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D I R E I T O S H U MN Ao çN ÃOEOS : nos, basta dizer que tais direitos cor-


respondem a necessidades essenciais
S IG N IF IC A D O
da pessoa humana. Trata-se daquelas
necessidades que são iguais para lu-

A expressão "direitos huma- dos os seres humanos c que unem

nos" é uma forma abreviada de íncn- ser atendidas para que a pcs~(1a Illlssa

ciouar os direitos fundamentais da viver com a dignidade que.deve ser

pessoa humana. Esses direitos são assegurada a todas as pessoas, Assim ..

considerados fundamentais porque por exemplo, a viu a é um direito hu-

sem'eles a pessoa humana não conse- mano fundamental. porque sem ela a

gue existir ou não é capaz de se de- pessoa não existe. Então a preserva-

senvolver e de participar plenamente ção da vida é uma necessidade de tn-

da vida. Todos os seres humanos de- das as pessoas humanus, Mas. obscr-

ven,! ter asseguradas. desde o nasci- vando como são e como vivem os Se-

mento, 'as condições mínimas neces- res humanos. vamos percebendo a

sárias para se tornarem úteis à huma- existência de outras necessidades ljue

nidade, como também devem ter a são também fundamcntuis. como a


l
possibilidade de receber os benéffcios alimentação,a saúde. a moradia, a

que a vida em sociedade pode propor- educação, e tantas outras coisas.

cionar. Esse conjunto de condições e


de possibilidades associa as caracte-
P E S S O A S C O M V A L O R IG U A L , M A S
rísticas naturais dos seres humanos, a
capacidade natural de cada pessoa e IN D iV íD U O S E C U L T U R A S D I fE R E N T E S

os meios de que a pessoa pode valer-


se como resultado da organização so-
Não é difícil reconhecer LJue
) cial. É a esse conjunto que se dá o
i todas as pessoas humanas têm aquc-
nome-de direitos humanos,
Ias necessidades c por esse motivo,
Para entendermos com facili-
como todas as pessoas são iguais -
dade o que significam direitos hurna-
uma não vale mais do que a outra.

7
6

Para os seres humano


s não
.pode haver coisa mais val
iosa do
.que a pessoa humana. Essa ssoa,
pe
'por suas características naturais,
,por ser dotada de inteligência
,
consciência e vontade
, por ser mais
do que uma simples
porção de ma-
téria, tem uma dignidade que a co-
, loca acima de tudas as coisas da na-
: tureza, Mesmo as teorias chamadas
, materialistas, que não
querem acei-
I tar a espiritual idade da pessoa
hu-
, mana, sempre foram rçadas
fo a re-
conhecer queexiste em ot dos os se-
i res humanos uma parte não-material.
I Existe uma. dignidade inerenteà
condição humana, e a preservação
dessa dignidade faz parte dos direi
-
tos humanos.
O respeito pela dignidade da
pessoa humana deve existir sempre,
em todos os lug
ares e de maneira
igual para todo
s. O crescimento
econômico e o progresso material
de um povo têm valor negativo se
forem conseguid
os à custa de ofen-
A C ID A D A N IA N A A N T IG Ü ID A D E I I(
r · 1
1
A palavra cidadania foi usa- j
tomeçando os tempos modernos, veram UIll::J revolução nu sé c ulu
, I I .
du na R om a untigupara indicar a
' ! havia também a divisão da socicda- seguinte. Desse mudo pr oc lur nu-
situação política de uma pessoa e os ~;
de em classes, lembrando muito a rarn a indcpcndênciu das c olôuias.
direitosque essa pessoa tinha ou I
: antiga divisão romana. Os nob
res em 1776. Alguns anos maistarde.
i
lh gozavam de muitos privilégios, em 1787, resolveram unir-
se c cri-

cs eram, proprietários de grandesex- aram um novo Estado, que recebeu

A C ID A D A N IA E S U A IAH IS T Ó R pe o pagavam irn-


tensões de terras, nã o nomed e Estados Unidos da

r i, postos e ocupavam os cargos polí- América.

m ricos mais importantes. Ao lado Dois anos depois. c m I7WJ.


podia exercer. A sociedade romana deles existiam as pessoas chamadas ocorreu na França um mov imcutu
itia ter acesso aos cargos i
fazia discriminaçõese separava as
mais importuntcs. ~ i comuns, mas entre estas havia grau- revoluciouúri o semelhante. que
pcssous em classes sociais. Havia. I
Quanto ~ possibilidade de par de diferença entre soque eram ri- passou para < Ihistória COIllI J IlOIllC
em primeirolugar. os romanos eos ,i
ticipur das atividades políticase a~- cos, que compunhama burguesia, de Revolução Fran ce su. Esse 1110-
cstrungci ros, mas os romanos não i
ministrutivas, havia uma distin ç ão e os outros que,por não terem ri- vimento foi muito importante por-
eram considcrudostodos iguais.
importante entre os próprios roma.~ queza, viviam de seu trabalho, no que influiu para que grande parte
existindo várius categorias. Em rc-
nos. Os romanos livres tinham cida- campo ou na cidade. Nessa fase da do mundo adotasse o novo modelo
I a ••. âo ü I i b crdudc asd pessoas era
dania; eram, portanto. cidadãos, mas história da humanidade vamos -en de sociedade . criado em conscqüên-
!"cita a difcrcncinção entre livres e
nCI11 todos podiam ocuparos cargos contraros reis que governavam sem cia da Revolução. Foi nesse nH 1-
cscruvus. mas entre os que eram li-
políticos, corno o de scn~uor ou de nenhuma limitação
, com poderes mento e nesse ambiente que nasceu
vrcx uuubém nãohavia igualdade.
magistrado. nem 11S mais
altos cargos ,. absolutos, e por isso o perío
do é a moderna concepção
de c iduduniu,
Iuzcndo-xc Jistin!jão entre os pat
rí- 1'
~
udm inistrativos
. Fazia-seuma distin- conhecido como doabsolutismo, que surgiu para afirmar a elimina-
c ius - rucmbros das famíliasmais
ção entrecidudania e cidadania ati- Houve um momento em que ção de privilégios mas que. 11\1\IC\1
importantes que tinham participado
ra. Só ux cidudâos ativos tinham o os burgueses e os trabalhadores já depois, foi utilizada c x atumcutc
da Iuudução de Rom a epor isso
direito de participar das utividudcs não suportavam as arbitrariedades para garantir a superior idade del1P -
considerados nobres - c os ple-
pol íticus e de ocupar os mais altos e as injustiças praticadas pelos srei vos privilegiados
.
beus - pessoas comuns que não ti-
postus da Administração Pública. absolutistas e pela nobre
za e por No dia14 de julho UC 17~N II
nham o direito de ocupar todoslIS
Uinu particularidade que deve er
s 'esse motivo, unindo-setodo
s con- povo invadiu a prisão du Baqi
lha.
cargos políticos. C
um o tempo fo-
rcssaltudu é que as mulheres não ti- .tra os nobres, fizeram uma série de na cidade de Paris. onde se ncha-
ram sendo criadas categorias intcr-
nham acidndunia ativa e poresse . revoluções, conhecidas C0l110 re- vum presos os ucusudus de serem
m cdiárius.para que alguns plebeus
moti vo nUI1(;a houve mulheres no Se- voluçõcs burgues as. Desse 1110do inimigos do regime pul it icu uhsolu-
rccchcxscm um título llue os colo-
nado nem nas magistraturas romanas. roi feita a rev olução na Inglaterra, tistu, Esseluto marcou \) início de
cava mais prúx imos dos patrfcios e
nos anos de 1688 e 1689, quando o uma série de modificações impor-
A sR E V O L U ÇBÕUERSG US E S A ; rei perdeu muito de seus poderes e tantes na ur g au izaç ão social u a

A C ID A D A N IA . os burgueses passaram a dominar Françac no seu sistema de govcr-


. o Parlamento, passandosonobres. no. estando entre essas modifica-
que eram chamados lordes, para çõcs a eliminação tios privilégios
Nos séculos dezessete e de- segundoplano. Nessa época a In- da nobreza. Por esse moti vo a to-
zoito. quando na Europajú estavam glaterra tinha 13 col
ônias naA mé- mada da Bastilha passou a ser co-
rica do Norte.Influenciadas pelo mernorada como o dia da Rcvolu-
I,
; . . 1 que acontecia na Inglaterra,s apes- ção Francesa. mas a rc voluçãu se
"'
If : !'soas mais ricas dessas colônias
, in- caracteriza por um conjunto ue lu-
-cluindc os proprietários de terras e ; os gran des comerciantes, premo- Ia data.
tos que tem início ebm antes duque-

10 1 1

.• .
I'

, ,
-. ', ..
;
i I
·t Uma das inovações importan- vam completamente U idéia de C;it.l~-
tes. ocorrida algumasdécadas an- dunia. Recuperando a antiga dife-
tes, foi justamente o uso das pala- rcuciaçiio romana entre cidadania]c
vras cidade/o e cidadã, para simbo- cidadania ativa, os membros da
,Af-
lizar a iguuldadc de todos, Vários scinbléiu e os legisladores quevie-
escritores políticos vinham dcfcn- ram depois estabeleceram querapa
Jcndo a idéia de que todos osseres ter pnrtic ipuçü ona vida política,
humanosn ascc m livres e são votundo e recebendo mandato .e
i
iguais,devendo ter os mesmos di- ocupandocargoselevadosna ajl11l-
reitos. Isso foi defendido pelos bur- nistraçãopública, era precisoers
gucscs, que descjuvam ter o direito cidadão ativo, não bastava sercidà- I
de participur do governo, para não que para terfi tii-
dão. E dispuseram
I \
ficarem mais sujeitos a regras que duduniu utiveram
u necessáriocser-
Slí convinham ao rei e aos nobres. tos requisitos que logo mais
erão
s
4UC vivia de
O povo que trabalhava, especificados
, não b astando
.jsér
salários e que dependia dos is
mari- pessoa. ,,
cos uuubéruqueria orccouhcci- A partir duf a cidadania CO\I-
incuto da iguuldudc, achando 4ue se tinuoua indicar11 conjunto depe~- \.
IllUOS fossem iguais as
pessoas mais soas comdireitode particip aç
ão
humildes tambémpoderiampartici- política, falando-se nos
, "direitos
'1
par du governoe desse modo as leis da cidudaniu" p araindicar o s direi- ' : 1 t
scrium mais justas. tos que permitem participar do
gp - I.

Cabe lembrar que as mulheres verno ou influir sobre ele,


o direi-
to de votar c ser votado, rem QJI1;O I'
também tiveram
importante partici-
(J direito de ocupar
os t.:argos"p.d- "~ o t
paçãoIlOS movimentos políticos e 1'
blicos co ns idcrudus mais impor-
sociaisda Revolução Francesa.
tantes. Mas acid ad aniadeixou J; e. J
Quando se falava nos direitos da ci-
ser um símbolo da igualdade, de
to- i.
dadania ainten çãoera dizer que to-
dos e a dcrrubadu dos privilégi?s
dos deveriam ter o mesmo direito
da nobreza deu lugar ao apare
o)i- "I; .. "1; ..
de participardo governo, nãoha-
mente de uma novaclasse de pri-
vendomais di[crença entre nobres
vilegiados.
e não-nobres nem entre
. ricos e po-
A C on stitu ição
francesa ~e
bres ou entre homens me ulheres.
1791.feita poucodepois-da Dcclh-
ração de Direitos de
1789,l11~ntF-
IN J U S T IÇ A L E G A L IZ A D A : vc a monarquia.o que já significa-

D IS C R IM IN A Ç Ã O P E lA C I D A D A N I A va um privilégio para uma fal1


\íli/r..
Além disso; contrariando a afirm
a-
ção de igunldade ed todos, cstabc-
No ano de 179 I osíderes
l Ja leccu que somente os cidadãosti-a

Revolução Francesa
, reuniJos vos poderiam ser eleitos patf.a~ J I

numa Assembléia, aprovaram a pri- se : I


Assembléia Nacional. Ficoundo

meira Constituição francesa e aí já também um privilégio dosd~-


ci

estabeleceram regras que deforma


-
" o" '.
~. • ~ • l.

