMA Servolution:
UMA TOALHA
É possível que a imagem mais clara da servolution
que vejo na Bíblia esteja em João 13. Faltam apenas
algumas horas para a prisão de Jesus e menos de um
dia para a Sua crucificação. Ele e os doze discípulos
estão se preparando para a refeição da Páscoa. Jesus
está ciente dos acontecimentos que abalarão a terra e
estão prestes a se desenrolar, enquanto os discípulos
ainda não fazem a mínima ideia do que acontecerá.
Ainda ecoava no ar a disputa que eles tiveram sobre
qual deles era o maior. Ironicamente, faltavam
apenas algumas horas para que todos eles fugissem
de Jesus, dispersando-se e escondendo-se para salvar
a própria vida enquanto o Mestre estava sendo
levado para entregar a Dele. A grandeza de caráter
ainda estava a uma enorme distância para todos eles.
Quando entraram no local onde fariam o jantar da
Páscoa, Jesus ouviu a discussão deles. Não consigo
imaginar como Ele deve ter se sentido com aquilo.
Jesus havia treinado e ensinado aqueles homens
durante três anos e meio, e eles ainda não haviam
aberto mão do seu orgulho. E agora, Ele estava
prestes a dei-
xá-los com a responsabilidade de transmitir a Sua
mensagem ao restante do mundo! Felizmente, Jesus
ainda tinha esperança na capacidade de aprender e
entender que eles tinham. Então pegou uma toalha
do lado da bacia que estava na entrada e amarrou-a
em volta da cintura.
Os discípulos estavam chocados. Vestir aquela
toalha foi uma grande declaração. Jesus era o rabino
e o líder deles, portanto era culturalmente
inconcebível que Ele pegasse aquela toalha e a
colocasse sobre si. Era costume haver uma bacia de
água na entrada de todas as casas para que quando
um convidado entrasse, ele pudesse ter os seus pés
lavados. As estradas empoeiradas por onde eles
andavam eram cobertas de sujeira (inclusive de
estrume de animais), e como as sandálias que eles
usavam eram o único tipo de sapato disponível, os
pés das pessoas ficavam em um estado deplorável
depois de uma caminhada. Ter os pés lavados não
era um luxo; era uma necessidade. Mas nunca se
esperaria que o convidado lavasse os próprios pés;
lavar os pés era um trabalho feito pelo servo mais
humilde, ou que recebia o menor salário.
Naquela noite, cada um dos apóstolos havia
passado direto pela bacia na entrada. Eles sabiam
que por se tratar de um local alugado, um deles teria
de aceitar a tarefa e ser aquele que lavaria os pés dos
outros, mas nenhum deles se ofereceu para fazer
isso. É fácil entender esse comportamento, dada a
discussão que eles estavam tendo sobre qual deles
era o maior. Qualquer um deles que decidisse se
inclinar e pegar a toalha estaria admitindo que era
inferior. Isso certamente provaria que ele teria o
status de inferior ao melhor.
Então Jesus confundiu a cabeça deles pegando a
toalha Ele mesmo.
João 13:1 descreve este momento: “Um pouco
antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia
chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria
para o Pai, tendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até o fim.” Ele carregou a bacia até
os Seus discípulos, ajoelhou-se e começou a retirar
as sandálias de cada um e a lavar os pés deles da
sujeira da caminhada. Certamente, todos eles se
sentiram envergonhados e constrangidos por verem
o Mestre fazendo o que eles eram orgulhosos demais
para fazer.
Quando terminou de lavar os pés deles, Jesus se
levantou, pôs a bacia e a toalha de lado e depois
colocou Suas vestes novamente. Você pode
imaginar o constrangimento que estava no ar durante
aqueles poucos minutos? Jesus quebrou o silêncio:
Vocês entendem o que
lhes fiz? Vocês me
chamam “Mestre” e
“Senhor”, e com
razão, pois eu o sou.
Pois bem, se eu, sendo
Senhor e Mestre de
vocês, lavei-lhes os
pés, vocês também
devem lavar os pés
uns dos outros. Eu
lhes dei o exemplo,
para que vocês façam
como lhes fiz. Digo-
lhes verdadeiramente
que nenhum escravo é
maior do que o seu
senhor, como também
nenhum mensageiro é
maior do que aquele
que o enviou. Agora
que vocês sabem estas
coisas, felizes serão se
as praticarem (João
13:12-17).
É como se Jesus estivesse lhes dizendo: “Vejam,
já se passaram mais de três anos, e precisamos pôr
um fim nessa competição e nesse orgulho. Se vocês
querem realmente entender este evangelho e se
querem realmente ser ‘grandes’, todos vocês
precisam se acostumar a serem servos. Nunca vamos
realizar nenhuma mudança duradoura no mundo se
vocês não escolherem aceitar o que acabo de lhes
mostrar; este é o coração de servo. E o que eu
realmente os chamei para fazer é ser servos. Não
estou lhes dando um título, porque uma vida
significativa tem a ver com uma toalha. Tudo o mais
é vazio.”

“Não estou
lhes dando
um título,
porque uma
vida
significativa
tem a ver
com uma
toalha.
Tudo o
mais é
vazio.”
Todos nós tivemos momentos em que vimos uma
necessidade, mas seguimos em frente porque
achamos que supri-la nos custaria muito: perda de
tempo, de dinheiro, de status ou de reputação; perda
do que preferiríamos estar fazendo. Mas Jesus não
vê pegar uma toalha e servir outra pessoa como
perda de coisa alguma. Ele disse aos Seus
discípulos: “Agora que vocês sabem estas coisas,
felizes serão se as praticarem.” Servir uns aos
outros é o caminho para a bênção.
A minha suposição é de que os jovens reunidos no
aposento alto se sentiam bastante incomodados a
esta altura. Duvido que tivessem qualquer
pensamento relativo a trazer à tona a discussão a
respeito de quem era o maior e o melhor.
Mas Jesus não tinha terminado Seu ensinamento;
Ele precisava dar a eles um pouco mais, algo
sobrenatural que os ajudasse a negar os seus desejos
carnais de dominar e de ser vistos como grandes. Ele
sabia que eles precisavam de combustível interno
para motivá-los a realmente fazer a obra do
ministério. Jesus prosseguiu nos versículos 34 e 35 a
fazer esta declaração incrível: “Um novo
mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros.
Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos
outros. Com isso todos saberão que vocês são meus
discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.”
De onde estamos hoje, depois do fato acontecido,
podemos ler esses versículos e compreender como
se aplicam ao amor sacrificial que Jesus demonstrou
morrendo na cruz. Mas Jesus deu esse mandamento
antes de ir para a cruz. Creio que Ele estava
escolhendo Suas palavras deliberada e sabiamente
nessas últimas horas de vida. Quando Jesus lhes diz
nesse contexto para amarem uns aos outros seguindo
o Seu exemplo, Ele não está se referindo à Sua
morte. Durante os últimos três anos e meio, Jesus
dera um exemplo sem precedentes de serviço, e era
a isso que Ele estava se referindo quando disse “da
maneira que Eu vivi, da maneira que Eu amei, da
maneira que Eu cuidei de vocês e de todas as
pessoas sofredoras — vocês precisam amar e servir
uns aos outros. Servindo e amando os outros é que
as pessoas os reconhecerão como Meus seguidores”.
Sem dúvida, lemos mais tarde no livro de Atos
que os primeiros membros da igreja foram
chamados “cristãos” não porque tivessem dado esse
nome a si mesmos, mas porque as pessoas que os
viam em ação lhes deram o nome. Elas os chamaram
de cristãos porque eles estavam imitando a vida e o
serviço de Jesus Cristo. Ao longo do livro de Atos,
há exemplos de uma servolution em andamento, que
provocou um enorme alvoroço nas cidades e até
alcançou outros países — tudo isso motivado por
seguidores de Cristo simplesmente servindo e
amando como Jesus serviu e amou.
As palavras de Jesus, “amem-se uns aos outros
como Eu os amei”, são o combustível para toda a
servolution. Quando olharmos para a graça
inimaginável que nos foi demonstrada — para o fato
de que Ele nos amou mesmo antes de nós o
conhecermos e permitirmos que o amor
inacreditável de Jesus seja irrestrito em nossos
corações, descobriremos uma fonte de combustível
ilimitada para uma servolution. Se simplesmente nos
lembrarmos de que o Rei da Glória, aquele que se
sentou no trono com Deus Pai e criou tudo no
universo, aquele que abriu mão de todo o Seu poder
e status para se tornar um servo daqueles a quem
criou e aquele que veio à terra para entregar a vida
por amor a nós, de repente não será tão difícil para
nós pararmos junto à bacia de água para pegar a
toalha a fim servir a outros.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Obviamente Jesus é o
exemplo perfeito de alguém
que tem capacidade para
reconhecer as necessidades
das pessoas que o cercam,
mesmo quando elas estão,
às vezes, escondidas. Mas
todos nós podemos crescer
na nossa capacidade de ter
o tipo de compaixão
periférica que Jesus tinha.
Dedique algum tempo para
refletir sobre as perguntas a
seguir.

1. Oportunidades
perdidas. Quais
pessoas estou
ignorando e quais
estão bem aqui ao meu
redor?
2. Bloqueios à fé. O
que me impede de
perceber as
necessidades dos que
me cercam? Estou
ocupado demais?
Falta-me
sensibilidade? O que
me impede de
sacrificar o meu tempo
e a minha
conveniência para
servir a alguém de
uma maneira singela e
humilde, como Jesus
fez ao lavar os pés dos
Seus discípulos?

Este é um exemplo do
impacto que o tipo de
compaixão de Jesus pode
exercer sobre a vida de
outra pessoa. É um relato
escrito por Donna Frank,1
uma das nossas líderes
voluntárias na igreja de
Baton Rouge.
Conhecemos Laura há
alguns meses quando
ela veio ao nosso
Dream Center na
igreja de Baton
Rouge. Os filhos que
trazia consigo estavam
famintos, apavorados
e cansados. Ela estava
zangada e amarga.
Todos estavam
desabrigados. As
crianças não estavam
na escola. Algumas
tinham infecções
cutâneas não tratadas e
estavam imundas.
Laura queria saber se
tínhamos alguma
comida e um lugar
para tomar um banho.
Demos o almoço a
eles, pedimos
desculpas por não
termos chuveiros e
oramos para que Deus
lhes abrisse uma porta,
e Ele o fez.
Um empresário da
nossa igreja que tem
um negócio em um
porto próximo
concordou em deixar
que todos eles
tomassem um banho
no seu barco
rebocador. Enquanto
eles estavam se
banhando, estávamos
trabalhando para
encontrar-lhes um
abrigo. Por volta do
fim do dia, eles
estavam limpos,
alimentados e fora das
ruas. Depois de várias
semanas e de alguns
percalços no meio do
caminho, Laura
finalmente encontrou
uma casa para alugar.
A casa tinha buracos
na parede e ratos, e
não tinha eletricidade,
mas ela se mudou com
a filha e os sete netos;
todos empolgados por
estarem juntos e fora
das ruas.
Laura frequenta
fielmente o nosso
grupo de senhoras na
igreja e chega cedo
todas as semanas para
nos ajudar a preparar
tudo. Embora seja
uma mulher de poucas
palavras, seu
semblante ficou mais
suave e seu sorriso é
um encorajamento
para outras mulheres
que estão com
dificuldades. Ela não é
capaz de ler os cartões
com versículos que
são distribuídos, mas
ouve atentamente e
gosta dos
ensinamentos e da
oração. Sua vida está
mudando e ela é
rápida em dar o
crédito a Deus.
Três dias antes do
Natal, algumas
famílias da igreja
Healing Place foram
até a casa de Laura
para entregar alguns
presentes. Ela pulava
de alegria e quase
chorou quando abriu o
primeiro embrulho;
um cobertor bege, de
algodão. Ela disse que
estava tão feliz, que
não sabia o que dizer.
Eles pediram que ela
abrisse outro
embrulho. As lágrimas
desceram pelo seu
rosto quando ela
desembrulhou um
conjunto de potes e
panelas. Quando
perguntaram o que ela
ia fazer, Laura
respondeu
orgulhosamente: “Vou
cozinhar uma panela
de feijão para nós.”
Quando perguntaram
se ela queria fazer
presunto e feijão, ela
sacudiu a cabeça.
“Não tenho presunto...
feijão está ótimo.”
Depois de uma
conversa discreta e
rápida, as famílias da
igreja Healing Place
deram-lhe algum
dinheiro para comprar
um presunto de Natal.
Laura não podia
acreditar. Antes de
partir, o grupo se
reuniu para uma
oração de bênção e
ações de graças.
Houve abraços e
lágrimas por toda
parte.
Por mais vazia e
carente que a casa de
Laura pareça, sua vida
está melhor agora do
que tem estado há
muito tempo. Sua
família está unida, eles
têm um teto sobre a
cabeça e, por causa da
generosidade de
algumas pessoas que
ela nunca conhecera,
Laura e seus netos
teriam o melhor Natal
de todos os tempos. A
casa tem energia
elétrica, há comida no
refrigerador e pessoas
em sua vida que estão
dispostas a ajudá-la.
Laura será a primeira
a dizer-lhe que Deus é
muito bom. Ela coloca
as coisas da seguinte
maneira enquanto bate
no peito: “Tenho Jesus
em meu coração,
portanto tudo vai
bem.”
Natal tem a ver com
dar... Deus dando o
Seu Filho... Jesus nos
dando salvação e
esperança... Todos nós
levando essa
esperança e
oferecendo-a a outros.
Laura não tem tudo
neste instante, mas ela
tem esperança. E esse
pode ser o maior
presente que alguém
pode receber.
DESTRANCANDO A
NECESSIDADE
HÁ UM GRANDE TESOURO
EM SEU INTERIOR

Sempre fui fascinado por pessoas que são capazes


de abrir um cofre. É tão incrível vê-las (tudo bem,
eu realmente só vi isso nos filmes) enquanto
colocam o ouvido junto à porta do cofre e tentam
ouvir pequenos cliques e barulhos enquanto giram o
disco lentamente. O que está entre elas e o que quer
que elas estejam buscando ali dentro (geralmente
uma grande pilha de dinheiro ou um enorme
tesouro) é apenas um pequeno dispositivo e a
combinação certa de giros e voltas. Se conseguirem
descobrir a combinação certa, elas estão dentro:
chegaram ao tesouro.
Toda comunidade é como um cofre; embora
muitas possam parecer similares na sua estrutura,
cultura e diversidade étnica, cada uma tem a sua
combinação, o seu conjunto de números próprio, o
seu próprio padrão de voltas no disco. Nós, como o
corpo de uma igreja local, precisamos ouvi-la, tocá-
la e sentir o seu “clique” para descobrir a
combinação única da nossa comunidade. Se isso é
verdade (e estou convencido de que Jesus deixou
claro que é), que o corpo de Cristo deve demonstrar
o amor de Jesus aos outros servindo a eles, então
creio que toda igreja deve trabalhar duro para
colocar seus ouvidos na porta do coração da
comunidade e ouvir atentamente quando ele bater.
Há um prêmio incrivelmente grande esperando lá
dentro se tão somente conseguirmos encontrar a
combinação que irá destrancá-lo.
Enquanto estiver trabalhando para descobrir o
código que irá destrancar a porta para a sua
servolution, existem alguns itens inegociáveis que
você deve ter em mente.
Item Inegociável Nº 1: Uma servolution tem a ver
com pessoas, independentemente de onde elas
estejam. Particularmente, ficamos muito
empolgados recentemente em abrir duas novas
igrejas Healing Place na África. E com razão. Mas
também sabemos que uma servolution começa em
casa. Precisamos de uma servolution onde
trabalhamos e onde vivemos. O nosso maior
testemunho será nos nossos lares e nas nossas
comunidades, no pedaço de terra que Deus escolheu
para vivermos a nossa vida de serviço. E por haver
uma servolution em casa, também temos o privilégio
de deflagrar uma servolution na África.
O próprio Jesus foi a primeira servolution, o
exemplo perfeito de como devemos viver e servir.
Quando Ele servia, as pessoas que sofriam eram
curadas, os doentes eram sarados, as pessoas
confusas encontravam respostas, as pessoas
acusadas eram perdoadas — uma servolution o
seguia por toda parte em que Ele ia porque Ele
servia onde quer que estivesse. E é assim que uma
servolution funciona; ela começa onde você está, e
depois ela se espalha partindo dali.
O importante a ser lembrado é que uma
servolution não tem a ver com geografia. Não é uma
questão do quanto podemos ir longe em uma viagem
missionária, e não tem a ver com colocar toda a
nossa atenção nos vizinhos ao nosso lado. Ela tem a
ver com pessoas; pessoas importam para Deus,
independentemente de onde elas estejam.
Jesus era chamado Emanuel, que significa “Deus
conosco”. Enquanto Jesus caminhava entre as
multidões de pessoas que se reuniam ao Seu redor,
Ele se considerava um deles. Ele é um de nós. O
livro de Hebreus diz que Jesus “se tornou
semelhante aos Seus irmãos em todos os aspectos”
para que Ele pudesse se tornar o perfeito Sumo
Sacerdote para nós (2:17), e que foi “tentado de
todas as maneiras” (4:15) para que pudesse abraçar
completamente a experiência humana e ser capaz de
interceder por todos nós. Ele viveu entre nós, Ele
ministrou a nós e esteve envolvido em cada aspecto
da vida como um ser humano. Ele foi um de nós.
Como isso se traduz para nós como líderes? Uma
servolution deve ser uma expressão da nossa vida.
Não é algo a ser separado do nosso cotidiano e
compartimentado apenas como uma experiência na
igreja, uma viagem missionária ou um evento de
caridade que fazemos para a nossa comunidade.
Temos de vivê-la em tudo que fazemos, em todo
lugar aonde vamos. O caixa do banco é alguém com
quem Deus se importa profundamente. O mesmo
acontece com o sujeito que acaba de me dar uma
cortada no trânsito e com o garçom que anotou
errado o meu pedido. Temos de entender que todos
somos pessoas e que o nosso valor é medido pelo
quanto Deus nos ama. Temos de dar esse mesmo
valor aos outros. Precisamos ver as pessoas pelos
olhos do infinito amor de Deus. O garçom que me
trouxe uma batata assada em vez de um purê de
batatas não tem menos valor para Deus do que eu,
porque o amor de Deus é o mesmo por ele e por
mim.
Tenho de lembrar que as pessoas que encontro
talvez não saibam ainda que Deus as ama. Preciso
envolvê-las com o propósito contínuo de transferir
esse amor a elas. Se eu não me envolver, talvez elas
nunca saibam. Isso significa que a nossa servolution
deve começar exatamente onde estamos em nossa
vida diária. E ela deve continuar a florescer em casa,
na nossa cidade, à medida que expandimos o alvo da
nossa servolution.
Um grande missionário1 disse certa vez: “A luz
que brilha mais longe brilhará mais em casa.” Creio
que Deus está permitindo que alcancemos uma
longa distância ao redor do mundo com essa
servolution porque fomos fiéis servindo em casa.
Item Inegociável Nº 2: Uma servolution é uma
questão de coração. Você já ouviu uma música que
o fez se sentir realmente triste? Ou uma música que
o animou completamente? A música pode transmitir
uma emoção ou definir um estado de espírito sem
que sequer uma palavra seja dita. Uma orquestra ou
uma banda pode se apresentar diante de uma
audiência de milhares de pessoas que vieram de
diferentes partes do mundo e falam idiomas
diferentes, e cada pessoa pode sentir o poder da
música. Um ato de serviço compassivo tem o
mesmo poder de envolver o coração e as emoções de
uma pessoa. Tive a oportunidade de viajar para
muitos países diferentes, e sempre que caminho por
aeroportos, centros empresariais e hotéis tento ouvir
o inglês sendo falado. Mas ainda tenho a capacidade
de me comunicar com as pessoas com um sorriso,
uma mão que apanha uma mala que caiu ou
simplesmente deixando que alguém passe na minha
frente na fila. Essas pequenas coisas transmitem
bondade em todos os idiomas.
Mas a minha servolution não pode ser estimulada
por um simples ato; ela precisa ser um simples ato
de bondade. Há uma grande diferença. Se o meu
serviço vem de uma atitude de obrigação ou
manipulação, o impacto é muito diferente do que se
ele for gerado em um lugar genuíno em meu coração
que deseja ser bondoso. As diferenças religiosas, o
status social, e os preconceitos culturais são
irrelevantes. Servir aos outros com uma motivação
pura comunica a eles: “Talvez eu não saiba muito a
seu respeito, mas eu me importo com você. Você é
valioso para Deus, então você é muito importante
para mim.” Quando envolvemos o nosso coração na
nossa servolution, é impressionante os tipos de
muralhas que podem ser derrubadas: barreiras de
raça, religião e preconceito se dissolvem e se
transformam em nada.

No nosso segundo verão como igreja, recebemos


uma grande quantidade de utensílios de cozinha para
distribuir e ouvimos falar de alguns programas
assistenciais que estavam sendo promovidos pelo
grupo religioso Nation of Islam ou Nação do Islã.2
Eles estavam tentando ajudar as mães solteiras e os
pobres da vizinhança, oferecendo uma programação
pós-escola e preparando refeições, mas eles não
tinham o equipamento de que precisavam.
Decidimos dar a eles utensílios suficientes para
ajudar a remodelar suas cozinhas.
Esse ato de bondade abriu uma oportunidade para
que eu me encontrasse com o principal ministro
local do grupo daquela comunidade. Tivemos uma
ótima conversa e depois ele me convidou para entrar
na mesquita, e me pediu para ficar atrás do seu
púlpito e pregar por alguns instantes. Ele me disse
que nunca um pastor branco havia estado atrás
daquele púlpito antes. É bem verdade que estávamos
apenas nós dois ali, mas desfrutamos alguns minutos
de descontração juntos e depois conversamos sobre
as nossas crenças sobre Jesus. Contei-lhe sobre o
meu relacionamento pessoal com Jesus, e ele me
falou um pouco sobre a maneira como eles
acreditam que Jesus foi um profeta, mas não o Filho
de Deus. Não entramos em nenhum tipo de
discussão ou coisa parecida; apenas compartilhamos
nossas ideias por algum tempo.
Quando eu estava saindo, ele me disse que nos
seis anos em que morara em Louisiana, nunca
nenhum outro líder cristão havia telefonado para ele
ou lhe convidado para almoçar, muito menos lhe
dado alguma coisa. Pensei: Uau! Que mancada!
Este sujeito — que é precioso para Deus — deve ter
se perguntado se existia um cristão que realmente
amava como a Bíblia nos diz que Jesus amou. Mas
essa história não termina com um testemunho
fenomenal sobre como aquele homem, e em
consequência disso todo o povo do grupo Nação do
Islã, alcançou a salvação. (Pelo menos não até agora,
que eu saiba. Mas, por outro lado, talvez nunca
saibamos, até chegarmos ao céu, o impacto que
“pequenos atos de bondade” realmente exerceram.)
Mas sei que, no mínimo, pudemos substituir um
pouco do gosto amargo que ele sentia na boca ao
observar os cristãos de longe, por uma experiência
positiva do amor de Deus em operação por meio do
Seu povo.
O ponto que quero provar com tudo isso é que
quando envolvermos o nosso coração e servirmos
com uma atitude de sinceridade e amor, sem
restrições, teremos oportunidades de demonstrar o
amor de Cristo a cada pessoa do planeta.
Quando o nosso coração estiver envolvido com a
nossa servolution, realmente conseguiremos
experimentar a mão de Deus se estendendo para
dentro dos nossos corações e ligando a si mesmo —
por nosso intermédio — ao mundo que nos cerca.
Para aqueles que não têm um relacionamento com
Ele, é necessário que se diga que Deus escolhe
expressar o Seu amor e a Sua aceitação por meio
daqueles entre nós que têm um relacionamento com
Ele. Somos as mãos e os pés do evangelho, e se nós,
como Seus seguidores, não servirmos às pessoas
com um coração generoso, disposto a representar
Jesus, ninguém mais o fará. Mas se fizermos isso,
podemos ter certeza de que Deus estará conosco.
Item Inegociável Nº 3: Uma servolution deve
envolver os pobres. “Não podemos deixá-los
escapar.” Essas palavras passam por quase todas as
áreas da minha vida e do ministério da igreja
Healing Place porque sabemos que se a nossa
servolution não envolver os pobres e aqueles que
ainda não foram alcançados, estamos apenas
perdendo tempo. Não estamos edificando o Reino, e
não estamos cumprindo o nosso propósito como
igreja e como seguidores de Cristo.
Quando me refiro aos pobres e àqueles que ainda
não foram alcançados, estou falando sobre os
“pobres” no sentido em que Jesus os descreve em
Lucas 4:18,19: “O Espírito do Senhor está sobre
mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas
aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade
aos presos e recuperação da vista aos cegos, para
libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do
Senhor.”
A nossa compreensão dos “pobres” deve incluir
qualquer pessoa que esteja em qualquer espécie de
cativeiro ou debaixo de qualquer tipo de opressão,
que precise que a libertação de Cristo lhe seja
demonstrada. Certamente, os “pobres” incluem
pessoas que estão vivendo em pobreza econômica e
ambiental, mas também inclui a pessoa que é
alcoólatra (e poderia estar vivendo em um hotel de
luxo ou nas favelas de Nairobi Kibera3, ou em
qualquer lugar entre esses dois), a pessoa que sofre
devido ao abuso emocional ou físico, e alguém que
está solitário, deprimido ou que foi atingido pela dor
da perda de um filho. Todas as pessoas em todos os
caminhos da vida podem ser esse tipo de pobre.
Então, cabe a nós sermos como arrombadores de
cofres e descobrir onde os pobres estão nas nossas
comunidades, como eles são e quais são as suas
necessidades. Independentemente de onde morem,
de onde trabalhem e de que tipo de carro possuam,
uma família cujo filho é viciado em drogas está
necessitando de uma servolution. Os hospitais estão
cheios de pessoas de todas as classes sociais que
precisam que alguém lhes estenda a mão e as ajude,
que faça uma oração ou que lhes prepare uma
refeição.
A chave é estar pronto para se envolver. Assim
como o sacerdote e o levita na história do bom
samaritano4, pode ser fácil demais ignorar alguém
que está passando por uma necessidade. Há alguns
anos, tive a oportunidade de escolher se me
envolveria em uma necessidade ou se a ignorava.
Por mais que eu soubesse muito bem que não devia
tentar ignorar aquela necessidade, estávamos
simplesmente exaustos demais. Não estou falando
sobre o tipo de exaustão que uma pessoa sente
depois de uma longa e extenuante sessão de
ginástica; isso não é nada se comparado ao que a
nossa equipe da igreja Healing Place estava
sentindo. Era o décimo quarto dia após o furacão
Katrina, e equipe e voluntários haviam trabalhado
irredutivelmente noite e dia durante duas semanas
com muito pouco descanso. Eu havia doado e
servido mais do que nunca em toda minha vida;
conversas, reuniões e planejamento estratégico com
pastores e autoridades municipais e estaduais,
ministrando aos quebrantados e aos moribundos no
centro de triagem de emergência no Aeroporto de
Nova Orleans, e dirigindo a equipe da Healing Place
e as obras assistenciais que aconteciam nas nossas
igrejas. Depois de duas semanas inteiras, eu estava
física e emocionalmente esgotado.
Era por volta de uma hora da manhã, e a nossa
equipe de distribuição na igreja de Highland estava
limpando tudo e se preparando para fechar por
aquela noite para poder reabrir dentro de apenas
cinco horas. Quando girei a chave para dar partida
no motor do carro, tudo em que eu conseguia pensar
era na minha família e na minha cama quente, macia
e confortável esperando por mim em casa.
Felizmente, eu poderia pelo menos ter algumas
horas de sono antes de começar tudo de novo mais
tarde naquela manhã.
Quando estava atravessando o estacionamento
para sair do nosso local, percebi um carro velho e
sujo virando na direção da igreja, muito devagar.
Estava escuro o bastante para que eu não pudesse
ver as pessoas dentro dele, mas eu sabia que eles
esperavam encontrar alguma ajuda. Pensei: Hum,
que pena. O pessoal acaba de fechar e de trancar
todos os caminhões no centro de distribuição. Bem,
vamos abrir novamente dentro de apenas algumas
horas; eles podem voltar depois.
Segui em frente e saí do estacionamento, e
quando entrei na estrada para voltar para casa, senti
o Senhor falar suavemente ao meu coração: “O que
você está fazendo? Aonde você vai?”
Deus, estou cansado! Aqueles voluntários estão
cansados e já fechamos por hoje. Aquelas pessoas
podem voltar amanhã. Tentei lembrar a Deus como
o sistema deveria funcionar.
Parecendo ignorar meu egoísmo por um instante,
Deus foi em frente para provar o Seu ponto de vista.
“E se nenhum outro carro viesse até aqui procurando
ajuda? E se amanhã, e no dia seguinte e no próximo
dia, ninguém mais viesse? Você ainda se sentiria
feliz por ter deixado este carro ir embora esta noite
sem ajudá-los em nada? Dino, você precisa entender
que estas pessoas são um presente.”
Cara! Pensei, enquanto fazia a volta e retornava
para a igreja. Como Ele faz isto? Ele simplesmente
colocou o dedo bem no problema e não me deixou
outra opção a não ser ver as coisas da Sua maneira.
Eu fiz sinal para os visitantes e perguntei-lhes o
que eles precisavam. Eram vítimas do furacão, e me
disseram que estavam apenas procurando um lugar
para se limparem. Eles estavam indo para
Shreveport (algumas horas ao norte de Baton
Rouge), e alguém lhes havia dito que poderiam
encontrar ajuda na igreja Healing Place, no caminho.
Durante duas semanas, eles haviam ficado presos
em sua casa em Nova Orleans, inundada debaixo de
três metros de água. Eles haviam se espremido no
sótão e ficado ali por todos aqueles dias debaixo de
um calor escaldante enquanto aguardavam ser
resgatados pelos barcos.
Eu disse a eles que o centro de distribuição havia
fechado por aquela noite, mas que eu abriria a igreja
por alguns minutos para que eles pudessem usar os
banheiros e conseguir um pouco de água. Porém,
disse-lhes que teriam de voltar no dia seguinte de
manhã para pegar alguns mantimentos.
Eles ficaram muito gratos e me seguiram no carro
deles até à igreja. Destranquei as portas e liguei
algumas luzes, e quando me virei para ajudá-los, não
pude acreditar no que vi. De dentro daquele carro
enferrujado e amassado saíram onze pessoas! Eram
como palhaços de circo saindo de um fusca. Eles
não paravam de sair. Com a diferença de que não
eram palhaços. Eram as pessoas mais sujas e
malcheirosas que eu já havia visto em minha vida.
Eu nunca havia visto pessoas tão imundas como
aquelas. Elas haviam perdido tudo; o carro que
estavam dirigindo e as roupas que estavam usando
por duas semanas naquele sótão eram tudo que
tinham. Eu não podia acreditar que estava pisando
em solo norte-americano e vendo aquele tipo de
pobreza.
À medida que iam entrando na igreja, vi que o
último dos oito filhos era um bebê. Suas fraldas
imundas estavam penduradas até os joelhos — uma
sujeira asquerosa resultante dos treze dias de
sobrevivência. Ele era tão lindo que vê-lo partiu meu
coração. Oh, meu Deus, eu quase me recusei a
ajudar esta família!