DIIIEITOS HUMANOS E CIDADANIA


Por último. é importuntc ussi- I "A cidadunia, que no século te reconhecidos. comoo direito de
, , ·1 dezoito teve sentido político, ligan-
quc u'm cidadão cxcrça OS direitos nalar que ,IS direitos da ciuauanià :.j votar para escolher representantes
A S O C I E DE HA UD M A N A do-se ao princípioda igualdade de no L egislutivo no
e Executivo e o
rcluciouados cum a vida piihlicn. II são, ,Il; mesmo tempo, deveres. Pode
que sigu ific»a imposição de rcstri- parecer estranho dizer que uma pes~ todos,passoua expressar umasitu- direitode se candidaturpara esses
,A ação jurídica, indicando U111 e011-
çõcs para que alguém exerça os di- soa tem o dever de exercer seus di- cargos. Não ficou. porém. apenas

reitos da cidadania. De certo modo, junto de direitos e dedeveres jurí- nisso.sendo importante assinalar

isso mantém a difcrcncinção entre dicos, Na terminologia atual,


cida- que essa Constituição ampliou bas-
D IR E IT O S E D E VDEAR E S
cidadãos e cidadãos ativos. O dado dão é o indlvíduo vinculado
à or- tante osdireitos LIa cidadania.
·í
novo é que no século vinte, sobre- M AMdcm jurídica de um Estudo. Essa
C O N VV ÊNI C I A N UORDE Corno iuuvuçâo.
roi dadllalI
:1· ,I
v'i ncu laçãopode serdctermnada
i cidadão o direito de apresentar pru-
tudo a partir de sua segunda meta- C ID A D A N IA
_ 1. pelo local do nascimentoou pela
de, houve () reconhecimento de que jetos de lei, por meio de inic iutivu
"
reitos. purql,le isso Já a impressão J~ D EMOiI.CR Á TCAI dC~tenúê,nci~, bem como por outros popular, tanto ao Lcg islurivo rede-
muitas dessas restrições eram anti-
:
Iator es ,dependendo LIas leis L1e ral quantoàs Assembléias Legisla-
democráticasc por isso elas foram que tais direitos são convertidos en'l
cadf1' Estado, Assim, por exemplo. tivas dosEstados e às Câmarus Mu-
sendo eliminadas. Um exemplo obrigações. Mas a natureza associa-
(I , Brasi I consideraseus cidadãos, nicipais. Foiassegurado tambémli
muito expressivo dessa m udança é ti u.Cc), j;íhaviau reconhecimentodo
C ID A D Ã O , C ID A D A N IA E . I I, C'OIJ~Q regra geral, as pessoas nasci- direitode participurde plebiscito
o que aconteceu com os direitos de v direitode participarativam entehú
IN T E G R A Ç Ã O S O C IA L ll;1 s em território brasileiro ou que ou referendo, quando forem feitas
cidudania das mulheres. Em grande a vida dacidade. tornando decisões po-
"
tenham mãeou pai brasileiro. consultas aopovo brasileirosobre
parte U O1lI11núQ as mulheres con- da pessoa humana. a solidarie- I It icas, embora esse d irei to
ficasse
r 'E . I - , 'r' projetosde lei nu atosdo governo.
ssa VIllCU açuo sigru rca que
quistaram o direito de votar c de Asidadania cxprcssu um con- restritoa UI11 número pequeno
de pcs-
(1 indivíduoterá todos os direitos Além disso. rui atribuído
uuubéu:
ocupar todos os cargos públicos, ü pe~soa a
jUllto de direitos ljue dá sous. Em Roma, C01110 unicrtonncmc ~I '
que a lei assegura aos
cidadãos da- aos cidadãos brasileiroso direito de
eliminando-se 'uma discriminação pussih lidudc
i de participar ativa- mencionado, roi [cita a classificação ,
, qucle Estudo, tendo também o direi- propor certas ações [udiciuis, de no-
injusta que, no entanto, para muitos mente da vida e do governo
de seu das pes.~oas para eleito de cidudunia. i"
to de receber a proteção
de seu Esta- minadas garantias'~on!-ilituciollais.
efeitos ainda permanece na prática. PO\'O. Quemnão tem cidadaniacsui Os estrangeirose os escravos estavam
do se estiver em território
estrungei- especialmenteprevistas rum a ga-
marginalizado ou
excluído da vida excluídos LIa cidadania, e, além
disso,
ro. Desde o começo L10 século
dezc- rantia de direitos fundamentais. En-
socinl e da tomadade decisões. ri- slÍ U111a pane úos cidadãos romanos
novefoi cstabelccida idéia
a de que tre essasaçõ esestão a Ação Popu-
cando numa posiçãode inferiorida- E I;Ó o ci-
gozava da cidadania ativa.
1 lÍ,irbitoscspccíflcos da cidadania
são lar e o Mandado de Segurança. que
de dentro do grupo
social. Por exten- daúiio ativo tinha direito
() de ocupar , ~queles relucionados com o governo visam impedir abusosde uutoridu-
são. aciduduniu pode designaro cargospü blicn importantes
s e L1e par- ! c: a v id apública. Em primeiro lugar, dcs em prejuízode direitosde um
conjunto LIaspessoas que gOLUIlIda- ticipardas dccixõcs
políticas.especi- , I
: (I direito de votar e ser
votado. mas cidadão ou de toda a cidadania.
quclcs direitos
. Assim, por exemplo, almente .uruvésdo voto. i" '
, " a par disso existem outros
direitos A par disso, a C onstuuição
brasileiro,11 0
pode-se dizer que todo
'; ,i r exclusivos tioscidadãos. Entre estes prevê a participação
obrigntúriu de
exercício de sua cidadania, tem o di- i '
, se, ucha o direito L1e ser membro do represcntuntcs tia comunidade em
rcitoL1e influirsobre as decisões
do C I D A D A N IA : P A R T lC NIPA:A C Ã O
Tribunal do Júri, além do direito de órgãos deconsulta c dcc isâo sobre
governo. Mas também se pode upli- V ID A P Ú B L.I:C A l
ter.um cargo, emprego ou função na os direitos tia criunça c tio udolcs-
cal' isso ao conjunto dos brasileiros, ;
Administração Pública. cenie. bem como naárea da educa-
dizendo-se que a cidadania brasilei-
roi li partir duconcepçãoro- ção e dasaúde.Essa purticip ação
ra exige que seja respeitado seu di-
mana que se adotou o conceito de configura o exercício de direitos da
reito de inlluir nas decisões gdo
o-
'cldadaniu, na França do século de- cidadania e é muito importante para
verno. Neste caso
se entende que a A C : D A D A N I A N O B R A S IL A T U A L
zoito, como roi acima exposto. E a democratização da sociedade.
exigência nãoé de umcidadão mas
foi também a partir da
Françaque A Constituição brasileira L1e Em todos os Estados do mu
L10 conjunto de
cidadãos.
se introduziu nas legislações mo- '1988 assegura aos cidad50s brasi- do, inclusive no Brasil, a legislaç
Na Grécia antiga, COIllO
se lê no
dernas adiferenciação
entre cidada- "I leiros os direitos já tradicionalmen- estabelece exigências mínimas p
filósofoA ristóteles(384 a.C.-322
nia e cidadania ativa.
-
dade natural característica da ~ 15
14
huma- t
.-----" nidudc, a fraqueza dl~s indivíuuoh
sociedade humana é
isolados quando devem enfrentarb
um ,i \;
••••
Estado ou grupos sociais poderosos
conjunto de pessoas,
são fatores que tornam necessária a pessoas, mas ao mesmo tempo i m-
ligadas entre
participação de todos lias atividades .r
si pela necessidade de se ajudarem põem a mudança de hábitos e gc-
sociais. Acrescente-se a isso a 'im- rum dependências. criando novas
umas às outras no plano material,
possibilidade de viver democrática- 'necessidades que só podem ser
bem como pela necessidude de co-
mente se os membros da sociedad1c municação intelectual, afetiva e es- atendidas mediante o concurso de
não externarem suas opiniões e ~l\a piritual, a fim de que possam garan- muitas pessoas.
vontade. Tudo isso torna irnpresciu- tir a continuidade da vida e satisfá- Basta Icmbrar a e nor mc
, ' r g
dívcl que os cidadãos exerçam seus I. .
ier seus interesses e desejos, quantidade e variedade de objetos
direitos de cidadania. que utilizam metais trabalhado.'. o
Sem a vida em sociedade as
'i pessoas não conseguiriam sobrevi- que pressupõe a extração de miné-

ver, pois o ser humano, desde que rios, seu transporte, sua transforma-

;\ nasce e durante muito tempo, ne- ção e sua industrialização ou suu


,
cessita de outros para conseguir ali- manipulação artesanal. Observação

mentação, abrigo e outros bens e semelhante pode ser fcita em rela-

serviçosindispensáveis. E no mun- ção à busca de fontes de energia e iI

do moderno; com a grande maioria utilização de objeto!' de matéria

das pessoas morando nas cidades e plástica. Não há quem não necessi-

com o aumento das populações, te, muitas vezes por dia. desses e de

persistiram e ganharam maior volu- outros bens, que só podem ser obti-

me ~s antigas necessidades e a elas dos com o trabalho de grande nú-


I,
.: se acrescentaram outras, em conse- mero de pessoas.

q ü ência de hábitos e modos de vida Mas as necessidades uns seres

que .ornaram necessários mui tos humanos não são apenas de ordem

outrcs 'bens. Os avanços tecuológi- material, como alimentos. roupas.

cos criam novas possibilidades e moradia, meios de transporte c cui-


" \
muitas vezes facilitam a vida das dados de saúde. Elas são também de
ordem espiritual c psicológica. Toda
pessoa humana necessita de afeto,
precisa amar e sentir-se amada. quer
1
,
17
VIRE.ITIlS HUMA NOS E CIllAIIA NIA ,,
,~
,:
,

1\:; regras de comportamento :i': d~]{ J~ são de obediência obrigutó- pessoas. Mas é preciso que cxsus
suc iul. mcsruu quando rcf'lctcru.u rir,. E assim, e para isso, que nasce regras sejam justas, não sendo usa-
~CII1I;n.: que alguém lhe tIe .ucução e , ..
vontade da grande mu i o r i a d óx ; .• :: o,~i~eito c é desse modo que se es- das para garantir privilégios nem
que l\ld\l~ a respeitem. Além disso.
m embros de um grupo social, são tibe.lece uma organização justa para impor tratamento indigno a
Il,tIl' ser humano tem suas crcnçus,
vistas sempre como limita ções, q~e :' \ P?r:l, \l sociedade humana. uma parte da humanidade.Socieda-
tem sua fé em alguma coisa. que é a
, Como síntese da organização
restringem a liberdade individual. de organizada com justiça é aquela
base Je suas esperal1\·as.
,: jl\~la~' pode-se dizerque existe jus-
Entretanto é precisoler em conta, em que se procura fazer com que
: ' I tiçu .qu and olodos os meios de que
C O N V IV Ê N C IA N E C E S S Á R IA antes de tudo, que o ser humano é todas as pessoas, sem u i scri m i na-
'.' a sociedade di spõe sãoorganizados
usso ciativ opor n atu reza
. Isso já roi ções de qualquer espécie. possam
-1\
ufinnudo há mais de dois mil an9s c [utili zadus para consecução do satisfazer suas ncccss idadcs essen-
Os seres humanos não vivem
pelo filósofo grego A ristótclc s. bem comum e não do bem articu-
p ciais, é uqucla em quetodos, desde
juntos. não vivem em sociedade
quando escreveu que "o hom
em é. lar d eum.indivíduo ou de umgru- o momentoem que nascem. têrn as
apenas porque cscolhcin esse modo
um unim ulpolítico". querendo ji- ... p~. A expressão bem comum, que mesmas oportunidades, aquela em
de vida. mas porque a ida
v em so-
zcr, em linguagem de hoje, que, o • 'r:i A,~parece na obra de Aristótcles, que os benefícius e encargus são
ciedade é uma necessidade da natu-
ser humano é um animal que nã o filósofo grego que vi
veu em Atenas repartidos igualmente entre todos.
reza humana. Assim, por exemplo,
. . I .dd \ n~ quurto século antes daera cristã, . Para queessa re purt iç ão s c
se dependesse apenas da vontade, vive Iora l a socrc a e. .
Cada ser humano é um indi- ::, . I faça 'com justiça. é prcc iso que to-
seria poxx
íve l uma pessoa muito , fo,i desvirtuadapor alguns autores
rica isolar-se em algum lu gar, onde víduo e tem seus direitos próprios, dos procuremconhecer seus direi-
,i. d? século vinte, interessados exclu-
mas nenhum pode viver semu CUI11- tos cexijam que eles sejam
rcspci-
tivesse armuzcnudu grande quanti- 'i siramenle nas riquezas materiais.
punhia c o apoio de outros indiví- tndos, corno também devem cunhe-
dade de alimentos
. Mas essa pessoa D~s~t: modo deram-lhe o sentido de
duux, que têru o:; mesmos direitos cer e cumprir seus deveres e suus
cstnriu, em pouco tempo, sentindo .•. bem-estar material. Entretanto. cor-
tundum cutuis. l sso torna in dispcn- responsabilidades suciuis.
'falta de companh
ia, sofrendo a tris- " rigi,ído essa distorsão e afirmando
teza da solidão. precisando de
al- sávcl a convivência pennaucntc. c
" q~e n sociedude e o Estado devem
é por esse motivo que existem 'as A O R D E M D E M O C R Á T IC A
guém com quem fal
ar e trocar idéias
, , procurar o benefício da pessoa hu-
sociedades humunus. \
ncccxsitudu de dar e receber afeto. mana integral, emsuas dimensões
COIllO todos os seres humanos C om ojú foi dcrnunstrudo.lo-
E muito provuvchucntc ficaria lou- "
srlO livres e cada um temsua illldi~i- dos os sereshumanos necessitam da
ca se continuasse sozinha por
m ui- material e espiritual, o papa João
duulidude , a convivência é' fonte convivência e esta, por xun vez. traI.
10 tempo. X XIII, em suasencíclicas sociais,
pcrmuucute de di vcrgêncius e de a~sim conceituou o bem comum: a necessidade de regrus de org uni-
Mus . justumcntcporque viven-
conflitos. Para que seja possível a "coujuntodas condiçõesde vida zação e comportamento. para que
do em sociedade é que u pessoa hu-
,convivência harmônica, necessária social que consintam e favoreçum o haja harrnuniu e sulidur icdudc em
munu pode sutistazcr suas necessida-
e benéfica. é indispensável que desenvolvimentointegral da pessoa benefício de todos. Não basta. po-
des, é preciso que a sociedade seja
cxisturn as regras de organiz ação e humana". Está implícito que a soei- rém, a simplesexistênciade regras.
urg unizuda de tal modo que sirva, re-
de comportamento social. Essas re- edade deve ser organizada e deve as quais, teoricamente. podcrium
ulmcntc . para esse fim. Não basta
gras n ão devem sejr impostas por , ) . e~istir em benefício de todas as ser fixadas por uma pessoa ou UIll
que a vida social permita asutisfu-
uma pessoa ou por um grupo social pessoas humanas e não de pessoas grupo social e impostas à obcdiêu-
ção de todas us necessidades de ape-
sem a participaç
ão dos demais ou grupos privilegiados
. cia de todos, É necessário que tais
nas algumas pes
soas, é nccessiirio
membros da sociedade, pois isso Fica evidente,portanto, que regras sejam justas. lc vuudo em
considerar as necessid
ades de lodos
alronturia o direito à igualdade. As- as-regras de comportamento social, conta as características c os direi-
os membros da sociedade. E para i m-
sim, por mecanismos democráticos, que também podem ser denomina- tos fundamentais de todoss oseres
pedir que lodos sejam submetidos
respeitando a liberdade e a igualda- das regras de convivência, são ne- humanos.
aos interesses dos mais forte
s e po- \
de de IOUO S, são Iixudus as regras. ce~s.l.rias e benéficas-para a hurna- Ao conjunlo s i stc nuit icu e
derosos é indispensável a existência I .t
.,
E aquelus consideradas mais impor- I' uidade, mesmo 4ue signifiquem harmonioso de regras Já-se o nome
de regras de convivência ljue fixem
restnçõesao comportamento das
direitos e obrigações.. , 19
18 I

\'
\
", .. ;
. ~. :.' .
DUU;ITOS HÜM~liOS ' E. CWAUANIA . ..

de ordem, sendo indispcnsúvcl


ter
período pode-se concluir que a or-
em conta, em primeiro lugar, que a
dem democráticase fundamenta,
ordem humana é uma organiznção
essencialmente, em Irês pontos: u
de seres dotados de inteligência e de
respeito ;\ liberdade, reconhecida
vontade. Além disso, trata-se de
como direito fundamental da pes-
uma urdemdinâmica, em constante
soa humana; o reconhecimento dh
m u tnção
. não se confundindocom u
igualdade como outro direito huma-
sim ples conjunto
de regras escritas,
110 fundamental condicionuntc d'a
que se p re tend que
e sejam cn nstu n-
organizaç
ão social; a supremacia da
tcs. Asleis de um Estudoexpressam
vontade do povo, que deve ter ia
uma parte dessa ordem mas não de-
posxibilidade de decidir,
diretamcrt-
vem ser confundidas com a própria
te ou por meio de representantes
ordem, pois esta inclui também os
eleitos. sobre todos os assuntoslinr
valores sociais que influem sobre os
portuntcs de seu interesse'.
comportamentos, assim corno os
Na consideração da liberdade
costumes tradicionais e a jurispru-
in d iv id u adeve
l estar presente alrcs-
dêuciu. Ordem social e ordem jurí- ponsubilidudc social que deriva da "
dica são conceitos muito mais am- natureza ussociativa dos seres; h 1-
plos do que ordem legal. manos. A igualdade dem ocrãtien
Desde a Antigüidndc, cspcci- deve levar em conta a igualdade
a lmcnic na Grécia, vem sendo pro- quanto aos direitos fundarneutais
curada a ordem mais conveniente llIas também a efetiva igualdadede I
para a convivência humana, A risió- oportunidades. que é bem mais ~o
te lcs observou que a sociedade que a igualdade apenas formal oJ a
pode ser governada por um só indi- igualdade perante a lei, E a escolha "
VíUIlU, por um grupo de indivíduos de representantesdeve ser verda-
ou por muitos, considerandoesta dcirumcntc livre para ser dcmocrú- >.
últinla forma, que csui mais próxi- ticu, além de nãoexcluir a pos;sil?i-
ma da moderna concepção de de- lidado de controle UO dcscmpcn 10 I,
~I'·
mocracia, a mais justa e mais con- dos representantes pelo povo, 'bem 1.. . "
vcnicnic. '\'
como a permanente influência 'do ' ~.
I , .
Nos séculos dczcssctc c de- ':?
povo sobre o comportamento dos r
zuitu. quandogrande parte da Eu- '.
eleitos. Atendidos esses requisitos, .'
rupa tinha governos absolutistas,
a ordem democrática será, ao m s-
1
que nãu eram I i m i tnduspor regras
1lI0 tempo, uma ordem justa, ade- .\
c', por isso, cumctiummuitas vio-
quudu para a proteção c promoção
lências contra a pessoa humunn, foi i,
dos direitos humanos fundameuthis I·
~:
retomada a id éiade dcmocrucia. }
e da dignidade de todos os scrcs :' •
Dos estudos e das discussões desse f
humanos.

20

.
I
"
l8 ~ ~ ~r;II~~;gl;;~ ~ W;&~ bW N.;:1~
j i2rA I~I i ll1 fi~RF ;P#. .~R.~iÚ~os'i:o
i PÜ RT U NID AIJ ~ q