Suas fraldas
imundas
estavam
penduradas
até os joelhos
— uma
sujeira
asquerosa,
resultado dos
treze dias de
sobrevivência.
Ele era tão
lindo que vê-
lo partiu meu
coração. Oh,
meu Deus, eu
quase me
recusei a
ajudar esta
família!
Naquele momento, soube que não poderia
simplesmente fazê-los voltar no dia seguinte para
receberem a ajuda de que precisavam. Então,
quando todos entraram, disse-lhes que abriria os
caminhões de novo para que pegassem o que
precisavam.
Dirigimos de volta ao estacionamento onde o
centro de distribuição havia sido montado, e os
voluntários vieram para ver o que estava
acontecendo. Eu disse a eles que sentia muito, pois
sabia que eles haviam trabalhado muito para fechar
tudo, mas que precisávamos abrir tudo de novo para
aquela família. Foi difícil pedir àquele pessoal para
voltar ao trabalho, porque eu sabia que um deles
havia trabalhado como voluntário o dia inteiro e iria
sair dali para ir ao trabalho, em um turno que
começava às quatro da manhã, e outro havia
chegado depois de trabalhar o dia inteiro e iria
dormir ali mesmo para sair na manhã seguinte. Ele
não ia para casa há vários dias. Eu sabia que eles
estavam além do ponto de exaustão.
Mas graças a Deus porque o Seu poder se
aperfeiçoa na nossa fraqueza. A reação deles foi
surpreendente: “Uhuuuuu! Outra família que
podemos ajudar! Isso é ótimo, não precisaremos
fechar agora.” Então eles se apressaram para abrir os
caminhões e oferecer àquela família o que precisava.
Eles eram muito mais semelhantes a Jesus do que
eu. Eu me senti tão culpado... Ali estava eu, o pastor
de uma igreja chamada Healing Place: Um Lugar de
Cura para um Mundo Sofredor, e quase mandei
aquela família embora, enquanto aqueles
voluntários, que estavam pelo menos tão cansados
quanto eu, estavam praticamente saltando de alegria
por poderem ficar de pé até mais tarde para ajudar
mais pessoas. Eles reconheceram aquela família
como o presente que realmente eram. Pensei:
Senhor, tenha misericórdia; preciso ser salvo.
Durante a próxima uma hora e meia, servimos
àquela família, alimentando-os, possibilitando que
eles se limpassem, dando a eles tantas coisas quanto
possível. Eles levaram malas cheias de roupas,
brinquedos e alimentos, e de alguma maneira
entulharam tudo na parte de trás daquele carro.
Observei enquanto a mãe daquele bebezinho o
limpava com lenços umedecidos e tirava a sujeira de
seu cabelo. Ele estava tão feliz por estar limpo e por
colocar uma fralda novinha! Ele passou por mim
balançando como um patinho, rindo e cheirando a
talco e loção de bebê. Não há nada como o cheiro de
um bebê que acabou de tomar banho.
A família sentiu-se renovada e ficou grata pela
ajuda. Depois que eles foram embora e fechamos
tudo novamente, sentei-me em meu carro no escuro,
coloquei a cabeça no volante e orei: “Obrigado,
Jesus, por nos ajudar a não perder essa oportunidade
esta noite.” Pelo menos por aqueles poucos minutos,
nós acertamos.
Quando penso na totalidade do que vimos durante
a passagem do furacão Katrina e suas
consequências, reconheço que essa história me
marcou muito profundamente. A experiência me
lembrou de que nunca captamos completamente a
oportunidade ou a necessidade que nos é
apresentada — o quanto uma fralda e um pouco de
talco podem ser importantes na vida de alguém. E
aquela noite provavelmente fez mais em meu
coração do que eu fiz por eles. Lembrei que, às
vezes, servir é muito inconveniente, e às vezes o
preço do tempo, da energia e da emoção parece
grande demais, mas no fim, a recompensa e a
realização de servir superam e cobrem totalmente o
custo.
Uma servolution tem um preço para aqueles que a
realizam. Entendo que até agora não mencionei o
preço e o sacrifício que os servolucionários precisam
estar preparados para pagar. Eu gostaria de poder lhe
dizer o contrário, mas a verdade é que toda
revolução tem um preço. Esse é um princípio do
Reino. Você e eu fomos comprados por um preço, e
que preço tremendo foi esse! Se Jesus esteve
disposto a entregar a Sua vida por pessoas como
você e eu, creio que é importante entendermos que
devemos estar dispostos a pagar qualquer preço para
fazer alguma coisa grande para Deus. Qualquer
preço que possamos ter de pagar é microscópico se
comparado ao preço que Cristo pagou.

Uma
servolution
tem um
preço para
aqueles
que a
realizam.
Incluí essa história sobre a família que parou no
nosso centro de distribuição depois de termos
fechado porque quero que você saiba que embora eu
tenha dedicado a minha vida para promover a causa
de servir aos pobres, naquela noite eu lutei contra
um forte desejo de ignorar a necessidade deles e ir
embora. Estou convencido de que todos nós
sentimos o mesmo, mais cedo ou mais tarde. Pelo
menos todos que conheço e que estão fazendo
alguma coisa significativa para Jesus se sentiram
assim muitas vezes. Isso acontece porque é
inconveniente ajudar as pessoas. É cansativo servir
aos que estão necessitados. Derramar o seu coração
ministrando às necessidades das pessoas exige
demais de nós emocionalmente. É muito mais fácil
se fazer de cego ou agir como se você não estivesse
vendo a necessidade, para não se envolver, ou
mesmo apenas enviar um cheque para pagar pela
despesa. Entendo esse sentimento. Todos nós nos
sentimos assim algumas vezes. O importante é não
nos rendermos a eles, mas pegarmos uma toalha e
servirmos de qualquer maneira. A recompensa é
muito maior que o custo.
Antes que eu visse a família no carro naquela
noite, não podia imaginar nada que me fizesse dar
meia volta. Minha cama estava esperando por mim,
e eu queria dormir um pouco. Sentia que merecia
aquele sono. Eu havia me doado além de qualquer
coisa que eu já tinha feito e havia sido ridiculamente
generoso com o meu tempo e os meus recursos.
Certamente eu havia feito a minha parte. No que me
dizia respeito, eu havia feito muito mais do que a
minha parte no que se refere a dar. Daquele lado do
encontro, eu me sentia justificado por me recusar a
atender aquela família.
Costumo pensar na terrível situação em que
aquelas crianças estavam e nas coisas atrozes às
quais elas sobreviveram. Lembro-me do imenso
alívio e gratidão no rosto daqueles pais e do sorriso
no rosto daquele bebê sabendo que estava com a
barriga cheia e com o bumbum limpo pela primeira
vez em duas semanas. Fico muito feliz por Deus ter
sido capaz de me fazer voltar. Ele me permitiu ver
que dar e servir às pessoas — independentemente do
tempo ou do preço — é sempre um presente.
Se nos envolvermos com as necessidades que
Deus nos permite ver, Ele aparecerá e fará algo que
jamais aconteceria se tivéssemos simplesmente
seguido o nosso caminho e ignorado a necessidade.
A vida é muito mais plena e mais expressiva quando
nos envolvemos com as pessoas que nos cercam.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Toda comunidade é como
um cofre. Embora muitas
possam parecer
semelhantes em sua
estrutura, cultura e
diversidade étnica, cada
uma tem a sua combinação,
o seu próprio conjunto de
números, o seu padrão de
voltas no disco.
As seguintes perguntas o
ajudarão a descobrir a
combinação da sua
comunidade.

1. Densidade
demográfica. Qual é a
densidade
demográfica da minha
comunidade? A quem
estamos servindo
adequadamente?
Como podemos
alcançar aqueles que
estamos deixando
passar?
2. Influência. Existe
alguma área da nossa
cidade na qual
sentimos a falta da
nossa presença ou
influência? Como
podemos ajudar a
suprir as necessidades
das pessoas que vivem
nessas áreas?
3. Quebrando
muralhas. A nossa
organização se sente
confortável ajudando
aqueles que não têm a
nossa aparência, que
não falam como nós
ou que não creem
como nós? Como
podemos estender as
mãos para quebrar as
muralhas da
separação?
4. Alcançando os
pobres. Quem são os
“pobres” da nossa
comunidade? Quais
são as necessidades
deles e como eles são?
A quantas pessoas
estamos ignorando
porque a “pobreza”
delas não nos parece
óbvia? Como
podemos ajudar essas
pessoas?
PERMANECENDO NA
ROTA
UM DISCURSO, UM
HOLOFOTE
E UM PERÍODO

— Dino, tem alguém de uma casa branca no


telefone para você.
Minha sogra, Dee Austin, me passou o telefone.
Era uma noite de sexta-feira de fevereiro de 2004, e
eu estava assistindo à televisão na sala da casa dos
pais de DeLynn. Foram necessários apenas alguns
segundos de conversa para saber que na verdade era
a Casa Branca, e o homem do outro lado da linha
era Jim Towey, que, na época, era o diretor do
Departamento de Iniciativas Comunitárias e
Religiosas da Casa Branca, sob a administração de
George W. Bush. Depois que peguei o meu queixo
que caíra no chão, encontrei o fone que havia
deixado cair e gaguejei algo do tipo: “Como posso
ajudá-lo?” O homem prosseguiu dizendo que o
presidente queria saber mais sobre os programas
assistenciais da igreja Healing Place destinado a
pessoas com vícios destrutivos.
Como igreja, havíamos reconhecido os enormes
problemas com abuso de drogas e álcool no nosso
estado, principalmente na região da capital. Não
podíamos (e sinceramente não queríamos) nos
esconder atrás desse problema ou ignorá-lo, então
começamos a procurar as pessoas da nossa
comunidade que eram afetadas por vícios. Iniciamos
uma reunião todas as sextas-feiras à noite para
aqueles que precisavam de apoio no combate contra
o vício em drogas e, com o tempo, esse serviço
assistencial cresceu. Um jovem casal se ofereceu
para servir como voluntários em tempo integral, e o
ministério realmente começou a decolar. Em
seguida, os meios de comunicação da nossa região
decidiram produzir algumas matérias sobre como as
organizações religiosas estavam lidando com aquela
crise, e a obra assistencial da igreja Healing Place
foi mencionada em artigos dos noticiários.
Foi assim que fomos notados por algumas pessoas
da equipe de funcionários da Casa Branca, quando
eles estavam preparando o Discurso Anual do
Presidente no Congresso. O presidente queria falar
sobre o problema em seu discurso, assim como
mencionar como as organizações religiosas de toda a
nação estavam se tornando parte da solução. Entre
várias organizações, a Casa Branca havia reduzido a
busca a cerca de duzentos programas, depois a vinte,
e finalmente à nossa igreja e mais duas
organizações.
Então ali estava eu, conversando com Jim Towey,
da Casa Branca. Ele me fez uma tonelada de
perguntas sobre o que estávamos fazendo, e eu o
coloquei a par dos detalhes do programa e do casal
que o dirigia. Towey foi muito gentil, e nos disse
que eles precisariam fazer uma verificação completa
do histórico desse casal e do meu e telefonaria
novamente se houvesse algum progresso.
Alguns dias depois, recebi outra ligação
informando que havíamos sido liberados e
escolhidos, juntamente com cinco outros
ministérios, para serem mencionados no Discurso
Anual do Presidente. Eles perguntaram se podíamos
mandar duas pessoas para se sentarem na audiência
e representar a igreja Healing Place naquela noite.
Concordamos e ficamos muito empolgados em ouvir
o que o presidente diria. (Para ser sincero, não
acreditava que ele realmente diria algo a nosso
respeito, mas, mesmo assim, eu estava muito
entusiasmado com tudo aquilo).
Na noite do discurso, quando o Presidente Bush
chegou à parte da palestra em que falaria sobre nós,
ele começou a falar sobre o vício em drogas e as
pessoas que estavam sendo ajudadas por
organizações religiosas que estavam trabalhando
para fazer a diferença. Então ele optou por
mencionar o nome de apenas uma igreja — a nossa!
Ele disse: “Uma delas está na igreja Healing Place,
em Baton Rouge, no estado da Louisiana.”
Fiquei chocado! Quando peguei o meu queixo de
volta do chão não podia acreditar que ele havia dito
aquilo. E até agora, quando olho para trás, ainda não
consigo acreditar. Nós não tínhamos um daqueles
nomes de igrejas de denominações históricas, como
a Primeira Igreja Batista, ou Primeira Igreja
Congregacional. Normalmente, o nosso tipo de
igreja não tradicional não seria escolhido para ser
citado em uma arena política nacional como aquela.
Mas seja qual for a razão que Deus tivesse em
mente, não fazíamos ideia da agitação que isso
causaria.
Quase que imediatamente, fomos bombardeados
pela mídia e por outras organizações querendo saber
sobre nossa igreja e sobre os programas que
oferecíamos. Nos três primeiros dias, fomos
contatados por mais de setenta novas fontes, por
centenas de igrejas e por muitos outros grupos
interessados de todas as partes da nação. E durante
as semanas que se seguiram, continuamos a receber
contatos de veículos de comunicação em todo o
mundo. Algumas pessoas vindas de tão longe quanto
a China e a América do Sul simplesmente apareciam
na nossa igreja. Foi uma loucura!
Não há como negar que fui tentado a pensar: Uau!
Isto é o máximo! É assim que vamos ser conhecidos
em todo o mundo. Talvez na próxima semana esteja
me encontrando com Billy Graham e com os líderes
de outras nações. E depois disso vou escrever um
livro e certamente vou aparecer em um programa de
entrevistas. Cara, vou aparecer até no programa de
esportes! Isso vai simplesmente explodir. Os sonhos
sobre toda a influência que a igreja Healing Place
teria a partir daquele momento e de todos os
ministérios que iriam surgir por causa disso eram
um pouco irresistíveis demais para um sujeito que
cresceu surfando na praia de Myrtle Beach, na
Carolina do Sul.
NÃO TOQUE NISTO
Então, apenas alguns dias depois do Discurso do
Presidente no Congresso, eu estava em uma reunião
de oração pela manhã com o vinho e o pão da Santa
Ceia nas mãos, e senti Deus tocar suavemente meu
coração: “Você não está pronto para tomar a Santa
Ceia. Você precisa examinar o seu coração.” E
quando olhei para o meu coração, tudo que pude ver
foi uma quantidade enorme de orgulho e de ego.
Então senti como se o Senhor dissesse: “Não ouse
pensar que isto tem a ver com você. Isto não tem
nada a ver com você. Não toque nisto. Não toque na
Minha glória. Você não pode lidar com a Minha
glória. Continue fazendo o que está fazendo, mas
não pegue este caminho. Este não é o seu caminho.”
Foi brutal ouvir o Senhor dizer-me essas palavras,
mas fiquei muito feliz por Ele tê-lo feito, e fico feliz
especialmente por elas terem vindo tão depressa,
logo depois que aquelas sementes de orgulho e de
ego haviam brotado.
Depois que tratei com o meu coração, transmiti
imediatamente à nossa equipe, aos nossos grupos de
liderança e à nossa igreja que não podíamos permitir
que aquele redemoinho de atenção da mídia se
tornasse qualquer coisa para nós além do que
realmente era: Deus brilhando a Sua luz sobre uma
igreja entre muitas que estavam fazendo a diferença
para Ele neste mundo. E era exatamente isso, nada
mais. Tudo tinha a ver com Deus. Ele era a fonte.
Ele era o responsável e estava fazendo a verdadeira
transformação na vida das pessoas. Ele era o X da
questão. Nós éramos simplesmente os servos. Não
iríamos começar a assinar os nossos e-mails com
“igreja Healing Place — a igreja sobre a qual o
Presidente Bush falou”, nem fazer camisetas
dizendo “George Bush Igreja Healing Place”. De
modo algum essa passaria a ser a nossa identidade.
Era simplesmente algo incrível que Deus permitiu
que acontecesse com a igreja Healing Place.
Aprendemos rapidamente a lidar com a atenção da
mídia, não a nos escondermos dela, mas sim, em
tudo aquilo, garantir que a nossa comunicação
fizesse com que tudo que estávamos fazendo
apontasse de volta para Cristo. A nossa servolution
tinha de ser uma bússola que sempre apontasse para
o verdadeiro norte: Jesus Cristo.

A nossa
servolution
tinha de
ser uma
bússola
que
sempre
apontasse
para o
verdadeiro
norte:
Jesus
Cristo.
Aquela foi uma trajetória desenfreada para poucos
meses e, no fim, depois que rendemos o nosso ego e
nos comprometemos a não nos apegarmos demais a
toda aquela atenção, espero que tenhamos passado
no teste. O engraçado é que os sonhos que projetei
naquela noite durante a viagem que fantasiei em
minha mente eram muito menores que o que Deus
possibilitou que nos tornássemos apenas alguns anos
depois. Hoje, estamos indo muito além daquela
influência e tendo mais oportunidades do que eu
jamais poderia ter imaginado naquele dia. Creio que
é porque em vez de permitirmos que aquele holofote
brilhante nos dominasse, nós (pela graça de Deus) o
controlamos. Em vez de permitirmos que ele nos
usasse, nós o usamos para glorificar o que Deus
estava fazendo por nosso intermédio à medida que
permanecemos fiéis à nossa servolution para os
pobres e sofredores.

PERMANECENDO NA ROTA
Talvez muitas igrejas ou empresas nunca tenham a
oportunidade de estar sob os holofotes em nível
nacional, mas a maioria de nós passará pelo teste de
receber uma atenção positiva. Independentemente
do tamanho do holofote, à medida que a
oportunidade para a servolution aumenta, o mesmo
acontece com a atenção. E o resultado é que
precisamos verificar continuamente o nosso coração
para nos certificarmos de que as nossas motivações
permaneçam puras. Quer nos comportemos deste
modo publicamente ou apenas pensemos assim em
particular, estaremos com problemas se começarmos
a acreditar que somos os melhores no que estamos
fazendo ou que ninguém pode se comparar a nós, ou
que ninguém está fazendo algo tão bem quanto nós.
Senhor, ajude-nos!
Nós nos esforçamos pela excelência,
comemoramos as “vitórias” e nos alegramos porque
Deus está trabalhando por nosso intermédio. Mas
nunca podemos adotar uma atitude elitista. Isso seria
o princípio do fim. O favor de Deus seria retirado,
disso eu tenho certeza. Então, veja algumas
maneiras de nos mantermos em constante
verificação.
1. Tudo na nossa servolution deve apontar para
Cristo. Todos os nossos programas assistenciais,
todos os nossos serviços e todos os nossos eventos
precisam ter uma mentalidade de Reino — um foco
na eternidade. Não somos simplesmente uma
agência humanitária de socorro. Não servimos e
damos apenas para melhorar a qualidade de vida das
pessoas, nem somos generosos por amor à
generosidade. Damos e servimos com o propósito de
mostrar às pessoas a esperança que elas podem
encontrar em Jesus. É generosidade movida pela
eternidade — fazer tudo que podemos para saquear
o inferno e povoar o céu. Queremos que tudo o que
dizemos aponte às pessoas uma jornada em direção
a Jesus. Queremos isso para nós como corpo, assim
como para cada um de nós como indivíduos; tudo
que dizemos e fazemos deve apontar para Jesus.
É por isso que nós defendemos a causa da igreja
local. Tanto quanto possível, quando servimos às
pessoas, queremos que elas saibam quem e o que
está por trás do serviço. E porque essa servolution
tem a ver com Jesus e não apenas com a igreja
Healing Place, fazemos tudo que podemos para
entrar em parceria com outras igrejas que já estão
liderando (ou que querem começar a liderar)
programas assistenciais comunitários de sucesso.
Procuramos oportunidades de ajudar a edificar e
fortalecer outras igrejas nas nossas comunidades
porque sabemos que quando trabalhamos juntos para
mostrar Jesus a uma comunidade, estamos
aumentando coletivamente o apetite espiritual por
Ele em toda a região. Uma igreja nunca precisa ter
medo de que haja muitas igrejas de sucesso na sua
comunidade. Esse é o mesmo conceito que podemos
ver em operação nas grandes redes de lanchonetes
— quando uma abre em uma esquina, geralmente a
concorrente também está a caminho.
Assim, tanto quanto possível, quando estamos na
comunidade servindo, vestimos as nossas camisetas
SIRVA da igreja Healing Place e dizemos às pessoas:
“Ei, somos da igreja Healing Place, e estamos aqui
para compartilhar o amor de Deus com você.” Mas
se estamos em parceria com outra igreja, dizemos:
“Ei, estamos aqui com a The Life Church” ou
“Estamos aqui com a Celebration Church e
queremos servir a você hoje.” Sabemos que é uma
boa ideia dar às pessoas a quem servimos um
caminho claro para que elas descubram mais sobre
Jesus e sobre a igreja local. A única transformação
duradoura na vida de uma pessoa vem de um
relacionamento com Cristo.
2. Uma servolution precisa dizer não às boas
ideias e dizer sim à ideia de Deus. Como igreja,
precisamos evitar sair na frente da visão de Deus
para nós. Não podemos solucionar todos os
problemas sozinhos, e por melhor que seja a ideia,
por maior que seja a necessidade, não podemos fazer
tudo. Não temos nem os recursos, nem a força de
trabalho, nem a capacidade — só Deus tem tudo
isso. Dado o nosso desejo de ajudar tantas pessoas
quanto possível por meio da nossa servolution, às
vezes achamos difícil dizer não a qualquer coisa.
Mas porque nem todas as ideias relacionadas a
programas assistenciais estão alinhadas com o que
estamos fazendo na igreja Healing Place, precisamos
ter o discernimento de permitir que algumas
oportunidades passem por nós. Em muitos casos,
vimos outra organização lidando extremamente bem
com um programa assistencial em uma área na qual
ainda não havíamos explorado, e em vez de tentar
copiá-la, nós nos juntamos a eles como apoio, para
ajudá-los a ter um sucesso ainda maior. O que era
uma “ideia de Deus” para eles, era uma “boa ideia”,
mas não era uma “ideia de Deus” para nós.
3. Alguns programas assistenciais são apenas por
um período. Quando começamos um programa
assistencial e temos bons resultados, precisamos
entender que pode ser apenas por uma fase.
Começamos a visitar viúvas, vimos bons frutos
como resultado disso, e hoje ainda servimos a
muitas delas. Mas durante a mesma época, tivemos
muitas oportunidades de servir a mães solteiras
ajudando-as a se mudar. Vimos muitas vidas
transformadas quando fizemos isso naquela época,
mas hoje não vemos tantas oportunidades como
aquelas. E não estamos nos esforçando para criar
essas oportunidades; entendemos que foi
simplesmente algo que Deus nos levou a fazer
apenas durante aquele período.
Houve muitas coisas que fizemos ao longo dos
anos — ideias maravilhosas que produziram frutos
maravilhosos —, mas não estamos mais envolvidos
com elas no mesmo nível hoje. Por exemplo,
distribuímos muitos carregamentos de alimentos e
suprimentos, e vimos alguns resultados muito
empolgantes com isso. Mas ser um ponto de
recebimento para produtos de consumo e lidar com
esse nível de distribuição em massa é algo que não
fazemos da mesma maneira agora. Desenvolvemos
sistemas que ainda nos permitem distribuir grandes
quantidades de produtos, mas eles parecem muito
diferentes do nosso sistema original, quando
descarregávamos um caminhão de produtos no
santuário.
Às vezes o envolvimento em um programa
assistencial precisa terminar porque um caminho
melhor é desenvolvido para suprir a necessidade ou
essa necessidade muda. Precisamos ser sensíveis à
constante mudança das necessidades da nossa
comunidade e ajustar continuamente o nosso
programa assistencial para continuarmos a ser
eficazes. Não podemos esperar que o que funcionou
bem ontem seja a melhor maneira de suprir a
necessidade hoje.
4. Precisamos fazer a nossa parte na servolution e
deixar o restante com Deus. Não estamos sozinhos
na nossa servolution; o Deus do universo conhece e
entende a pessoa a quem estamos servindo muito
melhor do que nós. Ele é aquele que está buscando
por essa pessoa, perseguindo-a e atraindo-a. A nossa
servolution não pode salvar ninguém; ela apenas
está ali para apresentar às pessoas o amor de Jesus e
para atraí-las para a obra que Deus realmente está
fazendo em suas vidas. Somos apenas parte da
equação. Essa é uma notícia maravilhosa porque
significa que podemos dar sem reservas. Podemos
simplesmente fazer a nossa parte e depois confiar
que Deus cuidará do resto.

Não me entenda mal; é lógico que mantemos o


nosso coração alerta para as oportunidades que
surgem de dar às pessoas uma chance de entregar
suas vidas a Jesus. Se alguém estiver pronto para dar
esse passo, queremos estar ali com ele quando fizer
isso, e fazer parte disso é sempre maravilhoso. Mas
essa não é a única maneira de considerarmos bem-
sucedido um programa assistencial.
Houve vezes em que olhamos para trás, para um
programa assistencial, e parecia não haver nenhum
fruto palpável resultante dele. Poderíamos ser
tentados a dizer: “Bem, isso não funcionou e foi
uma perda de tempo, energia e dinheiro”, mas
aprendi a não pensar assim. Se um programa
assistencial não vai tão bem quanto esperávamos,
podemos decidir não fazer esse programa
novamente ou não fazê-lo da mesma maneira, mas
eu nunca iria tão longe a ponto de dizer que Deus
não o usou. Quem sabe? O próximo Billy Graham
pode estar um passo mais próximo do seu destino
por causa daquele programa assistencial. Não
sabemos que coisas incríveis Deus está fazendo no
Seu plano maior.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Por haver tanta necessidade
no mundo, é fácil desviar-
se da rota que Deus lhe
deu. É crucial saber a
diferença entre boas ideias
e “ideias de Deus”. Veja a
seguir algumas perguntas a
serem consideradas à
medida que você refletir na
sua própria estratégia para
uma servolution.

1. Atenha-se ao plano.
Como Deus
posicionou a sua
organização de
maneira única para
fazer a diferença na
sua comunidade?
Você está gastando a
maior parte de seu
tempo e seus recursos
no cumprimento do
plano dado por Deus?
2. Aprenda a dizer
não. Quando você
avalia os programas
assistenciais da sua
organização, existe
alguma coisa que não
parece estar
adequada? Em caso
positivo, por que você
a está realizando?
3. Só por um período.
Você ainda está
investindo energia em
programas
assistenciais que um
dia tiveram êxito, mas
se tornaram
irrelevantes para a sua
comunidade? A nossa
servolution não pode
salvar ninguém; ela
apenas está ali para
apresentar às pessoas
o amor de Jesus e para
atraí-las para a obra
que Deus realmente
está fazendo na vida
delas. Em caso
positivo, para onde
Deus poderia estar
chamando você a fim
de redirecionar seus
recursos e talentos?
O PREÇO De uma
Servolution
MAIS DO QUE DINHEIRO

A servolution sempre tem um preço. Quer seja


financeiro ou de tempo, de energia ou de força de
trabalho, todo programa assistencial e todo ato de
serviço têm uma etiqueta de preço. Servir à nossa
comunidade certamente teve um custo financeiro
para nós. Houve um preço a ser pago pelas rosas que
demos àquela primeira viúva, e existe um custo
associado com o servir a trezentas viúvas todas as
semanas agora. Fizemos investimentos financeiros
significativos nos nossos Dream Centers e nas
nossas duas igrejas internacionais.
Embora acreditemos que toda igreja tem o
mandato de servir à sua comunidade, também
acreditamos que cada igreja precisa ser um bom
mordomo dos seus recursos. Falamos sobre isso o
tempo todo na nossa igreja. Descobrimos que à
medida que a magnitude dos nossos programas
assistenciais aumenta, o custo também aumenta. Ao
longo dos anos, tivemos de fazer a nós mesmos
algumas perguntas difíceis relativas a orçamento. Do
contrário, poderíamos ter ficado tão empolgados
com a nossa servolution, que acabaríamos
completamente no vermelho. Então perguntamos:
um programa assistencial precisa resultar em
pessoas vindo à igreja para que consideremos que
ele valeu a pena? Como mediremos o sucesso de um
programa assistencial? Não demoramos muito para
perceber que tínhamos de tomar algumas decisões
acerca dos objetivos e dos propósitos de cada um
dos nossos programas assistenciais.
Como igreja, decidimos que algumas vezes o foco
do nosso orçamento será fazer eventos que
estimulem a vontade de as pessoas virem à nossa
igreja, mas, em outros momentos, o foco será
simplesmente servir às pessoas, independentemente
de elas virem ou não a um dos nossos cultos. O
nosso coração deseja que as pessoas encontrem a
esperança e o amor de Jesus, mas quer elas venham
à nossa igreja ou a outra igreja que tenha vida para
dar, é irrelevante. Uma vitória para o Reino é uma
vitória para a igreja Healing Place.

O nosso
coração
deseja que
as pessoas
encontrem
a
esperança
e o amor
de Jesus,
mas quer
elas
venham à
nossa
igreja ou a
outra
igreja que
tenha vida
para dar, é
irrelevante.

Apenas alguns anos antes de iniciarmos a nossa


igreja, houve algumas situações nada positivas na
nossa comunidade envolvendo líderes de igrejas e
organizações cristãs. Muitas pessoas haviam sido
feridas em sua experiência com a Igreja e tinham
simplesmente se afastado de tudo que tivesse a ver
com ela. Calculamos que um bom jeito de começar
seria simplesmente estender as mãos e servir às
pessoas, e se formos capazes de deixar nelas uma
boa impressão de Jesus e da Sua Igreja, e mostrar
que as valorizamos, então terá valido a pena. Nosso
objetivo era mudar a mentalidade delas de que as
igrejas apenas tomam das pessoas e as deixam
sofrendo, para “Uau! Estas pessoas realmente se
importam comigo e me ajudaram sem reservas;
quero saber mais sobre este tipo de Jesus.”
Programas assistenciais como esse — apenas dar
às pessoas para mostrar a elas que você se importa
— significam investir finanças na transformação de
vidas. Existe um ônus financeiro quando se trata de
trazer cura para um mundo sofredor. Mas tenho
ficado impressionado vez após vez quando olho para
trás e vejo o quanto Deus tem sido fiel conosco. À
medida que investimos os nossos dólares para
alcançar as pessoas que sofrem, Ele sempre nos
supriu em tudo o que precisávamos. Quaisquer
sacrifícios que tenhamos feito como igreja Ele mais
do que nos recompensou na forma de vidas
transformadas.
Agora, mais de quinze anos depois, sinto-me
honrado pelas oportunidades que Deus nos deu de
amar e servir a inúmeras pessoas. Sinto-me muito
feliz por termos decidido que serviríamos à nossa
comunidade com o amor de Deus e simplesmente
confiaríamos nele para trazer as pessoas. É como
mencionei anteriormente: se estivermos dispostos a
cuidar das pessoas fora dos muros da nossa igreja,
Deus cuidará de encher a parte de dentro. E Ele
nunca nos decepcionou.
Existe um preço para uma servolution, mas ele
vale a pena.

GERALMENTE CUSTA MAIS


DO QUE DINHEIRO
Estou certo de que seria bom se todos simplesmente
ficassem felizes com a existência de uma instituição
focada em suprir as necessidades dos que sofrem; se
as pessoas comemorassem o fato de que alguém está
alimentando os pobres e ajudando os perdidos da
comunidade. Definitivamente faria sentido se outras
igrejas e organizações cristãs apreciassem a obra de
outra instituição que tenta fazer brilhar a luz de
Jesus. Mas parece que existe sempre alguém que vai
lutar contra o que você está fazendo para o Reino.
Por um lado, sei que ninguém deveria entrar para
o ministério com o objetivo de ser popular. Fazemos
o que fazemos porque temos um coração voltado
para Jesus e o desejo de ajudar às pessoas. E nem
sempre fazemos tudo perfeitamente. Mas, por outro
lado, a crítica geralmente acontece sem nenhum
bom motivo, e muitas vezes ela vem daqueles que
estão dentro da comunidade cristã. A crítica pode ser
muito poderosa, e é preciso apenas algumas pessoas
negativas para atrair o ouvido do pastor ou sugar a
energia da visão de uma organização.
Quando DeLynn e eu iniciamos a igreja, ela se
chamava Trinity Christian Center (Centro Cristão da
Trindade, em português). Era um nome bonito,
seguro e santo. As pessoas se identificavam com ele
e previam o que iam encontrar. Mas aquele nome
não era um reflexo claro de quem somos ou do que
Deus pretendia que nos tornássemos. Sem dúvida,
cremos na Trindade, agimos com base em princípios
cristãos, e pelo menos de certa maneira estamos
situados no centro. Mas sabíamos que Deus tinha
muito mais reservado para nós; de modo que, alguns
anos depois, quando Ele começou a tratar comigo
acerca de uma mudança de nome, não fiquei
surpreso. Realmente devo admitir que não fiquei
muito empolgado com a ideia de mudar o status
quo.
Perguntei a alguns membros-chave da equipe o
que eles achavam de mudarmos o nosso nome para
aquele que eu sentia que Deus queria: Igreja Healing
Place. As respostas variaram desde: “Trinity é um
bom nome e conquistamos uma excelente
reputação”, e “Se não está quebrado, não conserte”,
até “Que nome estranho, parece um tipo de igreja
que brinca com cobras e vende pílulas de
emagrecimento”, e “Se começarmos assim, logo
vamos começar a servir bolos de arroz orgânico
ricos em fibras.” Depois dessas reações, decidi adiar
a ideia. Mas Deus, na Sua maneira gentil, mas firme,
lembrou-me de que aquilo não era algo acerca do
qual Ele estivesse querendo saber a opinião das
pessoas. Era ideia Dele e eu teria de escolher entre o
conselho dos que me cercavam e as instruções dadas
pelo Deus do universo, aquele que do nada criou
todas as coisas, o Deus Todo-Poderoso e sempre
amoroso. Quando pensei nisso dessa maneira, eu
soube o que tinha de fazer.
No fim de semana seguinte, na igreja,
imediatamente antes de iniciar a mensagem, eu
simplesmente o fiz. De pé na plataforma, eu disse a
todos: “Ei, por falar nisso, de agora em diante vamos
ser a igreja Healing Place, e não o Trinity Christian
Center. Apenas achei que vocês deveriam saber.
Agora abram suas Bíblias no livro de Mateus.” E foi
tudo. É verdade que fui um pouco (tudo bem, muito)
abrupto, mas eu sabia que era o que Deus queria, e o
tempo para discussões a esse respeito havia passado
há muito.
Creio que Deus queria que eu me certificasse de
que todos nós entendêssemos que a nossa missão
não tem a ver apenas com ajudar as pessoas que
frequentam os nossos cultos, mas também com
estendermos as mãos e realmente sermos um lugar
de cura para um mundo sofredor. Por que não
permitir que o nosso nome refletisse a identidade
que nos havia sido dada por Deus? E, para ser
sincero, não demorou muito para que ajudássemos a
nossa família da igreja a abraçar esse conceito.
Alguns dos outros líderes de igrejas da nossa
cidade, entretanto, não aceitaram tão bem a
mudança. Depois que o novo nome foi colocado na
placa do lado de fora da igreja, comecei a ouvir a
reprovação de muitos quanto às maneiras como
estávamos estendendo as mãos para ajudar as
pessoas sofredoras da nossa comunidade. Foi como
se a mudança de nome tivesse atraído o fogo deles
contra nós por coisas que, na verdade, já estávamos
fazendo desde o começo. “Vocês estão ajudando as
mães solteiras com seriedade?” “Esperem... vocês
estão casando pessoas na sua igreja que nem mesmo
são cristãs?” Um pastor chegou até a me procurar e
disse: “Dino, você está abaixando o padrão para
todos. Você está ensinando a fazer concessões e está
barateando a graça.”
Essa não é a maneira como eu vejo as coisas.
Simplesmente decidimos convidar as pessoas a
virem livremente até aquele que pagou o preço
definitivo por nós. Jesus deu gratuitamente a Sua
graça à mulher surpreendida em adultério e a tantos
outros que Ele encontrou quando andou pela terra.
Apenas queremos retirar todas as barreiras entre as
pessoas e a oportunidade delas encontrarem a graça
e o amor de Jesus. Custe o que custar.
Há vários anos, participei de uma reunião de
pastores na nossa comunidade. Rapidamente ficou
óbvio que o que estávamos fazendo na igreja
Healing Place simplesmente não se encaixava
naquele conceito de igreja. A Louisiana é rica em
tradição religiosa e frequentemente a mentalidade
das igrejas é esta: as pessoas não salvas devem ser
limpas primeiro, para depois virem à igreja, e assim
talvez nós lhes demos as boas-vindas; isto é, se elas
se parecerem o suficiente como o restante de nós.
Imagino que a ideia de que as igrejas sejam um
lugar onde as pessoas que sofrem podem ir para
encontrar cura e esperança — aquelas pessoas
sofredoras, sujas e necessitadas, com problemas em
seu interior — fosse um pensamento assustador
demais para alguns daqueles sujeitos tolerarem.
Enquanto eu estava sentado ali ouvindo tudo
aquilo, um dos pastores se levantou e disse: “Bem,
vocês sabem que agora há uma igreja na cidade que
está cheia de pecadores. Acho que não existe nem
uma pessoa salva entre todas elas, e o que é pior, é
que o pastor nem se importa por elas estarem indo à
igreja.” Pensei: Cara! Eu estou sentado bem aqui!
Segurei a minha língua, mas fiquei sinceramente
triste por um líder de igreja ver as coisas dessa
maneira. E, como você pode imaginar, recebemos
muitas críticas de pessoas desse tipo por termos
equipado a cozinha do centro religioso Nação do
Islã. Estávamos demonstrando amor àqueles que
podiam ser chamados de nossos inimigos e, ao
fazermos isso, estávamos sendo atacados pelo
bombardeio antiaéreo das outras igrejas.
A princípio, foi difícil para DeLynn e eu lidarmos
com essa reação; estávamos fazendo algo novo,
ajudando as pessoas de uma maneira nova, correndo
riscos que não haviam sido enfrentados na nossa
cidade antes, e a reprovação dos nossos “irmãos”
não facilitou as coisas para nós. Ainda hoje, existem
pessoas na nossa comunidade que reprovam o que
fazemos, mas aprendemos a não nos preocuparmos
com isso e simplesmente continuarmos ocupados
com a tarefa que Deus nos deu.
Acredito que para DeLynn e eu, a decisão de
servir, quer isso seja uma atitude popular ou não, e
independentemente do preço que nos custe, remonta
ao que vivemos uma noite, cerca de um ano depois
de iniciarmos a igreja.

NO FIM DAS CONTAS, TUDO


PERTENCE A DEUS
Eram três horas da manhã. O toque insistente do
telefone me tirou da terra dos sonhos. Consegui
recobrar a consciência o suficiente apenas para
murmurar:
— Alô?
— Pastor, sua casa está pegando fogo!
Meu coração acelerou.
— O quê?
Tentei freneticamente acordar DeLynn, dizendo a
ela para sair do apartamento.
— Não, cara! — a pessoa gritou do outro lado da
linha. — Não é o apartamento onde você está. É a
casa que você está construindo. Ela está se
incendiando!
Senti um alívio momentâneo.
— Ah, bom. Espere... não... o quê?
Então minha mente realmente disparou.
Havíamos praticamente terminado a construção do
que teria sido a nossa primeira casa.
Alguns minutos depois eu estava assistindo
enquanto os bombeiros lutavam contra as chamas. O
ar cheirava a madeira queimada, as luzes de
emergência piscavam através da fumaça e eu podia
ouvir a conversa dos bombeiros nos rádios deles. Do
outro lado da rua, uma multidão havia se reunido:
vizinhos de pijamas esperando para ver de que se
tratava toda aquela comoção.
Um dos bombeiros veio e ficou ao meu lado.
— Cara... gostaria de saber de quem era esta casa
— ele falou, ainda assistindo àquela cena
inacreditável. A casa não poderia ser salva e nós
dois sabíamos disso.
— É... é minha — eu disse, extremamente
confuso.
Ele olhou para mim por alguns segundos e depois
disse simplesmente:
— Uau! Que chatice!
Pensei comigo mesmo: mais do que isso; que
grande chatice! Na verdade, isso está muito além de
uma chatice. E, no entanto, tudo que eu podia fazer
era ficar ali e olhar, enquanto o nosso sonho de ter
uma casa nova virava fumaça.
Enquanto eu estava ali, um pensamento me
atingiu: Então você quer ajudar os pobres e os
sofredores, não é? Eu sabia que o diabo estava bem
ciente de que a nossa jovem igreja estava ganhando
cada vez mais impulso na nossa servolution de
ajudar os pobres e sofredores.
Eu também sabia que ele realmente amaria nos
assustar para que abandonássemos a nossa missão.
Você tem mesmo certeza de que quer ajudar os
pobres e sofredores? Porque, se você continuar, vou
queimar tudo que você tem. Ainda posso ouvir a
ameaça do diabo como se fosse ontem.
Um versículo me veio à mente e me deu o
encorajamento de que eu precisava: “[...] Deus
ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e
poder, e como ele andou por toda parte fazendo o
bem e curando todos os oprimidos pelo diabo,
porque Deus estava com ele” (Atos 10:38).
A última parte do versículo realmente saltou aos
meus olhos: “Deus estava com ele.” E isso era tudo
que eu precisava saber. Pensei nisso por mais alguns
instantes enquanto via o que restava de nossa casa
queimar até o chão.
Então, enquanto o céu da noite começava a
romper com o nascer do sol, virei-me para voltar ao
meu carro e fiz esta simples oração: “Jesus, tudo o
que tenho é Teu, e isso inclui esta casa que acaba de
se incendiar. Ela é Tua, então deixarei que Tu cuides
desta situação. Vou para casa. Há mais coisas que
tenho de fazer hoje no auxílio a algumas pessoas
pobres e sofredoras.”
Não pareceu muito naquele momento, mas tenho
olhado para trás, para aquela oração, como um
momento de decisão. Eu sabia que aquela era a
minha Festa do Chá de Boston. Eu sabia que havia
jogado um monte de chá no cais naquela noite e que
a revolução havia começado. DeLynn e eu havíamos
decidido atravessar a linha para a servolution
independentemente do que isso nos custasse, e
nunca lamentamos ter feito isso.
A servolution terá custo para você. Ela vai exigir
uma parte de suas finanças, ela vai exigir demais de
você emocionalmente e vai sugá-lo fisicamente. E
quando você pensar que conseguiu sair da
dificuldade, algumas vezes você será atingido por
uma grande e velha batalha espiritual. Entretanto, o
relógio está batendo. Não podemos simplesmente
passar o nosso tempo tornando nossa vida mais
confortável enquanto tantas pessoas ao nosso redor
estão indo para o inferno. No que nos diz respeito na
igreja Healing Place, não existe preço alto demais
para nos deter na nossa servolution. Continuaremos
a ser determinados na nossa busca por demonstrar o
amor e a graça de Jesus a tantas pessoas quanto
possível, antes que o tempo se esgote. E que
recompensa veremos quando chegarmos ao céu! Ele
estará superlotado de pessoas da nossa comunidade
cujas vidas foram transformadas por meio desta
servolution.
A ESTRATÉGIA
DA
SERVOLUTION
Deus me mostrou algo
certa noite, quando acordei
com fome e decidi comer
uma tigela de cereais.
Caminhei sonolento até a
cozinha por volta das duas
horas da manhã, peguei
uma caixa de cereais e uma
grande vasilha de plástico.
Não usei um daqueles
pratos pequenos. Nenhum
homem de verdade come
em um prato depois das
duas da manhã. A gente
pega um pote de plástico
grande e despeja cerca de
meia caixa de cereal e
come com uma colher bem
grande.
Recuei por um segundo
para analisar a cena e fiquei
extasiado. Um suspiro
silencioso, mas satisfeito
escapou dos meus lábios.
Tudo que eu precisava
agora era do leite, então fui
até a geladeira, abri a porta,
coloquei a mão lá dentro e
encontrei a caixa. Quando
retirei a caixa cheia pela
metade, percebi que de
repente algo havia mudado
tudo: a data estava vencida
havia uma semana.
Meu coração ficou
partido. Mas nunca me
esquecerei daquela noite,
nem tanto pela decepção
que senti por causa do leite,
mas por causa do que
aconteceu em seguida.
Quando tentei comer
aquela grande tigela de
cereais a seco, senti o
Espírito Santo me dizendo:
“Filho, assim como cada
litro de leite tem uma data
de vencimento, cada pessoa
tem uma data de
vencimento. Todas as vezes
em que você olhar nos
olhos de alguém, lembre-se
de que existe uma data de
vencimento para aquela
pessoa. A má notícia é que
ela não sabe qual é a data.
Mas a boa notícia é que ela
não precisa ‘expirar’
sozinha. Você precisa dizer
a ela para se preparar e para
viver preparada.”
Deixe-me encorajá-lo a
separar algum tempo para
refletir por si mesmo sobre
isso.
1. Calcule o preço.
Quais são alguns dos
sacrifícios envolvidos
para se iniciar uma
servolution? Como
servir aos outros irá
me custar em nível
pessoal?
2. Rejeite o medo.
Quando fui criticado
por ajudar outros?
Existe algum
programa assistencial
que Deus colocou no
meu coração com o
qual eu deveria me
envolver, mas eu
hesitei por ter medo da
crítica?
3. Enfrente o
desânimo. Quais são
alguns dos obstáculos
que enfrentei enquanto
estava servindo a
outros? Como
costumo reagir ao
desânimo?
4. Soprando as
chamas. As pessoas da
minha organização se
tornaram
complacentes no que
se refere a servir aos
menos afortunados?
Em caso positivo,
como posso reacender
o fogo delas?
Meu amigo Craig
Groeschel 1 sempre me
lembra de que tudo se
resume a quanta dor você
está disposto a suportar
pela causa. Na qualidade de
líderes de ministério, nunca
podemos permitir nos
tornarmos apáticos diante
do fato de que cada pessoa
tem uma data de validade.
Quando você e eu
estivermos no céu, não
teremos mais
oportunidades de ajudar as
pessoas a escolherem Jesus.
Vamos fazer o máximo
com o nosso tempo aqui na
terra.
E eu diria que tudo vale
a pena. Todo o suor, os
recursos, as batalhas, a
oposição e o cansaço —
tudo vale a pena!
Precisamos sair para
resgatá-los.
SEM DESCULPAS
CENTO E SESSENTA
E CINCO MIL OVOS DE
PÁSCOA

Creio que é vital para uma igreja fazer tudo que for
possível para se envolver na estrutura da sua
comunidade e para se tornar parte do mosaico que
constitui aquela região. Uma pergunta que estou
sempre fazendo a mim mesmo é esta: se a igreja
Healing Place fechasse as portas amanhã, quem
notaria isso? Será que haveria um clamor da cidade
para que mantivéssemos nossas portas abertas? Se a
igreja Healing Place desaparecesse do mapa e
ninguém sentisse a perda, a não ser aqueles que
frequentavam os cultos, então teríamos fracassado
miseravelmente.
Inúmeras igrejas em todo o mundo, desde as
pequenas assembleias até as enormes congregações,
querem fazer a diferença no mundo e desejam ter
uma influência positiva em suas comunidades. Isso
está acontecendo com muitas igrejas, e creio que
pode acontecer com cada uma delas. Tudo começa
com o serviço.
A igreja Healing Place se tornou uma parte
influente da nossa região, um resultado direto da
servolution que está em andamento. Observe que
usei a expressão em andamento. A servolution
precisa ser mais do que apenas o lema “Um Lugar
de Cura para um Mundo Sofredor”, ou um culto
empolgante cheio de energia ou um evento
assistencial tremendo em um fim de semana.
Fazemos o nosso melhor para oferecer todas essas
coisas, mas a servolution não é apenas algo que
fazemos; ela se tornou quem somos. E a boa notícia
é que enquanto permanecermos fiéis a quem somos
— ao que Deus nos chamou para ser — nunca
precisaremos nos preocupar em ter de fechar as
portas.
A esta altura, alguns de vocês talvez estejam
pensando que uma servolution é algo que funciona
maravilhosamente para nós — aqui na igreja
Healing Place, em Baton Rouge —, mas que não
poderia funcionar onde você está. “O nosso povo
simplesmente não tem esse tipo de compaixão”,
“Não temos os recursos de que necessitaríamos para
ter êxito em algo assim” ou (e isto eu costumo ouvir
o tempo todo) “Não temos pessoas pobres na nossa
comunidade.” Se algum desses pensamentos passou
pela sua mente, ainda que remotamente, então esta
parte do livro é para você. Vou lhe mostrar algumas
das maneiras estratégicas de se fazer uma
servolution e lhe dar ideias de como começar do
princípio, como expandir aquilo em que você talvez
já esteja envolvido, e como você pode incorporar a
servolution à cultura de sua igreja.

MANEIRAS ESTRATÉGICAS DE
FAZER UMA Servolution
Pensamento Nossa igreja
nº 1: simplesmente
não tem esse
tipo de
compaixão.
Resposta: Tudo começa

liderança —
se você abrir
o caminho, o
povo seguirá
por ele.
A servolution não começará na sua igreja a partir de
um grupo de voluntários ou mesmo com alguns
líderes-chave; ela precisa começar dentro do coração
do pastor. Quando DeLynn e eu iniciamos a igreja,
entendemos que havia um motivo pelo qual Deus
nos escolheu para pastorear na nossa cidade durante
esse tempo. Ele tinha algo específico para fazermos,
uma maneira específica para servirmos e uma visão
que Ele queria que nós — como igreja —
cumpríssemos.
Sabemos que, no fim, vamos ter de prestar contas
a Deus pelo que fazemos enquanto estamos neste
planeta, de modo que, desde o princípio, decidimos
que o que era importante para Ele deve ser o que
mais valorizamos: pessoas. Decidimos que
serviríamos às pessoas e deixaríamos o restante com
Ele.
A servolution vem de cima para baixo, ou talvez
seja mais preciso dizer “de dentro para fora”. Todos
os nossos pastores e líderes lideram com a
mensagem e o exemplo de servir às pessoas “em
qualquer circunstância, a qualquer momento”. À
medida que você ensinar e treinar sua equipe, seu
grupo de liderança e sua congregação acerca da
paixão de Deus por estender as mãos ao perdido e ao
sofredor, eles começarão a desenvolver o desejo de
servir também. O que é maravilhoso é que eles
poderão muito bem ser capazes de plantar sementes
de um modo diferente do que você poderia imaginar
sozinho, mostrando a você um novo ângulo e
trazendo maneiras criativas de suprir essas
necessidades.
Independentemente de onde a sua igreja está, não
é um acidente você estar onde está, liderando na sua
comunidade singular. Deus tem propósitos distintos
para a sua igreja e Ele já começou a colocar ao seu
redor o tipo de pessoas necessárias para cumprir
essa missão. Como líder, se você colocar diante da
sua congregação a visão de alcançar o mundo
servindo a uma pessoa e a mensagem de suprir as
necessidades do perdido e do sofredor, então essa
atitude e esse desejo se espalharão por toda a cultura
da sua igreja. Isso iniciará uma servolution.
Está claro agora para nós que quando estamos
levando em consideração algo novo, sempre nos
perguntamos: como esta decisão afetará os pobres e
sofredores? Um sujeito me procurou certa vez e
disse: “Pastor, quero começar um grupo de homens
que não é um programa assistencial, mas apenas
para que alguns de nós, cristãos, possamos nos
reunir e criar vínculos.” Minha resposta foi: “Sinto
muito, mas nunca teremos algo aqui na igreja
Healing Place que tenha a ver somente conosco. Não
é assim que somos.”
Por exemplo, o nosso ministério de adultos
veteranos não pode se limitar a ter os membros mais
antigos se sentando com as mesmas pessoas todas as
semanas falando sobre quem venceu o campeonato
mundial de beisebol de 1957.1 Embora eu não tenha
nenhum problema com o beisebol e não me importe
de discutir sobre o assunto, os nossos pequenos
grupos também precisam estar alcançando a
comunidade. E os nossos veteranos fazem isso. Eles
são uma parte vital do nosso ministério Cozinhando
para Cristo, são os nossos introdutores, a nossa
equipe de boas-vindas, e atuam em diversas outras
frentes assistenciais. Nosso ministério de mulheres
não passa o ano inteiro se reunindo apenas para falar
sobre o que Deus fez por elas e sobre as últimas
novidades de família; elas servem com regularidade
e costumam fazer doações às mulheres da nossa
comunidade por meio de eventos como Noite das
Fraldas das Mulheres da Healing Place,2 e também
prestam auxílio em um abrigo local para mulheres
que sofreram abusos. As nossas mulheres amam
servir. Os nossos veteranos amam servir. O mesmo
acontece com os nossos homens, com os nossos
jovens e até com as nossas crianças.

Pensamento Não temos


nº 2: dinheiro
para fazer
esse tipo de
serviço
assistencial.
Resposta: Faça o que
pode com o
que tem e
veja o que
Deus faz.
Começamos com um orçamento pequeno e, à
medida que a igreja cresceu em tamanho, esse
orçamento também cresceu. O tempo e a energia que
dedicamos ao programa de assistência à comunidade
no começo eram pequenos se comparados à
quantidade de horas de trabalho cumulativas que
dedicamos semanalmente nos dias atuais. Mas
estávamos dando tudo de nós. Assim como estamos
fazendo agora. O ponto é que começamos fazendo o
que podíamos com o que tínhamos e, finalmente,
servir se tornou a nossa maneira de ministrar e um
fator preponderante em tudo que fazemos hoje.
Independentemente do dinheiro que você não tem,
faça o que pode com o que tem. Servir aumentará a
sua capacidade de transformar o mundo. Comece
com o que tem, e veja o que Deus faz com isso.

Pensamento Simplesmente
nº 3: não temos
pobres na

comunidade.
Resposta: Dê mais uma
olhada.
Em algumas regiões, como aqui na Louisiana, a
pobreza é relativamente fácil de ser encontrada
porque o nosso estado teve uma longa história de
economia deficiente. A necessidade é óbvia. Mas só
porque a necessidade não está olhando para você de
frente, não significa que não existam pessoas pobres
e sofredoras ao seu redor que precisam de uma
servolution. Às vezes você só precisa olhar com um
pouco mais de atenção, ouvir um pouco mais de
perto... Será que existem pessoas passando por um
divórcio? Será que existem algumas que perderam o
emprego? Será que existem pessoas que estão
solitárias, sem família ou amigos? Será que existem
viúvas, mães solteiras, ou pessoas com necessidades
físicas especiais? Quer você esteja procurando por
elas em um country clube ou em favelas densamente
povoadas, sempre existem pessoas por perto que são
pobres ou que estão sofrendo.
Talvez seja natural pensar que você não tem
nenhuma pessoa pobre e sofredora na sua
comunidade, mas eu lhe garanto que elas existem.
Se existe uma sala de emergência, existe alguém
sofrendo. Se existe uma casa funerária, há alguém
que está passando por uma perda. Pense nisso por
um minuto. Se existe um tribunal ou uma cadeia,
existe alguém sofrendo. Alguém me disse certa vez
que não havia pobres na sua comunidade, o trabalho
assistencial dali tinha de se limitar a entregar um
cheque ao centro de distribuição de alimentos local
todos os meses. Perguntei se eles já haviam pensado
em ver quem estava recebendo os alimentos desse
centro de distribuição. É bem possível que haja
alguém sofrendo, alguém necessitado a quem você
possa servir. Geralmente não vemos essas pessoas
nem sabemos onde procurar por elas. Dê mais uma
olhada ao seu redor.
É uma boa ideia pedir a Deus para abrir seus
olhos e ajudá-lo a ver o que talvez não seja tão
óbvio. É verdade que alguns tipos de sofrimento e
pobreza não são fáceis de se reconhecer. Mas eu lhe
garanto que os pobres e os sofredores estão ao seu
redor. Você só precisa pedir a Deus que o ajude a
encontrá-los, e deixar que Ele lhe mostre como
servir a eles.
Um de meus amigos é pastor em outro estado, e
ele me pediu para falar em sua igreja sobre a nossa
servolution. Contei histórias de algumas das coisas
que experimentamos alcançando pessoas,
cozinhando e doando aos pobres e distribuindo água
gratuitamente. Encorajei-os a servir aos pobres e
sofredores da comunidade deles. Depois, ele me
disse o quanto todos eles se sentiram inspirados e
desafiados, mas que a região deles era muito
diferente da minha. Aparentemente, existem leis que
os proíbem de distribuir alimentos ou de cozinhar ao
ar livre e oferecer refeições grátis; além disso, não
havia pessoas financeiramente pobres. (Ele não
estava apenas dando desculpas. Na sua área,
realmente não há tanta pobreza e desemprego como
vemos o tempo todo no meu estado). A minha
resposta foi: “Bem, isso pode ser mais difícil de
encontrar, mas ainda existem pessoas aqui que
precisam ser servidas. Às vezes uma servolution
requer muita criatividade.” Ele concordou, e a sua
equipe o seguiu.
Não muito tempo depois dessa reunião, ele me
telefonou para dizer que eles haviam encontrado
uma maneia criativa de servir em uma prisão
próxima. Eles precisavam de tutores para os
internos, de modo que enviaram muitos voluntários
qualificados para servir ali. Eles começaram a
construir relacionamentos com os internos e saíram
com uma ideia: “Vamos adotar cem dessas famílias
para o Natal.” Que servolution! Ajudar centenas de
mães solteiras, crianças e pais em uma época do ano
em que eles poderiam estar sofrendo ainda mais!
Aquele pastor estava disposto a não permitir que
aquelas necessidades ficassem sem resposta. A
atitude dele foi: “Não podemos ajudar a todos, e não
podemos fazer tudo, mas podemos fazer alguma
coisa.” E um coração assim é o lugar onde a
servolution começa.
Independentemente de onde você esteja, existem
pessoas que estão sofrendo na sua comunidade,
precisando ser ajudadas e servidas, pessoas que
precisam que lhes digam que não foram esquecidas
e que são importantes para Deus. Você poderia
começar perguntando a si mesmo e à sua equipe de
liderança que tipo de injustiça está fazendo o
coração de vocês arder e por que tipos de fardos
vocês estão orando. Muitas vezes você encontrará
um ponto de partida exatamente nesse ponto.
Algumas vezes Deus lhe dará apenas uma noção ou
um impulso, ou uma pista acerca de um programa
assistencial específico, mas se você for fiel para se
colocar em uma posição arriscada e compartilhar
isso com a sua congregação, você poderá se
surpreender com a rapidez com que eles abraçarão a
visão.