II;í quase dois mil u no s o sobreviver, sem cuidados médicos e tadascomo inferiores às outras. 1:
Crist ianixmo vem pregando que Io- . sem a. certeza de que terãoos pró- negado o direito à igualdade em lo-
dos os seres humanos são iguais. 11 prios. alim entos indispcns
úvcis à dos os casos de discriminação so-
Dcc luruçüo Uui vcrxul dos Dtrcitux vida?·Colllo justificaressa diferen- cial e de preconceito de raça.de cor
lhuuuuus tamb
ém afi rmu isso, di- VCI1l quc luuos são iguais e não per- c de sexo. Quandoalguém é impc-
ça dcsuuuções e de possibilidades
,
zcudo no seu pre
âmbulo que odos
I ccbcrn que, na prút ica, agem como _ dido, direta ou disfarçudumcntc . de
se no momento cru que nascem as
u.~ seres hu muuns uascem iguais se os seres humanos nascessem e se hospedar num hotel. UC pert11~1-
cr i ançus são iguais e não cx istc
nccer num rc stuuruntc ou de fre-
comosuber O que cada uma fará de
qüentar um clabc porcausa de sua
.bcm vu de mal, de útil ou de inútil,
cor ou desua raça, esl;í sendo nega-
D I R E I TÀ OI G U A L D A D E D E dumntc.sua vida?
do o direito à igualdade
. O mesmo
>':f csui, justumcutc, a princi-
, se dá quando, antes me
smo de co-
! pal d(erenciação cstabelccidu pela
D I R E I T O S E O P O R T U: N I D A D E S íj nheccr uma pcsso<J, de vc r i lic ar
sociedade contra a natur
cza, que
acaba' ucurrctuudo conscqüêncius seus costumese cumprovur sua CI-
cuutinuuxscm desiguais. puc idadc, outras pessoas ju lg a m
em dignidade e direitos. Em quase para a vida inteira u;is pessoas. Os
Para perceber e corrigir cssus , • I
; que ela será mul-cducuda, ignurun-
lodas as Cuusiituiçúc s do mundo . 'seres humanos nascem guais,
i mas
contradições é precis o, em primei- te ou incompetente. buscuudu-xc
csl;í cscrito que lodos süo iguais a sociedade os Ira ta, desde o come-
ro lugar, compreender o quc signi
- apena s na raça. na cor ou 110 scx o
pcr.uuc a lei. çJ, C~Il111 se fossem diferentes, dun-
fica a li rm ar que indus nascem da pessoa discrimiuuda
.
do muito mais oportunidades a uns
Ape~ar de todas cssa~ afinua- iguais. I~ evidente que as pessoas
do que ,a outros. E isso é apoiado Assim. pois, todas as vc z cs
çii[:s. r c pct idus e reforçada
s por nascem l'isicumcntc desiguais, sen- í pelas, leis c pelos costumes, que em que uma pessoaé vítima de prc-
muitus fi I,ísofos e pcusudorcs pol í- do diferentes nas feições, no (ama- i,
agravam ainda mais o truuuncnto conceitos, ocorre a negaç;!o do di-
licos. o que se vê lia realidade é que nho. nacor da pele e em illúl
~lera-s
u~siillal e criam grande número de reito à igualdade. É por isso que a
as pessoas são Iratadas Ctll110 dcsi- outrus cuructcrfsticus l'ísicus. Não 6,
barreiras para que aquele que foi Organização das Nações Unidas
guuis. I\S prúprias leis gunuucm ;1 _ poruuuo. essa igualdade que se está
trutado corno inferior desde o nas- (ONU) condena os prccunc
ciius. c
desigualdade, e nos costumes de a fi rmundo. ' .I . ._
! I em muitos pulses existem leis proi
-
cimento consiga UI11U su u u ç ame-
o
quuxcIudus ux pllVl1S cucontrum-xc Quando se diz que todos 01'
lhor dentro da sociedade
. bindo que as pessoa
s sejam trutudas
muitusprút icns baseadas naclcsi- seres humuuus nascem iguais, o que I' l:01110 inferiores por moti
vo de raça.
Assim, por exemplo, um me-
gu;tldade .. pudcndo-xc ver cluru- se cst.i ;~firlllanuoé que nenhum
nino·~lue nasce numa fav ela é igual de cor ou de sexo. Essas leis procu-
mente que em grande número desi- nasce valendo mais do que
outro.
ao 4ue nasce numafamília rica e ram guraruir para ut dus as pcxsoux
luaçõcs as pessoas não sfio trutadus COIllU seres h u mu n os , todos são
vale b mesmo que este, iuas di ficil- o direito iI igualdade. purtindo da
cum» iguais. iguaix, não importuudoonde' nas~
l1lelde o luvelado conseguini boa idéia de que lodos nascem iguais e
Essas leis e essescostumes já çum. quem sejam seus pais, a raça h
ulimcntuçüo c boas escolas e desde são naturulmcutciguais.
se uchum tão urraigudos que quase que I'erlen\·alll (.'U a cor de sua pele.
, cedo 'será tratado como UI11 margi
- Por diversos mot ivos, algu-
(odas as pessoas consideram nor- Sc lodos nascem iguais, va-
nal. Essa discriminação ini acom- mas prúticas discr iminutúri as fo-
1I1al o tratamento dcsiguul. Existem lendo a mesma l:OiS;I, como se ei-
punhtí-Io pela vida inteira. Fica bem ram muito agravadas nos tih i m os
mcxmn pessoas que ralam cCSCl"('.- · . !
I P 1C<1 que U\lS p nusçum muno rI- evidente, portanto, que um menino tempos, ucentuaudo anligos e no-
cus, tendo ((Ida ussistênciu. pruic- vos preconceitos. Não é possível
.nascido numa favela nãoem
t o di-
ção c cun l'orto. enquanto outros Fazera enumeração de ot dos os
. rcitoà igualdade de oportunidades.
nascem mixcnivcis, mul podendo r i mi n aç âu e nt rc
motivos de d isc
embora a própria lei diga que todo
s
pessoas c grupos sociais, mas al-
. são igtú lÍs.
guns deles são mais evidente
s c'
, ,. : Mas não é só por nascer na
têm atécausa provável. Assim. por
'pobreza que muitas pessoas são tra-
32 33
cxcn.p!«, este final do xéculo vinte Um rel'lc,~o bem visível ue~s.'1
teriamuito
são omissões e seria
diferentes e porinsuficiente.
issu a~
vcui assislindri aprulundax trans- nova situuçfíu ~ II uumcnto Lias Liis,:
De acordo
pessoas se tornam
com a Constituição,
socialmente to-di-
rOrln ;I\'lic,\ nas rcluçõcs polüicns e criminaçücs cuntru os emigradus"
Icrcntcs, dcsprczundu-sc
dos são iguai s perante a lei. não a igualda-
se
cei)II!)111 icus i ntcruuci ona is, sobre- Na Alemanha; na Inglate rra. nú
dc
admnatural.
itindo distinção de qualquer
tudu depois do dcxmuruuaurcntu Fran"a e em outros países,sobretu-
Não basta
natureza, Além disso,afirmnr
é feitaque todus as
refe- ;
'i" do nuq u c l c s lllle tiraram granJe
da Ulliflo Soviética, Não sentindo pessoas são iguai~ pur natureza. (
rência expressa a alguns dos pre- Para
muis a amea"a doxuc iulis mu, os proveito do coloniulismo, a chega-
que essa afirmação
conceitos tenha rcsulnulos
mais arraigados. proibin-
I " !!rup()s cap italistas coutruludurcs da d e trabalhadores
práticos é precisodeque UO Santigos plÍ~
a socicdudc :
do-se a diferença direitos entre
:: I
;I da c c o n orui ne das Ii nu nçus no vosorgunizudu
seja colonizadosdevem despertand!l
homens e mulheretal s,modo
núoque se'nin-
udmi-
muudo dcxcncadcur.uu IIIl\a o lcns i- rcnçúcs
guém seja violentas.corno o crcsc i-ou
COIl1superior
rindo a pritratado
vação de direitos por
vu. que eles próprios 'apelidaralll mcntodesde
inferior dos preconceitos c das llis-
UO nasc i-
motivo de crençaoreinstante
ligiosa. filosó-
de "glo!Jalil.a\';lo". visando aumcn- criminaçõcs.
mente. Assi m
É precisodefinindo-, por
assegurar ~:\empl i l'
fica ou política, se acomo
Illd\ls,
tur iI submis süo dos países menos de os turcos igual
maneira
crime
na Alemanha
a prática de. aracismo
oportunid. osade de \!
árabbs
e, numa :'
- . .1 ' !I
desenvolvidos e cluuinar direito s viver com
n~grlls a
na família,
'rança. de
os ir :1 escola.
rnulan<]~
ufirmução mais ubruugcntc1 do \e di-
I, . •I"
dos truhalhudorcs , para assim ga- de africanos
teràbua na enta
alim Inglaterra. os latino'-
ç ão. de receber tt
reito igualdad e, dispondo-se que
nharem mais dinheiro. indiferentes .uucriscunos.
cuidado asiáticos
de saúde. e arrica:I)LJ.s
de escolher 1111I
"a lei punirá qualquer discrimina-
ao aumento das injustiçax. nos Estados
trabalho digno.'Unidos são c'onsidt'd-
de ler accs s o ai>s , !'
ção utcnuuóriu dos direitos e liber- t
Uma das mais graves consc- bensdose iserviços,
ndcsej ávc i s e s âodutrutudr
de participar vida s ; .
dades fundamentais",
como i a], ': i'
qliênciils dos novos lutorcs de inl'lu- públi ca e crim'inos
de gozarosdnemrespeito
put c ncdos
Mas a experiência tem de-
usurpadorcs dos postos de tra balho .. ';;: j: '~
ência é n aumento gcucrulizudo dI) semelhantes,
n:lOnslrauo que adianta muito pou-
desemprego. inclusive nos países e usuiirio x iudcvidos
Tud dos scrviç.
as as pessoas n a s c sc m
co a lei dizer que todos são iguais e ,
sociais. I
mais ricos. por vtirins motivos, Um iguais CIIIdignidade, e nada jus t i ri-
proibir queurnas pessoas sejam tra- ,
eu dessas
que não sejam dados os mCSIIHlS I
deles é a impluutução irrcspousiivcl. A par
tadas C0ll10 muuif 'cstaçõcs
inferiores às outrasse
xe m nenhumacuutc!u quanto aos discriminutúriudireitos
s. a todos.
ganharam Todos têm igual
cviu,êl,l-
não for garantida aigualdade de
eleitos humanos e sociais. de tccno- da também. direito
nasúltimao s respeito
u décadas.
oportunidades pa
das outras pes-
ra todos desde o '.
logia que dispcnsu uma partedo tra- soas,
os conflitos baseados e nada justifica
nadiferença que nãote-
nascimento, Com efeito , quando
balho humano. A isso se acrescenta nham, desde o começo. as mesmas
de crençareligiosa ou que, na
uns nascem ircosre,a4i-
e outros pobres,
a uti lizução de mão-de-obra mais oportunidades.
dudc. são causados pelos queusam
as oportunidades para unse outros
barata dos países pobres. sobretudo essa diferença corno pretexto'para
porque nestes os direitos dos traba- discriminar, Du mesmo modo, crcs-
lhadores foram climinudos ou não
, cerum os conflito s suscitados por
siio respeitados. Esses fatores. SOIIl:l- curact ertst icus sexuais. com rca-
dos ainda ao controle da circulação çõcs, que muitas vezes têm sidç ex- 1:
mundial U Odinheiro e das mercado- s, contra, !lp-", Jj
trcmumcnte violenta
rias por grupos econômicos podere- mosscxuuis, simplesmente opr'~s:~a ',.' .1:1'"
5US . vêm aumentando as distâncias caracter ística. sem nenhuma razão ~:., : ~I'
entre países pobres e ricos, Uma objetiv a, o que torna evidente, a I i,i f.
conseqüência disso tem sido o au- existência de preconceito como tia- !l
mente das migrações. pois a cres- tor de dis crirninnção.': t!
cente dificuldade para sobreviv er O trutumcnto dado pela Cons-
.!
em condições dignas leva os iraba- tituição brasileira a essa questão
.
lhadorcs e suas famílias a procura- roi acertado, pur não se prender a .. 1
rem os países mais desenvolvidos. uma enumeração, que es mpre COI\-
~
;. i! ~
'f'
I
34 :
35
l
--_ ... ~ D IR ET IOÀ P R O T E C Ã O D O S i ~
,
r
,
\ ,: li'. i
',1 I: .
I " "'"

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••• j .• "' ••• .•
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D IR E IT O S

I I,
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I· I
i.
í~ i·
I
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!, !
I I
i
\- !
i

69
t'
IJm direito só existe rcalmcn- ruem perde a liberdade. li cmprc go.
.i r
\ te quando pode ser usado. Há mui- a família, a reputação social, S(l-
! 'tqs càsos de direitos que constam .Ircndo prejuízos morais. físicos c
!
I, da lei, mas que, pelos mais divcr- patrimoniais. porque seus direitos
,'ti I
\
50S motivos, grande número de pes- não foram protegidos.
!
soas n ão conhece ou não consegue O primeiro passo para se c hc-
i I!,J i ,.
t· por em pratica. Outras vezes, as gar iI plena proteção dos direitos é
pessoas percebem que um direito informar e conscicntiznr as pessoas
~~.
seu e~tá sendo desrespeitado e, por sobre a existência de seus direitos e
: 11 I ,
,(r: . Ita (Je meios de defesa, perdem o a necessidade e possibi-lidade de
u~rei{p sem apossibilidade de rea- defendê-tos. Com efeito, quando al-
g:r. Ef)l' lodas essas situações, aque- guém não sabe que tem UI11 direito
I c\ que nao I. b
sou e ou nuo poue usar
• ".1 ou dispõe apenus de infurrnaçücs
o':dir~i\o e que. por isso, o perdeu, vagas e imprecisas sobre ele, é pou-
sofre-um prejuízo injusto. co provável que venha a tomar al-
.1 .Muitus vezes, esse prejuízo guma atitude em defesa desse direi-
al,inge ·aspectos fundamentais da to ou que vise f i sua aplicação prát i-
vidu IJC.uma pessoa. lmugine-se, ca, É preciso, portauto, que haja a
!Jpr exemplo.ia situação de um mo- mais ampla e insistente divulguçüo
Jc:stoi\rabalhador preso injustamen- dos direitos, sobretudo duquc lcs
tp"sob,:aeusação de ter praticado um que são fundamentais ou que se tor-
crime' .. Sua família não sabe o que nam muito importantes em dcterrni-
f~zer para defendê-to e não dispõe' nado momento, para que o maior
dq rec,ursos para contratar um advo- número possível de pessoas tome
gado'l Existe grande possibilidade conhecimento deles.
J.~ que ~sse trabalhador fique preso Tão importante quanto a in-
por m uito tem po,mesmo que não formação é a formação da consci-
tenha tido qualquer participação no ência de que os direitos precisam
crimede que foi acusado. Esse ho- ser defendidos, para que não pcrc-
i
.
DIREITOS HUMANOS E CIUAUANIA

i . I
çame tam bém para que fique asse- quc haja meiosde defesa
proporei-
ulJa~lospela so~iedadc. : l.
gurado o respeito a lodos os direi-
,)
IUS, 1 \ vida em sociedade
é ncccs- l'ara seler UIll sistemacfici- . I,

s.iriupara os seres humanos


, mas cure de proteçãodos direitos é pre- I I

CI1I quasetu d u xos grupos sociais eixo contarCOIll a colaboração do 1

existe um u cumpctiçüo
pelas me- Lcg isl.uivo, do Executivo e do Ju-
I
diciário. Ao Puder Lcgisl.uivo cab
e ,
lhores poxiçôcs e pelo recebimento ~.
Il ()
de mais benefícios e vantagens. fa/.er e aprovar as leis necessárias

direito que devegurantiros iutcrcx- para a protcI;ão tiosdireitos, tendo

scs de cada um e impedir que uns o cuidadode garantirli todas a's


l
sejam prejudicados pelos outros
. pessoasa poxxihilidnde de se uefen,;
,.
i\ pessoa quetem UIII direito der. N;i" l1a,\laa lei declarar que10'4 '1 , ;