ALGUMAS PALAVRAS DE
ACONSELHAMENTO
1. COMECE EM PEQUENA ESCALA
Quando vocês tiverem colocado em seu coração o
desejo de dar início a um determinado programa
assistencial, comecem em pequena escala antes de
crescer. Confiem em mim — é muito mais fácil
deixar algo de fora em um ambiente pequeno onde
você pode resolver os detalhes que podem fazer a
sua obra assistencial dar certo ou dar errado.
Por exemplo, uma das nossas obras assistenciais
favoritas é a distribuição de água. Os verões na
Louisiana costumam ser quentes e úmidos. Então,
costumamos distribuir garrafas de água às pessoas
que estão andando pela cidade ou sentadas em seus
carros no trânsito, nos cruzamentos. Nas primeiras
vezes em que fizemos isso, distribuímos apenas
algumas garrafas de água e refrigerantes. Mas, por
termos começado esse programa assistencial em
pequena escala, pudemos verificar algumas
maneiras de melhorar e desenvolvemos alguns
princípios de distribuição das bebidas.
Em primeiro lugar, a água precisa ser congelada
por determinado tempo antes de ser entregue, e esse
tempo varia dependendo de onde você irá distribuí-
la. Em algumas áreas, a água pode ser distribuída
rapidamente, mas, em outras, demora um pouco
mais, então a água precisa estar mais gelada.
Em segundo lugar, quando forem utilizados
coolers para transportar as garrafas dos caminhões
até o ponto de distribuição, aparelhos com rodinhas
são de grande ajuda.
Em terceiro lugar, passamos a distribuir água em
lugar de refrigerante, não por causa dos malefícios
do açúcar e do aspartame, e também nem tanto por
causa do custo inferior da água, mas apenas por
causa da maior aceitação que uma simples garrafa
de água bem gelada tem nas ruas de Baton Rouge.
Em quarto lugar, aprendemos o valor que tem
anexar um pequeno cartão com o nome da nossa
igreja, o número do telefone, o endereço do nosso
site e a seguinte mensagem: “Esperamos que este
pequeno presente ilumine o seu dia. Esta é uma
maneira simples de dizer que Deus ama você — sem
restrições. Fale conosco se precisar de ajuda.”
Detalhes simples como esses nos ajudaram a
tornar o nosso serviço excelente e a nossa
mensagem clara, e ajudou a aumentar a nossa
capacidade nesse tipo de obra assistencial.
2. FAÇA UMA CAMINHADA
PRIMEIRO
Houve uma vez em que ficamos um pouco
assoberbados com a atividade que desenvolvemos.
Foi durante uma caça a ovos de Páscoa. Devo dizer
que seguimos o nosso próprio conselho e
começamos em pequena escala no primeiro ano.
Fiquei “internado” no campus da nossa igreja com
cerca de setenta a oitenta crianças, e o evento foi
seguro e tranquilo. No ano seguinte, dissemos: “Ei,
vamos fazer novamente, mas desta vez vamos fazer
isso nas praças da cidade!” Nós ampliamos tudo e
planejamos um bom aumento na quantidade de
pessoas, mas nada como o que vimos na manhã do
evento. Ficamos chocados quando mais de duas mil
pessoas chegaram, com cestas nas mãos,
empolgadas por participarem de uma enorme caça
aos ovos. Estávamos desprovidos de pessoas,
despreparados e sem estoques. Não havíamos
planejado que o projeto crescesse de menos de cem
para mais de dois mil em um ano. A nossa equipe
trabalhou mais do que nunca. Fizemos o melhor que
pudemos e evitamos uma catástrofe total. As
pessoas foram abençoadas e tenho certeza de que
muitas tiveram uma experiência positiva, mas
sabíamos que foi muito menos do que poderia e
deveria ter sido.
Mas aprendemos com os nossos erros, e dois anos
depois, oferecemos à nossa comunidade um evento
que chamamos de A Maior Caça aos Ovos do
Mundo. Tínhamos cento e sessenta e cinco mil ovos
no chão, e quando sete mil pessoas compareceram,
estávamos preparados. O evento foi um enorme
sucesso, e muitas pessoas da nossa igreja hoje olham
para trás e se lembram daquele evento como o seu
primeiro encontro com a igreja Healing Place.
Agora utilizamos a lição aprendida com
dificuldade como um guia não apenas nos novos
trabalhos assistenciais que iniciamos, como também
com aqueles que percebemos que estão a ponto de
aumentar exponencialmente. Esta é a lição: como
equipe, precisamos nos organizar para o evento
muito antes de ele começar. Visualizar o evento
ajuda a determinar como ele irá funcionar na
realidade e o que não irá funcionar. Daí, podemos
fazer ajustes antecipadamente, em vez de fazer isso
durante o evento.
Enquanto você lê o testemunho da servolution da
igreja Healing Place, lembre-se de que levamos mais
de dezesseis anos na formação de uma estrutura.
Algumas das obras assistenciais e ministérios que
oferecemos hoje nunca poderiam ter sequer sido
imaginados há apenas cinco ou dez anos. Isso não
aconteceu da noite para o dia. Definitivamente
cometemos a nossa cota de erros e ainda não temos
todas as respostas. Ainda estamos aprendendo sobre
essa jornada da servolution.
Toda a nossa equipe, o nosso grupo de liderança e
a nossa congregação cresceram a cada novo ano e a
cada nova experiência ao longo do caminho. O
nosso nível de compaixão e capacidade de responder
aumentaram, e a nossa consciência das necessidades
que nos cercam foi aguçada. Isso porque escolhemos
valorizar grandemente o investimento de tempo,
esforço, recursos e atenção em servir às pessoas e
em suprir suas necessidades. Foi um processo e um
trabalho bastante árduo, mas eu lhe garanto: cada
momento valeu o custo.
A servolution não pode simplesmente acontecer
sem resultar em uma igreja mais forte, mais
saudável e mais realizada. A sensação de ser parte
de algo que está fazendo uma verdadeira diferença
no mundo trará vida às pessoas da sua igreja de uma
maneira que você não pode imaginar.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
O que faz uma obra
assistencial valer a pena no
Reino não depende de ela
ser uma ideia nova. Isso
não é uma competição para
ver quem pode fazer o
evento assistencial mais
louco. O que importa é
quanto o amor demonstrado
nesse evento é tremendo.
Veja como garantir que o
seu evento seja bem-
sucedido.
Tentamos fazer com que
todo evento seja tão
caloroso e receptivo quanto
possível. Uma maneira de
fazer isso é revisar as
tarefas tão claramente
quanto possível antes de o
evento acontecer. Temos
pessoas na nossa equipe
cuja função é agir como se
fosse um visitante, e elas se
fazem estas perguntas:

• Nunca fui à igreja


Healing Place antes, e
estou andando em...
Preciso de instruções?
• Eu sei o que está
acontecendo?
• As pessoas são
amigáveis? Eu me
sinto desconfortável?
• Eu me sinto como se
fosse inferior? Sinto-
me constrangido pela
minha necessidade ou
pela maneira como
estou vestido?

Passando por esse


processo, podemos testar a
nós mesmos, analisar
questões que de outro
modo seriam imprevisíveis,
descobrir as pessoas que
têm o coração voltado para
as áreas específicas de
serviço relativas àquela
obra assistencial e planejar
adequadamente o evento
antes que ele realmente
comece.

1. Eventos agradáveis
para visitantes. Que
perguntas você faz
para garantir que os
seus eventos sejam
agradáveis e
receptivos para os
visitantes e
convidados?
2. Revise tudo. Que
processo você
desenvolveu para
“revisar” as atividades
de seus eventos antes
de eles acontecerem?
3. Comece em
pequena escala. De
que maneira você
pode começar esta
semana com uma ideia
“pequena”? Dê um
exemplo. (Veja ideias
no apêndice 1).
A RUA DA
Servolution
O BAIRRO ONDE MORA
JESUS

As pessoas florescem quando estão lutando lado a


lado por uma causa comum. Isso faz parte da
natureza humana. Se você quer ver a força de uma
multidão pessoalmente e de perto, simplesmente vá
a um jogo de futebol do Louisiana State University
(LSU). Você verá mais pessoas gritando vestidas de
vermelho e dourado do que jamais imaginou ser
possível, e antes que se dê conta, você estará
gritando como louco, “Vamos lá, Tigers!”,
exatamente como os outros. Há uma energia
palpável e poderosa presente quando as pessoas se
reúnem, unidas com uma missão em comum, e
trabalham apaixonadamente lado a lado para realizar
qualquer tarefa. (Mesmo que seja apenas incentivar
o seu time ou vencer outro campeonato...) Essa
experiência em comum deixa uma impressão
duradoura em cada participante; eles agora estão
ligados uns aos outros pela lembrança do tempo e do
esforço que investiram e pela incrível energia que
experimentaram. Um espírito contagiante como esse
pode se espalhar como um vírus pelos membros de
uma igreja. O resultado é um corpo mais forte e
mais unificado.
Um exemplo perfeito aconteceu várias semanas
depois do furacão Katrina. Nosso país viu muitos
desastres naturais, mas raramente um desastre
aconteceu em uma metrópole tão densamente
povoada como Nova Orleans. Milhões de pessoas
foram afetadas pela devastação, e até hoje — anos
depois — ainda há muito a ser feito. Por causa da
inundação, centenas de igrejas foram destruídas,
mas, felizmente, algumas puderam ser restauradas,
como a Igreja Batista da Franklin Avenue.
Era um dia típico de trinta e cinco graus, e nós
nos juntamos a mais de quinhentos outros
voluntários que tinham ido ao local para trabalhar.
Pelo fato de a igreja ter ficado debaixo de quatro
metros e meio de água imunda por vários dias de
calor, todo o prédio precisou ser esvaziado.
Todos que estavam designados para trabalhar
dentro do prédio precisavam cobrir cada centímetro
do corpo com equipamento de proteção; luvas de
borracha, macacões, botas, chapéus, óculos e
equipamento respiratório. Parecia que estávamos
prontos para andar sobre a lua. Além disso,
disseram-nos que o que estaríamos respirando
enquanto estivéssemos trabalhando dentro da igreja
poderia ser tóxico. Ninguém hesitou nem por um
instante. Entramos e começamos a trabalhar.
As pessoas estavam trabalhando sob condições
insuportáveis e, no entanto, quando saíam para a
troca de turno, pareciam a linha de ataque de um
time que acabou de jogar o primeiro tempo
intensamente e fazer um gol — sujas e exaustas,
mas amando cada momento daquela servolution
extenuante e se sentindo privilegiadas simplesmente
por terem a oportunidade de participar daquele
esforço em equipe, dedicando-se juntas por uma
causa comum.

RATOS!
Outro exemplo dos efeitos fortalecedores de uma
servolution ocorreu nos primeiros dias de
inauguração da nossa igreja em Donaldsonville,
Louisiana. Havíamos adquirido uma propriedade
com um prédio nela que havia sido anteriormente
um depósito de cerveja e depois uma fábrica de
batatas chips. Disseram-nos que o prédio deveria ser
condenado, mas também sabíamos que Deus tinha
outros planos. Nossa equipe foi trabalhar limpando o
velho depósito destruído, que estava fora de uso há
anos. Havia muito lixo — paletes quebradas, sucata
de ferro velho, entulho e tudo o mais que os antigos
ocupantes decidiram que não queriam limpar.
O lugar cheirava mal e estava imundo. A
princípio parecia um trabalho emocionante. E foi
então que os ratos decidiram sair dos esconderijos.
Não eram um ou dois. Não era uma dúzia ou duas.
Na verdade, eram centenas. Derek Smith era um dos
guerreiros naquele dia, e relembrou a batalha que se
seguiu: “Pegamos enxadas, ancinhos e pás — tudo
que pudéssemos encontrar — e entramos ali os
movendo para todos os lados. Os ratos estavam por
toda parte. Era como se todas as vezes que nós
batêssemos, matássemos alguma coisa.” Quando a
batalha terminou, Derek e a equipe haviam feito
uma pilha de ratos mortos de cerca de um metro e
vinte de altura do lado de fora do estacionamento.
Eles limparam, tiraram entulho, limparam
novamente, renovaram e limparam um pouco mais,
e agora aquele antigo prédio infestado de ratos é
uma parte vital das instalações de treinamento do
nosso Dream Center e de nossa igreja naquela
região.

A questão é que os caras que passaram juntos por


aquela batalha contra os ratos agora têm um vínculo
especial uns com os outros que só pode acontecer
quando ficamos ombro a ombro nos defendendo de
roedores tamanho gigante em um depósito escuro,
sujo, úmido e abandonado — pela causa de Cristo.
Servir juntos gera força interior em nossos
relacionamentos.
IDENTIFIQUE O “SERVIR” EM
CADA UM
Servindo juntos ao longo dos anos, a família da
nossa igreja amadureceu em conjunto, aprofundou
relacionamentos uns com os outros e cresceu
espiritualmente em Cristo. Apresentar a servolution
à sua igreja — ou levá-la ao próximo nível — é uma
das melhores estratégias para ajudar seu povo a
perceber os seus valores e encontrar mais realização
à medida que eles aprendem a servir com novos
dons e talentos.
Como líderes, podemos ajudar as pessoas a
identificar onde está o sentido do “servir” em seu
interior. É aquela dor no coração que as compele a
responder a certas necessidades. Muitas vezes, ela
está relacionada com as suas experiências, mas, às
vezes, é apenas uma compaixão dada por Deus por
uma necessidade específica. Por exemplo, enquanto
um projeto assistencial para viciados em drogas
comove uma pessoa porque seu pai era alcoólatra e
abusava de sua mãe, outra pessoa pode não se
comover tanto com essa necessidade; ela tem
compaixão pela necessidade de ajudar órfãos
aidéticos na África. Enquanto uma mulher tem o
coração voltado para ajudar pessoas idosas porque
ela teve um relacionamento maravilhoso com seus
avós, outra se identifica pouco com essa atividade,
mas passa seu tempo ensinando crianças com
necessidades especiais. No coração de cada pessoa
reside uma causa, e quando ajudamos as pessoas a
identificarem o que as compele a servir, estamos a
caminho de uma servolution em plena atividade.
A verdade é que toda pessoa da sua congregação
tem em si algo que a compele a servir. Sim, até a
mulher que frequenta a igreja há uma década e
nunca fala com ninguém. Sim, até o sujeito que —
em um dia bom — parece que bateu na avó só para
ficar com o último pedaço de torta. Existe um lugar
para todos. Sem dúvida, algumas pessoas podem
pensar que prefeririam simplesmente ir à igreja
todas as semanas e nunca se envolverem com nada.
Mas à medida que você transmitir de maneira
consistente a visão da servolution e transmitir poder
às pessoas para servirem, você se surpreenderá ao
ver quantas pessoas estarão prontas para fazer o que
for preciso, sempre que for preciso. Eis algumas das
coisas sobre as quais falamos regularmente com a
congregação para continuar a dar impulso à
servolution.
1. Você tem algo a oferecer. Creio que muitas
pessoas vão se deitar à noite pensando que elas não
têm nada de importante para oferecer. Elas têm um
desejo sincero de participar e de servir, mas acham
que outra pessoa poderia fazer melhor ou têm medo
de se oferecer e fracassar. Como líderes da igreja,
precisamos nos proteger contra uma mentalidade
que fique tão consumida com a causa a ponto de nos
esquecermos daqueles que Deus nos deu como
parceiros na servolution.
Aqui na Louisiana, o gumbo é uma das muitas
comidas incríveis que apreciamos. Existem
praticamente tantas maneiras de fazê-lo quanto
existem cajuns, como são chamados os descendentes
de franceses, por aqui. Mas uma coisa é essencial
para um bom gumbo: muitos ingredientes. Você
pode colocar praticamente qualquer coisa —
andouille,1 camarão, frango, quiabo, patas de
caranguejo, ostras e até ovos cozidos e um pouco de
creme de cebola. E exatamente como um bom
gumbo, parece que quanto mais ingredientes você
coloca em uma servolution, melhor ela fica.
Falamos regularmente em nossos cultos sobre o
fato de que toda pessoa tem os próprios dons dados
por Deus que são ingredientes úteis para o “gumbo
da servolution”. Todas as idades, todos os tipos de
personalidade e todas as culturas podem
compartilhar o amor de Cristo com uma pessoa
necessitada, e seja qual for a maneira como elas
expressam Cristo, a nossa servolution precisa dela!
Elas também precisam ter certeza de que quando
vierem para servir, serão valorizadas, amadas e
ensinadas exatamente sobre o que precisam saber
para ter êxito. Se um voluntário aparece e ninguém
lhe dá as boas-vindas, mas apenas lhe designa uma
função sem nenhuma orientação, ele não vai se
sentir valorizado. E o que é ainda pior, se eles
comparecerem e os líderes estiverem ocupados
demais para notá-los e para ajudá-los a se envolver,
eles irão embora se sentindo invisíveis. Esforce-se
para tornar o serviço divertido, para comemorar as
vitórias e para receber os voluntários com muita
gratidão. Quando você fizer isso, as pessoas saberão
que fazem parte da equipe e que aquilo que elas
acrescentaram pessoalmente à panela de gumbo foi
importante.
2. Servir é a melhor maneira de esquecer a dor.
Existem muitas pessoas nas igrejas que são novas
em Cristo ou que estão no meio de uma crise ou de
uma perda trágica, ou que estão passando por
grandes necessidades. A igreja Healing Place não é
exceção; lembre, a declaração da nossa missão é ser
um lugar de cura para um mundo sofredor. As
pessoas vêm para cá e dizem: “Estou sofrendo
muito. Você pode me ajudar a parar de sentir esta
dor?” Uma das coisas mais importantes que dizemos
a elas é: “Você precisa se envolver e servir à
necessidade de alguém. À medida que você servir,
veja o que Deus faz com a sua necessidade.”
Tentamos ajudar as pessoas a entenderem que às
vezes a melhor maneira de sair da dor é quando
optamos por olhar para fora de nós mesmos e
perceber a dor de outra pessoa. Uma das maneiras
mais seguras de ter uma revolução em nossa vida é
quando começamos a servir a outros.
De repente, as nossas situações, as nossas dores,
os nossos problemas e as nossas decepções não
parecem tão ruins. Existe um analgésico natural que
encontramos quando o nosso foco é desviado dos
nossos problemas para se tornar parte da cura da dor
de outro. Em geral, quando voltamos a olhar para o
nosso problema, descobrimos que houve uma cura.
Nossa ferida não é tão profunda; a cicatriz não é tão
perceptível quanto antes.
Vi um tremendo exemplo disso em uma jovem de
nossa igreja.2 Quando Natalie estava frequentando a
universidade da Louisiana, sua mãe e seu pai
morreram. Em incidentes separados, eles sofreram
aneurismas cerebrais fatais — com meses de
diferença entre um e outro. Natalie ficou arrasada;
ela sentiu como se sua vida tivesse terminado. Mas
em vez de se entregar a esse sentimento, Natalie se
envolveu profundamente com o servir a outros. Ela
se inscreveu no período de capacitação da nossa
Escola de Ministérios Healing Place,3 estudando
para o ministério e servindo juntamente com a nossa
equipe por dois anos. Durante todo esse tempo, ela
ainda estava lidando com a própria perda.
Como parte de seu treinamento, Natalie foi para a
África em duas missões de curto prazo para servir
no Children’s Cup, cuidando de crianças que
sofreram abuso, foram negligenciadas e
abandonadas. Ela sentiu uma ligação instantânea
com aquelas crianças preciosas, muitas das quais
haviam perdido seus pais para a aids. Embora a sua
história de vida fosse diferente, Natalie pôde se
identificar com a perda dos órfãos.
Apesar da sua dor, ela serviu, amou e abraçou as
crianças. Apenas alguns meses depois de se formar
na Escola de Ministério, ela voltou à África para
servir por um ano com a Go Global,4 ajudando a
inaugurar o novo campus da igreja Healing Place na
Suazilândia. Parte do seu papel naquela época era
servir nos pontos de assistência, ministrando aos
órfãos da aids a quem ela tanto amava.
Abrindo caminho através da sua dor para servir,
Natalie pegou uma experiência que poderia ter
destruído sua vida e permitiu que Deus a
transformasse em algo significativo para as crianças
da Suazilândia. Que jornada de cura surpreendente!
3. Existe um lugar em que você se encaixa. Nossos
voluntários precisam confiar que nós os
encaixaremos onde eles possam servir melhor.
Algumas pessoas se saem bem falando com outras
sobre a sua fé ou dirigindo o período de louvor
diante da igreja. Outras poderiam sentir seu coração
disparar e temer que ele exploda de medo diante da
simples ideia de servir assim, diante da multidão.
Existem centenas de maneiras pelas quais as pessoas
podem servir às outras sem jamais terem de ficar
diante de uma audiência. Elas podem arrumar as
cadeiras, entregar balões, pintar rostos, consertar
bicicletas, fazer cachorro-quente, sorrir ou dar
algodão doce às crianças. Quando você resume tudo
ao básico, percebe que praticamente todos podem
fazer uma dessas coisas. Tentamos criar uma série
de oportunidades para que pessoas com
personalidades e interesses diferentes possam ter um
papel na servolution. Desse modo, todos podem ser
parte da colheita.
Também investimos uma quantidade significativa
de tempo e energia tentando conhecer nossos
voluntários para que nossos líderes possam dirigi-los
na direção certa. Algumas pessoas são uma seda,
enquanto outras são uma lixa grossa. Tentamos não
colocar as “lixas grossas” na entrada do evento
dando as boas-vindas aos convidados e visitantes. Se
vamos servir à nossa comunidade, precisamos que
as pessoas “sedosas” estejam ali para cumprimentar
os que chegam e deixem uma primeira impressão
que os ajude a se sentirem confortáveis e aceitos.
Por outro lado, não precisamos de muitas “sedas” na
equipe que está cavando uma vala para uma
tubulação de água em nossa igreja em Moçambique,
ou embalando um contêiner com aparelhos
hospitalares com destino a Honduras. É aí que
precisamos da ajuda de algumas pessoas do tipo
“duro e firme”. Como líderes, precisamos falar sobre
a importância de todos os tipos de dons, reconhecer
os dons que as pessoas têm e depois posicionar os
nossos voluntários de acordo com eles. Precisamos
de todos os tipos de pessoas para realizar uma
servolution de grande alcance.
As pessoas querem participar; as pessoas
precisam participar. Quando nós, como líderes,
dermos às pessoas a oportunidade de deixarem de
ser espectadoras e de assumirem papéis em que elas
possam suprir as necessidades das pessoas que estão
sofrendo nas suas comunidades, nós as veremos
florescer como nunca antes. Elas terão uma
profunda sensação de valor pessoal, realização e
propósito. Suas raízes crescerão mais
profundamente na casa de Deus, o relacionamento
delas com Jesus e umas com as outras amadurecerá,
elas passarão de um lugar de sofrimento para um
lugar de plenitude, e desejarão servir cada vez mais.
Eis um relato de um de nossos voluntários fiéis
que transmite o efeito profundo que uma servolution
exerce tanto naquele que é servido quando naquele
que serve:
Tive a oportunidade hoje
de conhecer as pessoas do
meu bairro, ou mais
precisamente, do bairro
onde está localizada nossa
igreja de Baton Rouge.
(Gosto de pensar nele como
o meu bairro.) Alguns de
nós estávamos no centro da
cidade trabalhando no
depósito, separando caixas
e retirando compras. Eu
estava olhando alguns
documentos quando
Bárbara entrou e me disse
que havia um homem ali
que precisava falar comigo.
Saí e encontrei dois
homens esperando junto à
porta. Apresentei-me,
apertamos as mãos e
perguntei como poderíamos
ajudá-los. O primeiro
cavalheiro me disse que ele
havia acabado de receber
uma licença de trabalho (a
fase final do cumprimento
de uma sentença prisional
em nosso estado) e estava
morando na casa de um
amigo. Ele tinha um
emprego em vista e logo
receberia algum dinheiro,
mas naquele momento ele
estava com fome. Ele disse
que alguém havia lhe dito
que éramos uma igreja que
ajudava às pessoas. Ele se
perguntava se nós o
ajudaríamos. Sorri e acenei
com a cabeça que sim.
Perguntei ao amigo dele se
ele gostaria de pegar
algumas mercadorias
também. Ele acenou com a
cabeça que sim e disse que
ficaria muito grato. Pedi
aos voluntários que
preparassem algumas
caixas para os homens.
Então nos reunimos e
perguntamos como
poderíamos orar por eles.
O primeiro homem pediu
que orássemos para que o
trabalho que ele tinha em
vista realmente saísse.
Quando perguntei ao
segundo homem como
poderíamos orar por ele, ele
disse: “Enterrei minha
esposa no domingo. Ela
morreu no Dia das Mães,
mas levamos algum tempo
para conseguir resolver
tudo para o funeral. Minha
filha está internada no
hospital. Ela tem anemia
falciforme e cistos em
ambos os ovários, mas
louvado seja Deus, ela está
tendo alta hoje.” Tive de
fazer força para não chorar.
Demos as mãos e oramos
por aquelas almas
preciosas. Antes de
partirem, perguntei a eles
em poucas palavras sobre a
salvação, pois eu precisava
saber. Ambos me
garantiram que conheciam
a Deus. Eu disse a eles que
nunca quero alimentar o
corpo de alguém e deixar
sua alma ir para o inferno.
Eles sorriram e assentiram
com a cabeça, agradecendo
novamente pelos alimentos.
Ambos planejaram vir à
nossa igreja no dia seguinte
para trabalhar como
voluntários.
Pouco tempo depois um
homem apareceu,
empurrando uma mulher
em uma cadeira de rodas.
Eles também haviam
ouvido falar que às vezes
nós ajudamos as pessoas. A
mulher havia acabado de
sair do hospital e tinha
receitas que precisavam ser
autorizadas por um médico.
Indiquei algumas
instituições locais que
podiam ajudar com isso, e
perguntei se eles
precisavam de alimentos.
Eles disseram que haviam
ficado desabrigados, mas
que recentemente tinham
encontrado um lugar para
morar. Enquanto os
voluntários preparavam
outra caixa de alimentos,
contei à mulher sobre o
nosso grupo de apoio nas
sextas-feiras pela manhã.
Ela disse que certamente
viria. Todos nos reunimos
novamente e perguntamos
como poderíamos orar por
eles. A mulher precisava de
cura em sua perna e queria
pedir que as coisas
melhorassem. O homem
também precisava de cura,
pois no mês anterior ele
havia recebido um tiro de
um segurança enquanto
estava em um barco.
Oramos por eles e os
convidamos a voltar
novamente no dia seguinte.
Mais uma vez, ambos
planejaram vir.
Então, essas são as
pessoas do meu bairro:
viúvas de luto, ex-
prisioneiros, coxos e
feridos. Creio que este é
exatamente o bairro onde
Jesus escolheria morar. Sou
muito grato porque a igreja
Healing Place nos permite
servir a esta comunidade.
Toda a glória seja dada a
Deus!
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Eis algumas ideias práticas
para desenvolver a
servolution que está em
andamento na sua
comunidade.

1. Treine todos os seus


líderes-chave que
trabalham com
voluntários para
valorizarem as pessoas
do seguinte modo:

• Cumprimentando
cada uma com um
“seja bem-vindo”
caloroso.
• Reconhecendo o
sacrifício que elas
estão fazendo ao
dedicar tempo e
energia para servir.
• Nunca
desperdiçando o
tempo de um
voluntário. Certifique-
se de que cada ensaio,
oportunidade de
serviço e obra
assistencial sejam
cuidadosamente
planejados e
organizados.
• Agradecendo a cada
voluntário antes de
partirem e elogiando-
os pela sua
contribuição
específica.

2. Pelo menos uma


vez por ano, patrocine
uma grande noite de
valorização dos
voluntários, com
comida, jogos e
prêmios. Não deixe
faltar nada.
3. De vez em quando,
separe alguns minutos
durante o culto para
transmitir à
congregação o
testemunho de um
voluntário sobre um
programa assistencial
em particular.
4. Pergunte
regularmente aos seus
líderes-chave e
voluntários sobre os
pensamentos deles a
respeito de melhorias
e novas ideias para
obras assistenciais.