,'ioladll es(;í sofre lido


uuiu perda dos tê r u11 direito de agir para de-

de ulg umu espécie.E quando essa tender seus direitos.É precisoga-


'.1 .
direito ofendi-
pessoa que leve UI1l runtir lia pr.itica essa
pussibilidud
c.
do Ilfiu rcugc, issu pode encorajar A sxim ,por exemplo, h;í m uita gcu-
a o le n s a a llulros d i rc i t o s seus. te queníio tem dinheiro para pag,
~r
f i couclu-
pois sua passividade leva as despesas de lllll prueessf e O,S
silO de queela nãopode ou não hununiriusde u m advogado. Iss
o
r ,11
quer dcrclider-sc,' f)"íi! importân- precisa serprcvistulia lei, pura qu
t ,ii(·
cia dc cO;lscienli/,ar as
pcs suus ,
esta digade que maneira as pessoas I,
.
para queprocurem sen1f1\'\:dcfcn- pobres poderão
, defender-se.
d ,!;,
der Seus direitos
. O Poder Ex ccut i vo tem a
j':,: :\
Não hasta, porém, dar
1 1pes- obrigal;üu dem anterrepartições e•
soa cousc iêuciu de seus direitos
.e. funcionários encarregados protc-'
de 1
da necessidade dedclcndê-Ios sem gcr as pessoas e seus direitos. -G"rnn
i I ' ' ,'
lhe dar meio» paru que os defenda, de parte dessa rcs ponsnbi l idad
p
COIII efeito. é imporuuuc que a pró- ~
cubc 1 1I'ol íciu, que deve exercer vi-
pria pessoa queira participar da de- gj lância permanente, para
evitar;1 : ! .!:,';" ,
fesa de seusdireitos. mus. a par dis- - '!
pratica de ates prcjudiciuis ao direi
so, é indispensável a conjugaç
ão de 10 de alguém.As leis dizemo que 9 ,I
uma série de elementos, de pessuas Polícia deve e pode fazer, sendo \ill-
e in s titu iç õ sociais
es para que a de- dispensável que as autoridades,-pu
.;
fesa sejaeficiente
.' Só em casos ex-
liciais tam bém
as respeitempois
, sd :
cepcionais. como reação
a im ediata
P 'i.
elas agirem Iora dalei, mesmo qu
a uma agressão ou para impedir
um
üs I
seja com a desculpa de proteger
roubo.é qlle se deve pensar na de-
pe~s\.lus, ninguém csturd seguro. Na;
fesa individual:feitapela própria
verdade, é absurdo uma autoridade
'
vítim a. M as tamém
b nesses casos
praticar atos ilegais
e dizer que faz
os direitos serão mais bem defendi-
isso paragaranrir'que as leis serão
dos se foremprulegidos por mais de
respeitadas.
uma pessoa ou por agentes poli-
O Poder Judiciáriotem, igual-
ciais, o que mostra a necessidade de
m ente,uma rcspoiisubilidade
m uito'
,\

70


DEMO, Pedr
a. Pobreza pólitica
. Campi- : ',1
,. ,:

nas, SP: Au tor e3 Associados,19


94. grande. Se alguém tiver um direito
/ muito dinheiro para upugunrcuro
desrespeitado pode pedir
proteção .J l
das despesas judiciais farãu com
r' i uos juízcs e tribunais, seja quemfor
J. : . que só um pequenonúmero de pes-
o culpado pelo desrespeito. Assim,
soas lenha a prot ç
e ão judicial.
/ÓJ? ~'!' também, quandoex istir d úvida
so-
Quando o PoderJud ic i.i r io pude
bre algum direito, se ele
existe ou
'. i agir comindependência e é rcspci-
\..!.:) 1 '1: não, ou aquem ele pertence, é o . lado pelo povo e pelas
autor idades
Poder Judiciário que
deve desfazer
é mais raroque ocorram ofensas
cconôn icfl' a dúvida. Para cumprirbem sua tu-
aos direitos. E quando elas ocorre-
lí~;111~,1 rcfa, os juízes devem ler sempre a SI10 rem scrii mais f,ícil conseguir a pru-
Apcsa r das dificuldades óbvias de t ratamcuto (k~tr
preocupação de agir com justiça,
S. leção e adevoluçãodos dirc itos
tem a,parcce ru hivrl concluir que o rr ntroda qucstâo qua li-
decidindo sem medo, comscrcn ida-
ofendidos ou a puniçüo
justa dll
tariva é o Ic n ôm cuo pa rticipativo
. Com ekito,panicipação Q U lIlid<ld
' c De
de c i ndcpcndênciu.
ofensor.
é a conquistahu ru ana principal, tanto no
sentido de ser m ais vidaconota ; ~ indispcnsável que Poder
o A proteçãodos direitost : in-
sobretudo Judiciárioesteja bemorgunizudoe dispensável paraque as pessoas.
conquista
do que IIU Il('a um a - dadaíl dificuldade dea
que não seja carodemais pedirsua
a di rueIlsii:o sentindo-se emsegurança e rcspc i-
rca I iza r dc modo dcsrj;í vcl - q u auto no se n t ido
ti r seré1 m aís t' prol.e~,1u. Caso contrúrio, demora
a
tuudo-se reciprocamenle.po s su rn
humn na illlagill;ível-
porqueé especificam ente
a Iorm aúe ulqser~i Il~ nas. dcc is ões c a necessidade de () li
viver em paz.
rc:t1ií'.a)'flo hum ana.É a m elhorobrade arte doh~JIlll'1Ilcru do ter, que, 110 c 11

Ia nto,é. i I1St ru III CIl I () I


SU ;1 hixtória , porque haistó r iaque vale a pena
é aquela
I
pa rticipativa
, ou seja, C O Illo teorm enor posxívcl de dcsi
- I1Cl'css;íri~l. :Niío se pode íazcr um projetode superaçãoda
I
-i> pobreza pulítira Sclll superar tam bém
a pobrezasócio-eco-
- gl.l:1fdadc, de
r xploração, de lllercantilizé1c,:Ílo, de opressão.
!
nô m ic». ~1as os llCH izonles PO SS Udll sua lógica
próp ria.N a
No ce~n~_~(ls.. ~_I.,'.~~j(~<;,
~lS doluuur m csui a l2élrticipaçiio
,
·1
qll<lliu;\d1não v~IJ o maior, mas li me/flor;não o extenso,
que:.. seui,~c.'~t,;~_I~~eta~ eternas deaut(lgesIÍl~?-,._~~_~L~,I_l~,~ll'raria.
mas (l iíq((;,i.w; não (l violento, I1\(lS
o envolventc; nâ o a ~\ .
d~ liberdade. de,ol,lvivêllcia
( , 1l)~5h; l l l ss).
(D CIllO , '-
I
pressão, mas fi ;,i1pregl/açc7o,
Trata-se, po is , J~IÍiii·-frntll111·lto políti
co C lll essência I;
Q Uj\lidaue:é de estilo culturul, 'milis que tccu
ólógiro;
ainda que nu ncavorciud
di o da base econôm ica. D ilicilm-cu
arrístico,: m ais que produtivo;lúdico,m ais queeficiente:
t~ se ;,kal!:~'il aU lodet
@ lil\!l<;5iL 'iÇ JJlélut00..lI~tcni"<;Íl(), E.<;t"
slÍ{JÍo,1llais que cicntifico. N ão seé reliz ~elllli csfcr;l do ler,
provém do ocesso
pr produtiv o, da esfera uuucrial. Q uer
m as é pdncipillm cnlc u m aqucSlão de' ser. Não é a conquista
dizer, participa\'iio C O IllO
ssunto
a setritam ente po lítico
ão n
---'---.,.--.. ~_.-----....-- ---- --'
Iunriouu, u.i o sú porqu
e se ro m a riaIncilmcntc vazia, lIlas de U IlÚl !llura do (Juro que 110S
faria ricos, !llflS sobreludo a
.,
l}1I111U.iS'f (Jc'!i1Cl~sas po\0nrialidades prÓ prias, dc nossaa--Cil,J ,
iguallllcnte porque o a lastamcnto entre o cco nôiuico c o
yidade (, e' atllo ~lllill<1<;;((l,
p,espaço Ú C criaçiio
:.-E o
hilizar os dois.
político aC<lha IH H aiuvi
cxerl'ÍciÓ ,da l'Olllpetl-lIcia políti
jca (F'rõíilín,\.976; Lcdcrcr,
A a rtc qualitativa do hom emé a sociedade desejável

que é r;lp;lz de criar. Estoi passa IlccCSS <lriíllllcllte' pela . ll)~() ).· :L ; 'I
1
O~ rC Jltll1l chos IJ~rtil'Íl)aliv()s, sobretudo Io
as rm as de
partiripa
çâo. Em boraesta lillguílgelll possa parccer ctérca e
, " tI· !
exótica !00 h;í CO lllO ncg c raI
;J[ li ul' o fenôm eno dq~r~eIlI (lfgílll'ili~~iío.; úa,!:sjociedadecivil, precisam manifestar pelo

lllC IW'S (lll(f!lih i : IH n,rcasqualitativas para correspondcrcm àqui-


na vida hU lllanil
.Niío/é
. m ais im poruuuc que a qu
estão ,

lu qucl,cSI;;'illO~ :ch<lmando d e qua l ida dc pn lltica:


..!:SH e-

sl'lll;di\:;;da~I~c. ll·gitillli.uaoe, parli~ eplaneja- 71 •

m c nt« !J<lrlii:iPi11in) auto-suSlcillado,A pa n icipução Iora

d l'S eI .: fw riz'(llll-çS a proxi m a -sc da farsa ou é i 11('0 11lpct e ntc. I

A o mcs!nl(ltcllli)~i, colocam os grandes desafios da lidadc


qua 1
.i
pa rtir ipativa pata a létu dos espaços úa quantidade
. Uma
. ,. .
ass(l~;iaE~(l;;elll, !SU adim ensão da qualidade política,
depende

1l1C llOS ílc expressões qunntitativas, corno núm ero decru-


m

hros, ta 111;1 nho \Ia sede, Ircqüêu c iadas reuniões cic.,do que
! . •
da in tcllsidadc,dcs!'ias m arcas qu,a litativns, que dc lincia m o

teor dcjp arricipação (D urham , 91 84; 24ss; Mn x-Nr cf, 1986;

A lvc~, 19~Q)~\ ,,~,' .