Dedique algum tempo para


refletir sobre as lições deste
capítulo e discutir as
seguintes perguntas:

1. Servindo juntos.
Você já sentiu a
alegria de servir junto
com outras pessoas? O
que acontece quando
as pessoas servem
lado a lado?
2. O que me move a
servir. Que injustiças
específicas você vê no
mundo que ardem no
seu coração? Que
necessidades fazem o
seu coração doer? O
que você identificaria
como o seu “servir”?
3. As pessoas do meu
bairro. Quem são as
pessoas do seu bairro
que Deus colocou em
sua vida para que você
as sirva?
MANTENHA ACESA A
CHAMA POR SERVIR
EVITE A FADIGA DA
COMPAIXÃO

“Não fui chamado!”,


foi o que você disse?
Bem, creio que o que
você deveria dizer é
“Não ouvi o
chamado”.
Coloque seus ouvidos
junto à Bíblia e ouça
Deus lhe pedir para ir
e tirar os pecadores do
fogo do pecado.
Coloque seus ouvidos
junto ao coração
agonizante e
sobrecarregado da
humanidade e ouça o
seu pedido de ajuda
digno de compaixão.
Coloque-se ao lado
dos portões do inferno
e você ouvirá os
condenados
implorarem para que
você vá até a casa dos
pais deles para pedir a
seus irmãos, irmãs,
servos e senhores que
não vão para lá.
Depois, olhe para
Cristo — cuja
misericórdia você
professou obedecer —
de frente e diga a Ele
que você colocará seu
coração, sua alma, seu
corpo e circunstâncias
na marcha para tornar
pública a Sua
misericórdia ao
mundo.
— William Booth,
fundador do Exército
da Salvação
De que maneira poderemos ser capazes de
continuar fazendo isso?
Fiquei surpreso diante desse pensamento. Virei
para trás para ver se talvez eu tinha ouvido alguém
no avião dizer aquilo. Mas não havia ninguém
falando comigo. Devo ter sido eu, porque ali estava
o pensamento outra vez: Como poderei continuar
assim?
Eu estivera viajando durante as últimas três
semanas: Londres, Washington D.C. e Itália, e agora
eu estava a apenas algumas horas de aterrissar em
Baton Rouge. Estava examinando a minha agenda
para as próximas semanas, tentando ficar
mentalmente movido para as tarefas que me
aguardavam na igreja Healing Place, quando este
pensamento atravessou a minha mente: Não há
como eu continuar fazendo isso.
Devo dizer que a questão não é que eu nunca
tenha tido pensamentos desse tipo. Qualquer pessoa
que dá um mergulho de cabeça no destino de Deus
para a sua vida provavelmente terá pensamentos
semelhantes. Talvez você esteja sentindo o mesmo
neste instante. Embora você tenha se sentido
inspirado com o conceito da servolution, você já está
esgotado e não consegue imaginar assumir um
desafio como esse.
Sei como é estar com a sua “cota de serviço”
esgotada. Estou acostumado com a tentação de me
estabelecer em uma vida mais confortável, em que
não haja ninguém mais para servir — além de mim,
eu mesmo e a minha pessoa. Mas, no meu coração,
também sei que eu nunca estaria feliz ou satisfeito
vivendo dessa maneira. Então, permiti que Deus me
ensinasse algumas maneiras que me ajudaram a
combater a fadiga de servir e a manter o meu serviço
vivo. Tento manter estes conceitos vivos na mente
da nossa equipe e da nossa congregação, porque
embora possamos ser “Um Lugar de Cura para um
Mundo Sofredor”, nenhum de nós está imune ao
esgotamento.

LEMBRE-SE DA GRAÇA E DA
MISERICÓRDIA QUE DEUS LHE
DEMONSTROU
Nesses momentos em que fico esgotado e começo a
me concentrar no meu cansaço, ou quando o meu
desejo de recuar é mais forte que a minha
necessidade de servir às pessoas, lembro-me de tudo
que Deus fez em minha vida. Penso na graça e na
misericórdia que Cristo me deu, nas dez mil
segundas chances que Ele me ofereceu, no quanto
Ele me perdoou e em tudo com que Ele me
abençoou. Eu não apenas enumero essas coisas
como se estivesse checando uma lista de compras;
eu realmente penso e medito no quanto Deus tem
sido impressionante em minha vida. Ele me
abençoou com uma esposa incrível e três filhos
saudáveis e lindos, e Ele nos deu o tremendo
privilégio de pastorear uma congregação cheia das
pessoas mais especialmente maravilhosas que já
conheci. Digo isso de todo o coração!
Depois de passar um tempo valioso tendo esses
pensamentos, como posso fazer outra coisa senão
servir a tantas pessoas quantas possível com a minha
vida? Passo a estar motivado por algo mais alto; sou
inspirado pela responsabilidade da graça que Ele me
deu. É como se um alarme fosse disparado em meu
coração, dizendo: “Vamos lá, Dino. É hora de se
levantar e ajudar alguém a encontrar o que você
encontrou.” Sim, posso escolher apertar o botão e
ignorar o alarme, enterrando a cabeça debaixo de um
travesseiro de autopiedade porque não estou com
vontade de me levantar para servir. Mas quando me
lembro do que Ele fez por mim, descubro que Deus
simplesmente não me deixará dormir ao longo desta
vida.
Jesus conta uma história sobre um servo que tinha
uma dívida enorme para com o seu rei.1 Quando ele
não podia pagar a dívida, o rei ordenou que a família
e os bens do homem fossem vendidos. O homem
caiu aos pés do rei, implorando por misericórdia, e o
rei apiedou-se dele e perdoou a sua dívida. No dia
seguinte, aquele mesmo servo encontrou um homem
que lhe devia uma pequena quantia e ficou irado
quando o homem não pôde pagá-lo. O homem que
tinha a pequena dívida caiu aos pés do servo e
suplicou, mas o servo (que havia acabado de ser
completamente perdoado pelo rei) não demonstrou
misericórdia. Ele o lançou em uma prisão até que
pudesse pagar a dívida.
Quando o rei descobriu a injustiça, foi até o seu
servo e disse: “Servo mau! Depois que eu perdoei a
sua dívida, você agarrou alguém que lhe devia
algumas moedas e o lançou na prisão. Portanto,
agora vou soltar aquele homem, vou lançar você na
prisão, e você será torturado por ter feito isso.” O
primeiro homem se esqueceu da graça e da
misericórdia que lhe haviam sido demonstradas, e o
resultado foi que ele tratou mal a outra pessoa.
Imagino que depois ele tenha lamentado ter feito
isso.
O princípio dessa história é claro: a graça
esquecida e a misericórdia considerada coisa banal
geram um coração endurecido. Jamais quero ser
assim. Quero atuar com uma consciência diária da
graça de Deus em minha vida. Quero sempre me
lembrar de que fui liberado de uma dívida que eu
jamais poderia pagar; meus muitos erros foram
perdoados. Preciso ter a graça de Deus viva em meu
coração hoje, e quando me lembro de tudo isso,
descubro uma nova motivação para servir à pessoa
que está ao meu lado com uma atitude que diz:
“Farei o que for preciso, sempre que for preciso.”

A graça
esquecida e
a
misericórdia
considerada
coisa banal
geram um
coração
endurecido.
Jamais
quero ser
assim.

NÃO SE ESQUEÇA DE
APRECIAR A JORNADA
Você pode chegar ao ponto em que todos os
pensamentos já mencionados sejam tão eficazes
quanto comer algodão-doce quando se está com
sede. Todos eles são verdadeiros e você sabe que
eles deveriam acender a compaixão em seu coração,
mas você simplesmente está exausto demais. Você
bateu em uma parede que alguns chamam de “a
fadiga da compaixão”. É um estado que resulta de
estar tão ocupado servindo às pessoas que você
começa a ficar exausto e se torna insensível à dor
daqueles a quem está servindo.
Na nossa empolgação de alcançar tantas pessoas
quanto possível, corremos o risco de nos esquecer de
que cada uma delas é um indivíduo. Cada uma delas
importa para Deus e cada uma tem sentimentos; elas
sofrem, elas choram e elas têm esperanças e
expectativas — assim como todos nós.
A fadiga da compaixão é o tipo de problema que
toma conta de você nos momentos em que uma
necessidade é avassaladora e a resposta exige um
investimento contínuo de uma grande quantidade de
energia. E quando você acrescenta à equação a
exigência emocional que esse tipo de necessidade
pode requerer, pode ser fácil perder de vista o valor
do indivíduo.
Não é de admirar que tenhamos sentido a fadiga
da compaixão em larga escala alguns meses depois
que o furacão Katrina devastou a Louisiana. Nós nos
lançamos de cabeça nessa necessidade como uma
igreja completa e coesa, dando tudo que podíamos
de mil maneiras diferentes. Depois de cerca de
quatro meses servindo em um nível extremamente
intenso, parecia que todos estavam exaustos, e ainda
havia uma quantidade avassaladora de trabalho a ser
feito.
Então, decidimos encorajar uns aos outros para
nos lembrarmos da alegria. Ensinei durante várias
semanas na igreja sobre viver uma vida de alegria e
como desfrutar a vida abundante que Deus preparou
para cada um de nós. Falamos sobre quem somos
em Cristo e sobre a importância de encontrar a nossa
identidade Nele, e não na nossa servolution.
Descobrimos o refrigério de nos colocarmos, assim
como a nossa servolution, mas mãos de Deus e
permitir que Ele renove nosso espírito, nossa alma e
nosso corpo.

LEMBRE-SE DE CUIDAR BEM


DOS SERVOLUCIONÁRIOS
O pastor John Osteen me deu conselhos excelentes
sobre como lidar com as finanças da nossa igreja.

1. Pague as suas contas assim que as


receber.
2. Economize um pouco de dinheiro
todo mês para não precisar viver
constantemente da raspa do tacho. Se
você está sempre vivendo no limite e,
como igreja, você não tem uma
margem, não poderá ser um recurso
eficaz para abençoar outros.
3. Dê aos pobres e sustente missões.
4. Devolva ao seu povo. Devolva
àqueles que trabalham tão duro para
dar à igreja, e seja uma bênção para
aqueles que o abençoam.

Na igreja Healing Place, seguimos de todo o


coração os conselhos dele, principalmente o quarto
ponto. Fazemos muitas coisas simplesmente para
mostrar aos nossos voluntários que os valorizamos,
que os amamos e que queremos abençoá-los por
todo o tempo, esforço e finanças que eles investem
para edificar o Reino de Deus. Em alguns domingos,
damos sorvete a todos, ou em uma quarta-feira à
noite, doamos um CD gratuito de um culto recente.
Por estarmos inseridos em uma cultura que aprecia a
comida apaixonadamente, fazemos muitos eventos
como igreja que envolvem comida. Existe algo no
fato de comer juntos que faz com que queiramos
ficar por perto e estar mais próximos uns dos outros.
Quer seja uma grande moqueca de caranguejo para a
banda e o coral ou um churrasco com a equipe do
estacionamento, ou apenas petiscos para todos
depois de um culto, estamos sempre procurando
maneiras de investir de volta nas pessoas e fazer
com que elas saibam que nós as apreciamos.

Fazemos
muitos
eventos
como
igreja que
envolvem
comida.
Existe
algo no
fato de
comer
juntos que
faz com
que
queiramos
ficar por
perto e
estar mais
próximos
uns dos
outros.
Um dos maiores tipos de gratidão que damos ao
nosso povo é uma enorme festa ao ar livre durante a
primavera ou o outono. Temos sempre comida e
bebida grátis, e às vezes raspadinhas, sacolés ou
algodão-doce, e tantos brinquedos infláveis quantos
possamos encontrar. Algumas vezes, fizemos uma
enorme queima de fogos, e uma vez tivemos até
balões de ar quente por todo o lugar — o que foi
muito legal de se ver. Durante alguns anos, fizemos
esse tipo de evento em feiras livres, mas agora
temos espaço para fazê-lo na nossa propriedade.
Fazemos questão que a igreja saiba que eles podem
trazer os amigos e a família e qualquer outra pessoa
que eles possam querer convidar. Fazemos tudo
gratuitamente para qualquer pessoa que venha — a
nossa maneira de agradecer ao nosso povo com um
grande evento que eles possam desfrutar, e ao
mesmo tempo dando a eles uma maneira fácil de
colocar seus amigos e sua família em contato com a
igreja também. Sem dúvida, custa muito dinheiro e
energia fazer um evento assim acontecer, mas são
coisas como essas que fazem com que as pessoas
saibam que as apreciamos.
Como pastores, DeLynn e eu somos muito gratos
pelas pessoas de excelência que Deus nos deu para
dirigir cada aspecto da igreja Healing Place, e
amamos encontrar oportunidades de transmitir isso,
abençoando-as. Algumas vezes nos encontramos
para uma reunião administrativa (cerca de cem
pessoas) e damos a todos um envelope com dinheiro
(às vezes apenas dez dólares, e outras vezes cem).
Depois dizemos a todos para nos encontrarem no
shopping simplesmente para podermos passar algum
tempo juntos fazendo compras. Amamos dar
presentes à nossa equipe. Também amamos trazer
pregadores ungidos para enriquecerem e
desenvolverem a nossa equipe. E não há nada como
dizer a todos para irem para casa mais cedo ou
tirarem o dia seguinte de folga. Principalmente
quando estamos às voltas com grandes eventos, é
muito importante que a equipe esteja preparada e
bem descansada para que todos possam vir e dar o
seu melhor. Não é bom para as pessoas a quem
estamos servindo se a nossa equipe as cumprimentar
com a testa enrugada e com o rosto cansado ou se
eles estiverem tão tensos por terem de ajudar, que,
na verdade, não consigam se conectar com ninguém.
Como equipe, frequentemente conversamos sobre
como amar e servir uns aos outros; se não
conseguirmos ter êxito em servir internamente, não
vamos ser bons nisso fora dos nossos muros.
Tentamos criar oportunidades para que todos nós
estejamos juntos e possamos nos divertir juntos.
Relacionamentos fortes em toda a equipe são uma
parte vital para se manter uma equipe saudável.
Quando nós, como equipe, acreditamos uns nos
outros e valorizamos uns aos outros, podemos criar
um ambiente muito eficaz para alcançar os perdidos.
Também é impressionante quantos voluntários a
mais aparecerão para servir quando eles sabem que
irão fazer parte de uma equipe que está desfrutando
a vida.
Então, como podemos continuar fazendo isso? É
uma pergunta perfeitamente normal. Como pastores
que escolhem entregar a vida para servir a outros, e
como todo servolucionário, é muito fácil nos
permitirmos ficar cansados e insensíveis para aquilo
que é a essência da nossa vida. Precisamos nos
lembrar da grande graça e misericórdia que nos
foram dadas por Jesus, dedicar tempo para nos
renovar e mostrar a nossa apreciação por aqueles
que servem conosco. Fazer essas coisas nos ajudará
a nos manter afiados, a continuar a ser cheios do
amor e compaixão que Cristo tem por nós e a
transformar tudo isso em combustível para acender o
próximo nível da nossa servolution.
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
É importante para todo
líder no ministério tirar
alguns minutos de tempos
em tempos para avaliar os
níveis de estresse e fadiga.
Se nos permitirmos ficar
consumidos demais pela
“obra” do ministério, não
seremos eficazes quando
tentarmos ministrar ao
povo de Deus.

1. Descanso e
refrigério. Tenho
dedicado o tempo
adequado para me
renovar em Deus?
2. Encontrando
equilíbrio. Tenho
conseguido passar
tempo de qualidade
com a minha família?
Com meus amigos?
Os líderes das equipes
e os principais
voluntários estão se
sentindo
assoberbados? Caso
estejam, como
podemos ajudar a
fazer com que eles se
sintam equilibrados no
uso do seu tempo e
também se sintam
apreciados? Como
líder, estou fazendo as
perguntas certas para
compreender como
estão a minha equipe
ou meus voluntários?
Eles têm liberdade de
admitir quando
precisam de descanso?
3. Celebração e ações
de graças. Quando foi
a última vez que
chamei a equipe ou os
voluntários para uma
reunião apenas com a
finalidade de
agradecer a eles por
todo o esforço?
Quando foi a última
vez que a igreja os
abençoou com um
presente?
NUNCA SIRVA
SOZINHO
ONDE ESTÁ O MEU
“TOCA AQUI PARCEIRO”?

Eu estava no topo do mundo. A igreja Healing Place


tinha apenas alguns anos e estávamos quebrando as
muralhas. A igreja estava crescendo
vertiginosamente e estávamos sem espaço nos
nossos cultos todos os fins de semana. Havíamos
acrescentado um culto no sábado à noite, e ainda
precisávamos de mais espaço. A minha mente estava
girando em torno do que tudo aquilo significava e
para onde estava indo. Eu estava sentado no
aeroporto de Baton Rouge, esperando para embarcar
em um voo para Minnesota, onde tinha um
compromisso para pregar.
Deus estava abençoando tudo que estávamos
fazendo e eu havia simplesmente passado por um
fim de semana no qual havíamos tido cultos
fenomenais na igreja. Sentei-me e fechei os olhos, e
a minha imaginação voou até o monte Everest. Eu
me vi de pé no pico da montanha mais alta do
mundo, totalmente aparelhado com uma mochila de
expedição de dezoito quilos, óculos, botas, capacete
e picareta de alpinismo. A neve girava ao meu redor
enquanto rajadas de vento lutavam contra a minha
silhueta irregular. Eu, Dino Rizzo, havia
conquistado a montanha. Eu queria comemorar,
fazer um gesto de vitória para alguém e dizer “toca
aqui”, e foi quando percebi que algo estava faltando.
Eu estava sozinho. Não havia ninguém ali —
ninguém para abraçar, ninguém para apertar a mão,
ninguém com quem dividir aquele momento. Se eu
quisesse colocar uma foto desse momento no meu
blog, eu teria de direcionar a câmera para mim
mesmo e tirar uma foto minha de pé ali, sozinho.
Endireitei-me, despertando daquele sonho e
pensei: Que imagem triste...
Sentado no avião naquela tarde de domingo,
tomei uma decisão: não vamos subir sozinhos ao
topo da montanha. Vamos compartilhar essas
experiências com outras pessoas e quando subirmos
ao cume, vamos ter pessoas lá em cima conosco
para celebrar as vitórias e para desfrutar a vista. E
naqueles momentos em que o caminho que
escolhermos não nos levar até um cume, esses
amigos estarão ali para nos ajudar em meio à nossa
derrota. A partir desse entendimento, DeLynn e eu
decidimos nos tornar proativos em criar
relacionamentos sólidos e íntimos com outras
pessoas. Queríamos compartilhar essa jornada de
liderar uma igreja e viver a vida com tantos amigos
de qualidade quanto possível. O resultado foi que o
foco em gerar relacionamentos fortes e saudáveis se
tornou um valor importante na cultura da nossa
igreja também.

Esse é um modelo bíblico, realmente. Quando


Jesus chamou os doze discípulos, Ele procurou
aqueles que haviam estabelecido relacionamentos
uns com os outros. Por exemplo, Mateus conta a
história de Jesus chamando dois irmãos, Simão
Pedro e André, enquanto eles trabalhavam nos seus
barcos pesqueiros.1 Jesus os chamou para seguirem-
no e entrarem para o ministério, e imediatamente
ambos deixaram o que estavam fazendo para fazer
parte daquela missão. Depois Jesus viu dois outros
irmãos, Tiago e João, limpando suas redes de pesca
e os convidou para se juntarem a Ele também.
Ambos os irmãos deixaram o negócio de pesca da
família para se juntarem ao ministério de Jesus. Na
verdade, antes de seguirem Jesus, muitos dos doze
discípulos tinham uma relação anterior uns com os
outros, com a família, um relacionamento
profissional ou viviam na mesma vizinhança.
Acho tudo isso muito interessante. Eu costumava
me perguntar por que Jesus não escolheu doze
indivíduos de doze ambientes diferentes e de doze
regiões diferentes. Será que a variedade não teria
sido melhor em longo prazo? Agora, creio que Jesus
escolheu cuidadosamente aqueles homens com
relações anteriores e relacionamentos prévios porque
Ele sabia para que os estava chamando. Ele sabia
que a servolution que estava diante deles seria cheia
de dificuldades, medo, perseguição e, para a maioria
deles, martírio. Ele sabia que aqueles homens
precisariam de amizades sólidas e comprometidas
para serem capazes de passar por tudo aquilo. Lidar
com discussões e ciúmes que são comuns nestes
tipos de relacionamentos ainda seria muito mais
simples do que tentar trabalhar com doze solitários
com uma mentalidade independente. O fato de eles
terem relacionamentos uns com os outros lhes deu
uma vantagem para a tarefa que estava diante deles.
O mesmo acontece com você e comigo.
Queremos realizar todos os planos que Deus tem
para nós. Queremos ter a capacidade de servir às
multidões de pessoas que Ele nos trará e não desistir
quando as coisas ficarem difíceis ao longo do
caminho. Creio que será muito mais fácil fazer isso
se formos intencionais nos nossos relacionamentos.
Quase toda obra assistencial em que estamos
envolvidos hoje nasceu de um relacionamento
ordenado por Deus. Não é exagero afirmar o quanto
esse fator foi essencial para o crescimento da nossa
igreja e da nossa servolution. Eis as diversas
percepções que adquiri ao longo destes anos
desenvolvendo amigos íntimos e comprometidos.

NUNCA SURFE SOZINHO


Eu costumava ser um surfista insaciável, e durante
aqueles anos de juventude, minha pequena mamma
italiana só tinha uma regra quanto a eu estar na água.
Diferentemente das regras da maioria das outras
mães, não tinha a ver com um tempo de espera
obrigatório depois de comer. A única regra de minha
mamma era: “Nunca surfe sozinho.”
Independentemente de como estava o tempo,
independentemente de qual fosse a hora (mesmo se
fossem quatro horas da manhã), eu tinha permissão
para ir surfar desde que tivesse alguém surfando
comigo. Olhando para trás, fico feliz por ela ter
ditado essa regra, porque houve vezes em que eu
corri alguns riscos tolos. Naquelas situações, foi
bom ter um parceiro por perto para me salvar
quando eu engolia água demais. A regra da mamma
salvou minha vida em mais de uma ocasião nas
águas de Myrtle Beach, na Carolina do Sul. Agora
que penso nisso, ela provavelmente salvou a minha
vida no ministério diversas vezes também!
Muitos de nós no ministério queremos surfar
sozinhos. Em geral, ou estamos ocupados demais
com o trabalho que temos para desenvolver as
amizades de que precisamos, ou não estamos
dispostos a dividir nossas dúvidas e medos com
outra pessoa. Há sempre uma porção de desculpas
que inventamos para nos convencer de que não há
problema em encarar sozinho as ondas. Em vez
disso, todos nós precisamos dar uma séria olhada em
como estamos nos saindo nos nossos
relacionamentos. Se decidirmos surfar no ministério
sem relacionamentos fortes e saudáveis em nossa
vida, um dia descobriremos que estamos
sobrecarregados pelo poder das ondas inesperadas e
pelas correntes da vida em constante mudança.
DESORIENTAÇÃO INTERNA
Quando surfava, mais de uma vez enfrentei a
dificuldade de ser esmagado por uma onda imensa.
Girei descontrolado sob o poder de fortes correntes
de água. Fiquei desorientado e não sabia mais para
que lado estava a superfície. Eu tentava bater os pés
para tocar o chão do oceano, esperando poder dar
impulso e voltar à superfície. Mas descobria que não
havia nada ali — apenas mais água. Meu coração
batia ainda mais depressa. Eu nadava freneticamente
para a superfície e tudo que podia sentir era minha
cabeça deslizando pela areia. Quando estamos de
cabeça para baixo, o instinto de entrar em pânico é
muito forte; o caminho para a superfície foi dado
pelo meu parceiro, que me oferecia ajuda
mostrando-me o que eu não podia ver sozinho.
Todos nós que estamos envolvidos no ministério
finalmente enfrentamos momentos em que não
temos ideia de para onde estamos indo ou em que
não sabemos como vamos chegar ao nosso destino
ou como vamos pagar por alguma coisa. Muitas
vezes perguntei a mim mesmo ou disse à DeLynn:
“Que raios estamos fazendo?” Tive dúvidas sobre
como lidar com uma crise que uma família estava
passando, sobre como saber quando fazer uma
mudança na liderança de um ministério ou sobre
como pagar por uma nova instalação. Todos nós já
passamos por isso, já lidamos com a desorientação.

Todos nós
que estamos
envolvidos
no
ministério
finalmente
enfrentamos
momentos
em que não
temos ideia
de para
onde
estamos
indo ou em
que não
sabemos
como vamos
chegar ao
nosso
destino ou
como vamos
pagar por
alguma
coisa.
Relacionamentos fortes são vitais porque eles
podem nos ajudar a abrir caminho em meio a esses
momentos de desorientação. Podemos nos sentar
com amigos íntimos ou com mentores do ministério
para compartilhar medos e inseguranças e não temer
que eles entrem em pânico. Às vezes apenas saber
que eles estão ali para ajudar a salvar você se
alguma coisa der errado pode lhe dar a coragem para
fazer o que você sabe que deve fazer. Ter amigos
por perto pode reduzir o risco que você enfrenta
quando lança um ministério ou quando faz algo
novo.
Não estou falando sobre o tipo de amizade em que
você se reúne apenas para falar sobre os pontos altos
de seu ministério e sobre o quanto cada parte dele
tem sucesso. Estou falando sobre as pessoas com
quem você passa um tempo e em questão de dez
minutos você está desabafando sobre os seus pontos
fracos. Você está contando como se saiu mal na
pregação da noite passada ao ilustrar sua mensagem
usando uma madeira de árvore para acertar uma bola
de golfe de plástico na testa de uma velhinha que
estava sentada inocentemente na décima fila, e como
o sujeito que estava atrás dela decidiu processar a
igreja por danos psicológicos. Você também está
ouvindo seus amigos contarem suas histórias sobre
os problemas deles. Mas vocês estão encorajando
uns aos outros também, ajudando uns aos outros a
ver que nenhum de vocês está sozinho na sua luta.
Quero pessoas em minha vida que falem comigo
assim, sem medo de compartilhar suas dúvidas e
seus medos, porque se elas puderem compartilhar
comigo como passaram por suas noites escuras, eu
serei encorajado a passar pelas minhas. Nunca
pastoreei uma igreja antes da igreja Healing Place.
Nunca dirigi uma equipe de cem pessoas antes. Por
nunca ter feito isso antes, é útil ter pessoas ao meu
redor que também estão passando por isso. Sou até
abençoado com alguns amigos que já passaram pelo
que estou passando, que me ajudam a percorrer a
minha jornada. Se você não tem pessoas assim em
sua vida, peça a Deus para lhe mostrar com quem
Ele quer que você se relacione dessa maneira. Ele é
o Senhor do seu destino; Ele sabe quem precisa estar
na sua vida para ajudar a levá-lo ao seu próximo
destino, e quem precisa de você para ajudar a levá-lo
ao destino dele.

VOCÊ PODE SER BOM,


MAS NÃO É TÃO BOM ASSIM
Quando você surfa, quase sempre existe o problema
dos tubarões. Como surfista, você não pode ver tudo
que está acontecendo ao seu redor, principalmente
debaixo da superfície. Quanto mais surfistas
estiverem lá fora com você, maior a chance de que
alguém perceba se um tubarão está na área. No
ministério, todos nós temos pontos cegos, e às vezes
só as pessoas que nos cercam podem identificar
quando um “tubarão” esta prestes a morder a nossa
perna e arrancá-la. Existem muitas maneiras de nos
distrairmos, muito lixo que pode entulhar a nossa
vida e muitas tentações apenas esperando para se
agarrarem ao nosso coração. Mas um amigo
próximo pode nos salvar do pecado ou simplesmente
até de um conceito errado que poderia nos “morder”
e tirar um enorme pedaço da nossa vida e do nosso
ministério.
Todos nós lidamos com o orgulho e o ego, mas os
relacionamentos íntimos nos ajudarão a mantê-los
sob controle. Tenho amigos que conquistaram o
direito de me fazer perguntas difíceis do tipo: “Tudo
bem, o que realmente está acontecendo?” e “Por que
você está agindo assim? Você realmente acha que é
tão bom? Porque você não é!” Eles dizem isso de
uma maneira que não é cruel — estão apenas
fazendo uma boa verificação de realidade para mim
quando é preciso. O orgulho e o ego vão sempre
tentar se levantar dentro do nosso coração. Mas por
causa da profundidade do nosso relacionamento,
uma confiança bem desenvolvida nos dá a
disposição para permitirmos um ao outro aparar
essas arestas e nos manter humildes.
Algumas igrejas e organizações têm uma cultura
de que se você é um pastor ou um líder e está tendo
alguma dificuldade em sua vida, deve guardar isso
para si mesmo. É como o comercial de um
desodorante antitranspirante: “Nunca deixe que as
pessoas o vejam suar.” Não divulgue que você não é
perfeito. Simplesmente tente resolver tudo entre
você e Deus e espere que nesse meio tempo
ninguém perceba que você não sabe o que está
fazendo. Simplesmente jejue e ore — por tanto
tempo quanto for preciso — até ter a resposta. Essa
não é a estratégia que a Bíblia ensina. Em todo o
Novo Testamento existem instruções para
confessarmos os nossos erros uns aos outros,2 para
encorajarmos uns aos outros,3 para levarmos as
cargas uns dos outros.4 Nenhum de nós é bom o
suficiente para descobrir todas as respostas por nós
mesmos; todos nós precisamos uns dos outros para
descobrirmos os nossos caminhos através da selva
da vida.
Não tenho problemas em chamar um de meus
amigos e dizer: “Não sei o que fazer com este
problema. Você tem alguma ideia?” Farei o que for
preciso para ter uma resposta a um problema, para
deixar que outra pessoa me ajude a ver por uma
perspectiva diferente ou para passar um tempo com
alguém que já andou com sucesso por essa estrada.
Não me entenda mal; ainda existe a necessidade de
jejuar e orar e de ter a resposta de Deus. Mas muitas
vezes, se você simplesmente for sincero com um
parceiro íntimo de ministério, Deus usará essa
pessoa para extrair algo de você que Ele já colocou
no seu coração. Você apenas não conseguia ver isso
sozinho.
O livro de Provérbios nos ensina a adquirir
sabedoria independentemente do custo. Mesmo que
lhe custe tudo o que você tem, adquira
entendimento.5 Ele é valioso a esse ponto.
Incorporamos essa mentalidade à cultura dos nossos
líderes e da nossa equipe também. Todos nós
entendemos que há muitas coisas que não sabemos,
e não podemos ter medo de admitir isso. Se
ouvirmos dizer que outra organização está fazendo
algo que estamos tentando fazer, e eles descobriram
uma maneira melhor de fazer isso, tentamos entrar
em contato com eles e aprender deles. E esperamos
que em algum ponto do caminho possamos
compartilhar algo que aprendemos com eles. Muitos
desses relacionamentos foram enormes vitórias para
nós, e valeram muito tudo que investimos para fazê-
los acontecer.
Na Louisiana, tendemos a ser pessoas relacionais.
Simplesmente entramos na casa das pessoas,
pegamos um refrigerante na geladeira e nos
sentamos no sofá. Usamos o banheiro, pegamos o
cortador de grama emprestado, e nunca sequer
sentimos que precisamos pedir primeiro.
Simplesmente entramos no seu espaço e estamos
prontos para que você entre no nosso. Se eu tenho
alguma coisa e você precisa dela, simplesmente
venha pegá-la. E se você tem algo de que eu preciso,
não se pergunte onde deverá estar quando voltar
para casa e ele não estiver lá.