~ a Repre.sf//(({lll'lc!ade.',E um problema cc ntra do I1flS

lidem i1\as',l sfio! representativas, se. obtid


as por cIcição,~

44 \1 45
I
1. : !
I.l t \ ',:

. preferência com chapas concorrentes. Eleições livres. aber- , gresso, nasA ssem bléias, nas Câmaras deparamos com uma
tas, sem cartas m arcadas, sem vitali
ciedade, sem man
obras .
~-'ité.lpr6rul~damcdte desligada d~e. Tão desli
gada, que
.-
Desde que as eleiçõe
s sejam corretas, as lideran
ças adquirem ta is . spaços se torna mil ntrosde va ntagcns, privileg
ia mentes I
L~= -.!:L: ":':":" :'=: ':';::'::: ';/ É legílil\1o 0--l2.FKCSSO p,;rlicipativo
'ca rátcr delegado, ecisam
pr ente epresentativ
r o; sua a utori- c i mpunidadcs. 03 criadores das leis. criilm-níls pa ar os •!
fundadoCII\ estado de dire ito (lIC te ulalllcntíl dCJJiõtio
dadcé deriv ada, não própria.A ssim, não interessam a lid
e- outros. Ga;ilhfll11 remunerações fantásticas, isentas em gran-
cuiocráticu c l'(Ill1ullit(]rio as rq;ras
e jdogo davida CII1
rança carismá tica , que não se transfere e é tcndcncialmcutc
.. ~ Gcrulmcutc tal rcguhuucntação tran sparccc I;IS I de p'rtedo Imposto deRenda. Em pre gam todos O S Iarnilia-
ccutralizadora, a liderança externa, de gente que nãoé da
estatutosda ;lss(lri;I!~'iio, Neste sentido sii(1 urna obra de arte Ites."'~eI11 'concurso público e sem obrigação de trabalhar.
com unidade, a lideran
ça imposta, bem com o a liderança
_
do grupointeressado. Nele s se diz quemC- membro, quais os . Re~chc1l1 ictons específicos sem o cum prim ent
o de suas
prctcnsa. Int
eressa aquela que deposita democraticamente a
direitos e deveres, t'(IIlIO sefazelll osdir igcutcx, como se , COI1~!J~'õçS: C0l110 ç o caso de ers rem unerado por presença em
confiança e a esperança da comunidad e, e, por isso, a repre-
illlpug!lam, comn se mudam regras,c assim por diante. pJcI~í\rio' sbI11- estar presente. M udam de partido com
o se
senta autenticamente. Deve ser rotativa. D eve prestar con-
E ilegílilllo(J provcss« baseadoem estado de illlpulli-
· \l\ucJ~ de c'illnisi'>lIJOrque são capazes de defender qualquer
tas. Deve entender-se como serviço à com unidade.
dadcdeexceção, de privilégio. A ssim ('(111\(1legitim
a idade idéia} desd,c quç lhcs traga adev~d~ Vi! n~iI~enL Aproveitam-
Ao poder som ente se chega por eleição.Caso contra-
de UlII govcrno seextraida C o nstituição, algo situila r acon - . . fie r:I~EStildo ell~ tudo o que e imagiuávcl - tel
efones,
rio, instala-se a usurpaçâo , Para Ia lar em nome da com uni-
lere nas roga Ilizaçf,cs llIL'IHH CS,se quiscrcni apre
senta i- qua- Pi1Ss~gcl1s,.telq:, !:corrcio ete. -, traindo a mssão
i precípua
dade,é m ister ter mandato
, delegação, compet
ência aulcridn,
lidadedc morrá tira. . de sdrcm coutroladorcs do governo, H á certamente os bons I
I
não ap re su n çãde
o com ando,
DCusurpado
lllO l'faCà "revelia.
" " Ile N
r;1est
( uecla que a f'rolltatais rq;,.ras de repr~selital1tes"n.las,é inegável que paira sobre as casas do •i
. espaço,é fácilvermos em
jogo illlplnlenossa
l\1l'nlrealidadeuind
e, deslr o pred
o o ocs
ml'íni
h~o de
'~dc oportu- i
.povo i! ~uspcitado contrário." ,
liderança dúbi
as,
m aque
es Iregua
traiam caminhos
is para s, Ossuspeitos
todo de acesso
direitos são devidos incoud i- I
I ,Dp ponto. pe vista da lógica d in âm icado poder, e
ao poder.É o ri"tlllílllllcnle,
caso de líderes vitalícios,
indepe com
se pcrtcn
ndenleIl1Cnle o dils
-circunstâncias crnuô-
, .comprcbnsjvcl o fenômeno. ~~~ estri!nhi!r que os rcpre- I
cessem a Iammiras
ílias creilis
.C oronéis
políl que nãopor
iras. ~ todos, largam
lollplo,
exe poderseIl
e1exceção.ca hc !
:sel1~~s se rC !Hese'ntal22-~~bre_~~~~_~~~~l1~S, __ I~ã_~S!,S
fazem sua sucessão !
educa entro
çiiod ueda
1 Qprópria
gra u, nafam ília, de
idade como a se
sele caolorz~s:ttJ i rei10
ekilore1s, c em conseqüênc ia nâ ose sÍl_ltillluJ(~L eg~d~_,_ll1aS
podernão e manassc,~c
do p(J\ do povo,
dcvcr' mas de umaSe
do Eslado. pre
rrogativa
(J btado não cumprir esta ----- '-------- ":t--i 'I--- --, --- ... - --- ... _-" ~ I
investidos de autoridade propria. T anto e verdade equogo ~
prévia, ao arrepi
noo da
nuadeci·são popul
c ainda ar. Ca
assim rismncccr
pcnua as excessivos,
impune, CO Il1Oacontece e 11 I
s~dl;JattÍrfl nata, atfãvés da qual, uma vez eleito,
que ao mesmo1I(1.';sa
tempo aglutinam
rcu l ida pessoa s, maspJlTi
dc, temos as tornam
sa mente o cstn do de impunidade .:
I ,a 'v1ilga da-d isputa se toma cativa. No fundo, esta qualidade
subservientes,orque
p o controle de baixo para cima se esvai.
N o caso da US~;~:
j I110S pro\Jlrlllascmclhautc.ElII si
Ipo:iiicít não se realiza ou se manifesta tão precária, porque o
Vícios clássicos 110S pr ocessos eleitorais, que adm em
it toda 6:- .(
é ga ra 1 11ido (J_~l.<::!~s~_d el~~~IS a ela, (0111(1 di rc'ilo-J~, d dóa e I~ Ib -
I' jpo:·/ogUI'cgcrasc~srepresentflntes,m aou cm .nao conscguc ,
sorte de m an ip ulaç
ão, particularm
v ente a com pra deoto. v
. dc,ircscr ';lÇ;i(J dosdirc itos. Na I~'~~(il'a, l;ist~I~~~IC para I
. get-illr a 's;istcl11át ib de control
e e vigilâ ncia. Ora, opder sem
Excessivo dcscolamcnto dos líderes face aos eleitores redu- ,
~il'os.Por ISSO, vél'j-',iara. acadeia(1 ladrãode galinha, , ,
~ controle; ,por mais que seja formalmente representativo, na
zidos a matéria de manipu
cuquaut o ioslaçã
o clcitoreira,
ctimc não reconhecido~
s de colarinho branco - COIllO se diz
\]Háticíl sedesregra. Pari! que hiljal~l1õC rilciil representativa ·1
como fonte única da capacidade
popularm e - nãodelegada
nte ( de representação.
são'(lnUCII<lU OS, Ajustiç»é cega, nijo
. ~6tlti~".o representante precisa literalmente ser perseguido
· ,
p(Jrquc
Tudo isto seja
iru p arcofenômeno
provoca ia
l, mas porque
típicnunca
o de quêev(J
os crim e do rico.
cha ma- ,
'i;êio representado, de tal sorte que o com prom isso de sua
dos rcprescntautcs do povo oÉsãoUlll
fortua lmentc,
atcnrado masnão~ quantidade
persistente se polítira da
:i i dC'leg{\ç~o setome o sentido prim eiro e último de sua atuação
reconhece isto na prática. Na
sociedade prática
(J rato depaira a intse
que 11;'0 ermrcspe
inável e dircitosmínimos,
itam
pa1í,ticíl_ Claro, não é coisa do nosso país, a inda.
justificada suspcitil
com de <lproveit
a ma adores
ioruntura da situação.
lidado. O profesNo
sorCon-
de p l _grau quc sequer

ga Ilha o miu iruu, crubornesteja 1 Ié1 C oustituição que qualquer


,I

46 trabalhador, m esmo o mais dcxqualificado, tem direito ao


47 r
• , .t :,
-- I
I r." .
-~ ~~~~
~ ~ .•..• _• •~-- . • . •_ _"". ., _ _ •• • L•"•'j~,. ,_, • • • '"'"'_~~~~""U'W'"" .••• I!t' .!n~~""!" .MJ .;-;:;- -, ::::::;::-:;- _.-: ~ ~-:-:- -:; -:-: .. -:_
. , 1I
1 , .,
"
I;

.: '" (ri .
mfnimo . O ~~l<íriolll1ínjm o uqe não dá para o mínim o. A 3
\ \ I· .
Participação: presença pungente.de menores carentes e abandonados nas

Palavra de cidades, com' 'se"não tivessem direito


à vida.A expulsão
:. " • I il d '
~Istemaltlca do' pequeno produtor sem terras.
ordem
A falta de regras de jogo, bem com o sua inadimplência
, 6-

funda a~sclv(jlgeria,de uma sociedade que passa a funcionar

pela p rçpotência désla v ad a.É a lei do mais forte, que


é a lei

do fora-da-lei. Ê ~ lei do cão,que elim inao opositor.À

sombra' disto, a letra m orta, queé a lei teórica, sem nenhum

couipromisso prático, o sarcasm o ensurdecedor


da fraude
I .
elegante. 'I .

A ilegitimidade não emerge apenasna faltada C onsti-

tuição,quando scIçcha o C ongresso e entra 'ditadura,


a mas

igualmente ~ .1al'1,C,t sobretudo qua:ndo se elabora a im puni-

dade à.sqlmb:;') d~ Constituição, tornando-a letra morta. A í


> 'I '.!I /
couscguclsc.a pdripécia inacrcditável , mas real, de roubar
• ., • ~ , !
dentro da lei. A$ regras de jogo çamuílam a ironia deum

jogo sem-regras, .porque no concreto não há nem jogo,


nem
j
regras. Campciaa prepotêucia, encoberta pela
. lei
1

!. Os ~irçilos ;passanl a concess,ão.


O Estado já não CUIll
-

pre deyerFs"lUas doa favores..os líderes fundam opovo, não

.o contrário. iA legitimidade não se


'clabora nacriação comu
-

uitária, nl~s se decreta. O signo clam oroso desta situação


é

'o estado de injustiça. N ão se encontra nas regras de jogo o

cO l1lpron!issp primeiro de igua Idade de oportu


nidade,porque

todos ~ão iguris ~iante da lei, m as a tramóiaprcpotência,


da

que tripu!dia sobre a pobreza, sobre a m odés


tia do hom em

simples, '$ohr? a ~esorgalúzação do povo.


,Sociedade injusta

~que,líI que nã9 ~ó se dá a práticas dain1~~is.~-,-_~~~ue

50brc!udQdefilSC1íTim cnta. Daí provém sua indignidade,

'q-uando a' ma ',0ri~ trabalha para ° bem-estar da minoria, ou

jmerre )de ~Í1~~ig9IlJia às portas,do Iausto. ~e.s.nlO q'ue a

)d~sigu~I(!(j'~I~.,soc;ia) seja C Ol
ll120nç:nte estrutural da história-

.parece -:, ~~jali~í1~e políticaé prccisam cntcé l arte de CO S-


II

: truir tp'la so-~~icd8de que; na unidaQ c_d.C-C.O.I1lr.áriQ s. nãoesta-

. oeTerç: como ,-reg~ extremos da CXIÜQ.Gl(,;ão.