Se eu tenho
alguma coisa
e você
precisa dela,
simplesmente
venha pegá-
la. E se você
tem algo de
que eu
preciso, não
se pergunte
onde deverá
estar quando
voltar para
casa e ele não
estiver lá.
É assim que muitos dos nossos relacionamentos
com outras igrejas funcionam. Um ótimo exemplo
disso é a nossa amizade com o pastor Stovall
Weems e a igreja Celebration Church, de
Jacksonville. O pastor Stovall é o tipo de sujeito que
eu sei que fará qualquer coisa por mim, e ele sabe
que eu farei qualquer coisa por ele. Ele
provavelmente é o maior fã do time LSU da Flórida,
de modo que todo ano faço com que ele venha a
Baton Rouge e pregue na igreja Healing Place
durante o período dos jogos de futebol. Por causa do
excelente relacionamento entre nossas igrejas,
enviamos a nossa equipe do Cozinhando para Cristo
a Jacksonville diversas vezes para ajudá-los com
alguns de seus grandes eventos. Quando chegou a
hora de levantar os fundos para a nossa Clínica
Médica Móvel, a Celebration Church foi uma das
primeiras da fila pronta a nos ajudar.
Quando construímos relacionamentos uns com os
outros e trabalhamos juntos como ministério e
organização, aumentamos a capacidade uns dos
outros para realizarmos coisas maiores do que
qualquer um de nós poderia fazer sozinho.
Outro exemplo do valor dos relacionamentos
entre os ministérios pode ser encontrado na
Penitenciária Angola.6 Essa prisão é uma das
maiores penitenciárias dos Estados Unidos,
abrigando mais de cinco mil internos. Ela fica a
apenas alguns minutos da nossa igreja, na cidade de
St. Francisville. Sozinhos, seria difícil organizar
uma obra assistencial maciça para todos os internos.
Em vez disso, desenvolvemos um excelente
relacionamento com o Ministério Joyce Meyer.7
Eles têm um coração tremendamente voltado para os
presidiários e um excelente histórico de eventos
ministrando em presídios. Fizemos uma parceria
para realizar um evento evangelístico no interior do
presídio há alguns anos. Oferecemos comida e mão
de obra. Foi um sucesso incrível, e continuamos a
edificar sobre o trabalho que teve início naquele dia
a partir desse impulso inicial. Por causa de um ótimo
relacionamento, podemos participar de uma obra
muito empolgante e de sucesso que ainda está dando
frutos.
Existem centenas de histórias como essa que
mostram como Deus nos abençoou com Seu favor
nos relacionamentos. Por termos dado tanto valor à
construção de relacionamentos ao longo dos anos, a
nossa servolution passou para um nível que jamais
poderíamos ter alcançado sozinhos.

A INTERSEÇÃO ENTRE A
NECESSIDADE E O
RELACIONAMENTO
A nossa servolution corta um caminho muito maior
quando nos relacionamos com outras igrejas e
organizações que têm pensamentos semelhantes. À
medida que sua igreja descobre a natureza da
servolution que Deus projetou para vocês, você
reconhecerá mais necessidades dentro da sua
comunidade e por todo o mundo com as quais você
pode lidar. Tentar descobrir onde investir o seu
tempo, o seu dinheiro e a sua energia para atender a
essa imensa necessidade pode ser um desafio.
Você pode girar um globo, fechar os olhos e
colocar o dedo em qualquer lugar para decidir onde
vai servir. Entretanto, creio que é muito mais sábio
seguir o favor que Deus lhe deu e trabalhar com os
relacionamentos com os quais Ele já o abençoou.
Trabalhe com aqueles que você conhece e em quem
confia, e permita que Deus expanda esses círculos
de relacionamentos ao longo do caminho. Você
descobrirá que ganha cada vez mais relacionamentos
de confiança, e logo você estará ligado a muitas
pessoas que estão fazendo o que você faria se
estivesse ali. Foi exatamente assim que aconteceu
com a nossa igreja em Moçambique.
Localizada próximo a Maputo, em Moçambique,
na África do Sul, Nkobe é composta principalmente
de cabanas de palha construídas na areia, embora
algumas poucas casas sejam construídas com blocos
de concreto feitos em casa. O único acesso à água
potável vem dos poços. Os moradores são pessoas
que foram rejeitadas pela sociedade, desabrigadas e
pobres, vivendo em áreas rurais ou destruídas pela
guerra para que o sistema de “assistência social” do
governo as alcance. O governo, fazendo o que podia
para ajudar, reuniu-os e jogou-os em Nkobe. Parece
um ótimo lugar para se começar uma igreja, não é?
Deixe-me retroceder cerca de sete anos. Eu estava
dirigindo uma minivan branca em uma estrada na
região leste de Zimbábue com Dave Ohlerking e
alguns outros caras da nossa igreja. Quem estava nos
hospedando era um zimbabuano, Dave Van
Rensburg,8 que estava servindo na época como
diretor do ministério Children’s Cup, na África.
Estávamos aprendendo sobre alguns trabalhos que o
Children’s Cup9 estava fazendo com os órfãos da
aids no Zimbábue, e estávamos perto de Mutare, a
caminho de um dos pontos de trabalho deles, quando
Dave apontou para uma cadeia de pequenas
montanhas.
“Bem acima daquelas montanhas está
Moçambique”, Dave nos disse, no seu sotaque muito
interessante, parecendo um guia turístico exótico. “É
onde milhares e milhares de refugiados fugiram para
Moçambique durante a guerra civil nos anos 1980.”
Ele continuou nos contando mais, mas realmente eu
não estava mais ouvindo. No instante em que Dave
começou a falar, Deus colocou algo em meu coração
pelo qual eu não estava esperando.
Vou lhe trazer para fazer algo em Moçambique
um dia. Eu sabia que era Deus, mas, ainda assim, eu
me questionava. Não conhecíamos ninguém em
Moçambique e havia muitas coisas que estávamos
tentando fazer para ajudar o Children’s Cup no
Zimbábue.10 Havia mais necessidades no Zimbábue
do que podíamos suprir, e não parecia que o
ministério Children’s Cup (que era relativamente
jovem naquela época) estaria pronto para se estender
para outro país tão cedo.
Mas eu não podia retirar a palavra de Deus. Deus
havia plantado uma semente no meu coração
naquele dia, naquela estrada de Mutare, e ela nunca
me deixou. Voltamos para casa e continuamos a
nossa parceria com o Children’s Cup e o seu
trabalho no Zimbábue. Nós nos certificamos de que
a nossa congregação fosse informada sobre a obra
que estava sendo feita na África. Mas sempre que
colocávamos uma grande bandeira do Zimbábue do
lado de fora, eu sempre me certificava de colocar
uma bandeira de Moçambique bem ao lado dela.
Não estávamos fazendo nada em Moçambique, mas
eu sabia no meu coração que o tempo estava
chegando.
Vários anos depois, por meio de alguns
relacionamentos-chave com pessoas da região,
trabalhando duro para tornar isso possível, veio a
oportunidade de entrarmos em Moçambique. Visitei
o local com Dave Ohlerking e Dave Van Rensburg,
e durante o nosso tempo ali iniciamos o longo
processo de adquirir terras na comunidade de
Nkobe. Alguns anos depois, começamos a construir
uma igreja no ponto mais alto de Nkobe. Nós a
pintamos de amarelo forte e laranja. (Sim, ela se
destaca tremendamente.)
Se não fosse por um relacionamento saudável
com o Children’s Cup, aquele ponto brilhante em
Nkobe seria apenas outra colina nua e arenosa. A
igreja em Nkobe não é apenas o resultado da
parceria entre a igreja Healing Place e o ministério
Children’s Cup, como também existem outros que
se juntaram a nós no projeto. O ministério Mission
of Mercy11 e a igreja The Family Church of
Lafayette12 pagaram uma grande parte da
construção, e a igreja em Nkobe agora serve como
um posto de saúde do Children’s Cup. Todos os
dias, as crianças do programa de patrocínio infantil
do Mission of Mercy recebem cuidados e amor por
meio dessa igreja. Apenas um ano depois do
lançamento, a igreja Healing Place em Nkobe tinha
mais de quinhentos frequentadores todos os fins de
semana.
Pode ter levado sete anos, mas Deus usou esses
relacionamentos com ministérios comprometidos
para cumprir poderosamente o que Ele havia me
prometido nas sombras daquela cadeia de
montanhas no Zimbábue.
Creditar um alto valor aos relacionamentos
significativos é uma das chaves para fazer qualquer
coisa grande no Reino de Deus. Assim como é
verdade em um casamento saudável, construir
relacionamentos poderosos e íntimos requer tempo,
esforço e a disposição de esticar-se para abraçar
outros. Meu amigo David Meyer13 coloca no fim de
todos os seus e-mails: “Juntos somos melhores.” Ele
está muito certo!
A ESTRATÉGIA
DA Servolution
Os relacionamentos são
tudo.
Bons amigos ao seu
redor o inspirarão a subir a
alturas maiores, acreditarão
em você mesmo quando
você estiver passando por
um vale, e o ajudarão a
carregar o fardo do
ministério. Sem grandes
homens e mulheres ao seu
redor, a vida e o ministério
se tornam difíceis — e
muito solitários.
Amizades que geram
energia. Quem ao meu
redor acredita em mim e no
chamado que Deus colocou
sobre a minha vida? Quem
faz com que eu me sinta
cheio de energia e
edificado interiormente
depois de ter passado
tempo com ele(s)? Quem
são os amigos em que sei
que posso confiar
completamente?

1. Invista nos outros.


Sou um bom amigo?
Tomo a iniciativa de
telefonar, mandar uma
mensagem de texto ou
um e-mail? Procuro
encorajar os amigos
que me cercam? Sou
uma companhia
divertida? Depois de
passar tempo comigo,
os outros se sentem
animados e
edificados?
2. Crie
relacionamentos
autênticos. Sou
verdadeiro com meus
amigos? Sinto a
liberdade de agir
livremente e de falar
sobre as áreas de
vulnerabilidade em
minha vida?
Compartilho os meus
medos ou erros com
meus amigos mais
próximos?
3. Mantenha a porta
aberta. Mantenho a
mente e o coração
abertos para novas
pessoas que Deus
pode estar trazendo
para a minha vida?
4. Valorize as
diferenças. Sinto-me
confortável somente
quando estou perto de
pessoas que são
exatamente como eu?
Tenho amigos que
estão fora da minha
zona de conforto, que
podem ver as coisas
na minha vida e no
meu ministério a partir
de uma perspectiva
diferente? Quem são
eles?
PEGANDO
A TOALHA

Não podemos deixá-los escapar. As pessoas são


prioridade máxima para Deus. Como igreja e como
crentes, precisamos fazer com que a nossa
prioridade máxima seja a mesma de Deus: os pobres
e os sofredores da nossa comunidade, as pessoas que
ainda não conhecem Jesus. Se começarmos pelo
topo e entendermos bem isso, tudo o mais em nossa
vida se encaixará.
Um de meus palestrantes favoritos é Paul
Scanlon,1 da igreja Abundant Life, em Bradford, na
Inglaterra. Ele ensinou uma coisa algum tempo atrás
que ilustrou esse princípio muito claramente para
mim. A ordem das nossas prioridades é como se
vestir de manhã; se tentarmos abotoar nossa camisa
começando pelo meio, a camisa fica toda
desengonçada e torta, e parece que acabamos de sair
de uma filmagem dos Trapalhões. Mas se
começarmos por cima e abotoarmos o primeiro
botão direito, o resto da camisa acaba ficando certo.
O mesmo acontece com o nosso ministério. Se
simplesmente acertarmos o primeiro botão de Deus,
o resto será bem cuidado; nunca teremos de nos
preocupar com de onde virá o dinheiro para o novo
prédio ou com a rapidez com a qual a frequência à
nossa igreja está crescendo; todos os outros botões
da vida e do ministério se encaixarão e funcionarão
perfeitamente.
Como o corpo de Cristo, somos aqueles que
foram alcançados, e cabe a nós nunca nos
desviarmos dessa prioridade máxima de Deus:
aqueles que ainda não foram alcançados. Ele nos
escolheu, nos buscou e nos resgatou de nossa vida
que estava em um beco sem saída, e uma vez que
dissemos sim a Ele, Deus nos usa como um recurso
para alcançar outros. Ele nos ama e diz
orgulhosamente: “Eu os escolho; agora posso usá-
los.” Ao olhar para nós, Ele vê não apenas a nossa
vida, mas também a vida dos outros a quem Ele quer
amar por nosso intermédio. Ele vê os milhões de
pessoas que precisam desesperadamente que uma
revolução se desencadeie em sua vida, e Ele nos
chama para sermos os servolucionários que irão
acender esse fogo.
A minha visão para esse tipo de revolução veio de
muitos anos atrás, em uma noite de domingo,
enquanto eu estava no seminário. Eu estava orando
no altar no fim de um culto, expressando os meus
sonhos para Deus e dizendo a Ele que eu estava
disposto a fazer qualquer coisa que Ele me pedisse.
No meu coração, Deus me mostrou uma imagem do
que Ele tinha em mente para a minha vida. Eu estava
encurvado, carregando um enorme saco de juta nas
costas. Eu estava tensionado sob aquele peso. O
saco estava sujo. Ele estava imundo. Ele tinha
aquele cheiro de algo que ficara guardado no fundo
de um depósito de lixo por anos.
Então percebi o conteúdo do fardo que eu estava
carregando. O saco estava cheio de pessoas. Ele
estava abarrotado a ponto de se romper, com pessoas
que haviam sido jogadas fora pela vida. Pessoas
sofridas, feridas, enfermas, deprimidas, solitárias,
confusas, pobres — essas eram as pessoas que
ninguém queria. Eu sabia que Deus estava me dando
uma visão para a minha vida.
A princípio, fiquei impressionado com o
chamado, com o peso do fardo que Deus estava me
pedindo para levar. Mas à medida que comecei a
sair daquela visão, passei a ver que eu jamais teria
de carregar o fardo sozinho. Se eu conduzisse outros
com humildade e expressasse abertamente o meu
coração e a minha paixão por aquelas pessoas
feridas e oprimidas, Deus reuniria e faria crescer
uma grande equipe de pessoas dispostas a colocar os
seus ombros sob o peso daquele saco de juta e
carregar esse fardo até os pés de Cristo. Aquele saco
imenso — cheio de pessoas feridas, rejeitadas e
preciosas — simboliza a nossa servolution, e ele tem
sido um lembrete contínuo da nossa missão como
igreja.

É HORA DE VOCÊ
PEGAR A TOALHA
Uma servolution está ecoando através do corpo de
Cristo em todo o mundo. Somos um exército
revolucionário de pessoas prontas a assumir o
mandato da prioridade número um de Deus. Não
estamos dispostos a deixar que aqueles que não
conhecem Jesus ainda escapem! Estamos buscando
com determinação os perdidos, os esquecidos e os
pobres para podermos mostrar a eles um Deus que
os ama apaixonadamente. Nós nos levantamos
juntos, com um só coração, para fazer “tudo que for
preciso, sempre que for preciso”, para que os outros
não escapem. Estamos comprometidos em servir a
outros e a mostrar-lhes a esperança que só sentimos
quando conhecemos Jesus Cristo.
É hora de colocar este livro de lado e se juntar ao
movimento. Uma opção é colocá-lo de volta na sua
estante e pensar: Uau, esta realmente é uma história
inspiradora. Mas você provavelmente se esquecerá
dela amanhã. Ou você pode decidir agir hoje e
responder ao chamado de Deus.
É hora de você pegar a sua toalha e se juntar à
servolution. Não há desculpas que valham a vida
eterna de alguém. Com a ajuda de Deus, você pode
conduzir uma servolution e revolucionar a sua
cidade. As tropas são os seguidores de Cristo, as
companhias de soldados são as igrejas e as armas
são as toalhas para servir. Quando você tiver
experimentado a sensação de propósito que se sente
ao servir aos outros com o seu tempo, com os seus
recursos e com cada partícula de energia que tem,
você se descobrirá querendo servir cada vez mais. E
o mesmo acontecerá com toda a sua equipe. Por
meio da nossa vida, das nossas famílias e das nossas
igrejas, Deus está prestes a tocar as vidas de milhões
de outras pessoas de uma maneira que jamais
sonhamos ser possível.
Não podemos deixá-los escapar.
KIT DE FERRAMENTAS
DA SERVOLUTION

A versão online deste Kit de Ferramentas


Servolution pode ser encontrada em
http://www.servolution.org (disponível apenas em
inglês). O que incluí neste apêndice é apenas uma
pequena parte do que você encontrará on-line, por
isso quero encorajá-lo firmemente a dedicar alguns
minutos para dar uma olhada em nosso site.
Bem, espero que a esta altura você esteja pronto
para iniciar uma servolution na sua comunidade.
Nesta seção, incluí algumas ideias que podem ajudá-
lo. Provavelmente você já ouviu falar de algumas
delas, enquanto outras foram incluídas nos capítulos
do livro, mas espero que muitas delas sejam novas
para você.
Também incluí alguns exemplos de como
colocamos essas ideias em ação na igreja Healing
Place. Nossa motivação ao lhe contar as histórias
não é para que você possa fazer exatamente o que
nós fizemos, mas apenas para lhe dar uma imagem
mais clara de como o projeto de alcançar os perdidos
pode funcionar. Você terá de adaptar essas ideias à
sua situação e à sua comunidade.

ESTABELECENDO SUA
PRESENÇA NA COMUNIDADE
É maravilhoso as pessoas saberem que podem contar
com a igreja. Mas ajudá-las a acreditar nisso
significa mais do que apenas gastar dinheiro para
espalhar cartazes pela cidade e fazer anúncios em
jornais. Essas coisas por si só não criarão o nível de
energia positiva que uma servolution precisa ter.
Existem muitas maneiras excelentes de
simplesmente fazer pequenos atos de bondade nas
nossas comunidades. Veja alguns exemplos de como
fazemos isso.
No Dia dos Namorados, às vezes vamos a um
shopping center e entregamos cravos às senhoras
com um bilhete dizendo “Feliz Dia dos Namorados,
da igreja Healing Place”. Costumamos ir ao campus
da Universidade da Louisiana e distribuir pacotes de
chicletes. Quando chega a época do início das aulas
na nossa comunidade, gostamos de fazer doações de
material escolar para as crianças. Nenhuma dessas
obras assistenciais tem um custo alto, mas elas
definitivamente têm um valor alto porque tocam
profundamente as pessoas. A oportunidade de causar
um impacto pessoal é muito maior nesses projetos
do que simplesmente colocar um anúncio em um
jornal.
Se um cartaz é a única maneira utilizada para
fazer a sua comunidade ouvir falar de vocês, talvez
eles nunca façam nada além de saber o seu nome.
Mas ao entregar um cravo a uma senhora com um
bilhete de encorajamento da sua igreja, então é
possível que ela deseje dar mais um passo ao ver o
seu cartaz, simplesmente para tentar saber mais
sobre as pessoas que se importaram o suficiente para
lhe demonstrar um pouco de amor no Dia dos
Namorados.
A pergunta que você tem de continuar fazendo a
si mesmo é: se fechássemos as portas amanhã,
alguém notaria?
Sua resposta sincera a essa pergunta determinará a
eficácia com a qual você está estabelecendo a sua
presença na comunidade. Lembre, não se trata
apenas de cartazes, correspondências ou anúncios
em catálogos telefônicos. Um nome é apenas um
nome até que você possa causar a impressão de
generosidade e amor associadas a ele.
Tentamos abordar a mídia e os anúncios da
seguinte maneira: em vez de simplesmente comprar
espaços na rádio ou em canais de televisão para
fazer anúncios genéricos da igreja, em determinado
ano fizemos uma mensagem curta e simples a cada
semana para ir ao ar em uma rádio local.
Calculamos que se simplesmente fossemos nós
mesmos à rádio, as pessoas pelo menos saberiam
que o que estava no nosso coração era servir a elas e
valorizá-las. O anúncio dirigia o ouvinte à igreja no
fim, mas o ponto era realmente encorajar e oferecer
aconselhamento a uma pessoa que estava presa no
trânsito.
Em outra ocasião, um estuprador em série estava
solto na nossa comunidade. Durante cerca de seis
meses, esse homem foi responsável por uma cadeia
de crimes nos quais ele sequestrou, violentou e
matou uma mulher. É desnecessário dizer que a
nossa comunidade estava lidando com muita dor e
com muito medo. Começamos fazendo reuniões de
oração focadas na comunidade. Mas também
colocamos um spot na televisão, não sobre a nossa
igreja, mas apenas oferecendo encorajamento e
apoio às pessoas da comunidade. Foi apenas outra
maneira de estender as mãos e expressar a nossa
preocupação pelas pessoas em um tempo de
provação. Lembre, não se trata de estabelecer uma
presença para que você possa ser a igreja mais
popular. Trata-se de ter um desejo sincero de amar e
servir à sua comunidade porque você tem algo a
oferecer que pode transformar a vida dessas pessoas
para sempre: o amor de Jesus Cristo.
Eis outra maneira de nos encaixarmos na
comunidade, mas essa ideia não é para os fracos de
coração. Mais de uma vez, selecionamos uma equipe
de voluntários, fomos a dezenas de empresas locais
e perguntamos se podíamos limpar os banheiros.
Entramos e dissemos à pessoa que estava no
comando: “Queremos apenar servir a alguns dos
nossos pequenos empresários locais. Você nos
permitiria pegar o lixo da sua propriedade e limpar
os seus banheiros? É tudo de graça.”
As pessoas geralmente ficavam um pouco
chocadas e diziam algo do tipo: “Por que você iria
querer fazer isso?” Então nós dizíamos a elas:
“Somos da igreja Healing Place, e queremos mostrar
a vocês o amor de Deus. Queremos que vocês
saibam que podem contar conosco.”
É importante que você saiba que não escolhemos
comércios de boa aparência e limpos para atuarmos
nessa obra assistencial. Alguns lugares estavam
terrivelmente imundos. Mas creia-me, o impacto
desse tipo de serviço foi muito mais profundo do
que se tivéssemos entrado nesses lugares e
simplesmente entregado a eles um cartão com o
horário dos nossos cultos.
Olhe em volta com olhos atentos para perceber o
que precisa ser feito, e depois seja a pessoa que
“pega a toalha” e faz.

QUINZE IDEIAS PARA


AJUDAR VOCÊ A COMEÇAR
Uma servolution não é um evento; é uma cultura.
Introduzir essa cultura no DNA da sua igreja
transformará a sua visão do mundo e a sua
perspectiva das necessidades daqueles que vivem ao
seu redor. Esse movimento está ecoando por todo o
corpo de Cristo, fazendo surgir um exército
revolucionário de pessoas prontas para assumir esse
mandato. Estamos buscando os perdidos, os
esquecidos e os pobres para mostrar a eles um Deus
que os ama apaixonadamente. Estamos prontos e
declaramos, em um só coração: “Servirei aos outros
e mostrarei a eles a esperança que podem ter em
Jesus.”
Nesta seção você encontrará diversas ideias
simples e pouco dispendiosas que podem ajudar a
desencadear uma servolution na sua igreja. Essas
ideias não são apenas projetos evangelísticos ou
projetos de serviços comunitários; elas são
catalisadores de cultura para a sua igreja. Portanto,
pegue estas ideias, coloque-as em ação e veja Deus
fazer algo incrível na sua comunidade, na sua igreja
e também em você!
1. Distribua garrafas de água. Vimos centenas de
pessoas virem à nossa igreja porque em um dia
quente de verão da Louisiana elas receberam uma
garrafa de água gelada em nome de Jesus. Essa pode
ter sido a primeira vez que elas experimentaram ser
“servidas sem restrições” e foram impactadas por
toda a eternidade. É uma maneira simples e prática
de deixar que o amor de Deus pelos outros brilhe
através de você.
Creio que vale a pena falar da família que recebeu
água em um cruzamento enquanto estavam visitando
Baton Rouge. Eles ficaram tão inspirados com a
ideia que voltaram para a sua igreja local e fizeram a
própria distribuição de água. Um homem que
recebeu uma garrafa de água foi à igreja deles no
fim de semana seguinte e acabou por entregar sua
vida a Cristo. Todos celebraram uma tremenda
vitória para o Reino.
A parte sombria da história é que apenas alguns
dias depois, o homem morreu inesperadamente.
Graças a Deus porque alguém entregou a ele aquela
garrafa de água. Graças a Deus porque alguém
entregou àquela família uma garrafa de água na
visita deles a Baton Rouge.
O que poderíamos achar que é uma obra
evangelística aleatória é realmente tudo, menos
aleatória, quando Deus a está guiando. Ele sabe
quem estará lá naquele cruzamento naquela tarde. E
Ele sabe como ligar os pontos.
2. Adote uma parte da cidade. Organize uma
equipe da sua igreja para entrar em uma área da sua
comunidade que está mostrando sinais de abandono.
Você pode recolher o lixo, cortar a grama e fazer
trabalhos de limpeza em geral para as pessoas.
Assumir a responsabilidade por uma parte destruída
da cidade dá aos moradores respeito próprio e
também faz com que saibam que existem pessoas
que se importam com eles a ponto de irem onde eles
estão.
3. Inicie uma equipe de cozinha. Todos amam
comer! Encontre pessoas na sua igreja que gostem
de cozinhar e inicie uma equipe de cozinha — um
grupo que possa preparar, cozinhar e servir refeições
para as atividades da igreja e da comunidade.
Cozinhar e servir uma refeição em nome de Jesus
atende a uma necessidade prática e abre a porta para
relacionamentos e ações de evangelismo.
4. Ofereça serviço de mecânico gratuito. Viúvas,
mães solteiras e esposas de militares são mulheres
que geralmente acabam passando pelo fardo da
manutenção de um veículo. Tire um dia para
trabalhar nos carros delas. Tem sido uma bênção
para as senhoras da nossa igreja e da nossa
comunidade quando oferecemos cuidados básicos
gratuitos (troca de óleo, conserto de pa-
ra-brisas e troca de filtro, por exemplo). Como
bônus, esforce-se mais e ofereça cuidados gratuitos
(manicure, pedicure e massagem) às senhoras
enquanto elas esperam. É uma maneira excelente de
fazer algo acima da média e demonstrar o amor de
Deus de uma maneira prática.
5. Ofereça uma equipe de limpeza para servir
após os eventos comunitários. Descubra quais são
os eventos comunitários na sua área e ofereça-se
para servir como parte da equipe de limpeza. Você
provavelmente não vai receber uma resposta
negativa! Você ganhará o favor da sua comunidade
e ajudará a tornar Jesus mais conhecido.
6. Sirva às viúvas. A Bíblia coloca essa necessidade
de maneira muito clara e simples: “A religião que
Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é
esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas
dificuldades e não se deixar corromper pelo
mundo.”1 Dedique algum tempo para visitar uma
viúva — talvez para levar-lhe uma refeição ou se
oferecer para cuidar de algumas tarefas em sua casa,
como arrumar ou consertar coisas. Leve flores e
diga-lhe que ela é amada e preciosa. Uma das
maneiras como temos podido abençoar as viúvas é
trabalhando no quintal delas. Observe como Deus
abençoa a sua igreja quando você serve às viúvas da
sua comunidade. É uma ideia simples, mas muito
boa.
7. Seja ativo no campus da faculdade local. Os
campi das universidades estão cheios de pessoas que
estão buscando a verdade e que precisam do amor de
Jesus. Quando as aulas estiverem para começar,
prepare uma equipe para oferecer ajuda aos novos
alunos a fim de encontrarem a direção dos seus
alojamentos ou salas de aula. Também pode haver
alunos de outros países que poderiam precisar de
ajuda para se acostumarem com a região. É uma
ótima oportunidade de fazer contato com pessoas
recém-chegadas à sua comunidade.
8. Sirva ao governo local. Entre em contato com as
autoridades do governo local para servi-las da
maneira que puder. Coloque de lado quaisquer
diferenças que você possa ter e mostre a elas o amor
imparcial de Deus. Talvez haja maneiras de a igreja
ajudá-las a atingir metas que elas não foram capazes
de atingir sozinhas.
9. Sirva aos desabrigados da comunidade.
Independentemente do motivo pelo qual alguém está
desabrigado, as pessoas desabrigadas ainda precisam
ser lembradas de que Deus as ama, se importa com
elas e tem um plano para sua vida. Uma maneira de
ajudá-las é servindo o café da manhã uma vez por
semana no local onde eles estão. Ofereça-se para
orar por eles e, se estiverem prontos, ajude-os a
encontrar trabalho e abrigo.
10. Comece um refeitório gratuito. Deixe que a
sua igreja seja um lugar onde as pessoas da
comunidade possam ir para receber mantimentos
quando elas estiverem com dificuldades financeiras.
Isso abre uma tremenda oportunidade de construir
relacionamentos com famílias e dá a elas a chance
de conhecerem Jesus, o Pão da Vida.
11. Ofereça café gratuito aos que estão na sala de
espera da emergência dos hospitais. Se você já
esteve na sala de espera de uma emergência, sabe
como o tempo parece passar devagar. Que outra
hora seria melhor para aparecer com um copinho
grátis de um café gostoso? Você pode ser uma
bênção para enfermeiras e médicos também.
Bebidas energéticas, café quente e barras de cereais
em geral são muito bem-vindos. Esse tipo de obra
assistencial é simplesmente a ação do povo de Deus
buscando servir aos que sofrem.
12. Distribua material escolar. Você pode ser uma
grande bênção para as famílias menos privilegiadas
durante o início do ano letivo oferecendo livros,
cadernos, mochilas e material como canetas, lápis e
papel. Essa é uma ótima maneira de se relacionar
com as famílias e demonstrar o amor de Deus de
uma maneira prática.
13. Estenda a mão para ajudar mães solteiras
carentes. Outro ato de bondade é dar auxílio a mães
solteiras. Você pode se oferecer para ajudá-las a se
mudar, cortar a grama, fazer tarefas ou cuidar das
crianças. Essas preciosas mulheres carregam o peso
da responsabilidade por toda a família e estão
sempre prontas a aceitar um apoio extra. Muitas
vezes, as mães solteiras não querem pedir ajuda,
portanto procure maneiras de servi-las.
14. Responda à crise e à tragédia na sua
comunidade. Não importa se a sua comunidade é
grande ou pequena, mais cedo ou mais tarde alguém
terá de enfrentar uma tragédia. Ela pode vir na
forma de um incêndio, um acidente de carro, a perda
de um ente querido, a perda de um emprego ou
talvez um desastre natural. O corpo de Cristo deve
ser o primeiro a responder às necessidades das
pessoas que são atingidas por uma tragédia. Se você
quer estar onde Jesus está, abrace os que estão
sofrendo.
15. Entre em contato com outros grupos que já
estão servindo à comunidade. Existem muitas
organizações de boa reputação que já trabalham com
as vítimas do câncer, com os que sofrem de paralisia
cerebral e aqueles que têm outras deficiências
físicas. Existem muitas maneiras de você se
envolver e estender a mão para tocar os que
precisam do amor de Deus.
Potencialize os seus recursos encontrando aqueles
que já estejam servindo e ajudando-os com o fardo
que eles estão carregando. Quando nos unimos para
servir ao objetivo comum de ajudar as pessoas a
encontrarem esperança em Jesus, somos muito mais
eficazes do que poderíamos ser sozinhos. E, no fim
das contas, demonstrar às pessoas o amor de Jesus é
o principal objetivo de todos nós.