_~. ;I .------- 49j:;
48
I'
r, (
___ .L---... ! __ ~_---.. I.'.1-' ~_..:.I-.:.'.c..' _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~--_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ --._._--
_ _ _ _ _,. _,.,.-.-
_ _ .............................................
.,.-' - ............
_-~ V

Volta e meia, a sociedad e chama s eus

membros para particip ar. Participar de

uma missa, de um torneio esportivo, de

uma campanha de aquisição de agasalhos

etc. Participação, essa é a palavra de or-

dem. Porém, será que já paramos para pensar nessa tal participação?

Interessante reparar, antes de mais nada, que o ato de participar

nunca é feito sozinho; não é um ato isolado de algu ém que não tem

companhia, mas algo que fazemos com os outros.

O solidário, que está sempre disposto a participar, porta-se desta

maneira: está em comunhão; vive ansioso pelo encontro; faz questão de

trocar as suas exper iências de vida com os outros. Sabe muito b em que
viver é qll~ .. tal indivíduo é um

tudo con-viver. '. " rna;,:glDé).H~é\do" n~Q,J')or qJJe toLdiSbriJl1inadQ,!:,,:1~~a5 12Dl~qu~ele mesmo se
solidário - '-:"isoToi.T1f o~'ôií!;.rbs .1::ssâ'vivê:í1.cia"ânlargeii1 te·nfh:hnóI;es'trltaqo~Cconslde- '.
companheiro; ~·~-:·":-1:áçã~ocde·que'6':sei~hufu1fnõ'póâe.e, àS'veze's,~'~Ú@-deve-'se"isolal::aôscrén1aíS.
já pensou " 'o ~'Ma~-;c~n~opodel;'~;fl~g{;=~d~' e~1~61~t ~·0 s~,' qu~i~:an1õs~~~i l1ãó,· ~stanlÕS
sobre o significado
~ -sen'l.'pre parti lhando uns comC?s outros?
dessa palavra? Ela
., " ..• ~-.= ~-,- 'O poeta inglês JoÍ111 Do nÍle" começou tin i poeni'â corrio verso: '71-1 0 -
vem do latim,
- mem algum é uma' ilha." Somos seres sociais , "anima -is políticos ' como já
panere,
definiu Aristóteles há 2.500 anos atrás, o que nos leva a necessariamente
algo mais
tomar parte de grupos humanos, a viver nossa vida junto a muitas outras
corno
pessoas iguais a nós . É por isso que, por mais que queiramos escapar, fugir
comemjuntos
para uma ilha deserta, a sociedade está sempre atrás de nós. Até podemos
pão da
nos isolar por alguns instantes, mas. ao irmos para a escola, para o traba-
Logo, o
lho, para o clube, para a igreja 0 1 .para
1 qualquer outro lugar, estaremos
companheiro, o
/'
solidário, é aquele encontrando pessoas, estaremos participando de grupos sociais .

que divide sua vida O ato de participar é, uma condição humana da qual não podemos

com os escapar . Quem pensa que escapa, está iludindo a si mesmo .

outros, aquele para

quem a vida não é

apenas uma co

existência com os

outros, mas uma

verdadeira

convivência, um

viver com

outros.

Mas há 28

outros

que são

diferent

es: um

indivídu

o que

está

sempre

em

seucant

o, .náo

compart

ilha

seus

desejos,

suas

em~ç~

s, s_eus

pensam

entos,

~~-€l-

AJgl+,

sua

-Mida

.CDm

os

.outros.

Pode-s

dizer
•,,
I
A s relações Convivendo com outros homens, os con-
i
flitos de vo ntades e interesses são sempre
humanas e
inevitáveis . No momento do impasse ,
o poder
I que é uma luta entre diferentes desejos,

um indivíduo quer impor ao ou tro a sua

vontade. Norma lmente quem vence esse conflito é aquele mais bem apare lha-
I
do: dependendo da circunstância, pode ser o mais forte , o mais inteligente, o
I
i mais jovem , o mais bonito ...

!
A capacidade de transformar as vontades dos outros na sua vontade é

aquilo que chamamos de poder. Numa prime ira aproximação , o poder seria a

capacidade de realizar qualquer ato ou ação: um aspecto importante é que ele

pressupõe at é mesmo a oposição , constitui ndo, então, a capacidade de supe-

rar essa opo sição pela força, impondo-se a ela . De modo geral , o poder seria

a potência para realizar determinado desejo ou vontad e.

o jogo de poder ap resenta-se, assim, como um jogo de von tades, no

qual a vontade de um - o mais forte , por alguma razão - acaba se impondo

sobre a .vontade de Outro ' ou outros . A noção de poder implica também a

capacidade de ter suas ordens obedecidas . Aquele que é investido de poder

~o o ",:J-=,-::. =: o o -:: um-indi víduo ou uma in stituição - tem a chance e os instrumentos para

_ o' J- -' ·~-pote nãali~âr·-su":às vÔIYfadoes/transfo rmando"'as-elY:t~aoEos",;--'o 0= ...:.. _. _,- o

~. ~~J~:~:~~:--:'-:.~'"O -'" 0- - __ 00~JO~~i~~t/p~de;0~~~f1tr~t~nto, julgar .queaaçàQ-d:():poçr~'Qs6=-étfÍ':Se'lmíq1':0 ','

::o~">, !o~~~:~._~._~ :0 rriênte.rio sêntídod esubjugar e neutralizar :10(5) VOI1taâ êts)::'à1l1ela(s). Embora

I "--~n;cãso'sBlsHmte espec íficos aação hegemônica dopodeisó ooja possível.pcn.;


f
~o_ _ meio daneu tralização das demais vontades - é o caso do totalitarismo -, de

_!""<ro,~ mtrdo geral G poder a ge pelo convencim ento °e pelamanip jilação das vc j.!)ta:

-des alheias. Assim, em vez de agir pela neutraliza ção das vontades, o poder

age muito mais p or mei o de sua transformação; tomar o conjunt o das vontades

diferentes e torná-Ias uma, a vontade do poder oso, com a qual os demais

devem c oncordar .

Nessa visão clás sica do poder , ele é compreendido como uma coisa que

se concentra em det erminados espa ços de um grupo social: o lugar do poder

é o Palácio do Govern o, é a Câmar a dos Deputados, ou mesmo o próprio

corpo do r ei, que a todos governa.

Se apenas um tem o poder , todos os outros indivíduos não têm poder

algum : é uma sociedade servil . Mas de o nde viria o .poder desse indivíduo?

Por que todos o obedecem?

Um filósofo do século X VI chamado Etienne de Ia Bo étie, num pequeno

livro, o Discurso da servidão voluntária, forneceu a pista para entender a chara -

da: quando um indivíduo manda , seu po der. vem não dele mesmo, mas dos

outros que se submetem. De sua perspectiva, o que sustenta o tirano não é a

sua pr ópria autoridade , rnas a entrega dos súditos , isto é, a dominação só é

possível com o conc urso direto dos próprios domi nados. Segundo ele, em

torno do tirano constrói-se uma rede de interesses. O tirano tem 6 assessores

'27

/
diretos, cada um deles tem mais 60 empregados e assim por diante, de modo

que toda a sociedade acaba envolvida nessa rede de interesses.

Desse modo, o que garante o poder do tirano é uma rede de micropo-

deres e interesses que se constrói a sua volta, o que, ao invés de enfraquecer

esse poder central pela diluição, fortalece-o, sendo seu próprio sustentáculo

e sua própria garantia.

Mas, se os indivíduos se recusarem a servir, acaba o poder do tirano.

Portanto, a sociedade servil depende do consentimento dos indivíduos; se

eles resolverem não mais obedecer a um rei e solucionar seus próprios

problemas políticos, eles podem construir novas formas de relação social.

Ao decidir fazer algo, o ser humano deve A política

levar em conta seus interesses. O interes-

se é o objetivo que a decisão poderá alcan-

çar. Por exemplo: quando alguém decide

~--·estudàr, acredita que, com um nível mais

alto de conhecimento; poderá-cõnseguiY tifml-éfS~l 'rs'ào; sejaprof issior ral.:

:,-.:,:.;:~;,~ ~ - ,~ .-.:'-=:-=~ ..:....s6õâLóJIJnrétí,01.-:-e$S5='· mesmo :~tg1t&:m· prefe~ê~ o-estudo ao analf-abeBsh1o:~·

-, 'c_ Estão.implicadosnesta açâprrinteresse ern ascender-e a decisão de se alfabe- •. ,


·1'.
1
. ~", ~ tiiXu;,",Ell •. Jilm>oti.a,--isso: é.o.que .. chamamos de oalot: Todo ato humano ~~tá

fundamentado em determinados valores, em determinados interesses; para

dizer de outra maneira, sen1pTe que fazemos alguma coisa, temos em mente
J
algum 'objetivó-á'ser alcançado cõri'1'acjuera á ç ao' ... ---, "' . .

Até aqui, a discussão se fez em um nível particular. A discussão sobre a

orientação das ações humanas em caráter particular é chamada de ética ;é ela

quem pode nos ensinar a bem conduzir nossas vidas. Mas, quando alguém

procura conduzir a um público maior seu interesse e sua decisão, a fim de que

esse público se engaje, ele está exercendo aquilo que denominamos de política.

Se a ética é a reflexão sobre a fundamentação dos atos humanos em sua particu-

laridade - isto é, no que diz respeito à vida privada de cada indivíduo -, a

política é a reflexão sobre os atos humanos que se cometem em sociedade, na

vida pública. O engajamento do público se dará pelos interesses que estiverem

em jogo.

Portanto, política é a tomada de decisões que visem objetivar interesses

que irão refletir na coletividade. Deve ficar claro 9ara você que ética e política

devem sempre andar juntas, pois, se vivemos em sociedade, é muito dificil

distinguir se determinadas ações que fazemos terão conseqüências apenas pri-

vadas ou se estenderão para outras pessoas, na esfera pública. Apenas um

exemplo: se alguém decide estudar pa,l'a conseguir certa ascensão social, isso não

diz respeito apenas a essa pessoa; para a coletividade, faz muita diferença tomar

parte dela um indivíduo analfabeto ou um indivíduo bem formado.

28

No momento em que se fala sobre política, logo vem à mente o governo.

Faz-se a relação de que fa zer política é governar. Se pensarmos assim, apena s

poucas pessoas "fa zem política". Mas será qu e, de fato, ti política é apenas

exercida na esf era do governo?

Também se fala muito que vivemos sob a forma de governo chamada

democrac ia. Abrimos um jornal ou um a revista e lá está essa palavra estam-

pada. Na televisão e n o rádio tamb ém se diz muito sobre ela. Mas que coisa é

essa? O que é a democracia? Voc ê já pensou a respeito ?

A democracia

dar uma olhada na pólís grega, que foi

a primeira experiência histórica de de-

mocracia.