MAIS ALGUMAS IDEIAS PARA


VOCÊ EXPERIMENTAR
Encontre as pessoas que estão saindo dos bares,
na hora de fechar. Por volta das duas da manhã
(horário em que a maioria dos bares fecha nos
Estados Unidos), visite os bares da sua comunidade
com garrafas de água e suco. É impressionante como
as pessoas são receptivas nessa situação. Muitas
foram aos bares para preencher um vazio ou em
busca de um alívio para as pressões da vida. Há
lugar melhor para a igreja estar, oferecendo o amor
de Cristo no exato lugar da necessidade?
Dê rosas às mulheres que trabalham nos clubes
de strip-tease. As mulheres que trabalham como
dançarinas ou prostitutas precisam
desesperadamente saber que são amadas e preciosas.
Descobrimos que quando levamos rosas, pequenos
presentes e bilhetes de encorajamento aos camarins
desses clubes, há uma reação avassaladora. Elas
ficam chocadas com o fato de que uma igreja possa
realmente se importar com elas e achar que elas têm
valor.
Por causa da natureza dessa obra assistencial,
tomamos muito cuidado com quem vai participar.
Não deixamos qualquer pessoa que apenas deseja
participar. Em primeiro lugar, esses voluntários
precisam estar espiritualmente preparados. Isso é
fundamental. Outra estratégia é ter papéis-chave
para os homens e as mulheres da equipe. Enquanto
as mulheres estão dentro do clube, os homens ficam
do lado de fora e fazem contato com os seguranças
do local. Em geral é nessas conversas fora do clube
que alcançamos o favor que nos permite ter o acesso
que precisamos para servir às mulheres.

EDIFIQUE OUTRAS IGREJAS


Não se permita ver outras igrejas como
competidores. Estamos no mesmo time e, no fim das
contas, todos nós estamos tentando povoar o céu. É
uma boa ideia procurar continuamente maneiras de
honrar outras igrejas, de encorajá-las e de ajudá-las a
terem êxito. Não é raro um membro da equipe ou
outra igreja me dizer: “Ei, as pessoas daquela igreja
precisam comprar aparelhos de ar-condicionado.
Você quer ajudá-las com isso?” Na maior parte do
tempo, principalmente se for alguém com quem já
temos um relacionamento, “subimos a bordo” para
ajudá-los a conseguir o que precisam. Existem
provavelmente cinquenta igrejas na cidade às quais,
vez por outra, pudemos ajudar de alguma maneira.
Também existem centenas de igrejas em todo o país
que nos ajudaram em algum ponto do caminho.
Precisamos iniciar relacionamentos positivos com
outras igrejas da cidade. Eis aqui apenas algumas
ideias:

• Telefone para outro


pastor e convide-o e à
sua família para jantar.
• Descubra se existem
objetos que a sua
igreja possa doar para
outra igreja para fazer
com que os cultos ali
se desenvolvam
melhor: microfones,
instrumentos, artigos
para berçário, jogos
para jovens, cadeiras,
púlpitos etc.
• Convide os grupos
de jovens de outras
igrejas para os seus
eventos gratuitamente,
ou envie alguns de
seus estudantes para
servirem ao ministério
de jovens de outras
igrejas.
• Faça contato entre
sua equipe e seus
líderes e a equipe e os
líderes das mesmas
áreas de ministério de
outra igreja.
• Convide outras
igrejas para entrarem
em parceria com você
em uma obra de
evangelismo e
assistência
comunitária.
• Convide outro pastor
para pregar na sua
igreja.

Há alguns anos colocamos este último item em


prática durante um período inteiro de verão. Todas
as quartas-feiras convidávamos um pastor diferente
de uma área da nossa comunidade para pregar à
noite na igreja Healing Place. A reação foi
surpreendente. A confiança entre nossas igrejas foi
fortalecida enormemente, e a verdade de que
realmente estamos no mesmo time se tornou real
para muitas pessoas.
Outro exemplo de parceria entre igrejas é o
relacionamento entre a nossa igreja e a Bethany
World Prayer Center. Durante décadas, a Bethany
tem sido uma tremenda igreja na nossa comunidade,
com vários milhares de membros. O potencial para a
competição entre as nossas igrejas certamente existe.
Mas Deus deu ao pastor Larry Stockstill e a mim um
excelente relacionamento, e o resultado é que nossas
igrejas têm podido entrar em parceria de algumas
maneiras significativas. Trabalhamos muito
próximos durante as consequências do furacão
Katrina. Unimos o nosso povo mais de uma vez para
cultos e eventos em comum. Talvez a imagem mais
clara do nosso relacionamento tenha sido quando o
Pastor Larry e eu nos revezamos pregando na igreja
um do outro. Foi uma grande honra tê-lo pregando
para o nosso povo, e também me senti honrado em
poder falar ao maravilhoso povo da Bethany. Isso
também esclareceu qualquer dúvida sobre se havia
alguma competição entre nós.

UNIDADES MÉDICAS E
ODONTOLÓGICAS MÓVEIS
Nossa igreja realiza um serviço de assistência
médica que é um ótimo exemplo de como alguém
com um coração que arde por suprir uma
necessidade pode fazer uma obra assistencial
incrível acontecer. A Dra. Cheri LeBlanc2 é uma
médica da nossa igreja que me procurou há vários
anos e me falou sobre algumas unidades médicas
móveis que ela tinha visto. Ela queria saber se havia
alguma possibilidade de lançarmos uma obra
assistencial daquele tipo. As unidades eram caras e
não estavam dentro das nossas possibilidades, então
eu disse: “Amo a ideia. Como não temos nada do
tipo em andamento ainda, você poderia começar a
fazer algumas obras assistenciais na área médica
sem uma unidade móvel?” Ela reuniu alguns amigos
para discutirem o assunto.
Eles começaram a ir a igrejas menores ao redor da
nossa área e a um dos campi das nossas
universidades oferecendo exames médicos gratuitos.
Eles fizeram tanto sucesso com essas obras, que
tiveram a ideia de fazer uma feira da saúde para a
comunidade. Acompanhamos o processo e
convidamos profissionais da saúde para participar.
Aquele acabou se tornando um grande evento. O
nosso auditório estava lotado de cabines oferecendo
exames de colesterol, exames quiropráticos, exames
de vista e exames de audição, para citar apenas
alguns. Havia até unidades móveis do lado de fora
para fazer mamografias e exames de próstata. Tudo
era oferecido gratuitamente e mais de mil e
quinhentas pessoas participaram.3 Além disso,
abrimos inscrições para as pessoas que desejavam
ser doadoras de órgãos, oferecemos massagens e
informações sobre terapias físicas. Foi fenomenal.
Demonstrando o quanto ela tinha em seu coração
o genuíno sentimento da servolution, a Dra. Cheri
me disse que queria fazer aquela obra assistencial
em outras igrejas. Por termos feito tantos contatos
naquele dia, foi fácil convidar profissionais e
planejar essas feiras de saúde em outros locais.
Foi algo bom também, porque exatamente quando
essas obras assistenciais estavam realmente
começando a acontecer, o furacão Katrina nos
atingiu. Milhares de pessoas haviam deixado suas
casas sem seus remédios ou tinham receitas mensais
que estavam vencidas. Pense nisto: idosos estavam
sem seus remédios, pessoas que faziam diálise ou
sofriam de doenças crônicas graves tinham pouco ou
nenhum acesso a seus tratamentos, pessoas que
tomavam remédios para transtorno bipolar ou
transtorno maníaco-depressivo estavam sem seus
remédios pela primeira vez em anos. As pessoas
haviam perdido suas receitas e encontrar as fichas
médicas era quase impossível.
É desnecessário dizer que o atendimento médico
de repente se tornou uma preocupação primordial
para muitas pessoas. A Dra. Cheri e sua equipe
montaram uma clínica provisória no abrigo para as
vítimas do furacão em nossa igreja em
Donaldsonville e começaram a visitar diferentes
abrigos também. Cinquenta e seis igrejas da área
haviam se tornado abrigos, e ela e sua equipe
fizeram o melhor para servir a todos eles.
Com tantos médicos da nossa área se deslocando
para outras partes do país, começamos a reconhecer
que a necessidade de atendimento médico daquele
tipo não iria desaparecer tão cedo. Descobrimos um
grupo com base em Portland, Oregon, que oferece
clínicas médicas móveis para pessoas em todo o
mundo. Depois de nos visitarem em Baton Rouge, a
equipe da Medical Teams International4 nos
orientou a considerar a hipótese de adquirir uma
clínica médica móvel. Sentimos que isso era algo
que deveríamos fazer, então ligamos para alguns de
nossos amigos que têm o coração voltado para esse
tipo de obra assistencial e pedimos a eles que fossem
nossos parceiros para fazer isso acontecer. Por causa
da bondade deles e da confiança que havíamos
conquistado nesses relacionamentos ao longo dos
anos, não demorou até que “Ele”5 estivesse se
dirigindo à propriedade da igreja Healing Place.
A Dra. Cheri percebeu que a necessidade seguinte
era de uma obra de assistência na área odontológica.
A unidade médica móvel para esse tipo de
tratamento era mais difícil de encontrar porque não
existem muitas unidades equipadas para realizar
cirurgias orais por aí, aguardando para serem
compradas. Quando Joyce Meyer,6 uma das pessoas
mais generosas que conheço, descobriu que
precisávamos de cento e quinze mil dólares para
comprar esse tipo de unidade, ela fez um cheque no
valor total! Graças a Deus pelos excelentes
relacionamentos que temos com alguns ministros de
Deus, que têm a mente voltada para a servolution.
Hoje, é da seguinte maneira que uma obra
assistencial típica do Ministério Healing Hands
(Mãos que Curam)7acontece: usamos um
estacionamento de uma igreja ou de um centro
comunitário e estacionamos as unidades médicas e
odontológicas. Montamos mesas, áreas com
cadeiras, música e balões para as crianças, e muitas
vezes preparamos o almoço para todos. Também
temos sempre alguns capelães treinados no local que
conversam com todos que comparecem para fazer
um exame. Eles passam a conhecer os pacientes,
perguntam como está a vida deles e se precisam de
oração por alguma necessidade. Em 2007, servimos
a mil e quinhentos pacientes. Cada paciente recebeu
oração, e vimos setenta pessoas aceitarem Jesus. E
quatrocentos e setenta e um dentes foram
arrancados; ora, são muitos dentes!
Tudo bem, você talvez esteja pensando que essa é
uma ótima história e você está feliz por tudo ter
saído tão bem para nós. Mas não passe por esse
parágrafo depressa demais. Você pode muito bem
ter um médico ou um profissional da área médica na
sua igreja com quem Deus está falando sobre iniciar
uma obra de assistência médica. Não se preocupe se
você tem dinheiro suficiente para fazer isso; faça o
que pode com o que você tem. Não começamos com
uma unidade médica móvel. Simplesmente
começamos servindo às pessoas com o que
tínhamos, e Deus partiu desse ponto para fazer o que
Ele queria.

A IGREJA EM MUITOS LUGARES


Diversas igrejas descobriram que estar em muitas
localidades é uma excelente maneira de ampliar o
seu alcance na comunidade. Oferecendo inúmeras
opções de localidade, estilo, tempo de culto e
ambiente, uma igreja pode atrair uma variedade
maior de pessoas do que apenas com um culto no
domingo às dez da manhã, em um único local.
Em 2004, abrimos as nossas duas primeiras
igrejas em outras localidades, e implantamos mais
sete igrejas em lugares diferentes nos quatro anos
seguintes. Ao desenvolver múltiplas estratégias,
acho importante que as igrejas mantenham o foco no
idioma, no ambiente espiritual e nas condições
econômicas da comunidade em que esse novo
espaço vai se localizar. A nossa estratégia deve estar
menos ligada ao fato de a igreja poder se sustentar
financeiramente ou não, e mais ligada ao fato de se
estamos dispostos a nos comprometer a fazer o que
for necessário para suprir as necessidades das
pessoas daquela comunidade. Boa parte dessa
questão pode ser respondida considerando-se os
relacionamentos que você tem na área na qual deseja
iniciar um trabalho. Procure promover uma
interseção entre a necessidade da área e os
relacionamentos que você tem nela.
Pelo fato de a nossa estratégia seguir essas
características, quando você olha para as nossas
igrejas superficialmente nota que não existem duas
igrejas Healing Place similares. Por exemplo, uma
delas fica em uma área rural, na sua maioria com
moradores antigos que conhecem muito bem todas
as pessoas da comunidade. Outra fica em uma
comunidade no coração de um dos endereços mais
pobres do nosso país. Temos duas igrejas de língua
hispânica que alcançam um enorme e crescente
segmento da nossa comunidade. Duas de nossas
igrejas ficam do outro lado do mundo, bem no meio
de comunidades africanas castigadas pela pandemia
da aids e de uma pobreza execrável. Cada uma das
demais igrejas é igualmente única.
Com uma coleção tão diversificada de culturas
sendo servidas por nossas unidades, é absurdo
pensar que podemos ser eficazes como igreja se
tentarmos forçar cada uma delas a ser exatamente o
mesmo que as outras. Alguns de nossos pastores
usam cavanhaque; outros fazem a barba rente.
Alguns são um pouco grisalhos; outros usam um
estilo de penteado arrepiado e descabelado. Alguns
dos membros da equipe enfiam a camisa por dentro
da calça, outros as usam por fora, e outros até usam
gravata de vez em quando. (E, sim, eles recebem um
olhar engraçado quando fazem isso.) Decoramos os
espelhos dos banheiros de uma maneira em uma
igreja, e talvez não usemos decoração alguma em
outra unidade. Existem coisas simples que tornam
cada igreja Healing Place única. E, tudo bem,
porque não estendemos as mãos para ajudar apenas
um tipo de comunidade ou população, de modo que
fazemos o nosso melhor para garantir que a igreja
assuma a característica da comunidade a quem ela
serve.

SERVOLUTION DAY — O DIA


DA SERVOLUTION
Embora seja verdade que a servolution é mais do
que apenas um evento, há uma enorme vitória em
montar um evento periodicamente apenas para
reunir as pessoas e “atacar” a comunidade com
ações assistenciais por toda a parte. Eis algumas
obras assistenciais que realizamos em um evento
Servolution Day — O Dia da Servolution,
recentemente:

• Festa na quadra da
igreja principal:
brinquedos infláveis,
comida e bebida
grátis, torneios de
basquete três por três,
pintura de rosto.
• Assistência ao
Battered Women’s
Shelter Outreach
(Abrigo de Mulheres
Espancadas): limpeza,
reforma e renovação
no abrigo, dando às
mulheres um dia
muito especial de
cuidados e mimos.
• Assistência a
orfanatos: limpeza de
orfanatos por dentro e
por fora.
• Limpeza das quadras
do centro da cidade:
coleta de lixo, corte da
grama e limpeza de
casas.
• Limpeza nas escolas
do centro da cidade:
limpeza, pintura e
pequenos reparos.
• Distribuição de água:
distribuição de água
grátis em ruas
movimentadas.
• Lavagem de carros:
apenas a velha
lavagem de carros,
sem aceitar doações.
• Assistência às casas
de repouso: visitas,
jogos e leituras.
• Lanches para
funcionários de
hospitais: barras de
cereais, café, biscoitos
e sucos.
• Assistência à ala
infantil de um hospital
local: jogos,
distribuição de
brinquedos e leituras.

Juntamente com jogos, limpezas e distribuições,


eis o que realmente acontece: oramos pelas pessoas,
oferecemos esperança, alimentamos os famintos,
visitamos viúvas, brincamos com órfãos e
compartilhamos o evangelho. Centenas e centenas
de voluntários estendem suas mãos e tocam milhares
de vidas. É assim que é a matemática de Deus!

EVANGELISMO DE NATAL
Algumas famílias da igreja tiveram uma ideia para
ajudar outras pessoas que se tornou parte do que
fazemos no Natal na igreja Healing Place desde
então. Veja o que postei no meu blog descrevendo
essa atividade:8
Nesse fim de semana
distribuímos vouchers
de supermercado para
pessoas que
precisavam de ajuda
neste Natal.
Dedicamos alguns
minutos do nosso
culto para dizer às
pessoas que se elas
tivessem alguma
necessidade neste
Natal que um cartão-
presente de
supermercado pudesse
ajudar a suprir, elas
deveriam nos
comunicar depois do
culto. Tínhamos
pessoas prontas para
encontrá-las, para orar
com elas e para lhes
entregarem os cartões
com base em quantas
pessoas havia na
família.
Quatro famílias da
nossa igreja fizeram
doações para tornar
tudo isso possível.
Pensei em Lucas 14,
quando Jesus fala
sobre convidar os
pobres e você ser
abençoado; embora
eles não possam lhe
retribuir, você será
recompensado no céu.
Foi disso que essa
atividade tratou.
Estaremos
distribuindo vouchers
nas nossas igrejas este
fim de semana em um
total de vinte e seis
mil dólares.
E uma coisa que
realmente gosto nisso
é que temos diversas
famílias na igreja que
estão ministrando às
pessoas a quem
estamos dando os
vouchers. As famílias
que precisam dessa
ajuda são amadas e
recebem oração
quando vêm buscar os
vouchers. Elas vão
embora duplamente
abençoadas.
Graças a Deus por
aqueles que doaram
para que isso
acontecesse, e graças a
Deus pela honra de ser
parte desta família —
um lugar onde as
pessoas podem
receber.

DREAM CENTERS
O objetivo definitivo de tudo que fazemos é apontar
Cristo para as pessoas. Um Dream Center é como
chamamos o espaço multitarefas no qual algumas de
nossas igrejas estão localizadas; é um lugar onde as
pessoas podem vir para encontrar esperança e
aprender sobre o sonho de Deus para sua vida, e
onde esses sonhos podem ser alimentados.
Descobrimos que os Dream Centers são uma
excelente maneira de criar um ambiente em que as
pessoas possam encontrar esperança na última
prateleira — um local que elas podem alcançar.
Temos dois Dream Centers (em Baton Rouge e
Donaldsonville), projetados de acordo com os de
Los Angeles e St. Louis. Montamos os nossos
Dream Centers tendo alvos específicos em mente:
mulheres, crianças, viciados em drogas e
desempregados.
Eis um cenário típico: uma mulher vem ao Dream
Center de Baton Rouge dizendo que precisa de
ajuda porque seu marido acaba de ser preso e ela
não tem emprego. Nós a ajudamos com toda a
informação que ela necessita para se candidatar à
ajuda do governo, depois avaliamos suas aptidões
para ajudá-la a encontrar um emprego. Durante todo
o processo, o nosso objetivo é ajudar as pessoas
espiritualmente. Se elas estiverem lidando com a
raiva, a violência, o ressentimento ou a amargura,
estamos prontos para caminhar com elas nesse
período difícil da vida.
O nosso primeiro Dream Center fica em
Donaldsonville, cerca de quarenta e cinco minutos
ao sul da nossa igreja em Highland. Donaldsonville
fica em um dos endereços mais pobres da nossa
nação. Tem as mais altas taxas de prisão e
desemprego. Começamos servindo à comunidade e
logo estávamos prontos para estabelecer algo mais
permanente. Decidimos iniciar um Dream Center
que também serviria como sede da nossa igreja em
Donaldsonville.
Depois de servirmos ali por alguns anos, as
autoridades municipais nos procuraram para falar de
uma escola que havia sido fechada recentemente.
Ela estava em condições relativamente boas, mas
simplesmente não precisavam mais dela.
Perguntaram se estaríamos dispostos a ocupar o
lugar e usá-lo para realizar obras assistenciais para a
cidade. É claro que sim! O lugar era imenso! Havia
um enorme espaço para os programas que tínhamos
sonhado em fazer, mas simplesmente não
dispúnhamos de espaço para fazer isso no nosso
local original. Agora podemos fazer cultos em
ambos os locais de Donaldsonville e os usamos
como instalações do Dream Center. Esse é um
testemunho impressionante de Deus nos concedendo
o Seu favor por meio da nossa servolution em uma
comunidade.
O nosso segundo Dream Center fica no centro de
Baton Rouge. Ali há uma igreja que foi construída
em 1946, na Winbourne Avenue, constituindo-se em
uma importante influência para o evangelho na
nossa cidade por muitos anos. Mas ao longo dos
anos, sua capacidade de influenciar a comunidade
diminuiu, e eles fizeram uma das coisas mais dignas
de honra que já vi uma igreja fazer. Eles convidaram
outra igreja para usar suas instalações a fim de servir
à comunidade. Por causa de algumas conexões, eles
sabiam sobre o nosso coração voltado para servir às
pessoas de Baton Rouge, e nos escolheram.
As instalações são maravilhosas. Há um prédio de
dois andares com um enorme salão que serve de
cafeteria e uma sala de reuniões. Depois há o
santuário grande de tijolos e vitrais coloridos. Eles
nos permitiram não apenas usar o prédio da sala de
aula, mas também realizar cultos no santuário. Que
bênção!
Já sabíamos há algum tempo que uma das maiores
necessidades ainda não atendidas em Baton Rouge
era um abrigo para mães com crianças. E uma das
maiores vantagens dessas instalações do centro da
cidade é que o andar superior tem diversas salas
adaptadas para os que precisam de alojamento
temporário. Ao percebermos as possibilidades
daquele espaço e a necessidade da cidade, decidimos
que essa poderia ser a oportunidade perfeita para
responder a necessidade de abrigo para as mães com
crianças.
Uma das coisas mais incríveis com relação a um
Dream Center é que ele oferece a oportunidade de
servir de vários modos. Eis algumas maneiras com
as quais estamos servindo atualmente no nosso
Dream Center em Baton Rouge:
Evangelismo de sábado. Todos os sábados nós nos
reunimos no Dream Center de Baton Rouge para um
evangelismo no centro da cidade. O nosso objetivo é
encontrar maneiras de servir à comunidade, quer
indo de porta em porta com mantimentos, visitando
viúvas, fazendo trabalhos nos quintais dos
moradores ou coletando lixo. Toda semana, dúzias
de voluntários abrem mão de sua manhã para
estender a mão para os perdidos, para lembrar as
pessoas sobre o seu valor e para fazer a diferença na
vida de alguém. Servimos às pessoas, oramos por
elas e vemos Deus abrir um caminho onde parecia
não haver caminho algum. Em simples atos de
bondade, vimos salvação, cura e esperança sendo
restaurada. Essa não é uma boa maneira de começar
o seu fim de semana?
Iniciativa para readaptação de ex-presidiários.
Uma das obras assistenciais que iniciamos foi o
programa de readaptação de presos, que ajuda os
recém-libertos a desenvolverem aptidões e a
encontrarem emprego. Juntamente com treinamento
profissional e educação, também oferecemos
acompanhamento judicial e mentoreamento para ex-
presidiários não violentos e que não tenham tido
envolvimento com crimes de caráter sexual.
Também podemos orientá-los para se inscreverem
em programas de assistência do governo, dos quais
muitos ex-presidiários não se beneficiam
simplesmente por não saberem como ter acesso a
esta ajuda. Existem muitas pessoas na nossa
comunidade que precisam de uma segunda chance.
Nossos voluntários podem ser parte dessa oferta de
uma nova esperança e restauração.
Programa pós-escola. Todas as semanas abrimos
nossas portas para a juventude da comunidade. Em
um esforço para construir relacionamentos e
oferecer meios de recreação saudáveis, oferecemos
aos jovens de 12 a 18 anos a chance de se
envolverem com esportes, artesanato, dança, arte,
culinária, estudo, aulas de informática e outras
atividades. Oferecemos aulas de educação sexual
nas quais falamos sobre abstinência e
estabelecimento de objetivos, permitindo que as
crianças se sintam seguras para fazer as perguntas
difíceis.
Muitos dos jovens do norte de Baton Rouge
enfrentam enormes desafios em casa. Esses desafios
incluem famílias de pais solteiros ou famílias mistas,
pobreza, pais ausentes e violência contínua. O vício
em drogas está desenfreado e os jovens geralmente
são obrigados a fazer escolhas destrutivas apenas
para sobreviver. A não ser que algo mude, é
provável que mais jovens sejam direcionados para a
prisão do que para a faculdade. Queremos ser o
“algo” que acontece para mudar isso.
Evangelismo de rua para jovens. É difícil pensar
na realidade dos jovens desabrigados e da
prostituição infantil na nossa comunidade.
Infelizmente, só porque nos sentimos
desconfortáveis com a ideia, isso não significa que
ela não é real. Quarenta e oito horas depois de fugir
de casa, a maioria dos jovens terá contato com um
cafetão, um traficante ou com ambos.
O nosso objetivo é alcançar as crianças antes que
as percamos para as ruas. Em um esforço para trazer
esperança para algumas dessas situações
aparentemente sem esperança, iniciamos um
evangelismo junto aos jovens desabrigados.
Atingimos as ruas oferecendo alimento, kits de
higiene e um ouvido atento. O nosso objetivo é
desenvolver confiança suficiente junto a esses
jovens para que eles nos permitam ajudá-los a
buscar outro caminho na vida.
Juntamente com os nossos evangelismos de rua,
também oferecemos um centro para visitas
informais no qual os jovens desabrigados ou em
risco podem tomar um banho, lavar as roupas e
passar algum tempo com pessoas que realmente se
importam. Quando estamos nas ruas, fornecemos
informações de contato com a nossa linha telefônica
vinte e quatro horas para jovens e famílias que estão
em busca de ajuda. Temos parceria com várias
outras organizações que oferecem serviços de
abrigo, caso esses jovens optem por sair das ruas.
Evangelismo para os desabrigados. Uma vez por
semana saímos cedo para servir uma refeição quente
aos homens e mulheres desabrigados no centro de
Baton Rouge. Essas pessoas preciosas
frequentemente são ignoradas e negligenciadas pela
sociedade. Simplesmente oferecendo uma refeição
grátis e um ouvido atento, podemos fazer uma
enorme diferença na vida delas. Muitas das pessoas
que conhecemos durante esse café da manhã nas
ruas procuram a igreja para participar de um evento
especial que realizamos às sextas-feiras, dando-lhes
a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus e
encontrar comunhão e propósito para sua vida.
Evangelismo à meia-noite. Uma vez por mês
vamos às ruas em busca daqueles que de algum
modo se perderam pelo caminho e se viram
envolvidos com drogas, violência e com a indústria
do sexo. Quer estejam dançando em um clube de
strip-tease ou vendendo drogas em uma esquina,
acreditamos que Deus ainda tem um propósito para
eles. Entregando uma rosa a uma dançarina ou
dando uma garrafa de energético gelado a um
traficante, vimos atos simples de bondade falar
muito sobre o amor de Deus. A maioria daqueles
que encontramos nesses evangelismos não vai à
igreja, então nós levamos a igreja até eles.
Aparecendo consistentemente onde elas estão,
desenvolvemos relacionamentos com pessoas que
são tipicamente difíceis de alcançar.
Recebemos uma carta certa vez da mãe de uma
jovem que recebeu uma rosa durante um desses
evangelismos. Ela nos disse que sua filha ficou
surpresa pela bondade que lhe foi demonstrada pelas
pessoas de uma igreja, e isso fez com que ela
repensasse como se sentia a respeito de Deus.
Aquela mãe preciosa disse que sua filha estava
deixando o emprego e voltando para casa no
Alabama. Graças a Deus pelo poder de um simples
ato de bondade feito com amor!
Ensino e debate em um pequeno grupo. Fazemos
tudo que podemos para ajudar homens e mulheres a
desenvolver as ferramentas necessárias para viver a
vida que Deus pretende que elas vivam e para lhes
dar um senso de propósito. Por meio de
ensinamentos, discussões em grupo, comunhão e
oportunidades de serviço, Deus está restaurando um
senso de propósito e importância nos homens e
mulheres dessa comunidade.
Trabalhamos com desabrigados, traficantes,
prostitutas, mães e pais solteiros e com aqueles que
estão lutando apenas para sobreviver por mais um
dia.
Recebendo equipes missionárias em curto prazo.
Do evangelismo nas ruas às clínicas médicas, tudo
que fazemos torna-se possível por meio dos
voluntários. Somos abençoados por podermos
receber equipes de todas as partes do país que vêm
para servir nos nossos Dream Centers,
possibilitando que levemos a igreja às ruas. As
equipes ficam abrigadas no local e têm a
oportunidade de participar dos evangelismos, dos
projetos de serviço e da ministração individual. Elas
não apenas aprendem sobre o que fazemos; elas
podem experimentá-lo por si mesmas, de um modo
próximo e pessoal. Recebendo missionários em
curto prazo, podemos conferir poder a outros para
levarem o que aprenderam aqui e adaptá-lo às suas
cidades. Queremos ver uma servolution acontecendo
em todo o mundo, e essa é a maneira que
encontramos de poder espalhar o movimento.
Boutique de roupas. Essa é realmente uma ideia
simples, mas muito eficaz para conferir dignidade às
pessoas necessitadas: uma boutique com roupas
grátis dando às pessoas a oportunidade de “comprar”
roupas novas ou quase novas. Muitas das roupas que
oferecemos “aparecem” nos cultos de domingo.
Podemos oferecer às pessoas não apenas o que
vestir, mas também um senso de dignidade.
A boutique não é apenas uma versão gratuita de
uma loja barata; temos algumas diretrizes estritas
com relação às doações que aceitamos:

1. Aceitamos roupas novas ou roupas


que pareçam novas. Queremos roupas
que estejam na moda e tenham estilo
(desta década; não o uniforme da
banda do colégio).
2. Aceitamos meias e roupas íntimas
novas (não aceitamos nada dessa
categoria que tenha sido usado).
3. Aceitamos toalhas novas ou quase
novas (sem furos, manchas ou pontas
esfarrapadas).
4. Aceitamos sapatos novos ou
seminovos, como chinelos, tênis e
botas.
5. Aceitamos sofás, colchões e camas
que sejam novos ou seminovos.

O ponto é que não queremos oferecer lixo às


pessoas. Se você chama de lixo, não traga para cá
nem ofereça a alguém como se fosse um tesouro.
Queremos edificar o senso de valor das pessoas e
dizer que elas são preciosas para Deus e para nós.
Queremos dar o nosso melhor às pessoas, assim
como Deus nos deu o Seu melhor. O nosso coração
está voltado para oferecer às pessoas esperança,
dignidade e a Palavra de Deus, e algumas vezes tudo
começa com algumas roupas novas.
OS RECURSOS DA
SERVOLUTION

O propósito dessa seção é fazer com que você dê


uma rápida olhada em algumas das parcerias-chave
que fizemos na nossa servolution que podem se
mostrar valiosas quando você lançar a sua própria
servolution.

GRANDES ORGANIZAÇÕES
PARA AJUDAR NA SUA
SERVOLUTION
Children’s Cup (www.childrenscup.org). O
propósito do Children’s Cup é levar ajuda
humanitária e espiritual aos lugares difíceis onde a
guerra, os desastres naturais e as epidemias
devastaram sociedades. Por meio de uma rede de
vários pontos de atendimento, o Children’s Cup
oferece apoio médico, educacional, emocional e
espiritual às crianças da comunidade. Essa é a
organização com a qual temos uma parceria para
estabelecer as nossas igrejas na África. A obra
humanitária centralizada em Cristo que eles fazem
tão fielmente abriu algumas portas maravilhosas
para a pregação do evangelho no sul da África.
Cyrus International
(www.cyrusinternational.org). O Cyrus
International é uma obra de caridade sem fins
lucrativos, comprometida em confrontar as
atrocidades do tráfico humano, dos órfãos
negligenciados e das vítimas domésticas de abuso de
substâncias. O Cyrus é especializado em fornecer
confiabilidade e transparência e por servir como
uma base de recursos para organizações em todo o
mundo que estão causando um impacto a favor dos
oprimidos. Por meio de parcerias estratégicas,
oferece esperança e ajuda ao restaurar a vida dessas
vítimas. O Cyrus também reúne e distribui finanças
e ferramentas empresariais para organizações
humanitárias na vanguarda dessa luta. Unindo-nos
como um exército exigindo justiça social,
acreditamos que podemos fazer a diferença.
O Cyrus é dirigido por Lee e Laura Domingue,
que se tornaram nossos amigos e parceiros no
mandato global de alcançar outros. A integridade,
compaixão e sabedoria deles são grandes atributos
para o Reino. Por causa disso, eles estão se tornando
o eixo de interação para muitos dos missionários
com quem estamos ligados. O livro de Lee, Pearls
Of The King (Pérolas do Rei), está sendo cada vez
mais reconhecido como um compêndio espiritual
sobre o potencial dos relacionamentos entre pastores
e líderes empresariais importantes na Igreja. Visite o
site do livro em http://www.pearlsoftheking.com.
Equip (www.iequip.org). Atuando com base na sua
convicção de que toda pessoa nasce com o potencial
para influenciar outras, a Equip está treinando uma
vanguarda global de homens e mulheres que estão se
levantando para confrontar efetivamente as maiores
necessidades do nosso planeta. Tendo a Grande
Comissão como sua prioridade, esses líderes
dedicados seguem o modelo de desenvolvimento de
liderança demonstrado por Jesus, que passou a
maior parte do Seu tempo no ministério público
treinando um grupo de líderes para impactar o
mundo.
A Equip foi fundada pelo impressionante John
Maxwell, que tem sido um grande amigo da igreja
Healing Place durante vários anos. O nosso
envolvimento com o projeto Um Milhão de Líderes
da Equip na Itália abriu diversas portas para nós. O
treinamento de líderes e pastores UML deu início e
desenvolveu diversos relacionamentos que
continuam a ser âncoras para uma servolution
italiana.
Equip & Empower
(www.equipandempower.com). A Equip &
Empower quer ver cada pessoa do planeta alcançada
pelo evangelho, indivíduos cumprindo o destino que
lhes foi dado por Deus e a igreja local florescendo.
Sua campanha, chamada A21, apoia a abolição da
injustiça no século 21, resgatando meninas do
cativeiro sexual e ajudando-as a reingressar na
sociedade.
Nick e Cris Caine fazem parte da equipe da
Hillsong, em Sydney, Austrália. Chris é uma das
nossas pessoas favoritas a ser recebida na igreja
Healing Place por causa das mensagens desafiadoras
que ela costuma nos trazer. Nick e Chris também
são amigos muito preciosos para nós.
Ministérios Joyce Meyer (www.joycemeyer.org).
O coração dos Ministérios Joyce Meyer
(principalmente o ministério Hand of Hope [Mão de
Esperança]) é voltado para ajudar as pessoas que
sofrem. Todos os anos, eles servem milhões de
refeições aos pobres em todo o mundo, sustentam
dezenas de orfanatos que resgatam meninos e
meninas que estão morrendo nas ruas de nações
empobrecidas, cuidam de órfãos da aids em países
do terceiro mundo, ajudam os desabrigados a saírem
das ruas, oferecem água limpa e potável para aldeias
inteiras, tratam de milhares de pessoas por meio de
obras assistenciais médicas missionárias, ministram
aos idosos, ajudam jovens mulheres com problemas,
ajudam milhares de crianças nas cidades do interior
e oferecem esperança a prisioneiros esquecidos.
A nossa parceria com os Ministérios Joyce Meyer
produziu muitos saltos monumentais na nossa
capacidade de atender aos necessitados. Eles nos
ajudaram imensamente durante o apoio às vítimas
do Katrina e continuaram sendo um excelente
parceiro nos Dream Centers e nas unidades médicas
e odontológicas móveis, tanto em nível doméstico
quanto internacional.
Mercy Ministries (www.mercyministries.org). O
Mercy Ministries oferece esperança e cura a jovens
mulheres desesperadas que estão em busca de
libertação de problemas como os vícios em drogas e
álcool, a depressão, os distúrbios alimentares, a
gravidez não planejada, o abuso físico e sexual e os
danos a si mesmas.
Existe uma enorme necessidade de um ministério
como o que Nancy Alcorn e o Mercy Ministries
oferecem. Seria bom se não houvesse, mas há.
Apoiar o Mercy Ministries pode ser um dos usos de
recursos mais eficazes que uma igreja pode fazer.
Mission of Mercy (www.missionofmercy.org).
Mission of Mercy é uma organização para o
apadrinhamento de crianças que ajuda a suprir as
necessidades físicas e espirituais de crianças em
áreas do mundo atingidas pela pobreza. Com os
programas do Mission of Mercy, as crianças
recebem alimentos, educação, assistência médica e
esperança em Jesus Cristo.
Eles foram um dos parceiros-chave para a
construção da Terry Melancon Chapel, onde a nossa
igreja de Moçambique realiza seus cultos. Também
são uma parte crucial da nossa estratégia missionária
com o apadrinhamento de crianças que coordenam.
Operation Blessing (www.operationblessing.org).
A Operation Blessing ajuda crianças em risco,
ensina ofícios básicos, dirige programas de
assistência a órfãos, oferece socorro a vítimas de
desastres e aos famintos, constrói poços artesianos e
oferece serviços médicos em todo o mundo.
A Operation Blessing é a organização que fornece
muitos dos bens que podemos distribuir em nossos
Dream Centers na região de Baton Rouge.
Samaritan’s Purse (www.samaritanspurse.org).
A Samaritan’s Purse ajuda os pobres, enfermos e
sofredores do mundo, oferecendo alimentos,
remédios e outros recursos em nome de Jesus Cristo.
Isso lhes dá a oportunidade de compartilhar o
evangelho, as boas novas da vida eterna por
intermédio de Jesus Cristo. Os programas de socorro
a emergências oferecem assistência a vítimas de
desastres naturais, guerras, doenças e fome.
Fornecendo alimentos, água e abrigo temporário,
eles atendem a necessidades críticas e dão às
pessoas a chance de reconstruir a vida. Os
programas de desenvolvimento comunitário e
vocacionais da SP em aldeias e bairros
empobrecidos ajudam as pessoas a quebrarem o
ciclo da pobreza, dando-lhes esperança de um
amanhã melhor, e faz com que elas saibam que não
foram esquecidas.
O Samaritan’s Purse é uma organização
fenomenal com uma grande integridade. A visão de
Franklin Graham de tocar os pobres e sofredores do
mundo gerou uma grande equipe com um alto
padrão de excelência. A parceria deles é um grande
atributo para qualquer servolution séria.

MAIS ORGANIZAÇÕES
SERVOLUCIONÁRIAS
EXCELENTES
Association of Related Churches
(http://www.arcchur
ches.com). A ARC trabalha com o plantio
de igrejas doadoras de vida que crescem e
reproduzem outras igrejas, também
doadoras de vida.
Blood:Water Mission
(http://www.bloodwatermission.com). A
Blood:Water Mission, comprometida a
limpar sangue e água para combater a
epidemia de aids, constrói poços na
África, sustenta instalações médicas que
cuidam dos enfermos e trabalha para
deixar um impacto duradouro no combate
contra a pobreza, a injustiça e a opressão
na África ao associar necessidades a
pessoas e recursos.
Book of Hope
(http://www.bookofhope.net). O objetivo
do Book of Hope é transformar o destino
das pessoas oferecendo a Palavra eterna de
Deus a todas as crianças e jovens do
mundo.
Camino de Vida
(http://www.caminodevida.com).
Camino de Vida é uma grande igreja não
denominacional pastoreada por Robert
Barriger que alcança os pobres e
sofredores no Peru.
Camp Barnabas
(http://www.campbarnabas.org). Camp
Barnabas existe para oferecer
oportunidades tremendas e
transformadoras a pessoas com deficiência
ou enfermidade. Pessoas com problemas
de desenvolvimento, queimaduras pós-
traumáticas, transtornos sanguíneos,
câncer, visão deficiente ou cegueira,
problemas físicos, perda total ou parcial da
audição e outras doenças e desafios se
beneficiam do ambiente inclusivo de
Camp Barnabas.
Campus Crusade for Christ
(http://www.campuscru
sade.com). O coração do Campus Crusade
é voltado para ajudar a construir
movimentos espirituais em toda parte para
que todos conheçam alguém que
realmente segue a Jesus Cristo.
Children’s Hope Chest
(http://www.hopechest.org). O
Children’s Hope Chest acredita que todo
órfão tem o direito de conhecer Deus,
experimentar a bênção da família e ter a
oportunidade de desenvolver aptidões para
a vida.
Coca-Cola (http://www.cocacola.com).
Todos conhecem a marca Coca-Cola, mas
o que talvez você não saiba é que eles são
muito generosos nas comunidades locais.
Convoy of Hope
(http://www.convoyofhope.org). O
Convoy of Hope mobiliza recursos e
treina igrejas e outros grupos para
conduzir obras assistenciais comunitárias,
respondem a desastres e dirigem outras
iniciativas nos Estados Unidos e em todo o
mundo. Os programas assistenciais do
COH são responsáveis pela distribuição de
mantimentos gratuitos, organizam feiras
de emprego e de saúde e oferecem
atividades para crianças.
Exodus International
(http://www.exodus-internatio
nal.org). A Exodus International é uma
organização cristã interdenominacional
sem fins lucrativos que promove a
mensagem de libertação do
homossexualismo pelo poder de Jesus
Cristo.
Family Research Council
(http://www.frc.org). A missão da Family
Resource Council é defender problemas
relacionados à fé, à família e à liberdade
na esfera do governo.
Global Expeditors
(http://www.globalexpeditors.com). O
Global Expeditors é uma organização de
discipulado para missões comprometida
em revestir os jovens de poder para
levarem o evangelho ao mundo.
Go Global
(http://www.goglobalmissions.com). O
coração da Go Global é voltado para
acender uma paixão por missões mundiais
e para sustentar igrejas locais,
organizações e projetos com parcerias
estratégicas.
Habitat for Humanity
(http://www.habitat .org). A Habitat for
Humanity constrói casas decentes,
seguras, acessíveis e duradouras para
famílias que foram afetadas ou deslocadas
por conflitos ou desastres. Eles também
estão envolvidos no financiamento de
casas para os pobres e fornecem
informações e treinamento em métodos de
construção, ferramentas e fornecimento de
energia.
Healing Hands International Ministries
(http://www.hhim.us). A Healing Hands
International Ministries está construindo
hospitais em Honduras e reunindo
equipamento médico, assim como
treinando discípulos.
Healing Place Network
(http://www.healingplace
church.org/network). A HPC Network é
uma comunidade de igrejas e ministérios
em todo o mundo que formaram uma
parceria para edificar o Reino. Um aspecto
singular da HPC Network é o alto nível de
acesso à liderança de rede que é oferecido
aos parceiros. A rede carrega o DNA da
igreja Healing Place de ser um lugar de
cura para um mundo sofredor.
Healing Place School of Ministry
(http://hpsm.healin.healingplacechurch.org).
A Escola de Ministério Healing Place
treina pessoas para executarem a vontade
de Deus por meio da igreja local. Os
alunos aprendem o estilo de liderança de
Jesus enquanto formam um fundamento
bíblico sólido. Eles também exploram o
chamado sobre sua vida enquanto
adquirem aptidões para o ministério.
Hillsong Network
(http://www2.hillsong.com/network/). A
Hillsong Network é uma rede de igrejas e
ministérios de diversas partes do corpo de
Cristo que desejam entrar em contato com
a Hillsong Church para receberem uma
transferência de unção e relacionamento.
A Hillsong Network existe para defender a
causa da igreja local — a sua igreja.
Insight for Inmates
(http://www.insightforinmates.org). O
Insight for Inmates encoraja os membros
do corpo de Cristo que estão nas prisões,
evangeliza os detentos dos Estados
Unidos, equipa os santos de Deus que
estão atrás das grades das prisões e exalta
o Salvador no meio do covil de Satanás.
Italy for Christ (http://ideasand.it/ifc/).
A Italy for Christ trabalha para apresentar
o evangelho aos italianos por meio das
igrejas locais e em cooperação com elas.
Joel Osteen Ministries
(http://www.joelosteen.com). Joel Osteen
é pastor da Lakewood Church em
Houston, Texas, cuja visão é causar um
impacto positivo na cidade de Houston
criando um centro familiar que envolve
toda a cidade e onde todos são bem-
vindos.
Leadership Ministries
(http://www.leadershipminis
tries.com.au). Dirigido por Brian e
Bobbie Houston, pastores da Hillsong
Church em Sydney, Austrália. A paixão
singular e consumidora do Leadership
Ministries é edificar a igreja e o Reino de
Deus na terra e ver todos os dias pessoas
sendo liberadas para o seu propósito e
chamado.
Leadership Network
(http://www.leadnet.org). A Leadership
Network fomenta a inovação e o
crescimento das igrejas com estratégias,
programas, ferramentas e recursos
compatíveis com a sua missão de longo
alcance: identificar, colocar em contato e
ajudar líderes cristãos de alto nível de
capacidade a multiplicar o seu impacto.
Los Angeles Dream Center
(http://www.dreamcenter.org). Trabalha
com os desabrigados, os viciados em
drogas e as prostitutas nas ruas de Los
Angeles. Eles também abriram agora um
Dream Center em Nova York. Visite o
site
http://www.dreamcenter.org/NewYork.
Medical Teams International
(www.medicalteams.org/). A missão da
Medical Teams International é demonstrar
o amor de Cristo às pessoas afetadas por
desastres, conflitos e pobreza em todo o
mundo.
Mission: Water for Life
(http://www.lifetoday.org/outreaches/water-
for-life/) Parte do ministério de James
Robison, a Mission: Water for Life
fornece poços de água para pessoas
pobres. Eles chegaram a construir cerca de
mil e duzentos novos poços de água em
mais de vinte e cinco países.
Missione Possibile
(http://www.missionepossibile.com/index.php?
lang=2). A Missione Possibile é uma
organização missionária com sede na Itália
que fornece primeiros socorros e ajuda a
pessoas em dificuldades, como
distribuição de remédios, alimentos,
roupas e financiamento, além do
desenvolvimento de projetos locais.
Outreach Magazine
(http://www.outreachmagazine.com).
Um dos maiores recursos disponíveis para
qualquer igreja que queira se envolver
com uma servolution é a Outreach
Magazine. Aqui você encontra sugestões,
análises e testemunhos úteis e uma
centena de ideias. Alguns dos pensadores
mais criativos na área assistencial da
igreja hoje são colaboradores da revista.
Relay for Life
(http://www.relayforlife.org). A Relay
for Life oferece a todos em uma
comunidade a oportunidade de
participarem da luta contra o câncer. As
equipes acampam do lado de fora de um
colégio, de um parque ou de uma praça e
se revezam andando ou correndo por uma
trilha. Cada equipe precisa ter um
representante no trajeto em todo o tempo
durante o evento. Os turnos são eventos
que vão de um dia para o outro, até vinte e
quatro horas de duração.
Road to Jerusalem
(http://www.roadtojerusalem.org). A
missão da Road to Jerusalem é trazer paz e
reconciliação a judeus e gentios no
Messias.
Exército da Salvação
(http://www.exercitodoacoes.org.br). A
missão do Exército da Salvação é pregar o
evangelho de Jesus Cristo e atender às
necessidades humanas em Seu nome, sem
discriminação.
Service International
(http://www.serviceinternatio
nal.org). A Service International ajuda
pessoas com problemas de ordem
espiritual, física e situacional. Embora
também ofereça socorro imediato em
casos de desastres, seu foco é na
recuperação completa de longo prazo.
Shaohannah’s Hope
(http://www.shaohannahshope.org). A
Shaohannah’s Hope dedica-se a ajudar
futuros pais adotivos a superarem as
barreiras financeiras associadas com a
adoção. Eles atuam oferecendo subsídios
financeiros para famílias qualificadas já
envolvidas no processo de adoção.
Society of St. Vincent de Paul
(http://www.svdpbr.com). A St. Vincent
de Paul se esforça para entender e suprir
as necessidades dos pobres dentro de
Baton Rouge e na comunidade que nos
cerca. Eles fornecem refeições quentes aos
que passam fome, camas quentes aos que
não têm onde dormir, remédios aos que
não podem se dar ao luxo de comprá-los e
os uniformes que as crianças precisam
para frequentar a escola.
St. Louis Dream Center
(http://www.stldreamcenter.org). O
objetivo do Dream Center de St. Louis é
apresentar o evangelho aos perdidos,
alimentar os famintos, vestir os pobres,
ministrar aos idosos, às viúvas e aos
órfãos, visitar presos, ajudar pessoas de
todas as idades e em todos os percursos da
vida; e ensinar às pessoas como aplicar a
verdade bíblica a cada aspecto de sua vida.
Steve Sjogren
(http://www.stevesjogren.com). Steve e
seus textos exerceram um impacto
tremendo sobre nós, principalmente
recentemente. Estamos sempre fazendo
referência às coisas que aprendemos em
seu livro Conspiracy of Kindness
(Conspiração da Bondade) como chaves
para a maneira como fazemos aquilo que
fazemos hoje.
Teen Challenge International
(http://www.teenchal
lenge.org). A Teen Challenge
International é um dos programas mais
antigos e de maior sucesso de sua
categoria no mundo. Mais que apenas um
programa religioso de recuperação
residencial, o TCI é um lugar onde a
esperança renasce, o propósito é
restaurado e as famílias são curadas.
Teen Mania Ministries
(http://www.teenmania.com). O objetivo
do Teen Mania é provocar uma geração
jovem a buscar Jesus Cristo
apaixonadamente e a levar a Sua
mensagem, que dá vida, até os confins da
terra.
Upward Unlimited
(http://www.upward.com). Upward é um
ministério esportivo evangelístico
projetado especificamente para meninos e
meninas do jardim de infância até a sexta
série, que promove salvação, caráter e
desenvolvimento da autoestima em cada
criança.
Venture Expeditions
(http://www.ventureexpeditions.com). A
Venture Expeditions utiliza desafios
físicos intensos, como fazer ciclismo ou
alpinismo em viagens a diversos países,
para levantar consciência e fundos a fim
de beneficiar as pessoas sem esperança de
todo o mundo.
Watoto (http://www.watoto.com). A
missão do Watoto é resgatar crianças em
Uganda e levantá-las como líderes,
colocando-as na Watoto Children’s
Village (Cidade das Crianças de Watoto).
Willow Creek Association
(http://www.willowcreek.com). A WCA
trabalha para unir igrejas com uma mesma
visão e sentido de ação, umas às outras,
somando visões, treinamentos e recursos
estratégicos.
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1: O INÍCIO DE UMA


SERVOLUTION

CAPÍTULO 2: SERVOLUTION
ESTRATÉGICA

CAPÍTULO 3: A CULTURA DO SERVIÇO


CAPÍTULO 4: A SERVOLUTION TEM
TUDO A VER COM JESUS

CAPÍTULO 5: O FURACÃO KATRINA

CAPÍTULO 6: PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DE UMA
SERVOLUTION

CAPÍTULO 7: A ESTRUTURA DE UMA


SERVOLUTION

CAPÍTULO 8: DESTRANCANDO A
NECESSIDADE

CAPÍTULO 10: O PREÇO DE UMA


SERVOLUTION

CAPÍTULO 11: SEM DESCULPAS

CAPÍTULO 12: A RUA DA


SERVOLUTION

CAPÍTULO 13: MANTENHA ACESA A


CHAMA
POR SERVIR

CAPÍTULO 14: NUNCA SIRVA SOZINHO

CONCLUSÃO
1. Paul Scanlon é o pastor veterano da
Abundant Life Church, uma grande igreja
com uma grande história sobre a fidelidade
de Deus. Visite o site deles:
http://alm.org.uk.
APÊNDICE 1
1. Tiago 1:27.
2. Dê uma olhada no blog da Dra. Cheri:
http://drcheri.blogspot.com.
3. Isso inclui trezentos voluntários da
igreja, mais trezentos profissionais de
medicina voluntários e cerca de novecentas
pessoas que vieram para receber serviços.
4. Na época, a Medical Teams International
chamava-se Northwest Medical. Visite o
site deles: em
http://www.medicalteams.org.
5. “Ele” é o apelido dado pela nossa equipe
médica para a unidade médica móvel. O
nome é a abreviação de eleos, a palavra
grega para “misericordioso”, conforme
usada em Mateus 9:13. Significa ter
bondade ou boa vontade para com os
miseráveis e os aflitos, unido ao desejo de
ajudá-los.
6. Os Ministérios Joyce Meyer nos
ajudaram a adquirir uma clínica
odontológica móvel há alguns anos.
7. Para mais informações sobre o Healing
Hands, visite
http://store.healingplacechurch.org/ministries/outreach/?
page_id=13.
8. Meu blog: http://www.dinorizzo.com.
Sobre a Série Leadership
Network Innovation

Desde 1984 a Leadership Network tem promovido a inovação e o


crescimento das igrejas buscando diligentemente a afirmação de sua
missão de longo alcance: Identificar líderes cristãos altamente
capacitados, colocá-los em contato com outros líderes e ajudá-los a
multiplicar o seu impacto.
Embora as técnicas específicas possam variar à medida que a
igreja enfrenta novas oportunidades e desafios, a Leadership Network
foca consistentemente em reunir líderes empresariais que estejam
buscando iniciativas ministeriais similares. A interação, o diálogo e a
colaboração resultantes entre colegas — em geral atravessando linhas
denominacionais — ajuda esses líderes a refinarem melhor suas
estratégias individuais e a acelerar suas inovações.
A fim de incrementar esse processo, a Leadership Network
desenvolve e distribui ferramentas e recursos ministeriais altamente
procurados, inclusive livros, DVDs e vídeos, relatórios especiais,
publicações eletrônicas e downloads gratuitos.
Lançada em 2006, a Série Leadership Network Innovation
apresenta estudos de casos e observações de igrejas pioneiras e
profissionais de ponta que estão navegando com sucesso pelos rios
sempre caudalosos da renovação espiritual na sociedade moderna.
Cada livro oferece histórias reais sobre líderes reais, em igrejas reais,
fazendo um ministério real. Os leitores ganham análises honestas e
completas, princípios transferíveis e direcionamento claro sobre como
colocar práticas comprovadas em operação nos seus ambientes
individuais.
Com a assistência da Leadership Network — e da Série Leadership
Network Innovation — os líderes cristãos de hoje são estimulados,
equipados, inspirados e capacitados para multiplicar as suas
iniciativas de edificação do Reino. E o ritmo do ministério inovador
está crescendo como nunca!
Para mais informações sobre a missão ou as atividades da
Leadership Network, favor entrar em contato (em inglês) com:
LEADERSHIP NETWORK
www.leadnet.org
client.care@leadnet.org
DINO RIZZO é
fundador e pastor de
uma mega igreja, a
Healing Place Church,
em Baton Rouge, na
Louisiana. Dino
também foi o
cofundador da
Association of Related
Churches, que plantou
sessenta e três igrejas
em todo o país, e da
Go Global Missions,
um grupo destinado a
desenvolver
missionários e a
interligar organizações
missionárias. Dino,
sua esposa DeLynn e
seus três filhos vivem
em Baton Rouge.

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