Os gregos, que no início eram tribos de pastores nômades, aos poucos

foram se fixando em . determinadas regiões , quando começaram a dominar as

técnicas da agricultura e d a pecuária. Como os demais po vos antigos , come-

çaram a constituir a s cidades que, na sua língua, ch amaram d e pólis. Mas

~. ' as~cfêJ.:àCLes.aD..tigaS-eral).1_lHn. tàniQq.1.1.ill1tQ..çtiL~entes.9-asnoss as.J. pois eram

.: _, unida des.políticas autônomas. O que Sigl~Wc::~isso?9E~,. ~ <:idade.na qual

~'~'º'cê rhor.él nàÔTelt{ àútonomia "1ml1tiça~e~ V õEl.~_ Cr lãj~lgum;i's 'leis, mas

. -:- . .,.~cestá~su1)·rhetldã-:}i..Jlifra'sél'j'e de lets~esladlfai};';:s~eITdu~é:I~e: os -Ési-ad.;s brasi-

lêírãs, por sua ve i; eS Ü10 sli15'rn-e-tiãàs"'à 'l~r~feaeráí~ãS"'d'UfS"d-e-hàje,' os

países são as unidades políticas autônomas . NO tempodos gregos anti gos,

._~- 'etcr'Ocórno se cada 'cidade fosse-rr rrr-verdadeiro ]:1ftís, 'pois ela criava suas

- próprias leia-Por-exemplo: uma lei válida em Ate nas pode ria não exis tir

em Esparta ou em Delfos.

A convi vência entre os ind ivíduos, o envolvimento com os negoclOs

relativos à administra ção da cidade , da pólís é o que eles chamavam de política.

Muitas formas os gre gos criaram para admin istrar a cidade, dependendo de

como as pessoas se envolviam com essas atividades. Quando apenas uma

governava, chamavam de monarquia; quando era um grupo maior de pessoa s

que se envolvia com a administra ção, chamavam de aristocracia. Num certo

período da hi stória de Atenas, uma das principai s cidades gregas, por volta do

ano 500 a.c., um leg islador chamado Cl ístenes resol veu fazer uma reforma

radical , fazendo com que todos o s cidadãos se envolvessem com as ati vidades

de administração da cidade.

Clístenes fez uma arrojada di visão do terri tório de Atena s, sendo que

a cada unidade re gional b ásica ele chamou de demos. Dos 30 demos que

compunham a cidade eram sorteados os indivíduos que participariam dos

diversos conselhos administrativos, encarregados da criação das leis e de

sua execução. A aprovação das l eis era feita pela Assembl éia, que se reunia

uma vez por mês e da qua l poderiam participar todo s os cidadão s. O nome

29
democracia significa, portanto , govern o dos demos, e não exatamente go-

verno d o povo corn o normalmente se diz.

Se as decisões eram tomadas nas Assembl éias, o s homens precisavam

exercer seu poder de persuasão n os debates realizado s em pra ças públicas. O

resultado desses debate s eram decis ões que re fletiam na vida de todos o s

habitant es da pólis. Para fazer valer seus interesses , um indivíduo precisava

dominar com perfeição as artes da retórica e da oratória, para convencer os

demais a votar naquilo que ele defendia. Ness e momento , quando os homens

tentavam convencer uns aos outros sobre determinadas coisas, estavam em

pé de i gualdade . A iguald ade qu e todos tinham de falar para a pólis na

Assembléia.

Entretanto, um últimodetalhe histórico é necessário: nesse período , a

cidade de Atenas contava com uma população d e aproximadamente 400 mil

pessoas . Mas nem todas eram cidadã s: os 200 mil escravos não eram conside-

rados nem como gente; os '100 mil estrangeiros e mais as 60 mil mulheres e

crianças não tinham direito s políticos . Eram cidadãos ap enas 40 mil indiví-

duos livres do sexo masculino. E eram esses 10 % da populaçã o que participa-

vam da administração da cidade.

Na Idade Moderna , quando as revoluções bur guesas colocam fim ao

_ regime feudal da I çlad e 1Y!éâiã~ .. _aj:l.~l~c?:SIac ~qlt~~.c~l]·~:_~~_~ :-egime

_ . ,,-,.~'. -C!u.~ §~ !'ª jn\pl?n_t,~çl2., .c:9 1 ~:2 .. 2_}1~1}:()r,.m.ei~) de gO,vernar , em .oposição à

.-~~~'- '~õ~~l ~gi!~~a_ q~~}:§~~eJ?I~'~oil1üjado até ·entãb~Mâs ig 'oi'a já·'não ex istem -- --

:-. -.~eséYàvós- eaunida rle 'Eolíticàpassou:à-'sel~'ó 'pats(temos oEstado-nação .e- .

. '''''''~''"'''''ríãt~n-tãisi:rcíãàãe:-tstàâo);-õ ·éJ.m~· p~l'~nit~··qu eniÚnio as pessoas nasci d a s .

em outras cidades tenham direitos políticos. Como garantir então a parti-


_ .. _ •. _ .w· ...•.....•..•..• -~,~
'- .•...• , __ _ __ _ __ _ __ __ _. __ _ _
. . -ci paçã o.de todos? A.nQ,çáo".moder.na .dedemocracia como acesso de todos

os indivíduos à admini stração da sociedade passa pela questão da repre-

sentati vidade. Clístenes cri ou em Atenas uma democracia direta ou pariici-

pativa (todos os cidadãos participavam diretamente da administração), ao

passo que a modernidade colocou a idéia de uma democracia represeniaiiua,

isto é, um siste~1a no qual os indivíduos elegem uma certa quantidade de

pessoas que vão representar seus interesses nos assuntos de administração

da sociedade .

A idéia é a seguinte: a ação democrática consiste em todos tomarem

parte do processo decisório sobre aquilo que terá conseqüência na vida de

toda a coletividade. Quem pode dizer o que é bom para todos? Aquele mesmo

que irá provar - o próprio ser humano. Se não de forma direta, pelo menos

por meio de seus representantes, desde que el e se mantenha ativo e vigilante,

acompanhando o trabalho daqueles que elegeu .

Mas a democracia representativa, se supostamente garante o acesso de

todos aos mecanismos do poder, também pos sibilita o fenômeno da margina-

lização.

30
A marginalizaçâo Vamos nos reportar novamente ao isola-

mento. Os marginalizados políticos se re-


política
tiram do processo decisório e se afastam

dos demais. Abdicam do direito de falar

sobre assuntos de interesse coletivo. É a

instituição do silêncio político. Eles o fazem porque acreditam que assim

poderão resolver melhor seus problemas particulares. Na época das eleições,

desligam a TV na hora do horário eleitoral gratuito, ou ti deixam ligada sem

prestar atenção ao que os sujeitos dizem. No dia de votar, cumprem com seu

dever votando em qualquer um, pois tanto faz: "S50 lodos iguais, mesmo."

Temos o abandono das questões públicas e a excessiva preocupação com

as questões particulares. Cria-se um amontoado de indivíduos que buscam

tão-somente voltar seus olhos para si mesmos. Nesse amontoado, ninguém se

propõe a falar. O único conselho dado é não aconselhar. Esses indivíduos não se

preocupan1 em votar em alguém que possa representar seus interesses e suas

necessidades no governo. E parecem não perceber que, queiram ou não, vivem

em meio a outros indivíduos, o que significa que sua vida depende dos outros e

que aquilo que ele fizer também influenciará nas vidas alheias.

O que significa isso? Relembrando que viver é acima de tudo con-uiuer,

___ ~ .a esfera _ pública s~mpre vai existir. Se sempre existirá, alguém estará se

~T'- - - _. " ocí.ipa11do"dela:-Qüanto menos as pessaas'participaren-(dapolítica mais-os

__ ~ -~-=- _:. ~"~.o ,~~~ __ '< int~t~_S~~~$;d9,qLlt;~e§~ql1ese °ocuparal~1 da esfera.p(lbliEâ irão prevalecer; Af} _ '_0 _
____
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_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _-seúnÚOlnadas
____ serão baseada~s- nesses il~tel:esses- párticulm:es,-e na:ü--' .:-0-,

- ""-~,:, "-:c~ ~;:;:.::~.~'."-~:.~is;ando:a~jnter~s.;scol~tiv~;_ --'~, :,_-' >_:.~-._::-:- 0_ - __. o _ • ,_ " ~~ .-~_ : -.

_ ~ •• _-- :-
-' .- .;-- '1'
~-_ -'

O silencioso político, queira ou n~o,_ perceba isso ou não, assume o que

foi decidido-pelos outros, semnem mesmo.colocar.,a público seu inte ·~s~e ..

Portanto, assume a.obediência e abdica da autodireção. Herda o siaius de

governado e não o de governante. Quem prioriza em demasia suas questões

particulares, priva-se da autodeterminação.

Mas as engrenagens da máquina de governo democrática não param de

funcionar apenas porque algumas pessoas - mesmo que sejam milhares ou

milhões - não dão atenção a elas. Elas continuam a fabricar as leis e os

mecanismos sociais por meio' daqueles, mesmo que sejam poucos, que estão

participando. Mas é claro que estará funcionando segundo as idéias e os interes-

ses dos que participam e não daqueles que se omitem.

A democracia representativa permite ao indivíduo se esconder atrás de si

mesmo e não participar, porque assim ele se exime da responsabilidade pelas

questões políticas. É mais fácil afirmar que a questão da inflação é um problema

do governo, que são os "políticos" que precisam resolvê-Ia. Mas esses indivíduos

se esquecem de que a inflação tem conseqüências sérias na sua vida particular, e

que ele jamais poderá dar conta delas sozinho. Às questões públicas são respon-

sabilidade de todos ~ós e',l:nesmo que alguns indivíduos tenham sido eleitos

para cuidar delas, não basta que eles ajam, é necess ário que cada um de nós,

como membro dessa sociedade, faça a sua parte - por menor que seja.

31

\
A ação Ao trazer à tona o fato da marginalizaçâo

política, podemos perceber que ela se vol-


cidadã
ta contra o próprio ser humano. Quando

os indivíduos se recusam a participar das

decisões sociais, estão se recusando a deci-

dir sobre suas próprias vidas. Estão aceitando que os problemas que dizem

respeito a suas vidas sejam pensados e resolvidos por outras pessoas. Estamos,

então, cara a cara com uma sociedade servil.

Atestado o problema, é imperativo que se encontre a solução. Essa

solução é a participação dos cidadãos nas questões públicas. Entenda-se aqui

cidadão como uma categoria de mobilização e não de localização. Para os

gregos antigos, o político era aquele que participava dos negócios da pólis.

Quando a cultura grega foi assumida e difundida pelos romanos, que fala-

vam latim, apólis virou a cive em sua língua. É da palavra latina cive que se

origina a palavra cidade, no português, e é também dela que vem a palavra

cidadão. . Portanto, cidadania é sinônimo de política no sentido grego, assim

como cidadão e político são a mesma coisa.

O cidadão não espera que o outro lhe dê as condições necessárias para

participar, pois essas condições brotam de si mesmo. É a autodeterminação.

_•• -.~ • '.--~ ~' = ' O cidadãó sabe que é preciso buscan é precíso conquistar. É uma ação gu~_nã? _.

se acaba .. O cidadão é sobretudo o participante. '

.. ~ "" .. ---~._:~~~_~. - ~ ..... - , '. --~~~r;·r~i.~~~~~~ª·Rarticipaçã~~~~lí~~~~~~ti~~~-o~;~ld~~ãi~~d~~;ui'~~=ái~~~izil:·.

- ,,~ . o. ...- ' •.•. '"-._ ~ •.. - .- -- .pa.ra a.~siLde,i.llieI;esses ço~nglÍ$l~dg~Ül}QQ~Y€~. e .yº-z-=~?t~1l~O,.~,n9s 1~eferh1do -, :

à passagem do servilismo para o exercício da autêntica destinação davida. .. . ._. - ~'"

.... ' .~"-- .. , - .. , ~ Pela associação de todos os cidadáoa.manter-se-á ·yi.:y.§Ca_ .o.çª,º . .de, que
I1

o ser humano con-vive e far-se-á a defesa da democracia como a forma de

governo que permite essa efetiva participação. E, com ela, os membros da

sociedade não esperarão o chamamento, pois estarão participando por livre

e espontânea vontade.

3'2

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